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UNIVERSIDADE PÚNGUÈ

Faculdade de Língua

Tema: O Papel e a Contribuição dos Diferentes Grupos Sociais (Religiões e Associações)

Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa

Amélia Salomão Nhantumbo

Emília da Graça Agostinho


Efissencia Machava

Chimoio
Agosto, 2023

Amélia Salomão Nhantumbo

Emília da Graça Agostinho


Efissencia Machava

Tema: O Papel e a Contribuição dos Diferentes Grupos Sociais (Religiões e Associações)

Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa

Trabalho científico da cadeira


de Temas Transversais, do
curso de licenciatura em
ensino de Língua Portuguesa,
2º ano, laboral, a ser entregue
na Faculdade de Língua da
Unipúnguè sob orientação do
Msc. Arsénio dos Aflitos.
Chimoio
Agosto, 2023

Índice

1. Introdução....................................................................................................................................4

2. Objectivos....................................................................................................................................4

2.1. Geral......................................................................................................................................4

2.2. Específicos............................................................................................................................4

3. Papel das religiões.......................................................................................................................5

3.1. O papel das igrejas frente às iniquidades sociais..................................................................6

4. Papel das associações na comunidade.........................................................................................7

4.1. Contributo das associações...................................................................................................8

5. Conclusão..................................................................................................................................10

6. Referências bibliográficas.........................................................................................................11
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1. Introdução

Neste trabalho iremos abordar sobre o papel das religiões e associações na sociedade. Onde Se
trata de uma influência positiva na vida das pessoas de uma maneira um pouco mais intrínseca,
pois várias religiões incluem a prática da meditação, que auxilia no bem-estar do indivíduo.
Porém, é necessário também atentarmos nos efeitos psicológicos do fanatismo religioso,
enquanto a religião pode ser um interessante caminho para tratar a depressão, por incentivar
relacionamentos entre pessoas da mesma crença e criar uma rotina ligada ás práticas religiosas
que pode servir de motivação para o indivíduo. A religião permite conhecer o local onde as
pessoas vivem seus valores em uma cultura. Ela é influenciada pela cultura, mas ela também
influencia a cultura daqueles que vivem em seu entorno. A religião permite um conhecimento
maior dos valores que envolvem uma dada sociedade, principalmente seus valores éticos.

2. Objectivos

2.1. Geral
 Compreender o papel das religiões e associações na comunidade.

2.2. Específicos
 Descrever o papel das religiões e associações na comunidade;
 Indicar os contributos das religiões e associações na comunidade;
 Mencionar os benefícios das religiões e associações na comunidade.
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3. Papel das religiões


A religião é um sistema de regras e valores morais que são estabelecidos por meio de crenças e
práticas que caracterizam um grupo de indivíduos. Um aspecto importante de mencionar é dizer
que as religiões servem de ponto entre o mundo humano e o espiritual, além de explicar a origem
das coisas, como o mundo e o universo. O grupo social e religioso é observado como tendo
predominante papel no controle social de comportamentos.

O comprometimento religioso e as práticas religiosas têm influência sobre vários desfechos


sociais e de saúde e, directamente ou indirectamente, na redução da delinquência entre jovens e
da criminalidade entre adultos.

Segundo Pettersson a religião tem papel preponderante na prevenção de alguns tipos de crimes:
os violentos, aqueles contra a ordem pública e a segurança, os associados ao abuso de álcool. Já
para crimes relacionados à propriedade, ofensas morais e envolvendo narcóticos não há relação
de prevenção comprovada.

O papel da religião é considerado como de apoio eficaz na vivência de situações adversas, de


interferência positiva no ambiente e de colaboração no ajustamento dos presos. A religião
contribuiria para diminuir a vulnerabilidade a estressores provendo sentido e coerência de vida, e
teria papel relevante nas expectativas de futuro e na promoção da esperança e da motivação para
a mudança. Alguns autores dão destaque à importância dos grupos religiosos para amenizar o
isolamento vivido pela população carcerária, dar-lhe conforto espiritual e criar laços para o
momento pós-encarceramento.

A religião tem função fundamental nos sistemas penais juvenis, pois contribui para proteger a
saúde mental, auxilia no desenvolvimento de comportamentos mais ajustados e previne ideações
suicidas.

Para WAHL a religião é uma estratégia para lidar com situações adversas e contribui para
melhores escolhas dos adolescentes em momentos de crise. Segundo os autores, a intervenção
espiritual pode dar um novo significado às experiências e promover mudanças cognitivas
significativas para jovens com ideação suicida. Por isso, ela deve ser levada em conta no
tratamento de problemas de saúde mental nas instituições correccionais.
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3.1. O papel das igrejas frente às iniquidades sociais


Alguns trabalhos se dedicam a analisar o papel de igrejas em territórios de grande iniquidade
social, onde mudanças (sejam elas de ordem económica, política ou cultural) ou a falta de
investimentos públicos deixam certas populações mais expostas à violência. Em geral, é para
essas populações que costumam se dirigir as acções ditas de protecção por parte de instituições
religiosas. Tais acções, frequentemente, podem reforçar a conformação de guetos e sinalizam a
força das organizações religiosas em promover coesão social e ajuda humanitária. Muitas
iniciativas, porém, em especial no que tange à segurança e à justiça, deixam expostas a ausência
ou a fragilidade do Estado em prover cuidados à população.

Nesses ambientes, frequentemente, as igrejas ou os templos religiosos são tidos como lugares de
refúgio, locais sagrados que oferecem protecção aos seus membros. Eles podem abrigar ou
favorecer acções que visam a aumentar a autodeterminação da população para lutar contra as
desigualdades sociais que a oprimem.

PFEIFFER analisa, em Moçambique, a expansão das igrejas independentes pentecostais


africanas arrebanhando pessoas, sobretudo mulheres, provendo curas e cuidados em relação a
doenças infantis e reprodutivas. Segundo o autor, em um contexto de grandes mudanças sociais
em que o medo da violência interpessoal e dos conflitos entre as famílias aumenta, as igrejas
atuam "exorcizando espíritos maléficos" que, na verdade, representam os diferentes conflitos.

Em relação à promoção da saúde destacam-se alguns aspectos para os quais a pertença e a prática
religiosa podem contribuir: a melhora da saúde física e da saúde mental de pessoas encarceradas
e o aumento da qualidade de vida e do bem-estar comunitário de populações expostas à
violência. Ressalta-se que a intervenção espiritual, quando realizada com respeito e atendendo às
necessidades das pessoas, pode contribuir tanto para as práticas de cuidado pessoal com a saúde,
quanto para melhorar o ambiente de instituições correccionais.

O papel do grupo, tanto enfatizado, é relevante para a socialização de pessoas que cometeram
crimes, para a promoção de sua saúde, para prevenir que atuem com violência e para a sua
reabilitação. Nesse sentido, uma discussão trazida por muitos artigos é a formação de redes de
protecção e de apoio social. No trabalho religioso destaca-se o papel das comunidades morais,
dando forma ao grupo e desenvolvendo acções de prevenção e de reabilitação que operam
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exitosamente como controle social. A comunidade provê suporte e espaço para a reafirmação de
crenças, reforçando ou substituindo a sociabilidade que o indivíduo havia construído no grupo ao
qual pertencia anteriormente.

Quanto à reabilitação de pessoas envolvidas com a criminalidade ou a violência, práticas


religiosas e o processo chamado de conversão têm papel relevante. Desta forma, a religião se
torna, para muitos, uma estratégia de afastamento ou de abandono do envolvimento com a
violência e a entrada em uma vida pautada por novas regras, quase sempre tratadas como
preceitos divinos.

4. Papel das associações na comunidade


Associações comunitárias são organizações formais, criadas a partir da união de ideias e
objectivos comuns. Elas têm como papel a centralização da força dos moradores da comunidade
e buscam representar, de maneira mais eficaz, as necessidades e anseios da localidade em que
estão inseridas. Originam-se da participação espontânea dos moradores locais, onde cada bairro
tem cultura, costumes e práticas próprias que influenciam na tomada de decisão. Logo, a
associação é formada por diferentes visões e concepções da realidade.

Segundo Araújo, Tolentino e eophilo (2009, p. 06), “a proximidade geográfica é um dos


aspectos fundamentais, que fortalecem a convivência social e cultural, estabelecendo assim, um
modo particular de se viver”.

Lüchman (2016) sugere que as associações comunitárias estão mais próximas da ideia de ajuda
mútua e que os membros destas organizações são ao mesmo tempo agentes e beneficiários do
trabalho desenvolvido por elas. A importância dessas associações para o desenvolvimento local
se dá na medida em que podem provocar as autoridades na tomada de atitudes concretas em prol
da comunidade e da melhoria de qualidade de vida dos bairros, portanto, o processo de
fortalecimento de uma associação tem como um de seus princípios a participação da comunidade
como um todo, pois é através dela que acontece o engajamento dos cidadãos na tomada de
decisão e busca de soluções para as necessidades comuns, fortalecendo os laços sociais.

Abers (1998, p. 50) ressalta que “onde a cooperação não é comum, as pessoas se ressentem da
falta de bases para confiança mútua”, por isso, antes de tudo é necessário que haja um
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entendimento das potencialidades do processo de participação e cooperação. Abers (1998) indica


ainda que “as pessoas se mobilizam quando percebem ‘janelas de oportunidade’ que os
convençam de que a acção provavelmente dará resultados. Frequentemente, tais ‘contextos
favoráveis’ estão associados a mudanças na estrutura de poder do Estado.
A associação é um dos principais acessos aos acontecimentos políticos e económicos da região, o
que favorece o engajamento da comunidade no debate político, levando a um aperfeiçoamento da
democracia (Araújo, Tolentino & eophilo, 2009).
Neste caso, o factor essencial é a participação, a qual é determinada pela confiança social, pela
cultura política e por seus elementos fundamentais no fortalecimento de valores democráticos.
As associações comunitárias, enquanto organizações da sociedade civil, são importantes
catalisadoras do capital social, bem como lastros para o entendimento da confiança dos cidadãos
nas instituições. Essas organizações possuem estruturas que, em tese, as permitem lutar pelos
interesses da comunidade junto ao poder público, para que a localidade usufrua dos seus direitos.
Para tanto, a participação é um dos princípios fundamentais no processo de fortalecimento de
uma associação. É a partir dela que acontece o envolvimento dos cidadãos na tomada de decisão
e na busca de soluções para as necessidades comuns, reforçando o sentido de comunidade e
fortalecendo os laços sociais e o desenvolvimento local.

As associações comunitárias representam uma maneira de unir as pessoas em prol do bem


comum e do compromisso colectivo, na medida em que atuam mais directamente em uma
realidade local. Como entes da sociedade civil, podem servir como um meio para ampliar
discursos e, portanto, gerar efeitos na esfera pública, facilitar a comunicação e a inclusão
(Habermas, 1996).

4.1. Contributo das associações


Para FUNG (2003), as associações podem contribuir para socialização cívica e para educação
política, na medida em que afectam atitudes e comportamentos dos indivíduos indicando virtudes
cívicas como atenção ao bem público, cooperação, tolerância, respeito ao próximo e ao estado de
direito. Por meio da educação política, as associações inserem o cidadão em sua realidade e o
torna capaz de participar, cobrar, intervir e reivindicar. Ademais, podem promover melhorias nas
maneiras pelas quais os interesses são representados junto aos legisladores e traduzidos em leis,
oferecendo canais para que os cidadãos possam expor e cobrar suas demandas públicas.
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A conveniência de várias contribuições associativas para a democracia depende das


características de contextos políticos particulares (Fung, 2003), afinal, alguns limites desafiam
sua efectividade, como a relação clientelista e paternalista que permeia todas as esferas
sociopolíticas do país.
Para Gomes (2015), tal relação envolve o provimento de protecção e assistência de forma
directa por uma determinada pessoa (patrão) para pessoas (clientes) que dependem dele.
Esta relação clientelista vai de encontro ao exercício da cidadania na medida em que é regulada
em função de uma hierarquia de prestígio e poder, inibindo a acção colectiva organizada. Esta
prática distorce o significado de participação política e limita a formação de grupos de interesse
organizados de forma autónoma.
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5. Conclusão
Durante a pesquisa concluímos que o comprometimento religioso e as práticas religiosas têm
influência sobre vários desfechos sociais e de saúde e, directamente ou indirectamente, na
redução da delinquência entre jovens e da criminalidade entre adultos. o papel da religião é
considerado como de apoio eficaz na vivência de situações adversas, de interferência positiva no
ambiente e de colaboração no ajustamento dos presos. A religião contribuiria para diminuir a
vulnerabilidade a estressores provendo sentido e coerência de vida, e teria papel relevante nas
expectativas de futuro e na promoção da esperança e da motivação para a mudança. Alguns
autores dão destaque à importância dos grupos religiosos para amenizar o isolamento vivido pela
população carcerária, dar-lhe conforto espiritual e criar laços para o momento pós-
encarceramento. E por fim concluímos que associações comunitárias são organizações formais,
criadas a partir da união de ideias e objectivos comuns. Elas têm como papel a centralização da
força dos moradores da comunidade e buscam representar, de maneira mais eficaz, as
necessidades e anseios da localidade em que estão inseridas. Originam-se da participação
espontânea dos moradores locais, onde cada bairro tem cultura, costumes e práticas próprias que
influenciam na tomada de decisão. Logo, a associação é formada por diferentes visões e
concepções da realidade.
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6. Referências bibliográficas
1. Dagnino, E. (1998). Sociedade civil e democracia: reflexões sobre a realidade brasileira.
Revista Ideias, 5(2)/.(1), pp.13-42.

2. Gomes, M. F. C. M. (2015). Política social e cultura política. Revista de Políticas Públicas,


6(1), pp. 113-125.

3. FUNG, A. (2003). Associations and democracy: Between theories, hopes, and realities.
Annual review of sociology, 29(1), pp. 515-539.

4. POLÈSE, M. Economia urbana e regional: lógica espacial das transformações económicas.


Angra do Heroísmo: Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Regional, 1998.

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