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COLÉGIO KITABU
Disciplina de: Introdução à Filosofia
6. FALÁCIAS
Designa-se por falácia um raciocínio errado com aparência de verdadeiro. O termo falácia deriva
do verbo latino fallere que significa enganar.
As falácias que são cometidas involuntariamente, designam-se por paralogismo; as que são
produzidas de forma a confundir alguém numa discussão designam-se por sofismas. Assim, em
qualquer falácia ocorrem dois elementos essenciais:
1°) Uma verdade aparente: que dá ao argumento uma certa capacidade de convencer e que leva
os incautos ao equivoco.
2°) Um erro oculto: que leva a que se retirem conclusões falsas, a partir de uma verdade. Esse
erro oculto pode derivar da ambiguidade dos conceitos, salto desregrado do particular para o
geral, a tomada do relativo como absoluto, o parcial como o total, o acidental como essencial.
Existem muitos tipos de falácias, não havendo consenso quanto à sua classificação. Para efeitos
de nosso estudo vamos classificá-las em dois grandes tipos:
Este argumento é falacioso dado que na primeira premissa a palavra “homem” significa
“espécie humana” e na segunda “ser humano” do sexo masculino.
Sempre que se transfere um atributo de cada uma das partes para o todo não se distinguindo a
predicação distributiva da predicação colectiva corre-se o risco de argumentar
falaciosamente.
4. Falácia da divisão: consiste em separar palavras que devem ser tomadas juntas. Por isso,
ela ocorre quando num argumento se transfere ilegitimamente um atributo do todo ou da
classe para as parte, para cada um dos membros da classe.
Ex:
O Colégio Kitabu é uma das instituições de ensino prestigiadas do pais.
Logo, cada um dos alunos desta instituição de ensino é prestigiado.
5. Falácia da falsa dicotomia: este tipo de falácia ocorre quando se reparte uma classe de
objectos em dois pólos que se supõe serem os únicos possíveis e incompatíveis,
ignorando a possibilidade de existência de uma alternativa a ambos.
Ex: Ou estás do meu lado ou contra mim.
2. Falácias do acidental: acontece quando tomamos o que é acidental pelo que é essencial.
Ex:
Esta aparelhagem não funciona.
Logo, a técnica é uma farsa.
Ex:
Depois do cometa houve uma epidemia;
Logo, os cometas causam epidemias
4. Falácia da enumeração imperfeita: verifica-se sempre que atribuímos ao todo aquilo que
só é verdadeiro de algumas partes.
Ex:
Este e aquele africano são hospitaleiros.
Logo, os africanos são hospitaleiros.
4. Círculo vicioso (ou petição de princípio): ocorre quando se pretende resolver uma
questão com a própria questão, ou seja, quando se supõe acordado ou provado
precisamente o que está em questão; apresenta-se como premissa o que só se justifica
como conclusão.
Ex:
O que é lógica? É a ciência do que é lógico.
O remédio cura porque tem a virtude curativa.
No lugar do argumentador provar a falsidade do enunciado, ele ataca a pessoa que fez o
enunciado.
Ex1: Esse senhor diz que presenciou o crime! Mas que confiança nos pode merecer um pobre
bêbado?
Ex2: Não recebemos lições de democracia de alguém que militou em partidos antidemocráticos!
É a tentativa de ganhar a causa por apelar a uma grande quantidade de pessoas. Por vezes é
chamada de apelo à emoção, pois os apelos emocionais tentam atingir toda a população.
Ex2: Querem uma cidade limpa? Querem uma cidade segura? Votem no partido X!
Prof. Job Machaiche/Filosofia/12ª Classe/1 Trim/CK/2023
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Filosofia/12a Classe/ Lógica II – Falácias
Acontece quando quem argumenta a favor de uma conclusão sugere ou afirma qua algum mal ou
problema acontecerá a quem não aceitar. Este tipo de argumento baseia-se em ameaças ao bem-
estar físico ou psicológico de alguém ou de um grupo de pessoas.
Ex2: As minhas opiniões estão correctas e mandarei prender quem discordar de mim.
Afirmar que algo é verdadeiro ou bom somente porque é antigo ou porque "sempre foi assim".
Ex2: Nossos avós educavam dessa maneira, assim é o jeito certo de educar.
Ex.: Na Filosofia, Sócrates já está ultrapassado. É melhor Severino Ngoenha, pois é o mais
recente.
Tentar provar algo a partir da ignorância quanto à sua validade. Só porque não se sabe se algo é
verdadeiro, não quer dizer que seja falso, e vice-versa.
Ex1: Ninguém conseguiu provar que Deus existe, logo ele não existe.
Ou o contrário.
Ex2: Ninguém conseguiu provar que Deus não existe, logo ele existe.
É a aplicação da repetição constante e a crença incorrecta de que, quanto mais se diz algo, mais
correcto isso está.
Ex: Se Joãozinho diz tanto que a sua ex-namorada é muito linda, então ela é.
BIBLIOGRAFIAS
1. AA.VV. A Emergência do Filosofar, 11ª e 12ª Classe, Moçambique Editora, 2003.
3. ALVES, Fátima et al, Pensar e Ser – Introdução à Filosofia, 11˚ Ano, Texto Editora, Lisboa,
1997.
5. LOURENÇO, J. Vieira, Razão e Sentido – Introdução à Filosofia, 11˚ Ano, Porto Editora,
S/Edição, Porto, S/Ano.