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Material Teórico
Métodos de Integração II
Revisão Textual:
Profa. Esp. Natalia Conti
Métodos de Integração II
Ao término deste estudo desejamos que você seja capaz de determinar a integral indefinida
de uma função real por meio do método da integração por partes e da regra da substituição
trigonométrica, de forma separada ou conjunta.
Para ajudá-lo, realize a leitura dos textos indicados, acompanhe e refaça os exemplos resolvidos,
além de treinar com as Atividades Práticas disponíveis e suas resoluções ao final do conteúdo.
Finalmente, e o mais importante, fique atento às atividades avaliativas propostas e ao prazo
para realização das mesmas.
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Unidade: Métodos de Integração II
Contextualização
As identidades trigonométricas são bastante utilizadas quando queremos determinar integrais
envolvendo funções trigonométricas. Estas identidades são igualdades que são verdadeiras
para todos os valores das variáveis envolvidas.
A identidade trigonométrica mais utilizada é:
sen2 x + cos2 x = 1.
Esta igualdade estabelece uma relação básica entre a função seno e a função cosseno, e é
denominada de identidade trigonométrica fundamental.
Não podemos esquecer das demais identidades fundamentais:
1 1 + tg2 x = sec2 x
sec x =
cos x 1 + cotg2 x = cossec2 x
sen x
1 tg x =
cossec x = cos x
sen x
cos x
cotg x =
sen x
1 − cos2x | 1 + cos2x .
sen 2x = cos 2x =
2 | 2
Temos ainda as fórmulas do ângulo duplo, que são úteis para simplificar algumas
expressões. Para a função seno temos uma identidade:
sen 2x=2sen x.cos x.
2tg x .
tg 2x =
1 − tg 2x
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Método da Integração por Partes
Uma das regras de derivação estudada é a regra do produto, que é utilizada para determinar
a derivada de funções escritas como produto de funções. Para a integração também temos um
método correspondente, o método da integração por partes.
d
f '.g + f .g ' =
dx
( f .g )
Com a notação de integrais temos que esta expressão pode ser escrita como:
∫ [f’(x).g(x) + f(x).g’(x)] dx = f(x).g (x),
Assim, podemos escrever que o método da integração por partes utiliza a seguinte fórmula:
E, se utilizarmos f(x)=u e g(x)=v, além dos diferenciais f’(x)dx = du e g’(x)dx = dv, podemos
reescrever esta expressão de maneira simplificada como:
7
Unidade: Métodos de Integração II
Exemplos
8
Devemos perceber que temos na expressão da função que queremos determinar a integral
indefinida uma função u e outra função derivada dv.
Assim, devemos identificar o que chamaremos por u, que iremos derivar para obter du, e
o que será identificado por dv, que iremos integrar para obter v.
Vejamos, então, como utilizar corretamente a fórmula do método da integração por partes.
∫ x.sen x dx
Vamos denominar por:
u= x derivando du= 1.dx
dv= sen x dx integrando v= ∫ sen x dx= - cos x
Para verificar se realizamos a integração de maneira correta, basta derivar a função obtida
e verificar se obtemos a função que estávamos integrando.
Vamos derivar para verificar, para isso utilizaremos a regra do produto:
F(x) = -x . cos x + senx + c,
F’(x) = -cosx - x . (-sen x) + cos x = x . senx.
que é a função que estávamos integrando.
Vejamos outro exemplo, agora com a função logarítmica.
Esta integral indefinida é obtida por meio do método da integração por partes.
Vamos escolher u e dv.
1
u= ln x derivando du = .dx
x
dv= dx integrando v= x
∫ u.dv = u.v - ∫ vdu,
1
∫ ln x dx
= x .ln x − ∫x . .dx
x
= x .ln x − ∫1.dx
= x .ln x − x + c
9
Unidade: Métodos de Integração II
Para verificar se realizamos a integração de maneira correta, basta derivar a função obtida
e verificar se obtemos a função que estávamos integrando.
Vamos derivar para verificar, para isso utilizaremos a regra do produto:
F(x)= x.ln x - x + c,
1
F '( x =) ln x + x . − 1= ln x + 1 − 1= ln x
x
Esta integral indefinida é obtida por meio do método da integração por partes aplicado
duas vezes.
Vamos escolher u e dv.
u= ex derivando du= ex dx
dv= sen x dx integrando v= ∫ sen x dx = -cos x
∫ u.dv= u.v - ∫ vdu,
∫ ex.sen x dx= ex.(-cos x) - ∫(-cos x).ex dx,
∫ ex.sen x dx= -ex.cos x + ∫ cos x.ex dx.
Ç
Vamos determinar esta integral e
depois voltamos a esta expressão.
E chegamos a uma integral indefinida que também teremos que utilizar o método da
integração por partes para poder concluir esta resolução. Precisamos utilizar o método para
determinar a seguinte integral indefinida:
∫cos x.ex dx.
10
Substituindo esta expressão na fórmula que estávamos calculando, teremos:
e x . ( sen x − cos x )
∫e .sen x dx
x
= +c .
2
Vejamos mais um exemplo de como determinar uma integral indefinida utilizando duas
vezes o método da integração por partes.
Esta integral indefinida é obtida por meio do método da integração por partes aplicado duas vezes.
Vamos escolher u e dv.
u= x2 derivando du= 2x dx
dv= cos x dx integrando v= ∫ cos x dx= sen x
Como já determinamos esta última integral anteriormente pelo método da integração por
partes, vamos inserir nesta última expressão o resultado obtido:
Podemos ainda utilizar diferentes métodos conjuntamente para determinar uma integral
indefinida. Vejamos mais um exemplo que utiliza o método da integração por partes e a
regra da substituição.
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Unidade: Métodos de Integração II
Esta integral indefinida é obtida por meio do método da integração por partes:
Vamos escolher u e dv.
u= x derivando du= dx
dv= cos 2x dx integrando v= ∫ cos 2x dx
Ç
Esta integral indefinida é determinada
pela regra da substituição.
Vamos determinar esta integral indefinida primeiro, antes de continuar com a fórmula do
método da integração por partes.
∫ cos(2x) dx.
Consideremos:
dt
t= 2x então dt= 2 dx ⇒ = dx
2
cost 1 1 1
∫ cos (2x )=
dx ∫
2
=dt
2 ∫ cos=
tdt
2
sent =
+c
2
sen ( 2x ) + c .
1
∫ cos(2
= x )dx sen ( 2x ) + c .
2
Voltemos à integração por partes, que estávamos realizando.
Tínhamos escolhido u e dv.
u= x derivando du= dx
1
dv= cos 2x dx =
integrando v ∫=
cos2xdx sen ( 2x )
2
1 1
∫x=
.cos2x dx x . sen ( 2x ) − ∫ sen ( 2x )dx
2 2
1 1
∫x=
.cos2x dx x .sen ( 2x ) − ∫sen ( 2x )dx
2 2
Ç
Esta integral também deve ser
determinada pela regra da substituição.
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Para terminarmos de determinar esta integral indefinida, necessitamos novamente utilizar
a regra da substituição:
∫sen(2x) dx,
Consideremos:
dt
t= 2x então dt= 2 dx ⇒ = dx
2
sent 1 1 1
∫sen (2x )dx =∫ 2
dt = ∫sentdt =− cost + c =− cos ( 2x ) + c ,
2 2 2
1
∫sen (2x )dx =
− cos ( 2x ) + c .
2
1 1
∫x=
.cos2x dx x .sen ( 2x ) − ∫sen ( 2x )dx ,
2 2
1 1 1
∫x .cos2x dx = x .sen ( 2x ) − − cos ( 2x ) + c ,
2 2 2
1 1
∫x .cos2x dx= x .sen ( 2x ) + cos ( 2x ) + c .
2 4
Para verificar se realizamos a integração de maneira correta, basta derivar a função obtida
e verificar se obtemos a função que estávamos integrando.
Vamos derivar para verificar, e para isso utilizaremos a regra do produto.
1 1
F ( x )= x .sen ( 2x ) + cos ( 2x ) + c ,
2 4
=
F '( x )
1
2
1 1
(
sen ( 2x ) + x .cos ( 2x ) .2 + −sen ( 2x ) .2,
2 4
)
1 1
F '( x ) = sen ( 2x ) + x .cos ( 2x ) − sen ( 2x ),
2 2
F’(x)= x.cos(2x).
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Unidade: Métodos de Integração II
Substituição Trigonométrica
Quando temos que integrar uma função que envolve funções trigonométricas, temos um
problema normalmente. Vejamos um exemplo:
1 + cos2x
cos 2x =
2
Desta forma, substituindo esta expressão na integral indefinida que queremos determinar, temos:
1 + cos2x 1 cos2x
∫cos =
x dx ∫ = dx ∫ 2 dx + ∫ dx ,
2
2 2
x 11
∫cos 2
x dx =+
2
sen
2 2
( 2x ) +c .
1
∫ cos(2
= x )dx sen ( 2x ) + c .
2
14
E temos, portanto, que:
x 1
∫cos 2
x dx =+ sen ( 2x ) + c .
2 4
Exemplos
sen2 x + cos2 x= 1,
sen2 x= 1 - cos2 x,
Queremos determinar esta integral indefinida para podermos continuar a resolução. Vamos
utilizar a regra da substituição:
Consideremos:
t= cos x então dt= -sen x dx ⇒ - dt= sen x dx,
t3 cos 3x
∫sen x .cos xdx =− ∫t dt =− +c =− +c .
2 2
3 3
cos 3x
∫sen x dx =− cos x − − +c ,
3
3
cos 3x
∫sen x dx =
− cos x + +c .
3
Vejamos outro exemplo que envolve mais de uma função trigonométrica na expressão
a ser integrada.
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Unidade: Métodos de Integração II
sen 2x =
(1 − cos2x )
2
2
cos 2x ( cos2x )
∫sen x=
.cos 2x dx ∫ dx − ∫ .cos 2x dx
2
(I)
2 2
Vamos determinar estas integrais indefinidas separadamente.
A primeira integral indefinida já foi determinada anteriormente, foi o primeiro exemplo
dado para a regra da substituição trigonométrica:
cos 2x 1 1 x 1
∫ 2
dx = ∫cos 2
x
2
dx = + sen ( 2x ) +c ,
2 2 4
(II)
cos 2x x 1
∫ dx =+ sen ( 2x ) + c ,
2 4 8
( cos2x ) .cos
∫ x dx ,
2
cos 2x =
(1 + cos2x ) ,
2
2 2 2
( cos2x=
) .cos 2x dx ( cos2x ) dx + ( cos2x ) . ( cos2x ) dx ,
∫ 2 ∫ 4 ∫ 2 2
( cos2x=
) .cos x dx ( cos2x ) dx + ( cos2x )
2
∫ ∫ ∫ dx .
2
2 4 4
Ç
Vamos utilizar a regra da substituição.
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Vamos separar também a resolução desta integral indefinida em duas partes. Para resolver
a primeira parte vamos utilizar a regra da substituição:
( cos2x ) dx
∫ 4
Consideremos:
dt
t=2x então dt= 2 dx ⇒ = dx ,
2
( cos2x )
2
∫ 4
dx .
cos 2x =
(1 + cos2x ) .
2
Como temos cos 2x e não cos x, vamos substituir nesta fórmula do ângulo-metade:
cos 2 2x =
(1 + cos4x ) .
2
( cos2x ) (1 + cos4x ) dx =
2
1 cos4x
∫ 4 ∫
dx =
8
dx + ∫8 ∫ 8
dx =
( cos2x )
2
x cos4x
∫ 4
dx=
8
+∫
8
dx .
( cos2x )
2
x sen 4x
∫ 4
dx =+
8
+c .
32
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Unidade: Métodos de Integração II
( cos2x=
) .cos x dx ( cos2x ) dx + ( cos2x )
2
∫ ∫ ∫ dx ,
2
2 4 4
2 8 8 32
2 2
x 1 sen2x x sen 4x
∫sen x .cos
2 2
x dx =+ sen ( 2x ) − + + +c ,
4 8 8 8 32
x 1 1 x sen 4x
∫sen x .cos
2 2
x dx = + sen ( 2x ) − sen ( 2x ) − − +c .
4 8 8 8 32
x sen 4x
∫sen x .cos x dx =− +c .
2 2
8 32
Para verificar se realizamos a integração de maneira correta, basta derivar a função obtida
e verificar se obtemos a função que estávamos integrando.
Vamos derivar para verificar, para isso utilizaremos a regra da cadeia:
x sen 4x
F (x ) =− +c ,
8 32
1 4cos4x 1 cos4x .
F '( x ) =
− = −
8 32 8 8
18
e substituindo 2x por 4x, temos:
1 cos 4x ,
F '( x )= −
8 8
1 1 − 2sen ( 2x ) ,
2
F '( x )= −
8 8
( )
1 1 − 2 sen ( 2x ) ,
2
F '( x )= −
8 8
1 1 − 2( 2sen x .cos x ) ,
2
F '( x )= −
8 8
1 1 8 ( sen x .cos x ) ,
2
F '( x ) = − +
8 8 8
F’(x)=sen2.cos2 x.
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Unidade: Métodos de Integração II
Material Complementar
Para pesquisar e aprofundar seus estudos sobre Integral, consulte o site e as referências
a seguir.
Livros:
• ANTON, H. Cálculo, Um Novo Horizonte. v. 1. Porto Alegre: Bookman, 2000.
• STEWART, J. Cálculo. v. 1. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2009.
• THOMAS, G. Cálculo. v. 1. São Paulo: Addison Wesley, 2003.
Sites:
• http://www.somatematica.com.br/superior.php
• http://omatematico.com/Novo/NIVELSUPERIOR/integraltodos/integraltodos.html
• https://pt.khanacademy.org/math/integral-calculus/integration-techniques/
integration-using-trig-identities/v/using-trig-identity-to-use-u-substitution
20
Referências
Referências Básicas:
ANTON, H. Cálculo, um novo horizonte. Porto Alegre, RS: Bookman, 2002.
STEWART, J. Cálculo, volume I. 4a ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning. 2001.
LARSON, R.; HOSTETLER, R.P.; EDWARDS, B.H. Cálculo, volume 1. São Paulo:
McGraw-Hill, 2006.
Referências Complementares:
FLEMMING, D.M.; GONÇALVES, M.B. Cálculo A: Funções, limite, derivada, integração.
5a. Ed. São Paulo: Makron Books do Brasil, 2004.
GUIDORIZZI, H.L. Um curso de cálculo. Rio de Janeiro: LTC, 2001-2002.
SIMMONS, G.F. Cálculo com Geometria Analítica. 2a. Ed. São Paulo: Makron Books do
Brasil, 1995.
SWOKOWSKI, E.W. Cálculo com Geometria Analítica. 2a. São Paulo: Makron Books do
Brasil, 1995.
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Unidade: Métodos de Integração II
Anotações
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