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Denilson Lucas Grassi

Livro escolhido: História Ensino Médio 2° Edição – Secretaria do Estado da


Educação.

Fonte: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/livro_didatico/historia.pdf

O material didático apresenta a tese de uma economia medieval do século IX-XII


como, de principal e comum característica, estável e agrícola, tendo como base os
princípios do monopólio controlado pela Igreja Católica, a descrição do trabalho dos
servos e do papel da nobreza em manter o controle militar do feudo. O livro remete o
desenvolvimento agrícola, ausentando a produção manufatureira e mercantil que
predominava naquele período um aumento significativo das relações comerciais,
internacionais e de caráter lucrativo. A inexistência dos movimentos paralelos
econômicos durante esse período, como Silva cita George Duby no livro Sociedade
feudal: guerreiros, sacerdotes e trabalhadores das aldeias e dos burgos em
comercializar artigos baratos e cotidianos, ainda com a internacionalização de
produtos luxuosos e lucrativos. Dessa forma, além das ligações marítimas como rotas
de lucro que conectavam toda a Europa, a rota mediterrânea que ligava a Itália com
portos na África do Norte, apontado como comerciantes de marfim, ouro em pó e
outros artigos que se diferenciam da produção agrícola, a maioria dos produtos não
eram de comercio local, como citado o condado de Champagne como um dos maiores
eixos comerciais internacionais que ligava os nórdicos e os mediterrâneos, estava o
setor manufatureiro nas feiras de Flandres e na Itália, feiras essas consideradas os
maiores centros comerciais manufatureiros da Europa no século XI.

De maneira mais direta, a crítica da economia natural de consumo direto que está
empreitada nos discursos historiográficos tradicionalistas, que insistem em tratar a
transformação da economia natural pela presença do comércio, como se já não
houvesse esse hábito rentável ou como dogmas cristãos que não estava preocupada
com o enriquecimento e da improbabilidade do pensamento da expansão industrial ou
comercial. É exatamente esse ponto que o livro didático peca em apresentar a
economia medieval, que aparelha todo um período, destacado no livro como de IX-XII
como essencialmente estagnada, estacionada nos feudos e naturalmente agrícola de
consumo restrito, despreocupada em citar as relações complexas comerciais das rotas
marítimas, em gerar fontes de rendas diferentes da produção obtida nos feudos, às
questões demográficas, das feiras manufatureiras e dos “sub” sistemas econômicos
precedentes da agricultura, as questões de inovações industriais das ferramentas e
desenvolvimento das técnicas, fato este que irá gerar maior complexidade dos
negócios fluviais, irá sofisticar as rotas de negociações entre outros continentes.

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