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Nércio Leodrino Muandule

Falácias e paradoxos: falácias de argumentação

Professor_______________________.

Escola Secundária de Inhamissa

2023
Introdução:

Segundo a pesquisa, ao longo da realização do trabalho, abordarei o tema Falácias e


paradoxos com o objectivo definir, dar exemplos, indicar os tipos de falácias e paradoxos;
falácias e argumentos, a saber:

Falácia

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O termo falácia deriva do verbo latino fallere, que significa enganar. Designa-se por falácia
um raciocínio errado com aparência de verdadeiro.

Enquanto sujeitos falantes, cometemos frequentemente erros que os ouvidos desatentos não
descobrem imediatamente. Tais erros ou falecias podem ser, por um lado, involuntários ou
despropositados e, por outro, propositados ou voluntários.

As falácias que são cometidas involuntariamente designam-se por paralogismos.

As falácias que são produzidas de forma a confundir alguém numa discussão designam-se por
sofismas.

Assim, em qualquer falácia ocorrem dois elementos essenciais que são:

 Uma verdade aparente - em que o argumento é convincente e leva os incautos ao


equivoco;

 Um erro oculto - que faz com que se retirem conclusões falsas a partir de uma
verdade.

O erro oculto pode derivar da ambiguidade dos conceitos, de um salto desregrado do


particular para o geral, de uma tomada do ilativo como absoluto, do parcial como total, do
acidental como essencial.

Existe uma variedade de falácias, mas não há consenso quanto a sua classificação.
Contudo,as mais frequentes e comuns são:

Ø Falácia da equivocação ou equivoco - acontece sempre que usamos, num


argumento, acidental ou deliberadamente, a mesma palavra em dois sentidos
diferentes.

Ex:

Só o homem é que pensa.

Ora, nenhuma mulher é homem.

Logo, nenhuma mulher pensa.

Este argumento é falacioso, dado que, na primeira premissa, a palavra “homem” significa
“espécie humana” e, na segunda, “ser humano” do sexo masculino.

Ø Anfibiologia - deriva da ambiguidade sintáctica de uma parte de um argumento.Por


isso, esta falácia ocorre sempre que procuramos sustentar uma conclusão recorrendo a
uma interpretação errada de uma proposição gramaticalmente ambígua.

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Ex:

Todos os homens amam uma mulher.

Mataka ama Abiba.

Logo, todos os homens amam Abiba.

A ambiguidade deste argumento verifica-se na primeira premissa, pois, em geral, cadahomem


ama uma mulher diferente. Todos amam uma mulher diferente. Consequentemente,não
podemos concluir que todos os homens amam Abiba.

Ø Falácia de analogia - ocorre quando se sobrevalorizam semelhanças entre duas ou


mais coisas ou quando se desprezam as diferenças relevantes.

Ex1:

Os macacos não são herbívoros.

Os gatos não são herbívoros .

Logo, os gatos são macacos.

Ex2:

As aves voam

O avião boa

Logo, o avião é uma ave

Ø Falácia do acidental - acontece quando tomamos o que é acidental pelo que é


essencial e vice-versa. É uma generalização abusiva.

Ex:

Esta aparelhagem não funciona.

Logo, a técnica é uma farsa.

A camisa de Muzé é verde.

O verde é uma cor.

Logo, a camisa de Muzé é uma cor.

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Ø Falácia de ignorância da causa - ocorre quando tomamos por causa um
antecedente ou qualquer circunstancia acidental.

Ex:

Depois das cheias no rio Púngué houve epidemias.

Logo, as cheias do tio Púngué são causadoras de epidemias.

Ø Falecia da conversão - sucede quando se convertem proposições sem respeitar as


regras.

Ex:

Os molwenes andam pelas ruas da cidade

Logo, quem anda pelas ruas da cidade é molwene.

Ø Falácia de oposição - ocorre quando não são respeitadas as regras da oposição de


proposições.

Ex:

Todos os africanos são hospitaleiros.

Logo, nenhum africano é hospitaleiro.

Ø Circulo vicioso (ou petição de princípio) - acontece quando se pretende resolver uma
questão com a própria questão, ou seja, quando se supõe acordado ou provado
precisamente o que esta em questão; apresenta-se como premissa o que se se justifica
como conclusão.

Ex:

O que é a lógica? E a ciência do que é lógico.

O remédio cura porque tem a virtude curativa.

Ø Falácia da falsa dicotomia - ocorre quando se apresentam duas alternativas como


sendo as únicas existentes em dado universo, ignorando ou omitindo alternativas
possíveis.

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 Confunde opostos e contraditórios, sendo por isso, conhecida como a falácia do “ou
tudo ou nada”

Ex:

Ou estás do meu lado ou estás contra mim.

Ou comes tudo o que está no prato ou então não comes nada.

Ø Argumentum ad hominem (ataque pessoal) - esta falácia é cometida quando


alguém tenta refutar o argumento de uma outra pessoa, atacando não o argumento mas
a própria pessoa.

Ex:

O senhor afirma estar inocente da acusação que pesa sobre si. Mas como poderemos
acreditar num homem cujo passado é melindroso?

Não podemos aceitar o parecer da professora porque esta é muito jovem e não tem
experiência suficiente.

Ø Argumentum ad populum (apelo ao povo, à emoção) — esta falácia ocorre quando,


por falta de razões convincentes ou pertinentes, se manipulam e exploram os
sentimentos de uma audiência de modo a fazer adoptar O ponto de vista de quem fala.
O «argumento» dirige-se a um conjunto de pessoas- «ao povo» — e tira partido de
preconceitos, desejos e emoções, com o intuito de tornar persuasiva uma ideia ou uma
conclusão para a qual não se encontram dados, provas ou argumentos racionais.
Apela-se à emoção das pessoas e não sua razão.

Ex:

Querem uma cidade sem lixo?

Querem uma cidade em que as ruas não estejam esburacadas?

Querem uma cidade com escolas para todos?

Votem no partido X!

Ø Argumentum ad baculum (apelo à força) — pressão psicológica) — verifica-se


quando quem argumenta a favor de uma conclusão sugere ou afirma que algum mal
ou problema acontecerá a quem não a aceitar. Este tipo de argumento baseia-se em
explicitas ou implícitas ao bem-estar físico ou psicológico do ouvinte ou do leitor,
seja ele um individuo ou um grupo.

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Ex:

Ou te calas ou ficas sem recreio.

As minhas opiniões estão correctas e mandarei prender quem discordar de mim.

Ø Argumentum ad ignorantiam (apelo à ignorância) — esta falácia acontece quando


se argumenta que uma proposição é verdadeira

porque não foi provado que é falsa, ou que é falsa porque não foi provado que é
verdadeira.

Ex:

Até hoje, ninguém conseguiu provar a não existência de seres racionais aos homens.

Logo, existem também outros seres racionais superiores ao homem.

Ø Argumentum ad misericordiam (apelo à piedade) — este tipo de falácia verifica-se


quando alguém argumenta recorrendo aos sentimentos de piedade e de compreensão
de uma audiência, de modo que a conclusão ou afirmação defendida seja aprovada.
Mas convém sublinhar que o apelo piedade ou «falar ao coração» não é, de forma
alguma, um modo racional de argumentação. E o que acontece frequentemente
quando alguns alunos tentam convencer os seus professores a passá-los de classe,
invocando razões comoventes.

Ø Falácia da composição (tomar a parte pelo todo) — se as partes de um todo tem


uma certa propriedade, argumenta-se que o todo tem essa mesma propriedade. Esse
todo pode ser um objecto composto de diferentes partes como um conjunto de
membros individuais.

Ex:

Nem estes, nem aqueles sapatos me servem.

Logo, nenhuns sapatos me servem. [pp.42-44]

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Conclusão:

Concluí que, Falácias deriva do latim fallare que significa enganar.

Falácia é um raciocínio errado que aparenta ser verdadeiro. Existem dois tipos de falácias
que são paralogismos e sofismas.

Paralogismos são cometidas involuntariamente.

Sofismas são produzidas de forma a confundir alguém numa discussão.

Concluí também que em qualquer falácia ocorrem dois elementos essenciais que são: Uma
verdade aparente, Um erro oculto.

Existe uma variedade de falácias, vistas no desenvolvimento do trabalho.

Referência bibliográfica:

GEQUE, Eduardo; BIRIATE, Manuel. Filosofia 12ª Classe – Pré-universitário. 1ª Edição.


Longman Moçamique, Maputo, 2010.

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