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Maconisse Manuel Nhantumbo

Licenciatura em Psicologia Clínica

PROJECTO DE PESQUISA

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA ALBERTO CHIPANDE


ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS

Maputo, Abril de 2021


Maconisse Manuel Nhantumbo

PROJECTO DE PESQUISA

O Projecto de pesquisa apresentado ao


Instituto Superior de Ciências e Tecnologia
Alberto Chipande, como um dos recursos
parciais para obtenção do grau académico
de Licenciatura em Psicologia Clínica.

Supervisor:

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA ALBERTO CHIPANDE


ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS

Maputo, Abril de 2021


ÍNDICE

1. CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.......................................................................................4
1.1. Tema............................................................................................................................4
1.2. Delimitação do tema....................................................................................................4
1.3. Delimitação espacial....................................................................................................4
1.4. Delimitação temporal..................................................................................................4
1.5. Justificativa..................................................................................................................4
1.6. Problema de pesquisa..................................................................................................5
1.7. Hipóteses.....................................................................................................................5
1.8. Objectivos....................................................................................................................6
1.8.1. Geral.....................................................................................................................6
1.8.2. Específicos...........................................................................................................6
2. CAPÍTULO II: ABORDAGEM METODOLÓGICA...................................................7
2.1. Método de abordagem.................................................................................................7
2.1.1. Quanto aos procedimentos...................................................................................7
2.1.2. Quanto à natureza.................................................................................................8
2.1.3. Quanto à abordagem............................................................................................8
2.2. Técnicas e instrumentos de investigação.....................................................................8
3. CAPÍTULO III: REVISÃO DA LITERATURA.........................................................10
3.1. Bullying: história e conceito......................................................................................10
3.2. Formas de identificar comportamentos de bullying..................................................11
3.3. Associação entre bullying e características familiares..............................................12
3.4. Prevenção de bullying...............................................................................................13
4. Cronograma......................................................................................................................14
5. Orçamento.........................................................................................................................15
6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA..............................................................................16
7. APÊNDICES....................................................................................................................18
7.1. Apêndice A................................................................................................................18
7.2. Apêndice B................................................................................................................19
7.3. Apêndice C................................................................................................................20
1. CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Tema
Bullying: problemas de comportamento e adversidade familiar em adolescentes de escolas
públicas.

1.2. Delimitação do tema


Para a realização do presente estudo, a pesquisa centra-se em adolescentes do ensino
secundário, precisamente da Escola Secundaria de Lhanguene, como o objectivo de conhecer
os fundamentos pelos quais a adversidade familiar contribui para o envolvimento em
situações de bullying entre adolescentes das escolas públicas.

1.3. Delimitação espacial


A pesquisa será efectuada na Escola Secundaria de Lhanguene. Uma escola pública
localizada na cidade de Maputo, bairro chamanculo, avenida de Moçambique.

1.4. Delimitação temporal


No âmbito do horizonte temporal, pretende-se realizar a pesquisa num período entre Junho-
Julho de 2021.

1.5. Justificativa
Na perspectiva de Gomes (2011), a violência envolve uma complexidade de factores, não
podendo ser analisada de forma simplificada e reduzida. Assim, os agressores não podem ser
os únicos responsáveis pelos actos de violência, uma vez que eles também são produto dela e,
portanto, também vítimas. Numa perspectiva familiar e escolar, analisar o bullying e a
violência como um todo implica entendê-lo como consequência de diversos conflitos
oriundos das mudanças que a escola e a sociedade vêm passando ao longo dos anos.
Portanto, está claro que ser vítima de bullying traz consequências desastrosas para o
desenvolvimento humano gerando sofrimento e comprometendo a autoestima dos envolvidos,
além de se configurar como um factor de risco para o suicídio e para o desenvolvimento de
diversos problemas de comportamento e transtornos psiquiátricos.
Na compreensão de Pereira (2001), intervir precocemente em situações de bullying é
importante na medida em que a perpetuação deste fenómeno em escolas pode colocar em
risco a segurança pública. Estudos apontam que reconhecer o comportamento de crianças e
adolescentes em diferentes contextos é fundamental para elaborar medidas de prevenção e de

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tratamento adequadas. No entanto, nota-se uma escassez de trabalhos que utilizam múltiplos
informantes, presentes nestes diferentes contextos, para avaliação de problemas de
comportamento em vítimas de bullying.
A escolha deste tema surge no facto de o bullying ser uma das questões que mais requer um
olhar sensível e crítico por parte dos profissionais da psicologia clínica. Sendo necessário
considerá-lo, não apenas como uma violência escolar, que implica em uma série de situações
nas quais os adolescentes agridem-se fisicamente, discutem, se ferem, mas também como
uma realidade que se manifesta nos relacionamentos educativos e principalmente no processo
de aprendizagem do aluno, influenciando no seu desempenho académico e em suas relações
interpessoais, familiares, podendo causar uma desmotivação para os estudos.
Quando há bullying no ambiente escolar, a aprendizagem fica prejudicada, as vítimas sentem-
se intimidadas, perdem o interesse pelos estudos e o medo que sentem é constante. Este
medo, por um lado, altera negativamente o comportamento do adolescente e, por outro lado,
bloqueia o funcionamento mental prejudicando o raciocínio e o interesse em relação à
aprendizagem escolar. Tudo que os alunos vítimas de bullying desejam é se libertar daquelas
agressões. Neste caso, elas precisam da ajuda do psicólogo clínico que deve intervir por via
de acções terapêuticas de modo a interagir com os alunos para tentar auxiliá-los.

1.6. Problema de pesquisa


Segundo Dubet (2008), a vitimização e sua relação com características da família e outros
problemas de comportamento ainda carecem de investigação empírica que visem a
desenvolver medidas preventivas eficazes que minimizem as alterações comportamentais a
que o envolvimento em situações de bullying esta associado. Portanto, disto entende-se que
as intervenções devem ter como metas a promoção de formas mais adequadas de convivência
em grupo, estimulando comportamentos pro-sociais, cujos efeitos serão a diminuição de
problemas e um melhor aproveitamento dos investimentos públicos nas áreas da saúde, da
educação e da segurança. Diante dos argumentos supra colocados, levanta-se a seguinte
questão de pesquisa: Que medidas preventivas podem ser aplicadas a situações de
bullying como vitima, problemas de comportamento e suas características familiares?

1.7. Hipóteses
Perante a questão colocada, na tentativa de solucionar ou responder, surgem as seguintes
hipóteses:
H1: Alunos vítimas de bullying relatarão mais problemas de comportamento internos,
externos e das escalas síndrome de depressão e ansiedade;

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H2: Os professores avaliarão mais problemas de comportamento externos e nas escalas
síndrome de comportamento agressivo e de quebrar regras em vítimas de bullying;

H3: Os alunos vítimas de bullying apresentarão maior índice de adversidade familiar;

H4: Haverá associação entre os problemas de comportamento e o índice de adversidade


familiar.

1.8. Objectivos
1.8.1. Geral
 Conhecer possíveis associações entre o envolvimento de adolescentes em situações de
bullying como vitima, seus problemas de comportamento e seus problemas familiares.

1.8.2. Específicos
 Comparar os problemas de comportamento reportados por vítimas de bullying e seus
professores;
 Comparar o índice de adversidade familiar entre adolescentes vítimas e não vítimas de
bullying;
 Verificar o índice de transformações entre o índice de adversidade familiar e os
problemas de comportamento.

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2. CAPÍTULO II: ABORDAGEM METODOLÓGICA

Segundo Oliveira (2005), metodologia é um processo onde se aplicam diferentes métodos,


técnicas e matérias, tanto laborais como instrumentos e equipamentos para a colecta de dados
no campo. Já para Lakatos e Marconi (1991), método é um conjunto das actividades
sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objectivo,
conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e
auxiliando as decisões do cientista.

2.1. Método de abordagem

No nosso trabalho iremos privilegiar o método hipotético-dedutivo que se inicia pela


percepção de uma lacuna nos conhecimentos, formula-se uma hipótese e, pelo processo
dedutivo, testa a predição da ocorrência de fenómenos (Gil, 1999). De acordo com Lakatos e
Marconi (2010), este método caracteriza-se por uma abordagem mais ampla em nível de
abstracção, mais elevado, dos fenómenos da natureza e da sociedade.
Já para Silva e Menezes (2001), este método de investigação científica parte do princípio de
que quando os conhecimentos disponíveis são insuficientes para explicar um determinado
fenómeno, são formuladas as hipóteses onde essas são testadas para a sua aprovação ou
reprovação.

2.1.1. Quanto aos procedimentos


O presente estudo será efectuado na base dois tipos de pesquisa nomeadamente:
A bibliográfica que consiste na recolha atempada e sequenciada de material compatível com
a pesquisa, documentos tais como livros, artigos e revistas científicas e entre outras fontes
alternativas tais como; fontes electrónicas e inquéritos, com vista a alcançar maior
abrangência nos objectivos propostos.

Para Lakatos e Marconi (2003), a pesquisa bibliográfica ou fontes secundárias abrangem toda
bibliografia já tornada pública em relação ao tema em estudo, desde publicações avulsas dos
boletins, jornais, revistas, livros e pesquisas, monografias, teses, material cartográfico, que
tem o por finalidade colocar o pesquisador em contacto directo com tudo o que foi escrito,
dito ou filmado sobre o assunto em pesquisa. Neste trabalho, esta tem enquadramento na
medida em que aclarou o assunto em indagação e foi possível obter um resultado satisfatório.

O segundo tipo de pesquisa aqui usado é descritivo, observacional, com delineamento caso-
controle, que segundo Yin (2001, p. 33), é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo

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dos factos, objectos de investigação, permitindo um amplo e pormenorizado conhecimento da
realidade e dos fenómenos pesquisados. Este permite compreender como o enquadramento
teórico pode ser executado em contexto clinico-psicoterapêutico.

2.1.2. Quanto à natureza


Para o presente estudo será efectuada a pesquisa de natureza aplicada porque ela pretende
gerar conhecimentos para aplicação práticos dirigidos à resolução do problema da pesquisa
Segundo (Cassandra e Silva, 2004).
2.1.3. Quanto à abordagem
Quanto ao fim de investigação, a pesquisa é qualitativa e quantitativa.
Pesquisa qualitativa vê o pesquisador como seu principal instrumento e que supõe o
contacto directo e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo
investigada por meio do trabalho intensivo de campo e o material obtido nessas pesquisas é
rico em descrições de pessoas, situações, acontecimentos, fotografias, desenhos, documentos,
etc., e essa pesquisa será sustentada pela técnica de observação e entrevista, (Oliveira, 2001).
De acordo com Vilela (2009), a investigação qualitativa é a forma de estudo da sociedade que
se centra no modo como as pessoas interpretam e dão sentido ou privilegiam as suas
experiências, e ao mundo em que elas vivem. Portanto, segundo esta abordagem, o estudo
baseia-se na interpretação dos fenómenos.

Pesquisa quantitativa è caracterizada pelo emprego de quantificação, tanto nas modalidades


de colecta de informações quanto ao tratamento delas por meio de técnicas estatísticas. Neste
contexto, busca a avaliação das hipóteses mediante a utilização de dados estruturados,
estatísticos, com análise de um grande número de casos representativos, recomendando um
curso final da acção, para tal aplica-se a técnica de questionário com sustento na recolha de
dados quantitativos (Richardson, 1999). É nesse sentido que no presente trabalho quanto à
abordagem damos a primazia à pesquisa qualitativa e quantitativa pois, foi resultado de uma
combinação dos dois métodos.

2.2. Técnicas e instrumentos de investigação

Para a obtenção de informações que vão ajudar na aprovação ou reprovação das respostas
preliminares levadas ao campo de estudo serão empregues a entrevista, o questionário, e a
observação directa como ferramentas de colecta de dados.

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Segundo Ribas e Fonseca (2001), pode-se definir a entrevista como comunicação verbal entre
duas ou mais pessoas, com o grau desestruturação previamente definido, cuja finalidade é a
obtenção de informações de pesquisa, onde as questões são feitas oralmente e as respostas
são registadas pelo pesquisador e, o entrevistador deve apenas colectar dados e não discuti-
los com o entrevistado.

Segundo Gil (2008), pode-se definir o questionário como uma técnica de investigação,
composta por um conjunto de questões que são submetidas à pessoa com o propósito de obter
informações sobre o conhecimento, crença, sentimentos, valores, interesses e expectativas.

Entende-se por observação a técnica que faz o uso dos sentidos para a apreensão de
determinados aspectos da realidade. Ela consiste em ver, ouvir e examinar os factos, os
fenómenos que se pretende investigar. A técnica da observação desempenha importante papel
no contexto da descoberta e obriga o investigador a ter um contacto mais próximo com o
objecto de estudo (Gil, 1999). Esta técnica tem enquadramento na pesquisa dado que no
campo foi possível estar em contacto com o objecto de estudo.

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3. CAPÍTULO III: REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo serão apresentadas os conceitos que serviram de base para o desenvolvimento
e análise deste trabalho, começando com a história do bullying, suas formas e causas comuns;
formas de prevalência do bullying; associação entre bullying e características familiares;
prevenção de bullying.

3.1. Bullying: história e conceito


Dentro do contexto da história do bullying, pode -se afirmar que o mesmo sempre existiu,
porém só passou a ser estudado por cientistas na década de 70 na Suécia, quando o tema
tornou -se algo preocupante e irrelevante para a população. Logo a pós os estudos realizados
na Suécia, despertou -se um grande interesse pelo assunto em diversos países, numa intenção
de conscientização contra o ato de violência causado pelo bullying. Como sustenta Calhau
(2010), o bullying é um acto de violência que sempre existiu, porém não era estudado,
quando uma vítima era atacada a mesma mantinha-se em silêncio, mudava de escola, cidade,
fugia dos maus tratos. Antes da década de 70 na Suécia, o bullying era encarrado como algo
natural, chegavam até a colocar a culpa nas próprias vítimas pelas situações em que
passavam.
O primeiro estudo sobre bullying foi realizado pelo pesquisado Dan Olweus, professor na
Universidade de Bergen, Noruega (1978 a 1993). O estudo de foi baseado em um grande
público de alunos, professores e pais de alunos, o mesmo era elaborado em salas de aula,
onde os alunos eram observados para se entender como procediam os actos de violência, e
consequentemente junto dela a conscientização dos problemas causados pelo bullying e plena
protecção para as vítimas, procurando observar a diferença entre brincadeiras da idade e
acções de bullying executadas pelos alunos. Um dos pontos destacados onde se pode
diferenciar brincadeiras saudáveis da própria idade e bullying, é a insistência de uma
brincadeira com um determinado aluno, onde nessa acção fica claro o constrangimento do
alvo, por tanto o mesmo tende a perder o domínio da situação, e consequentemente sendo
vítima de violência escolar, o próprio bullying.
Segundo Fante (2005), um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que
ocorrem sem motivação evidente, adoptado por um ou mais alunos contra outro(s) causando
dor, angústia e sofrimento. Insultos, intimidações, apelidos cruéis, gozações que magoam
profundamente, acusações injustas, actuações de grupos que hostilizam, ridicularizam e
infernizam a vida de outros alunos levando-os à exclusão, além de danos físicos, morais e
materiais, são algumas manifestações do comportamento bullying. Portanto, por definição

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universal e convencional o acto de bullying é visto como um comportamento cruel intrínseco
nas relações interpessoais, em que os mais fortes fazem dos mais fracos objectos para sua
diversão, fazendo brincadeiras maldosas e intimidadoras. Várias são os conceitos e definições
apresentados para esse fenómeno, contudo, todos convergem no fato de a vítima ter
dificuldades para se defender dos maus tratos.
Alkimin (2011), sustenta que essa prática de violência está subdividida em directa e indirecta
apresentando em ambas, a faceta da aversão e da humilhação. O bullying ocorre de maneira
directa, quando inclui agressões físicas (bater e chutar) e verbais (apelidos pejorativos,
insultos, constrangimentos). A maneira indirecta acontece através de disseminação de
rumores desagradáveis, visando à discriminação e exclusão da vítima de seu grupo social.

3.2. Formas de identificar comportamentos de bullying


Segundo Seixas (2005), na tentativa de identificar comportamentos de bullying em escolas,
pesquisadores tem adoptado estratégias existindo uma constância em três vertentes: em
primeiro lugar, ainda que utilizadas com menor frequência, apontam-se técnicas de
observação directa dos alunos em seu quotidiano na escola. Usualmente, são desenvolvidos
protocolos de observação e de registos com categorias previamente definidas e
operacionalizadas, sendo os alunos posteriormente identificados como vitimas, perpetradores
ou testemunhas de bullying, quando a frequência, duração e intensidade de seus
comportamentos correspondem as enunciadas no protocolo.
A pesquisa observacional coloca em evidência a posição entre aquilo que as pessoas fazem e
aquilo que relatam fazer, tal como ocorre em questionários e escala, trazendo com vantagem
a oportunidade de verificar a ocorrência de comportamentos que não são relatados pelos
alunos ou pelos professores.
Para Serrate (2009), a observação directa permite verificar com maior segurança os factores
responsáveis pela manutenção do comportamento e traçar estratégias para modifica-los.
Ademais, pelo facto da definição de bullying estar associada a comportamentos agressivos
que acontecem repetidamente e que perduram ao longo dos meses, o tempo exigido para
avaliação de sua ocorrência por meio da observação directa torna este método pouco utilizado
em pesquisas.
A segunda estratégia de identificação do bullying refere-se a escolha de instrumentos que
aferem as respostas por parte dos próprios alunos, sejam eles auto-aplicáveis ou orientados
pelos pesquisadores. Para Seixas (2005), nesta categoria estão incluídas, as escalas, os
inventários e os questionários. A utilização destes para identificar o bullying possibilita a

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avaliação de diversas pessoas em pouco tempo sobretudo nos casos em que as aplicações
podem ser realizadas em grupo. Portanto, trata-se de uma estratégia de fácil aplicação e baixo
custo e possibilita estudos com grandes amostras e tratamento estatístico de dados. Os dados
colectados por estes métodos tem como base o auto-relato dos alunos sobre seu envolvimento
com situações de bullying.
A terceira estratégia consiste em disponibilizar as crianças ou adolescentes uma lista com os
nomes dos seus colegas de classe e perguntar quais desses se enquadram nas características
associadas ao bullying, tais como quais colegas são provocados frequentemente, quais são
agressivos e quais são isolados (Seixas, 2005).
3.3. Associação entre bullying e características familiares
Famílias que dão suporte aos filhos vítimas de bullying permitem que estes possam romper
com o ciclo de violência e abusos, fortalecendo-os a desenvolverem mecanismos de
enfrentamento para lidar com o processo de vitimização. As pesquisas destacam que
estudantes cujos pais se reúnem com os amigos dos filhos apresentam probabilidade
significativamente menor de se envolverem em situações de bullying (Mendes, 2011). O
mesmo ocorre quando os pais compartilham ideias, ajudam nas tarefas escolares de casa e
conversam com os filhos.
Esses comportamentos dos pais são interpretados como de envolvimento positivo entre eles e
os filhos, aspecto que recebe grande destaque na literatura e é apontado como factor
significativo de protecção. Esse envolvimento é traduzido pela supervisão, estabelecimento
de regras e comunicação positiva. Além disso, a aceitação dos pais em relação às
dificuldades, diferenças e aparência dos filhos diminui as chances de envolvimento em
situações agressivas, assim como ocorre com aqueles que possuem famílias democráticas e
que estimulam comportamentos de não-violência.
Esses comportamentos dos pais são interpretados como de envolvimento positivo entre eles e
os filhos, aspecto que recebe grande destaque na literatura e é apontado como factor
significativo de protecção (Carvalhosa, 2010).
Portanto, esse envolvimento é traduzido pela supervisão, estabelecimento de regras e
comunicação positiva. Além disso, a aceitação dos pais em relação às dificuldades, diferenças
e aparência dos filhos diminui as chances de envolvimento em situações agressivas, assim
como ocorre com aqueles que possuem famílias democráticas e que estimulam
comportamentos de não-violência (Carvalhosa, 2010).

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3.4. Prevenção de bullying
Segundo Martins (2005) O fato do bullying ser um fenómeno grupal, sugere que os
programas de prevenção da violência escolar devem dirigir-se mais aos grupos, escolas e
turmas, do que aos indivíduos, e o facto de se manifestar sob diferentes formas sugere que as
estratégias de intervenção ou prevenção deverão levar em consideração o tipo de bullying que
pretendam prevenir ou erradicar.
A possibilidade de envolver as crianças em temas de interesse para sua vida, inclusive no
contexto escolar, numa proposta participativa de acção colectiva representa uma inovação no
campo dos estudos de intervenção. Estudos têm se debruçado neste modelo de participação
para desenvolver programas de prevenção do bullying, o que poderá trazer efeitos positivos
na capacidade do programa em melhorar os níveis de bullying escolar, dada a importância da
dimensão comportamental e interpessoal, no desenvolvimento do fenómeno.
Segundo Fante (2005), todo tipo de violência deve ser combatido e a escola com seu papel
social, político e pedagógico deve oportunizar ambiente seguro para facilitar a construção do
conhecimento. Nesse sentido, é necessário a adopção de procedimentos alicerçados em
parâmetros técnicos e jurídicos com envolvimento de educadores alunos e famílias.
Trata-se de um problema comum em todos os meios e deve ser observada como uma questão
prioritária. O tipo de violência categorizada como bullying, deve receber atenção,
principalmente da escola, família e sociedade, com acções, preventivas, paliativas ou/e
correctivas. Ressalta-se, entre essas acções, a adopção de práticas com grupos de apoio para
estudar, informar, apoiar as vítimas e tomar as medidas cabíveis quanto aos agressores
Entretanto, a ênfase maior da educação deve ser dada a programas de longo prazo, que
colocam em prática a conscientização, prevenção e esclarecimento sobre as implicações da
prática de bullying para quem pratica, quem assiste e os danos para quem sofre.
Nesse contexto, a escola deve orientar-se pelo seu regimento interno observando as acções de
controle nele previstas que estabeleçam punições exemplares para os praticantes ou
agressores. Segundo Calhau (2010), a prática de Bullying, é um problema endémico. As
vítimas não precisam fazer nada para serem escolhidas. Os agressores simplesmente as
elegem no meio de um grupo para serem alvos de seus ataques. Na mesma linha de ideias, o
autor afirma que, os espectadores, em geral, não denunciam as agressões porque sentem
medo de se tornarem vítimas.

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4. Cronograma
ACTIVIDAD Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto
E
Revisão
bibliográfica
Discussão
teórica em
função da
discussão dos
objectivos
Localização e
identificação
das fontes de
obtenção de
dados ou
documentos.
Determinação
de categorias
para
tratamento dos
dados
documentais
Análise e
interpretação
Redacção da
Monografia
Revisão da
Redacção
Divulgação
dos resultados
ou defesa
pública
Fonte: elaborado pelo pesquisador, 2021.

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5. Orçamento
Especificações das Quantidade Valor unitário Valor total
despesas
Impressão 55 5mt 275mt
Canetas e lápis 04 20mt 80mt
Computador 01 10.000mt 10.000mt
Pendrive 01 500mt 500mt
Transporte 02 50mt/dia 1500mt
Encadernação 05 25mt 125mt
Total 12.480mt
Fonte: elaborado pelo pesquisador, 2021.

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6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ALKIMIN. M. A (org.). Bullying: visão interdisciplinar. Campinas, SP: Editora Alínea,


2011.

CALHAU, Lélio Braga; Bullying: O que você precisa saber: identificação, prevenção e
repressão. 2º edição, Niterói RJ: Editora Impetus, 2010.

CARVALHOSA, S. F. prevenção da violência e do bullying em contexto escolar. Lisboa:


Climepsi editores, 2010.

CASANDRA, R. P. O. & SILVA, L. S. Metodologia e organização de projectos de


pesquisa. Fortaleza. 2004.

DUBET, François. O Que é Uma Escola Justa?: A Escola das Oportunidades. Cortez
editora, 2008.

FANTE, C. Fenómeno Bullying. Como prevenir a violência nas escolas e educar para a
paz. Campinas: VERUS, 2005.

FONSECA, J. R. & SILVA, L. S. Metodologia científica. Rio de Janeiro. 2002.

GIL, P. M. Como elaborar projectos de pesquisa. 4ª. ed., São Paulo. 2008.

GOMES, Paulo Bento. Bullying: um desafio para nossas escolas. Revista Querubim, 2011.

MARTINS, J.. Agressão e vitimação entre adolescentes, em contexto escolar: Um estudo


empírico. Análise Psicológica, 2005.

MENDES, C. S. Prevenção da violência escolar: avaliação de um programa de


intervenção. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 2011.

OLIVEIRA, F. Metodologia Científica para a realização de pesquisas em administração.


Editora Catalão-Go. 2001.

PEREIRA, B. O. A violência na escolar: intervir para prevenir. Edições Asa, 2001.

RIBAS, C. C. & FONSECA, R. C. Manual de Metodologia. 2ª. ed., São Paulo: OPET.
2001.

16
RIBAS, C. C. & FONSECA, R. C. Manual de Metodologia. 2ª. ed., São Paulo: OPET.
2001.

RICHARDSON, S. Metodologia Científica. Editora Brasileira. 1999.

RUDIO, F.V. Introdução ao projecto de pesquisa científica. 4ª. ed., Petrópolis: Vozes.
1980.

SEIXA, S. R. Violência escolar: metodologia de identificação de alunos agressores e/ou


vitimas. Analise psicologia, 2005.

SERRATE, R.. Lidar com o bullying na escola – Guia para entender, prevenir e tratar o
fenómeno da violência entre pares. Sintra: K Editora 2009.

SILVA, L. S. & MINEZES, E. N. C. Metodologia de pesquisa e elaboração de


Dissertação. 3ª. ed., Thoriano polis. 2001.

YIN, R. K.. Estudo de caso: planeamento e métodos. 2ª. ed., Porto Alegre: Bookman..
2001.

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7. APÊNDICES
7.1. Apêndice A

Pesquisa de violência escolar

Nos últimos seis meses, algum aluno de sua escola


nenhuma 1 ou 2 3 ou 4 5 ou 6 7 ou mais
vezes vezes vezes vezes
Destruiu seus
matérias de
propósito?
Roubou ou furtou
seus materiais?
Espalhou fofocas
sobre você?
Te ameaçou que
iria te agredir
fisicamente?
Te ameaçou que
iria te
ridicularizar?
Deu socos em
você?
Deu chutes em
você?
Fez tropeçar
propositadamente?
Publicou vídeo
sobre você de
modo a te ofender?
Enviou mensagem
a te ofender?

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7.2. Apêndice B

Questões referentes a vitimização

Na folha seguinte apresentam-se diferentes características e ao lado espaços em branco. Nos


espaços em branco escreva os nomes dos/as seus/suas colegas que tem mais a ver com as
características. Podem ser meninos ou meninas, você pode também escrever mais de um
nome ao lado de cada frase.

CARACTERÍSTICA ALUNOS
1. E esperto e vai bem na escola
2. Chuta, bate e empurra os outros
3. E bom de esportes (futebol, volei, atletismo, etc)
4. Os outros costumam roubar, estragar as coisas dele
5. Tem boas ideias ou jogos para se divertir
6. Ninguém convida para brincar, jogar, entre outros
7. E encrenqueiro, se mete muito em confusões
8. E um bom lider
9. Bate e xinga os outros so se os outros baterem ou xingarem
nele
10. Fica bravo com facilidade
11. Se importa muito com os outros
12. Muitos gostam dele
13. Ninguém o escuta
14. E deixado de lado e rejeitado pelos colegas
15. Se preocupa em ter certeza se todos são tratados iguais
16. Fala mal dos outros
17. Os outros xingam e colocam apelidos sobre ele
18. Ele/a joga limpo, não mente

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7.3. Apêndice C

Entrevista semiestruturada para aferição da diversidade familiar

IDENTIFICAÇÃO

Nome do responsável ________________________________ idade__________


Nome do adolescente________________________________ idade___________
Telefone______________________________
Endereço___________________________________________________________

Índice de adversidade familiar

(1) Números de pessoas na casa _____________ numero de quartos na casa________


(2) Numero de filhos ____________
(3) Renda familiar____________ não possuem renda_______________
(4) Divórcio: sim_____________ não ____________________
(5) Há discórdia conjugal grave??________ Em caso afirmativo, descreve-a:

__________________________________________________________________

(6) Há histórico de transtorno psiquiátrico no pais?

SIM__________ NÃO___________

Em caso afirmativo, qual é o transtorno psiquiátrico?

____________________________________________

Qual é o grau de parentesco com o jovem?

____________________________________________

(7) Há histórico de criminalidade nos pais?

SIM______________________ NÃO_____________________

Em caso afirmativo descreve:_______________________________________________

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