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FACULDADE DE DIRETO
FACULDADE DE DIRETO
1.1.Objetivo
1.1.1. Geral:
✓ Analisar as estratégias de prevenção da violência doméstica em crianças, considerando
os aspectos jurídicos e sociais envolvidos.
Específicos:
✓ Identificar as principais causas e consequências da violência doméstica em crianças;
✓ analisar as políticas públicas e ações da sociedade civil voltadas para a prevenção da
violência;
✓ Avaliar o impacto das medidas de prevenção e proteção na redução da violência doméstica
em crianças.
1.2.Hipótese
A hipótese deste trabalho é que a prevenção da violência doméstica em crianças requer uma
abordagem multidisciplinar, que envolva não apenas medidas punitivas, mas também ações de
educação, conscientização e apoio às famílias em situação de vulnerabilidade.
1.3.Problematização
A problematização deste estudo se justifica pelo fato de que a violência doméstica contra crianças
é uma grave violação dos direitos humanos, que afeta a saúde física e psicológica das vítimas e ter
efeitos duradouros na vida adulta. Além disso, a violência doméstica em crianças tem sido cada
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vez mais reconhecida como um problema de saúde pública, exigindo medidas efetivas de
prevenção e combate.
Para a elaboração do presente trabalho, usou-se uma metodologia evisão bibliográfica sistemática
da literatura, com base em artigos científicos, livros e documentos oficiais sobre a violência
doméstica em crianças. A análise dos dados será realizada por meio da técnica de análise de
conteúdo, com o objetivo de identificar os principais temas e tendências relacionados ao tema.
Em resumo, este trabalho busca contribuir para a compreensão da violência doméstica contra
crianças e para o desenvolvimento de estratégias efetivas de prevenção e combate a esse problema.
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2. Referencial concetual teórico
2.1.Definição e tipos de violência doméstica em crianças
Com base na Lei nº 13.431/2017, a violência doméstica em crianças pode ser definida como
qualquer ação ou omissão que prejudique seu bem-estar, segurança, desenvolvimento físico,
psicológico ou moral, praticada por pais, responsáveis ou qualquer pessoa que possua relação de
convivência com a vítima. Essa violência pode se manifestar de diversas formas, como violência
Segundo Falcão e Lins (2018), a violência doméstica em crianças é um problema grave e complexo,
que afeta milhões de crianças em todo o mundo. Esses autores apontam que a violência doméstica
em crianças pode ter efeitos duradouros em sua saúde e bem-estar, podendo levar a problemas
como transtornos mentais, comportamentais e físicos. Além disso, a violência doméstica em
crianças pode afetar sua capacidade de aprendizado e desenvolvimento, prejudicando suas
perspectivas de futuro.
Segundo Araújo e Tavares (2019), as características individuais da criança, como idade, gênero e
vulnerabilidade, podem influenciar a sua exposição à violência doméstica. Crianças menores de 6
anos, por exemplo, são mais vulneráveis e tendem a ser mais afetadas emocionalmente pela
violência, enquanto meninas têm maior probabilidade de serem vítimas de violência sexual. Além
disso, a presença de deficiência física ou mental pode aumentar a vulnerabilidade da criança à
violência.
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Já os fatores familiares podem incluir a presença de conflitos conjugais, estresse parental, baixo
nível socioeconômico, uso de drogas e álcool pelos pais, entre outros. Conforme destaca
Nascimento e col. (2021), a violência doméstica pode ser resultado de uma dinâmica de poder
desigual entre os membros da família, muitas vezes relacionada a uma cultura de violência e
punição.
No âmbito social, fatores como a desigualdade de gênero, pobreza, exclusão social e falta de
políticas públicas efetivas de prevenção e combate à violência podem contribuir para a perpetuação
da violência doméstica contra crianças. Como aponta Fontes (2020), a violência doméstica é uma
manifestação da violência estrutural presente em nossa sociedade, que se perpetua em razão da
invisibilidade das vítimas e da naturalização da violência.
É importante ressaltar que esses fatores não atuam isoladamente, mas interagem de forma complexa
e dinâmica, contribuindo para a manutenção e agravamento da violência doméstica em crianças.
A violência doméstica em crianças pode acarretar diversos impactos negativos na vida desses
indivíduos. Estudos têm demonstrado que crianças expostas a essa violência apresentam maior
probabilidade de desenvolver transtornos mentais, comportamentais, problemas emocionais e
cognitivos (ASSIS et al., 2012). Além disso, a exposição à violência pode prejudicar o
desenvolvimento socioemocional e cognitivo das crianças, o que pode impactar em sua vida
acadêmica e social (ABRAMOVICH; LIMA, 2018).
De acordo com Assis et al. (2012), a exposição à violência doméstica pode levar a sintomas como
baixa autoestima, agressividade, ansiedade, depressão, isolamento social, medo, pesadelos, entre
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outros. Ainda segundo os autores, esses sintomas podem persistir por longos períodos e se
intensificarem ao longo do tempo, agravando-se à medida que a exposição à violência se mantém.
Abramovich e Lima (2018) acrescentam que a violência doméstica em crianças pode influenciar
negativamente o seu desenvolvimento cognitivo, dificultando o aprendizado, a concentração e a
memória. Os autores ressaltam que a violência pode afetar diretamente o funcionamento do cérebro
das crianças, interferindo na formação de conexões neurais e prejudicando o seu desenvolvimento
neurológico.
Diante disso, é imprescindível que sejam desenvolvidas políticas públicas que visem prevenir e
combater a violência doméstica em crianças, bem como oferecer apoio psicológico e social às
vítimas e suas famílias. É preciso compreender que a violência doméstica em crianças não afeta
apenas o indivíduo diretamente envolvido, mas também tem reflexos na sociedade como um todo.
De acordo com Guerra et al. (2020), a prevenção da violência doméstica em crianças deve envolver
políticas públicas que promovam a proteção dos direitos da criança e do adolescente, além de ações
educativas e de conscientização para a sociedade como um todo. É preciso que a prevenção seja
realizada de maneira integrada, envolvendo diferentes áreas do conhecimento, como o Direito, a
Psicologia, a Assistência Social, entre outras.
Nesse sentido, a atuação do poder público é fundamental para a implementação de políticas que
visem a prevenção da violência doméstica em crianças. Segundo Ferreira et al. (2018), é necessário
que haja uma maior efetividade das leis e das políticas públicas voltadas para a proteção da criança
e do adolescente, bem como o fortalecimento do sistema de proteção à infância e juventude.
Além disso, a prevenção também pode ser realizada por meio de ações educativas nas escolas, nas
famílias e na comunidade em geral. De acordo com Siqueira et al. (2019), a educação é um
importante meio de prevenção da violência, pois contribui para a formação de cidadãos críticos e
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conscientes de seus direitos e deveres, além de incentivar o respeito à diversidade e a valorização
da vida.
Por fim, é importante destacar que a prevenção da violência doméstica em crianças não é uma
tarefa fácil, e demanda a colaboração e o engajamento de toda a sociedade. É preciso que as
políticas públicas e as ações educativas sejam pensadas de forma integrada, buscando promover a
cultura da paz e do respeito aos direitos humanos desde a infância.
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3. Conclusão
Em relação ao tema da pesquisa, viu-se que a violência doméstica em Moçambique, está atingindo
proporções elevadas, sobretudo nestes últimos anos, pois a mulher está sendo vítima de várias
formas de violência perpetrada principalmente pelos homens e mais especificamente pelos
parceiros. Não obstante, observou-se que a diferença de género e de funções sociais, bem como os
padrões culturais económicos e sociais, são um dos fatores adicionais às causas da violência contra
a mulher. Por fim, no que diz respeito ao conceito fundamental, constatou-se que a violência tem
a ver com o uso intencional da força que pode causar morte, lesões, traumas físico e psicológico
diminuindo assim a qualidade de vida da parte das pessoas atingidas, onde este ato pode ser também
cometido por pessoas que não vivem juntas como ex-cônjuge.
Ao longo deste trabalho, foram apresentados diversos aspetos relacionados à violência doméstica
em crianças, desde sua definição e tipos, até as políticas públicas e programas de prevenção
existentes e as propostas de novas medidas para o combate a esse problema
Ficou claro que a violência doméstica em crianças é um tema complexo, que envolve diversos
fatores e que traz impactos negativos para o desenvolvimento físico, emocional e social das vítimas.
É um problema que deve ser combatido de maneira multidisciplinar, envolvendo não só as áreas
de saúde e assistência social, mas também a justiça, a educação e a comunidade em geral.
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4. Referências Bibliográficas
Alvin, S. F. & Souza, L. (2005). Violência conjugal em uma perspetiva relacional: Homens e
Mulheres agredidos/agressores. Psicologia: Teoria e Prática. Rio de janeiro.
Fórum Mulher (2007). A violência doméstica é uma violação dos direitos humanos das mulheres.
Anteprojecto de lei contra a violência doméstica. Maputo.
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