Você está na página 1de 48

INSTITUTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO

PÓS-GRADUAÇÃO EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

DANIELLY MENDES DE SOUZA

ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM A VIOLENCIA CONTRA O


IDOSO

PALMAS-TO
2023
DANIELLY MENDES DE SOUZA
ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM A VIOLENCIA CONTRA O
IDOSO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Instituto Pedagógico
Brasileiro, tendo por finalidade obter o
título de Especialista em Urgência e
Emergência em Enfermagem.

PALMAS-TO
2023
Dedico essa monografia a Deus e minha família, aos
meus pais, principalmente a minha mãe\vó Madalena que
nunca deixou que eu desistisse do meu sonho ao meu
esposo Alex que foi quem me ajudou muito nessa jornada.
“Não te mandei eu? Esforça-te, e tem bom animo; não temas, nem te espantes;
porque o SENHOR teu Deus é contigo, por onde quer que tu andares”. Josué
1:9

LISTA DE TABELAS
TABELA 1: Tipos de violência praticadas contra o idoso.

INDICE DE ILUSTRAÇÕES

FIGURAS:

FIGURA 1: Conduta frente a violência contra o idoso4 a 35

QUADROS

QUADRO 1: Artigos selecionados..............................................................38 a


43
RESUMO

Introdução: Com a inversão da pirâmide etária onde antes as taxas de


natalidades eram maiores que as taxas de longevidade, o modo de se viver
também mudou. Nota-se que agora tem a necessidade de ter pessoas para
cuidar desse idoso, isso pode trazer benefícios como malefícios e um desses
malefícios que podem ocorrer e a violência contra o idoso. Objetivo: Esse
estudo tem como objetivo identificar os tipos de violência sofrida pelo idoso,
bem como as mais prevalentes e o papel do enfermeiro diante dessa violência.
Materiais e métodos: A partir de uma pesquisa bibliográfica, descritiva e
revisão da literatura, de trabalhos publicados entre 2008 e 2023, foram
selecionados 15 artigos nas bases de dados GOOGLE ACADÊMICO, SCIELO,
BIREME, ERIC, LILACS, PERIÓDICOS CAPES, PUBMED. Resultados: Esse
estudo possibilitou identificar vários tipos de violência, só que, sete foi em
comum em mais da metade dos artigos selecionados e são elas: física,
psicológica, financeira, negligência, abandono, autonegligência e sexual. Os
tipos de violência mais prevalentes são abandono e negligência, e são mais
acometidas no ambiente intrafamiliar como o principal agressor os filhos e
cônjuge. O papel do enfermeiro é dá assistência ao paciente vítima de violência
bem como identificar e denunciar os casos, só que devido a medo de
exposição, ameaças, problemas culturais muitas vezes o enfermeiro não o faz.
Com isso nota-se a necessidade de políticas públicas voltada a proteção do
enfermeiro quando ele notificar os casos bem como mais estudos voltados para
a área. Considerações finais: Conclui-se que dessa forma que a equipe de
enfermagem tem papel fundamental na proteção da saúde desse idoso, pois
são os profissionais que estão mais próximos a eles tanto dentro do hospital
como na comunidade. Palavras chaves: Idoso, Prevalência, Assistência de
Enfermagem, Violência ao Idoso, Estatuto do Idoso.
ABSTRACT

Introduction: With the inversion of the age pyramid, where birth rates were
higher than longevity rates, the way of living has also changed. It is noted that
now there is a need for people to take care of this elderly person, this can bring
benefits such as harm and one of those harm that can occur and violence
against the elderly. Objective: This study aims to identify the types of violence
suffered by the elderly, as well as the most prevalent and the role of nurses in
the face of this violence. Materials and methods: From a bibliographic,
descriptive and literature review of works published between 2008 and 2020, 15
articles were selected from the GOOGLE ACADÊMICO, SCIELO, BIREME,
ERIC, LILACS, PERIÓDICOS CAPES, PUBMED databases. Results: This
study made it possible to identify various types of violence, only seven were in
common in more than half of the selected articles and they are: physical,
psychological, financial, neglect, abandonment, self-neglect and sexual. The
most prevalent types of violence are abandonment and neglect, and are most
affected in the intrafamily environment as the main aggressor of children and
spouses. The nurse's role is to assist the victim of violence as well as to identify
and report the cases, but due to fear of exposure, threats, cultural problems, the
nurse often does not do so. As a result, there is a need for public policies aimed
at protecting nurses when they report cases, as well as more studies focused
on the area. Final considerations: It is concluded that this way, the nursing
team has a fundamental role in protecting the health of this elderly person, as
they are the professionals who are closest to them both within the hospital and
in the community. Key words: Elderly, Prevalence, Nursing Care, Violence to
the Elderly, Statute for the Elderly.
SUMÁRIO

RESUMO.........................................................................................................................9
ABSTRACT....................................................................................................................10
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS.....................................................................................12
1.1 METODOLOGIA..................................................................................................14
2 ENVELHECIMENTO..................................................................................................16
3 VIOLÊNCIA................................................................................................................20
3.1 VIOLENCIA CONTRA O IDOSO.........................................................................21
3.2 TIPOS DE VIOLENCIA........................................................................................24
TABELA 1: Tipos de violência praticadas contra o idoso.......................................26
Fonte: LIMA, Cida 2012.........................................................................................27
3.3 PRINCIPAIS TIPOS DE ABUSO.........................................................................28
3.4 FATORES DE RISCO PARA VIOLENCIA CONTRA O IDOSO..........................28
3.5 COMO RECONHECER A VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO...............................30
4 PAPEL DO ENFERMEIRO FRENTE A VIOLENCIA..................................................32
4.1 IDENTIFICAR DA VIOLENCIA PELO ENFERMEIRO.........................................34
FIGURA 1: Conduta frente a violência contra o idoso de acordo com Azevedo e
Silva, 2019, p.4.......................................................................................................35
4.2 INTERVEÇÕES DE ENFERMAGEM..................................................................36
5 Resultados e Discursões............................................................................................39
Quadro 1- Artigos selecionados.............................................................................39
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................46
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS..............................................................................48
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Nota-se que a expectativa de vida brasileira vem crescendo intensamente


na última década e de acordo com pesquisas feitas pelo IBGE 2018, esse
crescimento só tende a aumentar. Esse crescimento da população idosa está
ocorrendo antes de resolver problemas essências como de saneamento, taxas
de desemprego, educação e saúde.

Com isso, há incertezas de como será a vida dessa população relacionado


a sua renda, sua autonomia e saúde, gerando assim um quadro de
vulnerabilidade perante a família e sociedade e a si mesmo, e por
consequência mais exposto a violência.

De acordo com dados obtidos pelo IBGE (2018), a expectativa de vida da


população idosa vem crescendo a cada ano. E com esse crescimento, é
notável que em algum momento da vida vai haver a necessidade de um
cuidador profissional ou um familiar que fará esse papel de conviver com um
idoso dentro do lar. Esse conviver com o idoso muitas vezes não é amistoso,
ou seja, uma convivência dificultosa.

Essa convivência dificultosa pode se dá devido a diferencia de idade e


pensamentos, questões financeiras, problemas mentais, problemas causados
na infância, dilemas com álcool e drogas, comorbidades como doenças
crônicas como hipertensão, diabetes e também problemas ocasionados pela
senescência.

Em 2002 com a Declaração de Toronto, a violência contra


o idoso foi descrita como uma ação que pode ser manifestada
isoladamente ou recorrente ou também uma ausência de
resposta quando se há um relacionamento em que tenha
confiança que por consequência possa gerar um prejuízo ou
dor ao idoso (Santos AMR et al. 2018).

A violência contra o idoso pode ser conceituada como: violência física,


psicológica, sexual, abandono, negligencia, autonegligência, violência
econômico-financeira e patrimonial. A violência patrimonial é quando uma
pessoa ou a família usam de forma indevida os fundos financeiros dos idosos.

De modo geral, pesquisas apontam que a maior parte da violência contra o


idoso apresenta-se por parte da família. Decorrente de que esse idoso
necessite dos cuidados familiares nessa fase da vida, visto que, se torna
dependente parcialmente ou totalmente de outra pessoa.

Diante a todas essas considerações, nota-se que estudos desempenhados


na área de saúde do idoso, possibilita instruir-se de conhecimentos para
cuidados prestados ao idosos, conhecimento do processo de envelhecimento
humano e as necessidades de cuidados específicos.

Essa monografia justificou-se com a necessidade de estudos na área da


saúde do idoso, visto que, é uma população crescente e com grande
vulnerabilidade tanto social como física. Com isso a necessidade de estudo
para cooperar na saúde desse idoso e diminuição dos casos de violência a
essa população.

Segundo Ferraz (apud OLIVEIRA e SILVA 2016, p.2) “a violência é tratada


como um problema de saúde e deve ser objeto de estudo devido ao impacto
causado na vida das pessoas”.

A violência contra o idoso consiste em ser de alta relevância


no contexto atual brasileiro, dado que até o ano de 2025 de
acordo a OMS, o Brasil será o 6º pais com o maior número de
idosos no mundo. Com essa inversão da pirâmide etária
brasileira, o aumento de idosos no Brasil só tende a crescer e a
taxa de fecundidade a diminuir em razão do avanço
tecnológico, avanços econômicos, facilidade de acesso a
saúde, dessa forma aumentando a expectativa de vida (OMS,
2019).

Compreende-se que a violência contra o idoso no Brasil, no mundo, pela


população e pelos profissionais da saúde é pouco estimada diante do cenário
atual, além de ter o aspecto velado da violência, ou seja, fazer vista grossa,
diante da mesma. Alguns dos motivos dessa atitude é que esta população em
especifico não seja mais um contribuinte atuante tanto economicamente como
em tarefas domesticas, ou seja, dependente total ou parcial de outra pessoa.
Essa dependência, e a pouca participação social causa estresse tanto no idoso
como no seu familiar que muitas vezes é também seu cuidador.

Com isso, o objetivo geral desse estudo que será abordado mais
profundamente no decorrer da leitura é a analisar das questões relacionadas a
agressão contra o idoso e a postura profissional do enfermeiro frente a essa
conjuntura evidenciando o contexto histórico das motivações da violência
contra o idoso, visto que é uma população vulnerável e com baixa visibilidade
diante da sociedade.

Mais especificamente dentro desse estudo, pretende-se identificar os tipos


de violência contra o idoso, avaliar as violências mais prevalecentes contra o
idoso, compreender a motivação das agressões e descrever o papel do
enfermeiro frente a violência contra o idoso.

Desse modo, pretende-se contribuir para que todos tenha um olhar


ampliado e consciente pra essa população, para que ocorra mais denúncias
diante dessa violência, e que mais estudantes, a população em geral possa
contribuir para que a violência contra idoso no Brasil caia em declínio.

Para que outros pesquisadores possam utilizar e se embasar nesse artigo


para sua própria pesquisa e que assim os idosos possam ter em sua última
fase dignidade e respeito por parte dos seus familiares e pessoas que presta
serviço a eles, vendo-o como pessoa digna e merecedora de respeito e
cuidado.

O problema observado durante a pesquisa foi que no decorrer dos anos a


população está tendo maior expectativa de vida, porém essa expectativa de
vida nem sempre significa qualidade de vida, pois essa população apresentara
uma ou mais comorbidades associada a velhice e também apareceram casos
de violência contra esse idoso. Tendo em vista os assuntos levantados nesse
parágrafo, levantamos o questionamento: Qual a atribuição da enfermagem
diante a essas violências?
1.1 METODOLOGIA

Para a produção deste, buscou-se pelas pesquisas do tipo bibliográfica


que é a um estudo que procura um modelo teórico para analisar os dilemas da
pesquisa e a partir desse modelo teórico fazer contribuições cientificas ao tema
da indagação; descritiva que tem como proposito explicar o tema da pesquisa
completamente, descrevendo tudo da melhor forma possível, e a documental
que se assemelha a revisão bibliográfica que se difere por não ter apenas
informações cientificas, mas, contem também jornais, revistas, catálogos, entre
outros. Foram esses tipos de pesquisa que conduziram esse projeto.

No desenvolvimento será explicado mais detalhadamente sobre os tipos


de violência contra o idoso e como deve ser a postura do enfermeiro defronte a
essa questão. Os dados coletados são de artigos científicos e revistas
publicados entres os anos de 2008 a 2020.

Os dados foram colhidos entre fevereiro e novembro de 2020. A base de


dados que foram recolhidos os artigos, revistas e outros tipos de pesquisa foi o
GOOGLE ACADÊMICO, SCIELO, BIREME, ERIC, LILACS, PERIÓDICOS
CAPES, PUBMED.

A abordagem desse estudo cientifico é a quali-quanti que é uma


abordagem onde se junta informações do tipo que envolve número e palavras
para se constatar e justificar, no caso desse trabalho o tema que envolve a
violência contra o idoso.

Na elaboração ocorreu a necessidade de critérios para o


desenvolvimento desse projeto técnico cientifico. Nesse sentido os critérios
foram o ano da publicação dos artigos\revistas entre outros, que no caso foram
os últimos 12 anos, a relevância do tema para a saúde da população, a
adequação do tema com a atualidade e a contribuição para os profissionais da
saúde.
2 ENVELHECIMENTO

Por definição, de acordo com o Estatuto do Idoso


(Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003), o idoso é
“qualquer pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos”. O envelhecimento é um processo
natural e individual, no entanto, podemos defini-lo em dois
tipos: senescência que é o envelhecimento normal e
senilidade definido como envelhecimento patológico
(DAMARES CHAGAS BARRIOSO, PAULA, 2020, pág. 1).

De uma forma mais completa a senilidade é um processo que ocorre


devido a situações fisiopatológica decorrente do estilo de vida que cada
indivíduo leva em sua vida cotidiana. Um indivíduo que passou a vida com uma
alimentação inadequada, não tem hábitos de pratica de exercício físico, não faz
a ingesta de água devida, não tem uma rotina de sono satisfatória e faz uso de
álcool e drogas entre outros, muito provavelmente na idade mais avançada vão
desenvolve doenças.

Algumas doenças que fazem parte desse processo são a diabetes,


hipertensão, Alzheimer, problemas mentais entre outras tantas. Isso ocorre
decorrente do estilo de vida que essa pessoa vai levar no decorrer da vida
dela.

Já a senescência é um processo natural, individual e progressivo e


irreversível que cada ser humano irá passar. São características da
senescência a perda cognitiva gradual, perda da audição, olfato, o
aparecimento de cabelos brancos, a queda de cabelo, as rugas, o ganho de
gordura, a perca gradual muscular que vai contribuir para o risco de quedas.

Na senescência ocorre também a sensibilidade na pele que contribui


para o aparecimento de machucados, flacidez, diminuição da visão, perca de
massa óssea, perca da memória ( caso essa perca de memória se definida
como Alzheimer , já não é um processo de senescência e sim um processo de
senilidade ), entre outras características que vem se tornando presente quando
o mesmo entra na idade mais avançada.

Por estar a mesma em situação de desvantagem perante


os demais, em razão das dificuldades que a idade avançada
trás, ela precisa de proteção especial, compensando-se as
dificuldades inerentes da idade com garantia de uma série de
direitos (OLIVEIRA e SILVA, 2016, p.2).

Ou seja, esse idoso precisa de proteção por ser vulnerável, por não está
em igualdade aos demais. Essas vulnerabilidades dizem a respeito ao seu
físico que não é mais forte e saudável como antes, refere-se a sua autonomia,
pois o mesmo não consegue mais sozinho desenvolver-se como antes.

Como já foi dito o Brasil é considerado uma pessoa idosa a partir dos 60
anos de idade e em países desenvolvidos para ser considerado idoso, essa
pessoa tem que ter atingido a idade de 65 anos de acordo com a OMS. Porém
no Brasil os idosos já tendo atingido seus 60 anos e sendo considerados
idosos, tem alguns benefícios como o de transporte público sem a necessidade
de pagamento que só pode ser adquirido após a idade de 65 anos.

“De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no censo


de 2010, um percentual de 10,9% de idosos na população brasileira. No ano de
2050, o Brasil terá a sexta maior população de idosos do mundo.” (ALMEIDA et
al., 2017, pag.2).

Estudos feitos mostram que a pirâmide etária está de ponta para baixo,
o índice de natalidade diminuiu e só tende a diminuir mais, por questões de
estilo de vida como métodos contraceptivos. Já a taxa de longevidade só tende
a crescer de acordos com dados obtidos pelo IBGE.

Todo esse crescimento da população idosa tanto brasileira como


mundial, é um senário decorrente das tecnologias e avanços que a saúde
mundial vem trazendo. Alguns países como o Brasil que não estava preparado
para essa população idosa crescente vêm apresentando alguns problemas
relacionado a esse não preparo.

O instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)


prever que em 2031 o número de idosos brasileiros será maior
que o de crianças e adolescentes de até 14 anos. Em 2018 o
governo federal revelou que houve um aumento de 13% em
relação a 2017 no número de denúncias sobre violência contra
o idoso. Uma análise mais profunda dessas notificações
demonstraram que a maioria das agressões foi cometida no
domicilio das vítimas (85,6%) e o agressor na maioria dos
casos são os filhos (52,9%) e em segundo lugar netos (7,8%)
(BARRIOSO, Paula, 2020, p.2).

A população idosa vem crescendo a cada ano e em todo


o mundo, esse fenômeno associa-se principalmente a queda
de fecundidade, que tem contribuindo, sobretudo, nos países
desenvolvidos. Atualmente, o Brasil conta com mais de 14,5
milhões de idoso, sendo que até 2025 esse número dobrara
para 30 milhões (OLIVEIRA MORAIS et al., 2018, pag.1).

“O envelhecimento populacional tornou-se uma realidade mundial e, no


Brasil, ocorre de forma acelerada, impondo modificações nas políticas sociais e
novos desafios para a saúde pública.” (MAPELLI e TAVARES, 2015, pag. 2)

Devido a forma acelerada e o despreparo do Brasil em relação a


quantidade de idosos que vem aumentando e a baixa taxa de fecundidade se
torna necessário que políticas públicas sejam feitas voltadas para essa
população. Políticas voltadas para a saúde física dessa população, políticas
voltadas para a prevenção e proteção contra a violência de todos os tipos
voltada para esses idosos, políticas voltadas para o lazer e cultura para os
mesmos.

De fato, à medida que se altera o perfil etário da


população, devido ao crescimento do percentual de idosos
brasileiro, surge novas diversidades a serem enfrentadas pela
sociedade, principalmente no contexto da violência. A
longevidade proporciona maior tempo de convivência
intrafamiliar e intergeracional, podendo gerar reflexos positivos
ou negativos em relação ao comportamento dos familiares para
com os idosos (SANTOS RM, et al. 2019, pag,2.).

O envelhecimento é visto de dois pontos de vista diferente, o


envelhecimento onde o idoso perde sua independência física e financeira, ou
seja, onde ele precisa de outra pessoa para auxilia-lo ou até mesmo fazer as
coisas para ele que antes era algo que o mesmo fazia com facilidade e o
envelhecimento social, onde o mesmo ira se afasta por vontade ou os outros se
afastarão, ou seu papel em sociedade será ressignificado .

Esses dois pontos trazem consigo tanto problemas para esse idoso
como benefícios para o mesmo. Os malefícios começam quando esse idoso
perde sua capacidade necessitando de outro para realizar o que antes
conseguia fazer sozinho, ou vai perdendo seu espaço que antes era algo
prazeroso para o mesmo, um exemplo seria seu trabalho que antes era algo
que era bom e hoje já não pode mais está lá.

Um dos benefícios seria que esse idoso vai passar mais tempo com a
família (isso pode também ser um maleficio), podendo gozar do prazer de estar
perto dos filhos, netos, esposa, entre outros. A aposentadoria também é um
benefício para esse idoso.

Já o envelhecimento social é algo que vai depender de cada cultura. O


que é considerado velho em um país no outro ainda não é, um exemplo seria
que no Brasil é considerado idoso a pessoa a partir dos 60 anos e em outros
países como Estados Unidos a partir dos 65 anos. Quando esse idoso se
aposenta ele é realocado, antes trabalhava e desempenhava um papel na
sociedade, agora seu papel será outro.

Esse processo de envelhecimento social começa quando os papeis que


antes eram realizados por ele hoje está sendo realocado ou mudado. Esse
processo leva em consideração aspectos como a classe social a qual pertence,
a cultura local e seu gênero, sua profissão e seu relacionamento familiar. Essas
características vão influencia em sua nova realidade.

A idade social normalmente é adicionada a aqueles que encerram a vida


profissional, ou seja, se aposentaram. Quando isso ocorre a sociedade começa
a ver essa pessoa como improdutivo. O que influencia também é quando é se
essa pessoa está se adequando o que esperam para idade dela.

3 VIOLÊNCIA

A violência é conceituada como uso intencional de força


física, verbal, psicológica, sexual com violação dos direitos
humanos ou ameaça que resulte em acidente, morte, torturas,
conflitos, fome ou trauma psicológico com o indivíduo em sua
integridade (AZEVEDO e DA SILVA, 2019, pag.3).

Segundo WHO, 2002 Sua definição provavelmente mais conhecida é a


da Organização Mundial de Saúde (OMS) que a explica como sendo “o uso
intencional de força física ou do poder real ou em ameaça contra si próprio,
contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou
tenha possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência
em desenvolvimento ou privação”. (apud COLER, LOPES e MOREIRA, 2009,
pag.3)

Segundo a OMS o Brasil é considerado o 9º país mais violento do


mundo. A ONU publicou que a cada 100 mil pessoas, 31,1% são mortas no
Brasil por algum tipo de violência. Estima-se que a cada 10 minutos uma
pessoa idosa sofre algum tipo de violência no Brasil.

Por ser considerado um país violento, o Brasil tem que políticas mais
voltadas a prevenção e detecção dessa situação para que assim possa ter um
controle mais eficaz contra essa situação.

A violência acomete todos os grupos de pessoas, porém, tem aquelas


que não consegue se defender ou evitar de forma eficiente esse tipo de
situação. São parte de grupo os idosos, as crianças e as mulheres. Somente
nesse século que essa problemática vem sendo estudada e discutida de forma
mais profunda entre os poderes, os profissionais de saúde e a população em
geral.

A violência há muito tempo permeia as sociedades


humanas, assumindo diversas formas e manifestando-se nos
mais diversos ambientes. De forma geral a violência pode ser
concebida como forma de poder desigual, onde existe a
negação de oportunidade e intolerância a figura de outrem
(ALMEIDA CAPL et al., 2017, p.2).

De acordo com WHO 2008 e Saraiva e Coutinho 2012 “a violência


interfere nas diferentes esferas de qualidade da vida das pessoas: física,
psicológica\emocional, sexual e financeira. Ela gera ainda consequências a
curto, médio e longo prazo, para indivíduos, familiares, comunidades e países.
As consequências podem-se destacar o aumento da demanda em serviços de
saúde” (apud SANTANA, VASCONCELOS e COUTINHO 2016, p.1).

Sabemos que a expectativa de vida vem aumentando aceleradamente


nos últimos anos, e esse crescimento não foi algo que o Brasil enquanto país
estava preparado. Com o aumento da expectativa de vida que foi um ganho
grande para o país veio problemas também para essa população.

As comorbidades que acompanham essa população precisa-se de


atendimento e acompanhamento com a equipe de saúde gerando assim gastos
para o estado e a necessidade de novas políticas públicas voltada para essas
pessoas. E também acarretando uma maior demanda nos serviços públicos de
saúde e gastos para economia do país.

A violência enquanto questão de saúde, só começou a


ser enfatizada na segunda metade século XX, quando os
profissionais da saúde começaram a denunciar os casos de
maus-tratos a criança, adolescentes e mulheres detectados
nos serviços de saúde. Quanto a violência contra o idoso, só
ganhou espaço nas políticas e agendas de saúde de forma
mais tardia (ALMEIDA CAPL, et al.,2017, p.2).
Ou seja, a violência contra o idoso ainda está ganhando espaço na
sociedade, assuntos relacionados a violência contra a mulher, criança e
adolescente já vem sendo apontado desde a Segunda Guerra mundial, onde a
visão que tinham da mulher começou a ser mudada e assuntos sobre gênero
foram abordadas.

3.1 VIOLENCIA CONTRA O IDOSO

A população idosa passa por um crescimento abrupto no


mundo todo. Os idosos apresentam uma maior sobrevida,
estão ganhando visibilidade e tornando-se mais ativos e
independentes, fato que se deve, sobretudo, aos avanços do
setor saúde. No entanto, a carga de limitações físicas e
cognitivas decorrentes da senilidade e senescência, bem como
os conflitos intergeracionais que esses indivíduos possam
vivenciar aumentam sua vulnerabilidade às enfermidades
sociais, dentre as quais, destaca-se a violência (CASTRO,
RISSARDO e CARREIRA, 2018, p.2).

A violência contra o idoso é considerada um problema de saúde e social grave,


essa violência ocorre por vários motivos, fatores econômicos, problemas de
convivência com esse seu cuidador entre outros.

Entre os problemas sociais decorrentes do rápido


envelhecimento populacional destaca-se o aumento da
violência contra a pessoa idosa. A violência contra a pessoa
idosa é considerada um problema social grave, um fenômeno
universal que acomete todas as classes sociais, independente
de status socioeconômico, etnia e religião. Nas últimas
décadas, vem se destacando como um problema de saúde
pública, causando adoecimento físico, psíquicos e podendo
culminar com a morte (AZEVEDO e DA SILVA, 2019, pag.2).

De acordo Brasil 2003, “a violência contra a pessoa idosa é definida pela


Organização Mundial de Saúde como ações ou omissões cometidas de forma
isolada ou repetidamente, prejudicando a integridade física e emocional do
idoso e impedindo o seu desempenho social. Já o Estatuto do Idoso, em seu
capítulo IV, artigo 19, a conceitua como qualquer ação ou omissão praticada
em local público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou
psicológico” (Andrade, Sant’Ana e Musse, 2017, p.1).

A Constituição Federal de 1988 estabelece a


implementação do Estatuto do Idoso através da Lei noº.
10.741, favorecendo os direitos dos idosos além da Política
Nacional do Idoso, prevê crime de maus tratos procurando
proteger o idoso em situação de risco social, e garantindo uma
vida digna. No art. 4o do da Lei garante que o idoso estará
protegido de qualquer tipo de negligencia, discriminação,
violência, crueldade ou opressão, apontado todos os direitos do
idoso, como a alimentação, educação, cultura, esporte, lazer,
dignidade e respeito (SANTOS RM et al. 2019, pag,3.).

De acordo com PEDRO E Mena-Chalco, (2015) e Groenou, Boer e ledema,


(2013) “Devido à elevação na expectativa de vida e ao aumento da
porcentagem de pessoas idosas na população, torna-se cada vez mais
provável que seja necessário cuidar ou conviver com um familiar idoso. Este
convívio, muitas vezes, pode ser difícil. A dificuldade pode ser devido a
problemas de relacionamento decorrentes da história familiar, problemas com
álcool e drogas, problemas psiquiátricos de algum membro da família (como
esquizofrenia, por exemplo), entre outras inúmeras alternativas” (apud
RODRIGUES, FRANCINE 2015, p.2).

Com esse contexto de um grande crescimento da expectativa de vida


brasileira que veio de forma acelerada e a baixa taxa de fecundidade, o país
não estava preparado economicamente para os avanços relacionados ao
crescimento da expectativa de vida dos idosos e a diminuição da tava de
natalidade e mesmo com os grandes avanços da área da saúde , nota-se ainda
a dificuldade de atender integralmente esse idoso e reconhecer os casos de
violência contra o mesmo.

Esse idoso muito provavelmente está acompanhados de muitas ou algumas


comorbidades e precisando do auxílio da família e do Estado, que por vezes
são pouco eficientes na resolutividade dessa assistência.
Sabe-se que a população idosa apresenta elevada
incidência de morbidades crônicas tais como diabetes,
hipertensão arterial, doenças neurodegenerativas, entre outras,
que acometem frequentemente a realização de suas atividades
de vida diária (AVD), sejam essas básicas (comer, vestir, se
locomover, realizar a própria higiene) ou instrumentais
(preparar refeição, usar transporte público, gerenciar finanças,
realizar compras, entre outras). O comprometimento dessas
atividades de vida diária gera uma dependência funcional que,
por sua vez, afeta os familiares que assumem esses cuidados,
quando não há outras alternativas viáveis (POLTRONIERI,
SOUZA e RIBEIRO, 2017, p.2).

Esse idoso passa a morar com a família ou um cuidador escolhido pela


família. E com essa convivência diária com esse idoso ou com o cuidador\
família nem sempre é amistosa decorrente a fatores como a diferença de
idade, pensamentos, o stress do cuidado, o uso de substâncias psicoativas
ilícitas, uso de álcool, problemas mentais e também pela dependência do idoso
ao cuidador para realizar atividades como banhar, vestir comer entre outros.

Essa convivência conflituosa devidos a vários fatores pode se torna


insustentável tanto para o idoso quando para seu cuidador por questão do
estresse desenvolvido, só que, como o idoso é o elo mais fraco da relação e,
portanto, o mais dependente pode por conta desses problemas devido ao
cuidado e convivência vir a ser vítima de atos de violência.

No âmbito da saúde pública a questão de reconhecimento e notificação


violência contra o idoso ainda é algo recente e que está começando a ganhar
espaço. Devido a cultura do nosso país, nota-se que ainda os casos de
notificações de violência contra o idoso é pouco abordada.

Percebe-se que além de muitos profissionais não saberem reconhecer os


sinais de violência, tem parcelas que sabem reconhecer e faz vista grossa,
para não se intrometerem em problemas de família, outros que suspeitam não
notificam por não ter sinais físicos aparentes, e a omissão dos idosos o que
leva a insegurança na hora de notificar e além disso não há aparato na lei para
proteção desse profissional.

Ainda a os idosos que muitas vezes não denunciam ou por medo de que
aconteça novamente o ato de violência, ou por medo de serem abandonados
ou por ter laços fortes de parentesco com seu agressor, ou ainda assim por
não ter conhecimentos de como fazer para denunciar ou por desconhecer as
leis que os protege gerando assim a não notificação ou subnotificação do caso.

3.2 TIPOS DE VIOLENCIA

O conceito de violência é amplo é muito subdivido, mas o Ministério da


Saúde (Brasil 2006) conceitua a violência contra o Idoso em 7 (sete) será
abordado também outros tipos de violência sofridas pelo idoso de acordo com
outros autores. O importante é conhecê-las e diferencia-las na atuação
profissional, afim de preveni-las. É importante também diferenciar violência e
abuso.

A violência como já foi conceituada por Azevedo e Da Silva (2019) é o uso


da força física, verbal, psicológica, sexual que possa trazer traumas até a morte
do indivíduo. Já o abuso é uma forma de violência, ele age usando seu poder
físico ou psicológico contra a vítima.

De acordo com o consenso internacional envolvendo


todos os países participantes da Rede Internacional de
Prevenção contra Maus-Tratos em Idosos, a OMS elencou sete
tipos de violências: abuso físico ou maus-tratos físicos, em que
há o uso da força física para obrigar os idosos a fazer algo que
não desejam, para feri-los, provocar dor, incapacidade ou
morte; abuso ou maus-tratos psicológicos, corresponde a
agressões verbais ou gestuais com o intuito de aterrorizar,
humilhar, restringir a liberdade ou isolar do convívio social. A
negligência, refere-se à recusa de cuidados devidos e
necessários aos idosos por parte dos responsáveis familiares
ou institucionais; a autonegligência, diz respeito à conduta da
pessoa idosa que ameaça sua própria saúde ou segurança,
pela recusa de prover cuidados necessários a si mesmo; o
abandono, é ausência ou deserção dos responsáveis
governamentais, institucionais ou familiares de prestarem
socorro a uma pessoa idosa que necessite de proteção e
assistência; abuso financeiro, consiste na exploração imprópria
ou ilegal ou ao uso não consentido pela pessoa idosa de seus
recursos financeiros e patrimoniais e; o abuso sexual, ato ou
jogo sexual, utilizando pessoas idosas. Esses abusos visam a
obter excitação, relação sexual ou práticas eróticas por meio de
aliciamento, violência física ou ameaças (OLIVEIRA, et al.,
2018, p.5).
De acordo com estudo feito por Rodrigues (2015), os tipos de violência mais
conhecida relacionado ao idoso é a violência física, porem as que mais
ocorrem são a negligencia e o abandono. Os que são denunciados em sua
grande maioria são os filhos e netos, ou seja, os familiares responsáveis por
esse idosos.

No Brasil os familiares são os mais denunciados, esses dados podem ser


esclarecidos devido que a atual conjuntura de leis que se encontra no Estatuto
do Idoso no país deixa clara a obrigação da família de cuidar desse idoso. Essa
obrigação da família de prestar cuidados a esse idoso pode tanto gerar
benefícios como malefícios, e uma das formas de maleficio pela obrigação do
cuidado é a violência contra esse idoso.

Alguns dos malefícios desse cuidado obrigatório é as formas de violência


contra esse idoso, as que mais ocorre por esse motivo e a negligencia e a
violência física. Muitas vezes esse cuidador\familiar não está preparado para
cuidar desse idoso, e por conta da obrigação tem que cuidar desse idoso sem
nenhuma habilidade, e com isso gerando a negligencia dessa pessoa.

Logo abaixo será abordado os tipos de violência sofridas pelo idoso e seus
conceitos de acordo com o Ministério da Saúde.

TABELA 1: Tipos de violência praticadas contra o idoso.

TIPO DE VIOLÊNCIA PRATICADA


CONCEITO
CONTRA O IDOSO
Desigualdade social provocada pela
pobreza e a discriminação
ESTRUTURAL expressada de múltiplas formas (Só
25% dos idosos no Brasil vivem com
três salários mínimos ou mais)
INSTITUCIONAL É aquela levada a efeito pelas
instituições assistenciais de longa
permanência (Em vários asilos e
clínicas os idosos são maltratados,
despersonalizados, destituídos de
qualquer poder e vontade, faltando-
lhes alimentação, higiene e cuidados
médicos adequados). Também se
refere a aplicação ou omissão na
gestão das políticas sociais (serviços
de saúde, assistência, previdência
social).

Ou familiar, refere-se às interações e


relações do cotidiano. Abusos e
negligências, problemas de espaço
físico nas residências e por
INTERPESSOAL
dificuldades econômicas, somadas a
um imaginário social que considera a
velhice como “decadência”, são
particularmente relevantes.

Uso da força física para obrigar os


MAUS-TRATOS OU VIOLÊNCIA idosos a fazerem o que não desejam,
FÍSICA para feri-los, provocando
incapacidade ou morte.
Agressões verbais que visam
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA OU aterrorizar os idosos, humilhar,
MAUS TRATOS PSICOLÓGICOS restringir sua liberdade e isolá-lo da
convivência social.
Ato sexual com pessoas idosas por
VIOLÊNCIA SEXUAL
meio de violência física ou ameaças.

Violência que se manifesta pela


deserção ou ausência dos
responsáveis governamentais,
ABANDONO
institucionais ou familiares de
prestarem assistência a uma pessoa
idosa necessitada de proteção.
FINANCEIRO E ECONÔMICO É a exploração ilegal ou imprópria
dos idosos, ou utilização não
consentida por eles de seus recursos
financeiros e patrimoniais.

Diz respeito à conduta da pessoa


idosa que ameaça sua própria saúde
AUTONEGLIGÊNCIA
ou segurança, devido a recusa de
cuidar de si mesma.

Recusa ou omissão de cuidados


NEGLIGENCIA básicos, devidos e necessários aos
idosos, pela família ou instituições.

Fonte: LIMA, Cida 2012.

3.3 PRINCIPAIS TIPOS DE ABUSO

Os principais tipos de abusos sofridos pelo idoso de acordo com Barrioso,


(2020) são físicos, sexual, psicológico, financeiro\econômico, negligencia e
abandono. O conceito de cada um deles são:

 Físico: é a agressão com o uso de força que causa danos físicos,


psicológicos ou desconforto.
 Sexual: uso de força ou intimidação para obter intimidade sexual sem
o consentimento da vítima.
 Psicológico: é o uso de palavras, gestos e atos que causem estresse
psicológico e angustia. Aqui também inclui a infantilização do idoso.
 Financeiro ou econômico: são abusos relacionados com o uso
inapropriado dos bens do idoso.
 Negligencia: é o ato de recusa ou omissão diante das necessidades
do idoso.
 Abandono: ausência ou deserção diante das necessidades do idoso.
Pode ser governamental, institucional ou familiar.

De acordo com autores como Musse e Rios (2015) e Rodrigues,


Francine (2015), a prevalência da violência contra o idoso se mostra de duas
formas: o abandono e a negligência. Esse idoso é negligenciado pela família
quando não compra seus remédios, quando não cuida da higiene desse idoso,
não alimenta esse idoso.

O abandono ocorre de forma bem prevalente de acordo com esses autores.


A família abandona esse idoso, porque é incompatível com o mesmo, quando
não querem se responsabilizar pelo mesmo, quando esse idoso não do certo
com a família desse cuidador (filhos e esposo ou esposa), entre outros.

3.4 FATORES DE RISCO PARA VIOLENCIA CONTRA O IDOSO

Os fatores de risco para a violência contra o idoso são as mais variadas.


Nesse sentido será abordado alguns dos fatores de risco para violência contra
o idoso.

1. Quando se nota uma dependência desse idoso relacionado ao declínio


cognitivo, quando o mesmo começa a perder algumas das suas funções,
como a memória e com isso dificuldades em realizar atividades
cotidianas, como tomar o remédio.
2. Doenças crônicas, podem se encaixar como um fator de risco, devido as
necessidades específicas dos cuidados relacionados a doença.
3. A pobreza , pois pode gerar um quadro em que esse idoso não consiga
suprir as necessidades básicas e a família não pode cuidar pois tem
que trabalhar para colocar comida em casa, comprar os remédios, pagar
o aluguel, e com isso o idoso pode não conseguir se cuidar sozinho ,
como o cuidado higiênico, fazer a própria comida, se locomover.
4. Ter só um cuidador, o que pode levar a esse cuidador não conseguir
sozinho suprir as necessidades desse idoso e com isso gerar estresse.
Muitas vezes a família não quer cuidar desse idoso ou não podem
devido a vários motivos.
5. O idoso que utiliza com frequência os serviços de saúde, como uma
forma de escape da vida em que está levando. Muitas vezes esse idoso
não consegue conversar com a família e procura os serviços de saúde
para poder suprir essa necessidade de conversa ou para não sofrer
algum tipo de agressão.
6. O idoso que falta as consultas, ou não vai as consultas que já foram
agendadas. Isso ocorre por medo de se reconheça algum sinal de
agressão, ou a autonegligência.
7. Quando o idoso aparece com hematomas e ferimentos e ele ou o
familiar\cuidador dá respostas que não condizem com o tipo de
ferimento e hematoma que o idoso apresenta.
8. Quando o idoso apresenta várias quedas no ano. Quando se a mais de
3 quedas já é um fator indicador de violência contra idoso.
9. Baixa funcionalidade, quando esse idoso não consegue mais andar
direito, pegar um copo de água, ou seja, dificuldade motora em suas
atividades.
10. Isolamento social, quando esse idoso para de ter contato com outras
pessoas, de não ter interação com outras pessoas da sua idade.
11. Transtornos psiquiátricos, pois, torna o cuidado redobrado e
especializado para com esse idoso.
12. Quando o idoso faz uso de álcool ou drogas, tornando o mais
susceptível a violência tanto familiar\cuidador como violência de
terceiros.
13. Quando o idoso sempre se apresenta de forma estressada e atitudes de
violência.
14. Sexo feminino, por ser considerado o sexo frágil e por devido a cultura
que se vive na atualidade ser mais susceptível a violência.
15. Baixa escolaridade do idoso.

3.5 COMO RECONHECER A VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO

Se reconhece a violência contra o idosos através de condutas e


características que o mesmo apresenta. Essas características devem ser
observadas durante as consultas de enfermagem como na assistência de
enfermagem a pacientes idosos fragilizados tanto em casas de repouso, como
em centros de especialidades e centros de internações.
E importante salientar quem nem sempre essas características vão ser
suficientes para revelar um caso de agressão contra o idoso.

Será abordado alguns tipos de característica que pode sugerir a violência


contra o idoso.

 Infantilização;
 Lesão por pressão;
 Hematomas;
 Lesões em diferentes estágios;
 Sinais de desidratação;
 Queda do cabelo traumática;
 Falta de higiene;
 Vestimenta inadequada;
 Vergões na perna ou tronco;
 Infecções sexualmente transmissível;
 Corrimento vaginal;
 Sangramento retal ou vaginal;
 Ansiedade;
 Depressão;
 Ausência de cuidador;
 Lesão nos punhos ou cotovelos;
 Dores sem explicações;
 Fraturas que geram déficit na marcha sem explicação;
 Resultados laboratoriais que não condizem com o dito pelo idoso;
 Fala vaga do cuidador quanto a hematomas e fraturas no idoso;
 Cuidador apreensivo em deixar o idoso só com o profissional de
saúde;
 Cuidador pouco receptivo em visitas domiciliares.
4 PAPEL DO ENFERMEIRO FRENTE A VIOLENCIA

Atenção Básica é a principal porta de entrada do Sistema Único de


Saúde, configurando se como o principal elo com a comunidade. A Atenção
Básica tem a função de desenvolver a promoção, proteção, prevenção,
diagnostico, tratamento, reabilitação e redução de danos à saúde. Todas essas
funções com objetivo de gerar impactos positivos na saúde daquela população,
e com finalidade de diminuir as internações e aumentar a autonomia daqueles
indivíduos.

O enfermeiro é responsável pela sistematização da enfermagem que é


dividido em cinco etapas. As cinco etapas são coleta de dados, diagnostico de
enfermagem, planejamento de enfermagem, intervenção de enfermagem e
evolução de enfermagem. Dentro das cinco etapas é possível identificar
características de uma pessoa que sofre violência.

Mas, não quer dizer que essa identificação será fácil, pois tem vários
fatores que pode interferir no processo de enfermagem, como a não escuta
qualificada, o idoso não colaborar ou oferecer desculpas para seu agressor, o
medo entre outros.

A equipe de enfermagem tem papel primordial no cuidado a pessoa


idosa. A equipe de enfermagem é composta pelo enfermeiro, técnico de
enfermagem, auxiliar de enfermagem e o agente comunitário de saúde. Essa
equipe faz parte da ESF (Estratégia Saúde da Família) que é o seguimento
principal da Atenção Básica.

Segundo o código brasileiro de Ética de Enfermagem, em


seu artigo 32, é considerado infração: provocar, cooperar, ser
conivente ou omisso com qualquer forma de violência. O seu
artigo 23, mostra a obrigação do profissional em encaminhar a
pessoa, a família e a coletividade aos serviços de defesa do
cidadão, nos termos da lei. A lei 10.741 de 2003, que dispõe
sobre o Estatuto do Idoso, também, em seu código 19 e 57,
expressa a responsabilidade dos profissionais de saúde em
denunciar os casos de maus-tratos que tiverem contato
(Andrade, Sant’Ana e Musse, 2017, p.2).

Por estarem cotidianamente presente em diversos


níveis de atenção à saúde, os profissionais de
enfermagem são fundamentais na identificação e na
prevenção de violações contra integridade do idoso.
Portanto, devem estar aptos nas identificações dos sinais
de violência e em intervenções de prevenção,
monitoramento e cuidados a vítima de violência
(BARRIOSO, Paula, 2020, p.2).

Após o momento em que esse enfermeiro observou uma suspeita ou


confirmação de um caso de violência contra o idosos, ele tem o papel de
promover orientações tanto para o idoso como para sua família de forma
educativa sobre os direitos dos idosos tanto como forma de promover a saúde,
nos casos com suspeita de violência como nos casos comprovados de
violência é essencial que o enfermeiro da ESF procure a equipe multidisciplinar
e a assistência social para saber a melhor forma como lidar e resolver esse
caso, e acionar a Delegacia do Idoso e órgãos competentes para dá
continuidade ao processo.

De acordo com Brasil, 2003 A lei 10.741/03 que dispõe sobre o Estatuto do
Idoso, em seus artigos 19 e 57, menciona claramente a responsabilidade dos
profissionais de saúde de denunciar os casos de maus-tratos com que tiverem
contato. A denúncia deve ser registrada no Conselho do Idoso (Municipal, Estadual ou
Nacional), no Ministério Público e Delegacias de Polícia (apud MUSSE e RIOS, 2014
p.12).

Ou seja, o principal papel da enfermagem frente a violência contra o


idoso no contexto da saúde da família, e atuar de modo conjunto com toda a
equipe da Atenção Básica para promover atividades para diminuição dos casos
de violência contra esse idoso, como atividades voltadas para o idoso e seu
cuidador propiciando um maior elo entre os dois, promover palestras para
esses idosos relacionados aos seus direitos e acionar a justiça para resolução
dos casos.

A equipe de enfermagem atua fortemente no suporte a vítima e a família


da vítima, compreendendo todos os lados e acolhendo essa vítima e o
deixando confortável e criando um ambiente de confiança com o mesmo. É
importante que o enfermeiro entenda que cada caso é um caso, e tratar cada
sujeito de forma integral e com equidade em cada situação, respeitando sua
singularidade que cada tipo de violência sofrida tem suas especificidades.

Quando acionar a Delegacia do Idoso é de fundamental importância que


se mantenha o sigilo para não quebrar o elo e a confiança com esse paciente e
gere um afastamento do mesmo, e até para se proteger e proteger a equipe de
um eventual problema com o agressor.

4.1 IDENTIFICAR DA VIOLENCIA PELO ENFERMEIRO

Como a unidade básica de saúde é a principal porta de entrada do SUS, é


natural que seja a melhor forma de identificar casos de violência sofrida pela
população. No caso da violência contra o idoso que muitas vezes é
subnotificado por questões complexas e que muitas vezes esses casos não
são notificados por medo ou por falta de conhecimento da vítima ou das
testemunhas do caso.

A identificação de violência contra o idoso pelo enfermeiro e abordada


através de três principais pontos de acordo com os autores Almeida et al.
(2017):
 Pelo agente comunitário de saúde: que através de seus atendimentos de
rotina na comunidade dispõe de informações de casos de violência, pois
é ele que está com muito mais frequência na comunidade e ver de perto
a realidade de cada família. Exemplo: quando o agente de saúde visita a
casa onde um idoso reside é ver ele sofrendo algum tipo de violência, a
que mais ocorre é a negligencia, o agente chega na casa é encontra
esse idoso sem se alimentar, muitas vezes sujo e em uma situação
precária. Nesse contexto o agente comunitário aciona o enfermeiro e o
deixa por dentro da situação encontrada.
 Pela visita domiciliar feita pelo próprio enfermeiro que pode observar a
real situação em que aquele idoso se encontra, e com isso observa a
vivencia que aquela idoso tem com seu agressor, o tipo de violência
sofrida e a melhor formar de intervir e redirecionar aquele caso.
 Pelo atendimento de rotina desse idoso na unidade básica de saúde,
onde o idoso pode apresentar suas queixas e até mesmo mostrar sinais
de violência. Muitas vezes ocorre daquele idoso sair fugido de casa e ir
pra unidade básica atrás de refúgio, ir com queixa de quedas que não
condizem com o trauma vivido entre outras tantas situações que ocorre.

A identificação de violência contra o idoso\maus-tratos contra o idoso na


unidade básica é feita através de uma anamnese bem feita onde o enfermeiro
observara a postura e a forma como aquele idoso age e também se apresenta
traumas físicos aparentes.

Já na atenção segundaria e terciária essa identificação é feita não somente


pelo enfermeiro em sua anamnese, mas, também pela sua equipe que estará
mais próximo prestando assistência a esse paciente.

Os técnicos de enfermagem que estão de forma mais presentes no


atendimento de rotina desse idoso é que notas sinais de agressão, onde os
idosos relatam também a violência sofrida, nota-se também traumas,
abandono, podendo também presenciar um caso de violência no próprio
atendimento a esse idoso.

Ou seja, toda a equipe de enfermagem se bem preparada pode identificar


sinais de violência contra idosos, desde que a mesma como foi dito seja bem
preparada e tenha atenção aos detalhes quando estiver no ato da profissão. No
decorre desse estudo nota-se que mesmo quando se nota os sinais ou
suspeita de violência, são poucos os profissionais que se dispõem a fazer sua
notificação.

FIGURA 1: Conduta frente a violência contra o idoso de acordo com Azevedo


e Silva, 2019, p.4

4.2 INTERVEÇÕES DE ENFERMAGEM

Dentro das cinco etapas do processo de enfermagem que faz parte da


sistematização de enfermagem está a intervenção de enfermagem. As
intervenções são práticas exercidas no campo de trabalho que pode melhorar e
beneficiar a saúde daquele paciente.

As intervenções de enfermagem referem-se a qualquer


cuidado baseado no julgamento e conhecimento clínico do
enfermeiro tendo por base uma ação fundamentada
cientificamente, realizada e prevista em benefício do paciente.
Estas assumem grande importância no controle da dor, uma
vez que a dor, quando não tratada adequadamente, afeta a
qualidade de vida dos pacientes e de seus cuidadores nas
dimensões física, psicológica, social e espiritual (SILVA e
PORTELLA, p.1 2014).

As intervenções de enfermagem no caso de violência contra o idoso de acordo


com Barrioso (2020):

 No decorrer da anamnese: além da investigação de rotina o enfermeiro deve


estar observando, a entender como é a relação do paciente com sua família\
cuidador.

 Proceder com uma análise minuciosa do perfil cognitivo e funcional desse


idoso.

 O enfermeiro tem que eliminar diagnósticos ou suspeitas que justifica as


manifestações clinicas, ou seja, eliminar aquilo que pode sugerir outra
justificativa para uma lesão por exemplo.

 Avaliar nível de dependência.

 Questionar quem é o responsável pelo recebimento de aposentadoria e


quem administra os gastos pessoais

 Observar e questionar os responsáveis pela administração de medicações ou


realização de cuidados necessários.

 Observar relacionamento interpessoal do idoso com família, cuidadores e


rede social.

 Questionar se o idoso se sente prejudicado de alguma forma em relação a


sua integridade física, psicológica, moral ou financeira. Atenção aos detalhes
que indiquem abuso em idosos não comunicantes.
 Inspeções as observações durante exame físico: comportamento do idoso
em relação à família ou cuidador e para com o profissional da saúde.

 Avaliar condições clínicas e de higiene; indicadores físicos de agressão;


indicadores de violência sexual.

 Investigar as narrativas que justifiquem possíveis lesões e traumas.

 Documentar todos os dados inferidos durante a anamnese e exame físico e


detalhes que importantes que justifiquem a suspeita de violência contra o
idoso.

 Saber avaliar necessidade de encaminhar o idoso para instituição de


referência e afastá-lo do agressor (recomenda-se a discussão em equipe
multiprofissional para esta decisão).

 Ofertar apoio e emocional e promover encaminhamento para suporte


psicológico.

 Aprofundar vínculos: muitas vezes a vítima não compreende como abuso


algumas situações, para isso é importante vínculo de confiança e apoio
psicológico.

 Elaborar protocolos institucionais e treinamentos para que a equipe de


enfermagem reconheça sinais de abuso.

 Identificar cuidadores e familiares em situações de estresse que possam


interferir na maneira de prestar cuidados e encorajar descanso.

 Educar quanto aos cuidados necessários: muitas vezes o agressor não está
apto em realizar o cuidado, para isso, o profissional de enfermagem deve
orientar e treiná-lo sempre que possível.

 Trabalhar em equipe multiprofissional e com ações multidisciplinares para


resolubilidade do caso, o apoio do serviço social é de extrema importância.

 Manter continuidade dos cuidados (monitoramento) após intervenções, para


garantir se foi eficaz ou não.
5 Resultados e Discursões

De acordo com os dados obtidos nessa revisão da literatura, nota-se que


o enfermeiro não está totalmente preparado para lidar com o tema violência
contra o idoso, observa-se que o medo, a vista grossa para não se meter em “
assuntos de família” interfere grandemente no que se refere a notificação dos
casos e por consequência a proteção contra a violência a esse idoso, ou seja,
sabe como fazer e não fazem por motivos como medo de ser ameaçado pelo
familiar desse idoso, ou por medo de ser expor. Ainda as os casos em que o
enfermeiro não consegue reconhecer os sinais de violência contra o idoso.

Constata-se ainda que outro grande problema é o idoso não querer


contar e desconversar, e quando falam para os enfermeiros não querem
prejudicar o agressor devido a ter um vínculo familiar ou um vínculo formado
pelo tempo em que convivem e também por medo de denunciar e ficar sozinho
ou até mesmo de que o ato de violência se repita.

Verificou-se ainda que os tipos de violência mais prevalente contra


esses idoso é o abandono e a negligencia que em sua maioria é cometidas
principalmente por seus filhos seguidas por seus cônjuges e os idosos mais
vulneráveis são aqueles com incapacidade de fazer suas AVD (atividades de
vida diária) e AIVD (atividades instrumentais de vida diária), com baixo índice
de escolaridade e com baixa renda e do sexo feminino.

O quadro 2 abaixo, apresenta o fichamento dos artigos selecionados (= 15)


após a leitura criteriosa e sistemática sobre a temática abordada nessa
revisão da literatura.
Quadro 1- Artigos selecionados

TITULO AN REVIS AUTORE METODOLO OJETIVO RESULTADO


O TA S GIA
Os 200 Mudan Coler, Portal
profission8 ças- Lopes e Metodista de
ais de Psicolo Moreira Periódicos
saúde gia da científicos e
frente a Saúde acadêmicos
violência
no idoso
Conduta 201 Portal Cida lima Revisão da Atentar-se Apesar de se ter políticas
de 2 Escrito literatura para a voltadas para essa
enfermag res conduta de população, ainda a muito a
em frente enfermagem que se fazer devido ao
a frente a preconceito velado contra
violência violência essa população em
contra o sofrida pelo especifico, além disso
idoso idoso. muitos profissionais ou
finge reconhecer ou não
reconhecem os sinais de
violência.
Atuação 201 Bibliote Musse e Estudo Conhecer a Indicam o abandono como
do 4 ca Rios qualitativo atuação do principal violência vivida,
enfermeir Virtual enfermeiro os filhos como principal
o perante em perante a agressor. Os enfermeiros
a Saúde violência em 76% identificam os
violência doméstica casos e apenas 52% as
doméstic contra o notificam. Os profissionais
a sofrida idoso. não sabem lidar de forma
pelo correta com a situação e
idoso isso acaba sendo uma
fragilidade dos
profissionais relacionado a
como lidar com essa
problemática.
Violência 201 Revista Paiva e Inquérito Verificar a A prevalência de idosos
física e 5 Brasilei Tavares domiciliar, prevalência e sob violência foi de 20,9%,
psicológic ra de analítico, os fatores sedo 5,9% para física e
a contra Enferm observacion associados a 20,9 para psicológica.
o idoso: agem al, violência Prevalece em mulheres de
prevalênc REBEn transversal. física e 60 a 80 anos, sem
ia e psicológica escolaridade com renda,
fatores contra idosos principal agressor o
associad e traçar o conjugue, com
os perfil autopercepção negativa
sociodemogr sobre a saúde,
áfico e dos hospitalização no último
indicadores ano e com presença de
clínicos multimorbidades.
dessa
população.
Violência 201 Revista Rodrigue Revisão da Discutir a Conclui-se que é
contra o 5 Kairos s literatura questão da necessário políticas
idoso: Geront violência públicas e sociais para a
uma ologia contra idosos população longeva,
discussã e o papel dos especialmente a fim de
o sobre o cuidadores fortalecer as relações
papel do familiares interpessoais.
cuidador nesse
contexto
Cuidados 201 CONIC Oliveira e Revisão da Identificar O serviço de saúde
de 6 SEME Silva literatura por formas de necessita cada vez mais
enfermag SP meio do expressão de uma equipe
em na levantament das multiprofissional treinada e
dimensão o violências capacitada para identificar
do bibliográfico praticadas a ocultação da violência.
acolhime contra os
nto: idosos, para
idosos subsidiar o
vítimas cuidado de
de enfermagem
violência na dimensão
do
acolhimento
na área da
saúde.
Prevalên 201 Arquiv Santana, Revisão Analisar a Mesmo que seja notável o
cia da 6 os Vasconce sistemática prevalência crescimento do número de
violência Brasilei los e da literatura da violência pesquisas sobre a
contra o ros de Coutinho cientifica e contra o violência contra a pessoa
idoso no Psicolo levantament idoso no idosa ainda é necessário
Brasil: gia o Brasil amplia-las em âmbito
revisão bibliográfico nacional e regional.
analítica
Aspectos 201 Revista Almeida Pesquisa Conhecer os Os enfermeiros
relaciona 7 Online et al. qualitativa aspectos necessitam de captação
dos a De relacionados para o trabalho da
violência Pesqui a violência assistência na ESF,
contra o sa contra o voltado ao agravo da
idoso: idoso, sob a violência contra o idoso.
concepçã concepção
o do do
enfermeir enfermeiro
o da da estratégia
estratégia saúde da
saúde da família
família
Violência 201 Revista Castro, PesquisaIdentificar a O enfermeiro deve estar
contra os 7 Brasilei Rissardo quantitativa,
prevalência capacitado para identificar
idoso ra de e descritiva e
de agressão e prevenir a violência
brasileiro Enferm Carreira transversal
corporal e contra o idoso
s: uma agem negligencia e
análise REBEn abandono
das nas
internaçõ internações
es de idosos
hospitalar brasileiros
es por
agressões no
período de
2008 e 2013
Violência 201 Unit Andrade, Revisão da Investigar na O enfermeiro tem papel
contra o 7 Univer Sant’Ana literatura, literatura o crucial no combate a
idoso: sidade e Musse exploratória papel do violência envolvendo
enfermeir Tirade com enfermeiro grupos de vulnerabilidade,
o frente ntes abordagem diante dos tendo como papel protege-
as qualitativa casos de los.
medidas violência
de contra o
proteção idoso, bem
como
caracterizar
esse tipo de
violência
Violência 201 Revista Oliveira Estudo Analisar as Identificam-se 4
contra 8 Gaúch et al. descritivo, concepções categorias: estratégias
idosos: a de exploratório dos utilizadas para identificar a
concepçõ Enferm e qualitativo profissionais violência contra o idoso;
es dos agem de conduta utilizada após
profission enfermagem constatação de uma
ais de atuantes em suspeita de violência; SUS
enfermag UBS quanto e a problemática da
em a detecção e violência contra o idoso.
acerca da prevenção de Muitos profissionais
detecção idosos reconhecem\desconfiam
e violentados. dos possíveis casos,
prevençã entretanto, não sabem
o como proceder. A
dimensão do problema
exige que sejam
realizadas investigações
pragmáticas no meio
clinico e no contexto
social.
Violência 201 Revista Santos, Estudo Analisar os No período estudado,
econômic 8 da Ana et al. transversal casos
abuso financeiro
o- Escola econômico-
financeira de financeiros e Aumentou em sua
e Enferm patrimoniais
magnitude quando
patrimoni agem de maus-
al contra da tratos a comparada a outros tipos
o idoso: USP idosos,
de violência, fato que
estudo registrados
document Na delegacia Justifica pesquisar o tema
al especializada
para evitá-lo.
em
segurança e
proteção de
idosos de
uma capital
Na região
nordeste do
Brasil.

Cuidados 201 Revista Azevedo Estudo Analise dos Diante da fragilidade da


de 9 Pró- e Silva exploratório dados dos situação, o enfermeiro
enfermag univer de caráter conteúdos precisa ter além de
em para SUS descritivo obtidos. conhecimento técnico-
a com cientifico, sensibilidade
detecção abordagem para abordar
de qualitativa adequadamente o idoso,
violência de forma que consiga
contra colher dele a maior
idosos quantidade possível de
informações sobre a
violência sofrida.
Atuação 201 Revista Santos, Revisão da Identificar as O estudo identificou que
da 9 Gestão Rosemeri literatura principais as violências psicológicas
enfermag & et al. violências e físicas são as mais
em frente Saúde acometidas comuns, seguida por
ao contra os negligencia e abandono. A
sofriment idosos e violência contra o idoso
o suas ocorre principalmente
silencioso consequênci familiar, por pessoas
do idoso as, com o próximas, sendo, portanto,
intuito de a mais difícil de ser
auxiliar o identificada, devido aos
profissional vínculos afetivos e de
de saúde no convivência diária, e uma
reconhecime violência sofrida em
nto precoce silencio.
de situações
de agressão,
assim como
o perfil do
agressor
Atuação 202 Portal Barrioso A atuação da A enfermagem tem papel
da 0 Pub enfermagem primordial na preservação
enfermag Med frente a essa da integridade da pessoa
em frente violência e idosa bem como na
a quais as identificação de situações
violência violências de violência, salientado
contra o sofridas pelo para intervenções feitas
idosos idoso pelo enfermeiro nesses
casos, e é importante ter
um plano de ação para
atender esse idoso. Não
podendo deixar de levar
em consideração que o
agressor também
necessita de intervenções
e cuidados.
Fonte: elaborada pela autora, 2023

É de senso comum entre todos autores que é necessário mais


publicações voltadas para essa temática, visto que é um problema em acessão
por que todos o Brasil inverteu a pirâmide etária é a população idosa brasileira
vem crescendo e a tendência e continuar a crescer devido ao aumento da
expectativa de vida e as melhorias da economia e saúde mundial e as novas
tecnologias.

O enfermeiro tem papel primordial na detecção da violência contra o


idoso, pois este é a profissional que tem sua equipe com grande vínculo com
paciente, atuando tanto na atenção básica como em hospitais.

De acordo com os dados obtidos, o enfermeiro precisa trabalhar mais


forte esse ponto de reconhecimento de violência e sua notificação, e que tenha
políticas para proteger esse profissional quando notificar os casos, para que
questões como essa não gerem medo de notificar devido a ameaça do
agressor ou de a agressão se repetir ao idoso. É importante ter bastante
cuidado e cautela ao abordar um idoso com suspeita de vítima de violência.

Ainda se nota a importância de trabalhar a relação desse idoso com


seus familiares, devido que essa convivência muitas vezes é muito estressante
para ambas as partes devido aos cuidados a ser prestado a esse idoso. É
interessante ainda o enfermeiro acionar a equipe multidisciplinar para que
juntos possam conversar com esse idoso para formalizar a denúncia, visto que,
muitas vezes o idoso não quer acionar os meios legais para sua proteção por
medo de sofrer novamente violência ou por querer proteger seu agressor.

Como foi abordado as principais violências sofridas pelo idoso é o


abandono e a negligencia, isso ocorre devido as múltiplas comorbidades e
problemas em realizar as atividades de vida diária, seu cuidador trabalhar fora
e ainda sustentar a casa e por que o cuidador não queria está cuidando
daquele idoso.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve como objetivo a identificação dos tipos de


violência contra o idoso, quais são os tipos de violência mais prevalentes,
descrever o papel do enfermeiro frente a idosos com suspeita e\ou vítima de
violência, quem são os principais agressores.

Observou-se que os tipos de violência contra o idoso é dividida em sete


tipos: física, negligencia, abandono, financeira, autonegligência, sexual e
psicológico. Dentre essas sete as mais abordadas são a negligencia e o
abandono e em sua maioria o seu agressor e seu familiar mais especificamente
seus filhos seguidos por seus cônjuges.

Nota-se a importância de fazer uma consulta com um olhar clinico


apurado devido que as vezes os sinais de violência sofridas por esse idoso
seja uma marca física pequena ou com traços emocionais como ansiedade e
inquietude durante a consulta ou visita domiciliar. E que nesse aspecto atender
a esse paciente de forma a promover a sua saúde e auxiliar no tratamento.

Nos casos em que forem confirmados a violência contra esse idoso,


notifica-la, acionar o serviço social e a delegacia do idoso e salientar junto a
equipe multidisciplinar e ao idoso a importância da denúncia para evitar que
continue se repetindo essa problemática.

Essa notificação pelo enfermeiro é de grande importância devido que


com essa atitude pode contribuir para melhoria da vida dessa vítima, pois
estará promovendo a saúde dessa população.

Os objetivos dessa pesquisa foram contemplados, visto que, foi possível


analisar quais os tipos de violência, mesmo que além dos sete tipos
supracitados pelo Ministério da Saúde existem outros tipos de violência que
acometem essa população de acordo com outros autores.

Mesmo com problemas de muitas vezes não conseguirem identificar


casos de violência, problemas com notificação por medo, ameaças, questões
culturais e falta de uma rede de apoio, nota-se a necessidade de mais políticas
voltadas para a proteção desse profissional no momento da notificação e
também estudos voltados para essa área.

Encontra-se ainda números restritos de trabalhos abordando essa


temática, e ainda se identifica a necessidade a necessidade de mais artigos e
políticas públicas voltadas para a promoção de saúde desse idoso e programas
de cuidados a idosos vítimas de qualquer tipo de violência.

Por fim programas, estratégias e recursos devem ser debatidos junto a


comunidade, para se trabalhar a melhor forma de proteger esse idoso das
violências que podem acomete-lo
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

Coler MA, Lopes M, Moreira A. Os profissionais de saúde frente a violência


contra o idoso. Portal Metodista de Periódicos científicos e acadêmicos.
2008.https://www.metodista.br/revistas/revistasmetodista/index.php/MUD/
article/view/1142/0

Lima, Cida. Conduta de enfermagem frente a violência contra o idoso. Portal


Escritores. 2012 https://www.portalescritores.com.br/texto/3751/conduta-de-
enfermagem-frente-a-violencia-contra-o-idoso.html

Musse JO e Rios MHE. Atuação do enfermeiro perante a violência domestica


sofrida pelo idoso. Biblioteca virtual em saúde. 2015.
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-834541

Rodrigues FNF. Violência contra o idoso: Uma discussão sobre o papel do


cuidador. Kairos Gerontologia. 2015.
https://revistas.pucsp.br/index.php/kairos/article/view/30119

Paiva MM, Tavares DMS. Physical and psychological violence against the
elderly: prevalence and associated factors. Rev Bras Enferm. 2015;68(6):727-
33. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167.2015680606i

Oliveira PNC, Silva FFR. Cuidados de enfermagem na dimensão do


acolhimento: idosos vítimas de violência. CONIC SEMESP. 2016. http://conic-
semesp.org.br/anais/files/2017/trabalho-1000025216.pdf

Santana IO, Vasconcelos DC, Coutinho MPL. Prevalência da violência contra o


idoso no Brasil: revisão analítica. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 68(1): 126-
139 http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-
52672016000100011
Andrade GCMC, Sant’Ana TS, Musse, JO. Violência ao idoso: enfermeiro
frente as medidas de proteção. 2017, Unit.
https://eventos.set.edu.br/cie/article/view/5684

Almeida CAPL, Neto MCS, Carvalho FMFD, et al. Aspectos Relacionados à


Violência Contra o Idoso: Concepção do Enfermeiro da Estratégia Saúde da
Família. Rev Fund Care Online.2019.11(n. esp):404-410. DOI:
http://dx.doi.org/10.9789/2175-5361.2019.v11i2.404-410

Oliveira KSM, Carvalho FPB, Oliveira LC, Simpson CA, Silva FTL, Martins
AGC. Violência contra idosos: concepções dos profissionais de enfermagem
acerca da detecção e prevenção. Rev Gaúcha Enferm. 2018;39:e57462. doi:
https://doi. org/10.1590/1983-1447.2018.57462.

Castro VC, Rissardo LK, Carreira L. Violence against the Brazilian elderlies: an
analysis of hospitalizations. Rev Bras Enferm [Internet]. 2018;71(suppl 2):777-
85. [Thematic Issue:Health of the Elderly] DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-
7167-2017-0139

Santos AMR, Nolêto RDS, Rodrigues RAP, Andrade EMLR, Bonfim EG,
Rodrigues TS. Economic-financial and patrimonial elder abuse: a documentary
study. Rev Esc Enferm USP. 2019;53:e03417. DOI:
http://dx.doi.org/10.1590/S1980-220X2017043803417

Santos RM et al. Atuação da enfermagem frente ao sofrimento silencioso do


idoso. REVISTA GESTÃO & SAÚDE. RGS.2019;20(2):88-97
http://www.herrero.com.br/files/revista/file85deb3138296b6e159edd5df6bb125a
1.pdf

Azevedo, CO; da Silva, TASM. Cuidados de Enfermagem para detecção de


violência contra idosos. Revista Pró-UniverSUS. 2019 Jan./Jun.; 10 (1): 55-59.
file:///C:/Users/danny/Downloads/1651-Outros-6619-1-10-20190630%20(1).pdf

Barrioso PDC. Atuação de enfermagem frente a violência contra idosos.


Pubmed, 2020. https://pebmed.com.br/atuacao-da-enfermagem-frente-a-
violencia-contra-idosos/

Você também pode gostar