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CURSO DE PSICOLOGIA
PRODUÇÃO AVANÇADA DE TRABALHO ACADÊMICO I
Goiânia – GO
2023
AGNES CAROLINE SALES MORAIS - 201902556445
GHILHERME AUGUSTO RODRIGUES DE CARVALHO - 201901210421
INGRID PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS - 201901210431
Goiânia- GO
2023
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1 INTRODUÇÃO
Para Sampaio (2000) as relações humanas são consideradas como interação entre
duas ou mais pessoas, que ocorrem em sociedade de diferentes formas, algumas ciências que
estuda as relações são a psicologia, a antropologia e a sociologia. Às relações humanas
precisam ser conquistadas, preservadas e sempre ser mantidas e relembradas de tempo em
tempo, porque depois que se obtém confiança numa relação, fica mais fácil contar com a
cooperação e participação de todos.
estarmos condicionados, nessas nossas relações, por uma atitude, um estado de espírito ou
uma maneira de ver as coisas, que nos permita compreender o nosso interlocutor, respeitando
a sua personalidade, cuja estrutura é, sem dúvida, diferente da nossa. Isto quer dizer que
praticar relações humanas não equivale simplesmente a amar ao próximo como a nós mesmos
pois o que é bom para uns não é necessariamente válido para outros, em decorrência das
diferenças de composição e estrutura de suas necessidades (CORDEIRO, 2015).
O termo relações humanas é uma denominação genérica dada aos diversos tipos de
relações entre pessoas e grupos e entre grupos. De acordo com esta definição, o fator
definidor é o contato, a interação, a convivência, a comunicação dia a dia entre duas ou mais
pessoas é denominado uma relação humana. Existem diferentes tipos de relações humanas,
interpessoal, intrapessoal e as relações afetivas (VERÍSSIMO, 2021)
Freud, através da busca pela satisfação do prazer e realização de desejos. As relações afetivas
são repletas de sentimentos, um deles que interfere diretamente é a culpa.
Segundo Freud (1930) a origem do termo sentimento de culpa está relacionada com o
desamparo humano e o medo da perda do amor do outro, pois vivemos em uma sociedade
onde reprimimos a nossa sexualidade e nossa agressividade, sendo assim Freud conceitua a
culpa como o mal-estar da cultura. Pontuamos que tudo em nós e tudo o que é nosso parece
indigno ou ineficiente, o sentimento de culpa nos convoca a buscarmos algo de fora, que não
existe, mas que é a única coisa que pode nos salvar. Freud chamou de tensão entre o eu e o eu
ideal, e o que ele considerava um sentimento de culpa normal por ser uma confecção do ego
pela sua instância crítica.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 PSICANÁLISE
A psicanálise é uma teoria e método de tratamento psicológico que tem como objetivo
investigar e compreender os processos mentais inconscientes que influenciam o
comportamento humano. Segundo Freud (1976), grande parte do comportamento humano é
determinado por impulsos e desejos inconscientes que são reprimidos e não podem ser
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Para Melanie Klein (1981), a psicanálise é uma abordagem que busca compreender os
processos psicológicos inconscientes que influenciam o comportamento humano,
especialmente na primeira infância. Ela argumentou que os bebês já nascem com impulsos e
fantasias inconscientes que afetam suas interações com o mundo e com as pessoas ao seu
redor.
A teoria de Klein (1980) se concentra em particular na relação entre a mãe e o bebê,
que ela viu como fundamental para o desenvolvimento emocional saudável. Ela argumentou
que a mãe é a primeira "objeto" do bebê, que é visto como uma extensão de si mesmo. À
medida que o bebê se desenvolve, ele começa a perceber a mãe como um objeto separado,
com suas próprias necessidades e desejos. Esta transição pode ser difícil para o bebê, que
pode experimentar sentimentos de ansiedade, medo e inveja em relação à mãe.
CABAS (2009) se afastando do eu como fonte de todos dos atos humanos, faremos
sempre perguntas sobre o sujeito. Freud escreve que o sujeito não é um conceito construído,
mas algo que surge nas entrelinhas, se mostrando como o desejo. Que causa uma certa
estranheza porquê e inconsciente, vindo da pulsão. Ele é o que insiste, a repetição que se
impõe,pois repetimos para depois perlaborar. Logo, o sujeito não existe por si, vem a partir do
inconsciente (BARROSO,2012)
O sujeito do inconsciente foi formulado por Lacan como um local, função, que se
revelar no Eu e que possui desejos desconhecidos por esse Eu que suporta a subjetividade de
todo ser humano, ele não pertence a ninguém , a nenhum ser. Esse sujeito inconsciente e o
conjunto de vários aspectos sócio, econômico ,e histórico do ser e que sustentado pelo o outro
e pelo desejo que em Lacan e denominado de Outro e nesse Outro é o lugar que a criança vai
construir a sua singularidade ou seja sua subjetividade. (Kupfer,2010)
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A constituição do sujeito começa desde do bebê que receberá dos pais inscrições
psíquicas transmitidas a partir de uma referência e de que se manifesta na linguagem, que
Freud chama de Lei do Pai. Essas inscrições iram gera novos resultados, mas com uma
conexão com a primeira, o sujeito e demarcado pela linguagem, pela inscrição original e o
discurso do Eu. Essas marcas são o inconsciente e manifestações do Eu e sempre estarão
presente e poderão emergir vez ou outra, Lacan propõe ainda uma separação entre as noções
de eu e de sujeito, para dividir o consciente e inconsciente. (Kupfer,2010)
Em Lacan, a noção de sujeito sofre uma série de transformações desde que ele
acrescenta na medida em que a teoria avança, várias concepções sobre o simbólico e à
concepção de gozo são simplificadas e ainda assim o tema não é abordado com toda a
extensão que possui, mesmo que Lacan e Freud avançaram o sujeito nunca vai deixar de ser
mutável porque ele e da ordem do efeito e da existência. (BARROSO, 2012)
Lacan trouxe uma nova forma de elaborar o termo sujeito, dando-lhe uma nova
concepção: o sujeito não é o indivíduo, pelo contrário, é um sujeito marcado pela divisão
consciente/ inconsciente. Lacan não se ateve somente criança ou ao bebê, mas que o sujeito e
constituído e tem bases fundamentais que e a alienação e a separação. (Couto 2017)
A separação segundo Lacan, vem separar aquilo anteriormente que estava alienado,
fundido. Esse elemento, que fica entre a mãe e a criança, é o falo. O falo como objeto a é a
causa de desejo da mãe para além da criança quando separado esses significantes, entre os
dois termos, no qual reside o desejo. E com isso a função da fala vai se demonstrar e o
aparecimento do sujeito dividido que está travado pelo desejo do Outro. Mas para isso
acontecer é necessário que a pessoa ocupe a função materna, falte algo, para o ser sentir
aquela falta, o ser humano é um ser faltante, e com isso a dimensão fálica vai surgir e para se
ter desejo por algo é preciso existir falta, pois o desejo surge sustentado na falta. Lacan
(1995) diz que temos o desejo e ele nos tem, e quando ele surgir como algo que faça algum
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sentido e nesse não saber se faz sentido ou não, algo que não conhecemos ou possuímos e que
nesse lugar que se constitui o desejo do sujeito. (Werner e Marsillac ,2021)
As relações afetivas estão presentes durante toda a vida do ser humano, desde o
nascimento até o dia de sua morte, através de vínculos construídos com familiares, amigos,
colegas de trabalho, consolidados pelo meio que o indivíduo está inserido. Ao falar sobre
relações afetivas, é imprescindível discorrer a respeito de sua evolução e mudanças ao longo
dos anos, as relações eram voltadas para necessidades da polis por meio de interesses
políticos, relações de poder na sociedade entre famílias feudais, onde anulava-se os indivíduos
na relação e ressaltava o interesse de terceiros, nas últimas décadas esse cenário mudou, o
amor e a afetividade começaram a ter o seu papel reconhecido para ambos os sujeitos
envolvidos na relação, ressaltando a individualidade de cada um. (IMBILLONI e SCHMITT,
2011)
enérgica das condutas, ou seja, baseia-se na constituição de uma força motriz, o afeto, a partir
de sua estrutura constitui a formação do elemento intelectual para as condutas humanas, que
modifica ou não diante de determinadas situações, por considerar os momentos sociais e
biológicos do desenvolvimento.
2.4 CULPA
Lacan (1999) discute a relação entre a culpa e a neurose obsessiva, destacando que a
obsessão surge como uma forma de lidar com a culpa. O sujeito obsessivo busca controlar
tudo ao seu redor para evitar a possibilidade de falha e, consequentemente, de culpa.
Grinberg (1971) destaca que a origem e natureza dos sentimentos inconscientes de
culpa ainda são um ponto obscuro na teoria psicanalítica. Ele postula a existência de duas
qualidades distintas de culpa, a persecutória e a depressiva, relacionadas com os instintos de
morte e de vida.
Embora M. Klein (1974) tenha defendido a importância do sentimento de culpa no
desenvolvimento do indivíduo, ela também afirmou que não deve haver uma delimitação
rígida entre as posições esquizoparanóide e depressiva, e que alguns elementos de culpa
podem se manifestar precocemente. O problema da culpa e sua participação na evolução do
indivíduo ainda não foram totalmente elucidados.
Para Scotti (2003) a culpa não pode ser reduzida a uma noção moral ou religiosa, mas
sim como uma estrutura psíquica que está presente na constituição do sujeito. A culpa seria
uma resposta ao sentimento de falta e à impossibilidade de preencher essa falta.
3 METODOLOGIA
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Caroline Garpelli; CAMPOS, Erico Bruno Viana; NEME, Carmen Maria Bueno.
Narcisismo e desamparo: algumas considerações sobre as relações interpessoais na
atualidade. Psicologia USP, v. 32, 2021.
BENEDETTI, Augusto Pio Relações humanas e ética / Augusto Pio Benedetti. – Santa
Maria : Universidade Federal de Santa Maria, Colégio Técnico Industrial de Santa Maria ;
Rede e-Tec Brasil, 2016. 75 p. ; 28 cm ISBN: 978-85-9450-018-2
KLEIN, M. AIgunas conclusiones teóricas sobre la vida emocional deI lactante.In: . Obras
completas. Buenos Aires, Paidós, 1974.
MARTINS, Ana Claudia Amaro; SANTOS, Rosiane de Oliveira da Fonseca. Afetividade nas
relações educativas: uma abordagem da Educação Infantil. Revista Educação Pública, v.
20, nº 44, 17 de novembro de 2020. Disponível em: Revista Educação Pública - Afetividade
nas relações educativas: uma abordagem da Educação Infantil (cecierj.edu.br). Acesso em: 10
de abril de 2023.
VERÍSSIMO, Luiz José; ERTHAL, Tereza Cristina Saldanha. Sobre o amor, a paixão, o
olhar e as relações humanas. Appris Editora e Livraria Eireli-ME, 2017.
WERNER, Patrícia Simões de Almeida Justo da Silva; MARSILLAC, Ana Lúcia Mandelli
de. O vento, a voz, a velha: imagens que dialogam com a constituição do sujeito em
psicanálise. Trivium-Estudos Interdisciplinares, v. 13, n. 1, p. 41-54, 2021.