Você está na página 1de 7

AO DOUTO JUÍZO DA ____ VARA FEDERAL DA ___ SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE ______/___

(Atenção no Endereçamento)

Processo nº XXXXXXXXXXXXXXXX

XXXXXXXXXXXX, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por seu procurador


nomeado, conforme fls.xxx, que abaixo subscreve, na açã o penal promovida pelo
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, que alega a suposta consumaçã o do crime previsto no
artigo 171, § 3º, c.c art. 29, do Có digo Penal, vêm respeitosamente a presença de Vossa
Excelência, apresentar tempestivamente, MEMORIAIS ESCRITOS DA DEFESA, com base
nos artigos 403, § 3º e 404, ambos do Có digo de Processo Penal, nos seguintes termos:
I) DOS FATOS
Em breve síntese dos fatos, consta em inicial denunciató ria que o réu XXXXXXXXX em
concurso de agentes com XXXXXXXXXXX, supostamente teria praticado o crime de
estelionato contra a Caixa Econô mica Federal, sendo acusado de no dia 21 de Outubro de
2010, estar utilizando documentos falsos em nome de XXXXXXXXXXX, abriu a conta
corrente de nº XXXXXXXXXXXX, e utilizando-se do limite de cheque especial, e, no dia 03 de
Dezembro de 2010, realizou um empréstimo CDC, contratou cartã o de crédito para realizar
compras, por fim, realizou transferência bancá ria para a empresa XXXXXX, de titularidade
de XXXXXXXXXXX, gerando prejuízo à Caixa Econô mica Federal no valor total de
R$6.606,19 (seis mil seiscentos e seis reais e dezenove centavos).
A denú ncia e seu aditamento foram recebidos no dia 15 de Junho de 2018, conforme fls.
XXX.
Durante a instruçã o, ficou apontado pelos documentos enviados pela Caixa Econô mica
Federal, que a fotografia dos documentos fls. XXX, condiz com o registro fotográ fico que se
tem nos autos do réu XXXXX.
Houve audiência de instruçã o e julgamento no dia 03 de dezembro de 2020 e a defesa foi
intimada a apresentar os respectivos memoriais escritos.
II – DO DIREITO
II.1. DA COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL
Ante a declaraçã o do réu em audiência sobre as ameaças em que ele e sua família sofreram,
podemos com a mais absoluta clareza concluirmos que fora coagido a executar o delito,
objeto da acusaçã o. Diante dessa coaçã o, o Có digo Penal em seu art. 22, dispõ e o seguinte:
“Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência de ordem, não manifestamente ilegal, de
superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.” Grifei.
A interpretaçã o jurisprudencial desse artigo, encontra-se na obra de Alberto Silva Franco,
na qual relata o seguinte:
“A coação moral irresistível é uma das hipóteses da exclusão da culpabilidade, na qual o coacto, em razão de
constrangimento moral que sobre ele é exercido, atua em condições anormais, de forma que não se lhe pode
exigir um comportamento, de acordo com a ordem jurídica. O constrangimento moral deve ser irresistível e por
irresistível, segundo o Des. Cunha Camargo (JUTACRIM 44/412), se entende o constrangimento “inevitável,
insuperável ou inelutável”, “uma força de que o coacto não se pode subtrair, tudo sugerindo situação à qual ele
não pode se opor, recusar-se ou fazer face, mas tão somente sucumbir, ante o decreto do inexorável”. Se a coação
moral for, no entanto, resistível, limitará em favor do agente uma atenuante (art. 65, III, c, do Cód. Penal)”.
“A coação moral irresistível de que cuida a Lei Penal, consiste no emprego de grave ameaça contra alguém, no
sentido de que realize um ato ou não (Damásio, Direito Penal, 1º/444)”

Passamos a exibir o comentá rio doutriná rio da obra Princípios Bá sicos do Direito Penal, de
Francisco de Assis Toledo:
“...na coação moral, o coagido tem suas possibilidades de opção bastante restringidas pelo temor de sofrer
algum mal, não obstante age ou omite, impelido pelo medo, valendo-se de suas próprias forças. Se essa forma
de coação, ou seja, a vis compulsiva, for igualmente irresistível à vis absoluta, exclui-se a culpabilidade do coagido,
por não lhe ser exigida, nas circunstâncias, conduta diversa que realizou.”

Pode, ainda, o Ilustre Representante do Ministério Pú blico, em seu papel de acusador,


indagar o seguinte:
“Mas, se o réu ora Defendente é inocente, ou foi coagido, por que não mencionou
aludida coação nas fases anteriores do processo?”
É claro que o réu nã o tinha como provar tal alegaçã o, até porque, quando seus familiares
estã o sendo de alguma forma ameaçados, nã o tem controle de suas atitudes e reflexos. Veja
Excelência, o réu mudou-se diversas vezes, passando por vá rios Estados do Brasil, somente
nisso, já se comprova o tamanho do medo das ameaças e perseguiçõ es sofridas pelo outro
Corréu XXXXXXXXX.
Por outro lado, em momento algum o réu XXXXX se escondeu de suas obrigaçõ es perante a
justiça, quando finalmente encontrado, poderia ter fugido ou se mudado, ou poderia ter
omitido o seu endereço, entretanto, informou o endereço e os meio em que poderia ser
encontrado para os atos processuais, demonstrando assim, cooperaçã o com a justiça para
que se resolva o quanto antes essa pendência. Comprovando-se assim, que as diversas
mudanças de Estado juntamente com sua família se deram pelas ameaças do corréu
conforme dito pelo réu em audiência realizada no dia 3 de dezembro de 2020, quando fora
perguntado a ele se essas mudanças de Estado tiveram relaçã o com o medo causado pelo
corréu, e a resposta foi positiva.
Diante dessa linha de raciocínio, se o réu fora coagido, nã o é autor do crime, e sim mais
uma vítima da violência que circunda nossa populaçã o. Portanto, nã o agiu com vontade
pró pria.
Conforme já o disse, na pior das hipó teses, se a coaçã o for considerada resistível, e o
Defendente for condenado, a pena deverá ser aplicada em seu mínimo, com as devidas
atenuantes delineados no art. 65, III, c, do Código Penal.
Diante de todo o exposto e da clareza dos fatos que demonstram ato coercitivo que
envolveu o réu, vem com a mais enaltecida reverência, pedir à V. Exa. a absolviçã o do réu. E
se o MM. Juiz, entender que o mesmo nã o seja merecedor da Absolviçã o, que julgue-o de
forma que tenha sua pena atenuada, para que se cumpra o verdadeiro papel do Poder
Judiciá rio, a justiça.
II.2 DA ATIPICIDADE MATERIAL – PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
É sobremodo importante assinalar que este Princípio está intimamente ligado com a
Tipicidade do fato e com o Princípio da Ofensividade. Com a evoluçã o jurídica nacional, a
Tipicidade, como elemento do Fato Típico, passou a ser abordada nã o apenas sob o aspecto
formal (juízo de subsunçã o), considerando um fato típico pelo simples fato de a conduta
praticada se encaixar com o modelo descrito pelo tipo penal, como outrora era efetuado.
Mas também sob a ó tica Material, que ao seu turno, avalia se a conduta realizada realmente
apresenta lesã o ao bem jurídico penalmente tutelado, ou seja, se realmente é relevante
para o Direito Penal, eis mais precisamente neste ponto que se apresenta o Princípio da
Insignificâ ncia.
No caso em aná lise, é imputado ao Acusado que este através de suposto estelionato
praticado contra a Caixa Econô mica Federal, teria obtido de lucro, para si, um valor de R$
1.000,00 (mil reais), conforme dito no interrogató rio do acusado.
Notó rio apresenta-se ser de pequeno valor o objeto da incursã o delituosa. Este
entendimento é observado com base na doutrina e jurisprudência, as quais
convencionaram que por pequeno valor deve ser entendido aquele que gira em torno de
um salá rio mínimo. Vejamos a respeito:
“Atualmente, são dois os principais critérios usados na aferição do “pequeno valor”: a) Refere-se ao prejuízo. b) É
relativo ao valor da coisa e não ao prejuízo. Quanto à quantidade que se considera como “pequeno valor”, tem-se
em vista, geralmente, valor igual ou inferior ao salário mínimo... ”(Celso Dalmato, Código Penal Comentado,
p.299). Grifei.

Conclui-se, pois, tratar-se de valor ínfimo quando comparado com a liberdade de


alguém, e que por si só não é capaz de lesar o bem jurídico penalmente tutelado,
devendo, neste caso, ser aplicado o Princípio da Bagatela.
MM. Juiz, deve-se analisar diversas questõ es, o réu foi coagido a cometer tal crime pelo
corréu que é contumaz e conhecido estelionatá rio, chefe de grupo de criminoso. Desse
crime, restou demonstrado que o réu teria recebido apenas R$1.000,00 dos R$6.606,19 que
foram recebidos pelo corréu. Nã o resta dú vidas que o réu nã o enriqueceu com os mil reais
recebidos. Também em audiência restou demonstrado que o corréu fez todo o trâ mite,
criaçã o de documentos falsos, alugava residência no local onde ocorreu o crime, pagou
passagem aérea, levou o réu até a CEF. Sendo assim, certamente os gastos do corréu eram
altos para efetuar os golpes.
Em audiência, no interrogató rio do réu, também restou demonstrado que o foco do corréu
era obter mediante fraude o CONSTRUCRED, crédito para financiamento de obras, onde
tais valores seriam maiores. Entretanto, nã o conseguiu.
Deve ser analisado o potencial econô mico da Caixa Econô mica Federal, certamente a
quantia levada em prejuízo, seja de 6 mil ou 1 mil reais, nã o levou o Banco a falência, muito
menos causou enormes prejuízos, sendo que este fator comparativo entre o valor em
prejuízo e o potencial econô mico da instituiçã o bancá ria, também deve ser levada em conta
quanto a absolviçã o ou aplicaçã o de pena mais severa.
No que se refere a primariedade e antecedeste ao Acusado, cabe destacar que a posiçã o
que vem se acentuado cada vez mais na doutrina e na jurisprudência, é que se apresenta
irrelevante à concessã o do Princípio da Insignificâ ncia as condiçõ es pessoais do Acusado,
tal como a sua reincidência, uma vez que se trata de causa de exclusã o da tipicidade.
À guisa de exemplo podemos citar algumas decisõ es que expressã o o posicionamento que
vem tomando corpo no STJ e STF:
O Supremo Tribunal Federal postulou em seu Informativo 610 que: “admite a aplicação do princípio da
insignificância, mesmo para o agente que pratica o delito reiteradamente.” Grifei.

No mesmo liame o Superior Tribunal de Justiça vem decidindo que:


O ora paciente subtraiu um boné avaliado em R$ 50,00, o qual foi devolvido à vítima. Porém, diante da
comprovação de seus maus antecedentes e de sua reincidência, foi condenado, por furto simples, à pena de um
ano e seis meses de reclusão. Diante disso, é certo não se lhe aplicar a benesse do furto privilegiado. Conduto, o
delido pode ser considerado como de reduzido potencial ofensivo, a merecer a incidência do princípio da
insignificância, que não pode ser obstado por sua reincidência ou maus antecedentes, visto que apenas jungido
ao bem jurídico tutelado e ao tipo injusto. (HC XXXXX/MS - Informativo 351). Grifei.

Demonstra-se, pois, que se firmou jurisprudência no STJ no sentido de que:


“condições pessoas desfavoráveis, maus antecedentes, reincidência e ações penais em curso não impedem a
aplicação desse princípio”. (Informativo 441 – HC XXXXX/MG).

Posta assim a questã o, é de se dizer que uma vez presentes os requisitos objetivos e
subjetivos que configuram o Princípio da Insignificâ ncia, nã o prospera alegar que o
passado do agente interfere em sua aplicaçã o. Convém ponderar que o seu passado, seja
primá rio ou nã o, em nada influenciam na análise do fato em tela, visto que estes
elementos nã o interferem na verificaçã o se existe ou nã o tipicidade material na conduta.
II.3 DESCLASSIFICAÇÃO PARA ESTELIONATO PRIVILEGIADO – Artigo 171, § 1º do
Código Penal
Deve ser analisado que no caso em tela, pelos bons antecedentes do réu, até mesmo pelo
fato de ser um entendimento do STJ e STF que nã o deve ser levado em conta os
antecedentes para a aplicaçã o do princípio da insignificâ ncia, como também, o lucro
auferido pelo réu foi menor que 1 (um) salá rio mínimo. Este juízo tem o poderá aplicar o
disposto no o disposto no artigo 155 § 2 CP. É a forma do estelionato privilegiado, previsto
no § 1 do artigo 171, in verbis:
“Art. 171, § 1º — Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o
disposto no art. 155, § 2º.”

É necessá rio, desta forma, levar em conta que o prejuízo causado à vítima no momento da
consumaçã o do delito, é de valor ínfimo comparado ao potencial econô mico da ofendida,
devendo assim, caracterizar o crime de estelionato privilegiado.
Caso Vossa Excelência nã o vislumbre a atipicidade material ou mesmo a atipicidade formal
apresentadas, requer que, diante pelo exposto, e caso seja comprovada a primariedade do
Acusado, seja aplicado o privilégio previsto no § 2º, do artigo 155 do Có digo Penal, segundo
o qual:
“se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir
a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar
somente a pena de multa”.
Segundo Celso Dalmato “atualmente, sã o dois os principais critérios usados na aferiçã o do
‘pequeno valor’: a) Refere-se ao prejuízo. b) É relativo ao valor da coisa e nã o ao prejuízo.
Quanto à quantidade que se considera como ‘pequeno valor’, tem-se em vista,
geralmente, valor igual ou inferior ao salário mínimo...”.
Da analise detida em audiência, restou comprovado que o lucro auferido pelo réu é menor
que o salá rio mínimo, fazendo jus a desclassificaçã o para o estelionato privilegiado
II.4 DA SUBSIDIARIEDADE
a) Da atenuante da confissão
Faz mister elucidar que o Acusado, de forma espontâ nea, confessou a pratica do delito,
fazendo jus, desta feita, em caso de condenaçã o, à atenuante da confissã o espontâ nea. Com
supedâ neo na doutrina do saudoso professor Guilherme de Souza Nucci, temos que:
"Confessar, no âmbito do processo penal, é admitir contra si por quem seja suspeito ou acusado de um crime,
tendo pleno discernimento, voluntária, expressa e pessoalmente, diante da autoridade competente, em ato solene
e público, reduzido a termo, a prática de algum fato criminoso" (cf. Guilherme de Souza Nucci, O valor da confissão
como meio de prova no processo penal, p. 76).

Importante observar que o Acusado nã o está obrigado a responder as perguntas feitas pelo
magistrado, tendo este o direito de permanecer em silêncio. Conclui-se, pois, estar a
confissã o espontâ nea compreendida como ato íntimo do penalmente processado,
refletindo assim característica do seu comportamento, e, por conseguinte, atributo pró prio
de sua personalidade, devendo ser devidamente valorada.
Nã o obstante o cará ter íntimo, indiscutivelmente presente no ato da confissã o, observando
que nossa lex pá tria nã o se preocupa com supramencionada situaçã o, restringindo sua
aplicaçã o ao cará ter prá tico-objetivo. É o que se depreende do art. 65, III, alínea d, do
Có digo Penal, o qual preceitua que a confissã o espontâ nea sempre atenuará a pena,
possuindo cará ter meramente objetivo, posto que a lei, nã o limitou sua aplicaçã o com a
imposiçã o de critérios subjetivos ou fá ticos.
Ao ser interrogado, o réu confessou ter utilizado documentos falsos para abrir conta junta a
CEF. Logo, incide a atenuante da confissã o espontâ nea, prevista no artigo 65, inciso III,
alínea d, do Có digo Penal.
b) Do regime carcerário aberto
O crime previsto tem pena má xima de 5 anos. Logo, levando em circunstâ ncia as
atenuantes apontadas e se tratando de crime sem violência ou grave ameaça, este MM.
Juízo deverá fixar o regime carcerá rio aberto, nos termos do artigo 33, Pará grafo 2º, alínea
c, do Có digo Penal.
Afinal, as circunstâ ncias judiciais e fá ticas atuais sã o favorá veis, tendo em vista que o réu
nã o vem se dedicando a atividade criminal, pelo contrá rio, o réu está empregado,
trabalhando, com residência fixa, e ainda, é responsável pela renda familiar de toda sua
família, sendo sua esposa e outros 6 (seis) filhos.
Nã o há ó bice, portanto, de fixaçã o da pena no mínimo legal, a qual poderá ser cumprida em
regime inicialmente aberto (art. 33, § 2º, alínea c, do CP, permitindo, assim, que o acusado
recorra em liberdade).
c) Da substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos
Além disso, considerando que o crime de estelionato se trata de delito praticado sem
violência ou grave ameaça, cabe, no caso, a substituiçã o da pena privativa de liberdade
em restritiva de direitos, nos termos do artigo 44 do Có digo Penal, in verbis:
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando:
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou
grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº
9.714, de 1998)
II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e
as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.

Em depoimento prestado pela testemunha XXXXXXXX, que conhece o réu a muitos anos,
desde a sua vinda para o município de XXXXXXXX, ficou comprovado que o réu vem
levando sua vida normalmente, nã o se dedicando a atividade criminosa, trabalhando e
sustentando a sua família. Ficou claramente demonstrado no interrogató rio do réu, o seu
arrependimento pelo ato praticado, o réu colaborou com a polícia, colaborou esclarecendo
fatos junto aos autos, assumiu espontaneamente a culpa e nã o se ocultou da justiça. Nã o há
dú vidas do bom comportamento do réu Excelência, sendo assim, a medida mais justa,
seria substituir a pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos.
III. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer-se a Vossa Excelência:
1. A ABSOLVIÇÃO do Réu devido a COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL que o mesmo sofreu
por pelo corréu XXXXXXX, com base no artigo 386, inciso VI, do Có digo de Processo Penal;
2. A ABSOLVIÇÃO do réu com a aplicaçã o do PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, com
fundamento no art. 386, inciso III do Có digo de Processo Penal e, nã o sendo esse o
entendimento de V.Exª, requer;
3. A DESCLASSIFICAÇÃO do crime do artigo 171, § 3º, c.c art. 29, do Có digo Penal para o
Estelionato Privilegiado previsto no artigo 171, § 1º do Có digo Penal pelas circunstâ ncias
expostas no item II.3;
4. Que seja reconhecida a ATENUANTE DA CONFISSÃO pelo fato de o réu ter assumido a
responsabilidade pelo ato cometido, com base no artigo 65, inciso III, alínea d, do Có digo
Penal;
5. Se a coaçã o for considerada resistível, que seja reconhecida a ATENUANTE DA COAÇÃO
MORAL RESISTÍVEL, com base no art. 65, III, c, do Có digo Penal;
6. Em caso de condenaçã o, que o REGIME CARCERÁRIO seja o ABERTO, pelo fato de o réu
preencher os pré-requisitos previstos no artigo 33, § 2º, alínea c, do Có digo Penal, ou;
7. Por preencher os requisitos necessá rios, que o réu tenha a substituição da pena
privativa de liberdade por restritiva de direitos, com base no artigo 44 do Có digo Penal.
Por derradeiro, rende-se a homenagem devida ao Ilustre Magistrado, ao Douto
Representante do Parquet e a todos que, direta ou indiretamente, prestam seus serviços
nesta casa de justiça, objetivando, oferecer a cada um o que é seu, em nome da carta de
alforria desejada para a Ordem e Paz Social.
Nestes termos,
Pede e aguarda deferimento.
Jundiaí, XX de Janeiro de 2021.
(assinatura eletrônica)

Você também pode gostar