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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

DOCENTE: Vívian Marcello

MATERIAL PARA ACOMPANHAMENTO DAS AULAS

Aula 5 e 6: CRÍTICA ANTROPOLÓGICA AOS DETERMINISMOS


BIOLÓGICO E GEOGRÁFICO.
ETNOCENTRISMO E RELATIVISMO CULTURAL – LEITURA DO LIVRO DA
CHIMAMANDA: “O PERIGO DE UMA HISTÓRIA ÚNICA”.

No século XIX as teorias sobre outros povos, no campo da antropologia foram racistas
etnocêntricas e estiveram à serviço de um processo de dominação e opressão de alguns
povos.

Contexto Histórico:

1850-1950= Segunda revolução industrial- A industrialização que havia se iniciado na


Inglaterra no século XVIII, começou a expandir-se para outras regiões. Países
capitalistas se destacam na corrida por mais mercados, matéria prima, mão de obra
barata e mercado consumidor.

Países que participaram: EUA, JAPÃO, INGLATERRA, FRANÇA,


ALEMANHA, ITALIA E BÉLGICA e HOLANDA.

Consequências: representou maior conforto para o ser humano, bem como a


dependência dos países que não realizaram a revolução científica e tecnológica ou
industrial.

Novas descobertas:

novos processos de fabricação do aço, permitindo sua utilização na construção


de pontes, máquinas, edifícios, trilhos, ferramentas etc;

 desenvolvimento técnico de produção da energia elétrica;

 invenção da lâmpada incandescente;


 surgimento e avanço dos meios de transporte (ampliação das ferrovias seguida
das invenções do automóvel e do avião;

 invenção dos meios de comunicação (telégrafo, telefone, televisão e cinema);

 avanço da química, com a descoberta de novas substâncias; a descoberta do


múltiplo aproveitamento do petróleo e seus derivados como fonte de energia e
lubrificantes; o surgimento dos plásticos; desenvolvimento de armamentos
como o canhão e a metralhadora; a descoberta do poder explosivo da
nitroglicerina etc;

 na medicina surgiram os antibióticos, as vacinas, novos conhecimentos sobre as


doenças e novas técnicas de cirurgia.

Neocolonialismo no Mundo

Processo de colonização e ocupação da África, Ásia e Oceania por grandes


potências europeias, que se iniciou na segunda metade do século XIX e continuou
até meados do século XX.

O resultado da disputa entre as potências europeias, juntamente com os EUA e o


Japão para explorar territórios do continente africano, asiático e da Oceania.
Principalmente em busca de matérias-primas e novos mercados para os bens produzidos
pela indústria. Nesse processo, houve uma ocupação com moldes imperiais (daí o
termo “imperialismo”) sobre os territórios ocupados, a exploração de recursos
naturais e mão de obra, bem como o desmantelamento de culturas e tradições
locais, e a influência sobre a organização dos povos dominados.

Conferência de Berlim- 1884 e 1885

Reunião de países europeus com o objetivo de explorar e dividir a África e a Ásia


em áreas de interesses. Sem respeitar traços culturais, étnicos e religiosos dos
locais.

DARWINISMO SOCIAL

Filósofo inglês Herbert Spencer (1820-1903)


Teoria social criada a partir de uma interpretação eurocêntrica da obra da Charles
Drawin sobre a evolução das espécies e a teoria da seleção natural, onde os mais fortes
sobrevivem.

O darwinismo social acreditava na premissa da existência de sociedades


superiores às outras. Nessa condição, as que se sobressaem física e intelectualmente
devem e acabam por se tornar as governantes. Por outro lado, as outras - menos aptas -
deixariam de existir porque não eram capazes de acompanhar a linha evolutiva da
sociedade. Assim, elas entrariam em extinção acompanhando o princípio de seleção
natural da Teoria da Evolução.

Em virtude de ser uma teoria que considera a sociedade em raça


superior e raça inferior - a chamada superioridade racial, o
darwinismo social - que tem também como base ideais nacionalistas -
consiste em um pensamento preconceituoso e racista. Deste modo,
acreditava que se os europeus eram tão bons dominadores esse fato
decorria de a sua raça ser superior às demais.

CONCEITOS DO DARVINISMO SOCIAL:

DETERMINISMO BIOLÓGICO

Cientistas europeus tentam defender que a biologia determina em primeiro lugar a


espécie humana, negando os outros fatores como o social, cultural, econômico e
político. Desenvolviam pesquisas de diferenças genéticas e traços inatos que poderiam
DETERMINAR as diferenças entre os povos. O Determinismo Biológico buscava
definir, portanto, padrões raciais.

DETERMINISMO GEOGRÁFICO

Defendia a tese de que as diferenças do ambiente físico determinavam as diferenças


culturais. Um dos principais teóricos desta teoria foi Friedrich Ratzel (1844-1904).

Para ele, os seres humanos, raças e etnias mais aptos venceriam e dominariam os povos
considerados inferiores. Contribuiu, também, para a dominação dos povos europeus.
OBS: A ANTROPOLOGIA E SOCIOLOGIA DA ATUALIDADE
PREOCUPADA COM A DEMOCRACIA E LIBERDADE, REFUTAM ESSAS
IDEAIS PROPOSTAS NO PASSADO PARA DOMINAR OUTROS POVOS.

SOBRE O DETERMINISMO BIOLOGICO:

1. Os fatores biológicos/diferenças genéticas não não são a causa de diferenças entre


povos ou grupos étnicos e sim a história cultural. Ex: Uma criança japonesa, se
criada entre índios se comportará como o grupo onde foi inserida.

2. Também refutaram a tese de que traços psicológicos de grupos humanos definem


temperamento e capacidade intelectual. Muito pelo contrário, as pesquisas
demonstraram que em todos os povos as aptidões mentais são as mesmas.

3. Nem mesmo as diferenças anatômicas e fisiológicas de gênero são determinantes e


justificam a superiodade de uns sobre os outros.

Por exemplo, a divisão sexual do trabalho, nas sociedades, é determinada pela cultura
e não por características biológicas. O comportamento dos indivíduos depende de um
aprendizado, de um processo que chamamos de endoculturação. Um menino e uma
menina agem diferentemente não em função dos seus hormônios, mas em
decorrência de uma educação diferenciada. (LARAYA, pag. 20)

SOBRE O DETERMINISMO GEOGRÁFICO:

Existe uma diversidade cultural localizada no mesmo tipo de ambiente geográfico,


umas com práticas culturais mais complexas do que outras.

Neste sentido, as diferenças entre os homens não podem ser explicadas através de
fatores biológicos e posições geográficas mas, sim, pelas suas construções culturais e
sociais. Falar da história da antropologia, é especular o modo pelo qual os homens
percebem as diferenças tem sido exatamente a diferença e o modo como ela é
enquadrada num sistema de valores (ou numa ideologia dominante) o fator
primordial na justificativa e legitimação da exploração, da conquista, e da destruição
de uma sociedade pela outra. o uso das diferenças como uma espécie de escudo
ideológico para justificar a ocupação territorial ou a aniquilação de um grupo pelo
outro muitas vezes revestida de uma capa de respeitabilidade científica.

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