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INTRODUÇÃO
OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo abordar a formação grupal como possibilidade de oferta
terapêutica à pacientes amputados podendo servir à um processo de ruptura de estigma,
com base em produções dentro do campo da psicologia.
REVISÃO DE LITERATURA
Segundo D’elbeoux Diogo (2002), Chini e Boemer (2007), a amputação pode ocasionar
diferentes modos de percepções sobre que incidem sobre a imagem corporal e o modo de
disposição em relação ao mundo, a vivência da amputação é uma experiência singular e
que pode por vezes levar a adoecimento psicológico quando não são ofertados suportes
necessários para a devolução de autonomia, neste sentido: “Algumas pesquisas indicam
que o bem-estar subjetivo não reside somente no efeito direto de como as pessoas se
sentem fisicamente, mas também no que sua saúde permite que elas façam” (DIOGO,
2003, p. 398)
O grupo pode ser compreendido como algo maior que coletividade, deste modo ele não
significa apenas o plural de indivíduos. Uma compreensão ampliada do conceito de grupo
pode acrescentar o entendimento de que este possui o potencial para a constituição de um
ambiente de trocas, no qual, existem sujeitos que interagem entre si de modo a promover
aprendizagens e por vezes conflitos, que se geridos de maneira positiva podem trazer bons
resultados, neste sentido o todo passa a ser maior que a soma de todas as partes. Bastos
(2010), baseado na Teoria de Grupos de Pichon-Rivieri (1988), afirma que:
[...] Quanto mais a pessoa se conecta com sua experiência presente, maior
sua possibilidade de estabelecer um contato pleno. Esse conceito é
fundamental no trabalho com grupos, pelo fato destes se constituírem num
campo onde a pessoa se defronta com a diversidade nos mais variados
aspectos, estabelece relações, experimenta o inesperado e revê sua
própria referência. (CARDOSO 2009, p.126)
Neste sentido, o grupo pode oferecer a possibilidade de uma nova perspectiva diante da
condição do sujeito, que muitas vezes já está estigmatizado pelos laços sociais. Estigma,
termo utilizado pela primeira vez pelos gregos e que se perpetua até hoje, se apresenta
enquanto um símbolo carregado de significados. Goffman (1891), apresenta em sua obra
“Estigma - notas sobre a manipulação da identidade deteriorada”, uma reflexão acerca do
conceito de estigma. Ele apresenta a ideia de que o próprio social determina modos de
categorizar as pessoas o os atributos que são considerados naturais e comuns para os
respectivos componentes de cada uma das categorias:
[...] na medida que a pessoa aumenta seu contato consigo mesma e com o
mundo, ela amplia também sua capacidade de awareness, definida como
uma força integradora da estrutura da experiência imediata, seja no nível
sensorial, muscular, vegetativo ou afetivo. As alienações, os bloqueios e as
resistências geram desconexões entre a pessoa e o mundo, diminuindo sua
capacidade de reconhecimento de si nas relações. ...Não existe na língua
portuguesa uma palavra que exprima o significado de awareness, a palavra
mais próxima é conscientização, mas ela não explicita o sentido de contato,
excitação, fluxo e livre formação de gestalten, implícito neste conceito.
Assim, o objetivo maior da abordagem gestáltica é ajudar a pessoa a
restabelecer sua capacidade de se tornar aware. (CARDOSO, 2009 p.125-
126.)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DIOGO, Maria José D’Elboux. Satisfação global com a vida e determinados domínios entre
idosos com amputação de membros inferiores. Rev Panam Salud Publica/Pan Am J Public
Health 13(6), 2003. Disponível em: <https://www.scielosp.org/pdf/rpsp/2003.v13n6/395-
399/pt> Acessos: 02. Ago. 2018.
NUNES, Everardo Duarte. Goffman: contribuições para a Sociologia da Saúde. Physis, Rio
de Janeiro , v. 19, n. 1, p. 173-187, 2009 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
73312009000100009&lng=en&nrm=iso>. access on 03 Ago. 2018.
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312009000100009.
PICHON-RIVIÈRE, E. Teoria do vínculo. São Paulo: Martins Fontes, 1988