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Cálculo II

Aula 1: Integrais Indefinidas: Noções Básicas

Apresentação
A disciplina Cálculo II apresentará o conteúdo de Integral e suas diversas aplicações. Além de despertar no aluno a
curiosidade de verificar e conhecer as aplicações tais como em Física, Química, Estatística, Economia etc. Para Isto o
aluno necessitará identificar e compreender os métodos de integração e assim poder conhecer a aplicação em
problemas clássicas. A disciplina Cálculo II permitirá resgatar conteúdos de Cálculo I, Introdução ao Cálculo e
Matemática Básica, mostrando assim ao aluno a importância da interdisciplinaridade.
Objetivo
Reconhecer a definição de integral indefinida e a notação de integral;

Relacionar derivada e integral;

Identificar as regras básicas de integração e o método de substituição.

Teoria de Integral

 Inserir Função integral (Fonte: Shutterstock)

As aplicações da teoria de integral aparecem em várias áreas tais como Física e Economia. Ao longo deste curso,
apresentaremos algumas aplicações que se encontram na literatura.

Antes, porém, apresentaremos algumas definições básicas.

No curso anterior aprendemos as técnicas de derivação, nesta aula, veremos que a integral é o processo inverso da derivada.
Portanto dado uma função F chamamos de primitiva 1 de f sobre um intervalo I se F’(x)=f(x), ∀x Є I.

Teorema

Se F for uma primitiva (antiderivada) de f em um intervalo I, então a família


das primitivas (primitiva mais geral) de f em I é F(x)+C, onde C é uma
constante arbitrária.

Antes de vermos o nosso primeiro exemplo a fim de entender as duas definições dadas acima, aprenderemos algumas
notações a seguir.

Notação:

Onde C é uma constante arbitrária.

∫ f (x)dx = F(x) + C Significa que a função F é uma primitiva da


função f, tal que F’(x)=f(x), ∀x Є Dom(f).

Atenção
O símbolo ∫ é denotado como sinal de integração, a constante C é chamada constante de integração e a função f(x) é
chamada integrando.

Vejamos a Definição de Integral Indefinida:

Seja a função F(x) a antiderivada da função f (x), O processo para calcular ∫ f (x)dx é chamada de integral indefinida da
função f(x), justamente por causa da natureza arbitrária de C.

Notação:

∫ f (x)dx - F(x) + C Exemplo

3
2 x
fx dx = + C
3

Regras básicas para integração


Agora vamos aprender as regras básicas de integração, que que envolvem Integrais simples, duplas e triplas.

Clique nos botões para ver as informações.

Regra 1 

Ao integrarmos a constante 1 (um) achamos como resultado x + C. Notação:  

𝑓𝑑𝑥=𝑥+𝐶  

Podemos verificar que ao derivarmos x+C temos como resultado 1 (um). Portanto confirmamos que a integral é o
processo inverso da derivada, ou ainda, que x + C é a primitiva ou a antiderivada.

Regra 2 

Da definição de integral anterior podemos deduzir a segunda regra de integração.

Nesta regra, definimos que ao derivarmos a integral indefinida encontraremos a primitiva.

Notação:

Dx   ∫ f(x)dx = f(x)

  Exemplo:


2  x 2
Dx  (∫ x dx) = Dx  ( +  C) =  x
3

Regra 3 

Da definição integral anterior podemos deduzir a terceira regra de integração.

Se o integrando for uma derivada, o resultado da integral será a primitiva dessa derivada.

Notação:


∫ f  (x)dx = f(x) + C

Exemplo:


3 3
2 x x
∫ x  dx  = ∫ dx = + C
3 3

Regra 4 

(n+1)

Regra da Potência: Se n é um número racional diferente de –1, então ∫ x


n
 dx =
x

(n+1)
+ C

Exemplo:

3
2 x
∫ x   dx = + C
3
Regra 5 

Regra da Homogeneidade: Se a é uma constante, então

∫ af(x)dx = a ∫ f(x)dx

Nesta regra estamos afirmando que a constante sai da integral e apenas integramos a variável x.

Exemplo:

3
2 2 x
∫ 5x  dx = 5 ∫ x  dx = 5  + C
3

Regra 6 

Regra da Adição: Nesta regra, afirmamos que quando possuímos uma integral com duas funções podemos resolver
uma de cada vez.

∫ [f(x) + g(x)]dx = ∫ f(x)dx + ∫ g(x)dx  

Exemplo:

3 2
2
∫ x   + xdx = ∫ x  dx + ∫ xdx =
2 x

3
+
x

2
+ C  

Observe que esta regra vale para subtração:

3 2
2 2 x x
∫ x   − xdx = ∫ x  dx − ∫ xdx = − + C
3 2

Regra 7 

Regra da Linearidade: se a1   e a2   são constantes

∫ [ a1  f1  (x) + a2  f2  (x)]dx = a1    ∫ f1  (x)dx + a2   ∫ f2   (x)dx

Exemplo:

∫ [ a1  f1  (x) + a2  f2  (x) + … + an  fn  (x)]dx = a1   ∫ f1   (x)dx + … + an   ∫ fn  (x)dx

Regra 8 

Regra Geral da Linearidade: se a1   , a2   … , an   são constantes

∫ [ a1  f1  (x) = a2  f2  (x) + … + an  fn  (x)]dx = a1   ∫ f1  (x)dx + a2   ∫ f2  (x)dx + … + an   ∫ fn  (x)dx

Observe que esta regra é uma generalização da regra 7.

Regra 9 

Integral da função oposta

∫ −f(x)dx = ∫ (−1)f(x)dx = − ∫ f(x)dx

Observe que esta regra é um caso particular da regra 5.

Exemplo:
Use as regras básicas para antidiferenciação para calcular cada integral indefinida.

Neste caso, é necessária a simplificação da expressão para depois aplicarmos as regras básicas, pois não conhecemos
até então nenhuma regra que resolva quociente.

2
3 (x−1)( x +x−1) 3 2

a) ∫ x −1

x−1
dx = ∫
x−1
dx =
x
+
x
+ x + C
3 2

b)∫ (t2  
1
+ 3t + )dt
2
t

Neste exemplo, será necessário arrumar a expressão para depois aplicarmos as regras básicas.

3 2 1 3 2
2 −2 t 3t t− t 3t 1
∫ (t + 3t + t  )dt = + − + C = + − + C
3 2 1 3 2 t

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Integrais especiais
A seguir apresentaremos algumas integrais especiais. Para entendê-las é importante se lembrar das integrais derivadas.

Vejamos as integrais especiais que envolvem:

Seno Coseno

∫𝑠𝑒𝑛𝑥𝑑𝑥=−𝑐𝑜𝑠𝑥+𝐶, pois derivada de – cos x + C é - (- ∫𝑐𝑜𝑠𝑥𝑑𝑥=−𝑠𝑒𝑛𝑥+𝐶, pois derivada


sen x) = sen x. de sen x + C é cos x.

Agora, vejamos dois exemplos de integrais especiais que envolvem logaritmo:


1

x
 dx = 1nx + C,  x > 0 . Lembre a derivada de 1n x + C é   x1
1
∫  dx = 1n∣
∣ x∣
∣ + C
x

A derivada mais fácil aprendida na disciplina de cálculo é a derivada de exponencial de x, pois aprendemos que é ele mesmo.

x x
∫ e  dx = e + C

Por ultimo, temos...

3
x b
∫ b  dx = + C.  b > 0,  b ≠ 1
1nb

Podemos verifixar que ao derivarmos b


+ C  obtemos bx
1nb

Exemplo

∫ (2senx + 2cosx)dx

Teremos como resultado: (−2 cos x)  +  (3senx ) +  C .

Exemplo
x
∫ 7  dx

Teremos como resultado: .


7
+ C
1n7

Mudança de variável

Algumas vezes nos deparamos com integrais que não


conseguimos resolver apenas utilizando as regras básicas de
integração.

Para estas integrais deveremos aprender técnicas de integração, a primeira envolve mudança de variável.

O objetivo é possibilitar e facilitar a resolução da integral.

Método de substituição
O método de substituição introduz uma nova variável na integral, isto é, mudaremos da variável original para uma nova
variável, com o intuito de resolver a integral que não era possível resolver de forma direta ou mesmo de forma rápida.

Supondo que a variável original seja x definimos a nova variável como sendo u.

Você sabe o que precisaremos definir para realizarmos essa


mudança? Veremos a seguir.

Para realizarmos essa mudança precisaremos definir quem será a variável u, ou seja, a variável u será uma parte da
expressão do integrando (f(x)). A parte do integrando que sobra (se sobrar) e o dx deverá corresponder à derivada do u
definido anteriormente.

Assim realizaremos a mudança de variável de forma completa.

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Exemplo
Observe que seria um absurdo ter que abrir esta expressão cinquenta vezes até que pudéssemos resolver utilizando apenas
as regras básicas de integração aprendidas anteriormente. Portanto, vamos aprender a utilizar a mudança de variável com o
método de substituição.
Temos algumas possibilidades para definir a variável u. Vejamos as opções:

1. 𝑢= (𝑥 2+2089)50
2. 𝑢=𝑥
3. 𝑢=𝑥(𝑥 2 +2089)50
4. 𝑢=𝑥 2+2089

Qual delas é a mais adequada? Vejamos.

Clique nos botões para ver as informações.

1) u = (x
2
+ 2089)
50

50
Se u = (x
2
+ 2089 ) , para achar du temos que usar a regra da cadeia aprendida na disciplina anterior de cálculo.
49
2
du = 50(x + 2089)  (2x)dx

Observe que esse du não existe na nossa integral a ser resolvida. Logo essa possibilidade está descartada.

2)u = x 

Se u = x , temos que du = 1dx

Observe que com esse u não conseguiríamos substituir x²  +  2089 .

Logo essa possibilidade está descartada.

3) u = x(x   + 2089)
2
50

50
Se u = x(x   + 2089 )
2
, para achar du temos que usar a regra do produto e da cadeia aprendida na disciplina
anterior de cálculo.

Logo essa possibilidade está descartada.

49
2 50 2
du = (x   + 2089) + x. 50  + (x + 2089)   (2x)

4) u = x
2
+ 2089 

Se u ,  temos que du ou ainda  xdx e portanto conseguimos substituir todas as partes


2 1 
= x + 2089 = 2xdx = du
2

da integral que envolvem x e dx.

50
2 50 1
∫ x(x + 2089)  dx = ∫ u     du
2

Podemos melhorar esta expressão usando a regra básica de integração.

50 1 1 50
∫ u     du =  ∫ u   du
2 2

Lembre-se: Faremos a mudança de variável de x para u , consequentemente dx passará a ser du , não poderemos ter na
nova expressão vestígios de x ou de dx .

É preciso sempre testar tantas opções para decidir quem será o u? Quando vou
saber quando aplicar esse método?

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Dica
Algumas dicas:
Observe quando não podemos usar apenas as regras básicas;

Quando trabalhamos com polinômios na expressão geralmente usaremos o método de substituição. O u será aquela que
possui o maior grau e a outra expressão restante deverá ter um grau a menos do que outra expressão mais interna
(escolhida como u), justamente porque no cálculo do du diminuímos um grau. Logo não seria necessário testar todos os
casos anteriores.

Atividade
1. Utilize o método da substituição para resolver as integrais indefinidas:


2
a) ∫ t(4t + 7) dt

5
−−−−−−−−− −−−
2 3
b) ∫ (5t   + 1)√5t   + 3t − 2dt  

c)  ∫ sen9xdx

u 4x 
u du 1 u e e
d)  ∫ e     =   ∫ e   du =   + C = + C
4 4 4 4

Notas

Primitiva 1

Antiderivada.

heranças do período medieval 2

Vamos voltar um pouquinho e vermos o que era, exatamente, o mundo medieval.

A Idade Média, que começa no século V, com o fim do Império Romano do Ocidente e é dividida em Alta e Baixa Idade Média.
O primeiro período, a Alta Idade Média, é o apogeu medieval e a Baixa Idade Média, o momento em que as estruturas do
medievo entram em crise até serem substituídas por um novo modo de produção, que daria início a Idade Moderna.

diversas regiões 3

No caso ibérico, essa identidade religiosa foi imprescindível para aglutinar a população em torno dos reis. Isabel e Fernando,
reis de Aragão e Castela, terão o titulo de reis católicos, concedido pelo papa, em uma demonstração de que a Igreja via a
união com bons olhos.

Primitiva 4

Ainda que Portugal e Espanha tenham sido os primeiros a se unificar, é a França que é considerada o modelo de absolutismo
por excelência. Nesse sistema, todos os poderes são concentrados nas mãos do rei. Na Inglaterra, isso ocorre durante o
reinado de Henrique VIII e o modelo de rei absoluto francês é Luis XIV, o Rei Sol.

Muda 5

Ter terras ainda era importante, é clarro, mas não tinha o mesmo significado.

práticas mercantilistas 6

O mercantilismo não é um sistema econômico, stricto sensu. Na verdade, denominamos mercantilismo como o conjunto de
práticas econômicas característico dos estados modernos. É possível afirmar que o mercantilismo daria origem ao sistema
capitalista, e alguns teóricos entendem esse momento como o início do capitalismo comercial.
balança comercial favorável 7

Mas nem todos os reinos conseguiram aplicar esta medida. Espanha e Portugal, por exemplo, mesmo recebendo toneladas
de metais preciosos de suas colônias, viviam em constante déficit financeiro. Isso acontecia porque compraram muitas
mercadorias da França e da Inglaterra, além de contraírem empréstimos com os holandeses. Por essa razão, ainda que
tenham explorado continuamente os territórios ultramarinos, os países ibéricos não se desenvolveram na mesma proporção.
O ouro e a prata da América apenas passavam por Portugal e Espanha, mas iria enriquecer os cofres dos outros reinos.

Referências

Próxima aula

Definição de integral definida, sua interpretação gráfica e suas propriedades;

A importância do Teorema Fundamental do cálculo e sua relação com a integral definida e a integral indefinida;

A primeira aplicação envolvendo integral definida, ou seja, área entre gráficos.

Explore mais

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