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FACULDADE DE DIRFEITO
CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO
FACULDADE DE DIRFEITO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................1
1.1.OBJECTIVO.........................................................................................................................1
1.1.1.Objectivo geral:..................................................................................................................1
1.1.2.Objectivos específicos.......................................................................................................1
1.2.Metodologia..........................................................................................................................1
2.CONCEITOS BÁSICOS.........................................................................................................2
2.1.1. Impacto.................................................................................................................2
2.1.2. Violência...............................................................................................................2
2.1.3.Violência domestica...........................................................................................................2
2.1.4.Violência Psicológica.........................................................................................................3
CONCLUSÃO............................................................................................................................9
Referência bibliográfica............................................................................................................10
INTRODUÇÃO
A violência é um problema social grave que atinge boa parte da população (Pfeiffer et. al,
2011).
Tal violência geralmente é cometida pelos pais, pessoas com outro vínculo de parentesco,
convivência, afecto, etc. Ou seja, muitas vezes ela parte de membros da família, que
essencialmente teriam a função de cuidar e zelar por todos seus direitos. Logo presente
trabalho tem como tema: O impacto da violência domestica no desenvolvimento psicológico
do menor: uma análise sócio-jurídica. Cuja o mesmo trabalho compreende os seguintes
objectivos:
1.1. OBJECTIVO
1.1.1. Objectivo geral:
Avaliar os impactos da violência no desenvolvimento psicológico do menor.
1.1.2. Objectivos específicos
Explicar o impacto da violência domestica no desenvolvimento psicológico do menor;
Apresentar os impactos da violência doméstica dos menores expostos a situações de
violência;
Descrever uma análise sociojurídica da violência domestica no desenvolvimento
psicológico do menor.
1.2. Metodologia
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2. CONCEITOS BÁSICOS
Conceitos podem ser definidos como uma “representação mental das características gerais de
um objecto” e são amplamente utilizados na literatura científica para expressar ideias e, dessa
maneira reduzir o texto escrito. (Michaelis, S/d).
2.1.1. Impacto
Entendido desta forma, como afirma Van der Berg, o impacto “não é definido como uma
relação mas como um tipo de estado final ou uma fotografia dos efeitos passado bastante
tempo depois do fim da intervenção” (Berg, 2011, p. 11).
2.1.2. Violência
Para Minayo e Souza (1998): “Qualquer acção intencional, perpetrada por indivíduo, grupo,
instituição, classes ou nações dirigida a outrem, que cause prejuízos, danos físicos, sociais,
psicológicos e (ou) espirituais”.
Segundo Krug, Dahlderg, Nercy, Zwi, & Lozano, (2002, p. 5) “o uso da força física ou do
poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra grupo ou uma
comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano
psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”.
O Relatório Mundial sobre Violência e Saúde traz a seguinte definição para este conceito
(violência) tão amplo:
Uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra
pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha a possibilidade de
resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação
(KRUG et al., 20 02, p. 5).
2.1.3. Violência domestica
A definição de Azevedo e Guerra (2001) é uma das mais utilizadas em estudos académicos
sobre essa temática:
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A violência doméstica pode ser definida como: todo ato ou omissão, praticado por
pais, parentes ou responsáveis contra crianças e/ou adolescentes que, sendo capaz de
causar dano físico, sexual e/ou psicológico à vítima, implica numa transgressão do
poder/dever de protecção do adulto e, por outro lado, numa coisificação da infância,
isto é, numa negação do direito que crianças e adolescentes têm de ser tratados como
sujeitos e pessoas em condição peculiar de desenvolvimento (p.33).
A partir dessas definições, é possível compreender que a violência domestica se refere aos
relacionamentos abusivos vivenciados no contexto familiar, que não se limita ao espaço
físico, mas, na própria relação que é estabelecida entre os familiares.
A violência psicológica revela-se como uma violência que, na maioria das vezes, é invisível,
que se manifesta na esfera do privado, que conta com o silêncio da “vítima” e a omissão da
sociedade.
Segundo Gonçalves (2003) algumas estratégias de poder continuam utilizando
disfarçadamente a força.
Ressalta Damasceno e Arnad quando afirmam que:
“existe uma área muito ampla da violência, não reconhecida e passível de ser
processada pela lei, ou pelo menos, não concretamente punida. É uma violência que
pode chamar de naturalizada por ser identificada com relações patriarcais vigentes no
âmbito familiar, com relações sociais de trabalho de tipo rigidamente classista,
hierárquico e/ou racista e sexista, com estruturas estatais e poder político, com
relações sociais de inclusão/exclusão” (Damasceno e Arnad apud Gonçalves 2003, p.
31).
De todas as formas de agressão, podemos afirmar que a violência psicológica é a mais sutil, já
que não deixa marcas físicas e muitas vezes se confunde com comportamentos instituídos
culturalmente, por longos anos, dentro das relações de género e das relações familiares.
Na violência psicológica estão contidas ameaças de violência e maus-tratos, ataque contra a
propriedade e animais, abuso emocional, isolamento e uso dos filhos.
Ganley (2001) procura caracterizar cada uma dessas formas, que utilizaremos como base para
melhor nos situarmos dentro deste fenómeno.
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A violência psicológica é tida como a mais difícil de ser identificada, nesse sentido é que
pesquisas e estudos nos anos 70, 80 e 90, tiveram uma enorme dificuldade em definir e
conceituar o que seria violência psicológica.
Segundo Jellen et al. (2001), pesquisadores e estudiosos que tratam do assunto referente ao
desenvolvimento psicológico infantil, demonstram que a violência psicológica causa ataques
ao ego da criança, ainda conforme os autores, a violência psicológica tem sido reconhecida
como ponto central do abuso infantil e da negligência.
A violência domiciliar vivenciada pela criança pode ser considerada um factor de risco para o
distúrbio de conduta, principalmente quando constatado histórico de antecedentes familiares e
práticas educativas inapropriadas.
Nos EUA realizaram uma análise dos estudos sobre violência doméstica produzidos
nas últimas três décadas e constataram que a maioria deles mostrou que a criança
vitimizada tinha atraso cognitivo e na área de linguagem. Os autores constataram que
em 91% dos estudos as crianças que sofriam violência em casa tinham baixo
desempenho escolar e, frequentemente, estudavam em classe especial.
A violência doméstica é um tema complexo pelo fato de a criança dificilmente ser vítima de
uma única modalidade de violência, bem como por estar associada, geralmente, a problemas
sócio económicos.
As crianças com história de violência doméstica para Milani & Loureiro (2009) apresentam
um autoconceito mais negativo na área comportamento e mais dificuldade no desempenho
escolar na área de escrita.
Tais dificuldades sugerem prejuízos em áreas que deveriam funcionar como protecção, ou
seja, essas crianças não costumam contar com alguns recursos para enfrentar as tarefas
essenciais da idade escolar.
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Abidin et. al (1992) apud Abramovitch et. al (2008); Ribeiro et. al (2009) referem que
As crianças expostas a brigas conjugais dos pais apresentaram risco 11,66 vezes mais
alto de terem o diagnóstico de TDAH. Através de estudos empíricos com crianças
vítimas de violência doméstica, observaram ainda que as crianças maltratadas tendem
a repetir o comportamento a elas aplicado, além da tendência destes se tornarem
pessoas que resolvem suas questões através de actos violentos.
Para Pires et. al (2012) as crianças, apesar de serem vítimas directas de violência familiar, são
atingidas emocionalmente ao testemunhar a violência na família. Crianças nessa situação
tendem a apresentar mais comumente comportamentos agressivos. Em um estudo com
escolares do Rio de Janeiro observou-se que crianças com TDAH tinham maior chance de ter
presenciado brigas entre os pais.
Para isso é preciso investir em formas de tratamento para aquelas famílias que os serviços de
referência identificaram situações de violência, bem como investir em estratégias de
prevenção para aquelas que se identifica risco de tais intercorrências.
A relação com o ambiente social amplo tem implicações na forma como os pais agem com
seus filhos e interfere no tipo de desenvolvimento que promove.
Para Paiano et. al (2007) essas dificuldades escolares aparecem em diversos resultados como
razão significativa da procura dos pais pelos serviços de saúde. A participação da escola no
processo diagnóstico é fundamental, uma vez que pode reforçar a percepção familiar e
contribuir para um enfrentamento mais objectivo do problema.
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4. A JURÍDICA NA VIOLÊNCIA DOMESTICA NO DESENVOLVIMENTO
PSICOLÓGICO DO MENOR
A violência doméstica é um crime público, o que significa que o procedimento criminal não
está dependente da apresentação de uma queixa, formal ou informal, por parte da vítima,
sendo apenas necessário haver uma denúncia ou o conhecimento do crime, para que o
Ministério Público promova o processo, (BRASIL, 2006).
Não obstante, a família não possui apenas direitos, bem como deveres, juntamente com a
sociedade e o Estado, entre eles o de garantir os direitos fundamentais da criança e do
adolescente com absoluta prioridade, também como não permitir que estes seres, ainda em
formação, venham se tornar vítimas de todo e qualquer ato que ofenda a sua integridade física
e moral.
Nesse sentido, o art. 227 da Constituição Federal é claro ao explicitar que é dever da
família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária, além de colocálos a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Azevedo & Guerra,
1997).
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devem reservar parte de seu orçamento na execução desses objectivos. Caso haja omissão, o
Ministério Público possui legitimidade para propor acção civil pública (art.201, V, do ECA).
O Estatuto também prevê em seu art. 15, que “a criança e o adolescente têm direito à
liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento
e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis”.
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CONCLUSÃO
Levantar dados e reflectir sobre essa temática me faz concluir que devemos estar vigilantes à
seriedade do problema. A violência se faz presente em muitos lares, espaços que perante a
sociedade, seria o local que crianças estariam seguras e tranquilas, elementos indispensáveis
para o seu desenvolvimento cognitivo, afectivo e social.
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Referência bibliográfica
Azevedo, M. A.; Guerra, V. N. (1997). Infância e violência doméstica: o castigo dos cacos
quebrados. São Paulo: Lacri. v. 1.
Ferriolli, S.H.T.; Maturano, E.M.; Puntel, L.P. (2007). Contexto Familiar e Problemas de
Saúde Mental no Programa de Saúde da Família. Revista de Saúde Pública. Vol.01,
São Paulo, maio, 2007.
Paiano, M.; Andrade, B.B; Cazzoni, E., Araujo, J.J.; Waidman, M.A.; Marcon, S.S. (2007)
Distúrbios de Conduta em Crianças do Ensino Fundamental e sua Relação com a
Estrutura Familiar. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano.
Vol. 17, nº 02. São Paulo, ago, 2007.
Pfeiffer, L.; Rosario, N.A.; Cat, M.N. (2011) Variáveis contra Crianças e Adolescentes-
Proposta de Classificação dos Níveis de Gravidade. Revista Brasileira de Pediatria.
Vol.29, nº 04. São Paulo, dez, 2011.
Van den Berg, Rob D. (2011). Evaluation in the context of global public goods, Evaluation,
Vol. 17, Nº 4: 405-415.
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