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Arão José

Atija Alice Hassane


Berta Paulo Domingos Estevão
Cachimonia Bernardo Elapo
Carmona Herminio Joao
Saquina Gertrudes Munguambe

Tema: Natureza, Meio Ambiente e Sociologia Ambiental

(licenciatura em História)

Universidade Rovuma
Nampula
2023
Arão José
Atija Alice Assane
Berta Paulo Domingos Estevão
Cachimonia Bernardo Elapo
Carmona Herminio Joao
Saquina Gertrudes Munguambe

Tema: Natureza, Meio Ambiente e Sociologia Ambiental


(licenciatura em História)

Trabalho de carácter avaliativo no âmbito da


cadeira de educação para cidadania e meio
ambiente no curso de licenciatura em historia1º
ano,2semestre a ser apresentado na faculdade de
letras e ciências socias, delegação de Nampula,
lecionado por: Prof. Dr.: Ricardo Acácio Xavier

Universidade Rovuma
Nampula
2023
Índice
1.
Natureza....................................................................................................................................5

1.2 Conceito de Natureza...........................................................................................................5

1.3 A Dialética da Natureza........................................................................................................7

2. Meio Ambiente.......................................................................................................................8

2.2 A Relação do Homem com o Meio ambiente.....................................................................10

3. Sociologia Ambiental...........................................................................................................13

3.2Origem.................................................................................................................................13

3.3 As correntes teóricas da Sociologia Ambiental..................................................................14

3.3 Materialismo Durkheimiano..............................................................................................14

Materialismo marxista..............................................................................................................15

3.4 Pós-materialismo................................................................................................................16

3.5 Construtivista.....................................................................................................................17

3.6 “Sociedade de Risco”.........................................................................................................18

3.7 Modernização ecológica.....................................................................................................18

Conclusão.................................................................................................................................19

Bibliografia..............................................................................................................................20
4

Introdução

No presente trabalho da disciplina de Educação para Cidadania e meio ambiente cujo tema é
Natureza, meio ambiente e sociologia ambiental, Este trabalho é um estudo teórico sobre
percepção ambiental manifestada através das diversas culturas dos sujeitos. Busca-se, no
desenvolver do trabalho, analisar como o meio ambiente pode ser entendido pelos humanos e
suas relações com a natureza local. Para isto, foi utilizado um estudo bibliográfico sobre meio
ambiente, percepção e cultura, dessa forma, as reflexões, fundamentações teóricas, as análises
a respeito das relações decorrentes entre o homem e o meio ambiente foram respaldadas e
descritas de forma que possamos visualizar e compreender melhor essas inter-relações Parte-
se do pressuposto de Chauí (2002), de que a percepção é uma comunicação, uma
interpretação e uma valoração, a partir da estrutura de relações entre nosso corpo e o mundo.

Neste presente trabalho, pretende-se fomentar e colaborar com a discussão sobre o processo
de institucionalização da Sociologia Ambiental como uma área específica dentro dos debates
da Sociologia contemporânea. Sabe-se que a própria temática ambiental é um tema recente;
surgiu nos anos 1960, junto com movimentos de contracultura, das organizações do terceiro
setor, da crítica ao modelo de desenvolvimento predatório vigente e ao crescente
armamentismo (FERREIRA, 2006).

Objectivo geral

 Abordar sobre Natureza, meio ambiente e sociologia ambiental.

Objectivos específicos:
 Conceituar a natureza;
 Descrever a natureza e relacionar com o meio ambiente;
 Conceituar o meio ambiente;
 Relacionar o Homem e o meio ambiente;
 Descrever correntes teológicas da sociologia ambiental.
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1. Natureza
O termo Natureza adquiriu, ao longo de séculos, muitas facetas e tem sido discutido desde a
Antiguidade, passando pelo surgimento da ciência moderna aos dias de hoje. De facto, como
afirma Castree (2005), ele pode ser considerado um termo colateral, ou seja, cujo significado
é, em parte, compartilhado com outros significantes.

O termo é comumente usado por cientistas, que nem sempre se preocupam em debater o seu
significado, e é um dos polos da dicotomia Natureza e Sociedade, aqui em tela. Apesar deste
tema já ter sido bastante discutido nos idos dos anos 2000, como em Freitas (2014.

É preciso lembrar também que não se pode dissociar o natural do social, pois outros temas,
além da destruição da natureza, como o tratamento cruel de animais domésticos, a exploração
desumana de trabalhadores e crianças e as restrições por parte dos consumidores aos
organismos geneticamente modificados, que até há poucos anos, não eram sequer cogitados
pelas legislações específicas, nem mesmo os monitorados por entidades internacionais,
passaram, recentemente, a serem considerados parte da crise ambiental.

1.2Conceito de Natureza
Para Morin (1988), “...A natureza não é desordem, passividade, meio amorfo: é uma
totalidade complexa”; e “...o homem não é uma entidade isolada em relação a essa
totalidade complexa: é um sistema aberto, com relação de autonomia/dependência
organizadora no seio de um ecossistema”.

Para Lenoble (2002), por exemplo, a natureza que o homem conhece é sempre pensada, não
sendo necessariamente um objeto real, mas sim uma criação humana e, portanto, uma
abstração. Nessa acepção, o conceito de natureza pode variar conforme os grupos sociais de
diferentes lugares e épocas, ou seja, passa a ser elaborado a partir das relações sociais
construídas espaço-temporalmente.

Gonçalves (2005) também defende essa perspectiva de que toda sociedade cria, elabora e
institui uma determinada ideia do que seja a natureza. Para ele, a natureza se caracteriza por
ser historicamente construída na medida em que as relações socioculturais se desenvolvem e,
portanto, seu significado não é natural.

Outro exemplo que segue esse mesmo pensamento é o trabalho de Collingwood (1978), que
discute as diferentes concepções de natureza por meio de uma abordagem histórica. Segundo
o autor, a história do pensamento europeu, por exemplo, caracterizou-se por três períodos de
6

acordo com a ideia de natureza predominante: uma visão grega, uma concepção renascentista
e uma visão Moderna.

Na primeira, a natureza é entendida como uma força que ordena o mundo, dotada de alma e
mente própria, isto é, possuidora de uma vitalidade e de uma racionalidade. Assim, o
denominado espírito estudado por Sócrates, Platão e Aristóteles, pré-existiria na natureza.
Esta visão possuía como analogia o próprio ser humano, permitindo com que características
intrinsecamente humanas fossem transpostas para a natureza.

O que queremos evidenciar é que independentemente da concepção de natureza adoptada,


todas essas visões apresentadas (Collingwood, 1978; Lenoble, 2002; Gonçalves, 2005), bem
como outras trabalhadas por Merleau-Ponty (2000), Carvalho (2008), Thomas (2010), e
aqueles presentes no que Vargas (2005) denomina de geografia construtivista, partem do
princípio de que a natureza é uma abstração e o que se pensa sobre ela é influenciado pelo
contexto sócio histórico. Daí os diferentes significados existentes.

No entanto, Whitehead (1993) apresenta que a natureza além de ser


interpretação/representação é também realidade. Este filósofo britânico discorre a respeito da
existência de dois significados para essa terminologia: no primeiro, a natureza pode referir-se
a um complexo de entidades existentes que são percebidas por meio da apreensão sensível e
que são passíveis de expressão no pensamento. No segundo, pode ser entendida como algo
meramente abstrato fruto do pensamento; assim, o conceito de natureza seria aplicado àquilo
a que estamos cônscios através da percepção.

No contexto geral baseando-se nos autores citados acima e fazendo uma síntese a natureza é
o conjunto de todos os seres vivos, elementos físicos e fenômenos naturais presentes no
mundo, incluindo os ecossistemas, o clima, as paisagens e a biodiversidade. Ela desempenha
um papel fundamental na sustentação da vida e oferece recursos essenciais para a
sobrevivência humana. É importante preservar e cuidar da natureza para garantir um
equilíbrio ambiental e um futuro sustentável.

A natureza é um conceito amplo que abrange todos os elementos e seres vivos presentes no
mundo, excluindo as criações humanas. Ela inclui desde os ecossistemas mais selvagens e
intocados até as áreas urbanas onde a intervenção humana é mais evidente.

A importância da natureza é indiscutível. Ela nos fornece recursos essenciais para a


sobrevivência, como ar puro, água potável e alimentos. Além disso, os ecossistemas naturais
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desempenham um papel fundamental na regulação do clima, na purificação do ar e da água,


na polinização das plantas e na manutenção da biodiversidade.

No entanto, a natureza está enfrentando sérios desafios devido à atividade humana. A


urbanização desenfreada, a exploração intensiva dos recursos naturais, a poluição e as
mudanças climáticas são apenas alguns dos problemas que afetam os ecossistemas naturais
em todo o mundo.

Preservar e proteger a natureza tornou-se uma necessidade urgente. A conservação dos


ecossistemas naturais não apenas garante a sobrevivência de inúmeras espécies animais e
vegetais, mas também contribui para o bem-estar humano. Áreas naturais protegidas, como
parques nacionais e reservas naturais, desempenham um papel fundamental nesse sentido.

Além disso, é importante adotar práticas sustentáveis em nossas atividades cotidianas. Isso
inclui reduzir o consumo excessivo, reciclar, utilizar energias renováveis e apoiar iniciativas
de conservação da natureza.

A conexão com a natureza também é benéfica para nossa saúde e bem-estar. Estudos mostram
que passar tempo ao ar livre, em contato com a natureza, pode reduzir o estresse, melhorar o
humor e aumentar a criatividade.

Portanto, é essencial reconhecer o valor da natureza e agir de forma responsável para protegê-
la. A conscientização sobre os problemas ambientais, a educação ambiental e a participação
em iniciativas de conservação são passos importantes para garantir um futuro sustentável para
nós e para as gerações futuras.

1.3 A Dialética da Natureza


A utilização da dialética não é recente, pois é empregue desde Sócrates e Platão,
principalmente nas suas argumentações e nas tentativas intelectuais para entender o mundo
(RUSSELL, 2001). Antes mesmo de Sócrates a dialética já era utilizada, ou melhor, sempre a
dialética na sua formulação mais simples (tese + antítese = síntese; síntese=nova tese, logo
tese+antítese = síntese...) sempre foi utilizada. Todavia, em Hegel é que há um destaque
fascinante por esse método, pois o mesmo passa da informalidade filosófica (até mesmo
especulativa) para uma sistematização motivada e movida por um corpo teórico, assim a
dialética inicia sua aplicabilidade prática no cotidiano moderno por meio das obras filosóficas
de Hegel.
8

A partir dessas considerações iniciais pode-se inferir que a natureza, entendida como mundo
natural, pode diferir conceitualmente de ambiente e meio ambiente.

Meio Ambiente
Assim é que, para alguns autores como Art (1998), dentro de uma visão mais estática,
natureza é “termo genérico que designa organismos e o ambiente onde eles vivem: o mundo
natural”

Por ambiente entende-se o “... Conjunto de condições que envolvem e sustentam os seres
vivos na biosfera, como um todo ou em parte desta, abrangendo elementos do clima, solo,
água e de organismos”, e por meio ambiente a “soma total das condições externas
circundantes no interior das quais um organismo, uma condição, uma comunidade ou um
objeto existe. O meio ambiente não é um termo exclusivo; os organismos podem ser parte do
ambiente de outro organismo” (ART, 1998).

Para Galopin (apud SANTOS, 1996), o conceito de ambiente é compreendido como


“...resultado de uma divisão do mundo em objetos e nas condições que possibilitam sua
existência, ou seja, seu ambiente.” Nesse sentido, o ambiente “...é um construto intelectual,
não necessariamente uma propriedade básica da natureza; um construto, além disso,
destacando mais as diferenças do que a unidade e realidade básica relacional da natureza.”

Gliessman (2000) considera que "o ambiente de um organismo pode ser definido como a
soma de todas as forças e fatores externo, tanto bióticos quanto abióticos, que afetam seu
crescimento, sua estrutura e reprodução (...) o ambiente no qual o organismo ocorre precisa
ser compreendido como um conjunto dinâmico, em constante mudança, de todos os fatores
ambientais em interação ou seja, como um complexo ambiental".

Há, entretanto, outros autores que consideram que a natureza não se resume ao físico, pois ela
é antes de tudo um produto, um resultado da visão que o homem tem dela no tempo e no
espaço (LENOBLE, 1969) e que o meio ambiente não tem apenas um sentido estático, por
ser constituído por relações dinâmicas entre seus elementos componentes, tanto vivos como
não vivos. Dentro dessa linha de raciocínio, para Primavesi (1997), meio ambiente não é
apenas o espaço em que se vive, "mas o espaço do qual vivemos". Para Tostes (1994), “meio
ambiente é toda relação, é multiplicidade de relações. É relação entre coisas, como a que se
verifica nas reações químicas e físico-químicas dos elementos presentes na Terra e entre esses
elementos e as espécies vegetais e animais; é a relação de relação, como a que se dá nas
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manifestações do mundo inanimado com a do mundo animado (...) ...é especialmente, a


relação entre os homens e os elementos naturais (o ar, a água, o solo, a flora e a fauna); entre
homens e as relações que se dão entre as coisas; entre os homens e as relações de relações,
pois é essa multiplicidade de relações que permite, abriga e rege a vida, em todas as suas
formas. Os seres e as coisas, isoladas, não formariam meio ambiente, porque não se
relacionariam”.

Refletindo sobre as posturas adotadas por esses autores é possível diferenciar o significado
dos termos meio ambiente de apenas ambiente. O conjunto dessas posturas assemelham-se e,
de certa forma, complementam a visão de Meyer-Abich (1993), quando se refere ao que
denomina "mundo conatural", ou seja, "cada espécie depende de determinado número de
elementos específicos da natureza, que no seu conjunto são indispensáveis à sobrevivência de
cada uma". Essa visão reconhece claramente o direito de preservação do meio ambiente
específico de cada espécie. E além disso não cai no antropocentrismo6 característico da
maioria das políticas ambientais contemporâneas, que somente preocupam-se com os
elementos do ambiente necessários à sobrevivência da espécie humana, ou seja, ao seu meio
ambiente. Entretanto, mesmo no contexto do antropocentrismo, Ehrenfeld (1993) relata
situações acerca de como o conceito de meio ambiente depende profundamente do
conhecimento e de cultura locais.

Voltando à natureza, se se admite que ela exista independente da existência e/ou


conhecimento da espécie humana, então ela engloba não só o que o homem não conhece, mas
também o que conhece, pode perceber/conhecer, inclusive quanto a sua própria espécie e as
inter-relações dinâmicas que nela ocorrem. Evidentemente, os elementos da natureza que são
importantes para a sobrevivência humana (o meio ambiente humano) diferem daqueles
necessários à sobrevivência das demais espécies vegetais e animais que tem cada uma seu
meio ambiente.

A fim de melhor explicitar essa passagem do conceito de natureza para os de ambiente e meio
ambiente, elaborou-se a figura abaixo, indicando que a natureza 100% natural só pode ser
pensada como um ideal, uma vez que o homem está sempre a modificando para sobreviver.

Natureza Meio Ambiente


(conjunto de meios ambientes das diversas espécies conhecidas pelo homem)

(100% natural) (modificado)


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Consolidando o conceito, poder-se-ia dizer que ambiente seria, portanto, a natureza


conhecida pelo sistema social humano (composto pelo meio ambiente humano e o meio
ambiente das demais espécies conhecidas).

É importante destacar que a aceitação dessa visão de ambiente e das possíveis ações sobre o
mesmo poderá evitar a adoção de uma postura muito comum, mas equivocada de considerar
como nele incluídos apenas os elementos do meio ambiente que interessam diretamente ao
homem. O correto seria, portanto, que ao se tratar de ambiente, se incluam além do humano,
também os meios ambientes de todas as demais espécies conhecidas pelo homem.

Natureza Entidade real factível de ser percebida.


Trata-se de uma realidade oferecida ao
conhecimento e passível de pensamento,
mas que dele independe. Constituída por
elementos que podem não estar diretamente
e imediatamente em reação com um
organismo.
Diz respeito aos elementos que envolvem ou
Meio Ambiente cercam uma espécie ou indivíduo em
particular, que são relevantes para o mesmo
e que entram em interação efetiva. É
caracterizado por ser um espaço definido
pelas atividades do próprio ser; determinado
em função de peculiaridades
morfofisiológicas e ontogenéticas, sendo
uma propriedade inerente aos seres vivos.
Refere-se, portanto, aos fenômenos que
entram efetivamente em relação com um
organismo particular, que são imediatos,
operacionalmente diretos e significativos.
Sinônimos: mundo externo, mundo
relevante, ambiente operacional, ambiente
percebido, umwelt, mundo circundante,
mundo associado, ambiente comportamental
e campo de relações

A natureza e o ambiente seriam, portanto, duas faces de uma mesma moeda, sendo que o
segundo teria uma conotação mais prática ou de utilidade, não só para o homem, mas também
para qualquer espécie favorável, por exemplo, às minhocas, composto por elementos da
natureza que lhes são indispensáveis para sua sobrevivência e reprodução.
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2.2 A Relação do Homem com o Meio ambiente


No princípio da humanidade, havia uma unicidade orgânica entre o homem e a natureza, onde
o ritmo de trabalho e da vida dos homens associava-se ao ritmo da natureza. No contexto do
modo de produção capitalista, este vínculo é rompido, pois a natureza, antes um meio de
subsistência do homem, passa a integrar o conjunto dos meios de produção do qual o capital
se beneficia.

As interações do homem-natureza foram, até hoje, movidas de um lado pela busca constante
de recursos e de outro, pelas dificuldades ou facilidades que a natureza oferece a esses
desejos. Desse modo, o estudo das interações homem-natureza pode ser direcionado, como
propôs Mukhina (1979) citado por Guidugli (1985), para três aspectos básicos: o meio
ambiente físico, a população e a economia.

O meio ambiente físico tem sido alvo, ao longo da história da humanidade, de uma série de
transformações que se mostram, com relativa frequência, desastrosas para ambos - homem e
natureza. Sendo para a natureza, quando essa é intensa e extensivamente agredida em seus
elementos constituídos, alcançando alguns deles a destruição completa

O crescimento demográfico é considerado, por muitos, como um dos fatores essenciais aos
danos causados ao patrimônio natural (NOIN, 1979). Na verdade, não só em termos de
utilização dos recursos, mas de ocupação de espaço, de agressão do meio ambiente e mesmo
de ameaça a outras espécies (uma população em crescimento acelerado é suficiente para
comprometer todos estes aspectos). É relevante lembrar, no entanto, que a ameaça do
crescimento demográfico surge não apenas como valores numéricos por ele apresentado, mas,
também, pelos atributos sociais que manifesta.

De qualquer maneira, o crescimento demográfico não pode ser excluído como fonte de
problemas. Ao lado desse fator, Guidugli propõe a inclusão do crescimento econômico como
elemento fundamental na discussão da questão, citando que: “A causa primordial dos
problemas ambientais é o crescimento econômico e demográfico”. (GUIDUGLI, 1985,
p.132).

Podemos ainda acrescentar a esses dois fatores, o desenvolvimento tecnológico que, se de um


lado orienta uma considerável diversidade de atividades econômicas, de outro se reflete na
história de uma região em espaço e tempos diferentes. Os meios utilizados pelo homem para
ocupar, organizar e ordenar o espaço são também responsáveis pelos diferentes níveis de
alteração por ele sofridos. Em última instância, o conjunto de alterações exibido pelo meio
12

ambiente resulta, quase sempre, de combinações, as mais diversas possíveis apresentadas por
ele próprio, pela população, pela economia e pela tecnologia.

É fato de que, hoje, a relação entre o homem e o ambiente está bem definida, o homem é
parte integrante dele, e suas peculiaridades de animal racional o dotam de meios para
submeter, em larga parcela, a natureza, que só na aparência lhe é externa, porém na verdade,
lhe é inerente.

No entanto, apesar desta intimidade territorial e da clara definição, já existente, entre homem
e natureza, não é de hoje que ouvimos falar das grandes ameaças que o planeta vem sofrendo
por conta da interferência direta do ser humano no meio, com fins na extração de recursos
naturais, matéria-prima e pela obtenção de alguma vantagem. Quintas e Gualda (1995)
definem meio ambiente como o fruto do trabalho dos seres humanos, conectando o meio
natural ao social.

Os resultados negativos da interação homem-natureza, gerados no processo de uso e


ocupação do solo, são observados facilmente em todas as regiões de alguns lugares do
mundo. O território brasileiro vem sendo depredado e devastado desde quando foi ocupado
pelos portugueses e posteriormente pelos outros povos. O Brasil possuía uma das maiores
extensões florestal do mundo, mas que no processo de povoamento e de ocupação procedeu a
derrubada impiedosa, a ação devastadora que não poupava nem as reservas de matas,
despindo os solos da vegetação, e a proporção que as técnicas agrícolas foram evoluindo, as
florestas foram rareando.

A ação devastadora do equilíbrio ambiental ocorre com maior ou menor intensidade em todo
o território nacional, provocando a destruição da flora e da fauna. Entretanto, hoje a
sociedade está começando a proteger com mais intensidade o meio ambiente e isto, deve-se a
um conjunto de medidas em prol ao meio: legislação, políticas públicas e tratados de
educação ambiental.

A ação devastadora do equilíbrio ambiental ocorre com maior ou menor intensidade em todo
o território nacional, provocando a destruição da flora e da fauna. Entretanto, hoje a
sociedade está começando a proteger com mais intensidade o meio ambiente e isto, deve-se a
um conjunto de medidas em prol ao meio: legislação, políticas públicas e tratados de
educação ambiental.
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O conhecimento humano então foi construído em estreita relação com o ambiente no qual o
homem está inserido, e do qual não pode fugir, pelo menos até os dias atuais. E foi por
necessidade que procurou dominá-lo, seja através da liquidação física dos inimigos da
espécie e/ou utilização para se alimentar (caso da caça de animais), pela extensão de suas
funções (caso do martelo, alavanca, colher, etc.) ou cópia da natureza (vasilhas, fogo, etc.).

Sociologia Ambiental

Origem
A Sociologia Ambiental, por um lado, não é nova, sendo a resultante, como salientou Buttel
(1996), de um amálgama de áreas e subdisciplinas já sedimentadas há décadas, tais como:

A Ecologia Humana, que surgiu estudando a mudança rural/urbano, os processos internos da


cidade industrial, seus fatores dinâmicos e limitadores, as atitudes e valores dos urbanitas. A
Ecologia Humana, porém, nunca chegou a dar importância aos fatores ambientais em sentido
estrito: tratava de ver como o meio físico da cidade atuava no comportamento das pessoas e
criava uma cultura específica. A Ecologia Humana tradicional estava limitada ao foco da
cooperação competitiva na organização espacial de populações metropolitanas.

A Sociologia Rural (por sua vez embasada na geografia e na antropologia econômicas),


estudando as comunidades diretamente dependentes de recursos naturais, tais como
pescadores, extrativistas, agricultores, lavradores, etc.).

A Sociologia dos Recursos Naturais, estudando a gestão do meio ambiente, este entendido
enquanto recursos naturais: engloba estudos sobre política de terras públicas, planejamento de
usos da terra, a gestão das unidades de conservação, incluídos parques e áreas de lazer.

Acrescentaríamos ainda a Psicologia Social e a Antropologia Cultural, com estudos sobre


atitudes e valores, a Sociologia dos Movimentos Sociais, enfocando novos sujeitos coletivos,
suas agendas de lutas e os conflitos dos diversos agentes sociais, a Sociologia do
Desenvolvimento, esta última na sua vertente marxista, questionadora do mito do
desenvolvimento, e a Sociologia Urbana, sobre o meio ambiente construído.

No âmbito sociológico acadêmico, a ISA - Associação Internacional de Sociologia - fundou


em 1990 um novo comitê de pesquisa, o RC - 24 - Meio Ambiente e Sociedade - com
egressos de estudos da Ecologia Humana, da Sociologia Urbana, rural etc. No Brasil, A
ANPOCS - Associação Nacional de Pesquisadores em Ciências Sociais - criara também o GT
14

- 04 - Ecologia e Sociedade. Diversos programas de pós-graduação no Brasil passaram a se


dedicar à temática ambiental, alguns deles com uma ambição multi ou transdisciplinar.

3.3 As correntes teóricas da Sociologia Ambiental


Para Buttel, a Sociologia Ambiental estaria dividida em 4 enfoques metodológicos ou
ontologias e no mesmo contexto sobre as correntes teóricas da Sociologia Ambiental
presentes em Ferreira (2002; 2006) ele acrescenta mais duas teorias:

Buttel (1996 apud FERREIRA, 2006) sintetiza a trajetória da Sociologia Ambiental em três
momentos distintos: o período da formação, da constituição de um núcleo teórico e o da
incorporação no campo teórico da sociologia geral. O primeiro momento é marcado pela ação
da Sociologia Ambiental como um subcampo em outras áreas de estudo sociológico, como a
Sociologia Rural. Cabia a essa disciplina cobrir lacunas conceituais desses campos, ou seja,
“a sociologia ambiental não surgiu como uma nova disciplina, mas dentro de disciplinas já
existentes” (FERREIRA, 2006, p. 51).

Na fase seguinte, o trabalho de renomados intelectuais como Buttel (1992; 1996; 2000;
2002), Catton (1979; 1998), Hannigan (2009), Dunlap (1979; 1993; 1998) e Yearley (1996),
dentre outros, com críticas ao modelo de desenvolvimento predatório vigente, serviu para a
formação de um referencial teórico específico da questão ambiental. Por fim, em sua terceira
e contemporânea fase, encontramos a incorporação dos conceitos da Sociologia Ambiental
nos trabalhos da teoria sociológica contemporânea. O assunto passa a ser pauta de novas
discussões de vários teóricos sociais, como Giddens (1991) e Beck (1995; 1998).

Assim, segue abaixo uma breve explanação sobre as correntes teóricas da Sociologia
Ambiental presentes em Ferreira (2002; 2006) que serviram de referenciais para a realização
da posterior análise dos artigos.

3.3 Materialismo Durkheimiano


Esta corrente teórica é considerada a pioneira dos estudos da interface entre a temática
ambiental e a Sociologia e tem como os principais representantes os pesquisadores W. R.
Catton (1979; 1998) e R. E. Dunlap (1979; 1993; 1998), que, ao longo dos anos 1960 e 1970,
divulgaram diversos artigos enfatizando a necessidade de uma mudança nas bases
sociológicas para os estudos das questões ambientais. Regido por uma interação de forças, o
meio biofísico atua e responde às ações humanas, mantendo ou modificando sua
15

“engrenagem”; daí o caráter durkheimiano da corrente teórica para entender as relações entre
o mecanismo biofísico e as ações da vida em sociedade.

Catton e Dunlap (1979) acreditam que, diante da nova realidade da interação entre Homem e
natureza, é necessário transformar alguns paradigmas dentro das Ciências Humanas para
abarcar os estudos ambientais que vêm se tornando tão importantes. Surge, então, a
necessidade de revermos, dentro dos aspectos clássicos da Sociologia, paradigmas
tradicionais. Segundo a visão do Materialismo durkheimiano, muitos paradigmas
sociológicos nasceram para valorizar as questões nacionais, como a cultura, as relações de
poder e características sociais dos grupos humanos, esquecendo o substrato material
oferecido pelo meio biofísico para que tudo isso desenvolvesse-se. Não se trata de minimizar
os polos de atenção e estudos da Sociologia Clássica, mas acrescentar o meio natural nesses
estudos, compreendendo que estes também estão inseridos nessa lógica das relações de poder,
cultura e sociedade. Esses autores defendem que deveria ser abandonada a visão na qual o
homem é o único foco, o chamado Paradigma da Excepcionalidade Humana (PEH), em
benefício de uma visão em que o Homem é parte importante, mas não única, dividindo a
ênfase e atenção com o meio biofísico, no chamado Novo Paradigma Ecológico (NEP).

Materialismo marxista
Esta corrente teórica tem como principal expoente os escritos de A. Schnaiberg (1996), com
forte base na tradição marxista. Assim como o Materialismo durkheimiano, parte da
importância do caráter material das sociedades está presente com a natureza. A corrente
materialista marxista parte de alguns conceitos da tradição marxista para explicar a relação da
degradação ambiental, em especial na sociedade capitalista contemporânea, como a noção da
função do Estado.

O Estado funcionaria como uma “esteira de produção” da seguinte forma: só teria a


manutenção segura do seu poder, favorecendo determinados grupos e, em especial,
estimulando a acumulação de capital e o crescimento econômico. Ou seja, seria muito
contraproducente para um Estado que não viabilizasse o crescimento para sua população e/ou
para o “bloco no poder”. Porém, esse crescimento econômico e essa acumulação têm origem
na automação, no estímulo à produção industrial, aumentando o desemprego e a precarização
do trabalho para a classe operária. O Estado, por sua vez, ainda para a manutenção de seu
poder, cria políticas de geração de empregos e políticas sociais para manter a sua
popularidade. No fim, seja favorecendo a classe burguesa, seja aparentemente a classe
16

operária, sempre o fim é a busca pelo acúmulo de mais riqueza. Esse ciclo de estímulo à
acumulação leva à necessidade de “retiradas” (extração de recursos naturais) cada vez
maiores e ao surgimento de “acréscimos” (poluição) em excesso.

A contribuição marxista à temática ambiental é importante, embora esteja mais própriamente


no campo da Ecologia Política, e de forma ensaística, do que dentro da forma disciplinar da
Sociologia Ambiental. Ela está nos trabalhos de Marcuse, nos debates de Mansholt et al
(1979), nas análises de Gorz e Bosquet (1978). Há ainda as contribuições do grupo inglês que
vem construindo uma temática ambiental para a classe trabalhadora e cujo mote é “verde e
vermelho”: (Weston, 1986; Pepper, 1986). Aqui também são incluídas análises francesas,
como as de Bihr (1989), invectivando o movimento operário a tomar tento na crise ecológica
contemporânea, caracterizada fundamentalmente pelo caráter antidemocrático da sociedade
atual, donde a necessidade de se introduzir uma dimensão ecológica no pensamento e ações
políticas. Chamando a atenção para este novo papel do movimento operário, Bihr critica os
movimentos ecológicos por não terem sabido colocar em evidência o quanto o modo de
produção capitalista é responsável pela crise ecológica, subordinando a natureza aos
imperativos do capital, capitalista é responsável pela crise ecológica, subordinando a natureza
aos imperativos do capital, 8 já que o capitalismo não se interessa em produzir valor de uso e
sim a reprodução ampliada do capital, privando os produtores de toda a capacidade de
controle sobre a finalidade da produção e praticando uma exploração desenfreada da força de
trabalho. Garnier (1994: 70) lhe faz coro, ao escrever que "a riqueza que a economia
capitalista produz fica inteiramente ao seu serviço, enquanto a miséria que engendra fica
completamente fora de seu campo de soluções". A crise ecológica é, portanto, o estado de
degradação acelerada das condições de vida e uma crise da modernidade, já que o capitalismo
a caracteriza. Neste mesmo enfoque está o trabalho de K. Gould, Schnaiberg e Schnaiberg
(1996) sobre as lutas ambientalistas como lutas de cidadania contra o moinho da produção.

3.4 Pós-materialismo
Os trabalhos do enfoque pós-materialista vêm ganhando espaço dentro da teorização
ambiental nos últimos anos, em especial graças aos trabalhos de R. Inglehart (1990), em que
o tema “meios naturais” sai de uma perspectiva material para uma análise que o autor chama
de pós-material.

Alguns grupos, como nos países centrais e os mais ricos dos países emergentes, não têm mais
preocupações básicas como a sobrevivência e a subsistência, pois seja por uma melhor
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equidade social (centrais), seja pela concentração de capital (classes média e alta dos
emergentes). Estes já teriam assumido uma condição materialmente confortável, focando em
outras questões que passam a ser relevantes.

Isso significa que, após um determinado progresso material, algumas sociedades ou grupos,
focaram-se na necessidade de buscar a proteção ambiental como uma urgência não
materialista, seja porque inexistia a necessidade de acréscimo material desses grupos ou
porque acontecia uma transformação na concepção de qualidade de vida e de valores “pós-
materiais” a serem cultivados. Dentre esses aspectos pós-materialistas mais cultivados por
esses grupos, estariam as relações com o meio natural e a sua proteção.

No campo das esquerdas anarquistas, os ensaios de Bookchin e os de Guattari também


enfatizam uma análise anticapitalista: Guattari com lampejos pós-materialistas, na medida em
que receita uma ecosofia (ecologia do visível, das formações sociais e da subjetividade) e
vislumbra a junção entre a ecologia ambiental, a ecologia social e a ecologia mental. A
ecosofia reinventaria a subjetividade operária através de novas práticas sindicais e políticas e
de novas alianças do movimento operário com o movimento feminista e ecológico. Assim, as
pessoas seriam resgatadas das garras do capitalismo mundial integrado, que estaria tomado
pelo delírio da homogeneização das subjetividades, e do seu questionável instrumento de
produção de subjetividades massificadas e seus zumbís serializados. Guattari critica as duas
ilusões simétricas contemporâneas: a ilusão da regulação dirigista da economia e da
sociedade pelos aparelhos de Estado e a ilusão da regulação sistêmica, espontânea, quase
mágica, do mercado mundial, preconizando em seu lugar uma recomposição ecosófica
internacionalista do capitalismo. Guattari tem um pé no pós-materialismo e busca conciliar
sua ecosofia com as questões materialistas da classe trabalhadora ao defender que a ecosofia
operária resgataria, segundo ele, o ecologismo do risco de cair no conservadorismo. (Guattari,
1992). Bookchin, por sua vez, faz uma proposta de um anarquismo socialista e ecológico.

Construtivista
Liderados pelos textos dos pesquisadores J. Hannigan (2009) e S. Yarley (1996), este enfoque
teórico reveste a questão ambiental de um caráter social pouco discutido nas outras correntes.
Sem negar a obviedade da existência dos impactos ambientais, no enfoque construtivista
questiona-se a quem ou a que grupos a degradação ambiental afeta. Parte-se do princípio de
que o discurso ambiental pode ser socialmente construído. Dito de outra forma, existiria um
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arcabouço ligando grupos de pressão, disputas de poder e novas centralidades, as quais


seriam responsáveis pela criação ou valorização de temáticas ambientais.

Ou seja, esse enfoque mostra-nos como um problema ambiental pode ser socialmente
construído, enquanto outros podem ser minimizados; não pela sua pouca influência ou
impacto, mas, sim, por não agradar grupos de pressão em específico ou outros poderosos que
contestem o impacto explorado pela Ciência. Por exemplo, é de propaganda global as
queimadas na Amazônia em contraponto que muito menos divulgado, porém também muito
sério, são as secas na região da África Saheliana.

Os construtivistas argumentam que, por trás do debate público sobre o meio biofísico, existe
um imenso jogo de poder, em que a influência de um capital generoso estaria envolta,
movimentando os argumentos para um lado ou para o outro e favorecendo alguns grupos em
detrimento de outros. A base de seus argumentos é, frequentemente, emocional, com o
objetivo para mobilizar a opinião pública. Termos como “destruição dos mares”, “destruição
das florestas” e outras metáforas militares são utilizadas para esquivarem-se das difíceis e,
muitas vezes, frias explicações científicas.

“Sociedade de Risco”
Esta corrente teórica, liderada pelo pesquisador U. Beck (1998), parte de uma crítica ao
industrialismo para chegar à noção de “sociedade de risco”. Por risco, entendese a “maneira
sistemática de lidar com perigos e incertezas introduzidas pela própria modernização”
(BECK apud HANNIGAN, 2009, p. 46).

Com base nessa noção, percebe-se que os riscos são inevitáveis num contexto de
modernidade e do industrialismo que a acompanha. A sociedade moderna e industrial tinha
como grande objetivo a produção de riquezas, mesmo que esteja acompanhada pela
distribuição desigual destas, e a minimização dos efeitos de contradição presentes no cerne
dessa modernidade simples.

O aprofundamento dessa condição leva a uma transformação social: a criação de uma


“sociedade de risco”, em que a necessidade de acumulação de riquezas trouxe à tona um meio
biofísico que foi exigido ao máximo, criando situações de escassez e poluição crescentes.

Modernização ecológica
O enfoque da “modernização ecológica” parte das premissas de que essa concepção de
industrialismo que levou à degradação encontrada hoje nas sociedades pode ser o grande
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fator de alteração dessa condição de poluição e provável escassez futura. Inicialmente


paradoxal, essa interessante corrente teórica tem como pano de fundo os estudos dos
holandeses A. P. J Mol (2000) e G. Spaargaren (2000), em especial quando estes analisaram a
criação de novas tecnologias ecológicas na aplicação industrial na Europa Ocidental. A ideia
básica seria buscar uma fusão entre a proteção ambiental, algo necessário para a
sobrevivência dos ecossistemas, e a modernização industrial, uma condição que é atual e não
deixará de existir nas sociedades contemporâneas. Tratar-se-ia de “uma troca ecológica do
processo de industrialização em uma direção que leva em conta a manutenção da base de
sustentação existente” (MOL apud HANNIGAN, 2009, p. 47).
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Conclusão
Fazendo uma síntese do trabalho no geral pode -se perceber que a natureza o meio ambiente
tem uma grande relação e durante algumas abordagens de autores durante o desenvolvimento
do trabalho da para distinguir ou diferenciar a Natureza do meio ambiente e vice-versa, sem
esquecer que o homem é um interveniente activo da natureza e meio ambiente fazendo
algumas modificações em vários cenários, nesta senda Por isso, apresenta-se diferentes
concepções de meio ambiente, retratando-o Como Natureza: que precisa ser apreciada,
respeitada e preservada. Nessa concepção antropocêntrica, o comportamento com o ambiente
é determinado pelas próprias necessidades e interesses humanos.

Para sintetizar, pode-se dizer que existe uma natureza real compreendendo o mundo não vivo
e o vivo, englobando todas as espécies, inclusive o homem. Este, por ser a única espécie que
dispõe da capacidade de pensar e entender a natureza, transformou e continua transformando
seu meio ambiente (a natureza conhecida para o seu uso).

Ao seguirmos esta linha de pensamento, temos clareza de que, ao tratar de meio ambiente,
precisamos ter ciência de que o mesmo é percebido de formas diferentes pelas pessoas,
influenciado por diferentes contextos culturais.

Neste trabalho, buscou-se aplicar a metodologia da Análise de Conteúdo para analisar artigos
selecionados que apresentavam a interface entre Ambiente e Sociedade, agrupando-os em
diferentes enfoques teóricos de alguns autores.

O importante a ser destacado é que além do meio ambiente humano, há os meios ambientes
de todas as demais espécies, que não são constituídas exatamente pelos mesmos elementos da
natureza que constituem o meio ambiente humano. Entretanto, há elementos que podem ser
comuns a várias espécies. O conjunto dos meios ambientes de todas as espécies conhecidas
pelo homem constituiria o ambiente, ou seja, a natureza conhecida pelo homem. Para efeitos
práticos, o ambiente se confundiria com ela. Dessa forma, tudo o que ocorre na natureza
conhecida pelo homem, ocorreria também no ambiente. E isso porque a natureza deve ser e é
pensada no espaço e no tempo.
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Bibliografia
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