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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

Contextualização:

A violência doméstica é um fenômeno que tem repercussões profundas no desenvolvimento


psicológico de crianças e adolescentes, constituindo uma questão de grande relevância
sociojurídica. Segundo estudos como o de Lima et al. (2019), a exposição à violência no
ambiente familiar pode acarretar uma série de consequências negativas no desenvolvimento
emocional, cognitivo e social das crianças, deixando marcas duradouras em sua saúde mental e
bem-estar.

A violência doméstica pode se manifestar de diversas formas, incluindo agressões físicas,


psicológicas, verbais, negligência e abuso sexual. Todas essas formas de violência têm em
comum o potencial de causar danos significativos no psiquismo infantil. De acordo com estudos
citados por Oliveira e Tavares (2018), as crianças expostas à violência doméstica podem
desenvolver uma série de problemas psicológicos, como ansiedade, depressão, baixa autoestima,
dificuldades de relacionamento, comportamento agressivo e até mesmo transtorno de estresse
pós-traumático.

A relação entre a violência doméstica e o desenvolvimento psicológico das crianças é complexa


e multifacetada. Por um lado, a exposição direta à violência pode traumatizar a criança, gerando
medo, confusão e sentimentos de insegurança. Por outro lado, mesmo quando não são alvo direto
da violência, as crianças podem sofrer efeitos negativos ao testemunharem episódios de agressão
entre seus pais ou cuidadores.

Além dos impactos psicológicos imediatos, a violência doméstica também pode ter repercussões
a longo prazo no desenvolvimento das crianças, interferindo em sua capacidade de aprendizado,
socialização e formação de relacionamentos saudáveis. Esses efeitos negativos podem persistir
ao longo da vida adulta, afetando o bem-estar e a qualidade de vida das vítimas.

Diante desse contexto, torna-se fundamental uma abordagem sociojurídica eficaz para lidar com
a violência doméstica e proteger os direitos das crianças. É necessário não apenas punir os
agressores, mas também oferecer suporte psicológico e social às vítimas, garantindo que elas
recebam o apoio necessário para se recuperarem dos traumas vivenciados. Além disso, políticas
públicas e programas de prevenção são essenciais para combater as causas subjacentes da
violência doméstica e promover um ambiente seguro e saudável para o desenvolvimento das
crianças.

Problematização:

A violência doméstica contra crianças e adolescentes é um problema social e jurídico de grande


relevância, cujas repercussões no desenvolvimento psicológico dos menores suscitam
questionamentos e demandam uma análise mais aprofundada. Diante desse contexto, surge a
seguinte problematização: Como a violência doméstica impacta o desenvolvimento
psicológico das crianças e adolescentes, considerando os aspectos sociojurídicos envolvidos?

Essa questão nos leva a refletir sobre a complexidade desse fenômeno e suas implicações nas
esferas individual, familiar, social e jurídica. A partir dessa problematização, é possível explorar
diferentes perspectivas e aspectos relacionados à violência doméstica, como suas causas,
consequências, formas de prevenção e intervenção, bem como o papel das instituições e da
legislação na proteção dos direitos das crianças e adolescentes vítimas desse tipo de violência.

Ao enfrentar essa problemática, é fundamental buscar uma compreensão ampla e aprofundada


dos fatores que contribuem para a perpetuação da violência doméstica e suas ramificações no
desenvolvimento psicológico das vítimas mais vulneráveis. Isso permitirá a formulação de
estratégias eficazes para prevenir e combater esse tipo de violência, promovendo assim um
ambiente seguro e saudável para o crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes.

Objetivo Geral:

Investigar o impacto da violência doméstica no desenvolvimento psicológico de crianças e


adolescentes sob uma análise sociojurídica abrangente.

Objetivos Específicos:

 Analisar as diversas formas de violência doméstica enfrentadas por crianças e


adolescentes, identificando os principais tipos de agressão e suas consequências no
desenvolvimento psicológico.
 Investigar o arcabouço jurídico relacionado à proteção de crianças e adolescentes vítimas
de violência doméstica, examinando as leis, políticas e mecanismos de proteção
disponíveis.

 Avaliar os recursos psicossociais e jurídicos disponíveis para prevenir e intervir na


violência doméstica contra crianças e adolescentes, analisando a eficácia dessas medidas
na promoção do bem-estar e da segurança dos menores.

Hipóteses

 Hipótese1: Crianças e adolescentes expostos à violência doméstica têm maior


probabilidade de desenvolver problemas psicológicos, como ansiedade, depressão e
transtorno de estresse pós-traumático, em comparação com aqueles que não foram
expostos a esse tipo de violência.
 Hipótese2: A eficácia das medidas jurídicas de proteção às vítimas de violência
doméstica pode ser influenciada por fatores como a implementação efetiva das leis, a
disponibilidade de recursos para a aplicação das medidas protetivas e a sensibilidade dos
profissionais envolvidos na abordagem dos casos.
 Hipótese3: Intervenções psicossociais direcionadas às crianças e adolescentes vítimas de
violência doméstica, como terapia individual ou em grupo, programas de apoio
emocional e orientação familiar, podem contribuir significativamente para mitigar os
efeitos negativos da violência no desenvolvimento psicológico desses jovens.

Metodologia:

Revisão Bibliográfica:

Será realizada uma revisão sistemática da literatura, por meio de consultas a bases de dados
acadêmicas, como PubMed, Scopus e Google Scholar, utilizando palavras-chave relacionadas à
violência doméstica, desenvolvimento psicológico de crianças e adolescentes, e aspectos
sociojurídicos. Serão selecionados estudos empíricos, revisões sistemáticas, meta-análises e
artigos teóricos relevantes para embasar a pesquisa.

Coleta de Dados:

Será conduzida uma coleta de dados qualitativa e quantitativa. Os dados quantitativos serão
obtidos por meio de análise de estatísticas oficiais sobre casos de violência doméstica contra
crianças e adolescentes, bem como relatórios de instituições governamentais e não
governamentais relacionados ao tema. Os dados qualitativos serão coletados por meio de
entrevistas semiestruturadas com profissionais da área jurídica e psicossocial, como advogados,
juízes, psicólogos e assistentes sociais, para obter insights sobre os desafios e oportunidades na
abordagem da violência doméstica.

Análise de Dados:

Os dados coletados serão analisados qualitativamente e quantitativamente. A análise qualitativa


envolverá a categorização e interpretação dos dados das entrevistas, identificando padrões, temas
e tendências emergentes relacionadas às percepções e experiências dos profissionais. A análise
quantitativa consistirá na elaboração de estatísticas descritivas e análise de correlações entre
variáveis relevantes, com o objetivo de identificar padrões e relações entre violência doméstica,
desenvolvimento psicológico e aspectos sociojurídicos.

Interpretação dos Resultados:

Os resultados obtidos serão interpretados à luz da literatura revisada e das teorias relevantes
sobre o tema. Serão exploradas as relações entre violência doméstica, desenvolvimento
psicológico de crianças e adolescentes, e aspectos sociojurídicos, com o objetivo de identificar
lacunas de conhecimento, desafios e oportunidades para intervenção e prevenção da violência
doméstica.

Discussão e Conclusão:

Os resultados e interpretações serão discutidos à luz dos objetivos da pesquisa, hipóteses


levantadas e implicações práticas e teóricas. Serão apresentadas conclusões sobre as
contribuições da pesquisa para o entendimento do impacto da violência doméstica no
desenvolvimento psicológico dos menores e para o aprimoramento das políticas e práticas
sociojurídicas de proteção às vítimas.
REFERENCIAL TEÓRICO
Impacto da violência domestica no desenvolvimento psicológico do menor: uma analise
sociojurídica

A investigação do impacto da violência doméstica no desenvolvimento psicológico de crianças e


adolescentes sob uma análise sociojurídica abrangente requer uma metodologia cuidadosamente
delineada, considerando a complexidade e sensibilidade do tema.

Para tanto, seguindo as premissas de Lima et al. (2019), a pesquisa utilizará uma abordagem
mista, combinando métodos quantitativos e qualitativos. Essa abordagem permite uma
compreensão mais completa e aprofundada do fenômeno em estudo, ao mesmo tempo em que
oferece a possibilidade de generalização dos resultados.

A análise do impacto da violência doméstica no desenvolvimento psicológico do menor sob uma


perspectiva sociojurídica requer uma abordagem multifacetada, considerando tanto os aspectos
psicológicos das vítimas quanto as dimensões legais e sociais envolvidas. Conforme apontado
por Silva (2020), a violência doméstica pode deixar marcas profundas no psiquismo das crianças
e adolescentes, afetando não apenas sua saúde mental, mas também sua percepção de si mesmas
e do mundo ao seu redor.

A violência doméstica pode assumir diversas formas, incluindo agressões físicas, psicológicas,
sexuais e negligência, sendo todas elas capazes de gerar traumas significativos no
desenvolvimento psicológico das vítimas. Conforme destacado por Souza (2019), o ambiente
familiar, que deveria ser um espaço de segurança e proteção, torna-se muitas vezes o cenário de
violência e medo para muitas crianças e adolescentes, comprometendo seu desenvolvimento
saudável.

Do ponto de vista sociojurídico, a violência doméstica contra crianças e adolescentes é uma


violação grave de direitos humanos, que exige uma resposta eficaz por parte das instituições e da
legislação. De acordo com Oliveira (2018), o arcabouço legal relacionado à proteção da infância
e adolescência tem avançado significativamente, com a promulgação de leis como o Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA) no Brasil. No entanto, a implementação dessas leis e o acesso
efetivo à justiça por parte das vítimas ainda representam desafios significativos.
Diante desse cenário, torna-se crucial uma abordagem integrada, que articule a atuação das
diferentes áreas do conhecimento e das instituições responsáveis pela proteção das crianças e
adolescentes. Conforme ressaltado por Santos (2021), a intervenção precoce e multidisciplinar é
fundamental para mitigar os efeitos da violência doméstica no desenvolvimento psicológico das
vítimas, oferecendo apoio psicossocial, assistência jurídica e encaminhamento para serviços
especializados quando necessário.

Em suma, a análise sociojurídica do impacto da violência doméstica no desenvolvimento


psicológico do menor revela a necessidade urgente de medidas eficazes de prevenção, proteção e
reparação. Somente por meio de uma abordagem integrada e comprometida com a promoção dos
direitos humanos será possível garantir um ambiente seguro e saudável para todas as crianças e
adolescentes.
Conclusão

A análise sociojurídica do impacto da violência doméstica no desenvolvimento psicológico do


menor em Moçambique revela uma realidade complexa e preocupante, onde crianças e
adolescentes são frequentemente expostos a situações traumáticas que deixam cicatrizes
profundas em seu psiquismo. Conforme destacado por Machava (2019), a violência doméstica é
um problema endêmico em Moçambique, afetando milhares de crianças e adolescentes todos os
anos e comprometendo seu direito fundamental a uma infância segura e protegida.

Nesse contexto, é fundamental uma abordagem integrada que envolva não apenas o sistema
jurídico, mas também a sociedade como um todo. Como ressaltado por Nhampossa (2020), a
eficácia das leis e políticas de proteção à infância e adolescência depende não apenas de sua
existência, mas também de sua implementação efetiva e do envolvimento ativo de todas as partes
interessadas, incluindo governos, organizações da sociedade civil e comunidades locais.

A violência doméstica contra crianças e adolescentes não só compromete seu desenvolvimento


psicológico, mas também perpetua um ciclo de violência e desigualdade que afeta toda a
sociedade. Como apontado por Munguambe (2021), é necessário um esforço conjunto para
enfrentar as raízes profundas desse problema, promovendo a educação em direitos humanos,
combatendo a impunidade dos agressores e fortalecendo os serviços de apoio às vítimas.

Em suma, a análise sociojurídica da violência doméstica no desenvolvimento psicológico do


menor em Moçambique evidencia a urgência de uma resposta coordenada e eficaz para proteger
os direitos das crianças e adolescentes e garantir-lhes um futuro digno e seguro. Somente por
meio do compromisso conjunto de todos os setores da sociedade será possível construir um país
onde todas as crianças possam crescer livres da violência e da opressão.
Referências:

Machava, A. B. (2019). A violência doméstica contra crianças e adolescentes em Moçambique:


desafios e perspectivas. In: Anais da Conferência Nacional sobre Direitos da Criança e do
Adolescente (p. 78-91). Editora Cidadania.

Nhampossa, C. M. (2020). Políticas de proteção à infância e adolescência em Moçambique:


avanços e desafios. Revista Direitos Humanos em Debate, 8(2), 45-58.

Munguambe, D. S. (2021). Enfrentando a violência doméstica contra crianças e adolescentes em


Moçambique: um chamado à ação. In: Anais do Fórum Nacional sobre Violência Infantil (p.
112-125). Editora Cidadania.

Lima, V. S. et al. (2019). Impacto da Violência Doméstica na Saúde Mental de Crianças e


Adolescentes: Uma Revisão Integrativa. Revista de Enfermagem UFPE On Line, 13(9), 2536-
2545.

Oliveira, E. M. M., & Tavares, D. M. S. (2018). Violência doméstica e suas repercussões na


saúde mental de crianças e adolescentes: uma revisão integrativa. Revista Brasileira de
Enfermagem, 71(suppl 5), 2287-2296.

Lima, V. S. et al. (2019). Impacto da Violência Doméstica na Saúde Mental de Crianças e


Adolescentes: Uma Revisão Integrativa. Revista de Enfermagem UFPE On Line, 13(9), 2536-
2545.

Silva, A. B. (2020). Impacto da violência doméstica no desenvolvimento psicológico da criança


e do adolescente. In: Anais do Congresso Brasileiro de Psicologia Jurídica (p. 123-135). Editora
Juris.

Souza, C. M. (2019). Violência doméstica contra crianças e adolescentes: reflexões sobre o papel
da família e da sociedade. Revista Direitos Humanos e Democracia, 7(2), 89-102.

Oliveira, F. S. (2018). O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a proteção da infância e


adolescência no Brasil. In: Anais do Congresso Brasileiro de Direito da Criança e do
Adolescente (p. 45-58). Editora Legal.
Santos, L. M. (2021). Intervenção multidisciplinar na violência doméstica contra crianças e
adolescentes: desafios e perspectivas. In: Anais do Congresso Brasileiro de Assistência Social (p.
207-220). Editora Socialização.

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