Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Licenciatura em Sociologia
4º Ano-Laboral
2020
António Filipe Mahumane
Licenciatura em Sociologia
4º Ano-Laboral
2020
1. Tema
1. Titulo
O presente projecto tem como titulo: A prática do Lobolo no Bairro da Liberdade, na Província
de Maputo (2016-2018)
Constitui como motivação da escolha do tema a pratica do lobolo, o facto de assistir muitas
vezes no bairro da Liberdade, fenómenos que dois indivíduos, um homem e uma mulher, para
poderem se unir e formarem uma família são socialmente obrigados a realizar, por parte do
homem, a cerimónia do lobolo para que não sejam rejeitados pela estrutura social e que o lobolo
constitui a explicação mais forte para o sistema de parentesco.
3. Justificativa
3.1. Académica
3.2. Social
No que se refere a contribuição prática, acreditamos que o estudo será útil, pois vai ajudar a
compreender o valor simbólico atribuído ao lobolo, na medida em que traremos de forma
sistemática as contribuições de todos atores envolvido no processo o que poderá auxiliar a
compreender melhor essa categoria social e desta forma vai ajudar a evitar a pratica do incesto
no seio das famílias, casar em grupos de pertença diferente.
4. Problema e evidências
5. Hipótese
6. Objectivos
6.1. Geral
Compreender as representações sociais da prática do lobolo para a comunidade do
quarteirão 13, no bairro da Liberdade
6.2. Especifico
Enfatizar o papel e as lógicas sociais da prática do lobolo para a Comunidade do
quarteirão 13, no Bairro da Liberdade
Ilustrar o valor simbólico da Cerimonia do Lobolo para a Comunidade do quarteirão 13,
no Bairro da Liberdade
Descrever a cerimónia do lobolo praticada na Comunidade do quarteirão 13, no bairro da
Liberdade
Mencionar os factores que influenciam a pratica da cerimonia do lobolo na Comunidade
do quarteirão 13, no Bairro da Liberdade
Ilustrar o processo de evolução da prática do Lobolo, na Comunidade do quarteirão 13,
no Bairro da Liberdade.
7. Revisão Bibliográfica
Henri Junod, no seu trabalho etnográfico intitulado: Uso e costumes dos Bantu em 1996. Estava
mais preocupado em descrever e explicar as etapas e os procedimentos que acompanham a
cerimónia de lobolo. Nessa ordem de ideias destacou seis momentos, nomeadamente: Os
preparativos, o assalto a aldeia, o pagamento do lobolo, cortejo nupcial, o acto religioso e o cinto
simbólico, respectivamente. No primeiro momento apresenta aquilo que são as tarefas ou deveres
das partes, onde refere que a preparação das bebidas era da responsabilidade da família da noiva,
o noivo tem a responsabilidade de levar uma cabra, cabendo a sua família a função de verificar e
conferir as enxadas e libras esterlinas exigidas para o loblolo. O segundo momento corresponde
ao assalto a aldeia, marcado por injúrias e conflitos entre os dois grupos aliados que culmina em
festa. O terceiro momento prende-se com o pagamento do lobolo que ocorre na aldeia da noiva,
feito com recurso a enxadas que eram depois conferidas por vários membros da família da noiva,
de modo a devolverem caso a mulher fosse devolvida por alguma razão, ou para a aquisição de
mulheres, igualmente, por via do lobolo. O quarto momento corresponde ao cortejo nupcial,
onde ocorre o sacrifício da cabra e na sequência as irmãs do noivo e outras mulheres vão a
procura da noiva nas aldeias vizinhas e a trazem ao palco da cerimónia e depois se retiram
daquele local. A família do homem fica de um lado e a da mulher do outro, trocando-se injúrias
mutuamente, cantando e dançando, como parte integrante da cerimónia. Para este investigador o
lobolo não associa apenas dois aliados mas todo um sistema, o que revela que as alianças não são
apenas uma questão matrimonial, mas também são uma questão de reprodução social. O lobolo
funciona como uma instituição reguladora de conflitos entre grupos aliados, por este facto é
acompanhada de discussões, injurias e combate (JUNOD, 1996: 200)
Análise crítica
Estudo acima supracitado de Henri Junod, intitulado uso e costume acabou trazendo uma outra
dinâmica para o estudo do lobolo. Aqui encontramos associada ao lobolo a componente família
nas suas várias dimensões e a mulher deixa de ser um objecto passivo, passando a ter acção nas
várias etapas do seu lobolo. Porem, vamo-nos distanciar um pouco da linha do pensamento do
Junod, uma vez que a nossa intenção é Compreender as representações sociais do significado da
prática do lobolo para a Comunidade do quarteirão 13, no bairro da Liberdade. Pois não é
suficiente descrever o Lobolo, mas é necessário que se encontre as lógicas sociais da prática do
Lobolo procurando o que representa cada momento da cerimónia do lobolo
8. Referencial teórico
Etnometodologia
A etnometodologia é a pesquisa empírica dos métodos que os indivíduos utilizam para dar
sentido e ao mesmo tempo realizar as suas ações de todos os dias: comunicar-se, tomar decisões,
relaciona. A etnometodologia será, portanto, o estudo dessas atividades cotidianas, quer seja
triviais ou eruditas, considerando que a própria sociologia deve ser considerada como uma
actividade prática. A etnometodologia analisa as crenças e os comportamentos de senso comum
como os constituintes necessários de todo o comportamento socialmente organizado. A
etnometodologia esta assente em conceitos como: Indicialidade, Praticas e realizações,
reflexidade, relatividade e a noção de membro (GARFINKEL, 1967: 29).
Importa também referir que, a cerimónia de lobolo é dirigida em língua local (xi changana) que é
por sinal a língua mais comum ou fluente durante o ritual, isto deve-se ao facto de o xi changana
ser a linguagem do contexto social, o que em etnometodologia equivale à indicialidade, segundo
a qual, a vida social se constitui através da linguagem da vida de todos os dias, sendo que as
expressões indiciais, neste caso xi changana, tiram o seu sentido do próprio contexto social
(Garfinkel, 1967: 74). Ademais, falar xi changana implica domínio da linguagem institucional
comum, que é por sinal um elemento fundamental para que os indivíduos se sintam ou sejam
considerados membros da comunidade, pois, a noção de membro não se refere a pertença social,
mas ao domínio da linguagem natural, atendendo e considerando o contexto social (Garfinkel,
1967: 75). Salientar que para se realizar a cerimónia de lobolo na província de Maputo, em
particular no bairro da liberdade compreende duas etapas fundamentais, que são: vestir a família
da noiva e a comunicação dos antepassados, kuphahla, sem as quais o sucesso do lobolo fica
comprometido. Contudo, estas etapas por si sós não garantem o sucesso do lobolo, pois, é
necessário sobretudo que as famílias, da noiva e do noivo, interajam fortemente uns com os
outros.
8.1. Enquadramento conceptual
8.1.1. Representação social
Em síntese, as representações sociais seriam sistemas de valores, ideias e práticas com uma dupla
função: o estabelecimento de uma ordem que capacita os indivíduos de se orientarem e
dominarem o seu mundo social e a facilitação da comunicação entre membros de uma
comunidade por providenciar aos mesmos um código para nomearem e classificarem os vários
aspectos de seu mundo e suas histórias grupais.
Dos conceitos acima definidos a que nos será útil neste trabalho será o conceito de representação
social segundo Moscovici (1984: 481) Pois através deste conceito de representação social
podemos compreender como é construída a realidade comum a um grupo social.
9. Metodologia
9.1. Espaço da pesquisa
A recolha de dados no local acima referido será realizada durante o segundo semestre de 2020.
No que diz respeito a abordagem, a pesquisa é do tipo hipotético-dedutiva, uma vez que ela parte
de um problema definido pelo pesquisador e que é solucionado através de hipóteses de
investigação. Tais hipóteses são sujeitas à verificação através da pesquisa empírica. Neste caso, a
nossa pesquisa definiu um problema que consiste em compreender as representações sócias do
da prática do lobolo para a Comunidade do quarteirão 13, no bairro da Liberdade e o mesmo é
respondido através de uma hipótese anteriormente levantada e que será sujeita à verificação
através da pesquisa empírica.
O trabalho estará organizado por três capítulos: no primeiro Capitulo é apresentada uma
contextualização do espaço da pesquisa, neste caso, do bairro da Liberdade.
No segundo capitulo, teremos apresentação e análise dos dados recolhidos através da entrevista e
observação directa procurando os argumentos que são usados para explicar a razão da prática do
lobolo.
No terceiro e último capitulo, queremos analisar e compreender o que representa o lobolo para
os jovens e adultos da Comunidade do quarteirão 13, no bairro da Liberdade. Quais são as
implicações de se fazer ou não esta cerimónia e, ao mesmo tempo, pretendemos perceber como é
que estes jovens tem si comportado perante os factos e quais são os desafios que lhes são
impostos a nível social. Ainda dentro neste capítulo, confrontamos os dados avançados no
projecto com a realidade estudada visando trazer um produto final melhor elaborado. E por fim,
apresentaremos as conclusões que chegamos.
10. Cronograma de actividades
Moçambique, 1996
Promédia, 2000
Guião de observação
Observar:
4° Ano-Laboral
Guião de entrevista
Questionário:
I. Perfil Socio-demográfico
1.Nome
__________________
2.Sexo
__________________
3.Naturalidade
__________________
4.Idade
__________________
5.Estado civil
__________________
6.Nível académico
___________________
7. O que é lobolo?
12. Quais são os objectos de troca que a família da noiva exige no lobolo?
13. O que acontece aos que vão ao Lar sem terem feito o Lobolo?
15. Fez lobolo como condição para sair da casa dos seus pais e se juntar maritalmente? Se não
porque?