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Faculdade de Direito
Inhambane, 2024
Universidade Aberta ISCED
Faculdade de Direito
Inhambane, 2024
Índice
Capítulo I .................................................................................................................................... 4
1. Introdução ........................................................................................................................ 4
1.1. Objectivos................................................................................................................. 4
Capítulo II ................................................................................................................................... 6
3. Conclusão ...................................................................................................................... 10
4. Bibliografia .................................................................................................................... 11
Capítulo I
1. Introdução
A violência doméstica é um flagelo que atravessa fronteiras geográficas e culturais, persistindo
como uma das mais graves violações dos direitos humanos, afetando inúmeras vidas em todo o
mundo. Dentro dos limites aparentemente seguros dos lares, emerge um cenário de medo, abuso
e trauma, onde adultos e, particularmente, crianças, são vítimas silenciosas de uma realidade
devastadora. Este contexto doloroso clama por uma compreensão profunda e uma abordagem
urgente para enfrentar suas raízes e consequências.
1.1.Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
• Investigar o impacto da violência doméstica no desenvolvimento psicológico das
crianças.
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Capítulo II
2. O impacto da violência doméstica no desenvolvimento psicológico do menor
2.1.Conceito de violência
Tanto em nível internacional quanto nacional, a violência é amplamente reconhecida como uma
questão de saúde pública e social (SCHRAIBER; D'OLIVEIRA; COUTO, 2006; DAHLBERG;
KRUG, 2006). Ela é universalmente considerada uma violação dos direitos humanos,
manifestando-se em uma variedade de contextos, sejam eles públicos ou privados, nas
interações institucionais, grupais ou interpessoais. No entanto, ainda não dispomos de recursos
adequados para abordar completamente esse fenómeno multifacetado, que é originado por
interconexões ainda pouco compreendidas (SCHRAIBER et al., 2006).
Os desafios em lidar com a liberdade e os direitos sociais dos indivíduos, juntamente com suas
implicações éticas e civis, a fragmentação das relações interpessoais que coloca o ser humano
em um isolamento crescente, a instabilidade dos valores na sociedade contemporânea, a
tendência à objetificação do indivíduo, entre outros fatores, contribuem para alimentar e
fomentar a propagação da violência em nossa sociedade (BAUMAN, 2013).
Além disso, ambas destacam a insuficiência de recursos e a falta de compreensão completa das
interconexões que originam a violência, bem como os desafios em lidar com questões éticas,
sociais e culturais que contribuem para sua propagação. A citação de BAUMAN ressalta a
fragmentação das relações interpessoais e a instabilidade dos valores na sociedade
contemporânea como fatores que alimentam a violência, enquanto a citação anterior aponta
para a necessidade de uma abordagem mais abrangente e compreensiva desse fenômeno
multifacetado.
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• Maus-tratos, que abrangem qualquer forma de violência (física, sexual, emocional ou
negligência) perpetrada por pais, cuidadores ou outras figuras de autoridade em relação
à criança, incluindo punições violentas.
• Bullying, caracterizado por comportamento agressivo e indesejado por parte de uma ou
mais crianças em relação a outra, resultando em danos físicos, psicológicos ou sociais
repetidos, frequentemente ocorrendo em ambientes escolares e online.
• Violência por parceiro íntimo, que envolve violência física, sexual ou emocional
cometida por um parceiro íntimo ou ex-parceiro da criança ou adolescente, comumente
observada em meninas em casos de casamentos infantis e forçados.
• Violência sexual, que abrange uma série de comportamentos, desde contato sexual não
consensual até exploração online e tráfico sexual cometido contra indivíduos incapazes
de consentir ou recusar.
• Violência emocional ou psicológica, incluindo restrição de movimentos,
ridicularização, ameaças, intimidação, discriminação, rejeição e outras formas não
físicas de tratamento hostil.
• Violência juvenil, que engloba a violência perpetrada contra e por crianças e jovens
adultos entre 10 e 29 anos, podendo incluir assédio, agressão física com ou sem armas,
e violência de gangues, de acordo com definição da OMS.
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2.3.2. Perspectiva Jurídica
Nos processos judiciais relacionados à violência doméstica, o trauma psicológico das crianças
é um aspecto crucial a ser considerado. Os tribunais podem solicitar avaliações psicológicas
para determinar o impacto da violência no bem-estar emocional e mental da criança. Essas
avaliações podem influenciar decisões sobre medidas protetivas, como ordens de restrição ou
custódia, e podem direcionar o tipo de intervenção psicossocial necessária para ajudar a criança
a se recuperar do trauma.
Perspectiva Jurídica
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Perspectiva Jurídica
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Capítulo III
3. Conclusão
O estudo abordou a violência doméstica como um fenómeno complexo e multifacetado, cujos
impactos transcenderam as fronteiras geográficas e culturais, afetando profundamente não
apenas as vítimas diretas, mas também a sociedade como um todo. O contexto traumático
emergente dentro dos lares, muitas vezes visto como um espaço de segurança, revelou-se como
um cenário de medo, abuso e trauma, onde adultos e crianças são vítimas silenciosas de uma
realidade devastadora.
Ao destacar tanto o aspecto social quanto o jurídico da violência doméstica, o estudo enfatizou
a necessidade urgente de uma abordagem integrada e abrangente para enfrentar esse problema.
Enquanto as legislações nacionais e internacionais reconhecem a violência doméstica como
uma violação dos direitos humanos, os sistemas jurídicos enfrentam desafios significativos na
aplicação eficaz dessas leis, incluindo subnotificação, estigma e falta de recursos. No entanto,
a proteção legal das vítimas e a responsabilização dos agressores são aspectos cruciais que
exigem uma integração efetiva entre o campo jurídico e as políticas sociais.
Por meio de uma abordagem metodológica mista, que incluiu revisão sistemática da literatura,
análise de dados quantitativos e coleta de informações em outros trabalhos acadêmicos, o estudo
investigou os impactos da violência doméstica no desenvolvimento psicológico das crianças.
Os resultados destacaram os efeitos devastadores do trauma psicológico, problemas de
comportamento e atrasos no desenvolvimento cognitivo e social como consequências diretas
da exposição à violência doméstica.
Diante desses achados, é evidente a necessidade de intervenções eficazes e integradas que visem
prevenir a violência doméstica, proteger as vítimas e promover a recuperação e o bem-estar das
crianças afetadas. Essas intervenções devem ser baseadas em uma compreensão holística das
complexidades desse fenômeno, envolvendo uma cooperação estreita entre profissionais da
saúde, assistentes sociais, educadores, legisladores e membros da comunidade. Somente através
de um esforço conjunto e coordenado, podemos esperar criar um ambiente seguro e acolhedor
para todas as crianças crescerem e alcançarem seu pleno potencial, livre do ciclo de violência
doméstica.
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5. Bibliografia
Associação Abrigo Rainha Silvia. (26 de Outubro de 2023). Obtido em 13 de Março de 2024,
de Violência Doméstica e o Impacto no Desenvolvimento Infantil
Bauman, Z. (2013). A cultura no mundo líquido moderno. São Paulo: Editora Schwarcz-
Companhia das Letras
ChidFund. (s.d.). Quais são os principais impactos causados pela violência contra crianças e
adolescentes? Obtido em 13 de Março de 2024, de Childfund Brasil:
https://www.childfundbrasil.org.br/blog/impactos-da-violencia-infantil/
Schraiber, L.B., D'Oliveira, A.F.P.L., & Couto, M.T. (2006). Violência e saúde: estudos
científicos recentes. Revista de Saúde Pública, 40(spe), 112-120.
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