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A cidade medieval é um lugar em formação, policêntrico e multifacetado, permeado de espaços não construídos e de enclaves

rurais. Um lugar onde a imponência das construções eclesiásticas revela o poder não só ideológico, mas também político da
Igreja; um espaço em ebulição, entrecortado de estradas e caminhos ,uma “encruzilhada de estradas”.

A cidade de Lisboa estava implantada perto do rio Tejo, cercada


por muralhas e repleta de terras férteis.

1. Era um dos maiores pontos comerciais e urbanos da época devido à


abundância de peixe e marisco,e ao facto de possuir um porto que fazia chegar
mercadorias como a prata e o ouro.
Lisboa cresceu durante toda a Idade Média, principalmente por causa do seu
comércio com o exterior, praticado por mercadores portugueses e estrangeiros. A Lisboa
chegavam produtos de toda a parte, e mercadores também, interessados no comércio
internacional e concorrendo com os portugueses. Os capitais entravam, circulavam e saíam
ou ficavam na cidade, gerando riqueza e o desenvolvimento da cidade. A todo o momento
era possível assistir ao movimento de entrada e saída de mercadorias, pessoas e
ideias.
2. Mas a cidade tinha também uma forma social. Na Idade Média consolidou-se a
representação da sociedade através da alegoria do corpo humano, que se estendeu à
própria concepção de cidade. A cidade como organismo ou corpo sujeito a leis
racionais tinha o Rei como cabeça e a Igreja como ponto de apoio. O senado e a
câmara municipal constituíam o coração, os juízes e os governadores seriam os
olhos e ouvidos, os soldados seriam as mãos, os comerciantes e administradores
seriam o estômago e intestinos, e os lavradores seriam os pés, sustentando o
desenvolvimento de todo o corpo.
A cidade medieval era também uma cidade dividida em microcosmos formados por
bairros que revelavam a segregação social e religiosa de certos grupos.

3. Lisboa foi cercada por duas cercas, a cerca de moura no século X que só
abrangia a área constituída por Alcobaça, Almedina e a Sé e, mais tarde, no século XIV
pela cerca fernandina que abrangia toda a cidade. As muralhas simbolizam o poderio
militar e político dos citadinos e protegem dos perigos exteriores.

4. Devido ao seu dinamismo comercial a cidade de Lisboa esteve sempre em


constante desenvolvimento e crescimento. A esse crescimento seguiu o aumento das
rendas habitacionais, que atingiram, em Lisboa, valores acima do que era praticado no resto
de Portugal, aumentando os conflitos entre o poder régio e os poderes concelhios. Assim o
poder régio não poderia deixar de notar essa valorização, o que fazia com que os monarcas
adquirissem propriedades citadinas.
Assim para além do dinamismo comercial de Lisboa e a sua afirmação enquanto um
dos maiores centros urbanos da europa, muito ajudados pela outorga de cartas de foral
outros fatores que contribuíram para o seu desenvolvimento foram, a presença da Corte
que contribuiu para a afirmação de centros políticos e administrativos, e a afirmação da
igreja na cidade , que contribuiu graças ao seu poder e influência crescente.
A Lisboa medieval é, de fato, uma cidade dinâmica, de crescente importância e
desenvolvimento constante.

Trabalho sobre a Organização da cidade de Lisboa na Idade média


Realizado por Bruna Fontaine Coelho para a disciplina História A

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