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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO

TEMA: RESOLUÇÃO DE CASO PRÁTICO

Rafael Serafim Pode: 91231037

Pemba, Março de 2024


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED
FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO

TEMA: RESOLUÇÃO DE CASO PRÁTICO

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Direito da UnISCED
Tutor:

Rafael Serafim Pode: 91231037

Pemba, Março de 2024


RESOLUÇÃO DO CASO PRÁTICO

Aprecie a hipótese que se segue e dê a solução jurídica pertinente.


1. Durante uma discussão, Américo e Bernardo investiram violentamente contra Carlos. Após
sucessivas agressões físicas, Carlos conseguiu fugir. Américo e Bernardo perseguiram Carlos.
Para os dissuadir Carlos que se encontrava armado disparou dois tiros para o ar. Américo e
Bernardo continuaram impávidos e serenos com a perseguição de Carlos. Quando Américo se
preparava para agarrar Carlos, este, vendo-se na iminência de voltar a ser violentamente
agredido por ambos os seus oponentes, disparou sobre Américo, provocando-lhe a morte. O
processo correu os seus trâmites no Tribunal Judicial da Província de Sofala onde residiam os
três intervenientes e, na sentença, foi aplicada ao Carlos a pena não privativa de liberdade de
prestação de trabalho socialmente útil.
Responda as seguintes questões:
a) Pronuncie-se sobre o tipo legal de crime patente na hipótese?

1) A lei (escrita): Aqui está a tal decorrência do princípio da legalidade” nullo crimen nulla
poena sine lege scripta” não há crime nem pena sem lei escrita (art.60 CRM);

De acordo com artigo 60 da constituição da República de Moçambique, sustenta o


seguinte:

1. Ninguém pode ser condenado por acto não qualificado como crime no momento da sua
prática.
2. A lei penal só se aplica retroactivamente quando disso resultar beneficia ao arguido.

O princípio da legalidade penal, em sentido estrito, significa antes de mais que tem que existir
uma norma escrita para que um facto seja considerado crime: a qualificação de um facto como
ilícito penal não pode ser feita casuisticamente, de modo concreto e particular, tem que ser
estabelecido em norma em normas jurídicas, com carácter de abstracção e generalidade.

b) Aprecie a responsabilidade criminal do Carlos?

Segundo Fragoso, (2000), “Responsabilidade penal é o dever jurídico de responder pela ação
delituosa que recai sobre o agente imputável”.

Segundo Artigo 32 (Responsabilidade criminal) A responsabilidade criminal consiste na


obrigação de reparar o dano causado na ordem jurídica da sociedade, cumprindo a medida ou
a pena estabelecida na lei e aplicada por tribunal competente.
Ao cometer um delito, um indivíduo considerado responsável será submetido a uma pena. Ao
inimputável será aplicada uma medida de segurança, isto é, uma "providência substitutiva ou
complementar da pena, sem carácter expiatório ou aflitivo, mas de índole assistencial,
preventiva e recuperatória, e que representa certas restrições pessoais e patrimoniais
(internação em manicómio, em colónia agrícola, liberdade vigiada, interdições e confiscos),
fundada na periculosidade (entendo esta como probabilidade de violação do direito), e não
na responsabilidade do criminoso”.

Enquanto a pena tem um carácter essencialmente ético e é baseada na justiça, a medida de


segurança é eticamente neutra e tem por fundamento a utilidade. A pena é sanção; a medida
de segurança não é sanção e visa impedir o provável retorno à prevenção da prática de crime
através da neutralização profiláctica ou da recuperação social do indivíduo. A pena tem como
carácter jurídico essencial o sofrimento, é repressiva e intimidante. A medida de segurança
tem carácter terapêutico, assistencial ou pedagógico e serve ao fim de segregação tutelar ou
readaptação do indivíduo, (Paim, 1979, & Piedade júnior, 2003).

Logo no que diz respeito a responsabilidade criminal do Carlos foi violado, o Carlos agiu por
uma legítima defesa, cuja o seu crime pode ser preventiva já que, a responsabilidade penal do
Carlos pode ser Nula, isto é, quando o agente era, à época do delito, totalmente incapaz de
entender o carácter criminoso do fato ou totalmente incapaz de determinar-se de acordo com
este entendimento. Nesse caso o delito praticado lhe é inimputável e o agente será julgado
irresponsável penalmente pelo que fez.

c) Faça uma análise crítica da decisão do Tribunal?


Fazendo análise crítica do tribunal, primeiro dizer que se o Carlos nunca primeiramente tinha
cometido um delito, e nunca tinha sido julgado, foi uma decisão boa de conceder uma pena
não privativa, mas se for que o Carlos já tinha sido julgado primeiramente, o tribunal não
poder-lhe-ia conceber a pena não privativa, isto é, por mais que o Carlos agiu de uma forma
de defesa, não deixa de ser criminoso em termos da lei, e pena não privativa segundo CRM
Artigo 68 (Pressupostos de aplicação).
Mas como sustenta o no 1 do artigo 170. O homicídio que alguém cometer ou de que for
causa por sua imperícia, inconsideração, negligência, falta de destreza ou falta de observância
de algum regulamento, é punido com a pena de prisão de 1 mês a 2 anos e multa
correspondente.
2. O homicídio, que for consequência de um facto ilícito, ou de um facto lícito, praticado em
tempo, lugar ou modo ilícito, tem a mesma pena, salvo se ao facto ilícito se dever aplicar pena
mais grave, que neste caso é somente aplicada.
1. As penas não privativas de liberdade aplicam-se nos casos em que o agente,
cumulativamente:
a) For réu primário;
b) Proceder à restituição dos bens de que se tenha apropriado, se for o caso; ou tiver reparado
totalmente os danos e prejuízos causados à vítima ou à comunidade com a prática do crime
ou; no caso de reparação parcial, assumir a continuação da reparação ainda em falta no prazo
e condições judicialmente fixados;
c) Se sujeitar às medidas, aos deveres e às regras de conduta previstas, sobre as condições da
suspensão provisória do processo, e que o tribunal vier a fixar na decisão.
2. Sempre que se concluir que, por esse meio, se realizam as finalidades da condenação, as
penas não privativas de liberdade são aplicáveis, verificados os seus pressupostos gerais e
especiais.

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