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DIREITO
PENAL RESUMO NOV/2017
Este material possui 800 questões que abrangem
800 QUESTÕES GABARITADAS E COMENTADAS
todo o Direito Penal. Contém também
jurisprudências importantes desse ramo do
Direito.

Autor: Uildon Ferreira


1

DIREITO PENAL.............................................................................................................................4
1- Noções Fundamentais..............................................................................................................4
1.1- Conceitos e caracteres......................................................................................................4
1.2- Princípios limitadores do poder punitivo estatal.............................................................10
1.3- A norma penal.................................................................................................................19
1.4- Conflito aparente de normas..............................................................................................23
1.5- Lei penal no tempo.........................................................................................................27
1.6- Lei penal no espaço.........................................................................................................35
2- Teoria Geral do Delito............................................................................................................42
2.1- Conceito de crime...........................................................................................................42
2.2- Sistemas penais...............................................................................................................47
3- Tipicidade...............................................................................................................................50
3.1- Conduta: ação / omissão.................................................................................................50
3.2- Crime praticado por pessoa jurídica................................................................................59
3.3- Tipo Penal Doloso............................................................................................................62
3.4- Tipo Penal Culposo..........................................................................................................68
3.5- Resultado........................................................................................................................75
3.6- Consumação e tentativa..................................................................................................76
3.7- Desistência voluntária e arrependimento eficaz.............................................................79
3.8- Tipicidade conglobante...................................................................................................84
3.9- Erro do tipo essencial......................................................................................................88
4- Antijuricidade.........................................................................................................................93
4.1- Noções Gerais.................................................................................................................93
4.2- Legítima defesa...............................................................................................................97
4.3- Estado de necessidade....................................................................................................99
4.4- Estrito cumprimento de dever legal e exercício regular de direito...............................101
4.5- Causas supralegais de exclusão da antijuridicidade......................................................103
5- Culpabilidade.......................................................................................................................107
6- Concurso de Pessoas............................................................................................................133
7- Concurso de crimes..............................................................................................................149
8- Classificação dos crimes.......................................................................................................161
9- Sanções penais.....................................................................................................................175
10- Penas privativas de liberdade............................................................................................181
11- Modalidades das Penas Restritivas de Direito....................................................................187
12- Pena de multa....................................................................................................................195
13- Medida de segurança.........................................................................................................201
2

14- Livramento condicional......................................................................................................205


14- Efeitos da condenação.......................................................................................................211
15- Reabilitação criminal..........................................................................................................215
16- Ação penal.........................................................................................................................220
17- Causas de extinção da punibilidade...................................................................................223
18- Crimes contra a vida...........................................................................................................240
19- Lesões corporais.................................................................................................................257
20- Periclitação da vida e da saúde..........................................................................................263
21- Rixa.....................................................................................................................................266
22- Crimes contra a honra........................................................................................................268
23- Crimes contra a liberdade pessoal.....................................................................................273
24- Crimes contra o patrimônio...............................................................................................280
24.1- Furto............................................................................................................................280
24.2- Roubo..........................................................................................................................291
24.3- Extorsão......................................................................................................................301
24.4- Extorsão mediante sequestro.....................................................................................305
24.5- Dano............................................................................................................................307
24.6- Apropriação indébita...................................................................................................311
24.6- Estelionato..................................................................................................................316
24.7- Receptação..................................................................................................................318
24.8- Disposições gerais.......................................................................................................320
25- Crimes contra a propriedade imaterial..............................................................................324
26- Crimes contra a organização do trabalho...........................................................................327
27- Crimes contra o sentimento religioso................................................................................330
28- Crimes contra o respeito aos mortos.................................................................................333
29- Crimes contra a dignidade sexual.......................................................................................336
29.1- Estupro........................................................................................................................336
29.2- Estupro de vulnerável.................................................................................................344
29.3- Favorecimento de prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável.350
29.4- Rufianismo..................................................................................................................351
30- Crimes contra a família......................................................................................................352
31- Crimes contra a incolumidade pública...............................................................................358
32- Crimes contra a paz pública...............................................................................................367
33- Crimes contra a fé pública..................................................................................................374
33.1- Moeda falsa.................................................................................................................374
33.2- Falsidade de títulos e outros papéis públicos..............................................................380
3

33.3- Falsidade de documento público................................................................................387


33.4- Falsidade de documento particular.............................................................................392
33.4- Falsidade ideológica....................................................................................................395
33.5- Uso de documento falso.............................................................................................398
34- Crimes contra a administração pública..............................................................................400
34.1- Peculato......................................................................................................................400
34.2- Concussão...................................................................................................................407
34.3-Corrupção passiva........................................................................................................414
34.4- Prevaricação................................................................................................................417
34.5- Corrupção ativa...........................................................................................................420
34.6- Falso Testemunho ou Falsa Perícia. Corrupção Ativa de Testemunha ou Perito.........422
34.7- Crimes contra as finanças públicas..............................................................................430
35-Legislação Penal Especial....................................................................................................436
35.1- Lei de Contravenções Penais - Decreto-Lei nº 3.688 de 1941.....................................436
35.2- Lei do Abuso de Autoridade – Lei nº 4.898 de 1965....................................................443
35.3- Crimes contra Crianças e Adolescentes – ECA.............................................................450
35.4- Lei de Crimes Hediondos – Lei nº 8.072 de 1990........................................................458
35.5- Lei da Lavagem de Dinheiro - Lei nº 9.613 de 1998.....................................................463
35.6- Lei Maria da Penha - Lei nº 11.340 de 2006................................................................469
35.7- Lei de Tóxicos – Lei nº 11.343 de 2006........................................................................480
36- Jurisprudência STF..............................................................................................................494
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DIREITO PENAL

1- Noções Fundamentais
1.1- Conceitos e caracteres

01- Assinale a alternativa que corretamente indica uma das missões do direito
penal.
a) aplicar a pena com o escopo único de retribuir ao criminoso o mal causado, pois a
pena é intrinsecamente justa.
b) aplacar o clamor popular através de instrumentos simbólicos de punição.
c) manter a ordem política através da seletividade nas incriminações.
d) estimar a vingança privada nas hipóteses previstas em lei, como, por exemplo, na
legítima defesa.
e) servir como instrumento de garantias para o criminoso.
Gabarito E

A missão do direito penal é estudada na Teorias Funcionalistas: surgiu na Alemanha a


partir de 1970, como forma de submeter a dogmática penal aos fins específicos do
direito penal, ou seja, quer saber o que é conduta primeiro tem que dizer qual a missão
do direito penal.

Para Rogério Sanches a missão do Direito Penal pode ser:

- Mediata (indireta): Controle Social + Limitar o poder de punir (aqui que entra a
alternativa "e", serve como instrumento de garantias ao criminoso);

- Imediato (direto): aqui, surgi duas teorias:

------- Teoria Teleológica (Funcionalismo Moderado, Roxin): cuja missão do direito


penal seria: proteger bens jurídicos indispensáveis ao homem para uma convivência
social harmônica; Aplicada no Brasil, pela maioria da doutrina.

------- Teoria Sistêmica (Funcionalismo Radical, Jakobs): cuja missão do direito


penal seria: resguardar o sistema (o império da norma). Aqui surge o Direito Penal do
Inimigo.

02- Acerca do crime e da aplicação da lei penal no tempo e no espaço, julgue o item


que se segue.
Sob o prisma formal, crime corresponde à concepção do direito acerca do delito, em
uma visão legislativa do fenômeno; sob o prisma material, o conceito de crime é pré-
jurídico, ou seja, é a concepção da sociedade a respeito do que pode e deve ser proibido.
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CORRETO

O conceito formal de crime é aquilo que a lei considera como criminoso, enquanto o
conceito material de crime advém da concepção que a sociedade tem acerca daquilo que
deve ou não ser considerado como criminoso (Fonte: Estratégia Concursos).
03- A respeito da contagem de prazo no Código Penal, é correto afirmar que
a) o ano penal é composto de apenas trezentos e sessenta dias.
b) o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.
c) os dias, os meses e os anos não são contados pelo calendário comum.
d) o dia do fim não se inclui no cômputo do prazo.
e) os sábados e domingos são desprezados no cômputo do prazo.
Gabarito D
“Sendo este prazo de ordem decadencial, não se interrompe, não se suspende nem se
prorroga, contando-se na forma do art. 10 do CP, incluindo-se o primeiro dia e
excluindo-se o do vencimento. Encerrando-se em finais de semana ou feriados, não se
dilata para o primeiro dia útil subsequente” (TÁVORA e ANTONNI, p. 154)

04- A respeito do direito penal, julgue os itens que se seguem.

De acordo com o Código Penal, considera-se praticado o crime no momento em que


ocorreu seu resultado.

ERRADO
Art. 4 do CP: Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda
que outro seja o momento do resultado (teoria da atividade).

05- A corrente/teoria penal que se funda na ideia de que as normas jurídicas


devem ser protegidas por si mesmas, pouco importando o bem jurídico por trás
delas, é
a) a teoria do garantismo penal, de Luigi Ferrajoli.
b) o funcionalismo teleológico-racional, de Claus Roxin.
c) o funcionalismo sistêmico, de Günther Jakobs.
d) a teoria da tipicidade conglobante, de Eugenio Zaffaroni.
e) a teoria constitucionalista do delito.
Gabarito C

Funcionalismo sistêmico (ou radical), defendido por Gunther Jakobs, a função do


Direito Penal é de assegurar o império da norma, ou seja, resguardar o sistema,
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mostrando que o direito posto existe e não pode ser violado. Quando o Direito Penal é
chamado a atuar, o bem jurídico protegido já foi violado, de modo que sua função
primordial não pode ser a segurança de bens jurídicos, mas sim a garantia da validade
do sistema.

Funcionalismo teleológico (ou moderado), que tem como maior expoente Claus


Roxin, a função do direito penal é assegurar bens jurídicos, assim considerados
aqueles valores indispensáveis à convivencia harmônica em sociedade, valendo-se de
medidas de política criminal.

06- São características das normas penais:


a) imperatividade, generalidade, abstração e pessoalidade.
b) exclusividade, generalidade, abstração e impessoalidade.
c) exclusividade, imperatividade, generalidade, abstração e impessoalidade.
d) exclusividade, imperatividade, generalidade, e pessoalidade.
Gabarito C

Características das Normas Penais.

Exclusividade - A norma penal é exclusiva porque somente ela define infrações e
impõe penas.

Imperatividade - Em relação à imperatividade, a norma penal é autoritária por sujeitar


quem descumprir o seu mandamento. Ela separa e define o lícito do ilícito penal. Quem
incorrer no ilícito penal receberá as consequências jurídico-criminais conhecidas como
penas.

Todos devem obedecer as leis penais. Todas as leis e as normas penais são imperativas.

A prática do fato típico faz surgir a relação jurídica punitiva que significa o
aparecimento do direito concreto de punir do Estado e a obrigação do indivíduo de não
obstar a aplicação da pena. Nos casos de normas penais permissivas como o caso da
legítima defesa, acontece inversão nos polos da relação jurídica entre o sujeito e o
Estado, cabendo a este último reconhecer os efeitos da excludente da antijuridicidade.
[8]

Generalidade - A norma penal tem eficácia erga omnes, ou seja, para todas as pessoas.
[9]

Explica Damásio que mesmo os considerados inimputáveis devem obedecer ao


mandado proibitivo da norma penal incriminadora.

Abstração e Impessoalidade - A norma penal dirige-se a fatos futuros, vez que não
existe crime sem lei anterior que o defina como tal.

A norma penal não é feita para indivíduos determinados.


7

07- Com relação às fontes e aos princípios de direito penal, bem como à aplicação e
interpretação da lei penal no tempo e no espaço, assinale a opção correta.
a) No Código Penal brasileiro, adota-se, com relação ao tempo do crime, a teoria da
ubiquidade.
b) A lei penal brasileira aplica-se ao crime perpetrado no interior de navio de guerra de
pavilhão pátrio, ainda que em mar territorial estrangeiro, dado o princípio da
territorialidade.
c) Segundo a doutrina majoritária, os costumes e os princípios gerais do direito são
fontes formais imediatas do direito penal.
d) Dado o princípio da legalidade estrita, é proibido o uso de analogia em direito penal.
e) Dada a ampla margem de escolha atribuída ao legislador no que se refere à
tipificação dos crimes e cominações de pena, é-lhe permitido tipificar crimes de perigo
abstrato e criminalizar atitudes internas das pessoas, como orientações sexuais.
Gabarito B

Letra A: Errada. basta memorizar o mnemônico LUTA: (L)ugar do crime (U)biquidade


(T)empo do crime (A)tividade;

Letra B: Correta. Embarcações e aeronaves públicas brasileiras ou a serviço do


governo brasileiro é nosso território. Logo, não se pode confundir com caso de
extraterritorialidade, pois, por se tratar de extensão do território, é caso de
territorialidade!

Letra C: Errada. Como fontes formais imediatas, pela doutrina majoritária, há, não
apenas a lei (única fonte incriminadora), mas também diversas outras, como:
constituição, tratados internacionais, jurisprudência etc. Os costumes funcionam como
fontes informais. Ressalte-se que isso é para a doutrina moderna, pois, para a clássica,
costumes são fontes formais mediatas.

Letra D: Errada. O erro da assertiva é ter generalizado. Proíbe-se a analogia IN


MALAM PARTEM. A benéfica é sempre bem-vinda.

Letra E: Errada. Está parcialmente errada. A primeira afirmação está correta, uma vez
que, para o STF, crime de perigo abstrato é constitucional, pois é uma ideia de proteção
mínima dos bens jurídicos. Para alguns, é antecipação da tutela penal, forte ideia do
direito penal do inimigo. A outra parte da assertiva é a viciada, uma vez que punir
atitudes internas fere o princípio da lesividade, o qual só permite a punição de atitudes
externas e que firam bem jurídico alheio. Vale ressaltar que ferir bem jurídico próprio -
autolesão, por exemplo - será crime caso praticado com finalidade de tirar proveito de
seguro, conduta essa que se enquadrará no crime de estelionato (art. 171, §2º, V, do
CP).Avante!

08- Acerca dos princípios e fontes do direito penal, assinale a opção correta.
a) Segundo a jurisprudência do STJ, o princípio da insignificância deve ser aplicado a
casos de furto qualificado em que o prejuízo da vítima tenha sido mínimo.
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b) Conforme entendimento do STJ, o princípio da adequação social justificaria o


arquivamento de inquérito policial instaurado em razão da venda de CDs e DVDs.
c) Depreende-se do princípio da lesividade que a autolesão, via de regra, não é punível.
d) Depreende-se da aplicação do princípio da insignificância a determinado caso que a
conduta em questão é formal e materialmente atípica.
e) As medidas provisórias podem regular matéria penal nas hipóteses de leis
temporárias ou excepcionais.
Gabarito C

Diante do acalorado debate atinente aos princípios da lesividade e alteridade, trarei o


entendimento dos doutrinadores Marcelo André de Azevedo e Alexandre Salim,
vejamos:

Princípio da ofensividade ou lesividade

Segundo tal princípio, não se pode conceber a existência de qualquer crime sem ofensa
ao bem jurídico (nullum crimen sine iniuria). O princípio da ofensividade do fato
decorre de outro princípio geral do direito, que é o neminem laedere, e constitui a base
de sustentação de um novo sistema penal, irradiando consequências tanto no sentido
político-criminal (legislativo) como no dogmático-interpretativo de aplicação da lei
penal.

(...)

ATENÇÃO!

O bem jurídico atingido deve pertencer a terceira pessoa, ou seja, a prática criminosa
pressupõe conduta que transcenda a esfera individual do agente. Por isso o princípio da
ofensividade deve ser complementado pelo princípio da alteridade (altero: o outro) ou
transcendentalidade, fazendo com que a autolesão e a própria tentativa de suicídio
restem impuníveis.

OBS.: A autolesão, que em regra é fato atípico, configurará crime em duas hipóteses: a)
se cometida com o fim de fraudar seguro caracterizará estelionato (art. 171, § 2º, inc. V,
do CP); b) se praticada pra criar incapacidade física que inabilite o convocado para o
serviço militar, poderá constituir-se em crime militar (art. 184 do CPM).

09- Em relação ao Direito Penal a Sociedade de Risco, marque a alternativa


incorreta.

a) A vida em si é um risco e este, portanto, é inerente à condição humana. Entretanto, a


transposição das ameaças internas e externas torna-se obrigatória para o aprimoramento
das condições em que se estabelece a vida em sociedade. Segundo Ulrich Beck, as duas
faces do risco – oportunidade e perigo – se converteram em tema durante a
industrialização e a partir da navegação mercante internacional. Um tempo marcado
pelas incertezas, inseguranças e grandes obstáculos ao desenvolvimento da civilização.
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b) O risco decorre da colocação em uma situação intelectual que assuma projetivamente


os resultados positivo e negativo. A situação de risco advém da contraposição da
situação positiva de ausência de risco com sua antítese, a realização do risco
considerado. O risco, portanto, é a possibilidade de que algo venha a macular o status
quo ante.

c) O conceito de risco é semelhante ao de catástrofe, já que, pelos processos


informativos atuais, o risco é realidade fática. Por exemplo, através da análise de dados
específicos pode-se vislumbrar o maior risco da ocorrência de um grave problema
ambiental (a 'catástrofe do risco').

d) A atuação da persecução penal do Estado é chamada a solucionar os conflitos


decorrentes dessa sociedade de risco, em nome de uma segurança concreta, veloz e
eficaz. O Direito Penal e o Direito Processual Penal, por vezes, passam a ser vistos
como as soluções mágicas para o sentimento de insegurança da sociedade de risco. A
adoção desse papel nas atividades persecutórias faz com que se crie um ambiente de
valorização excessiva da intervenção estatal, o que pode caracterizar um Estado de
prevenção, absolutamente incompatível com a ideia do modelo liberal e garantista.

Gabarito C

A  Sociedade de Risco: rumo a uma nova modernidade (no original Risikogesellschaft:


Aufdem Weg in eine andere Modern) é um livro escrito pelo sociólogo alemão Ulrich
Beck e publicado pela primeira vez na Alemanha em 1986. Foi traduzido para o inglês
em 1992 e para o espanhol em 1998 e possui atualmente tradução em português, pela
editora 34.

Este livro faz parte de um movimento teórico dos anos 80 que identificou naquele
momento indícios de uma profunda transformação na sociedade. A crise ambiental
(marcada naquele momento pelo desastre de Chernobyl), a queda de Muro de Berlim e a
derrocada do socialismo real, bem como avanços nas tecnologias apontavam na direção
da construção de uma nova forma de organização social. Neste contexto, cientistas
sociais de diversas áreas procuraram construir modelos teóricos que dessem conta
destes acontecimentos.

Em A Sociedade de Risco Beck defende que houve uma ruptura dentro da modernidade
que a afastou da sociedade industrial clássica e fez surgir algo diferente: a sociedade
(industrial) do risco. Esta ruptura seria tão profunda quanto aquela exercida pela
sociedade industrial sobre a organização feudal. A sociedade industrial criticou as
práticas sociais típicas da tradição, e a sociedade de risco, por sua vez, questiona as
premissas da sociedade industrial. Estes dois momentos são chamados por Beck,
respectivamente de modernização da tradição (ou modernização simples) e
modernização da sociedade industrial (ou modernização reflexiva). Nesta fase de
desenvolvimento da sociedade moderna os riscos sociais, políticos, econômicos e
industriais tomam proporções cada vez maiores escapando da alçada das instituições de
controle e proteção da sociedade industrial. Os problemas da sociedade industrial de
risco foram gerados pelo próprio avanço técnico-econômico. O processo de
modernização volta-se para si mesmo como tema e problema através da reflexividade.
10

Na letra "a" ele diz que a vida é risco, e na "C" que risco é catástrofe, logo a vida seria
uma catástrofe. A ideia do texto é dizer que o risco existe e as pessoas o supervalorizam,
e por isso, exageram na aplicação do Direito Penal. Assim, dizer que vida é catástrofe
desborda da intenção do texto, deste modo a letra "C" é a incorreta. Pura questão de
interpretação do texto.
10- A respeito da contagem de prazo no Código Penal, é correto afirmar que
a) o ano penal é composto de apenas trezentos e sessenta dias.
b) o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.
c) os dias, os meses e os anos não são contados pelo calendário comum.
d) o dia do fim não se inclui no cômputo do prazo.
e) os sábados e domingos são desprezados no cômputo do prazo.
Gabarito B
A letra D não está correta, pois falar que "exclui o último dia" é um macete para
identificar o prazo penal.
Na realidade, ao se incluir o primeiro dia, o ultimo dia cai "um dia antes". Por exemplo,
se o prazo penal de 1 ano se inicia em 04-03-2014 (considerado o primeiro dia),
terminará em 03-03-2015. Se fosse excluído realmente o último dia, excluíra-se o dia
03-03-2015.

Contagem de prazo

Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses


e os anos pelo calendário comum. 

Frações não computáveis da pena

Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as


frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro.

1.2- Princípios limitadores do poder punitivo estatal

11- A respeito do princípio da legalidade, da relação de causalidade, dos crimes


consumados e tentados e da imputabilidade penal, julgue os itens seguintes.

É legítima a criação de tipos penais por meio de decreto.

Gabarito ERRADO

Não se pode criar infração penal por meio de:

-Lei estadual,municipal ou do Distrito Federal

-Lei delegada (feita pelo presidente)


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-Atos administrativos (decretos,portaria,resoluçao)

-Medida provisória

Somente se cria lei penal com Lei ordinária/complementar

12- Julgue os itens seguintes, conforme o entendimento dominante dos tribunais superiores
acerca da Lei Maria da Penha, dos princípios do processo penal, do inquérito, da ação penal,
das nulidades e da prisão.

Conforme o STF, para que incida o princípio da insignificância e, consequentemente, seja


afastada a recriminação penal, é indispensável que a conduta do agente seja marcada por
ofensividade mínima ao bem jurídico tutelado, reduzido grau de reprovabilidade,
inexpressividade da lesão, e nenhuma periculosidade social.

Gabarito CORRETO
(…) 1. Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, para se caracterizar hipótese de
aplicação do denominado “princípio da insignificância” e, assim, afastar a recriminação penal,
é indispensável que a conduta do agente seja marcada por ofensividade mínima ao bem
jurídico tutelado, reduzido grau de reprovabilidade, inexpressividade da lesão e nenhuma
periculosidade social. (…)

É o famoso MIRA

M - Mínima ofensividade do agente

I - Inexpressividade do bem jurídico tutelado

R - Reduzidíssimo grau de reprovabilidade da conduta

A - Ausência de periculosidade

Na questão em tela usaram "nenhuma periculosidade social"

13- Julgue os itens a seguir.

I- A Convenção Americana sobre Direitos Humanos garante de forma relativa o direito


à vida, pois autoriza a utilização da pena de morte em caso de crimes graves, sendo
proibido seu restabelecimento nos países que a tiverem abolido.

II- A condenação de servidor público por quaisquer crimes decorrentes de preconceito


de raça ou de cor implica perda automática do cargo público.

III- Não haverá crime de lavagem de dinheiro caso o agente seja absolvido, por
atipicidade da conduta, do crime antecedente a ele imputado, uma vez que o crime de
branqueamento, embora autônomo, é delito derivado do antecedente.

Assinale a opção correta.

a) apenas o item I está certo.


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b) apenas o item II está certo.

c) apenas os itens I e III estão certos.

d) apenas os itens II e III estão certos.

e) todos os itens estão certos.

Gabarito C

I A Convenção Americana sobre Direitos Humanos garante de forma relativa o direito à


vida, pois autoriza a utilização da pena de morte em caso de crimes graves, sendo
proibido seu restabelecimento nos países que a tiverem abolido. CERTO:  

 2.            Nos países que não houverem abolido a pena de morte, esta só poderá ser
imposta pelos delitos mais graves, em cumprimento de sentença final de tribunal
competente e em conformidade com lei que estabeleça tal pena, promulgada antes de
haver o delito sido cometido.  Tampouco se estenderá sua aplicação a delitos aos quais
não se aplique atualmente.

 3.            Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam abolido.

 II A condenação de servidor público por quaisquer crimes decorrentes de preconceito


de raça ou de cor implica perda automática do cargo público. ERRADA: 

Art. 16. Lei 7.716/89: Lei de Racismo:

Ao definir os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, este diploma previu


como efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor
público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não
superior a três meses. Obs: aqui o efeito não é automático, devendo ser devidamente
declarado na sentença (com a respectiva motivação), nos termos do artigo 18 da
Lei especial.

 III Não haverá crime de lavagem de dinheiro caso o agente seja absolvido, por
atipicidade da conduta, do crime antecedente a ele imputado, uma vez que o crime de
branqueamento, embora autônomo, é delito derivado do antecedente. CERTA: 

Acessoriedade da lavagem de capitais.


Adota-se a teoria da acessoriedade limitada: a infração antecedente deve ser uma
conduta típica e ilícita. Como a conduta foi atipica, não haverá o delito de lavagem de
dinheiro. 
Lei n. 9.613/98 - Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização,
disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes,
direta ou indiretamente, de infração penal. (redação dada pela Lei n. 12.683/12).

14- No direito penal, o princípio da


13

a) fragmentariedade informa que o direito penal é autônomo e cuida das condutas tidas
por ilícitas penalmente, sendo aplicável a lei penal independentemente da solução do
problema por outros ramos do direito.
b) irretroatividade da lei se aplica absolutamente.
c) insignificância, segundo o entendimento do STF, pressupõe apenas três requisitos
para a sua configuração: mínima ofensividade da conduta do agente, nenhuma
periculosidade social e reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento.
d) proporcionalidade fundamenta a declaração de inconstitucionalidade de parte do art.
44 da Lei Antidrogas, que veda a concessão de liberdade provisória em crimes
relacionados às drogas.
Gabarito D

A) A fragmentalidade significa que cabe ao Direito Penal atribuir relevância somente a


pequenos fragmentos de ilicitude. Existem, assim, inúmeros comportamentos cujo
caráter ilícito é conferido pelo ordenamento jurídico, mas somente uma pequena parcela
interessa ao Direito Penal, notadamente a que corresponde aos atos mais graves,
atentatórios dos bens mais relevantes para a vida em comum, ou seja, o direito penal
não intervém quando o conflito puder ser resolvido por outros ramos do direito.

B) Errado, pode ocorrer a retroatividade da lei penal quando esta for benéfica:
CP Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença
condenatória.

Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se
aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em
julgado

C) Errado, na verdade são 4 requisitos do Princípio da Insignificância ou Bagatela


conforme o STF:, são eles: Mínima ofensividade da conduta, Ausência de
periculosidade social da ação, Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e
Inexpressividade da lesão jurídica. M-I-R-A.

D) CERTO: Vedação legal absoluta, imposta em caráter apriorístico, inibitória da


concessão de liberdade provisória nos crimes tipificados no Art. 33, 'Caput' E § 1º, e nos
arts. 34 a 37, todos da lei de drogas. possível inconstitucionalidade da regra legal
vedatória (art. 44). ofensa aos postulados constitucionais da presunção de inocência, do
'due process of law', da dignidade da pessoa humana e da proporcionalidade (STF HC
107840 MC, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, julgado em 30/06/2011, publicado
em PROCESSO ELETRÔNICO DJe-146 DIVULG 29/07/2011 PUBLIC 01/08/2011)

15- Acerca dos princípios básicos do direito penal brasileiro, assinale a opção
correta.
14

a) O princípio da fragmentariedade ou o caráter fragmentário do direito penal quer dizer


que a pessoa cometerá o crime se sua conduta coincidir com qualquer verbo da
descrição desse crime, ou seja, com qualquer fragmento de seu tipo penal.
b) O princípio da anterioridade, no direito penal, informa que ninguém será punido sem
lei anterior que defina a conduta como crime e que a pena também deve ser prevista
previamente, ou seja, a lei nunca poderá retroagir.
c) É possível que uma lei penal mais benigna alcance condutas anteriores à sua
vigência, seja para possibilitar a aplicação de pena menos severa, seja para contemplar
situação em que a conduta tipificada passe a não mais ser crime.
d) O princípio da insignificância no direito penal dispõe que nenhuma vida humana será
considerada insignificante, sendo que todas deverão ser protegidas.
e) O princípio da ultima ratio ou da intervenção mínima do direito penal significa que a
pessoa só cometerá um crime se a pessoa a ser prejudicada por esse crime o permitir.
Gabarito C

Letra A - ERRADA - O princípio da fragmentariedade postula que nem TODOS os


fatos considerados ilícitos pelo Direito devem ser considerados INFRAÇÃO PENAL,
mas somente aqueles que atentem contra bens jurídicos EXTREMAMENTE
RELEVANTES.

------------------------------

Letra B- ERRADA - Decorre do PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, ou seja, é preciso


que haja um norma incriminadora ANTERIOR à conduta tipificada como CRIME.
Sendo assim, NÃO HÁ CRIME SEM LEI (LO/ LC) ANTERIOR que o defina...E a
LEI pode retroagir para beneficar o réu..

---------------------------

LETRA C - CORRETA - A questão versa sobre o PRINCÍPIO DA


IRRETROATIVIDADE ( REGRA), sendo a RETROATIVIDADE uma exceção
que ocorre para BENEFICIAR O RÉU, se for mais benigna. No tocante à
CONDUTA TIPIFICADA PASSE A NÃO SER MAIS CRIME= "ABOLICIO
CRIMINIS".

------------------------------

LETRA D- O princípio da insignificância ( ou BAGATELA) incide quando


ocorrer os seguintes CRITÉRIOS OBJETIVOS ( Segundo STF HC 92961): 

Método mnemônico= " MARI " 

1) Mínima ofensividade da conduta;

2) Ausência de periculosidade social da ação;


15

3) Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;

4) Inexpressividade da lesão jurídica;

------------------------------------------------------

Letra E - A questão versa sobre o PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA


(ultima ratio) em que o CP deve ser a última opção a ser utilizada.

16-   João, aproveitando-se de distração de Marcos, juiz de direito, subtraiu para si


uma sacola de roupas usadas a ele pertencentes. Marcos pretendia doá-las a
instituição de caridade. João foi perseguido e preso em flagrante delito por
policiais que presenciaram o ato. Instaurado e concluído o inquérito policial, o
Ministério Público não ofereceu denúncia nem praticou qualquer ato no prazo
legal.

Considerando a situação hipotética descrita, julgue o item a seguir.

O fato de a vítima ser juiz de direito demonstra maior reprovabilidade da conduta de


João, o que impede o reconhecimento do princípio da insignificância.

Gabarito ERRADO

Não há o que se falar de insignificância sem lembrar da MARI:

M - Mínima ofensividade

A - Ausência de periculosidade

R - Reduzido grau de reprovabilidade

I - Inexpressividade do bem jurídico tutelado.


O princípio da insignificância relaciona-se com o FATO, e não com a vítima.
17- A respeito dos princípios aplicáveis ao direito penal, assinale a opção correta.
a) do princípio da individualização da pena decorre a exigência de que a dosimetria
obedeça ao perfil do sentenciado, não havendo correlação do referido princípio com a
atividade legislativa incriminadora, isto é, com a feitura de normas penais
incriminadoras.
b) conforme o entendimento doutrinário dominante relativamente ao princípio da
intervenção mínima, o direito penal somente deve ser aplicado quando as demais esferas
de controle não se revelarem eficazes para garantir a paz social. Decorrem de tal
princípio a fragmentariedade e o caráter subsidiário do direito penal.
c) ao se referir ao princípio da lesividade ou ofensividade, a doutrina majoritária aponta
que somente haverá infração penal se houver efetiva lesão ao bem jurídico tutelado.
16

d) em decorrência do princípio da confiança, há presunção de legitimidade e legalidade


dos atos dos órgãos oficiais de persecução penal, razão pela qual a coletividade deve
guardar confiança em relação a eles.
e) Dado o princípio da intranscendência da pena, o condenado não pode permanecer
mais tempo preso do que aquele estipulado pela sentença transitada em julgado.
Gabarito B

Gabarito Letra B

A) ERRADA: A individualização da pena ocorre em três etapas: no momento da


criminalização da conduta, no momento da aplicação da pena e no momento da
execução da pena.

B) CORRETA: O princípio da intervenção mínima sustenta que o Direito Penal


somente deve ser utilizado em “último caso”, ou seja, quando for estritamente
necessário para a proteção de bens jurídicos relevantes.
Este princípio decorre do caráter fragmentário e subsidiário do Direito Penal. Assim,
por força deste princípio, num sistema punitivo, como é o Direito Penal, a
criminalização de condutas só deve ocorrer quando se caracterizar como meio
absolutamente necessário à proteção de bens jurídicos relevantes (fragmentariedade), e
desde que isso não seja possível pelos outros ramos do Direito (subsidiariedade).

C) ERRADA: Item errado, pois o princípio da ofensividade exige que a conduta


criminalizada tenha APTIDÃO para ofender o bem jurídico que a norma pretende
tutelar. Não se exige, em todos os casos, a efetiva lesão, pois existem os chamados
crimes de perigo, que são aqueles em relação aos quais basta que o bem jurídico seja
exposto a risco de dano para que o crime se configure (sem que haja violação ao
princípio da ofensividade).

D) ERRADA: Este princípio, nem sempre citado pela Doutrina, prega que todos
possuem o direito de atuar acreditando que as demais pessoas irão agir de acordo com
as normas que disciplinam a vida em sociedade. Assim, quando alguém ultrapassa um
sinal VERDE e acaba colidindo lateralmente com outro veículo que avançou o sinal
VERMELHO, aquele que ultrapassou o sinal verde agiu amparado pelo princípio da
confiança, não tendo culpa, já que dirigia na expectativa de que os demais respeitariam
as regras de sinalização.

E) ERRADA: O princípio da intranscendência da pena veda que a pena seja aplicada a


pessoa diversa daquela que foi efetivamente condenada, ou seja, ninguém poderá ser
punido por crime praticado por outra pessoa, nos termos do art. 5º XLV da CF/88.

18- O princípio da intervenção mínima no Direito Penal encontra reflexo

a) no princípio da fragmentariedade e na teoria da imputação objetiva.


17

b) no princípio da subsidiariedade e na teoria da imputação objetiva.

c) nos princípios da subsidiariedade e da fragmentariedade.

d) no princípio da fragmentariedade e na proposta funcionalista sistêmica.

e) na teoria da imputação objetiva e na proposta funcionalista sistêmica

Gabarito C
Princípio da intervenção mínima
O direito penal, por representar a mais gravosa das respostas do Estado, deve ter
aplicação
subsidiária quanto aos demais ramos jurídicos e fragmentária quanto aos bens jurídicos
tutelados.
É um princípio constitucional implícito.
O direito penal só pode ser aplicado como instrumento de controle estatal quando
necessário.
São desdobramentos desse princípio:
Princípio da Subsidiariedade
A aplicação do direito penal deve ser subsidiária a todos os outros ramos do direito
(ultima
ratio).
Princípio da fragmentariedade
O direito penal deve proteger apenas os bens jurídicos mais importantes para a vida em
sociedade e somente nas ofensas intoleráveis.
É desdobramento do princípio da fragmentariedade o princípio da insignificância.
19- O princípio do direito penal que possui claro sentido de garantia fundamental
da pessoa, impedindo que alguém possa ser punido por fato que, ao tempo do seu
cometimento, não constituía delito é
a) atipicidade.
b) reserva legal.
c) punibilidade.
d) analogia.
e) territorialidade.
Gabarito B

Entendo que o princípio mais adequado seria o da anterioridade, entretanto, pelo fato
da Reserva Legal estar atrelada ao princípio da legalidade, entendo que seria a mais
correta:

Segundo o princípio da reserva legal, a infração penal somente pode ser criada por lei
em sentido estrito, ou seja, lei complementar ou lei ordinária, aprovadas e sancionadas
18

de acordo com o processo legislativo respectivo, previsto na CF/88 e nos regimes


internos a Câmara dos Depurados e Senado Federal.

 Por fim, segue abaixo as acepções do Princípio da Legalidade de quando não há


crime:

1) sem lei (admite-se somente lei em sentido estrito – Reserva legal)

2} anterior (veda-se retroatividade maléfica da lei penal.}

3} escrita (veda-se o costume incriminador)

4} estrita (veda-se a analogia incriminadora)

5) certa (veda-se o tipo penal indeterminado)

6} necessária (intervenção mínima)

20- A proscrição de penas cruéis e infamantes, a proibição de tortura e maus-


tratos nos interrogatórios policiais e a obrigação imposta ao Estado de dotar sua
infraestrutura carcerária de meios e recursos que impeçam a degradação e a
dessocialização dos condenados são desdobramentos do princípio da
a) proporcionalidade.
b) intervenção mínima do Estado.
c) fragmentariedade do Direito Penal.
d) humanidade.
e) adequação social.
Gabarito D
LTERNATIVA A – ERRADA - O Princípio da Proporcionalidade diz que a pena deve
ser proporcional ao delito cometido. Ou seja, se exige que haja ponderação entre a
gravidade do fato e a gravidade da pena.
ALTERNATIVA B – ERRADA - O Princípio da Intervenção Mínima diz que o direito
penal deve intervir minimamente nas relações sociais, isso porque ele atinge a liberdade
do indivíduo devendo ser aplicado apenas em casos mais graves. É o último recurso.
ALTERNATIVA C – ERRADA - O Princípio da Fragmentariedade diz que o Direito
Penal protege apenas os bens mais relevantes. Não protege todos os bens disponíveis,
mas apenas um fragmento deles.
ALTERNATIVA D – CORRETA - O Princípio da Humanidade se preocupou em
estabelecer que as penas impostas aos indivíduos devem respeitar a dignidade desses.
Ele engloba o Princípio da Limitação das Penas, o qual diz que não haverão penas de
morte, salvo em caso de guerra declarada, nem de caráter perpetuo, penas de trabalho
19

forçado, banimento e nem cruéis. Dessa maneira, o enunciado se encaixa perfeitamente


nesse princípio.

ALTERNATIVA E – ERRADA - O Princípio da Adequação social diz que apesar de


uma conduta estar tipificada no Código Penal ela não será considerada típica, ou seja,
culpável, se for socialmente considerada adequada ou estiver de acordo com a ordem
social. Por exemplo, furar a orelha de um bebê. Essa conduta é tipificada no Código
Penal como lesão corporal, mas por ser socialmente aceita não recebe punição. Esse
Princípio serve para que o legislador não reprima condutas socialmente aceitas ou para
que retire do ordenamento jurídico aquelas que já se adaptaram à evolução da
sociedade.

1.3- A norma penal

21- A respeito da analogia, considere:


I. A analogia é uma forma de auto-integração da lei.
II. Pela analogia, aplica-se a um fato não regulado expressamente pela norma jurídica
um dispositivo que disciplina hipótese semelhante.
III. O emprego da analogia para estabelecer sanções criminais é admissível no Direito
Penal.
IV. A analogia não pode ser aplicada contra texto expresso de lei.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II, III e IV.
b) I, II e IV.
c) I e II.
d) III e IV.
e) I e III.
Gabarito B
I – CERTO: A analogia é uma forma de auto-integração da lei, uma forma de aplicação
da norma legal, um método de integração do sistema jurídico, que pressupõe a ausência
de lei que discipline especificamente a situação que enseja a extensão de uma norma
jurídica de um caso previsto a um caso não previsto, com fundamento na semelhança
entre ambos. Como não há norma reguladora para a hipótese, empresta-se uma lei
existente aplicada a um caso, para outro similar.
20

II – CERTO: Como dito no item I, a analogia enseja a extensão de uma norma jurídica
de um caso previsto a um caso não previsto.
III – Errado, a analogia in malam partem não é admitida no direito penal (maléfica),
mas apenas a analogia in bonam partem (benéfica)
IV – CERTO: A analogia, método de integração da lei penal, tem como pressuposto
uma lacuna na lei na qual não há regulação, se houver lei que discipline aquele fato, não
há espaço para analogia.
22- Determinada lei dispõe: “Subtrair objetos de arte. Pena: a ser fixada
livremente pelo juiz de acordo com as circunstâncias do fato".
Para um fato cometido após a sua vigência, é correto afirmar que a referida lei
a) fere o princípio da legalidade.
b) fere o princípio da anterioridade.
c) fere os princípios da legalidade e da anterioridade.
d) não fere os princípios da legalidade e da anterioridade.
e) é uma norma penal em branco.
Gabarito A

Código Penal

Anterioridade da Lei

  Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal

Conforme o artigo acima, extrai-se os 2 princípios trabalhados na questão:


Princípio da Reserva legal: nenhum fato pode ser considerado crime se não existir
uma lei que o enquadre, e nenhuma pena pode ser aplicada, se não houver sanção pré-
existente e correspondente ao fato em lei.
Princípio da Anterioridade: a criação de tipos e a cominação de sanções exige lei
anterior a sua prática, proibindo-se a retroatividade maléfica.

ou seja, na previsão dada pela banca, não houve infringência à anterioridade (pois
ela não retroagiu para incriminar atos passados), mas violou o princípio da reserva
legal, ao estabelecer que o juiz será responsável pela delimitação da pena.
23- Sobre a analogia e a interpretação da lei penal, analise as assertivas e indique a
alternativa correta:
I – A analogia consiste em aplicar-se a uma hipótese já regulada por lei uma disposição
mais benéfica relativa a um caso semelhante.
21

II – Entende-se por analogia o processo de averiguação do sentido da norma jurídica,


valendo-se de elementos fornecidos pela própria lei, através de método de semelhança.
III – Na interpretação analógica, existe uma norma regulando a hipótese expressamente,
mas de forma genérica, o que torna necessário o recurso à via interpretativa.
IV – Não se admite o emprego de analogia para normas incriminadoras, uma vez que
não se pode violar o princípio da reserva legal.
a) apenas as assertivas I e II são verdadeiras.
b) apenas as assertivas I e III são verdadeiras.
c) apenas as assertivas II e III são verdadeiras.
d) apenas as assertivas II e IV são verdadeiras.
e) apenas as assertivas III e IV são verdadeiras.
Gabarito E
I – A analogia consiste em aplicar-se a uma hipótese já regulada por lei uma disposição
mais benéfica relativa a um caso semelhante.
ERRADA. Da forma abordada, exclui a analogia in malam partem. O direito penal não
admite a analogia in malam partem, mas esta ainda é um tipo de analogia.
II – Entende-se por analogia o processo de averiguação do sentido da norma jurídica,
valendo-se de elementos fornecidos pela própria lei, através de método de semelhança.
ERRADA. O processo de averiguar o sentido da norma cabe à interpretação.
III – Na interpretação analógica, existe uma norma regulando a hipótese expressamente,
mas de forma genérica, o que torna necessário o recurso à via interpretativa.
CORRETA. Não confunda interpretação análoga com analogia. A 1ª extrae o sentido
da norma mediante os próprios elementos fornecidos por ela. Já a analogia, é método de
integração da lei penal.
IV – Não se admite o emprego de analogia para normas incriminadoras, uma vez que
não se pode violar o princípio da reserva legal.
CORRETA. Normas incriminadoras apenas a lei.
24- As regras gerais do Código Penal aplicam-se aos fatos incriminados por lei
especial?
a) Sim, sempre.
b) Sim, mas apenas se a lei especial não dispuser de modo diverso.
c) Sim, mas desde que a lei especial seja anterior ao Código Penal.
d) Sim, mas apenas se a lei especial previr expressamente a aplicação subsidiária do
Código Penal.
e) Não, nunca.
22

Gabarito B
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
É a redação do art. 12 do Código Penal: “As regras gerais deste Código aplicam-se aos
fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso”.
Regras gerais são as normas não incriminadoras previstas no Código Penal. Estão
previstas na
Parte Geral, mas também há hipóteses que se encontram na Parte Especial. É o caso do
conceito de funcionário público (art. 327).
Acolheu-se o princípio da convivência das esferas autônomas, segundo o qual as regras
gerais do Código Penal convivem em sintonia com as previstas na legislação especial.
Todavia, caso a lei especial contenha algum preceito geral, também disciplinado pelo
Código Penal, prevalece a orientação da legislação especial, em face do seu específico
campo de atuação.
Exemplo: A Lei 9.605/1998 não prevê regras especiais para a prescrição no tocante aos
crimes ambientais nela previstos. Aplicam-se, consequentemente, as disposições do
Código Penal. Por outro lado, o Código Penal Militar tem regras especiais para a
prescrição nos crimes que tipifica. É aplicado, e não incide o Código Penal.
25- Determinada lei dispõe: “Subtrair objetos de arte. Pena: a ser fixada
livremente pelo juiz de acordo com as circunstâncias do fato".
Para um fato cometido após a sua vigência, é correto afirmar que a referida lei
a) fere o princípio da legalidade.
b) fere o princípio da anterioridade.
c) fere os princípios da legalidade e da anterioridade.
d) não fere os princípios da legalidade e da anterioridade.
e) é uma norma penal em branco.
Gabarito A

Código Penal

Anterioridade da Lei

  Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal

Conforme o artigo acima, extrai-se os 2 princípios trabalhados na questão:


Princípio da Reserva legal: nenhum fato pode ser considerado crime se não existir
uma lei que o enquadre, e nenhuma pena pode ser aplicada, se não houver sanção pré-
existente e correspondente ao fato em lei.
Princípio da Anterioridade: a criação de tipos e a cominação de sanções exige lei
23

anterior a sua prática, proibindo-se a retroatividade maléfica.

ou seja, na previsão dada pela banca, não houve infringência à anterioridade (pois
ela não retroagiu para incriminar atos passados), mas violou o princípio da reserva
legal, ao estabelecer que o juiz será responsável pela delimitação da pena.

1.4- Conflito aparente de normas

26- Com relação às fontes e aos princípios de direito penal, bem como às normas
penais e seu conflito aparente, assinale a opção correta.
a) Contrair casamento conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a
nulidade absoluta constitui crime previsto em norma penal em branco em sentido
estrito.
b) De acordo com a atual jurisprudência do STJ, a aplicação do princípio da consunção
pressupõe a existência de ilícitos penais que funcionem como fase normal de preparação
ou de execução de outro crime com evidente vínculo de dependência ou subordinação
entre eles.
c) Em caso de omissão legal, o uso de analogia não é admitido em direito penal, ainda
que seja para favorecer o réu.
d) Os costumes não são considerados pela doutrina como fonte formal do direto penal.
e) O Código Penal, ao tipificar o crime de abandono intelectual, não viola o princípio da
legalidade ou da reserva legal, uma vez que, para a validade da tipificação penal, é
suficiente que esta esteja prevista em lei em sentido estrito.
Gabarito B

A) norma penal em branco em sentido estrito, própria ou heterogênea: o seu


complemento não emana do legislador, mas sim de fonte normativa.

O item refere-se a norma penal em branco em sentido amplo, imprópria ou homogênea:


o complemento origina da mesma fonte de produção normativa. Esta subdvidi-se em
homovitelina, o complemento emana da mesma instância legislativa; ou heterovitelina,
caso da questão, pois busca o seu complemento na instancia legislativa diversa.

b) correta;

c) o uso de analogia não é admitido em direito penal, salvo para beneficiar o réu("in
bonam partem");

d) As fontes formais mediatas do direito são os costumes, os princípios gerais do


direito a jurisprudência
e a doutrina.

 27- O conflito aparente de normas é o conflito que ocorre quando duas ou mais
normas são aparentemente aplicáveis ao mesmo fato. Há conflito porque mais de
24

uma pretende regular o fato, mas é um conflito aparente, porque, com efeito,
apenas uma delas acaba sendo aplicada à hipótese.

Fernando Capez. Curso de direito penal, v .I: parte geral.16.ª ed. São Paulo: Saraiva,
2012 (com adaptações).

Com base no texto acima e nos princípios utilizados para a solução do conflito aparente
de normas penais, julgue o item seguinte.

Considere que Adolfo, querendo apoderar-se de bens existentes no interior de uma casa
habitada, tenha adentrado o local e subtraído telas de LCD e forno micro-ondas. Nessa
situação, aplicando-se o princípio da consunção, Adolfo não responderá pelo crime de
violação de domicílio, mas somente pelo crime de furto.

Gabarito CORRETO
Princípios que solucionam o conflito aparente de normas penais:

Especialidade (Lex specialis derogat generali): Lei  especial prevalece sobre Lei geral,
afastando dessa forma o Bis in idem, pois a conduta do sujeito só é enquadrada na lei
especial, embora também estivesse tipificada na geral.

Ex: Importar cocaína, enquadra-se no crime de contrabando (Art 334 do CP) e no Crime
de tráfico de drogas (Art 33. Lei 11.343 - drogas), prevalecendo a lei especial (Drogas).

Subsidiariedade (Lex primaria derogat subsidiariae): A norma primária prevalece


sobre a subsidiária, cuja norma descreve um grau menor de violação do mesmo bem
jurídico. Caso a conduta não se enquadre perfeitamente à lei primária, a subsidiária
funcionaria como "soldado de reserva", evitando a atipicidade da conduta criminosa.

Ex: O agente efetua disparos de arma de fogo sem, no entanto, atingir a vítima.
Aparentemente 3 normas seriam aplicáveis:  1) Periclitação da vida ou saúde de outrem
(132. CP); Disparo de arma de fogo (Art 15. Lei 10.826 - desarmamento); tentativa de
homicídio (121. CP). O tipo definidor da tentativa de homicídio é mais grave e mais
amplo, no qual cabem os dois primeiros. Se ficar comprovada a intenção de matar,
aplica-se a norma primária (121. CP), caso não demonstrado o ânimus necandi, aplica-
se o crime de disparo de arma de fogo, que é mais grave do que a periclitação.

Divide-se em 2 espécies: A) Expressa ou explicita: A própria norma reconhece


expressamente seu caráter subsidiário. B) Tácita ou implícita: A norma nada diz, mas,
diante do caso concreto verifica-se sua subsidiariedade. 

Consunção (Lex consumens derogat consuptae): Um fato mais amplo e mais grave
absorve um fato menos amplo e menos grave, que funcionou apenas como fase normal
da preparação, execução ou exaurimento, evitando o Bis in idem. 

Ex: 1 -  Estelionato com uso de documento falso ou adulterado. O crime de estelionato


(171. CP) absorve o uso de documento falso (304. CP), que serve apenas como meio
para a prática do crime. 2 - Homicídio causado por disparo de arma de fogo. O
homicídio, mais grave, absorve o crime de porte ilegal de arma de fogo. 
25

Alternatividade: Ocorre quando a norma descreve várias formas de de realização da


figura típica. 
Ex: Art. 33, caput, da lei nº 11.343/06 - importar, exportar, remeter, preparar, produzir,
fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer , ter em depósito, transportar, trazer
consigo, etc. Ou seja, Para prender um traficante, a polícia não precisa pegá-lo
vendendo, bastando estar em conformidade com alguma das condutas descritas no tipo
penal.

Diferença entre Especialidade e Subsidiariedade: Na especialidade, é como se você


tivesse duas caixas idênticas. Uma delas possui um laço e a outra não. Ambas são
caixas, mas uma é mais especial em relação a outra. Na subsidiariedade também há
duas caixas. Uma delas, no entanto, cabe dentro da outra.

28- Henrique, não aceitando o fim do relacionamento, decide matar Paola, sua ex-
namorada. Para tanto, aguardou na rua a saída da vítima do trabalho e, após,
desferiu-lhe diversas facadas na barriga, sendo estas lesões a causa eficiente de sua
morte. Foi identificado por câmeras de segurança, porém, e denunciado pela
prática de homicídio consumado.

Em relação ao crime de lesão corporal, é correto afirmar que Henrique não foi
denunciado com base no princípio da:

a) especialidade;

b) subsidiariedade expressa;

c) alternatividade;

d) subsidiariedade tácita;

e) consunção.

Gabarito E
29 - Sobre a aplicação da lei penal, é correto afirmar que
a) em relação ao tempo do crime, o Código Penal, no artigo 4° , adotou a teoria da
ubiquidade.
b) para os crimes permanentes, aplica-se a lei nova, ainda que mais severa, pois é
considerado tempo do crime todo o período em que se desenvolver a atividade
criminosa.
c) em relação ao lugar do crime, o Código Penal, no artigo 6° , adotou a teoria da
atividade.
d) a nova lei, que deixa de considerar criminoso determinado fato, cessa, em favor do
agente, todos os efeitos penais e civis.
e) o princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica é absoluto, previsto
constitucionalmente, sobrepondo-se até mesmo à ultratividade das leis excepcionais ou
temporárias.
26

Gabarito B

A) Em relação ao tempo do crime, o Código Penal, no artigo 4° , adotou a teoria da


atividade.

B) CORRETA. SUM. 711 do STF.

C) Em relação ao lugar do crime, o Código Penal, no artigo 6° , adotou a teoria da


ubiquidade.

D) A nova lei, que deixa de considerar criminoso determinado fato, cessa, em favor do
agente, todos os efeitos penais. Os efeitos civis permanecem.

E) O princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica não é absoluto, não se


sobrepõe as leis excepcionais ou temporárias.

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou


cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua
vigência. 

Características da lei excepcional ou temporária:

a) autorrevogabilidade - consideram-se revogadas assim que encerrado o prazo fixado.

b) ultraatividade - alcançam os fatos praticados durante a sua vigência, AINDA QUE


REVOGADAS! 

Trata-se de hipótese excepcional de ultra-atividade maléfica.

30- Após leitura dos enunciados abaixo, assinale a alternativa falsa:


a) O princípio da legalidade tem como fundamento o princípio nullum crimen, nulla
poena sine praevia lege.
b) No tocante ao tempo do crime, o Código Penal Brasileiro adotou a teoria da
atividade, que o considera como o momento da conduta comissiva ou omissiva.
c) No tocante ao lugar do crime, o Código Penal Brasileiro adotou a teoria da atividade,
que o considera como o local onde ocorreu a conduta criminosa.
d) Lei excepcional, por ter ultratividade, pode ser aplicada a fatos praticados durante sua
vigência mesmo após sua revogação.
e) A lei penal, ao entrar em conflito com lei penal anterior, pode apresentar as seguintes
situações: novatio legis incriminadora, abolitio criminis, novatio legis in pejus e novatio
legis in mellius.
Gabarito C
O ENUNCIADO PEDE A ALTERNATIVA FALSA E NAO A CORRETA !

A)CORRETA - Princípio da legalidade : Não há crime, nem pena sem lei anterior que
27

os defina.

B)CORRETA - Art. 4º Tempo do Crime  - Considera-se praticado o crime no


momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. (Tempo
-> Atividade )

C) ERRADA - Quanto ao lugar o Codigo Penal brasileiro adotou a teoria mista ou da


ubiquidade , de acordo com o art. 6º: “Considera-se praticado o crime no lugar em
que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou
deveria produzir-se o resultado.”

D) CORRETA - As leis temporárias e excepcionais , se não bastasse, possuem


ultratividade, pois se aplicam ao fato praticado durante sua vigência, embora decorrido
o período de sua duração (temporária) ou cessadas as circunstâncias que a determinaram
(excepcional). É o que consta do art. 3.º do Código Penal.23  Em outras palavras,
ultratividade significa a aplicação da lei mesmo depois de revogada. ( Cleber
Masson , 2014)

E) CORRETA

1.5- Lei penal no tempo

31- NA DISCUSSÃO SOBRE CONCURSO APARENTE DE NORMAS PENAIS


ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
a) O concurso de normas penais se confunde com a sucessão de leis ou normas penais;
b) A teoria da consunção por uma relação de meio a fim não se compatibiliza com a
agravante do art. 61, II, b, do Cód. Penal.
c) É indispensável para o tipo do art. 89 da Lei de Licitações que o agente se utilize de
documento ideologicamente falso;
d) São requisitos da consunção a unidade de agente e a pluralidade de normas
aparentemente incidentes sobre uma determinada situação de fato, abranja ou não essa
situação pluralidade de condutas.
Gabarito D
32- O que nos parece é que as duas dimensões do bem jurídico-penal ― a
valorativa e a pragmática ― apresentam áreas de intensa interpenetração, o que
origina a tendencial convergência entre elevada dignidade penal e necessidade de
tutela penal, assim como, inversamente, entre reduzida dignidade penal e
desnecessidade de tutela penal.

(CUNHA, Maria da Conceição Ferreira da. Constituição e crime: uma perspectiva da


criminalização e da descriminalização. Porto: Universidade Católica Portuguesa
Editora, 1995, p. 424)
28

Nesse tópico, o tema central do raciocínio da jurista portuguesa radica primacialmente


no campo da ideia constitucional de
a) individualização.
b) dignidade humana.
c) irretroatividade.
d) proporcionalidade.
e) publicidade.
Gabarito D

Trecho que confirma a resposta: "o que origina a tendencial convergência entre elevada
dignidade penal e necessidade de tutela penal, assim como, inversamente, entre
reduzida dignidade penal e desnecessidade de tutela penal."

Assim como = ideia de comparação

Inversamente = ideia de proporcionalidade

Para matar a questão era só se atentar a um ponto bem simples, que entregava logo de
cara a resposta: "necessidade" da tutela penal...

Ora, bem se sabe que o princípio da proporcionaldiade, de origem alemã, possui 3


substratos: adequação, NECESSIDADE, e proporcionalidade em sentido estrito.
Percebendo que a necessidade, na questão, se inseria como um dos substratos da
proporcionalidade, dava para entender melhor a questão.

33- Considerando os princípios constitucionais e legais informadores da lei penal,


assinale a opção correta.
a) Por adotar a teoria da ubiquidade, o CP reputa praticado o crime tanto no momento
da conduta quanto no da produção do resultado.
b) A lei material penal terá vigência imediata quando for editada por meio de medida
provisória, impactando diretamente a condenação do réu se a denúncia já tiver sido
recebida.
c) Considerando os princípios informativos da retroatividade e ultratividade da lei penal,
a lei nova mais benéfica será aplicada mesmo quando a ação penal tiver sido iniciada
antes da sua vigência.
d) A novatio legis in mellius só poderá ser aplicada ao réu condenado antes do trânsito
em julgado da sentença, pois somente o juiz ou tribunal processante poderá reconhecê-
la e aplicá-la.
29

e) Ainda que se trate de crime permanente, a novatio legis in pejus não poderá ser
aplicada se efetivamente agravar a situação do réu.
Gabarito C
34- Com relação às regras da hermenêutica penal, conforme a interpretação do
Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, assinale a opção
correta.
a) A responsabilidade da sociedade empresarial e dos sócios pelo ilícito penal ambiental
é objetiva, bastando, para que sejam devidas as sanções, provar o dano produzido ao
meio ambiente.
b) Para a responsabilização penal da pessoa jurídica nos crimes contra o meio ambiente,
é imprescindível a imputação concomitante da pessoa física que agiu em nome da
empresa ou em seu benefício, porque a culpa e o dolo somente podem ser atribuídos à
pessoa física.
c) O crime de embriaguez ao volante, previsto no Código de Trânsito Brasileiro,
classifica-se como crime de perigo concreto, de modo que, para tipificar a conduta, é
obrigatória a prova de que o motorista estava colocando em risco a incolumidade física
de outras pessoas.
d) Quanto ao crime de abuso de autoridade, configura-se atípica a conduta do juiz que
determina que o preso, ainda que esse não ofereça riscos, seja mantido algemado
durante a audiência de instrução e julgamento, já que lhe cabe prevenir eventual
tentativa de fuga.
e) Embora previsto na Convenção de Palermo, o tipo penal do crime de organização
criminosa só foi definitivamente incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro com a
publicação de legislação penal extravagante, razão por que apenas as condutas
praticadas em momento posterior ao início do vigor da lei podem ser enquadradas nesse
tipo penal.
Gabarito E

a) A responsabilidade da sociedade empresarial e dos sócios pelo ilícito penal ambiental


é objetiva, bastando, para que sejam devidas as sanções, provar o dano produzido ao
meio ambiente. ERRADA: penal ambiental é subjetiva. ( art.13 do CP).

 b) Para a responsabilização penal da pessoa jurídica nos crimes contra o meio
ambiente, é imprescindível a imputação concomitante da pessoa física que agiu em
nome da empresa ou em seu benefício, porque a culpa e o dolo somente podem ser
atribuídos à pessoa física. ERRADA: O STF, recentemente, afirmou que o art. 225,
§ 3.º, da Constituição Federal não exige o processamento simultâneo da pessoa
jurídica e natural, reconhecendo a possibilidade de se processar penalmente uma
pessoa jurídica, mesmo não havendo ação penal em curso contra pessoa física com
relação ao crime. A decisão determinou o processamento de ação penal contra a
Petrobras, por suposta prática de crime ambiental no ano de 2000, no Paraná (RE
548.181).
30

c) O crime de embriaguez ao volante, previsto no Código de Trânsito Brasileiro,


classifica-se como crime de perigo concreto, de modo que, para tipificar a conduta, é
obrigatória a prova de que o motorista estava colocando em risco a incolumidade física
de outras pessoas. ERRADO: CRIME DE PERIGO ABSTRATO.

 d) Quanto ao crime de abuso de autoridade, configura-se atípica a conduta do juiz que
determina que o preso, ainda que esse não ofereça riscos, seja mantido algemado
durante a audiência de instrução e julgamento, já que lhe cabe prevenir eventual
tentativa de fuga. ERRADO: SUMULA VINCULANTE Nº 11.

 e) Embora previsto na Convenção de Palermo, o tipo penal do crime de organização


criminosa só foi definitivamente incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro com a
publicação de legislação penal extravagante, razão por que apenas as condutas
praticadas em momento posterior ao início do vigor da lei podem ser enquadradas nesse
tipo penal. CORRETA: PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL: somente lei em
sentido estrito pode definir crimes e cominar penas, razão pela qual leis
internacionais não podem modificar a ordem jurídica interna.

35- Em relação à aplicação da lei penal, marque a alternativa CORRETA.


a) Não há crime sem lei ou decreto anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.
b) Ninguém pode ser punido por fato que lei ou decreto posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais e civis da sentença
condenatória.
c) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos
anteriores, com exceção se houver sentença condenatória transitada em julgado.
d) A lei excepcional ou temporária, uma vez decorrido o período de sua duração ou
cessadas as circunstâncias que a determinaram não se aplica ao fato praticado durante a
sua vigência.
e) Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja
o momento do resultado.
Gabarito E

a) ERRADO

Não há crime sem lei ou decreto anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.

Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação
legal.

PRICÍPIO DA LEGALIDAE, este princípio desdobra-se em quatro: anterioridade da


lei; reserva legal (lei em sentido formal); proibição de analogia in mala
partem; que tenha conteudo determiado (taxatividade da lei).

b) ERRADO
31

Ninguém pode ser punido por fato que lei ou decreto posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais e civis da sentença
condenatória.

Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória

ABOLITIO CRIMINIS, ou seja, nova lei penal que descriminalizou conduntas, ou,
ainda, a lei supressiva de incriminação

c) ERRADO

A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores,
com exceção se houver sentença condenatória transitada em julgado.

Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se
aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em
julgado.

Como observa o parágrafo único do artigo 2° do Código Penal, não há essa exceção.

d) ERRADO

A lei excepcional ou temporária, uma vez decorrido o período de sua duração ou


cessadas as circunstâncias que a determinaram não se aplica ao fato praticado durante a
sua vigência.

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou


cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua
vigência. 

PRINCÌPIO DA ULTRATIVIDADE, ou seja, os fatos pretéritos, ocorridos durantes a


vigência de tais leis, se protaem no tempo com a mesma capacidade punitiva de quando
eram vigentes.

Ex: Lei da fifa para a copa do mundo.

e) CORRETO

Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o
momento do resultado.

Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que


outro seja o momento do resultado.

TEORIA DA ATIVIDADE 

36- Considerando o disposto no Código Penal brasileiro quanto à aplicação da lei


penal, indique a alternativa incorreta:
32

a) Não há crime sem lei anterior que o defina, tampouco pena sem prévia cominação
legal;
b) Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória;
c) A lei excepcional ou temporária, se decorrido o período de sua duração ou cessadas
as circunstâncias que a determinaram, não retroage ao fato praticado durante sua
vigência;
d) Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja
o momento do resultado;
e) Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo
ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Gabarito C
A) Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal

B) Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória

C) ERRADO: a lei excepcional e temporária gozam de ultratividade, daí o erro dessa


assertiva:
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua
vigência

D) Tempo do crime:
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que
outro seja o momento do resultado

E) Lugar do crime:
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no
todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
37- Sobre a aplicação da lei penal, analise as afirmativas a seguir.
I. Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja
o momento do resultado.
II. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo
ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
III. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os
anos pelo calendário comum.
Estão corretas as afirmativas
a) I, II e III.
33

b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
Gabarito A

De acordo com o Código Penal:

 I) CORRETA. É a teoria da ação.

Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro
seja o momento do resultado.

 II) CORRETA. É a teoria da ubiquidade.

Art. 6º Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou a omissão, no


todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

 III) CORRETA.

Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e
os anos pelo calendário comum.

38- No tocante ao princípio da extra-atividade da lei penal, em se tratando de


crimes continuados ou permanentes, aplica-se a legislação mais grave se a sua
vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
Gabarito CORRETO
Se durante a permanência ou a continuidade delitiva entrar em vigor nova lei, ainda que
mais gravosa, ela se aplica a todo o evento, vale dizer, ao crime permanente e a todos os
delitos cometidos em continuidade delitiva.
É o que preconiza a Súmula n. 711 do STF (“A lei penal mais grave aplica-se ao crime
continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da
continuidade ou da permanência”).
Assim, por exemplo, se uma pessoa recebeu droga em julho de 2006 (quando estava em
vigor a Lei n. 6.368/76) e a guardou em um depósito com o objetivo de comercializá-la
até janeiro de 2007 (quando já estava em vigor a Lei n. 11.343/2006), ficará sujeita às
penas mais severas da nova legislação, uma vez que se trata de crime permanente, cujo
momento consumativo se iniciou com a lei antiga, mas persistiu até a nova lei.
39- Sobre a Aplicação da Lei Penal no tempo e no espaço, analise as assertivas e
assinale a alternativa correta:
I- No que diz respeito à lei penal no tempo e no espaço, pode-se afirmar que a vigência
de norma penal posterior atenderá ao princípio da imediatidade, não incidindo, em
nenhum caso, sobre fatos praticados na forma da lei penal anterior.
34

II - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
III – A exceção ao princípio de que a lei não pode retroagir, salvo para beneficiar o
acusado, restringe-se às normas de caráter penal, não se estendendo às normas
processuais penais.
IV - No Brasil adota-se o Princípio da territorialidade temperada, segundo o qual a lei
penal brasileira aplica-se, em regra, ao crime cometido no território nacional.
Excepcionalmente, porém, a lei estrangeira é aplicável a delitos cometidos total ou
parcialmente em território nacional, quando assim determinarem tratados e convenções
internacionais.
V – O Princípio da Territorialidade adotado no Brasil não se coaduna com o “Princípio
da passagem inocente”, segundo o qual se um fato fosse cometido a bordo de navio ou
avião estrangeiro de propriedade privada, que esteja apenas de passagem pelo território
brasileiro, não seria aplicada a nossa lei, se o crime não afetasse em nada nossos
interesses.
a) Apenas as assertivas I, II e III são verdadeiras.
b) Apenas as assertivas I, II e IV são verdadeiras.
c) Apenas as assertivas II, IV e V são verdadeiras.
d) Apenas as assertivas II, III e IV são verdadeiras.
e) Apenas as alternativas II, III e V são verdadeiras.
Gabarito D

I- No que diz respeito à lei penal no tempo e no espaço, pode-se afirmar que a vigência
de norma penal posterior atenderá ao princípio da imediatidade, não incidindo, em
nenhum caso, sobre fatos praticados na forma da lei penal anterior. (ERRADO -
pois a nova lei penal se for benéfica deverá retroagir)

 II - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado
(CORRETO - Art. 2° do CP - §único - A lei posterior que de qualquer modo favorecer
o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado)

 III – A exceção ao princípio de que a lei não pode retroagir, salvo para beneficiar o
acusado, restringe-se às normas de caráter penal, não se estendendo às normas
processuais penais. (CORRETO - Art. 2° do CPP - A lei processual penal alicar-se-á
desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior)

 IV - No Brasil adota-se o Princípio da territorialidade temperada, segundo o qual a lei


penal brasileira aplica-se, em regra, ao crime cometido no território nacional.
Excepcionalmente, porém, a lei estrangeira é aplicável a delitos cometidos total ou
parcialmente em território nacional, quando assim determinarem tratados e convenções
internacionais.  (CORRETO - Art. 5° do CP - Aplica-se a lei penal brasileira sem
35

prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no


território nacional)

 V – O Princípio da Territorialidade adotado no Brasil não se coaduna com o “Princípio


da passagem inocente”, segundo o qual se um fato fosse cometido a bordo de navio ou
avião estrangeiro de propriedade privada, que esteja apenas de passagem pelo território
brasileiro, não seria aplicada a nossa lei, se o crime não afetasse em nada nossos
interesses. (ERRADO - Art. 5° § 2° - É também aplicável a lei brasileira aos crimes
praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada,
achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil)

40- Rosa Margarida, apaixonada por Carlos Flores, imaginando que se os dois
convivessem por alguns dias, ele poderia se apaixonar, resolveu sequestrá-lo.
Sendo assim, o privou da sua liberdade e o levou para sua casa. Enquanto Carlos
era mantido em cativeiro por Rosa, nova lei entrou em vigor, agravando a pena do
crime de sequestro.
Sobre a possibilidade de aplicação da nova lei, mais severa, ao caso exposto, assinale a
alternativa correta.
a) Não se aplica, tendo em vista a irretroatividade da lei penal mais severa.
b) É aplicável, pois entrou em vigor antes de cessar a permanência.
c) Não se aplica, tendo em vista o princípio da prevalência do interesse do réu.
d) É aplicável, pois se trata de crime material e nesses casos deve ser aplicada a teoria
da ubiquidade.
e) Não de aplica, pois de acordo com a teoria da atividade, a lei a ser aplicada deve ser
aquela em vigor no momento do crime.
Gabarito B
Súmula 711 STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.

1.6- Lei penal no espaço

41- João, brasileiro, é vítima de um furto na cidade de Paris, na França. O autor


do delito foi identificado na ocasião, José, um colega brasileiro que residia no
mesmo edifício que João. A Justiça francesa realizou o processo e ao final José foi
definitivamente condenado a uma pena de 2 anos de prisão. Ambos retornaram ao
país e José o fez antes mesmo de cumprir a sua condenação. Neste caso, conforme o
Código Penal brasileiro,
a) não se aplica a lei penal brasileira, pois José já foi condenado pela justiça francesa.
b) aplica-se a lei penal brasileira por ser o furto um delito submetido à
extraterritorialidade incondicionada.
36

c) aplica-se a lei penal brasileira, desde que haja requisição do Ministro da Justiça.
d) aplica-se a lei penal brasileira, se não estiver extinta a punibilidade segundo a lei
mais favorável.
e) não se aplica a lei penal brasileira por ter sido o crime cometido em outro país.
Gabarito D
A fundamentação da assertiva tem espeque no artigo 7º do Código Penal, nos termos:
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
(...) II - os crimes: 
(...) b) praticados por brasileiro;
(...)

 § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condições: 

  a) entrar o agente no território nacional; 

  b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;

  c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a
extradição; 

  d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 

  e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta
a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 

a) ERRADA - Embora José tenha sido condenado, não cumpriu a pena, portanto aplica-
se a lei brasileira.
b) ERRADA - Não é caso de extraterritorialidade incondicionada, mas sim
condicionada, condicionada aos termos do § 2° do artigo 7° do Código Penal.
c) ERRADA- Não há qualquer necessidade de requisição de Ministro da Justiça, uma
vez que o crime foi cometido por brasileiro contra brasileiro.
d) CORRETA - Conforme fundamentação legal acima transcrita.
e) ERRADO - Ainda que cometido no exterior, sujeito ativo e passivo são nacionais.

42- No que concerne à aplicação da lei penal no espaço, o princípio pelo qual se
aplica a lei do país ao fato que atinge bem jurídico nacional, sem nenhuma
consideração a respeito do local onde o crime foi praticado ou da nacionalidade do
agente, denomina-se princípio
a) da nacionalidade.
b) da territorialidade.
c) de proteção.
d) da competência universal.
37

e) de representação.
Gabarito C

-Principio da territorialidade mitigada: aplica-se a lei brasileira no território


nacional, sem prejuízo de tratados e convençoes internacionais.

-Personalidade ativa: nacionalidade do agente (exemplo: genocídio praticado por


brasileiro ou quem tem domicilio no brasil)

-Personalidade passiva: crimes praticados por estrangeiro contra brasileiro no


estrangeiro.

-Defesa ou Proteção: (gabarito) crimes contra vida ou liberdade do PR, contra


patrimonio ou fé pública e contra a adm. pública por quem está a seu serviço

-Justiça Universal: crimes que por tratado ou convenção o brasil se comprometeu a


reprimir.

-Representação ou Bandeira ou Pavilhão: para aqueles crimes de navio ou aeronave,


dependendo da nacionalidade destes.

43- Rodrigo praticou no exterior crime sujeito à lei brasileira e foi condenado a 1
ano de reclusão no exterior e a 2 anos de reclusão no Brasil. Cumpriu a pena no
exterior e voltou ao Brasil, tendo sido preso em razão do mandado de prisão
expedido pela justiça brasileira. Nesse caso, a pena cumprida no exterior

a) implicará na transformação automática da pena imposta no Brasil em sanção


pecuniária.

b) será considerada circunstância atenuante e a pena fixada no Brasil será objeto de


nova dosimetria.

c) implicou exaurimento da sanção penal cabível e Rodrigo não estará sujeito ao


cumprimento da pena imposta no Brasil.

d) será descontada da pena imposta no Brasil e, assim, Rodrigo terá que cumprir mais 1
ano de reclusão.

e) é irrelevante para a lei brasileira e Rodrigo deverá cumprir integralmente os 2 anos de


reclusão impostos pela justiça brasileira.

Gabarito D
A pena do exterior será atenuada (diminuída) pelo mesmo quantum cumprido no
exterior em razão da aplicação do art. 8:

Pena cumprida no estrangeiro Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena


imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando
38

idênticas
CI – AD Computa --> idênticas Atenua --> Diversas
44- A respeito da aplicação da lei penal, considere:
I. Aplica-se a lei brasileira a crimes praticados a bordo de embarcações brasileiras a
serviço do governo brasileiro que se encontrem ancorados em portos estrangeiros.
II. A sentença estrangeira pode ser executada no Brasil para obrigar o condenado a
reparar o dano independentemente de homologação.
III Consideram-se extensões do território brasileiro as embarcações brasileiras de
propriedade privada em alto mar.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I
b) II
c) I e III
d) I e II
e) II e III.
Gabarito C

I - CERTO: Como se trata de uma embarcação brasileira a serviço do governo


brasileiro, o crime ali cometido será aplicada a lei brasileira em qualquer lugar do
mundo.
Art. 5 § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional
as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no
espaço aéreo correspondente ou em alto-mar

II - Errado pois precede de homologação, são outras consequências que precisarão


de homologação:
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie
as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: 

     I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; 

     II - sujeitá-lo a medida de segurança

III - CERTO: No alto-mar, não há soberania de nenhuma país, logo, para definir a
aplicação da lei penal nessa área, levar-se-á em conta a nacionalidade da embarcação,
que nessa questão é brasileira, logo será aplicada a lei brasileira.
Art. 5 § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional
as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações
39

brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no


espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
45- Sobre o tempo e o lugar do crime, o Código Penal para estabelecer
a) o tempo do crime, adotou, como regra, a teoria da ubiquidade, e, para estabelecer o
lugar do crime, a teoria da ação.
b) o tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria da ação.
c) o tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria do resultado.
d) o tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria da ubiquidade.
e) o tempo do crime, adotou, como regra, a teoria da ação, e, para estabelecer o lugar do
crime, a teoria da ubiquidade.
Gabarito E
Teorias do tempo e do lugar do crime = LUTA

Lugar do crime --> Ubiquidade (ou mista)


Tempo do crime --> Ação
46- A sentença criminal condenatória estrangeira é eficaz no direito brasileiro
a) inclusive para fins de reincidência.
b) somente para sujeitar o agente à medida de segurança.
c) somente para sujeitar o agente à reparação do dano, à restituição e outros efeitos
civis.
d) somente nos casos expressos de extraterritorialidade incondicionada da lei
estrangeira.
e) somente quando se tratar de crime executado no Brasil, cujo resultado se produziu no
estrangeiro.
Gabarito A

Sentença judicial, emanada de Poder Constituído do Estado, é ato representativo de sua


soberania. Para uma eficaz valoração de sua autoridade, contudo, deve ser executada. E
essa execução deveria ser feita sempre no país em que foi proferida.

Contudo, para enfrentar com maior eficiência, no âmbito de seus limites, a prática de
infrações penais, o Estado se vale, excepcionalmente, de atos de soberania de outras
nações, aos quais atribui efeitos certos e determinados. Para atingir essa finalidade,
homologa a sentença penal estrangeira, mediante o procedimento constitucionalmente
previsto, a fim de constituí-la em título executivo com validade em território nacional.

Exige-se, contudo, que a decisão judicial tenha transitado em julgado, pois, de acordo
com a Súmula 420 do Supremo Tribunal Federal: “Não se homologa sentença proferida
no estrangeiro sem prova do trânsito em julgado”.
40

E, nos termos do art. 9.º do Código Penal:

Art. 9.º A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as
mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para:

I – obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;

II – sujeitá-lo a medida de segurança.

Parágrafo único. A homologação depende:

a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;

b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja


autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do
Ministro da Justiça.

Em conformidade com o art. 63 do Código Penal: “Verifica-se a reincidência quando o


agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no
estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior”.

47- Pode caracterizar situação de extraterritorialidade condicionada da lei penal


brasileira sua aplicação aos crimes

a) cometidos em embarcações privadas brasileiras, quando navegando em alto-mar.

b) cometidos em embarcações privadas brasileiras, quando navegando em território


estrangeiro.

c) cometidos contra o patrimônio da Marinha do Brasil, quando navegando em alto-mar.

d) de genocídio, cometidos em quaisquer embarcações, navegando em alto-mar ou em


território estrangeiro, desde que o agente seja brasileiro ou domiciliado no Brasil.

e) cometidos em embarcações públicas brasileiras, quando navegando em território


estrangeiro.

Gabarito B

Alternativas:

a) - território nacional por extensão (ou seja, não é caso de extraterritorialidade). 

b) - princípio da representação (correta).

c) - território nacional por extensão (ou seja, não é caso de extraterritorialidade);

d) - incondicionada (o que exclui a condicionada);

e) - território nacional por extensão (ou seja, não é caso de extraterritorialidade).


41

Não pode ser a letra "e" justamente por não ser hipótese de extraterritorialidade, já que é
considerada extensão do próprio território nacional.

Quanto à alternativa "b", ela está correta. Deve-se atentar ao enunciado da questão, que
diz: "Pode caracterizar situação de extraterritorialidade condicionada". 

A alternativa "b" é a única que "pode" caracterizar extraterritorialidade condicionada,


por isso está correta, de acordo com o enunciado da questão.

48- A respeito do lugar do crime, o Código Penal brasileiro estabelece, em seu art.
6.º: “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado”. Pelo exposto, e a respeito das teorias que buscam estabelecer o lugar do
crime, assinale a alternativa correta.
a) Pela teoria do resultado ou do evento, o lugar do crime é aquele em que o crime se
consumou, pouco importando o local da prática da conduta.
b) Pela teoria da ubiquidade, o lugar do crime será, tão somente, aquele em que foi
praticada a conduta comissiva ou omissiva.
c) Segundo a doutrina nacional, o Código Penal adotou, em seu artigo 6.º, a chamada
teoria do resultado.
d) Pela teoria da atividade ou do resultado, o lugar do crime é aquele em que foi
praticada a conduta comissiva ou omissiva.
e) Pela teoria do resultado, o lugar do crime é aquele em que se produziu ou se deveria
produzir o resultado, bem como o local em que fora perpetrada a conduta comissiva ou
omissiva do agente.
Gabarito A

A aplicação do princípio da territorialidade da lei penal no espaço depende da


identificação do lugar do crime.

 Várias são as teorias que buscam estabelecer o lugar do crime. Destacam-se três:

1ª Teoria da atividade, ou da ação: Lugar do crime é aquele em que foi praticada a


conduta (ação ou omissão); 

2ª Teoria do resultado, ou do evento: Lugar do crime é aquele em que se produziu ou


deveria produzir-se o resultado, pouco importando o local da prática da conduta; e

3ª Teoria mista ou da ubiquidade: Lugar do crime é tanto aquele em que foi praticada
a conduta (ação ou omissão) quanto aquele em que se produziu ou deveria produzir-se o
resultado. No art. 6º, o CP adotou a teoria mista ou da ubiquidade.

49- Assinale a alternativa correta:


a) Aplica-se a lei brasileira, ainda que em prejuízo de convenções, tratados e regras de
direito internacional, ao delito cometido em território nacional.
42

b) É aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou


embarcações estrangeiras de domínio público, achando-se aquelas em pouso no
território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar
territorial do Brasil.
c) Aplica-se a lei brasileira aos crimes praticados em território estrangeiro em
detrimento da administração pública, por quem está a seu serviço.
d) Aplica-se a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, na hipótese de crimes
que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir, independentemente de
quaisquer condições.

2- Teoria Geral do Delito


2.1- Conceito de crime

50- Claudio, famoso empresário do ramo publicitário, mediante fraude consistente


em oferecer casa, carro e salário de R$10.000,00, recruta Marta, trabalhadora,
com o fim de levá-la para território estrangeiro para lá exercer suas atividades.
Marta, então, aceita a oferta, mas no momento em que embarcaria para o exterior,
é abordada pela Polícia, que informa que, na realidade, aquelas ofertas de Claudio
eram falsas e que sua intenção era apenas levá-la para trabalhar em outro país em
condições diversas daquelas oferecidas. Em razão disso, Claudio é denunciado pelo
crime de aliciamento para o fim de emigração. A família de Claudio, então,
procura seu advogado para esclarecimentos sobre a denúncia apresentada,
informando, ainda, que Claudio confessava o fato, mas esclarecera que era a
primeira vez que adotara aquele comportamento e que não tinha a intenção de
fazer isso com nenhum outro trabalhador. Considerando a situação narrada, o
advogado deverá esclarecer que a conduta do denunciado:
a) não configura crime contra a organização do trabalho previsto no Código Penal;
b) configura o crime imputado, na modalidade consumada, diante de sua natureza de
crime formal;
c) configura o crime de aliciamento de trabalhadores de um local para o outro do
território nacional, já que Marta não foi para o exterior;
d) configura o crime imputado, na modalidade tentada, devido à natureza de crime
material;
e) não configura o crime imputado, mas sim de frustração de lei sobre a nacionalização
do trabalho, consumado.
Gabarito A
Fato atípico
O Prof. Damásio (Direito, v. 3, 2008, p. 58) diz que, para se consumar o crime de
aliciamento para fim de emigração, do art. 206, CP, é necessário que sejam aliciados
pelo menos 2 trabalhadores.
43

51- No exercício de suas atribuições, um funcionário público prestava atendimento


a um cidadão quando necessitou buscar, no interior da repartição, um documento
para concluir um procedimento. Por descuido do funcionário, um laptop da
instituição, que estava sendo utilizado por ele, ficou desvigiado, às vistas do
cidadão que recebia o atendimento. Quando o funcionário retornou, não encontrou
o cidadão e observou que o laptop havia sumido. Posteriormente, as investigações
policiais concluíram que aquele cidadão havia furtado o laptop, que não foi
recuperado.
Nesse caso, o funcionário público
a) não praticou crime, uma vez que não anuiu à conduta delituosa.
b) foi partícipe do crime de furto praticado e, por isso, será condenado às penas
cominadas para esse crime, na medida de sua culpabilidade.
c) praticou peculato culposo, podendo a punibilidade ser extinta caso ele repare o dano
ao órgão até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
d) cometeu crime de peculato-furto, pois concorreu para a realização do furto, podendo
ser reconhecida a atipicidade do fato pelo princípio da insignificância.
e) responderá por peculato impróprio desde que o cidadão seja condenado por furto.
Gabarito C

Não amigos, não é ''gabarito irreal''. É isso mesmo, o tipo penal esta expressamente
previsto na LEI. 

Não devemos na hora de responder um questão deixar-nos levar pelo


socialmente/publicamente correto. Devemos nos atender ao que está na LEI, e o que
esta nela é que, se o funcionário público, CULPOSAMENTE, da ensejo para que
outrem furte bem pertencente ao patrimonio da adm.pública, aquele responderá de
acordo com o tipo de PECULATO CULPOSO. 

O que não parece certo, muitas vezes, é legal e valido, pois esta previsto em LEI.
Código Penal - Peculato culposo - § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para
o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano.

§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença


irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena
imposta.

até o transito em julgado = sentença irrecorrível

52- A pedido de Ronaldo, um amigo portador de doença congênita cardiovascular,


a médica Joana emitiu atestado médico afirmando que ele estava apto a praticar,
sem prejuízos para sua saúde, esportes como a corrida. Ronaldo, então, utilizou o
atestado como instrumento de prova para um concurso público para a polícia civil.
Uma semana depois de assumir o cargo, Ronaldo passou mal, e o atestado foi
colocado à prova, tendo passado a ser objeto de investigação criminal. O perito
44

escalado para contestar ou reafirmar o atestado concedido pela médica protegeu a


colega de profissão e atestou que o problema cardíaco de Ronaldo, embora
congênito, pode ser de difícil diagnóstico, o que justificaria suposta falha de Joana.
Ronaldo, entretanto, em sede de inquérito, confessou que havia pedido o atestado à
médica. O perito voltou atrás e retratou-se, tendo afirmado que seria impossível a
médica não ter verificado a doença.
A respeito das condutas de Ronaldo, de Joana e do perito, assinale a opção correta.
a) Ronaldo não cometeu crime, configurando arrependimento eficaz o fato de ele ter
confessado em sede de inquérito.
b) A conduta de Joana configura crime contra a administração pública.
c) O perito não cometeu crime, cabendo-lhe apenas punição administrativa.
d) Joana cometeu crime de certidão ou atestado ideologicamente falso.
e) A conduta de Joana configura crime de falsidade de atestado médico.
Gabarito E

a) ERRADO -  Ronaldo, então, utilizou o atestado como instrumento de prova para um


concurso público para a polícia civil. (Responde pelo delito de uso de documento
falso - art. 304 do CP). A confissão em sede de inquérito pode caracterizar, no
máximo, circunstância atenuante (Art. 65, III, "d", CP).

b) ERRADO - trata-se de crime contra a FÉ PÚBLICA (Falsidade de atestado médico


- art. 302 do CP).

c) ERRADO - cometeu o crime de Falso testemunho ou falsa perícia (art. 342 do


CP), mas este não será punível (não deixa de ser crime), uma vez que declarou a
verdade antes da sentença do processo em que ocorreu o ilícito (art. 342, §2º do CP).

d) ERRADO - cometeu o crime de Falsidade de atestado médico - art. 302 do CP

e) CERTO - cometeu o crime de Falsidade de atestado médico - art. 302 do CP

53- Sobre o iter criminis, é correto afirmar:


a) A aferição do início do ato de execução do crime independe do elemento subjetivo do
tipo.
b) O Código Penal brasileiro adota a teoria subjetiva pura na aferição do início do ato de
execução.
c) A Lei Antiterrorismo (Lei n° 13.260/2016) prevê a punição de atos preparatórios de
terrorismo quando realizado com o propósito inequívoco de consumar o delito.
d) A punição da tentativa de crime culposo depende de expressa previsão legal.
e) Em verdadeira regressão garantista, o Superior Tribunal de Justiça firmou
entendimento de que a posse mansa e pacífica é necessária à consumação do roubo.
45

Gabarito C

a) A aferição do início do ato de execução do crime independe do elemento subjetivo do


tipo. (ERRADA: pois são necessários 4 elementos para que se configure tentativa:
Início da execução; Não consumação; DOLO de consumação e; Resultado Possível.
Sem esses 4 elementos não há tentativa).

b) O Código Penal brasileiro adota a teoria subjetiva pura na aferição do início do ato de
execução. ERRADA: O CP brasileiro adota a TEORIA OBJETIVO FORMAL, e
excepcionalmente a INDIVIDUAL (objetivo-subjetiva)

c) A Lei Antiterrorismo (Lei n° 13.260/2016) prevê a punição de atos preparatórios de


terrorismo quando realizado com o propósito inequívoco de consumar o delito.
(CORRETA: via de regra os atos preparatórios, no Brasil, não são punidos, mas
essa é uma exceção, assim como associação criminosa, aquisição de explosivos
p/furto ou roubo...)

d) A punição da tentativa de crime culposo depende de expressa previsão legal. 


(ERRADA: NÃO PUNÍVEL A TENTATIVA EM CRIME CULPOSO, pois FALTA
um dos elementos essências, o DOLO DE CONSUMAÇÃO)

e) Em verdadeira regressão garantista, o Superior Tribunal de Justiça firmou


entendimento de que a posse mansa e pacífica é necessária à consumação do roubo.
(ERRADA: o STJ entende que não é necessária a posse mansa e pacífica, ou seja,
justamente o contrário)

54- Majoritariamente entende-se que, de acordo com o conceito analítico, crime é


um:
a) Fato típico e antijurídico.
b) Fato antijurídico e culpável.
c) Fato típico, antijurídico e culpável.
d) Fato típico, antijurídico, culpável e punível.
Gabarito C
Há no Brasil uma grande polêmica entre os penalistas sobre o conceito analítico de
crime. Existem, basicamente, duas correntes preferidas. Uma que adota um conceito
tripartido (teoria tripartida) MAJORITARIA e a outra que adota o conceito bipartido
(teoria bipartida) MINORITARIA.

Para a teoria bipartida o crime é um fato típico e antijurídico (ilícito), sendo a


culpabilidade apenas um pressuposto de aplicação da pena. Já para a tripartida, o
crime é um fato típico, antijurídico (ilícito) e culpável.
55- De acordo com o Código Penal, assinale a alternativa correta:
a) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, ainda que
elementares do crime.
46

b) Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, no todo ou em


parte, bem como quando se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
c) A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou
circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção
da punibilidade de um deles impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante
da conexão.
d) Tratando-se de Medida de Segurança, a fixação do período de internação ou
tratamento ambulatorial não comportará tempo determinado, perdurando enquanto não
for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo,
contudo, deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos.
Gabarito D

Código Penal

a) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, ainda que


elementares do crime. ERRADO. 

Circunstâncias incomunicáveis

 Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo


quando elementares do crime.

b) Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, no todo ou em


parte, bem como quando se produziu ou deveria produzir-se o resultado. ERRADO.

Tempo do crime = teoria da ATIVIDADE

Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que


outro seja o momento do resultado

 Lugar do crime = teoria da UBIQUIDADE

 Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão,


no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado

c) A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou


circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção
da punibilidade de um deles impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante
da conexão. ERRADO. 

Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo


ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a
extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da
pena resultante da conexão. 

d) Tratando-se de Medida de Segurança, a fixação do período de internação ou


tratamento ambulatorial não comportará tempo determinado, perdurando enquanto não
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for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo,


contudo, deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos. CORRETO

Art. 97, § 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo


indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a
cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos.

2.2- Sistemas penais

55- Sobre a evolução das Escolas Penais,


a) a base ontológica do funcionalismo permitiu a construção da teoria da imputação
objetiva.
b) a estrutura do delito no causal-naturalismo tem por característica a presença de
elementos subjetivos no tipo.
c) a transformação realizada pelo finalismo na teoria do delito consiste, principalmente,
na relevância atribuída à vontade e aos aspectos subjetivos da culpabilidade.
d) a necessidade de associação das categorias do delito a um fundamento material de
ofensa ao bem jurídico é uma das bases do funcionalismo de Claus Roxin.
e) o funcionalismo teleológico de Günther Jakobs impossibilitou a construção de
mecanismos de imputação baseados no direito penal do autor.
Gabarito D

A) a base ontológica do funcionalismo permitiu a construção da teoria da


imputação objetiva.

O erro da assertiva está em afirmar que a base do funcionalismo é ontológica, quando na


verdade, o funcionalismo buscou primordialmente basear-se nos fins teleológicos do
Direito Penal e do próprio Direito como um todo, qual seja, o de garantir a
funcionalidade e a eficácia do sistema social e de seus subsistemas. O mestre Claus
Roxin, foi o maior expoente do chamado funcionalismo teleológico-racional.

Já a chamada teoria Finalista, anterior ao funcionalismo, melhor denominada de


ontologismo e que teve como principal expoente o teórico alemão Hans Welzel, na
década de 30, aduzia que a vontade não pode ser separada de seu conteúdo, ou seja, da
sua finalidade, na medida em que toda conduta humana deve ser voluntária e toda
vontade direcionada à consecução de um fim. Sua principal contribuição foi alocar os
elementos subjetivos do tipo penal no fato típico, inerentes á conduta do agente e não no
instituto da culpabilidade como preconizava a teoria clássica ou causal da ação.

 B) a estrutura do delito no causal-naturalismo tem por característica a presença


de elementos subjetivos no tipo. A estrutura do delito na teoria clássica ou causal da
ação define o tipo penal a partir dos seus elementos objetivos (conduta, resultado e nexo
causal). Assim os elementos subjetivos do tipo penal (dolo + elementos subjetivos
especiais) seriam analisados na culpabilidade. Se ausentes o agente estaria isento de
pena, apesar de ter cometido crime.
48

 C) a transformação realizada pelo finalismo na teoria do delito consiste,


principalmente, na relevância atribuída à vontade e aos aspectos subjetivos da
culpabilidade.

A principal transformação do finalismo na teoria do delito foi transportar os elementos


subjetivos do tipo penal que se assentavam na culpabilidade para serem aferidos no fato
típico. Desta forma, estariam presentes ou não na conduta do agente; se ausentes, o fato
seria atípico ainda que realizados os elementos objetivos (conduta + resultado + nexo
causal).

 D) a necessidade de associação das categorias do delito a um fundamento material


de ofensa ao bem jurídico é uma das bases do funcionalismo de Claus Roxin.

Correto. Segundo a teoria de Roxin, que estabelecia a finalidade precípua do Direito


penal como sendo a de proteção aos bens jurídicos essenciais, reconstruiu a teoria do
delito baseado em critérios de política criminal, criando a Teoria da Imputação Objetiva
a qual melhor seria denominada de Teoria da NAO imputação objetiva, haja vista que
segundo tal teoria, além de estar presentes os elementos objetivos do tipo penal
( conduta, resultado, nexo causal) + elementos subjetivos ( dolo, elementos subjetivos
especiais) para compor o tipo penal seria necessário analisar se houve a realização ou
aumento de um risco não permitido + resultado concreto de lesão ao bem jurídico.

56- A corrente/teoria penal que se funda na ideia de que as normas jurídicas


devem ser protegidas por si mesmas, pouco importando o bem jurídico por trás
delas, é

a) a teoria do garantismo penal, de Luigi Ferrajoli.

b) o funcionalismo teleológico-racional, de Claus Roxin.

c) o funcionalismo sistêmico, de Günther Jakobs.

d) a teoria da tipicidade conglobante, de Eugenio Zaffaroni.

e) a teoria constitucionalista do delito.

Gabarito C

Funcionalismo sistêmico (ou radical), defendido por Gunther Jakobs, a função do


Direito Penal é de assegurar o império da norma, ou seja, resguardar o sistema,
mostrando que o direito posto existe e não pode ser violado. Quando o Direito Penal é
chamado a atuar, o bem jurídico protegido já foi violado, de modo que sua função
primordial não pode ser a segurança de bens jurídicos, mas sim a garantia da validade
do sistema.

Funcionalismo teleológico (ou moderado), que tem como maior expoente Claus


Roxin, a função do direito penal é assegurar bens jurídicos, assim considerados
aqueles valores indispensáveis à convivencia harmônica em sociedade, valendo-se de
medidas de política criminal.
49

Mnemônico que talvez possa ajudar.


 j-A-kobs     ->     r-A-dical
 r-O-xin       ->     m-O-derado

57- Assinale a alternativa que indica a teoria do Direito Penal que está
intimamente ligada à seguinte ideia: “a estruturação do Direito Penal não deve se
basear em uma realidade ontológica, devendo ser mitigada a função do bem
jurídico como pressuposto e critério norteador para a intervenção penal".
a) Constitucionalista.
b) Clássica.
c) Finalista.
d) Funcionalista.
e) Garantista.
Gabarito D

O funcionalismo é um movimento da atualidade, uma corrente doutrinária que visa


analisar a real função do direito penal.

Dois segmentos importantes: o funcionalismo teleológico e sistêmico.

Funcionalismo Teleológico:  que tem como maior expoente CLAUS RoXIN, a função


do Direito Penal é assegurar bens jurídicos, assim considerados aqueles valores
indispensáveis à convivência harmônica em sociedade, valendo-se de medidas de
política criminal.

Funcionalismo Sistêmico: defendido por GÜNTHER JAKOBS, a função do Direito


Penal é a de assegurar o império da norma, ou seja, resguardar o sistema, mostrando que
o direito posto existe e não pode ser violado. Quando o Direito Penal é chamado a atuar,
o bem jurídico protegido já foi violado, de modo que sua função primordial não pode
ser a segurança de bens jurídicos, mas sim a garantia de validade do sistema

58- A teoria finalista da ação, adotada pelo Código Penal em sua Parte Geral,
concebe o crime como um fato típico e antijurídico. A culpabilidade diz respeito à
reprovabilidade da conduta. O dolo, que integrava o juízo de culpabilidade, para
esta teoria é elemento estruturante do fato típico. Essa adoção pretende corrigir
contradições na teoria.

a) da equivalência dos antecedentes causais.

b) da responsabilidade objetiva.

c) da causalidade normativa.

d) do domínio do fato.

e) da imputabilidade.
50

Gabarito C
Na teoria Causal que antecede "em tese" a teoria Finalista da ação, o dolo era normativo
e estava presente na Culpabilidade. A teoria Finalista concebe o dolo como "natural" ,
como sendo consciência e vontade. Portanto, o dolo deixa de ser normativo para ser
natural, corrigindo essa "falha" da teoria causal, que era causal normativa para o dolo!
59- No que se refere à teoria geral do crime, julgue o próximo item.
Segundo a teoria causal, o dolo causalista é conhecido como dolo normativo, pelo fato
de existir, nesse dolo, juntamente com os elementos volitivos e cognitivos, considerados
psicológicos, elemento de natureza normativa (real ou potencial consciência sobre a
ilicitude do fato).
Gabarito CORRETO

De acordo com a doutrina, 

“Segundo a teoria causal, o dolo causalista é conhecido como dolo normativo


(colorido), pelo fato de existir no dolo, juntamente com os elementos volitivos e
cognitivos, considerados psicológicos, um elemento de natureza normativa (real ou
potencial consciência sobre a ilicitude do fato)

3- Tipicidade
3.1- Conduta: ação / omissão

60- O sonambulismo exclui o seguinte elemento do crime:


a) Fato típico.
b) Punibilidade.
c) Culpabilidade.
d) Antijuridicidade.
Gabarito A

São hipóteses de exclusão da tipicidade – TORNAM O FATO ATÍPICO!!! 

a) Caso fortuito e força maior – excluem a conduta.

b) Hipnose – exclui a conduta.

c) Sonambulismo – exclui a conduta.

d) Movimento reflexo – exclui a conduta.

e) Coação física irresistível – aquela que exclui o controle dos movimentos do corpo –
um empurrão por exemplo. – Exclui a conduta. 
51

f) Erro de tipo inevitável, invencível, escusável – exclui tanto o dolo, quanto a culpa –
torna o fato atípico. Já o erro de tipo evitável, vencível ou inescusável somente exclui a
tipicidade dolosa, mantém, se previsto em lei, o crime culposo.

g) Arrependimento eficaz e desistência voluntária – são excludentes de tipicidade


mediata da tentativa, permite que o agente seja punido pelo que ele causou. Por
exemplo: tinha o dolo de matar, iniciou os atos executórios, desistiu e com isso não
houve a morte. Não responde por tentativa de homicídio, mas por qualquer resultado
que a vitima tenha sofrido, como uma possível lesão corporal.

h) Crime impossível – exclui a tentativa quando por ineficácia absoluta do meio ou


absoluta impropriedade do objeto o crime jamais se consumaria. Não há qualquer
punição.

i) Princípio da insignificância – embora o fato esteja formalmente previsto em lei, não


será típico materialmente, pois não houve lesão grave para o bem jurídico tutelado. O
fato é atípico.

O fato típico é composto dos seguintes elementos: conduta, resultado naturalístico,


nexo de causalidade e tipicidade.

Portanto, se não há conduta, não há fato típico.

61- Não há crime sem.


a) dolo.
b) resultado naturalístico.
c) imprudência.
d) conduta.
e) lesão.
Gabarito D

NÃO HÁ CRIME SEM:

A) dolo  (errada) Existe crime sem dolo. No crime culposo não há dolo.

B) resultado naturalístico (errada)O resultado naturalístico se configura, em síntese, em


uma modificação na realidade material devido a uma conduta humana.

Para a ocorrência de certos crimes, o resultado naturalístico não é necessário. Trata-se


de uma evolução da teoria do delito.

Um exemplo são os "crimes formais", nos quais o crime se consuma no momento da


ação. O resultado é mero exaurimento.

C) imprudência (errada) A imprudência pode estar ausente e o crime ser praticado por
negligência ou imperícia.
52

D) conduta   (Certa) A conduta sempre estará presente, pois não existe crime sem uma
conduta (ação ou omissão)

     Código Penal

     Art. 4º. Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que
outro seja o momento do resultado.

E) lesão (errada) A ofensa ao bem jurídico é diferente da lesão ao bem jurídico. 

No crime sempre haverá a ofensa ao bem jurídico, no entanto não é necessária a efetiva
lesão ao bem jurídico. 

Um bom exemplo é a tentativa:

Codigo Penal

    Art. 14.  "Diz-se o crime:

    Crime consumado

   I- consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;

    Tentativa

   II- tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à


vontade do agente.

62- Por si própria, a conduta de premeditar um crime de homicídio caracteriza


a) início de execução.
b) exaurimento.
c) cogitação impunível.
d) dolo.
e) erro de proibição.
Gabarito C

  1º fato.                 2º fato.       3º fato.                 4º fato.                              5º fato.

COGITAÇÃO.     -     PREPARAÇÃO.    -   EXECUÇÃO.     -     CONSUMAÇÃO/TENTATIVA.       -      EXAURIMENTO.

____º__________________º________________º____________________º____________________________º_________________

FAZENDO ESSA PEQUENA LINHA DO TEMPO É POSSÍVEL ENTENDER QUE


O 1º E 2º FATOS NÃO SÃO PUNÍVEIS, SALVO O ÚLTIMO DISPOSITIVO,
53

COMO POR EXEMPLO: CRIMES AUTÔNOMOS: Um exemplo de crime autônomo


é a associação para o tráfico que é uma modalidade especial de quadrilha ou bando

63- Oficial de Justiça ingressa em comunidade no interior do Estado de Santa


Catarina para realizar intimação de morador do local. Quando chega à rua,
porém, depara-se com a situação em que um inimputável em razão de doença
mental está atacando com um pedaço de madeira uma jovem de 22 anos que
apenas caminhava pela localidade. Verificando que a vida da jovem estava em
risco e não havendo outra forma de protegê-la, pega um outro pedaço de pau que
estava no chão e desfere golpe no inimputável, causando lesão corporal de
natureza grave.

Com base apenas nas informações narradas, é correto afirmar que, de acordo com a
doutrina majoritária, a conduta do Oficial de Justiça:

a) não configura crime, em razão da atipicidade;

b) não configura crime, em razão do estado de necessidade;

c) configura crime, mas o resultado somente poderá ser imputado a título de culpa, em
razão do estado de necessidade;

d) não configura crime, em razão da legítima defesa;

e) configura crime, tendo em vista que não havia direito próprio do Oficial de Justiça
em risco para ser protegido.

Gabarito D

Código Penal

É típico, porém não é ilícito em virtude da ação em legítima defesa excluindo, portanto,
o crime.

 Exclusão de ilicitude 

 Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 

        I - em estado de necessidade; 

        II - em legítima defesa;

III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito

Legítima defesa

Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios


necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
54

64- Alcides, administrador de um cemitério, percebendo que, depois de uma chuva


torrencial, ossos anteriormente sepultados em uma cova rasa ficaram expostos,
decide levar para sua casa o crânio que compunha aquele esqueleto. Assinale a
alternativa que corretamente indica a subsunção de seu comportamento à norma
penal.
a) Conduta atipica
b) Subtração de cadáver
c) Apropriação indébita
d) Furto
e) Vilipêndio a cadáver
Gabarito A
Questão muito bem elaborada!

Se o agente houvesse violado a sepultura e subtraído o crânio, caracteriza tão somente o


crime do artigo 210 (violação de sepultura),pois as partes do esqueleto não
configuram coisas alheias móveis.

Todavia, nota-se que não houve violação de sepultura, pois os ossos foram expostos em
virtude de uma chuva torrencial. Dessa forma, a conduta do agente se tornou atípica, já
que não são objetos do crime de subtração de cadáver o esqueleto, as cinzas, as múmias
e as partes do corpo incapazes de se reconhecer como tal.

Artigo 210 -Violação de Sepultura- As ações típicas previstas são a de violar (abrir,
quebrar, devassar) ou profanar (ofender, ultrajar, desrespeitar) sepultura (local onde se
enterram os cadáveres) ou urna funerária (reservatório destinado ao depósito de cinzas
ou partes do defunto).

Exige-se finalidade especial por parte do agente, vez que no ato de violação ou
profanação, é imprescindível o sentimento de desrespeito.

Artigo 211 - Destruição, subtração ou ocultação de cadáver - Três são as ações


nucleares típicas previstas no dispositivo em estudo: destruir (desfazer, desmanchar,
destroçar), subtrair (apoderar-se) e ocultar (esconder, dissimular) cadáver ou parte dele.

"Cadáver é todo o corpo humano sem vida, quer a morte, isto é, a cessação dos
fenômenos vitais, tenha ocorrido antes ou depois do nascimento (…) Note-se que, para
que seja considerado cadáver, não basta ao corpo humano estar sem vida, sendo
imprescindível que mantenha os traços mínimos identificadores da aparência humana,
ou seja, que não tenha sido atingido pela decomposição cadavérica. Assim, não são
objetos do crime em estudo o esqueleto, as cinzas, as múmias e as partes do corpo
incapazes de se reconhecer como tal.

65- Naiara, adolescente, ao chegar à própria casa depois do colégio, encontra seu
pai caído, com um ferimento na cabeça, aparentemente produzido por disparo de
arma de fogo realizado por ele mesmo, todavia ainda respirando. Desesperada,
55

corre até a casa de seu tio Hermínio, cunhado da vítima, solicitando ajuda. Como
houvera uma rusga entre Hermínio e a vítima, aquele se recusa a prestar auxílio,
limitando-se a dizer à sobrinha: “tomara que morra”. Naiara, então, vai à casa de
um vizinho, que se compromete a ajudá- la. Ao retornarem ao local do fato,
encontram a vítima ainda viva, mas dando seus últimos suspiros, vindo a óbito em
menos de um minuto. Do momento em que Naiara viu a vítima ferida até sua
morte não transcorreram mais do que quinze minutos. Realizado o exame
cadavérico, o laudo pericial indica que o ferimento seria inexoravelmente fatal,
ainda que o socorro tivesse sido prestado de imediato. Nesse contexto, com base
nos estudos sobre a omissão e acerca do bem jurídico-penal, é correto afirmar que
a conduta de Hermínio caracteriza:
a) homicídio qualificado.
b) induzimento. Instigação ou auxílio ao suicídio.
c) homicídio culposo.
d) conduta atípica.
e) omissão de socorro.
Gabarito D
Indispensável, ainda, que o sujeito ativo esteja na presença da vítima em perigo.
CEZAR ROBERTO BITENCOURT explica: É A DOUTRINA PREDOMINANTE
SOBRE O TEMA.
"O sujeito ativo deve estar no lugar e no momento em que o periclitante precisa de
socorro; caso contrário, se estiver ausente, embora saiba do perigo e não vá ao seu
encontro para salvá-lo, não haverá o crime, pois o crime é omissivo, e não comissivo.
Poderá nesse caso haver egoísmo, insensibilidade, displicência, indiferença pela 'sorte'
da vítima, mas esses sentimentos, ainda que eticamente possam ser censuráveis, não
tipificam a omissão de socorro, pois, como lembrava Magalhães Noronha, 'um código
penal não é um código de ética'."
66- A respeito dos crimes omissivos impróprios, ou comissivos por omissão,
assinale a alternativa INCORRETA.
a) São de estrutura típica aberta e de adequação típica de subordinação mediata. Só
podem ser praticados por determinadas pessoas, embora qualquer pessoa possa,
eventualmente, estar no papel de garante. Neles, descumpre-se tão somente a norma
preceptiva e não a norma proibitiva do tipo legal de crime ao qual corresponda o
resultado não evitado.
b) Se o médico se obriga a realizar determinado procedimento em um paciente, mas
resolve viajar e deixa seu compromisso nas mãos de um colega, que assume esse
tratamento, ele responde penalmente pelas lesões que resultem de erro de diagnóstico
deste outro médico.
56

c) Quem, sabendo nadar, por brincadeira de mau gosto, empurra o amigo para dentro da
piscina, por sua ingerência, estará obrigado a salvá-lo, se necessário, para que o fato não
se transforme em crime de homicídio, no caso de eventual morte por afogamento.
d) Na forma dolosa, os crimes omissivos impróprios não exigem que o garante deseje o
resultado típico.
e) Se o garante, apesar de não haver conseguido impedir o resultado, seriamente
esforçou-se para evitá-lo, não haverá fato típico, doloso e culposo. Nos omissivos
impróprios, a relação de causalidade é normativa.
Gabarito B
A respeito dos crimes omissivos impróprios, ou comissivos por omissão
a) CORRETO. Os tipos omissivos impróprios precisam de uma regra de extensão para
serem típicos. É o caso do garante, alguém que de alguma forma assumiu o dever de
evitar o resultado. A norma nesses crimes não é proibitiva, mas mandamental, explico, o
crime advém de não fazer o que a norma manda, de não fazer a conduta positivamente
valorada no direito penal.  
b) ERRADO. O garante cria um risco proibido ao alcance da norma penal. Ele não criou
qualquer risco proibido, caso respondesse seria responsabilidade penal objetiva. No
máximo vão se resolver no cível, mas penalmente falando, não há responsabilidade.
c) CORRETO. Nesse caso a pessoa criou o risco proibido penalmente, assim sendo ele
chama para si o dever de evitar o resultado morte. Veja que com a conduta anterior ele
causou um perigo de lesão ao bem jurídico, como ele causou ele vira garante.
d) CORRETO. Acredito que aqui o dolo se caracteriza pelo nexo de evitação, a pessoa
devendo evitar nada faz, mesmo que ela não queria o resultado.
e) CORRETO. O que o garante pode fazer é tentar evitar que o resultado ocorra, se ele
não consegue não há que se falar em omissão penalmente relevante. E a causalidade é
chamada de normativa (ou nexo normativo - de norma), porque do nada, nada vem,
logo, so há crime, porque há uma norma mandamental, dizendo que a pessoa tem que
agir para evitar o resultado, e essa inação é desvalorada pelo direito penal, pois a lei
manda que a pessoa aja. 
67- Em relação ao crime, marque a alternativa CORRETA.
a) O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe
deu causa. E considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria
ocorrido.
b) A superveniência de causa relativamente independente não exclui a imputação
quando, por si só, produziu o resultado.
c) A omissão é penalmente irrelevante, quando o omitente devia e podia agir para evitar
o resultado.
d) O dever de agir não incumbe a quem tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou
vigilância.
57

e) O crime é consumado, quando nele se reúnem dois dos elementos de sua definição
legal.
Gabarito A

Código Penal

DO CRIME

a) CORRETA        Relação de causalidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de


11.7.1984)

        Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a


quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não
teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

b) ERRADA        Superveniência de causa independente (Incluído pela Lei nº


7.209, de 11.7.1984)

        § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação


quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a
quem os praticou. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

c) ERRADA         Relevância da omissão (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

    § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para
evitar o resultado. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

D) ERRADA        

O dever de agir incumbe a quem:

        a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº


7.209, de 11.7.1984)

        b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído


pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

        c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do


resultado. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

E) ERRADA

        Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

        Crime consumado (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

        I - Consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; 
58

68- A respeito da omissão própria e da omissão imprópria (também denominada


crime comissivo por omissão), é correto afirmar que
a) um dos critérios apontados pela doutrina para diferenciar a omissão própria da
omissão imprópria é o tipológico, segundo o qual, havendo norma expressa
criminalizando a omissão, estar-se-ia diante de uma omissão imprópria.
b) nos termos do Código Penal, possui posição de garantidor e, portanto, o dever de
impedir o resultado, apenas quem, por lei, tem a obrigação de cuidado, proteção ou
vigilância.
c) a ingerência, denominação dada à posição de garantidor decorrente de um
comportamento anterior que gera risco de resultado, não está positivada no ordenamento
brasileiro, tratando-se de uma construção dogmática.
d) o crime praticado por omissão, segundo o Código Penal, é apenado de forma
atenuada ao crime praticado por ação.
e) segundo o Código Penal, a omissão imprópria somente terá relevância penal se, além
do dever de impedir o resultado, o omitente tiver possibilidade de evitá-lo.
Gabarito E

A - Errada. De fato, o critério tipológico serve para diferenciar a omissão própria da


omissão imprópria. Porém, quando a conduta omissiva vem descrita em tipo penal
estaremos diante da omissão própria e não imprópria. Ex: crime de omissão de socorro
(art. 135, CP). Já os crimes de omissão imprópria decorrem das cláusulas gerais do arti
13, §2º, CP.

 B - Errada.  São garantidores: i) quem por lei tenha dever de cuidado e vigilância


(pais, policiais, bombeiros); ii) quem, por outra forma [contrato], assumiu o dever de
evitar o resultado (salva-vidas de clubes, professores em excursões); iii) quem com seu
comportamento anterior criou o risco do resultado (maquinista de parque de diversões
que deixa cadeira solta em brinquedo);

 C - Errada. A ingerência é figura regulada pelo Código Penal (art. 13, §2º, c).

 D - Errada. Os crimes omissivos não sofrem a incidência indistinta de causas de


diminuição de pena, tal como ocorre nos crimes tentados.

 E - Correta. De fato, a responsabilização do garantidor exige que, além do dever de


agir, ele deva poder agir. Só a conduta de quem deve e pode agir para evitar o resultado
é penalmente relevante (art. 13, §2º).

69- Em matéria de direito penal, julgue os itens apresentados.


I. A omissão é penalmente irrelevante quando o omitente devia e podia agir para evitar
o resultado.
II. A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado.
59

III. É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe
situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima, ainda que o erro derive de
culpa e o fato seja punível como crime culposo.
IV. O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se
consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra
quem o agente queria praticar o crime.
V. O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se
inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
Estão corretos os itens contidos em
a) II, IV e V, apenas.
b) I, II, III, IV e V.
c) I, II, III e IV, apenas.
d) IV e V, apenas.
e) III, IV e V, apenas.
Gabarito A
I. A omissão é penalmente irrelevante quando o omitente devia e podia agir para evitar
o resultado. (relevante)

II. A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado. Correta.

III. É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe
situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima, ainda que o erro derive de
culpa e o fato seja punível como crime culposo. (Não há isenção de pena quando o erro
deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo)

IV. O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se
consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra
quem o agente queria praticar o crime.  Correta.

V. O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se


inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um
terço. Correta

3.2- Crime praticado por pessoa jurídica

70- Leia as alternativas a seguir e assinale a correta.


a) A pessoa jurídica só pode ser sujeito passivo em crimes patrimoniais.
b) A pessoa jurídica pode ser sujeito passivo em crime de difamação.
60

c) A pessoa jurídica pode figurar como sujeito ativo de crime contra a administração
pública previsto no Código Penal.
d) Os inimputáveis não podem ser vítimas de crimes contra a honra.
e) O inimputável por embriaguez proveniente de caso fortuito não pode figurar como
sujeito passivo.
Gabarito B

a) A pessoa jurídica só pode ser sujeito passivo em crimes patrimoniais.

ERRADA. A pessoa jurídica pode ser sujeito passivo de diversos crimes


como difamação (vide explicação abaixo), violação de segredo profissional (art. 154),
invasão de dispositivo informático (art. 154-A), dano (art. 163), incêndio (art. 250),
explosão (art. 250)...

Sobre a PJ poder ou não ser vítima de calúnia (art. 138), cabível citar Rogério Sanches,
Manual de Direito Penal - Parte Especial, 2016, pág. 177:

"(...) Observamos, no entanto, faltar coerência nas decisões dos Tribunais Superiores,
pois, mesmo quando julgam possível a pessoa jurídica ser autora de crimes ambientais,
insistem em não admitir a possibilidade de a empresa figurar como vítima de
calúnia." 

b) A pessoa jurídica pode ser sujeito passivo em crime de difamação.

CERTA. A pessoa jurídica pode ser vítima de difamação, já que o bem jurídico


protegido pelo tipo é a honra objetiva da vítima, ou seja, o que terceiros pensam dela
(empresa), ainda que a ofensa não atinja diretamente ou indiretamente as pessoas de
seus diretores.

c) A pessoa jurídica pode figurar como sujeito ativo de crime contra a administração
pública previsto no Código Penal.

ERRADA. Só o funcionário público conceituado no artigo 327 do CP pode ser sujeito


ATIVO de crime contra a administração pública.

d) Os inimputáveis não podem ser vítimas de crimes contra a honra.

ERRADA. Novamente citando Rogério Sanches (obra e página supra): "Não se exige


qualidade especial da vítima. Aliás, incriminando-se a falsa imputação de fato 'definido
como crime' (que não se confunde com imputar a 'prática de crime'), os menores e
loucos também podem ser sujeitos passivos."

e) O inimputável por embriaguez proveniente de caso fortuito não pode figurar como
sujeito passivo.

ERRADA. A justificativa acima explica.

71- Leia as alternativas a seguir e assinale a correta.


61

a) A pessoa jurídica pode figurar como sujeito ativo de crime contra a administração
pública previsto no Código Penal.
b) O inimputável por embriaguez proveniente de caso fortuito não pode figurar como
sujeito passivo.
c) Os inimputáveis não podem ser vítimas de crimes contra a honra.
d) A pessoa jurídica só pode ser sujeito passivo em crimes patrimoniais.
e) A pessoa jurídica pode ser sujeito passivo em crime de difamação.
Gabarito E

A pessoa jurídica pode figurar como sujeito ativo de crime contra a administração
pública previsto no Código Penal. (ERRADO) Pessoa juridica  não poderá ser pessoa
ativa contra a administração pública, pois a ilegalidade é praticado por uma pessoa
física.

b)  O inimputável por embriaguez proveniente de caso fortuito não pode figurar como
sujeito passivo contra a administração pública   (ERRADO) Poderá ser o sujeito
passivo.

c)  Os inimputáveis não podem ser vítimas de crimes contra a honra.


(ERRADO) diversos outros.

d)  A pessoa jurídica só pode ser sujeito passivo em crimes patrimoniais. (ERRADO).
Poderá ser pessoa passiva em vários crimes, como o de difamação, cuidado em alavras
restritiva.

 e) A pessoa jurídica pode ser sujeito passivo em crime de difamação.


(CORRETO) Poderá ser, como também poderá ser em outros.

Para ajudar:

CALUNIAR: imputar CRIME (falsamente) - Quem furtou o relógio de Sicrano, no


primeiro dia de aula, dentro da sala, foi o Fulano.

INJURIAR: lembrar que causar injúria equivale a causar ofensa, "dano"; injuriar é


OFENDER: Fulano é ladrão. Sicrana é imbecil.

DIFAMAR: é imputar MÁ FAMA, atinge a honra objetiva. Beltrano não paga suas
contas (não importa se o fato é verdadeiro ou não). Como as empresas também
possuem "FAMA", podem ser vítima de DIFAMAÇÃO: A Loja Fonseca só vende
produtos quebrados (notem que é diferente de dizer que comprou um produto na Loja
Fonseca e estava quebrado).

72- Relativamente à responsabilidade penal da pessoa jurídica, é possível afirmar


que:
a) É cabível quando praticados crimes ambientais e contrários à administração pública;
62

b) É inconstitucional, haja vista o princípio da responsabilidade penal objetiva;


c) Independe da responsabilização das pessoas físicas envolvidas, conforme decidiu o
Supremo Tribunal Federal, ao julgar o RE 548181/PR, de relatoria da Ministra Rosa
Weber;
d) Depende da responsabilização das pessoas físicas envolvidas, conforme decidiu o
Supremo Tribunal Federal, ao julgar o RE 548181/PR.
Gabarito C

É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais


independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu
nome. A jurisprudência não mais adota a chamada teoria da "dupla imputação".

STJ. 6ª Turma. RMS 39.173-BA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
6/8/2015 (Info 566).

STF. 1ª Turma. RE 548181/PR, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 6/8/2013 (Info 714).

3.3- Tipo Penal Doloso

73- Acerca dos crimes contra a pessoa, disciplinados no Código Penal, assinale a
alternativa correta.
a) São crimes contra a pessoa: o homicídio, o infanticídio, o aborto e o latrocínio.
b) A pena mínima do infanticídio é maior do que a pena mínima do homicídio simples
doloso.
c) Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena se as
consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção
penal se torne desnecessária.
d) O aborto com consentimento é sempre permitido até o terceiro mês da gestação.
Gabarito C

A - errado - o latrocínio, que é o roubo seguido de morte, é crime contra o patrimônio.

B - errado - 

- Infanticídio - Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho,
durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos.

- Homicídio simples Art. 121. Matar alguem: Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

LEMBRANDO que, o homícidio SIMPLES é hediondo quando praticado por atividade


típica de grupo de exterminio, ainda que praticado por um só agente.

Lei 8072/90 – homicídio (art. 121) - SIMPLES - quando praticado em atividade típica
63

de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado


(art. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII). TODAS as qualíficadoras do
homícidio são hediondos.

D - errada - Não temos essa previsão no Código Penal.

74- Após uma discussão em um bar, Pedro decide matar Roberto. Para tanto,
dirige-se até sua residência onde arma-se de um revólver. Ato contínuo, retorna ao
estabelecimento e efetua um disparo em direção a Roberto. Contudo, erra o alvo,
atingindo Antonio, balconista que ali trabalhava, ferindo-o levemente no ombro.
Diante do caso hipotético, Pedro praticou, em tese, o(s) crime(s) de
a) lesão corporal leve.
b) lesão corporal culposa.
c) homicídio tentado e lesão corporal leve.
d) lesão corporal culposa e tentativa de homicídio.
e) homicídio na forma tentada.
Gabarito E

Correta, E

CP - Art. 14 - Diz-se o crime -  II - tentado, quando, iniciada a execução, não se


consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente

Galera, atenção, estou vendo alguns comentários equivocados, não confundam ERRO
NA EXECUÇÃO (Aberratio Ictus) COM ERRO SOBRE A PESSOA (Aberratio in
persona).

Erro na Execução > é o exemplo desta questão > o agente, por exemplo, ao tentar matar
uma pessoa, por erro de pontaria, atinge pessoa diversa. Quero matar A, mas o tiro, por
má pontaria, acaba matando B.

Erro Sobre a Pessoa > o agente se confunde, por exemplo, eu quero matar João, mas por
este ser irmão gêmeo de Pedro, acabo atirando e matando Pedro. 

Em ambos os casos, o agente responde como se tivesse praticado o crime contra quem
ele realmente queria atingir, levando-se em consideração a vitima inicial/virtual.

Exemplo > quero matar João, Policial Federal, mas tanto por erro na execução ou
tanto por erro sobre a pessoa, eu mato Pedro, maior e capaz fisíca e mentalmente. Neste
simples exemplo, eu vou responder por Homícidio Qualíficado contra João > CP -
Art.121 -  § 2° - inciso VII.

75- Em relação ao direito penal, julgue o item a seguir.


64

Caracteriza-se o dolo eventual no caso de um caçador que, confiando em sua habilidade


de atirador, dispara contra a caça, mas atinge um companheiro que se encontra próximo
ao animal que ele desejava abater.
Gabarito ERRADO
O dolo eventual se distingue da culpa consciente ao passo em que no primeiro o agente
não se importa que venha causar o resultado, tanto faz. Já na culpa consciente, o
agente acredita que não dará causa ao resultado confiando nas suas habilidades, veja que
em ambos há a previsibilidade objetiva e subjetiva do resultado, eles sabem que o
resultado poderá ser causado, mas enquanto no dolo eventual ele não se importa, na
culpa consciente ele acredita que não causará o resultado. 
76- Assinale a opção correta em relação a tipos penais diversos.
a) Somente o dolo qualifica os crimes contra a incolumidade pública, se estes resultam
em lesão corporal ou morte de pessoa.
b) Não constitui crime vilipendiar as cinzas de um cadáver, sendo tal conduta atípica
por ausência de previsão legal.
c) Se três indivíduos, mediante grave ameaça contra pessoa e com emprego de arma de
fogo, renderem o motorista e os agentes de segurança de um carro-forte e subtraírem
todo o dinheiro nele transportado, haverá apenas duas causas especiais de aumento de
pena: o concurso de duas ou mais pessoas e o emprego de arma de fogo.
d) Distribuir símbolos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada para fins
de divulgação do nazismo é uma conduta típica prevista em lei.
e) Pratica crime previsto no CP aquele que contrai casamento conhecendo a existência
de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta ou relativa.
Gabarito D

a) Somente o dolo qualifica os crimes contra a incolumidade pública, se estes


resultam em lesão corporal ou morte de pessoa.

ERRADO . 

Formas qualificadas de crime de perigo comum

        Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza
grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada
em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de
metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo,
aumentada de um terço.

 b) Não constitui crime vilipendiar as cinzas de um cadáver, sendo tal conduta


atípica por ausência de previsão legal.

ERRADO. 
65

Vilipêndio a cadáver

        Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:

        Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

c) Se três indivíduos, mediante grave ameaça contra pessoa e com emprego de
arma de fogo, renderem o motorista e os agentes de segurança de um carro-forte e
subtraírem todo o dinheiro nele transportado, haverá apenas duas causas especiais
de aumento de pena: o concurso de duas ou mais pessoas e o emprego de arma de
fogo.

ERRADO. (São três qualificadoras)

Roubo

        Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência:

  

 § 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:

        I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;

        II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;

        III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal
circunstância.

d) Distribuir símbolos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada para


fins de divulgação do nazismo é uma conduta típica prevista em lei.

CORRETO

Art. 20 (Lei 7716/89) - Lei de Discriminação Racial

§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos,


distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de
divulgação do nazismo. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) 

e) Pratica crime previsto no CP aquele que contrai casamento conhecendo a


existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta ou relativa.

ERRADA (Apenas absoluta e não relativa)

 Conhecimento prévio de impedimento


66

        Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe
cause a nulidade absoluta:

77- Age com dolo eventual o agente que prevê possíveis resultados ilícitos
decorrentes da sua conduta, mas acredita que, com suas habilidades, será capaz de
evitá-los.
Gabarito ERRADO

O dolo eventual se caracteriza quando o agente prevê o resultado, mas assume o risco!

A questão trata na verdade da culpa consciente, quando o agente prevê o resultado, mas
acredita sinceramente que pode evitá-lo.

78- Com relação ao plano subjetivo do crime,


a) as culpas concorrentes de regra se compensam.
b) dolo indireto é aquele cometido com culpa consciente.
c) não há tentativa de crime culposo e involuntário.
d) de regra os crimes são culposos e, excepcionalmente, dolosos.
e) a culpa inconsciente é impunível.
Gabarito C

Tem um macete massa: CHOUPP (GRAVAR PARA O RESTO DA VIDA!)

Não há tentativa nos crimes:

C - culposos

H - habituais

O - omissivos próprios

U - unissubsistentes

P - preterdolosos

P - permanentes

79- Em Direito Penal, o erro


a) de tipo, se for invencível, exclui a tipicidade dolosa e a culposa.
b) que recai sobre a existência de situação de fato que justificaria a ação, tornando-a
legítima, é tratado pelo Código Penal como erro de proibição, excluindo-se, pois, a
tipicidade da conduta.
c) de tipo exclui o dolo e a culpa grave, mas não a culpa leve.
67

d) de proibição é irrelevante para o Direito Penal, pois, nos termos do caput do art. 21
do Código Penal, “o desconhecimento da lei é inescusável”.
e) de proibição exclui a consciência da ilicitude, que, desde o advento da teoria finalista,
integra o dolo e a culpa.
Gabarito A
1) Diferença entre erro de tipo e erro de proibição: no erro de tipo o agente não sabe
o que está fazendo. No erro de proibição o agente sabe o que está fazendo, só não sabe
que o que está fazendo é proibido.
Inevitável (invencível; escusável; desculpável): exclui dolo e culpa.
Evitável (vencível; inescusável, indesculpável): exclui dolo, mas não exclui culpa.
O erro inevitável e o evitável excluem o dolo. Havendo erro de tipo, o crime deixa de
ser doloso.
Descriminantes putativas
Art. 20, § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há
isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.
Descriminante putativa por erro de tipo
(erro de tipo permissivo) Descriminante putativa por erro de proibição
(erro de proibição indireto) O agente, por erro sobre uma situação de fato, supõe que
está em excludente de ilicitude.
Ex: O agente supõe que está entrando um assaltante na sua casa, pego o revólver, atira e
mata o invasor. Só que na verdade era seu primo que tinha vindo lhe visitar (art. 20, §
1º, CP)
Erro:
- Inevitável = Não há crime
- Evitável = Responde por crime culposo, se existir a forma culposa do crime. O
agente sabe o que está acontecendo e supõe, por erro, que a sua conduta está protegida
por uma excludente de ilicitude (art. 21, CP)
Ex: Um homem rústico chega em casa e vê sua mulher lhe traindo. Pensando estar
agindo em legítima defesa, mata o indivíduo que está na cama com sua mulher.
Erro:
- Inevitável: exclui a culpabilidade
- Evitável: diminui a pena de ? a ?.
ATENÇÃO: Apenas o erro de proibição INEVITÁVEL é que exclui a Culpabilidade.
68

3.4- Tipo Penal Culposo

80- Acerca dos crimes contra a pessoa, disciplinados no Código Penal, assinale a
alternativa correta.
a) São crimes contra a pessoa: o homicídio, o infanticídio, o aborto e o latrocínio.
b) A pena mínima do infanticídio é maior do que a pena mínima do homicídio simples
doloso.
c) Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena se as
consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção
penal se torne desnecessária.
d) O aborto com consentimento é sempre permitido até o terceiro mês da gestação.
Gabarito D
81- Sobre o crime culposo, é correto afirmar que:
a) sua caracterização independe da previsibilidade objetiva do resultado.
b) é dispensável a verificação do nexo de causalidade entre conduta e resultado.
c) encontra seu fundamento legal no artigo 18 . I, de Código Penal.
d) se alguém ateia fogo a um navio para receber o valor de contrato de seguro, embora
saiba que com isso provocará a morte dos tripulantes, essas mortes serão reputadas
culposas.
e) há culpa quando o sujeito ativo, voluntariamente, descumpre um dever de cuidado,
provocando resultado criminoso por ele não desejado.
Gabarito E

Alternativas "a" e "b":

Em resumo: A culpa é a não observância de um dever objetivo de cuidado que todos


devem ter no dia-a-dia, cometida por meio da negligência, imprudência ou imperícia.
Entre outros requisitos, é necessário que ocorra  uma conduta, que gere um resultado e,
entre eles, haja um  nexo de causalidade (até rimou :D).

 Alternativa "c": A culpa está no inciso II

Art. 18 - Diz-se o crime:

        (...)

       Crime culposo

        II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência
ou imperícia.
69

 Alternativa "d"

Salvo melhor juízo, a conduta é, no mínimo, dolo de segundo grau (como explicado
pelo colega Fabiano), pois a morte dos tripulantes será um "efeito colateral típico"
(Palavras do LFG)

 Alternativa E

Correto, pois culpa é a inobservância de um dever objetivo de cuidado que todos temos
de ter diariamente, praticado por meio da negligência, imprudência ou imperícia; não
tendo o agente a vontade consciente de produzir o resultado (o que seria dolo).

82- Sobre o crime culposo, é correto afirmar que:


a) há culpa quando o sujeito ativo, voluntariamente, descumpre um dever de cuidado,
provocando resultado criminoso por ele não desejado.
b) encontra seu fundamento legal no artigo 18 . I, de Código Penal.
c) sua caracterização independe da previsibilidade objetiva do resultado.
d) é dispensável a verificação do nexo de causalidade entre conduta e resultado.
e) se alguém ateia fogo a um navio para receber o valor de contrato de seguro, embora
saiba que com isso provocará a morte dos tripulantes, essas mortes serão reputadas
culposas.
Gabarito A

Alternativa A

Correto, pois culpa é a inobservância de um dever objetivo de cuidado que todos temos
de ter diariamente, praticado por meio da negligência, imprudência ou imperícia; não
tendo o agente a vontade consciente de produzir o resultado (o que seria dolo).

Alternativas "c" e "d":

Em resumo: A culpa é a não observância de um dever objetivo de cuidado que todos


devem ter no dia-a-dia, cometida por meio da negligência, imprudência ou imperícia.
Entre outros requisitos, é necessário que ocorra  uma conduta, que gere um resultado e,
entre eles, haja um  nexo de causalidade (até rimou :D).

Alternativa "b": A culpa está no inciso II

Art. 18 - Diz-se o crime:

        (...)

       Crime culposo

        II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência
ou imperícia.
70

Alternativa "e"

Salvo melhor juízo, a conduta é, no mínimo, dolo eventual, pois assumiu o risco de
produzir a morte dos tripulantes

83- Sobre o crime culposo, é correto afirmar que:


a) é dispensável a verificação do nexo de causalidade entre conduta e resultado.
b) há culpa quando o sujeito ativo, voluntariamente, descumpre um dever de cuidado,
provocando resultado criminoso por ele não desejado.
c) encontra seu fundamento legal no artigo 18. I. do Código Penal.
d) sua caracterização independe da previsibilidade objetiva do resultado.
e) se alguém ateia fogo a um navio para receber o valor de contrato de seguro, embora
saiba que com isso provocará a morte dos tripulantes, essas mortes serão reputadas
culposas.
Gabarito B

Art. 18 - Diz-se o crime:

  Crime doloso

I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;

Crime culposo

II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou


imperícia.

Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato
previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.

Agravação pelo resultado

Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o
houver causado ao menos culposamente.

84- Existe algum ponto de semelhança entre as condutas praticadas com culpa
consciente e com dolo eventual?
a) Sim, pois, tanto na culpa consciente quanto no dolo eventual, há aceitação do
resultado.
b) Não, pois não há ponto de semelhança nas condutas em questão.
c) Sim, pois em ambas o elemento subjetivo da conduta é o dolo.
d) Não, pois a aceitação do resultado na culpa consciente é elemento normativo da
conduta.
71

e) Sim, pois, tanto na culpa consciente quanto no dolo eventual, o agente prevê o
resultado.
Gabarito E
Dolo Eventual:
O agente, embora não querendo diretamente a realização do tipo, o aceita como possível
ou mesmo como provável, assumindo o risco da produção do resultado.
Culpa Consciente:
O sujeito é capaz de prever o resultado, o prevê, porém crê piamente em sua não-
produção; ele confia que sua ação conduzirá tão-somente ao resultado que pretende, o
que só não ocorre por erro no cálculo ou erro na execução.
85- NÃO é elemento constitutivo do crime culposo:
a) a inobservância de um dever objetivo de cuidado.
b) o resultado naturalístico involuntário.
c) a conduta humana voluntária.
d) a tipicidade.
e) a imprevisibilidade.
Gabarito E

São elementos do crime culposo:

a) Conduta humana voluntária . A voluntariedade está relacionada à ação, e não ao


resultado.

b) Violação de um dever de cuidado objetivo . O agente atua em desacordo com o que


é esperado pela lei e pela sociedade. São formas de violação do dever de cuidado, ou
mais conhecidas como modalidades de culpa, a imprudência, a negligência e a
imperícia.

c) Resultado naturalístico . Não haverá crime culposo se, mesmo havendo falta de
cuidado por parte do agente, não ocorrer o resultado lesivo a um bem jurídico tutelado.
Assim, em regra, todo crime culposo é um crime material.

d) Nexo causal .

e) Previsibilidade . É a possibilidade de conhecer o perigo. Na culpa consciente, mais


do que a previsibilidade, o agente tem a previsão (efetivo conhecimento do perigo).

f) Tipicidade . CP, Art. 18 - Diz-se o crime: Parágrafo unicoo - Salvo os casos


expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando
o pratica dolosamente.
72

86- A culpa imprópria ocorre nas hipóteses de descriminantes putativas em que o


agente, em virtude de erro evitável pelas circunstâncias, dá causa dolosamente a
um resultado, mas responde como se tivesse praticado um delito culposo.
Gabarito CORRETO

Por razões de política criminal o legislador criou uma espécie de erro de tipo (má
representação da realidade), como no caso das descriminantes putativas, em que o
agente age com dolo de conseguir o resultado porque acha que está agindo em uma
causa excludente de ilicitude, mas responde a título culposo se previsto, pois, uma vez
que houvesse representado bem a realidade não agiria de forma criminosa. 

Para acrescentar: 

Como o CP adota a teoria limitada da culpabilidade, temos as descriminantes como erro


de tipo, se adotasse a teoria extremada, elas seriam erro de proibição - essa é a única
distinção entre as teorias. 

No caso da culpa imprópria causada pelas descriminantes, o erro deve ser inescusável,
que não se pode perdoar (agiu negligentemente, se tivesse agido com cautela, teria
evitado o resultado), se o erro for escusável ou perdoável, haverá isenção de pena. 

87- A respeito da extinção da punibilidade, assinale a opção correta.


a) A superveniência de causa relativamente independente não exclui a imputação,
quando, por si só, produziu o resultado, mas os fatos anteriores são imputados a quem
os praticou.
b) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui a culpa, mas permite
a punição por crime doloso, caso previsto em lei.
c) A conduta será culposa quando o agente der causa ao resultado por imprudência,
negligência ou imperícia e só poderá ser considerada crime se houver previsão do tipo
penal na modalidade culposa.
d) A extinção da punibilidade de um dos agentes, nos crimes conexos, impede, quanto
aos demais agentes, a agravação da pena resultante da conexão.
e) O agente deixa de responder pelos atos praticados caso desista voluntariamente de
prosseguir na execução ou impeça que o resultado se produza.
Gabarito C
A)ERRADA -  Art. 13, §1º, CP: "A superveniência de causa relativamente
independente EXCLUI a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos
anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou."
B) ERRADA - Art. 20, "caput", CP - "O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal
de crime exclui o DOLO, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em
Lei."
C) CORRETA - Art. 18, CP - "Diz-se o crime: II - culposo, quando o agente deu causa
ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.Parágrafo único: salvo os casos
expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, SENÃO
73

QUANDO O PRATICA DOLOSAMENTE."


D) ERRADA - Art. 108, CP: "a extinção da punibilidade de crime que é pressuposto,
elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. NOS
CRIMES CONEXOS, a extinção da punibilidade de um deles NÃO IMPEDE, quanto
aos outros, a agravação da pena resultante da conexão."
E) ERRADA - Art. 15, CP: "O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na
execução ou impede que o resultado se produza, SÓ RESPONDE PELOS ATOS JÁ
PRATICADOS"

88- Com referência ao crime tentado, à desistência voluntária e ao crime culposo,


julgue o próximo item.
No direito penal brasileiro, admite-se a compensação de culpas no caso de duas ou mais
pessoas concorrerem culposamente para a produção de um resultado naturalístico,
respondendo cada um, nesse caso, na medida de suas culpabilidades.
Gabarito ERRADO
89- Após uma discussão em um bar, Pedro decide matar Roberto. Para tanto,
dirige-se até sua residência onde arma-se de um revólver. Ato contínuo, retorna ao
estabelecimento e efetua um disparo em direção a Roberto. Contudo, erra o alvo,
atingindo Antonio, balconista que ali trabalhava, ferindo-o levemente no ombro.
Diante do caso hipotético, Pedro praticou, em tese, o(s) crime(s) de
a) lesão corporal leve.
b) lesão corporal culposa.
c) homicídio tentado e lesão corporal leve.
d) lesão corporal culposa e tentativa de homicídio.
e) homicídio na forma tentada.
Gabarito E
CP - Art. 14 - Diz-se o crime -  II - tentado, quando, iniciada a execução, não se
consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente

Galera, atenção, estou vendo alguns comentários equivocados, não confundam ERRO
NA EXECUÇÃO (Aberratio Ictus) COM ERRO SOBRE A PESSOA (Aberratio in
persona).

Erro na Execução > é o exemplo desta questão > o agente, por exemplo, ao tentar
matar uma pessoa, por erro de pontaria, atinge pessoa diversa. Quero matar A, mas o
tiro, por má pontaria, acaba matando B.

Erro Sobre a Pessoa > o agente se confunde, por exemplo, eu quero matar João, mas
por este ser irmão gêmeo de Pedro, acabo atirando e matando Pedro. 

Em ambos os casos, o agente responde como se tivesse praticado o crime contra quem
74

ele realmente queria atingir, levando-se em consideração a vítima inicial/virtual.

Exemplo > quero matar João, Policial Federal, mas tanto por erro na execução ou
tanto por erro sobre a pessoa, eu mato Pedro, maior e capaz fisíca e mentalmente. Neste
simples exemplo, eu vou responder por Homícidio Qualíficado contra João > CP -
Art.121 -  § 2° - inciso VII.
90- O elemento subjetivo derivado por extensão ou assimilação decorrente do erro
de tipo evitável nas descriminantes putativas ou do excesso nas causas de
justificação amolda-se ao conceito de
a) culpa imprópria.
b) dolo eventual.
c) culpa inconsciente.
d) culpa consciente.
e) dolo direto.
Gabarito A

a) Correta. Culpa imprópria (também conhecida como culpa por extensão, por


equiparação ou por assimilação)

É aquela cujo agente, por erro de tipo inescusável, supõe estar diante de uma causa de
justificação que lhe permita praticar um fato típico licitamente. Exemplo: “A” está
assistindo a um programa de televisão quando seu primo entra na casa, pela porta dos
fundos. Pensando tratar-se de um assalto, “A” efetua disparos de arma de fogo contra o
infortunado parente, certo de que está praticando uma ação perfeitamente lícita,
amparada pela legítima defesa. A ação, em si, é dolosa, mas o agente incorre em erro de
tipo essencial.

b) errada. No dolo eventual o agente prevê o resultado mas não se importa com a sua
ocorrência. “O traço distintivo entre a culpa consciente portanto, é que, no dolo
eventual, o agente diz: “não importa”, enquanto na culpa consciente, supõe: “é possível,
mas não vai acontecer de forma alguma”.

c) errada. Culpa inconsciente: é a culpa sem previsão, em que o agente não prevê o que
era previsível.

d) errada. Culpa consciente ou com previsão:

É aquela em que o agente prevê o resultado, embora não o aceite. A culpa consciente
difere do dolo eventual, porque neste o agente prevê o resultado, mas não se importa de
que ocorra (“se eu continuar dirigindo assim, posso vir a matar alguém, mas não
importa, se acontecer, tudo bem, eu vou prosseguir”). Na culpa consciente, embora
prevendo o que possa vir a acontecer, o agente repudia essa possibilidade (“se eu
continuar dirigindo assim, posso vir a matar alguém, mas estou certo de que isso,
embora possível, não ocorrerá”). O traço distintivo entre ambos, portanto, é que, no dolo
75

eventual, o agente diz: “não importa”, enquanto na culpa consciente, supõe: “é possível,
mas não vai acontecer de forma alguma”.

e) errada. Dolo direto ou determinado: é a vontade de realizar a conduta e produzir o


resultado (teoria da vontade).

3.5- Resultado

91- "A" dispara dois tiros contra "B" que acabara de agredir violentamente seu
marido. Entretanto, diante da imperícia de "A" no manuseio da arma de fogo, o
tiro atinge "C", uma senhora de 80 anos, que vem a falecer. A esse respeito, é
correto afirmar que "A"
a) praticou o homicídio sob o abrigo da legítima defesa putativa de terceiro, excludente
da ilicitude.
b) responderá por tentativa de homicídio privilegiado.
c) responderá por homicídio privilegiado consumado.
d) responderá por tentativa de homicídio privilegiado contra "B" e homicídio culposo
contra "C".
e) responderá por homicídio privilegiado consumado contra "B", qualificado por ser a
vítima maior de 60 anos.
Gabarito C

Aberratio ictus em sentido estrito (erro na execução)

1) Conceito:- Ocorrerá quando o agente pretende atingir uma pessoa, e por erro na
execução ou acidente, atinge apenas um terceiro.

2) Consequência:- será punido pelo crime, considerando-se, contudo, as condições e


qualidades da vítima desejada e não da vítima efetivamente atingida.

3) Caso concreto:"A" responderá como se tivesse acertado "B" sem levar em


consideração as condições pessoais da senhora idosa (vítima real).

Não se aplica a exlcudente de ilicitude (legítima defesa de terceiro), pois a injusta


agressão contra o marido já estava cessada.

Logo, a princípio, "A" responde por homicídio consumado.

Homicídio "privilegiado" (causa especial de diminuição de pena)

1) Hipóteses (art. 121, § 1º, CP)

a) Motivo de relevante valor social (atender a interesses da coletividade)

b) Motivo de relevante valor moral (atender intresses particulares)


76

c) Homicídio emocional (domínio de violenta emoção + Reação imediata + injusta


provocação da vítima)

3.6- Consumação e tentativa

 92- Sobre tentativa e consumação, assinale a alternativa correta:

a) A teoria objetiva formal não considera o dolo para definir o início de realização da
ação típica, ao contrário da teoria objetiva material, que considera o dolo na formulação
do critério da situação de perigo direto para o bem jurídico, determinante para definição
do início da realização da ação típica.

b) A teoria objetiva individual possui uma dimensão objetiva e uma dimensão subjetiva,
esta última constituída a partir do plano do autor.

c) A desistência voluntária é compatível com a tentativa acabada e o arrependimento


eficaz é compatível com a tentativa inacabada.

d) No transcorrer da realização de atos executivos do crime de furto em residência, o


autor A percebe a chegada da polícia e, ao considerar a possibilidade de ser preso em
flagrante, abandona o local sem consumar o furto, o que caracteriza a desistência
voluntária.

e) A tentativa inidônea é impunível, por ineficácia absoluta do meio ou impropriedade


absoluta do objeto, mas o denominado delito de alucinação, que contempla situações de
erro de proibição ao contrário, admite hipóteses de punição.

Gabarito B

a) ERRADA. A teoria objetiva formal não considera o dolo para definir o início de
realização da ação típica, ao contrário da teoria objetiva material, que considera o dolo
na formulação do critério da situação de perigo direto para o bem jurídico, determinante
para definição do início da realização da ação típica. 

A teoria objetivo formal tanto quanto a objetivo material NÃO CONSIDERAM o


DOLO como critério para definir o início da realização típica. Elas se concentram na
exteriorização dos atos do agente buscando aferir se os elementos objetivos do tipo
penal foram realizados, ou ao menos iniciados, no caso concreto.

 b)CORRETO. A teoria objetiva individual possui uma dimensão objetiva e uma


dimensão subjetiva, esta última constituída a partir do plano do autor.

Na dimensão objetiva verifica-se se o agente realizou ou iniciou os elementos


constantes do tipo penal, enquanto na dimensão individual busca-se determinar qual o
plano do autor e em que medida o realizou.

 c)ERRADO. A desistência voluntária é compatível com a tentativa acabada e o


arrependimento eficaz é compatível com a tentativa inacabada.
77

 A desistência voluntária é INCOMPATÍVEL com a tentativa acabada uma vez que


nesta última o agente ESGOTOU todos os meios que estavam a sua disposição para
execução de seu desiderato, ao passo que na desistência voluntária o agente dispunha de
meios, mas voluntariamente decide por não prosseguir.

 d)ERRADO. No transcorrer da realização de atos executivos do crime de furto em


residência, o autor A percebe a chegada da polícia e, ao considerar a possibilidade de ser
preso em flagrante, abandona o local sem consumar o furto, o que caracteriza a
desistência voluntária.

 Ao perceber que a polícia chegava no local, o agente que perpetrava o delito interrompe
os atos por razões alheias a sua vontade. Portanto, caracterizada a tentativa, e não
desistência voluntária ( o elemento VOLUNTARIEDADE não está presente para
configuração desta ).

 e)ERRADO. A tentativa inidônea é impunível, por ineficácia absoluta do meio ou


impropriedade absoluta do objeto (correto até aqui), mas o denominado delito de
alucinação, que contempla situações de erro de proibição ao contrário, admite hipóteses
de punição. 

 O delito de alucinação é o considerado FALSO DELITO, ou seja, o agente acredita que


seu comportamento é criminoso, mas não é. Há, em verdade, ATIPICIDADE da
conduta, portanto, não há que se falar em crime, tampouco se admitirão hipóteses de
punição.

93- Austregésilo, verbalizando seu animus necandi, aponta uma arma de fogo
municiada para Aristóteles. Este, todavia, consegue entrar em luta corporal com
Austregésilo, apossando-se da arma de fogo antes do acionamento do gatilho.
Considerando o caso proposto, é correto afirmar que:

a) pela teoria objetivo-subjetiva, a conduta não saiu da esfera dos atos preparatórios, já
que o não acionamento do gatilho faz com que se pressuponha a inexistência de vontade
de realização do tipo.

b) pela teoria subjetiva, só haverá tentativa de homicídio se a ação foi representada pelo
autor como executiva.

c) pela teoria objetiva individual, há homicídio, na forma tentada, independentemente


do plano do autor.

d) pela teoria objetiva formal, há homicídio, na forma tentada.

e) pela teoria objetiva material, a conduta não saiu dos atos preparatórios concernentes
ao homicídio.

Gabarito B

Teorias objetivas:
78

a. Teoria objetivo-formal – Se inicia com a realização do verbo do tipo. Enquanto o


agente não pratica o verbo do tipo, é mero ato preparatório

b.Teoria objetivo-material – A execução é iniciada com o ultimo ato inequívoco antes


da realização do verbo. Ex: “Eu vou te matar: 3, 2, 1...”

c.Teoria objetivo-individual – Para verificar o momento da execução, deverá ser


observado o plano individual do autor.

d. Teoria subjetiva  - confunde os atos preparatórios com os atos de execução, o início


da execução, para essa teoria, ocorrerá sempre que o agente ativo pratica atos
demonstrando sua intenção de lesar o bem jurídico (como no exemplo da questão que
Astregésilo, com animus necandi, apontou a arma para a vítima).

94- Em tema de tentativa, a frase: “o fundamento de punibilidade do delito tentado


reside na periculosidade objetiva da ação capaz de produzir um resultado delitivo”
refere-se à:
a) Teoria moderna do perigo;
b) Teoria antiga do perigo;
c) Teoria subjetiva;
d) Teoria da impressão;
e)Teoria subjetiva-objetiva.
Gabarito B
Em tema de tentativa, a frase: “o fundamento de punibilidade do delito tentado reside na
periculosidade objetiva da ação capaz de produzir um resultado delitivo” refere-se à:

a) Teoria moderna do perigo; APRESENTADA POR VON LISZT. DEVEM SER


LEVADAS EM CONSIDERAÇÃO AS CIRCUNSTANCIAS GERALMENTE
CONHECÍVEIS OU CONHECIDAS PELO AUTOR NO MOMENTO DO ATO DE
EXECUÇÃO, DEVENDO O JULGADOR FAZER UMA APRECIAÇÃO EX ANTE.

b) Teoria antiga do perigo; FEUERBACH AFIRMAVA QUE O FUNDAMENTO


DA PUNILIBILIDADE RESIDE NA PERICULOSIDADE OBJETIVA DA AÇÃO
CAPAZ DE PRODUZIR O RESULTADO DELITIVO.
TRATA-SE DE UM TESE OBJETIVA QUE FUNDAMENTA PUNIBILIDADE DA
TENTATIVA NO PERIGO PARA O BEM JURÍDICO PROTEGIDO.

c) Teoria subjetiva;BASEIA A TENTATIVA NA VONTADE CONTRARIA AO


DIREITO REVELADA PELO AGENTE QUANDO TENTA REALIZAR O DELITO.

d) Teoria da impressão; ATRIBUÍDA A HORN, MAIS ACEITA ATUALMENTE,


EM ESPECIAL PELO DIREITO EUROPEU, QUE JUSTIFICA A PUNIBILIDADE
DA TENTATIVA EM FUNÇAO DA IMPRESSÃOPROVOCADA PELA CONDUTA
DO AGENTE. A CONDUTA QUE PRODUZ NA COMUNIDADE UMA
79

IMPRESSÃO DE AGRESSÃO AO DIREITO, PREJUDICANDO SUA VALIDADE


NA CONSCIENCIA HUMANITÁRIA, POR SER PERIGOSA, É MERECEDORA DE
CASTIGO.

e) Teoria subjetiva-objetiva. A PUNIBILIDADE DA TENTATIVA SE


JUSTIFICARIA PELA PERICULOSIDADE MANIFESTADA PELO AUTOR AO
EXPRESSAR SUA INTENÇAO.

3.7- Desistência voluntária e arrependimento eficaz

95- Insatisfeito com o comportamento de seu empregador Juca, Carlos escreve


uma carta para a família daquele, afirmando que Juca seria um estelionatário e
torturador. Lacra a carta e a entrega no correio, adotando todas as medidas para
que chegasse aos destinatários. No dia seguinte, porém, Carlos se arrepende de seu
comportamento e passa a adotar conduta para evitar que a carta fosse lida por
qualquer pessoa e o crime consumado. Carlos vai até a casa de Juca, tenta retirar a
carta da caixa do correio, mas vê o exato momento em que Juca e sua esposa
pegam o envelope e leem todo o escrito. Ofendido, Juca procura seu advogado e
narra o ocorrido.
Considerando a situação apresentada, o advogado de Juca deverá esclarecer que a
conduta de Carlos configura crime de:
a) injúria, consumado;
b) tentativa de injúria, pois houve arrependimento eficaz, devendo Carlos responder
apenas pelos atos já praticados;
c) tentativa de calúnia, pois houve desistência voluntária, devendo Carlos responder
apenas pelos atos já praticados;
d) tentativa de calúnia, pois houve arrependimento eficaz, devendo Carlos responder
apenas pelos atos já praticados;
e) calúnia, consumado.
Gabarito A

Vou tentar ajudar os colegas, pois vejo que alguns confundem as titulações.

Calúnia Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como
crime:

Aqui se protege a honra objetiva, ou seja, a reputação, o que as outras pessoas pensam
de mim.

Para sua configuração há a necessidade de imputação de um contexto fático,


sabidamente falso, no qual me seja imputado um crime, como por exemplo:
80

João diz, sabendo ser mentiroso, que eu assaltei o bando do brasil às duas horas da tarde
de ontem.

Difamação Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:

Aqui se protege a honra objetiva, ou seja, a reputação, o que as outras pessoas pensam
de mim. A diferença entre difamação e calúnia é que a calúnia protege a honra objetiva
com relação à imputação de crimes, enquanto que na difamação protege contra
imputação de contravenções penais ou fatos desonrosos, pouco importando se
verdadeiro ou falso, como por exemplo:

João diz que eu comando e organizo o jogo de bicho em minha residência.

Ou

João diz que eu me prostituo todos os dias em minha residência.

Injúria Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:

Aqui se protege a honra subjetiva, ou seja, o que eu penso sobre mim. Aqui não há a
necessidade de imputação de fato determinado, mas apenas a imputação de qualidade
negativa, como por exemplo.

João diz que sou ladrão;

João diz que sou bicheiro;

João diz que sou prostituto.

Percebam aqui que não há imputação de um fato, mas sim a imputação de uma
qualidade negativa.

96- Um indivíduo de dezenove anos de idade, livre, consciente e capaz, dirigiu-se a


uma joalheria com a intenção de praticar furto. Na loja, passou-se por cliente e
pediu a uma vendedora para ver algumas peças. Enquanto via as joias,
aproveitando-se de um descuido da vendedora, o indivíduo colocou um colar de
ouro em seu bolso e, em seguida, saiu da loja, sem nada ter comprado. Trinta
minutos depois, ele retornou à loja e devolveu a joia, incentivado por sua mãe.
Apesar disso, o gerente, representando a joalheria, decidiu registrar boletim de
ocorrência sobre o fato em uma delegacia de polícia, e o homem foi indiciado por
furto simples. Após o término do inquérito policial, o Ministério Público denunciou
o acusado por furto simples. A denúncia foi recebida pelo juízo competente quatro
anos e seis meses depois da prática do delito, com a determinação da citação do
acusado.
Nesse caso, é possível o reconhecimento de
a) arrependimento eficaz.
b) desistência voluntária.
81

c) prescrição da pretensão punitiva.


d) tentativa de furto.
e) crime oco.
Gabarito C

O candidato deveria saber que...

1) a pena máxima do furto simples é de 4 anos (art. 155 do CP)

2) A prescrição para a pena máxima de 4 anos é de 8 anos (art. 109, IV do CP)

3) O agente, na data da prática do fato, era menor de 21 anos. Portanto, a prescrição será
reduzida pela metade (art. 115 do CP), ou seja, ficará em 4 anos.

4) O termo inicial da prescrição do furto é o dia em que o crime se consumou (art. 111, I
do CP), que, pela teoria da Amotio (apprehensio), ocorreu no momento da inversão da
posse da coisa para o poder do agente.

5) O fato de ter devolvido 30 minutos depois do cometimento do fato configura apenas


arrependimento posterior, à luz do art. 16 do CP.

6) Portanto, entre a data da consumação do delito (art. 111, I do CP) e a data do


recebimento da denúncia (art. 117, I do CP), ocorreu a prescrição da pretensão punitiva
do estado (art. 109 do CP), posto que já se passaram 4 anos e 6 meses do cometimento
do delito. Vale ressaltar que não houve ainda trânsito em julgado da sentença
condenatória, sendo regulada a prescrição pela pena máxima cominada ao delito.

97- Sobre a etapas de realização da infração penal, marque a alternativa correta:


a) Em determinadas infrações penais o exaurimento constitui etapa do iter criminis.
b) Os atos executórios precisam ser idôneos e inequívocos, não se exigindo, porém, sua
simultaneidade.
c) A resolução do agente, no que diz respeito ao dolo, não são coincidentes na tentativa
e na consumação.
d) O arrependimento eficaz é incompatível com crimes formais ou de mera conduta.
Gabarito D

A - Errada. A banca levou em conta a posição de parte da doutrina. Outra parte da


doutrina considera que o caminho do crime é composto de cogitação, atos preparatórios,
atos executórios, consumação e exaurimento (5 etapas). Aprendi de acordo com essa
última posição (Rogério Greco e Fábio Roque), daí porque considerei correta a
assertiva. Havendo controvérsia doutrinária, passível de anulação.

 B - Errada. Os atos executórios devem, a um só tempo, ser idôneos e inequívocos. 


82

C - Errada. As teoria subjetiva e objetiva trabalham as modalidades tentada e


consumada de crime. Quanto à tentativa e à consumação, o elemento subjetivo é
perfeito (dolo), mas na tentativa o elemento objetivo (o resultado) é imperfeito. Logo, o
dolo (elementos subjetivo) coincide (é perfeito) tanto na consumação quanto na
tentativa.

D - Correta. O arrependimento eficaz (ponte de ouro) consiste no impedimento do


resultado pelo agente, após este ter completada execução do crime. Ocorre que os
crimes formais e de mera conduta se consumam mesmo que não haja resultado
naturalístico. Logo, o arrependimento eficaz seria inócuo do ponto de vista da
consumação, pois o crime formal e de mera conduta não exigem o resultado
naturalístico. 

98- Quando o partícipe instiga outrem a praticar um crime de homicídio, mas


durante a execução do ataque tenta impedir que o resultado se produza, mas não
consegue, pode-se dizer que, consequentemente:
a) É reconhecível a co-autoria.
b) É reconhecível a desistência voluntária.
c) É reconhecível o arrependimento posterior.
d) É reconhecível o arrependimento eficaz.
e) É reconhecível a participação de menor importância.
Gabarito E
" Quando o partícipe instiga outrem a praticar um crime de homicídio, mas durante a
execução do ataque tenta impedir que o resultado se produza, mas não consegue, pode-
se dizer que, consequentemente "
É reconhecida a participação de menor importância, pois não conseguiu evitar o crime.
Desistência voluntária e arrependimento eficaz
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede
que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
Arrependimento posterior
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o
dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato
voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
DO CONCURSO DE PESSOAS
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um
sexto a um terço.
83

§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á


aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido
previsível o resultado mais grave.
99- Assinale a opção correta a respeito dos institutos da desistência voluntária, do
arrependimento eficaz e do arrependimento posterior.
a) A voluntariedade e a espontaneidade da interrupção da execução do crime são
requisitos caracterizadores fundamentais das hipóteses de desistência voluntária.
b) Conforme previsto no CP, a consequência penal do arrependimento eficaz é a mesma
do arrependimento posterior.
c) Caso a restituição da coisa ou a reparação do dano se dê até o recebimento da
denúncia, configurar-se-á o arrependimento posterior. Caso se dê após o recebimento da
denúncia e até a sentença, a restituição ou reparação será considerada circunstância
atenuante.
d) No arrependimento posterior, o agente pratica todos os atos executórios, e,
arrependido, assume nova conduta, visando impedir que o resultado inicialmente
almejado se concretize.
e) De acordo com o artigo pertinente do CP, a restituição da coisa, quando cabível e
desde que feita até o recebimento da denúncia, é condição indispensável para a redução
da pena em razão do arrependimento posterior, mas a recusa do ofendido em receber a
coisa de volta inviabilizará a referida causa de diminuição da pena.
Gabarito C

A) ERRADA: Embora se exija que o agente desista de forma voluntária (por sua
própria vontade), não se exige que a vontade de desistir parta do agente
(espontaneidade), podendo o agente desistir da execução, por exemplo, em razão das
súplicas da vítima.

B) ERRADA: No arrependimento eficaz (art. 15 do CP) o agente responde apenas


pelos atos já praticados, pois o resultado não ocorre. No arrependimento posterior há um
crime perfeito e acabado, consumado. Contudo, em razão da conduta do agente, a Lei
prevê uma causa de diminuição de pena, que varia de um a dois terços, nos termos do
art. 16 do CP.

C) CORRETA: O item está correto, mas merece ressalvas. De fato, a restituição da


coisa ou a reparação do dano, até o recebimento da denúncia, configura o
arrependimento posterior, e caso se dê após o recebimento da denúncia, mas antes da
sentença, será considerada circunstância atenuante. Entretanto, em relação ao
arrependimento posterior, o instituto só é aplicável aos crimes cometidos sem violência
ou grave ameaça à pessoa, nos termos do art. 16 do CP, uma ressalva que a questão
não faz. Assim, caberia a anulação da questão.

D) ERRADA: Item errado, pois tal definição corresponde à figura do arrependimento


EFICAZ, não do arrependimento posterior, nos termos do art. 15 do CP.
84

E) ERRADA: Item errado, pois a eventual recusa do ofendido em receber a coisa de


volta NÃO inviabilizará a aplicação da causa de diminuição da pena, já que o infrator
fez sua parte.

Porém, cabe recurso com vistas à anulação da questão, já que o item C, dado como
correto, omite uma informação relevante para a resolução da questão.

3.8- Tipicidade conglobante

100- Sobre tipicidade, considere as afirmações abaixo.


I - Tipicidade conglobante (antinormatividade) é a comprovação de que a conduta
legalmente típica está também proibida pela norma, o que se obtém desentranhando o
alcance dessa norma proibitiva conglobada com as demais disposições do ordenamento
jurídico.
II - Tipicidade legal é a individualização que a lei faz da conduta, mediante o conjunto
dos elementos descritivos e valorativos (normativos) de que se vale o tipo legal.
III - Tipicidade, para a teoria indiciária, é uma presunção iuris et iuris da normatividade
da licitude.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
Gabarito D

I - Tipicidade conglobante (antinormatividade) é a comprovação de que a conduta


legalmente típica está também proibida pela norma, o que se obtém desentranhando o
alcance dessa norma proibitiva conglobada com as demais disposições do ordenamento
jurídico. (CORRETO)

A proposta da teoria da tipicidade conglobante é harmonizar os diversos ramos do


Direito, partindo-se da premissa de unidade do ordenamento jurídico. Para se concluir
pela tipicidade penal da conduta causadora de um resultado, é imprescindível verificar
não apenas a subsunção formal fato/tipo e a relevância da lesão ou perigo de lesão, mas
também se o comportamento é antinormativo, leia-se, não determinado ou incentivado
por qualquer ramo do Direito.

II - Tipicidade legal é a individualização que a lei faz da conduta, mediante o conjunto


dos elementos descritivos e valorativos (normativos) de que se vale o tipo legal.
(CORRETO)
85

É preciso diferenciar “tipo” e “tipicidade”. Tipo pertence à norma penal/ à lei. Já


tipicidade se refere à conduta, sua individualização. O “tipo” penal retrata modelo de
conduta proibida pelo ordenamento jurídico-penal. Na descrição do comportamento
típico, vale-se o legislador de elementos objetivos e subjetivos. Os primeiros estão
relacionados aos aspectos materiais e normativos do delito, enquanto os segundos,
relacionados à finalidade especial que anima o agente.

Os elementos objetivos podem ser classificados em: a) elementos objetivos descritivos:


descrevem os aspectos materiais da conduta (objetos, tempo, lugar, forma de execução
etc). São elementos que não dependem de valoração para a inteligência do seu
significado; b) elementos objetivos normativos: são caracterizados como elementos cuja
compreensão passa pela realização de um juízo de valor (“coisa alheia”, “justa causa”,
“decoro”, “pudor”).

III - Tipicidade, para a teoria indiciária, é uma presunção iuris et iuris da


normatividade da licitude. (INCORRETO)

Dentre as teorias que analisam a relação entre a tipicidade e ilicitude estão:

a) Teoria da autonomia ou absoluta independência ou do tipo avalorado: defendida por


Beling, para esta teoria a tipicidade não tem qualquer relação com a ilicitude. Primeiro
se comprova o fato típico para, em momento posterior, demonstrar a ilicitude;

b) Teoria da indiciariedade ou da “ratio cognoscendi”: idealizada por Mayer, entende


que a existência do fato típico gera presunção relativa (“iuris tantum”) de que
também é ilícito, podendo demonstrar causa excludente da ilicitude. A teoria é
majoritária.

c) Teoria da absoluta dependência ou “ratio essendi”: encampada por Mezger, cria o


conceito de tipo total do injusto, levando a ilicitude para o campo da tipicidade.

101- Assinale a alternativa correta.


a) Norma penal em branco é aquela cujo preceito secundário do tipo penal é
estabelecido por outra norma legal, regulamentar ou administrativa.
b) A teoria da imputação objetiva consiste em destacar o resultado naturalístico como
objeto do bem jurídico penalmente tutelado.
c) Da Constituição Federal de 1988 pode-se extrair a garantia à sociedade pela aplicação
do princípio da não fragmentariedade, consistente na proteção de todos os bens jurídicos
e proteção dos interesses jurídicos.
d) O Código Penal Brasileiro adotou a teoria do resultado para aferição do tempo do
crime, conforme se depreende do art. 4o do mencionado Código.
e) A tipicidade conglobante é um corretivo da tipicidade legal, posto que pode excluir
do âmbito do típico aquelas condutas que apenas aparentemente estão proibidas.
Gabarito E
86

Norma penal em branco é aquela cujo preceito secundário do tipo penal é estabelecido
por outra norma legal, regulamentar ou administrativa. (FALSO)

"Definição da conduta criminosa reclama complementação, seja por outra lei, seja por
ato da Administração Pública. O seu preceito secundário é completo, o que não se
verifica no tocante ao primário, carente de implementação."

Preceito primário: consiste na descrição da conduta proibida.

Preceito secundário: consiste na sanção penal

b)A teoria da imputação objetiva consiste em destacar o resultado naturalístico como


objeto do bem jurídico penalmente tutelado.(FALSO)

A função da imputação objetiva é limitar a responsabilidade penal (seria mais correto


"teoria da não imputação objetiva"). Somente é aplicável ao crimes materiais, nos quais
pode ser produzido um resultado naturalístico.

De acordo com a teoria, não basta a relação de causalidade para imputação do resultado,
devendo estar presentes: 1) A criação ou aumento de um risco. 2) O risco criado deve
ser proibido pelo direito. 3) O risco foi realizado no resultado

c)Da Constituição Federal de 1988 pode-se extrair a garantia à sociedade pela aplicação
do princípio da não fragmentariedade, consistente na proteção de todos os bens jurídicos
e proteção dos interesses jurídicos.(FALSO)

O princípio da fragmentariedade estabelece que nem todos os ilícitos configuram


infração penal, mas apenas os que atentam contra valores fundamentais para a
manutenção e o progresso do se humano e da sociedade. Em resumo,  todo ilícito penal
será também ilícito perante os demais ramos do Direito, mas a recíproca não é
verdadeira.

d)O Código Penal Brasileiro adotou a teoria do resultado para aferição do tempo do
crime, conforme se depreende do art. 4o do mencionado Código.(FALSO)

"LUTA" = Lugar - Ubiquidade ; Tempo - Atividade

e)A tipicidade conglobante é um corretivo da tipicidade legal, posto que pode excluir do


âmbito do típico aquelas condutas que apenas aparentemente estão proibidas.(Certo)

Tipicidade penal = tipicidade legal(adequação à fórmula  legal do tipo) + tipicidade


conglobante (antinormatividade)
Obs.: o enunciado da assertiva foi retirado "ipsis litteris"  do seguinte julgado: HC
126273, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, julgado em 12/02/2015 
102- Assinale a alternativa com o nome e a nacionalidade do principal defensor da
teoria da tipicidade conglobante.
a) Nilo Batista, brasileiro.
b) Luigi Ferrajoli, italiano.
87

c) Kai Ambos, alemão.


d) Klaus Tiedemann, alemão.
e) Eugenio Raúl Zaffaroni, argentino.
Gabarito E

Criada pelo penalista argentino Eugenio Raúl Zaffaroni, essa teoria sustenta que
todo fato típico se reveste de antinormatividade, pois, muito embora o agente atue
em consonância com o que está descrito no tipo incriminador, na verdade contraria a
norma, entendida como o conteúdo do tipo legal.

O nome “conglobante” deriva da necessidade de que a conduta seja contrária ao


ordenamento jurídico em geral, conglobado, e não apenas ao Direito Penal. Não
basta a violação da lei penal. Exige-se a ofensa a todo o ordenamento jurídico. Em
suma, para a aferição da tipicidade reclama-se a presença da antinormatividade.

Assim, ou o fato praticado pelo agente, contrário à lei penal, desrespeita todo o
ordenamento normativo, e há tipicidade, ou, ainda que em desconformidade com a lei
penal, esteja em consonância com a ordem normativa, e ausente estará a tipicidade.

Para essa teoria, a tipicidade penal resulta da junção da tipicidade legal com a
tipicidade conglobante: tipicidade penal = tipicidade legal + tipicidade
conglobante.

Tipicidade legal (adequação à fórmula legal do tipo) é a individualização que a lei faz
da conduta, mediante o conjunto dos elementos objetivos e normativos de que se vale o
tipo penal. Já a tipicidade conglobante (antinormatividade) é a comprovação de que a
conduta legalmente típica está também proibida pela norma, o que se afere separando o
alcance da norma proibitiva conglobada com as demais normas do sistema jurídico.

103- Segundo a teoria da tipicidade conglobante proposta por Eugenio Raúl


Zaffaroni, quando um médico, em virtude de intervenção cirúrgica cardíaca por
absoluta necessidade corta com bisturi a região torácica do paciente, é CORRETO
afirmar que
a) responde pelo crime de lesão corporal.
b) não responde por nenhum crime, pois está albergado pela causa de exclusão de
ilicitude do exercício regular de direito.
c) não responde por nenhum crime, carecendo o fato de tipicidade, já que não podem ser
consideradas típicas aquelas condutas toleradas ou mesmo incentivadas pelo
ordenamento jurídico.
d) não responde por nenhum crime, pois estará agindo em erro de tipo provocado por
terceiro.
e) não responde por nenhum crime, pois está albergado pela causa de exclusão de
ilicitude do estado de necessidade.
Gabarito C
88

104- A assertiva: “a conduta expressa e previamente consagrada como um direito


ou um dever será sempre atípica, pouco importando a subsunção formal ao tipo”,
está relacionada com:
a) A tipicidade concreta;
b) O erro de tipo;
c) O erro de proibição;
d) A tipicidade conglobante;
e) O erro de tipo permissivo.
Gabarito D

3.9- Erro do tipo essencial

105- Sobre modalidades de erro, assinale a alternativa incorreta:


a) Segundo a teoria limitada da culpabilidade, o erro de proibição indireto (ou erro de
permissão), se evitável, não isenta de pena, mas pode reduzir a culpabilidade do agente.
b) O erro de mandado pode recair sobre o dever jurídico especial de agir, que
fundamenta a omissão imprópria, e, se evitável, não isenta de pena, mas pode reduzir a
culpabilidade do agente.
c) Ao subtrair frutas de chácara alheia, a criança A sofre lesões corporais graves por
disparo certeiro de arma de fogo realizado por B, proprietário da chácara, que supõe
plenamente justificada a sua ação: trata-se de modalidade de erro de proibição direto,
incidente sobre a existência da lei penal que, se evitável, reduz a culpabilidade do
agente.
d) Segundo a teoria limitada da culpabilidade, o estado de necessidade putativo constitui
modalidade de erro de tipo permissivo, que incide sobre os pressupostos fáticos da
causa de justificação e recebe tratamento jurídico equiparado ao erro de tipo: se
inevitável, exclui o dolo e o próprio crime, e se evitável, admite punição a título de
culpa, se prevista em lei.
e) O excesso de legítima defesa real pode ser determinado por erro de representação
sobre a intensidade da agressão (excesso intensivo) ou sobre a atualidade de agressão
(excesso extensivo).
Gabarito C

São espécies de erro de proibição:

Erro de proibição direto

No erro de proibição direto o agente se equivoca quanto ao conteúdo de uma norma


proibitiva, ou porque ignora a existência do tipo incriminador, ou porque não conhece
completamente o seu conteúdo, ou porque não entende o seu âmbito de incidência.
89

Exemplo: holandês, habituado a consumir maconha no seu país de origem, acredita ser
possível utilizar a mesma droga no Brasil, equivocando-se quanto ao caráter proibido da
sua conduta.

Erro de proibição indireto

No erro de proibição indireto (descriminante putativa por erro de proibição) o agente


sabe que a conduta é típica, mas supõe presente uma norma permissiva, ora supondo
existir uma causa excludente da ilicitude, ora supondo estar agindo nos limites da
descriminante.

Exemplo: “A”, traído por sua mulher, acredita estar autorizado a matá-la para defender
sua honra ferida.

106- Um cidadão americano residente no Estado da Califórnia, onde o uso


medicinal de Cannabis é permitido, vem ao Brasil para um período de férias em
Santa Catarina e traz em sua bagagem uma certa quantidade da substância,
conforme sua receita médica. Ao ser revistado no aeroporto é preso pelo delito de
tráfico internacional de drogas. Neste caso, considerando-se que seja possível a não
imputação do crime, seria possível alegar erro de:
a) proibição indireto.
b) tipo permissivo.
c) proibição direto.
d) tipo.
e) subsunção.
Gabarito A
107- Em relação ao direito penal, quanto ao erro, marque a alternativa
CORRETA.
a) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime não exclui o dolo, mas
permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
b)É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe
situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Há isenção de pena quando o
erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.
c) Não responde pelo crime o terceiro que determina o erro.
d) O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado isenta de pena.
e) O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se
inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um
terço).
Gabarito E

a) ERRADO
90

O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime não exclui o dolo, mas permite
a punição por crime culposo, se previsto em lei. 

Erro sobre elementos do tipo 

        Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo,
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.

b) ERRADO

É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe
situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Há isenção de pena quando o
erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.

 Descriminantes putativas 

        § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias,
supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena
quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.

c) ERRADO

Não responde pelo crime o terceiro que determina o erro.

   Erro determinado por terceiro 

        § 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.

d) ERRADO

O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado isenta de pena. 

Erro sobre a pessoa 

        § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena.
Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da
pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.

e) CERTO

O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável,


isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço). 

Erro sobre a ilicitude do fato 

        Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato,


se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.

108- Mévio, lenhador, está trabalhando já há mais de 12 horas cortando árvores


com seu afiado machado. Quando passa para a árvore seguinte, sofrendo uma
91

ilusão de ótica pelo seu cansaço, confunde as pernas de seu amigo Lupércio com o
tronco de uma árvore, desferindo contra ele vigoroso golpe de machado,
lesionando-o. Neste caso, pode-se dizer que Mévio agiu:
a)Em estado de erro de proibição psiquicamente condicionado;
b) Em estado de erro de tipo psiquicamente condicionado;
c) Em estado de erro de proibição indireto;
d) Em estado de erro de tipo permissivo;
e) Com dolo eventual.
Gabarito B

ERRO DE TIPO - O agente NÃO SABE O QUE FAZ. Ou seja, não sabe que está
desferindo o tiro em seu amigo. Sai de uma festa carregando um guarda-chuva pensando
que era seu, mas na verdade era de outrem.

ERRO DE PROIBIÇÃO - O agente SABE O QUE ESTÁ FAZENDO, mas ignora ser
proibido. Nesse caso temos o famoso exemplo do estrangeiro que vem para o Brasil, usa
maconha, sem saber que aqui é proibido (já que em seu país de origem o uso é legal).

109- Acerca das questões de tipicidade, ilicitude (ou antijuridicidade) e


culpabilidade, bem como de suas respectivas excludentes, assinale a opção correta.
a) A inexigibilidade de conduta diversa e a inimputabilidade são causas excludentes de
ilicitude.
b) O erro de proibição é causa excludente de ilicitude.
c) Há excludente de ilicitude em casos de estado de necessidade, legítima defesa, em
estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular do direito.
d) Há excludente de tipicidade em casos de estado de necessidade, legítima defesa,
exercício regular do direito e estrito cumprimento do dever legal.
e) A inexigibilidade de conduta diversa e a inimputabilidade são causas excludentes de
tipicidade.
Gabarito C

a) ERRADA - A inexigibilidade de conduta diversa e a inimputabilidade são causas


excludentes de culpabilidade.

 b) ERRADA - O erro de proibição é causa excludente de culpabilidade.

 c) CORRETA- Há excludente de ilicitude em casos de estado de necessidade, legítima


defesa, em estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular do direito. Art.
23 do CP.
92

 d) ERRADA - Há excludente de ilicitude ou antijuridicidade em casos de estado de


necessidade, legítima defesa, exercício regular do direito e estrito cumprimento do
dever legal.

 e) ERRADA - A inexigibilidade de conduta diversa e a inimputabilidade são causas


excludentes de culpabilidade.

110- O erro sobre elementos constitutivos do tipo penal, essencial ou acidental, em


todas as suas formas, exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se
previsto em lei.
Gabarito ERRADO

Erro de tipo essencial: recai sobre elementares ou circunstâncias do tipo, sem as quais o


crime não existiria.

Erro de tipo acidental: recai sobre circunstâncias acessórias, secundárias da figura


típica. Não versa sobre os elementos ou circunstâncias do crime, incidindo sobre dados
acidentais do delito ou sobre a maneira de sua execução. O erro acidental não exclui o
dolo.

110- João, caçador, encontrava-se à noite em uma selva muito densa quando, de
repente, avista um vulto vindo em sua direção, prontamente dispara sua
espingarda em direção ao que na sua suposição seria um animal feroz, atingindo a
sua mira. Todavia, ao verificar que animal teria atingido, constata que, na
verdade, se tratava de um caçador que passava pelo local, tendo-lhe lesionado. A
conduta do caçador configura:
a) Erro de tipo essencial escusável, respondendo o caçador pelo delito de lesão corporal
culposa.
b) Erro sobre a pessoa, não isentando o caçador de pena.
c) Erro de tipo essencial escusável, que exclui o dolo e a culpa, não respondendo o
caçador pelo delito de lesão corporal.
d) Aberractio ictus.
Gabarito C

Erro de tipo (PEGAR DE VEZ)

Pode ser: essencial ou acidental

a) essencial: O agente se equivoca quanto à situação fática, ele pressupõe uma situação
que se existisse tornaria sua conduta legítima, ele nem ao menos sabe que está
praticando um crime. Recai sobre as elementares do fato típico, se ele souber que sua
conduta é criminosa, ele cessa a atividade na mesma hora. pode ser:
93

a1) Escusável: Que se pode desculpar, perdoável - exclui dolo e culpa. Aqui, mesmo


que tivesse agido com diligência, teria cometido o erro, o homem médio também teria
cometido esse erro.

a2) Inescusável: Não se pode desculpar, se tivesse agido com diligência e cuidado teria
percebido seu erro, responde a título de culpa se previsto no tipo penal praticado.

b) acidental: O agente sabe que está cometendo um crime, continuaria em conduta


criminosa, e ajustaria sua conduta para o resultado pretendido se soubesse que está em
erro, pois ele quer o resultado típico - não exclui nem dolo, nem culpa. 

b1) Error in persona: Se equivoca quanto à pessoa que quer acertar, responde como


se tivesse atingido a vítima virtual e não a que de fato atingiu.

b1.1) Error in objeto:  A quer furtar um relógio de ouro, mas rouba um relógio de
latão, irá responder por furto do mesmo jeito. 

b2) Aberratio ictus: Erro no uso dos meios ou acidente erra o objeto, não tem
habilidade o suficiente para usar uma arma por exemplo, ai quer matar A, e acerta B -
Se acertar A e B responderá por concurso formal.

b3) Aberratio causae ou dolo sucessivo: Erro no nexo causal. Supõe ter conseguido o
resultado criminoso pretendido através de um meio, mas causou o resultado atráves de
outra conduta; Ex: Quer matar B com um tiro, pensa que matou, ai atira B do penhasco
para se livrar do corpo, mas B morre da queda.

b4) Aberratio criminis: Quer acertar determinado bem jurídico, mas acerta


outro. Ex1: Quero danificar o carro, jogo uma pedra, mas acerto a pessoa ao invés do
carro, causando lesões, vou responder por lesões culposas, não seria justo responder por
tentativa de dano, que nem sequer existe. Ex2: Quero lesionar uma pessoa, mas acerto
uma planta, vou responder por tentativa de lesão corporal. A conduta mais grave irá
absorver a conduta menos grave.

Hipótese 1: A quer acertar o carro, mas acerta o carro e uma pessoa, o crime de dano
será absorvido pelo crime de lesão.

Hipótese 2: A quer acertar pessoa, mas acerta o carro, tentativa de lesão ou de
homicídio a depender do caso concreto.

Hipótese 3: Se além do resultado pretendido ocorrer outro resultado o agente


responderá em concurso formal.

4- Antijuricidade
4.1- Noções Gerais

111- Ensina a doutrina que na relação entre a tipicidade e a ilicitude a existência


do fato típico gera uma presunção relativa de que também é ilícito. Esta teoria,
94

adotada pelo Código Penal e pela doutrina majoritária brasileira, é chamada de


teoria:
a) Da autonomia.
b) Da indiciariedade.
c) Da absoluta dependência.
d) Dos elementos negativos do tipo.
Gabarito B

Teorias que relacionam fato típico e ilicitude:

·Teoria da absoluta independência/da autonomia: Entre fato típico e ilicitude não


existe nenhuma relação. Ao determinar que existe o fato típico, não há aí nenhum
indicativo ou relevância para a caracterização ou não da ilicitude. Excluída a ilicitude, o
fato permanece típico.

·Teoria da indiciariedade/Relativa dependência ou Ratio Cognoscendi: TEORIA


ADOTADA NO BRASIL. A existência do fato típico gera uma presunção (relativa) de
ilicitude. Há uma relativa dependência entre os dois substratos. Então, quando o fato é
típico, presume-se que também é ilícito. Excluída a ilicitude, o fato permanece típico,
porém, a existência do fato típico gera indícios de
ilicitude.                                                                                                                   
Exemplo: João mata José. Automaticamente se presume que João cometeu crime, a não
ser que ele consiga provar que estava amparado em alguma causa de excludente de
ilicitude.

            OBS: Na teoria da indiciariedade, inverte-se o ônus da prova. Ou seja, cabe ao


réu comprovar a causa de excludente de ilicitude. Então, quando o réu pratica um fato
típico, cabe a ele provar se está amparado em alguma das causas de excludente de
ilicitude (Já que quando pratica o fato típico, a ilicitude é presumida).

Teoria da absoluta dependência/Ratio Essendi: A ilicitude é essência da tipicidade,


numa relação de absoluta dependência. Excluída a ilicitude, exclui-se o fato típico. É o
que a doutrina chama de tipo total do injusto

112- Conforme as normas penais brasileiras, não há crime quando o agente pratica
o fato:
I. Em estrito cumprimento de dever legal.
II. Em legítima defesa.
III. No exercício regular de direito.
IV. Em estado de necessidade
A sequência correta é:
a) A assertiva III está incorreta.
95

b) Apenas as assertivas I e IV estão corretas.


c) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.
d) Apenas a assertiva II está correta.
Gabarito C

Código Penal

Exclusão de ilicitude

Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:

        I - em estado de necessidade;

        II - em legítima defesa;

        III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito

113- Em relação aos conceitos de imputabilidade e responsabilidade, analise as


afirmativas abaixo.
I. Uma das características que o agente deve apresentar para que seja responsabilizado e
sofra sanção, segundo o critério biopsicológico, é o desenvolvimento mental completo
com alcance da maturidade psíquica.
II. Uma das características que o agente deve apresentar para que seja responsabilizado
e sofra sanção, segundo o critério biopsicológico, é a ausência de doença ou transtorno
mental.
III. Ao infrator considerado inimputável por apresentar transtorno mental será aplicada
medida de segurança.
Assinale a alternativa correta.
a) Todas as afirmativas estão corretas
b) Estão corretas apenas as afirmativas I e II
c) Estão corretas apenas as afirmativas II e III
d) Estão corretas apenas as afirmativas I e III
e) Está correta apenas a afirmativa I
Gabarito D

Critério Biológico = ter doença mental, independentemente de ele ter capacidade de


compreender os fatos.

Critério Psicológico = não ter capacidade de compreender o fato, independentemente de


ele ser doente mental (é irrelevante a doença mental).
96

Critério BIOPSICOLÓGICO = ter doença mental + incapacidade de compreender o


fato, naquele momento (adotado no BR - art. 26).

Assim, a II está incorreta porque a ausência de doença ou transtorno mental para ser
responsabilidade é sobre o critério PSICOLÓGICO e não BIOPSICOLÓGICO. 

114- NÃO há crime quando o agente pratica o fato típico descrito na lei penal
a) mediante coação irresistível ou em estrita obediência a ordem de superior
hierárquico.
b) por culpa, dolo eventual, erro sobre os elementos do tipo e excesso justificado.
c) somente em estado de necessidade e legítima defesa.
d) mediante erro sobre a pessoal contra a qual o crime é praticado, em concurso de
pessoas culposo e nos casos de excesso doloso.
e) em estado de necessidade, legítima defesa, em estrito cumprimento do dever legal e
no exercício regular de direito.
Gabarito E

Exclusão de ilicitude

Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:

I - em estado de necessidade;

II - em legítima defesa;

III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

115- cerca das questões de tipicidade, ilicitude (ou antijuridicidade) e


culpabilidade, bem como de suas respectivas excludentes, assinale a opção correta.
a) A inexigibilidade de conduta diversa e a inimputabilidade são causas excludentes de
ilicitude.
b) O erro de proibição é causa excludente de ilicitude.
c) Há excludente de ilicitude em casos de estado de necessidade, legítima defesa, em
estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular do direito.
d) Há excludente de tipicidade em casos de estado de necessidade, legítima defesa,
exercício regular do direito e estrito cumprimento do dever legal.
e) A inexigibilidade de conduta diversa e a inimputabilidade são causas excludentes de
tipicidade.
Gabarito C
97

 a) ERRADA - A inexigibilidade de conduta diversa e a inimputabilidade são causas


excludentes de culpabilidade.

 b) ERRADA - O erro de proibição é causa excludente de culpabilidade.

 c) CORRETA- Há excludente de ilicitude em casos de estado de necessidade, legítima


defesa, em estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular do direito. Art.
23 do CP.

 d) ERRADA - Há excludente de ilicitude ou antijuridicidade em casos de estado de


necessidade, legítima defesa, exercício regular do direito e estrito cumprimento do
dever legal.

 e) ERRADA - A inexigibilidade de conduta diversa e a inimputabilidade são causas


excludentes de culpabilidade.

4.2- Legítima defesa

116- Oficial de Justiça ingressa em comunidade no interior do Estado de Santa


Catarina para realizar intimação de morador do local. Quando chega à rua,
porém, depara-se com a situação em que um inimputável em razão de doença
mental está atacando com um pedaço de madeira uma jovem de 22 anos que
apenas caminhava pela localidade. Verificando que a vida da jovem estava em
risco e não havendo outra forma de protegê-la, pega um outro pedaço de pau que
estava no chão e desfere golpe no inimputável, causando lesão corporal de
natureza grave.
Com base apenas nas informações narradas, é correto afirmar que, de acordo com a
doutrina majoritária, a conduta do Oficial de Justiça:
a) não configura crime, em razão da atipicidade;
b) não configura crime, em razão do estado de necessidade;
c) configura crime, mas o resultado somente poderá ser imputado a título de culpa, em
razão do estado de necessidade;
d) não configura crime, em razão da legítima defesa;
e) configura crime, tendo em vista que não havia direito próprio do Oficial de Justiça
em risco para ser protegido.
Gabarito D

Doente mental ataca alguém - Legitima Defesa

Animal ataca alguém - estado de necessidade

Animal é utilizado como instrumento por alguém para atacar outrem - legitima defesa 

117- Sobre legítima defesa, assinale a alternativa correta:


98

a) A ação ou a omissão de ação, determinante de agressão injusta, atual ou iminente, a


bem jurídico próprio ou de terceiro, autoriza a legítima defesa, mas a ação imprudente,
determinante de igual agressão, não autoriza a legítima defesa, podendo, eventualmente,
autorizar causa de justificação diversa.
b) A utilização da legítima defesa por B contra agressão injusta e atual realizada por A,
bêbado evidente, com capacidade psicomotora comprometida pelo consumo do álcool,
está condicionada a limitações ético-sociais, que definem a permissibilidade de defesa.
c) A legítima defesa de outrem independe da vontade de defesa, expressa ou presumida,
do agredido.
d) A agressão injusta, atual ou iminente, a bem jurídico próprio ou de terceiro, derivada
de ataques de animais, de doentes mentais, de estados de inconsciência ou de
convulsões epilépticas, não admite a legítima defesa, podendo, eventualmente, autorizar
causa de justificação diversa.
e) O excesso doloso ou culposo, na utilização da legítima defesa putativa por A contra o
agressor putativo B, não pode ser repelido mediante utilização da legítima defesa real,
por B contra A.
Gabarito B
O conceito de permissibilidade da defesa define limitações ético-sociais excludentes ou
restritivas do princípio social da afirmação do direito que – com o princípio individual
da proteção de bens ou interesses – fundamenta a legitima defesa. (…) parece inegável a
existência de defesas necessárias não-permitidas por limitações ético-
sociais relacionadas ao autor da agressão. Agressões de incapazes, como crianças,
adolescentes, doentes mentais ou, mesmo bêbados sem sentido, criam para o ofendido
um leque de atitudes alternativas prévias, primeiro: desviar a agressão, ou empregar
defesas não-danosas, segundo, pedir socorro aos pais, professores, polícia, etc; terceiro:
assumir o risco de pequenos danos; quarto, se impossíveis ou ineficazes as alternativas,
então – e somente então, a defesa necessária pode também ser permitida.
118- Considere as regras básicas aplicáveis ao Direito Penal e ao Direito Processual
Penal para assinalar a alternativa correta sobre a legítima defesa.
a) Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários,
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem
b) Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente ou não dos meios de
que dispuser, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem
c) Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários,
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito próprio e não de outrem
d) Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente ou não dos meios de
que dispuser, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito próprio e não de
outrem
99

e) Entende-se em legítima defesa quem, usando dos meios de que dispuser, repele
injusta agressão ou persegue quem a praticou, atual ou iminente, a direito próprio e não
de outrem
Gabarito A
119- A legítima defesa é causa de exclusão da ilicitude da conduta, mas não é
aplicável caso o agente tenha tido a possibilidade de fugir da agressão injusta e
tenha optado livremente pelo seu enfrentamento.
Gabarito ERRADO
Prevalece o entendimento de que, em relação à legítima defesa, o direito não poderia
obrigar alguém a ser covarde, a fugir de um ataque injusto quando pode
legitimamente defender. Ao contrário do Estado de Necessidade, a possibilidade de
fuga ou o socorro de terceiros não impedem, segundo a maior parte da doutrina
penalista, o reconhecimento da legítima defesa. O agredido não está vinculado à
procura do caminho “mais cômodo” e menos lesivo para escapar de um ataque
injusto (commodus discessus).
120- Considere:
I. Cícerus aceitou desafio para lutar.
II. Marcus atingiu o agressor após uma agressão finda.
III. Lícius reagiu a uma agressão iminente.
Presentes os demais requisitos legais, a excludente da legítima defesa pode ser
reconhecida em favor de
a) Lícius, apenas.
b) Cícerus e Marcus.
c) Cícerus e Lícius.
d) Marcus e Lícius.
e) Cícerus, apenas
Gabarito A

I. Cícerus aceitou desafio para lutar. Logo, a agressão foi justa, em razão da
concordância. Entretanto a agressão deve ser injusta para configurar legítima defesa.

II. Marcus atingiu o agressor após uma agressão finda. O agente responde pelo acesso
doloso ou culposo. No caso ou há um excesso extensivo ou não há mais agressão, o que
descaracteriza a legítima defesa.

III. Lícius reagiu a uma agressão iminente. Perfeito. Reagir a uma agressão atual ou
iminente.
100

4.3- Estado de necessidade

121- Em relação a exclusão da ilicitude é CORRETO afirmar:

a) Não há crime quando o agente pratica o fato em estado de necessidade.

b) O agente, em qualquer das hipóteses de exclusão da ilicitude não pode responder pelo
excesso doloso ou culposo.

c) Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo


futuro, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito
próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.

d) Pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.

e) Entende-se em legítima defesa putativa quem, usando moderadamente dos meios


necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, somente a direito seu.

Gabarito A
122- Afim de produzir prova em processo penal, o Juiz de Direito de determinada
comarca encaminha requisição à Delegacia de Polícia local, ordenando que seja
realizada busca domiciliar noturna na casa de um réu. O Delegado de Polícia
designa, assim, uma equipe de agentes para o cumprimento da medida, sendo certo
que um dos agentes questiona a legalidade do ato, dado o horário de seu
cumprimento. O Delegado confirma a ilegalidade. No entanto, sustenta que a
diligência deve ser realizada, uma vez que há imposição judicial para seu
cumprimento. Com base apenas nas informações constantes do enunciado, caso os
agentes efetivem a busca domiciliar noturna:
a) não agirão criminosamente, uma vez que atuam no estrito cumprimento do dever
legal.
b) agirão criminosamente.
c) não agirão criminosamente. em virtude de coação moral irresistível.
d) não agirão criminosamente, já que há mera obediência hierárquica.
e) não agirão criminosamente, pois amparados pelo estado de necessidade.
Gabarito B

Para simplificar o entendimento da questão:

Não poderá haver excludentes quando a ordem for pautada na ilegalidade, como  o caso
em tela.

123- A fim de produzir prova em processo penal, o Juiz de Direito de determinada


comarca encaminha requisição à Delegacia de Polícia local, ordenando que seja
realizada busca domiciliar noturna na casa de um réu. O Delegado de Polícia
101

designa, assim, uma equipe de agentes para o cumprimento da medida, sendo certo
que um dos agentes questiona a legalidade do ato, dado o horário de seu
cumprimento. O Delegado confirma a ilegalidade. No entanto, sustenta que a
diligência deve ser realizada, uma vez que há imposição judicial para seu
cumprimento. Com base apenas nas informações constantes do enunciado, caso os
agentes efetivem a busca domiciliar noturna:
a) não agirão criminosamente, uma vez que atuam no estrito cumprimento do dever
legal.
b) não agirão criminosamente, pois amparados pelo estado de necessidade.
c) agirão criminosamente.
d) não agirão criminosamente, já que há mera obediência hierárquica.
e) não agirão criminosamente, em virtude de coação moral irresistível.
Gabarito C
124- Com relação a antijuridicidade, culpabilidade, concurso de pessoas, pena e
causas de extinção da punibilidade, julgue o item a seguir.
Agirá em estado de necessidade o motorista imprudente que, após abalroar um veículo
de passageiros, causando-lhes ferimentos, fugir do local sem prestar socorro, para evitar
perigo real de agressões que possam ser perpetradas pelas vítimas.
Gabarito CORRETO

4.4- Estrito cumprimento de dever legal e exercício regular de direito

125- Haverá isenção de pena se o agente praticar o fato em estrito cumprimento de


dever legal.
Gabarito ERRADO

O erro da questão consiste em afirmar que o estrito cumprimento do dever legal isenta
de pena. 

Isentar de pena é sinônimo de excludente de culpabilidade. 

O estrito cumprimento do dever legal é excludente de ilicitude e não de culpabilidade. 

OBS: Se se adotar a tipicidade conglobante de Zaffaroni, o estrito cumprimento do


dever legal é excludente de tipicidade.

126- Em relação ao direito penal, assinale a opção correta.


a) Em se tratando de culpa consciente, o agente prevê o resultado, mas não se importa
que ele venha a ocorrer.
b) A combinação entre o dolo, no crime precedente, e dolo eventual, no consequente, é
fundamental para a caracterização dos crimes preterdolosos.
102

c) Há crimes funcionais próprios quando, por não ser o autor da ação funcionário
público, configura-se infração penal não relacionada ao cargo público.
d) As elementares objetivas do tipo sempre se comunicam, ainda que o partícipe não
tenha conhecimento delas.
e) O estrito cumprimento do dever legal é causa excludente de ilicitude, aplicada
principalmente a agentes públicos ou que exercem função pública.
Gabarito E

A) ERRADO: Na culpa consciente o agente prevê o resultado, mas espera que este não
ocorra, devido a sua superconfiânça. Por exemplo: atirado de elite que acreditando na
sua técnica acaba atingindo a vítima, responde por culpa consciente. Já no dolo
eventual ele não quer o resultado mais assume o risco, não se importando.

B) ERRADO: Crime preterdoloso é formado pelo DOLO (conduta antecedente) +


CULPA (na conduta procedente). 

C) ERRADO: Crime funcional próprio (só pode ser praticado pelo funcionário público)
e impróprio (pode ser praticado pelo particular).

D) ERRADO: para se comunicar precisa entrar na esfera de conhecimento do agente.

E) CORRETO: O estrito cumprimento do dever legal é causa excludente de ilicitude,


aplicada principalmente a agentes públicos ou que exercem função pública. 

127- Ângelo Asdrúbal, reconhecido mundialmente como notável lutador de boxe,


já tendo sido campeão brasileiro e vice-campeão mundial na categoria de pesos
médios ligeiros, em uma luta com Custódio na busca pela indicação para disputa
do cinturão de campeão, obedecendo rigorosamente às regras do esporte lhe
desfere diversos socos, os quais vêm a causar lesões gravíssimas em seu adversário
(Custódio), ocasionando a morte. Analisando o caso proposto, pode-se afirmar que
Ângelo:
a) praticou lesões corporais culposas (culpa inconsciente).
b) praticou lesões corporais dolosas (dolo eventual).
c) não será responsabilizado por ter agido em estrito cumprimento do dever legal.
d) não será responsabilizado por ter agido em exercício regular de direito.
e) praticou lesões corporais de natureza grave, em razão dos ferimentos.
Gabarito D
Aqueles que praticam esportes de violência tais como boxe, vale-tudo, futebol
americano, que se emprega de violência física, e que sofra de lesão corporal, poderão
estar defesos de um exercício regular de um direito.
128 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
103

I. Em estado de necessidade.
II. Por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, ao tempo da
ação ou da omissão, sendo inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou
de determinar-se de acordo com esse entendimento.
III. Em legítima defesa.
IV. Em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
A sequência correta é:
a) Apenas a assertiva II está correta.
b) Apenas as assertivas I e II estão corretas.
c) Apenas as assertivas III e IV estão corretas.
d) Apenas as assertivas I, III e IV estão corretas.
Gabarito D

4.5- Causas supralegais de exclusão da antijuridicidade

CONCEITO:

As causas supralegais excludentes de antijuridicidade encontram nascedouro no Direito


Penal Alemão, pois inexistia á época previsão legal referente ao estrito cumprimento do
dever legal assim como ao exercício regular de direito, limitando, portanto, o Estatuto
Repressivo Germânico apenas á previsão da legítima defesa e ao estado de necessidade,
razão pela qual a doutrina germânica admitiu a existência de causa supralegais
excludentes de antijuridicidade.

Portanto, surge o debate a respeito a possibilidade ou não de se admitir as causas


supralegais excludentes de antijuridicidade em nosso Direito Penal, tendo como
exemplo o “consentimento do ofendido”. Observa-se que estamos na será dos bens
disponíveis!

Nascem dois entendimentos doutrinários:

1º) posição: não existe a possibilidade das causa supralegais excludentes de


antijuridicidade, fundamentos:

a) Como a origem é germânica, nosso Código Penal admite o estrito cumprimento do


dever legal assim como ao exercício regular de direito no art. 23, III, portanto as causas
supralegais excludentes de antijuridicidade se enquadrariam no citado dispositivo legal;

b) Caso não possamos utilizar o art. 23, III, o intérprete se vale da Lei de Introdução ás
Normas do Direito, ou seja: analogia, princípios geras de direito e equidade.

c) O consentimento do ofendido já se verifica no tipo penal, como p. Ex. Arts. 150 e


126, CP.
104

Eugênio Raúl Zaffaronoi, Nélson Hungria e Assis Toledo, dentre outros.

2º) posição: existe a possibilidade das causa supralegais excludentes de


antijuridicidade, fundamentos:

a) Embora exista o art. 23, II, CP, algumas situações não se encaixam no citado
dispositivo;

b) O aspecto dinâmico da sociedade faz com que o legislador não possa prever todas as
situações possíveis, portando as causas supralegais excludentes de antijuridicidade
suprem a situação omissa, com fundamentos sociológicos;

c) Nem todas situações de consentimento do ofendido se enquadram na própria figura


típica, descendo, portanto o debate a luz da antijuridicidade.

129- Acerca do consentimento real do ofendido, é correto afirmar que:


a) o consentimento, para ser válido, pressupõe que o titular do bem jurídico atingido
possua capacidade de entendimento quanto ao caráter e à extensão da autorização.
b) invariável e indiscutivelmente, a vida humana é um bem jurídico indisponível, de
sorte que não pode ser objeto de consentimento para sua extinção.
c) se uma pessoa autoriza que médico aplique determinado medicamento em seu corpo,
suportando efeitos severamente prejudiciais à saúde inerentes ao uso da substância, os
quais desconhecia, o consentimento real se mantém válido, pois é a vítima quem deve
buscar todas as informações sobre as consequências de sua autorização.
d) De acordo com a doutrina de Claus Roxin. o consentimento do ofendido exclui a
antijuridicidade da conduta praticada, jamais recaindo sobre a esfera da tipicidade.
e) em regra, o consentimento deve ser anterior à ação consentida, mas nada impede seu
reconhecimento mesmo quando posterior, como no caso de ausência de representação
do ofendido no crime de lesão corporal leve, hipótese em que o crime deixa de existir.
Gabarito A

a) CERTO - a alternativa é autoexplicativa.

 b) ERRADO - a alternativa erra ao dizer que INVARIÁVEL E


INDISCUTIVELMENTE a vida humana é bem jurídico indisponível. É amplamente
majoritária na doutrina e na jurisprudência, tanto no âmbito nacional como no
internacional, que a vida humana é bem jurídico que não se pode dispor. Entretanto esta
conclusão não é uníssona, principalmente quanto a questões, por exemplo, sobre
a eutanásia (morte provocada por sentimento de piedade à pessoa que sofre) e sobre o
auxílio/instigação/induzimento ao suicídio quando a pessoa sofre doença gravíssima e
incurável (principalmente no direito estrangeiro). Portanto, não é correto dizer que a
indisponibilidade da vida é indiscutível e que não pode sofrer variações, inclusive em
decorrência da diversidade cultural que existe entre os países.
105

 c) ERRADO - pois a pessoa desconhecia os possíveis efeitos prejudiciais à saúde.


Assim, não seria válido o consentimento do ofendido, por ausência de consciência sobre
o que estava consentindo.

 d) ERRADO - na doutrina de Claus Roxin, o consentimento do ofendido pode recair


tanto sobre a antijuridicidade da conduta (como causa supralegal excludente de
ilicitude) como sobre a esfera de tipicidade (quando o consentimento do ofendido é
elemento normativo do tipo penal).

 e) ERRADO - a ausência de representação do ofendido, apesar de ontologicamente ser


uma hipótese de consentimento do ofendido, o crime continua existindo, sendo fato
típico, ilícito e culpável. Mas, na hipótese, há exclusão da punibililidade, em razão da
decadência do direito de representação. Além disso, a maioria da doutrina entende que o
consentimento do ofendido deve ser prévio ou, no máximo, concomitante à conduta
formalmente delituosa.

130- Segundo a doutrina majoritária, em apenas uma das causas de exclusão de


ilicitude previstas no artigo 23 do Código Penal Brasileiro, a legítima defesa, pode
ocorrer excesso doloso.
Gabarito ERRADO

ERRADO

 Exclusão de ilicitude
Art. 23 – Não há crime quando o agente pratica o fato
I – em estado de necessidade;

II – em legítima defesa;

III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

Não obstante, o próprio Código deixa claro que os excessos serão puníveis, conforme
segue:

Excesso punível 

Parágrafo único – O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo
excesso doloso ou culposo.

131- A respeito das causas de exclusão da culpabilidade e de ilicitude, assinale a


opção correta.
a) Em se tratando de legítima defesa, a agressão é injusta e a repulsa materializa-se em
uma ação predominantemente defensiva, com aspectos agressivos, ao passo que,
tratando-se de estado de necessidade, inexiste a agressão injusta, sendo a ação
predominantemente agressiva, com aspectos defensivos.
106

b) Tanto a coação física vis absoluta quanto a coação moral vis compulsiva, se
irresistíveis, excluem a culpabilidade do agente, restando punível apenas o agente
coator, figura indispensável na definição de qualquer ocorrência reputada coativa.
c) As causas legais de exclusão da ilicitude, previstas na parte geral do Código Penal,
são estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento de dever legal,
exercício regular de direito e consentimento do ofendido.
d) Tanto o estado de necessidade exculpante quanto o estado de necessidade justificante
incidem diretamente sobre a ilicitude, excluindo-a.
e) A emoção e a paixão excluem a imputabilidade penal, já que se considera, de regra,
que aquele que comete um fato típico ilícito em estado emocional ou mentalmente
alterado perde a capacidade de entendimento e de determinação.
Gabarito A

Verifiquemos o erro das demais:

B- A coação física irresistível não é causa de exclusão de culpabilidade, mas sim da


própria conduta do agente, o fato não chega nem mesmo a ser típico. Já a coação moral,
se irresistível , é causa de exclusão da culpabilidade, e resistível, é uma circunstância
atenuante genérica.

C- O consentimento do ofendido é uma causa supralegal de exclusão da ilicitude,


embora haja divergências doutrinárias acerca do tema. Importante lembrar que o
consentimento do ofendido poderá até mesmo funcionar como excludente da tipicidade,
quando previsto no tipo como um dos seus elementos.

D- O estado de necessidade exculpante seria aquele que incide sobre a culpabilidade.


O nosso CP adotou a teoria unitária, pela qual o estado de necessidade é sempre causa
de exclusão da ilicitude (estado de necessidade justificante). Já a teoria diferenciadora é
aquele que diz que , no estado de necessidade, quando o bem sacrificado for o de menor
valor , será o estado de de necessidade justificante, quando o bem sacrificado for de
maior valor, será o estado de necessidade exculpante.

E- A emoção , quando violenta, pode funcionar como uma causa de diminuição da


pena (1/6 a 1/3).  Quando o agente estiver sob uma mera influência , funcionará apenas
como uma atenuante genérica, mas em nenhum desses casos exclui a imputabilidade
penal.

132- Observada a doutrina majoritária brasileira no estudo da teoria do crime,


analise as afirmativas a seguir.
I. O fato típico é composto da conduta humana dolosa ou culposa, resultado, nexo
causal e tipicidade.
II. A força irresistível, o movimento reflexo e a coação moral irresistível, são hipóteses
de ausência de conduta.
III. A força física absoluta que exclui a conduta pode ser proveniente da natureza ou da
ação de um terceiro.
107

Assinale:
a)se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Gabarito D
I. V  - Exatamente isso! Tá correto"
Crime: fato típico, ilícito, culpável.** Fato típico: - conduta (ação ou omissão, dolosa
ou culposa)- resultado- nexo causal- tipicidade

II - F - A conduta humana penalmente relevante é afastada em 3 hipóteses: a)


movimentos reflexos ou involuntários; b) estados de insconsciência, como o
sonambulismo, a hipnose; c) força física irresistível.O item III  está errado porque
coação moral irresistível não exclui a conduta! O que exclui a conduta é a coação
FÍSICA irresistível, tb chamada de força física irresistível.Obs: A coação moral
irresistível exclui a exigibilidade de conduta diversa e, portanto, exclui a culpabilidade.

III - V - É verdade, como exemplo de força de 3º um sujeito que coloca uma arma na
minha mão e ele a pressiona. Já como exemplo de evento da natureza temos um
vendaval que joga uma pessoa contra a vidraça de uma loja, de modo que a vidraça
arrebenta e a pessoa tb se arrebenta no chão.

5- Culpabilidade

133- Quanto à aplicação da pena


a) na condenação pelo tráfico, entende o Supremo Tribunal Federal que a maior
quantidade de drogas pode incrementar a pena-base, sem prejuízo de adiante igualmente
fundamentar o indeferimento do redutor legal específico de pena disposto para a
situação do chamado tráfico privilegiado (artigo 33, § 4° , da Lei n° 11.343/2006).
b) entendem o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça ser
impossível aplicar a substituição da pena privativa de liberdade por penas restritivas de
direitos em condenações por tráfico de drogas.
c) em condenação por crime cometido com violência doméstica, em princípio é cabível
aplicar a multa isolada quando a pena final for de até seis meses de detenção e desde
que satisfeitos os demais pressupostos e requisitos legais para a substituição.
d) não há reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de transitar em
julgado uma sentença que, no Brasil, o tenha definitivamente condenado por um crime,
mas, diversamente, verifica-se, no entanto, a reincidência quando o agente pratica um
crime depois de passar em julgado uma sentença que, no Brasil, o tenha condenado por
uma contravenção.
108

e) segundo o Superior Tribunal de Justiça, praticando um roubo com adolescente


inimputável desde antes já moralmente corrompido, o agente poderá ser condenado em
concurso de crimes.
Gabarito E

a) INCORRETA, O que a narrativa da questão A quis dizer é o seguinte. A


quantidade de drogas deve ser leveda em consideração no momento da fixação da pena-
base, ou seja, na primeira fase de aplicação da pena.

Art. 42.  O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto
no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a
personalidade e a conduta social do agente.

Por expressa previsão legal, há a determinação de se considerar o “quantum” da Droga


no momento da fixação da pena base. Caso o Juiz utilizasse esse critério também na
terceira fase (diminuição e aumento de pena) estaríamos diante de hipótese de bis in
idem. O Mesmo fator “grande quantidade de Droga” não pode ser usado para aumentar
a pena base e para aplicar menor fração menor de diminuição.

Sendo assim, a proibição de bis in idem tem por finalidade evitar que a mesma
circunstância seja levada em conta mais de uma vez pelo juiz na dosimetria da pena,
quer para exasperá-la, quer para diminuí-la.

Um exemplo extra lei de Drogas, somente para facilitar o raciocínio:

Irmão mata o outro por motivo torpe.

A torpeza e considerada qualificadora no delito do homicídio e também agravante


genérica do art. 61, II, a do CP. Assim, a torpeza deve ser levada em consideração na
aplicação da pena-base (juiz deve levar em consideração os motivos do crime para
aplicação da pena base – inteligência do art. 59 do CP), logo estaria a torpeza retirada da
aplicação, também, das agravantes.

b) INCORRETA, § 4o  Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas


poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas
restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se
dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.     (Vide
Resolução nº 5, de 2012)

RESOLUÇÃO Nº 5, DE 2012.

Suspende, nos termos do art. 52, inciso X, da Constituição Federal, a execução de parte
do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006.

O Senado Federal resolve:

Art. 1º É suspensa a execução da expressão "vedada a conversão em penas restritivas de


direitos" do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, declarada
109

inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal nos autos do


Habeas Corpus nº 97.256/RS.

c) INCORRETA, Art. 17.  É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e


familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária,
bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.

d) INCORRETA, É justamente o contrário do que afirma a questão.

e) CORRETA, Súmula 500 do STJ: A configuração do crime do art. 244-B do ECA


independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal.

Art. 157 do CP c/c 244B do ECA

134- Luiz, condenado há vários anos de prisão pela prática de diversos crimes
assume, perante a autoridade, a autoria de crime que não cometeu, com o intuito
de livrar outra pessoa da condenação. Assim agindo, Luiz
a) praticou o crime de comunicação falsa de crime.
b) não praticou qualquer tipo penal.
c) praticou o crime de fraude processual.
d) praticou o crime de denunciação caluniosa.
e) praticou o crime de auto-acusação falsa.
Gabarito E

Auto-acusação falsa, Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente


ou praticado por outrem:

        Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Comunicação falsa de crime ou de contravenção, Art. 340 - Provocar a ação de


autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se
ter verificado:

        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Fraude processual, Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil


ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro
o juiz ou o perito:

        Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.

Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda


que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro.

 Denunciação caluniosa, Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de


processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de
110

improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe


inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)

        Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

        § 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de


nome suposto.

        § 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.

135- O abate de animal para proteger lavouras, ou pomares e rebanhos, da ação


predatória, desde que autorizado pela autoridade competente, caracteriza
a) excludente de ilicitude.
b) descriminante putativa.
c) indiferente penal.
d) excludente da punibilidade.
e) erro sobre a ilicitude do fato. Gabarito
Gabarito A

Conforme art. 37, II, da Lei 9.605/98.

Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado:

II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de


animais, desde que legal e expressamente autorizado pela autoridade competente;

136- A análise da culpabilidade do agente não constitui requisito legal para a


a) progressão de regime prisional.
b) fixação da pena de cada concorrente no caso de concurso de pessoas.
c) determinação do regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade.
d) substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
e) suspensão condicional da pena.
Gabarito A
DICA:
Ora, a culpabilidade é um dos elementos do crime, assim, no momento da execução da
pena, o crime já está provado. Logo, no direito penal, as medidas que NÃO analisam a
culpabilidade são sempre medidas que vem DEPOIS da condenação. Perceba, portanto,
que dos itens "b" ao "e", tratam-se de medidas do juiz sentenciante e não do juiz da
execução da pena.
111

137- São causas de inimputabilidade previstas no Código Penal, além de doença


mental e desenvolvimento mental incompleto ou retardado:
a) emoção e paixão; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou força maior;
idade inferior a 18 anos.
b) idade inferior a 16 anos; embriaguez voluntária; coação irresistível.
c) idade inferior a 18 anos; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou força
maior.
d) idade inferior a 21 anos; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou força
maior; legítima defesa.
e) emoção e paixão; idade inferior a 18 anos; embriaguez preordenada.
Gabarito C

Inimputáveis

    Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento


mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Menores de dezoito anos

    Art. 27- Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando


sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso


fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

138- Um dos elementos da culpabilidade, a imputabilidade será excluída no caso de


o agente atuar sob o estado de embriaguez completa
a) intencional.
b) fortuita.
c) culposa.
d) preordenada.
e) voluntária.
Gabarito B
112

PEGAR DE VEZ ESSE ASSUNTO!!!

A EMBRIAGUEZ ACIDENTAL OU INVOLUNTÁRIA, é aquela oriunda de caso


fortuito (o agente não conhece o efeito inebriante da substancia que ingere ou
desconhece sua própria condição fisiológica) ou força maior (o agente ingere álcool
sob coação física irresistível). Essa é a embriaguez a que se refere o art 28, §1º.
Exemplo: o agente se embriagou completamente após ingerir bebida sob coação física
irresistível (força maior). Nessa situação mesmo que venha a praticar um fato típico e
ilícito, não haverá culpabilidade se era, ao tempo da conduta inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento. (Caso de embriaguez completa: exclui a imputabilidade).

Se for incompleta: é causa de diminuição de pena ( art. 28,  §2º) 

EMBRIAGUEZ PREORDENADA: o agente coloca-se voluntariamente em estado de


embriaguez para, assim, praticar crimes. Não exclui a imputabilidade, funcionando
como agravante (art. 61, II, l, CP)

EMBRIAGUEZ NAO ACIDENTAL (pode ser voluntária ou culposa). Na voluntária:


o agente consome a substancia para ficar embriagado. Na culposa: o agente quer
consumir a substancia, mas não ficar embriagado, o que acaba ocorrendo por
imprudência. Não exclui a imputabilidade penal ( art. 28, II, CP)

139- A respeito da aplicação da lei penal e dos elementos e das causas de exclusão
de culpabilidade, assinale a opção correta.

a) O princípio da legalidade pode ser desdobrado em três: princípio da reserva legal,


princípio da taxatividade e princípio da retroatividade como regra, a fim de garantir
justiça na aplicação de qualquer norma.

b) São excludentes de culpabilidade: inimputabilidade, coação física irresistível e


obediência hierárquica de ordem não manifestamente ilegal.

c) Se ordem não manifestamente ilegal for cumprida por subordinado e resultar em


crime, apenas o superior responderá como autor mediato, ficando o subordinado isento
por inexigibilidade de conduta diversa.

d) Emoção e paixão são causas excludentes de culpabilidade.

e) Em razão do princípio da legalidade, a analogia não pode ser usada em matéria penal.

Gabarito C
140- Constitui causa que exclui a imputabilidade a
a) embriaguez preordenada completa proveniente da ingestão de álcool.
b) embriaguez acidental completa proveniente da ingestão de álcool.
c) embriaguez culposa completa proveniente da ingestão de álcool.
d) emoção.
113

e) paixão.
Gabarito B

A emoção e a paixão não excluem a imputabilidade penal, nos termos do art. 28, I do
CP. Da mesma forma, a embriaguez preordenada não exclui a imputabilidade, sendo,
inclusive, uma agravante (art. 62, I, “L” do CP). A embriaguez culposa também não
exclui a imputabilidade penal do agente (art. 28, II do CP).

Por fim, a embriaguez ACIDENTAL (decorrente de caso fortuito ou força maior)


completa (aquela que retira completamente do agente a capacidade de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento) é causa de
exclusão da imputabilidade penal, nos termos do art. 28, §1º do CP.

141- A embriaguez completa, culposa por imprudência ou negligência — aquela


que resulta na perda da capacidade do agente de entender o caráter ilícito de sua
conduta —, no momento da prática delituosa, não afasta a culpabilidade.
Gabarito CORRETO

“Apenas a embriaguez completa decorrente de caso fortuito ou força maior exclui a


imputabilidade." 

CP.  Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:

I - a emoção ou a paixão;

II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos


análogos.

§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso
fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 

142- A doença mental e o desenvolvimento mental incompleto ou retardado, por si


só, afastam por completo a responsabilidade penal do agente.
Gabarito ERRADO
Código penal

Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento

ou seja, a mera doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, por


si só, não torna o agente inimputável, além disso, ele precisa estar inteiramente incapaz
de entender o caráter ilícito do ato. Pois se ele for doente mental, mas souber do carater
ilícito do fato, não há inimputabilidade penal.
114

142- Alícia, estrangeira, grávida de três meses e proveniente de país que não coíbe
o aborto, ingeriu substância abortiva acreditando não ser proibido fazê-lo no
Brasil.
Nesse caso hipotético, o fato descrito poderá configurar.
a) erro de tipo.
b) erro na execução.
c) erro de proibição.
d) aberratio criminis.
e) descriminante putativa.
Gabarito C

Motivo:

 a) erro de tipo = no erro de tipo ele não tem consciência de que aquilo é um ato ilicíto.
Exclui o dolo e consequentemente a tipicidade. Isso se o erro não for vencível ( ou de
fácil assimilação que aquilo é errado).

 b) Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao
invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se
tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20
deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender,
aplica-se a regra do art. 70 deste Código.

c) Erro de proibição = ela tinha noção que o aborto é um ato reprovável. Porém achava
que era permitido realizá-lo aqui no país, já que em seu país de origem era permitido.
Ela achava que era PERMITIDO. Porém é PROIBIDO. Aí o erro de proibição.

d) RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO. O art. 73 mais acima é um aberratio


criminis. Não se aplica ao caso em questão.

e) Ele acredita estar amparado pelo estado de necessidade, legítima defesa, estrito
cumprimento do dever legal ou exercício regular de direito. Porém, não há tais situações
no caso concreto.

143- O filho de Túlio foi sequestrado e ameaçado de morte por Márcio, que forçou
Túlio a subtrair malotes de um carro forte no intuito de obter o dinheiro
necessário para pagar o resgate.
Nesse caso hipotético, a conduta de Túlio estará acobertada por
a) legítima defesa.
b) inexigibilidade de conduta diversa.
c) exclusão de antijuridicidade.
d) exercício regular de direito.
115

e) atipicidade.
Gabarito B

ULPABILIDADE (É um pressuposto na aplicação na pena) – juízo de


preprovabilidade acerca da conduta do agente, considerando-se suas circunstâncias
pessoais

1-Exigibilidade de conduta diversa

2-Potencial consciência da ilicitude

3-Imputabilidade

Excludente de CULPABILIDADE (número correspondente): 

1) Coação moral irresistível

1) Obediência hierárquica (Agente Público)

2) Erro de proibição inevitável = escusável = inevitável = desculpável

3) Menoridade

3) Doença mental

3) Desenvolvimento mental retardado ou incompleto

3) Embriaguez completa e acidental

144- A embriaguez provocada pelo uso do álcool pode excluir a culpabilidade


quando:
a) for preordenada;
b) decorrer de força maior e diminuir a capacidade de entender a ilicitude do fato;
c) for culposa;
d) for patológica;
e) for habitual.
Gabarito D
A) Preordenada ou dolosa: utiliza-se dos efeitos do álcool para que torne mais fácil
sua atuação, não exclui a culpabilidade

B) Força maior e diminuir a capacidade de entender a ilicitude do fato: para excluir


a culpabilidade é necessário estar “inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito”
Art. 28 § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de
caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente
116

incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse


entendimento

C) Culposa: ele não quer embriagar-se, mas, por não conhecer seus limites, acaba
embriagado, não exclui a culpabilidade

D) Patológica: CERTO: Equipara-se à doença mental, pode ser inimputável ou


imputável

E) Habitual: Não exclui a culpabilidade


145- O Sr. Pedro, 88 anos, diagnosticado com doença de Alzheimer, empurrou
violentamente a cuidadora que dava banho nele. Ela se desequilibrou e, na queda, bateu
com a cabeça no chão, vindo a falecer após uma semana no CTI. Do ponto de vista
penal, o Sr. Pedro é:
a) inimputável em decorrência da idade avançada;
b) semi-imputável em virtude da interdição civil;
c) inimputável em função de sua demência neurodegenerativa;
d) semi-imputável já que não houve intenção de matar;
e) imputável por ser a vítima fatal do sexo feminino.
Gabarito C
146- A teoria que aponta e evidencia a parcela de responsabilidade que deve ser
atribuída à sociedade quando da prática de determinadas infrações penais pelos
seus cidadãos é chamada de teoria:
a) Da coculpabilidade.
b) Psicológica normativa.
c) Social da culpabilidade.
d) Psicológica da culpabilidade.
Gabarito A
147- Considere as regras básicas aplicáveis ao Direito Penal e ao Direito Processual
Penal para assinalar a alternativa correta sobre a imputabilidade penal.
a) São inimputáveis os menores de dezoito anos e semi-imputávies aqueles que, por
doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, eram, ao tempo da
ação ou da omissão, inteiramente incapazes de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento
b) São imputáveis os menores de dezoito anos e semi-imputávies aqueles que, por
doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, eram, ao tempo da
ação ou da omissão, inteiramente incapazes de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento
117

c) São inimputáveis os menores de dezoito anos e aqueles que, por doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, eram, ao tempo da ação ou da
omissão, inteiramente incapazes de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento
d) São imputáveis os menores de dezoito anos e inimputáveis aqueles que, por doença
mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, eram, ao tempo da ação ou
da omissão, inteiramente incapazes de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento
e) São imputáveis os menores de dezoito anos e inimputáveis aqueles que, em virtude
de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou
retardado, não eram inteiramente capazes de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento
Gabarito C

Questão tranquila, visto que se trata da pura literalidade da lei. 

IMPUTÁVEL – é o indivíduo mentalmente são e desenvolvido, capaz de entender o


caráter ílicito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento. (sujeito à
PENA)

INIMPUTÁVEL – é o indivíduo inteiramente incapaz de entender a ilicitude do fato e


de determinar-se de acordo com esse entendimento. (sujeito à MEDIDA DE
SEGURANÇA)

Código Penal:    Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da
omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento.

Código Penal:   Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente


inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.

Código Penal:   Art.28 - alínea II - § 1º  - É isento de pena o agente que, por
embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da
ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento

SEMI-IMPUTÁVEL – é o indivíduo que, embora aparentemente são, não tem plena


capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se conforme esse
entendimento. (Aplica-se a pena OU medida de segurança).

Código Penal - Art. 26 - parágrafo único: A pena pode ser reduzida de um a dois
terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento
mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Código Penal - Art. 26  - § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o
118

agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao
tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Sístema Vicariante na aplicação da penalidade ao agente Semi-imputável: O CP adota


o sistema vicariante, que impede a aplicação cumulada de pena e medida de
segurança a agente semi-imputável e exige do juiz a decisão, no momento de prolatar
sua sentença, entre a aplicação de uma pena com redução de um a dois terços ou a
aplicação de medida de segurança, de acordo com o que for mais adequado ao caso
concreto

148- De acordo com o Código Penal Brasileiro, quanto à imputabilidade penal e


quanto ao crime e seus aspectos, assinale a alternativa correta.
a) O crime é doloso quando o agente deu causa ao resultado por imprudência,
negligência ou imperícia.
b) Entende-se em legítima defesa quem repele injusta agressão, atual ou iminente, a
direito seu ou de outrem.
c) O estrito cumprimento do dever legal é causa legal de exclusão da ilicitude.
d) É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação, relativamente incapaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
e) A embriaguez completa, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de feitos
análogos, exclui a imputabilidade penal.
Gabarito C
149- Por teoria da ratio essendi entende-se o(a):
a) estruturação do direito penal sob o princípio da intervenção mínima, que orientará
iniciativas político-criminais pelo prisma da ultima ratio.
b) ingresso pelo agente nos atos executórios de um crime, quando este se posta, de
acordo com sua idealização, em atividade imediata e diretamente coligada à realização
do tipo.
c) possibilidade de punição da punição da participação em sentido estrito quando o
agente da conduta principal é um adolescente-infrator, bastando que este aja de forma
típica e antijurídica.
d) concepção da culpabilidade como uma relação psicológica entre o autor e o fato por
ele praticado, de sorte que dolo e culpa, para a teoria, são espécies de culpabilidade.
e) fusão entre dois substratos do conceito analítico de crime, a saber, a tipicidade e a
antijuridicidade, sendo aquela reconhecida como a razão de ser desta; assim, o crime é
composto pelo fato antijurídico (injusto) e pela culpabilidade.
Gabarito E
119

A - ERRADA - Trata do DIREITO PENAL MÍNIMO;

 B - ERRADA - Trata sobre as teorias acerca do iter criminis, sendo, a em questão -


TEORIA OBJETIVO-MATERIAL (ato executório é aquele que se inicia com a
realização do verbo contido na conduta criminosa. Exige a penetração no núcleo do tipo
penal. Mas também se considera executório atos imediatamente antecedentes ao
exerício do núcleo do tipo) que, diga-se de passagem, não obstante o caráter
controvertido do tema, não ser a mais patrocinada pela doutrina, que, em sua maioria,
traz a TEORIA OBJETIVO-FORMAL OU LÓGICO-FORMAL (ato executório é
aquele que se inicia com a realização do verbo contido na conduta criminosa. Exige a
penetração no núcleo do tipo penal. É a preferida pela doutrina pátria) como sendo a
regente do atual sistema. 

 C - ERRADA - Trata das teorias sobre concurso de pessoas, no que toca à punibilidade.
Sabe-se que, atualmente, adotamos a teoria da acessoriedade limitada (para que o
partícipe ou coautor seja punido, é necessário que a conduta do autor principal seja
típica e ilícita, não sendo necessária análise acerca da culpabilidade).

 D - ERRADA - Trata sobre as teorias acerca da culpabilidade. O sistema vigente adota


a teoria normativa pura da culpabilidade, no viés da teoria limitada da culpabilidade. A
teoria anunciada na questão é a psicológica da culpabilidade, com origens causalistas.

 E - CORRETA - Trata sobre a relação entre TIPICIDADE E ILICITUDE. Em síntese,


as teorias nos provocam da seguinte forma: toda conduta típica é, automaticamente,
ilícita? Se a resposta é sim, temos a teoria da RATIO ESSENDI. Entretanto, se a
resposta for NÃO, e é CORRETO, teremos a teoria da RATIO COGNOSCENDI,
proposta por MAYER, que, em síntese, afirma que toda conduta típica é,
INDICIARIAMENTE, ILÍCITA. Assim, tem-se, como exemplo, o ato de matar outrem,
que, embora típico inicialmente, pode não ser ilícito, se praticado em legítima defesa.

150- Sobre culpabilidade, assinale a alternativa incorreta:


a) O conceito normativo de culpabilidade deslocou os componentes psicológicos para o
tipo de injusto, permanecendo a culpabilidade com os componentes normativos do juízo
de reprovação e do juízo de exculpação.
b) O efeito do álcool ou de droga, proveniente de caso fortuito ou de força maior, se
determina a incapacidade de culpabilidade na prática de crime, não permite a aplicação
de qualquer medida de segurança, e se determina a capacidade relativa de culpabilidade
na prática de crime, constitui fator obrigatório de redução de pena.
c) A obediência a ordem não manifestamente ilegal de superior hierárquico caracteriza
situação de exculpação legal, que exclui a culpabilidade, por inexigibilidade de
comportamento diverso, e a obediência a ordem ilegal de superior hierárquico não
exclui a culpabilidade, podendo funcionar como causa de diminuição de pena, que reduz
a culpabilidade.
120

d) A emoção e a paixão não excluem a imputabilidade, mas a violenta emoção, logo em


seguida a injusta provocação da vítima, pode privilegiar determinados crimes ou
constituir circunstância atenuante de outros.
e) Segundo a teoria do tipo, que exige coincidência entre capacidade de culpabilidade e
realização dolosa ou culposa do tipo de injusto, em situações de actio libera in causa, o
dolo ou culpa do agente devem ser aferidos na ação anterior de autocolocação em estado
de incapacidade temporária de culpabilidade.
Gabarito C

 a) CERTO - com a teoria normativa pura, restaram somente elementos normativos no
elemento culpabilidade, como a imputabilidade e a potencial consciência da ilicitude
(juízo de reprovação) e a inexigibilidade de conduta diversa (juízo de exculpação). Em
caso de ausência de pelo menos um desses elementos, não haverá culpabilidade. 

 b) CERTO - o efeito do álcool, quando proveniente de caso fortuito/força maior, exclui
a imputabilidade, caso haja incapacidade absoluta de entender o caráter ilícito do fato ou
para determinar-se de acordo com esse entendimento. Entretanto, caso o agente seja
parcialmente capaz ao tempo da conduta, haverá redução de obrigatória da pena, em 1/3
a 2/3 (leitura do art. 28, II, §§1º e 2º do CP).

c) ERRADO - obediência à ordem não manifestamente ilegal de superior hierárquico


caracteriza situação de EXCULPAÇÃO LEGAL (perfeito). Entretanto, a obediência
à ordem ilegal de superior hierárquico não exclui a culpabilidade, podendo funcionar
como circunstância ATENUANTE, que reduzirá a pena na segunda fase de sua
dosimetria (QUESTÃO PEGADINHA).

d) CERTO - A emoção e a paixão não excluem a imputabilidade, mas a violenta


emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, pode privilegiar determinados
crimes (exemplo: HOMICÍDIO PRIVILEGIADO) ou constituir circunstância atenuante
de outros (nos crimes que não preveem a violenta emoção como causa de diminuição de
pena, incidirá a circunstância atenuante prevista no art. 65, III, "c" do CP).

e) CERTO - pela teoria da actio libera in causa, o dolo ou a culpa do agente devem ser
aferidos na ação anterior em que o agente se colocou em estado de incapacidade
(exemplo: no homicídio de trânsito, o dolo ou a culpa serão verificados analisando-se o
momento em que o agente estava fazendo a ingestão de bebida alcóolica, e não o
momento da direção do veículo automotor).

151- São causas de inimputabilidade previstas no Código Penal, além de doença


mental e desenvolvimento mental incompleto ou retardado:
a) emoção e paixão; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou força maior;
idade inferior a 18 anos.
b) idade inferior a 16 anos; embriaguez voluntária; coação irresistível.
c) idade inferior a 18 anos; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou força
maior.
121

d) idade inferior a 21 anos; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou força


maior; legítima defesa.
e) emoção e paixão; idade inferior a 18 anos; embriaguez preordenada.
Gabarito C

Inimputáveis

    Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento


mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Menores de dezoito anos

Art. 27- Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando


sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso


fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

152- Se o agente oferece propina a um empregado de uma sociedade de economia


mista, supondo ser funcionário de empresa privada com interesse exclusivamente
particular, incide em
a) erro sobre a pessoa.
b) descriminante putativa.
c) erro de tipo.
d) erro sobre a ilicitude do fato inevitável.
e) erro sobre a ilicitude do fato evitável.
Gabarito C
Se trata de erro de tipo!

Em palavras resumidas e de fácil compreensão para ajudar os colegas:

1. ERRO DE TIPO: O agente tem total conhecimento de que determinada conduta é


proibida por lei, porém não imagina estar praticando a mesma, quando, na verdade, está.

Ex.: "A" viajará do DF a SP. Chegando à rodoviária, no DF, "A" é surpreendida por
"B", que lhe pede que leve uma caixa de remédios ao seu tio, que estará no destino
122

aguardando, uma vez que está muito doente e precisa dos remédios. "A", compadecida
com a causa, resolve ajudar. Porém, antes de chegar ao destino é abordada pela PRF em
uma blitz rotineira, sendo presa, uma vez que na caixa possuia 500g de coicaína, e não
remédios, como disse "B".

Apontamentos:

1. "A" tem total conhecimento que portar drogas é ilegal, portanto conhece a ilicitude do
fato;

2. Porém, "A" imaginava portar remédios, e não drogas;

3. "A" incorreu em erro de tipo. (exclui a tipicidade, se inevitável)

2. ERRO DE PROIBIÇÃO: Aqui o agente tem total conhecimento do que pratica,


porém não imagina ser esta ação uma conduta delituosa.

Ex.: Um holandês desembarca no Aeroporto Internacional de Brasília e, não sabendo se


tratar de ato ilícito no Brasil, saca do seu bolso um baseado de maconha e fuma-o ali
mesmo, sendo preso por agentes da Policia Federal, que faziam ronda no local naquele
momento.

Apontamentos:

1. Na Holanda é permitido o uso de maconha;

2. O holandês não tinha conhecimento da ilicitude da conduta aqui no Brasil;

3. O holandês incorreu em erro de proibição, uma vez que tinha total conhecimento de
sua conduta (fumar maconha), porém não imaginava que a mesma era ilícita, uma vez
que em sua terra natal o uso da droga é permitido. (exclui a culpabilidade, se
inevitável)

153- O erro inescusável sobre


a) a ilicitude do fato constitui causa de diminuição da pena.
b) elementos do tipo permite a punição a título de culpa, se acidental.
c) elementos do tipo isenta de pena.
d) elementos do tipo exclui o dolo e a culpa, se essencial.
e) a ilicitude do fato exclui a antijuridicidade da conduta.
Gabarito A

Letra A: O erro inescusável sobre: a ilicitude do fato constitui causa de diminuição da


pena.  (correta)
123

O erro inescusável (injustificável, evitável ou vencível) sobre a ilicitude do fato está


previsto no art. 21 do CP (“o erro sobre a ilicitude do fato, se evitável, poderá diminuí-
la (a pena) de 1/6 a 1/3”), de modo que está correta a assertiva.

Letra B: O erro inescusável sobre: Elementos do tipo permite a punição a título de


culpa, se acidental. 

  O erro é a falsa percepção da realidade.

  O erro de tipo basicamente se divide em dois: erro de tipo essencial e erro de tipo
acidental. O erro de tipo essencial é aquele que recai sobre elementos constitutivos do
tipo ou sobre circunstâncias; o acidental, por sua vez, é aquele que recai sobre dados
acessórios do tipo penal.

  O erro de tipo acidental faz com que a infração penal subsista (ele não exclui o dolo
nem a culpa). Em verdade, o erro de tipo acidental não permite a punição a título de
culpa, se o agente quis o resultado de forma dolosa.

  Só para que fique mais claro, vejamos o seguinte: uma das espécies de erro de tipo
acidental é o erro sobre a pessoa (“error in persona”). Assim, se o agente atira, por
exemplo, com o intuito de acertar Joaquim, erra e acaba matando Danilo, ele responderá
por homicídio consumado na forma dolosa. Veja que o fato de ele acertar pessoa diversa
da pretendida em nada altera o seu dolo (vontade) de matar – nesse caso, inclusive,
serão levadas em consideração as qualidades pessoais da “vítima virtual” (Joaquim).

  Desse modo, incorreta a assertiva.

Letra C: O erro inescusável sobre: Elementos do tipo isenta de pena. (errada)

  Em relação ao erro essencial: Se o erro de tipo for invencível (escusável, justificável


ou inevitável) exclui-se o dolo e o fato é atípico. Nesse caso, o agente, nas
circunstâncias em que se encontrava, não tinha como evitar o resultado.

  Se o erro de tipo, porém, for vencível (inescusável, injustificável, evitável) – é o caso


da questão – o agente não responde pelo resultado a título de dolo, mas de culpa, se
houver previsão legal, de modo que ele não estará isento de pena. É que, nesse caso, o
agente, se agisse com diligência, poderia evitar o resultado.

  Em relação ao erro acidental: Como visto acima, ele não exclui o dolo. O fato de o
erro acidental ser inescusável ou escusável é irrelevante – pois ele não irá excluir o dolo
ou culpa em nenhum dos casos.

154- A diferença entre erro sobre elementos do tipo e erro sobre a ilicitude do fato
reside na circunstância de que
a) o erro de tipo exclui a culpabilidade, o de fato a imputabilidade.
b) o erro de tipo exclui o dolo, o de fato a culpabilidade.
c) o erro de tipo exclui a reprovabilidade da conduta, o de fato o elemento do injusto.
124

d) o erro de tipo exclui o dolo, o de fato a invencibilidade do erro.


e) a discriminante putativa é o que distingue o erro de tipo do erro de fato.
Gabarito B

Erro sobre elementos do tipo

   Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo,
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.

  Descriminantes putativas

  § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias,


supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de
pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.

Erro sobre a ilicitude do fato

   Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se


inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. 

155- Se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por


desenvolvimento mental incompleto ou retardado, não era inteiramente incapaz de
entender o caráter criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento, a
a) circunstância atuará como atenuante, a ser considerada na segunda etapa do cálculo
da pena.
b) pena poderá ser substituída por tratamento ambulatorial, mas não por internação.
c) pena será reduzida de um a dois terços, podendo-se considerar, na escolha do redutor,
o grau de perturbação da saúde mental.
d) hipótese será de absolvição imprópria, com imposição necessária de medida de
segurança.
e) pena será reduzida de um a dois terços, não se admitindo, porém, a substituição por
medida de segurança.
Gabarito C

IMPUTABILIDADE DIMINUÍDA OU RESTRITA

 Nos termos do art. 26, parágrafo único, do Código Penal:

Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de 1 (um) a 2/3 (dois terços), se o agente, em
virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou
retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
125

O art. 26, parágrafo único, do Código Penal fala em “perturbação da saúde mental”.

A perturbação da saúde mental também é uma doença mental, embora mais suave.
Não elimina totalmente, mas reduz, por parte do agente, a capacidade de entender o
caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento, o que
igualmente ocorre em relação ao desenvolvimento mental incompleto e ao
desenvolvimento mental retardado.

A diferença em relação à inimputabilidade, pois, é de grau. O agente tem diminuída


a sua capacidade de entendimento e de autodeterminação, a qual permanece presente,
embora em grau menor. Por esse motivo, subsiste a imputabilidade, e, por corolário, a
culpabilidade.

Como, entretanto, o sujeito encontra-se em posição biológica e psicológica inferior a


um imputável, a reprovabilidade da conduta é menor, determinando a lei a redução da
pena de 1 (um) a 2/3 (dois terços).

156- Segundo entendimento doutrinário, o consentimento do ofendido (quando


não integra a própria descrição típica), a adequação social e a inexigibilidade de
conduta diversa constituem causas supralegais de exclusão, respectivamente, da
a) tipicidade, da culpabilidade e da ilicitude.
b) culpabilidade, da tipicidade e da ilicitude.
c) ilicitude, da tipicidade e da culpabilidade.
d) ilicitude, da culpabilidade e da tipicidade.
e) culpabilidade, da ilicitude e da tipicidade.
Gabarito C
inexigibilidade de conduta diversa constitui uma causa supralegal de exclusão de
culpabilidade, que é aplicável para a obediência hierárquica e coação moral irresistível
(Art. 22)

Já a adequação social constitui uma causa de exclusão de tipicidade por excluir o


próprio fato típico da conduta

Por fim, no que diz respeito ao consentimento do ofendido, quando a FCC se utiliza
de: "quando não integra a própria descrição típica", é justamente para diferir da sua
outra acepção, quais sejam:
  a) Causa de exclusão da tipicidade : se o tipo penal exige o não-consentimento da
vítima.
  b) Causa supralegal de exclusão da ilicitude: o consentimento do ofendido, fora essas
hipóteses em que o dissenso da vítima constitui requisito da figura típica, pode excluir a
ilicitude, se praticado em situação justificante. (modalidade exigida para resolver a
questão).
126

Logo, nessa modalidade de consentimento do ofendido, o que ela irá excluir será a
ilicitude.
157- Segundo sua classificação doutrinária dominante, o chamado ofendículo pode
mais precisamente caracterizar situação de exclusão de
a) antijuridicidade.
b) tipicidade.
c) periculosidade.
d) culpabilidade.
e) punibilidade.
Gabarito A

OFENDÍCULOS

- Conceito: Aparato preordenado para a defesa do patrimônio.

Ex: cerca elétrica, cacos de vidro no muro etc.

# E animal?

- Animal pode ser considerado ofendículo (ex: “cuidado, cachorro bravo”).

- ATENÇÃO!! Se esse ofendículo que coloquei para defender meu patrimônio ferir
alguém, eu responderei pela lesão? Se eu agi dentro da normalidade tão somente para
proteger meu patrimônio, obedecendo as regras etc., não responderei! O ofendículo
configura Legítima Defesa ou Exercício Regular de um Direito?

1ªC: Legítima defesa preordenada – não responde.

2ªC: Exercício regular de direito – não responde.

3ªC (prevalece): Enquanto o ofendículo não é acionado, está-se diante de ERD; quando
o ofendículo for acionado, está-se agindo em LD preordenada.

- Enquanto não acionado: Exercício regular de direito.

- Quando acionado: Legítima defesa (preordenada).

4ªC: Diferencia ofendículo de defesa mecânica predisposta (ex: eletrocutou a maçaneta


da porta da casa).

OBS!! Independentemente da corrente que se adota, o OFENDÍCULO traduz direito


do cidadão defender seu patrimônio, devendo ser utilizado com prudência e consciência,
evitando excessos
158- No direito brasileiro legislado, desde que subtraia por completo o
entendimento da ilicitude ou a determinação por ela, a embriaguez terá,
127

genericamente, o condão de excluir total ou parcialmente a imputabilidade penal


quando for
a) não premeditada.
b) não preordenada.
c) oriunda de culpa consciente.
d) oriunda de culpa inconsciente.
e) oriunda de caso fortuito.
Gabarito E

A única hipótese em que a embriaguez excluirá a culpabilidade do agente por ser ele


inimputável se dá quando a embriaguez decorre de um acidente (seja por caso fortuito,
seja por força maior). Para que haja exclusão completa da culpabilidade a embriaguez
deve ser completa, assim se for incompleta não isentará o agente de pena, mas servirá
como causa de diminuição.

  Art. 28 do CP - Não excluem a imputabilidade penal:

  II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.

  § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso


fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

  § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez,


proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da
omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento

159- Na coação moral irresistível, há exclusão da


a) antijuridicidade.
b) culpabilidade, por inimputabilidade.
c) culpabilidade, por não exigibilidade de conduta diversa.
d) tipicidade.
e) culpabilidade, por impossibilidade de conhecimento da ilicitude.
Gabarito C
160- A respeito da aplicação da lei penal e dos elementos e das causas de exclusão
de culpabilidade, assinale a opção correta.
a) O princípio da legalidade pode ser desdobrado em três: princípio da reserva legal,
princípio da taxatividade e princípio da retroatividade como regra, a fim de garantir
justiça na aplicação de qualquer norma.
128

b) São excludentes de culpabilidade: inimputabilidade, coação física irresistível e


obediência hierárquica de ordem não manifestamente ilegal.
c) Se ordem não manifestamente ilegal for cumprida por subordinado e resultar em
crime, apenas o superior responderá como autor mediato, ficando o subordinado isento
por inexigibilidade de conduta diversa.
d) Emoção e paixão são causas excludentes de culpabilidade.
e) Em razão do princípio da legalidade, a analogia não pode ser usada em matéria penal.
Gabarito C
161- Em relação ao fato típico e aos elementos do crime, assinale a opção correta.
a) É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de culpa ou de
caso fortuito, ao tempo da ação ou da omissão, era parcialmente incapaz de entender o
caráter ilícito desse fato ou de determinar-se conforme esse entendimento.
b) É caracterizada como estado de necessidade a conduta praticada por bombeiro para
salvar de perigo atual ou iminente, não provocado por sua vontade, direito próprio ou
alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
c) Os elementos imputabilidade, potencial consciência da ilicitude, inexigibilidade de
conduta diversa e punibilidade são requisitos da culpabilidade penal.
d) A coação física e a coação moral irresistível excluem a conduta do agente, pois
eliminam totalmente a vontade pelo emprego da força, de modo que o fato passa a ser
atípico.
e) É considerado erro evitável, capaz de reduzir a pena, aquele em que o agente atue ou
se omita sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas
circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
Gabarito E

LETRA A:  2 Erros - A embriaguez decorrente de culpa não isenta o agente de pena,
mas tão somente a proveniente de caso fortuito ou força maior. A embriaguez parcial
também não isenta o agente de culpa, mas apenas a completa.

LETRA B: 3 erros - Só existe estado de necessidade em face de perigo atual, portanto,
se o perigo é iminente, este não pode ser alegado. Não pode alegar estado de
necessidade quem tem o dever legal de evitar o resultado, assim, não pode o bombeiro
alegar estado de necessidade para furgir de seu dever de ofício. Por fim, só há que se
falar em estado de necessidade quando estão em jogo dois bens legítimos, sendo que um
será sacrificado como condição indispensável para salvar o outro de igual ou maior
valor, a questão não menciona qual bem está sendo sacrificado, apenas diz que o
bombeiro irá proteger direito próprio ou alheio.

LETRA C: 2 erros - A punibilidade não é requisito da culpabilidade, mas sim


consequência da prática de um crime. O segundo erro não é tão evidente, mas está lá,
pois não é requisito da culpabilidade a INexigilidade de conduta diversa, mas sim
a EXIGIBILIDADE de conduta diversa, ou seja, é exigido do agente, para haver o
129

crime, que sua conduta fosse diversa e não aquela. Por outro lado, a INEGIBILIDADE
de conduta diversa funciona como excludente da culpabilidade e não como requisito.

LETRA D: 1 erro: Apenas a coação física exclui a conduta, já que falta


vonluntariedade ao agente. A coação moral irresistível exclui a exigibilidade de conduta
diversa, pois neste caso a sociedade não exige atuação diferente do agente, extinguindo
assim a culpabilidade.

LETRA E: CORRETA - A questão trouxe o conceito legal do erro de proibição


evitável (sem a consciênscia da ilicitude do fato) que tem como consequência a
redução da pena, diferente do erro de proibição inevitável que exclui a culpabilidade.

162- Com relação a imputabilidade penal, assinale a opção correta. Nesse sentido,
considere que a sigla ECA, sempre que empregada, se refere ao Estatuto da
Criança e do Adolescente.
a) A embriaguez, quando culposa, é causa excludente de imputabilidade.
b) A emoção e a paixão são causas excludentes de imputabilidade, como pode ocorrer
nos chamados crimes passionais.
c) A embriaguez não exclui a imputabilidade, mesmo quando o agente se embriaga
completamente em razão de caso fortuito ou força maior.
d) São inimputáveis os menores de dezoito anos de idade, ficando eles, no entanto,
sujeitos ao cumprimento de medidas socioeducativas e(ou) outras medidas previstas no
ECA.
e) São inimputáveis os menores de vinte e um anos de idade, ficando eles, no entanto,
sujeitos ao cumprimento de medidas socioeducativas e(ou) outras medidas previstas no
ECA.
Gabarito D

a) ERRADA - a embriaguez culposa, completa ou incompleta, NÃO exclue a


imputabilidade penal.

Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de


11.7.1984)

II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos

b) ERRADA - A emoção e a paixão NÃO excluem a imputabilidade penal.

Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:

I - a emoção ou a paixão;

c) ERRADA - A embriaguez acidental e fortuita, se completa, que torna o agente


incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento, exclui a imputabilidade penal (art. 28, §1º).
130

No entanto, se incompleta (acidental e fortuita), ou seja, aquela que retira somente parte
da capacidade do agente e entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento, permite a diminuição da pena (art. 28, §2º).

Embriaguez

§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso
fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez,
proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da
omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento.

d) CORRETA -  O art. 27 dp CP dispõe que os menores de 18 anos são penalmente


imputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas no Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA). Adotou-se, nesse caso, o sistema biológico, determinado apenas
pela idade do agente.

Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando


sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.

 e) ERRADA - ver alternativa d)

163- A embriaguez completa, culposa por imprudência ou negligência — aquela


que resulta na perda da capacidade do agente de entender o caráter ilícito de sua
conduta —, no momento da prática delituosa, não afasta a culpabilidade.
Gabarito CORRETO

Apenas a embriaguez completa decorrente de caso fortuito ou força maior exclui a


imputabilidade." 

CP.  Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:

I - a emoção ou a paixão;

II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos


análogos.

§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso
fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 

164- A doença mental e o desenvolvimento mental incompleto ou retardado, por si


só, afastam por completo a responsabilidade penal do agente.
Gabarito ERRADO
131

Código penal

Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento
ou seja, a mera doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, por
si só, não torna o agente inimputável, além disso, ele precisa estar inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do ato. Pois se ele for doente mental, mas souber
do caráter ilícito do fato, não há inimputabilidade penal.
165- Em relação à imputabilidade penal, assinale a opção correta.
a) Será isento de pena o agente que, por embriaguez habitual, não for capaz de entender
o caráter ilícito do fato.
b) Para definir a maioridade penal, a legislação brasileira seguiu o sistema
biopsicológico, ignorando o desenvolvimento mental do menor de dezoito anos de
idade.
c) A embriaguez não acidental e culposa exclui a imputabilidade no caso de ser
completa.
d) Os menores de dezoito anos de idade, por presunção legal, são considerados
inimputáveis somente nos casos de possuírem plena capacidade de entender a ilicitude
do fato.
e) Se a embriaguez acidental for completa, acarretará a irresponsabilidade penal.
Gabarito E

a) O Código Penal não previu caso de isenção para a embriaguez habitual, senão, vide
art. 28, II, §§1° e 2°;

b) A primeira parte está correta, contudo, de acordo com o art. 27, CP, "Os menores de
18 anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na
legislação especial" (Vale dizer, ECA);

c) A embriaguez não acidental NÃO EXCLUI NADA, mesmo sendo completa (vide art.
28, II, §§1° e 2°, CP);

d) Os menores de 18 anos são inimputáveis em todas as circunstâncias (art. 27, CP);

e) CORRETA - art. 28, §1°, CP - É isento de pena o agente que, por embriaguês
completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou
omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento.

166- A avaliação da imputabilidade é sempre retroativa.


Gabarito CORRETO
132

A avaliação da imputabilidade (se é passível de pena) realizada pelo Psiquiatra


Forense sempre é retroativa, ou seja, baseada em fatos que já passaram, podendo ser
há anos. Este exame visa avaliar o estado mental do réu ao tempo da prática do crime.
167- Caso um indivíduo com esquizofrenia cometa um crime, pode-se concluir por
meio do diagnóstico que ele não teve a capacidade plena de entender a ilicitude da
ação praticada.
Gabarito ERRADO
elo sistema biopsicológico, é inimputável aquele que, ao tempo da conduta, apresenta
um problema mental e, em razão disso, não possui capacidade para entender o caráter
ilícito do fato.

Portanto, para dizermos que esquizofrênico será inimputável, além de analisar o aspecto
biológico (a enfermidade), é necessário, também, que se analise o aspecto psicológico
do fato (se sabia que o que tava praticando, no momento da ação/omissão, era crime).

A questão só falou do aspecto biológico, faltou o psicológico, portanto errado.


168- Como requisitos para a avaliação da imputabilidade, o critério biopsicológico
exige o elemento biológico (doença mental), o elemento psicológico (cognitivo e
volitivo) e o elemento cronológico.
Gabarito ERRADO
SISTEMA BIOPSICOLÓGICO É o adotado pelo Brasil e resulta da união entre os
dois sistemas (Biológico + Psicológico). Segundo o sistema biopsicológico, é
inimputável aquele que, ao tempo da conduta, apresenta um problema mental e, em
razão disso, não possui capacidade para entender o caráter ilícito do fato.
Neste sistema há uma conjugação entre a atuação do perito e do magistrado. Enquanto o
primeiro analisa os aspectos biológicos, o segundo verifica a situação psicológica do
agente.
EXCEÇÃO: menores de 18 anos -> aplica-se o sistema biológico.
169- De acordo com o Código Penal brasileiro, a paixão pode levar a uma privação
de sentidos, o que resulta na abolição da faculdade de apreciar a criminalidade do
fato e de determinar-se de acordo com essa apreciação.
Gabarito ERRADO

Simplificadamente, a questão nos induz a achar que a paixão pode excluir a


imputabilidade penal, o que não é verdade, já que o Código penal estabelece:

Art. 28 - NÃO excluem a imputabilidade penal:

I - a emoção ou a paixão

170- Situação hipotética: Carlos, indivíduo perfeitamente saudável, se embriagou


voluntariamente em virtude da celebração de seu aniversário e, sob essa condição,
causou lesão grave a Daniel, seu primo. Assertiva: Nessa situação, se for
133

condenado, Carlos poderá ter a pena atenuada ou substituída por tratamento


ambulatorial.
Gabarito ERRADO

Questao Errada.

 Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:

  II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos

 § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez,


proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da
omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento.

171- O CP adota o sistema vicariante, que impede a aplicação cumulada de pena e


medida de segurança a agente semi-imputável e exige do juiz a decisão, no
momento de prolatar sua sentença, entre a aplicação de uma pena com redução de
um a dois terços ou a aplicação de medida de segurança, de acordo com o que for
mais adequado ao caso concreto.
Gabarito CORRETO

SISTEMAS:

a) Vicariante: Pena ou Medida de Segurança;  

b) Duplo Binário: Pena e Medida de Segurança;

Nosso Código Penal adotou o SISTEMA VICARIANTE, sendo impossível a aplicação


CUMULATIVA de Pena e Medida de Segurança. 
Aos IMPUTÁVEIS, PENA; aos INIMPUTÁVEIS, Medida de Segurança; Aos Semi-
Imputáveis, uma ou outra, conforme a recomendação do perito.

6- Concurso de Pessoas

172- Mário e Mauro combinam a prática de um crime de furto a uma residência.


Contudo, sem que Mário saiba, Mauro arma-se de um revólver devidamente
municiado. Ambos, então, ingressam na residência escolhida para subtrair os bens
ali existentes. Enquanto Mário separava os objetos para subtração, Mauro é
surpreendido com a presença de um dos moradores que, ao reagir a ação
criminosa, acaba sendo morto por Mauro. Nesta hipótese
a) Mário e Mauro responderão pela prática de latrocínio.
b) Mário e Mauro responderão pela prática de furto.
c) Mário responderá pela prática de furto simples e Mauro responderá pela prática de
furto qualificado.
134

d) Mário responderá apenas pelo furto e Mauro responderá pela prática dos crimes de
porte ilegal de arma de fogo, furto e homicídio.
e) Mário responderá pela prática de furto e Mauro pelo crime de latrocínio.
Gabarito E

Art. 29 Código Penal- Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas
a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. 

        § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-
lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter
sido previsível o resultado mais grave.

173- A moderna teoria do domínio do fato de Claus Roxin procura solucionar


alguns problemas de autoria e, expressamente, já foi adotada em nossos tribunais.
Além das previsões legais sobre autoria mediata, existe a possibilidade de autoria
no âmbito de uma organização. Para que esta seja configurada devem estar
presentes alguns requisitos, EXCETO
a) poder efetivo de mando.
b) fungibilidade do autor imediato.
c) desvinculação do aparato organizado do ordenamento jurídico.
d) o prévio acerto entre o comandante e os demais comandados.
e) disponibilidade consideravelmente elevada por parte do executor.
Gabarito D

Não é necessária, para caracterização da autoria mediata, que o comandado (autor


imediato) tenha ciência de que está sendo de fato usado. O desconhecimento por parte
do autor imediato (executor) irá repercutir apenas na sua responsabilidade penal, mas
não na do autor mediato (mandante) que, desde o início, possuía o domínio do fato, ou
saja, detinha o controle total do que estava ocorrendo.  

Assim, são requisitos para a caraterização da autoria mediata no âmbito de uma


organização: 

 - poder efetivo de mando. 

- fungibilidade do autor imediato (o executor é mero instrumento, podendo ser trocado


por outro). 

- desvinculação do aparato organizado do ordenamento jurídico. 

- disponibilidade consideravelmente elevada por parte do executor. 

174- Com relação ao concurso de pessoas, na dogmática penal brasileira:


135

a) adota-se a teoria da participação integrada, que exige que o partícipe tenha apenas
envolvimento objetivo com o resultado ocorrido.
b) adota-se a teoria da acessoriedade limitada.
c) é preciso que todos os elementos da teoria tripartite estejam presentes para a punição
do partícipe.
d) em aparatos organizados de poder não pode existir coautoria.
e) a teoria do domínio do fato dispensa a identificação de provas de autoria.
Gabarito B

Em primeiro lugar cabe dizer que há duas teorias principais discutindo sobre autoria e
participação no concurso de pessoas. 
a) teoria subjetiva ou extensiva não há diferença entre autor e partícipe, todo mundo é
autor. 
b) teoria objetiva ou restritiva, está faz diferença entre autor e partícipe.
b1) formal: autor é todo aquele que realiza a ação nuclear do tipo, enquanto partícipe é
aquele que realiza outras condutas acessórias 
b2) material: autor é aquele que realiza a conduta mais relevante para ação típica,
pouco importando se é a conduta nuclear descrita no tipo ou não.
No Brasil, a teoria mais aceita de acordo com o CP seria a objetivo formal.
O CP por seu turno não distingue autor de partícipe de forma expressa, então isso coube
a doutrina e jurisprudência.  Adentrando agora no mérito da questão temos quatro
teorias dispondo acerca da participação quais sejam:
a) Acessoriedade mínima: Para o enquadramento do partícpe basta que o autor tenha
cometido um fato típico. Nesse caso não importa se o autor estava acobertado por
alguma excludente de ilicitude, o partícipe seria culpada - responsabilidade objetiva.
b) Acessoriedade limitada: Para essa teoria o partícipe será enquadrado se o autor
cometeu fato típico e ilícito (há críticas a essa teoria quanto a culpabilidade, entretanto,
e a mais aceita pelo CP).
c) Acessoriedade máxima: O autor deve ter cometido um FT + ilícita + culpável ( não
é boa, pois se usasse um inimputável o autoria não responderia por nada).
d) Hiperacessoriedade: FT + Ilícito + culpável + punível. 

Erro da alternativa C -  O crime na teoria tripartíte é formado por FT + ilícito  +


culpável, mas para a teoria adotada no Brasil, só é necessário que estejam presentes os
dois primeiros substratos do crime, para que seja considerado participação, vez que
como gabarito a teoria aplicada é a a da acessoriedade limitada e não acessoriedade
máxima.

D) Em aparatos organizados de poder não pode existir coautoria.


ERRADO: Aparatos organizados de poder são o exemplo das organizações criminosas,
em regra o que acontece lá é exatamente coautoria e não mera participação. 

E) a teoria do domínio do fato dispensa a identificação de provas de autoria. 


ERRADA: A teoria do domínio do fato só é cabível em crimes dolosos pois ela
pressupõe que um agente mesmo que não pratique a ação nuclear típica seja o autor
intelectual do ato, ele trama tudo, mas vale-se de uma terceira pessoa, o típico caso de
136

quem não suja as mãos. Desta forma é necessário que se prove ter sido ele o "mandante"
do crime. 

175- Nos crimes dolosos contra a vida praticado em concurso de pessoas, é correto
afirmar, em relação ao Código Penal Brasileiro que
a) apenas nos crimes culposos contra a vida pode ser invocada a aplicação da Teoria
Monista ou Unitária.
b) é possível cindir o tipo no tocante à homogeneidade do elemento subjetivo, uma vez
que a Teoria Monista ou Unitária não é plenamente reconhecida pelo sistema legal
brasileiro.
c) a teoria Monista ou Unitária aplica-se exclusivamente aos crimes dolosos contra a
vida, tendo sua aplicação, portanto, vetada nas hipóteses contempladas pelos crimes de
trânsito.
d) inspirado na legislação italiana, adotou, como regra, a Teoria Monista ou Unitária, ou
seja, havendo pluralidade de agentes, com diversidade de conduta, mas provocando um
só resultado, existe um só delito.
e) denunciados em coautoria delitiva, e não sendo as hipóteses de participação de menor
importância ou cooperação dolosamente distinta, os réus poderiam ser condenados por
delitos diversos: homicídio doloso e homicídio culposo.
Gabarito D
Conforme Rogério Sanches (Código Penal para concursos, 8ª ed., 2015):
"Temos três teorias discutindo a infração penal, em tese, cometida por cada concorrente.
Para a teoria monista (unitária ou igualitária), ainda que o fato criminoso tenha
sido praticado por vários agentes, conserva-se único e indivisível, sem qualquer
distinção entre os sujeitos. Todos e cada um, sem distinção, são responsáveis pela
produção do resultado, em concepção derivada da equivalência das condições (todos os
que concorrem para o crime respondem pelo seu resultado) e também fundamentada em
questões de política criminal, em que se prefere punir igualmente os vários agentes que,
de alguma forma, contribuíram para a prática de determinada infração penal.
De acordo com a teoria pluralista, a cada um dos agentes se atribui conduta, elemento
psicológico e resultado específicos, razão pela qual há delitos autônomos cominados
individualmente. Haverá tantos crimes quantos sejam os agentes que concorrem para o
fato.
Por fim, para a teoria dualista, tem-se um crime para os executores do núcleo do tipo
(autores) e outro para os que não o realizam, mas de qualquer modo concorrem para a
sua execução (partícipes). Trata-se, na verdade, de dupla concepção a respeito do papel
exercido
por cada um dos agentes, cabendo ao autor o desempenho da ação principal e ao
partícipe a prática de atos acessórios.
A teoria adotada pelo Código Penal foi a monista, estabelecendo-se a existência de
apenas um crime e a responsabilidade de todos os que concorrem para a sua
prática. O artigo 29 do Código Penal, todavia, em sua parte final, faz uma ressalva no
137

sentido de que todos incidem nas penas cominadas ao crime 'na medida de sua
culpabilidade'".
176- "A" recebeu de "B" a determinação de espancar terceiro. No entanto, ultrapassando
os limites da provocação, mata a vítima. No caso, o partícipe responderá
a) por lesão corporal, sem aumento da pena, se podia prever o resultado, ou pelo homicídio, por
dolo eventual, se assumiu o risco de produzir o resultado.
b) pelo homicídio, por dolo eventual, se assumiu o risco de produzir o resultado, ou por
homicídio culposo.
c) por lesão corporal, sem aumento da pena, se não podia prever o resultado, ou pelo homicídio,
por dolo eventual, se assumiu o risco de produzir o resultado.
d) por lesão corporal, sem aumento de pena, se não podia prever o resultado morte, ou por
homicídio culposo.
e) por lesão corporal, com a pena aumentada, se a consequência letal lhe era imprevisível, ou
pelo homicídio, por dolo eventual, se assumiu o risco de produzir o resultado.

Gabarito C
177- Pessoa empresta seu nome e sua qualificação para sonegador constituir uma
empresa e efetivar negócios fraudulentos que resultam em lesão ao erário. Nesse
caso, poderá responder criminalmente, segundo a teoria do domínio do fato,
a) como coautor, pois integra o fato criminoso com conduta condizente com o verbo do
tipo penal, sonegação, e, por isso, responde igualmente com o comparsa.
b) como coautor, pois integra o fato criminoso com conduta imprescindível para sua
realização, ou seja, a constituição da empresa, que viabilizou o desenvolvimento da
atividade criminosa.
c) como partícipe, pois apenas assessorou o coautor para que este pudesse efetivar a
prática criminosa com o empréstimo de seu nome e qualificação para a constituição da
empresa, recebendo, todavia, a mesma pena.
d) como partícipe, pois apenas assessorou o coautor para que este pudesse efetivar a
prática criminosa com o empréstimo de seu nome e qualificação para a constituição da
empresa, recebendo a pena proporcional à sua participação.
e) apenas na condição de testemunha, por sua conduta se tratar de fato atípico, ou seja,
não previsto no tipo penal.
Gabarito B

TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO: criada em 1939, por Hans Welzel, com o


propósito de ocupar posição intermediária entre as teorias objetiva e subjetiva. 

Para essa concepção, AUTOR é quem possui controle sobre o domínio final do fato,
domina finalisticamente o trâmite do crime e decide acerca da sua prática, suspensão,
interrupção e condições. De fato, autor é aquele que tem a capacidade de fazer
continuar e de impedir a conduta penalmente ilícita. 
138

A tese de Welzel, sistematizada pelo professor alemão Claus Roxin, em sua tese
doutoral “Autoria e Domínio do Fato”, estabelece-se três hipóteses diversas para a
determinação de quem é AUTOR de um: 

1) é autor quem possui domínio da ação (caso de autoria de crime de mão própria); 

2) quem possui domínio de volição e/ou cognição (caso de autoria mediata ou


autoria intelectual) e 

3) quem possui domínio funcional (caso clássico de co-autoria).

De acordo com o caso apresentado - A pessoa que empresta seu nome e sua qualificação
para sonegador constituir uma empresa e efetivar negócios fraudulentos que resultam
em lesão ao erário é um AUTOR.

178- No concurso de pessoas,


a) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a
pena deste, essa pena será aumentada de 1/3 a 2/3, na hipótese de ter sido previsível o
resultado mais grave.
b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua periculosidade.
c) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando
elementares do crime.
d) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em
contrário, não são puníveis, se o crime não chega a ser consumado.
e) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída até metade.
Gabarito C

Letra A - Art. 29 § 2º, CP; "aumentada até a metade"

Letra B - Art. 29, caput, CP; "na medida de sua culpabilidade"

Letra C - Art. 30, CP -> Correta!!!

Letra D - Art. 31, CP; "se o crime não chega pelo menos a ser tentado"

Letra E - Art. 29, § 1º, CP; "pode ser diminuída de 1/6 a 1/3"

179- No concurso de pessoas,


a) há autoria colateral quando os concorrentes se comportam para o mesmo fim,
conhecendo a conduta alheia.
b) a infração penal não precisa ser igual, objetiva e subjetivamente, para todos os
concorrentes.
139

c) é necessário que cada concorrente tenha consciência de contribuir para a atividade


delituosa de outrem, dispensada a prévia combinação entre eles.
d) os concorrentes devem necessariamente realizar o fato típico.
e) dispensável a adesão subjetiva à vontade do outro.
Gabarito C

a) Errada. Na autoria colateral um sujeito desconhece a conduta do outro, embora


ambos agem simultaneamente, na realidade falta o liame subjetivo.

b) Errada. A infração deve ser igual, pois a regra no concurso de agente é que haja
identidade de infrações penais.

c) Correta. Embora seja dispensada a combinação prévia entre os agente, é necessário


que cada agente, seja coautor ou participe, contribua na empreitada criminosa.

d) Errada. Em regra é o autor (e coautor) que realiza o fato típico, leia-se pratica o verbo
núcleo do tipo, já o partícipe colabora para o crime sem realizar os atos executórios.

e) Errada. Necessário a adesão subjetiva, liame subjetivo é imprescindível, caso


contrário a depender do caso pode configurar autoria colateral (ou desconhecida, se não
apurar qual agente causou o dano).

180- Em tema de concurso de pessoas, é possível afirmar que


a) o concorrente, na chamada cooperação dolosamente diversa, responderá pelo crime
menos grave que quis participar, mas sempre com aumento da pena.
b) indispensável a adesão subjetiva à vontade do outro, embora desnecessária a prévia
combinação.
c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio nunca são puníveis, se o crime não
chega, pelo menos, a ser tentado.
d) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, ainda que
elementares do crime.
e) a participação de menor importância constitui causa geral de diminuição da pena,
incidindo na segunda etapa do cálculo.
Gabarito B
181- Joaus, Joseh e Pedrus acertaram, mediante prévio ajuste, a prática de um
crime de furto qualificado em residência. Pedrus escolheu a residência e emprestou
seu veículo para o transporte dos objetos furtados. Joaus arrombou a porta da
residência indicada por Pedrus e entrou. Joseh entrou em seguida. Joaus e Joseh
recolheram todos os objetos de valor, colocaram no veículo e fugiram do local.
Nesse caso,
a) Joaus, Joseh e Pedrus foram coautores.
140

b) Joaus foi autor, Joseh partícipe e Pedrus autor mediato.


c) Joaus e Joseh foram partícipes e Pedrus foi autor imediato.
d) Joaus, Joseh e Pedrus foram autores.
e) Joaus e Joseh foram coautores e Pedrus partícipe.
Gabarito E

O Código Penal, em seu art. 29, caput, adotou a Teoria Restritiva Objetivo Formal ou


Lógico Formal.

Segundo essa teoria, só é autor quem pratica o núcleo do tipo penal.

Teoria Objetivo Formal (conceito restritivo):

Autor: Aquele que realiza o núcleo, ou seja, o verbo do tipo. Quem mata, subtrai.

Partícipe: Aquele que colabora de alguma forma, sem realizar o núcleo.

Assim, Pedrus não executou o núcleo do tipo, apenas prestou sua colaboração, sendo
classificado como partícipe.

182- Segundo a jurisprudência dominante no âmbito do Tribunal Regional Federal


da 3ª Região, bem como do Superior Tribunal de Justiça, aliás em sintonia com
segmento importante da doutrina brasileira mais contemporânea, no crime de
falso testemunho ou falsa perícia,

a) é possível participação e autoria mediata.

b) é possível participação, mas não autoria mediata.

c) não é possível participação, mas sim autoria mediata.

d) é impossível participação ou autoria mediata.

e) é possível autoria indireta, mas não autoria mediata

Gabarito B
Segundo o STJ de fato não se pode falar em autoria mediata em crimes de mão
própria, porém admite a possibilidade de participação via induzimento ou
instigação, entretanto, Rogério Greco afirma que ainda nesses casos há exceções como
por exemplo no caso que uma testemunha é coagida, irresistivelmente, a prestar um
testemunho falso para beneficiar o autor da coação. Sendo assim um caso de autoria
mediata em um crime de mão própria (falso testemunho). 
183- Quanto aos demais agentes do crime, o parentesco entre o autor e a vítima;
a) comunica-se, desde que elementar ao tipo.
141

b) comunica-se sempre, desde que por aqueles conhecido.


c) comunica-se para agravamento genérico da pena concreta.
d) comunica-se para atenuação genérica da pena concreta.
e) não se comunica em qualquer hipótese.
Gabarito A
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo
quando elementares do crime.
184- Álvaro e Samuel assaltaram um banco utilizando arma de fogo. Sem ter
ferido ninguém, Álvaro conseguiu fugir. Samuel, nervoso por ter ficado para trás,
atirou para cima e acabou atingindo uma cliente, que faleceu. Dias depois,
enquanto caminhava sozinho pela rua, Álvaro encontrou um dos funcionários do
banco e, tendo sido por ele reconhecido como um dos assaltantes, matou-o e
escondeu seu corpo.
Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Álvaro cometeu os crimes de roubo qualificado e homicídio simples.
b) Samuel cometeu os crimes de roubo simples e homicídio culposo.
c) Álvaro cometeu os crimes de roubo e homicídio qualificados.
d) Álvaro cometeu o crime de homicídio qualificado e será responsabilizado pelo
resultado morte ocorrido durante o roubo.
e) Álvaro e Samuel cometeram o crime de roubo qualificado pelo resultado morte.
Gabarito D

Quando a banca diz que Alvaro irá responder pelo resultado morte, ela não faz
referencia ao roubo qualificado pela morte, e sim pela Causa de Aumento do art.
29, § 2º, CP:

   § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á
aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido
previsível o resultado mais grave.

185- Considerando os aspectos legais, doutrinários e jurisprudenciais sobre a


infração penal quanto aos elementos constitutivos, às espécies e aos sujeitos, bem
como à ilicitude, às excludentes e ao excesso punível, à consumação e tentativa e ao
concurso de pessoas, assinale a opção correta.
a) O concurso de agentes na realização de um crime pressupõe sempre o prévio ajuste
de vontades na consecução de um resultado danoso desejado por todos.
b) Não será punível o excesso de legítima defesa se a pessoa usar energia exagerada
para repelir uma agressão atual ou iminente, porque, em tais casos, não se pode exigir
do homem médio agir moderadamente quando tomado de violenta emoção.
142

c) Diz-se antijurídica e, portanto, punível a título doloso toda conduta contrária ao


direito, ainda que praticada na crença sincera de se estar agindo com amparo em causa
excludente de ilicitude.

d) São exemplos de excludentes de ilicitude a coação moral irresistível, a legítima


defesa, o estado de necessidade e o exercício regular de um direito.
e) Nos crimes materiais, a consumação só ocorre ante a produção do resultado
naturalístico, enquanto que, nos crimes formais, este resultado é dispensável.
Gabarito E

a) O ajuste não tem que ser prévio; porém, é necessário que haja o liame subjetivo entre
os agentes, caso não, poderá ocorrer a denominada autoria colaterial. Lembrando que
são elementos do concurso de pessoas: 1. Pluridade de Agentes/Condutas; 2. Liame
Subjetivo; 3. Relevância Causal; 4. Unidade de ilícito penal. 

 b) O agente deverá usar apenas nos meios sufiencientes para cessar a injusta agressão, o
que exceder isso, EM REGRA, será punido. 

 c) Nem todo fato antijurídico (ilícito) será punido, haja vista a que ainda é necessária
avaliação da culpabilidade do agente. 

 d) a coação moral irresistível é considerada um excludente de culpabilidade. O que


faltou aí foi o estrito cumprimento do dever legal. 

 e) CORRETA. 

186- Roberto, Pedro e Lucas planejaram furtar uma relojoaria. Para a consecução
desse objetivo, eles passaram a vigiar a movimentação da loja durante algumas
noites. Quando perceberam que o lugar era habitado pela proprietária, uma
senhora de setenta anos de idade, que dormia, quase todos os dias, em um quarto
nos fundos do estabelecimento, eles desistiram de seu plano. Certa noite depois
dessa desistência, sem a ajuda de Roberto, quando passavam pela frente da loja,
Pedro e Lucas perceberam que a proprietária não estava presente e decidiram,
naquele momento, realizar o furto. Pedro ficou apenas vigiando de longe as
imediações, e Lucas entrou na relojoaria com uma sacola, quebrou a máquina
registradora, pegou o dinheiro ali depositado e alguns relógios, saiu em seguida,
encontrou-se com Pedro e deu-lhe 10% dos valores que conseguiu subtrair da loja.
Na situação hipotética descrita no texto
Gabarito E

a) ERRADA Pedro e Lucas serão responsabilizados pelo mesmo tipo penal e terão


necessariamente a mesma pena.

Serão sim responsabilizados pelo mesmo tipo penal em virtude da adoção, pelo CP, da
teoria monista para o concurso de pessoas, segundo a qual incidem no mesmo tipo
penal todos que concorrem para o crime. Entrementes, não terão necessáriamente a
143

mesma pena, haja vista o próprio princípio da individualização da pena e de que o


próprio CP, no art. Art. 29, afirma que: "Quem, de qualquer modo, concorre para o
crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade."

b)ERRADA o direito penal brasileiro não distingue autor e partícipe.

Há sim distinção entre autor e partícipe. Tanto é que o próprio art. 29, em seu  § 1º
aduz que - "Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de
um sexto a um terço", demonstrando assim tratamento diferencial à mera participação.

c)ERRADA Pedro, partícipe, terá pena mais grave que a de Lucas, autor do crime.

O art. 29 do CP, em seu § 1º aduz que - "Se a participação for de menor importância,
a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço", demonstrando assim tratamento
mais brando à mera participação.

d)ERRADA Roberto será considerado partícipe e, por isso, poderá ser punido em


concurso de pessoas pelo crime praticado.

A mera cogitação de crime não é punida pelo Direito Penal.

 e)CORRETA se a atuação de Pedro for tipificada como participação de menor


importância, a pena dele poderá ser diminuída.

Art. 29, § 1º do CP "Se a participação for de menor importância, a pena pode ser
diminuída de um sexto a um terço".

187- Assinale a opção correta de acordo com a jurisprudência do STJ.


a) Diz-se tentado o latrocínio quando não se realiza plenamente a subtração da coisa,
mas ocorre a morte da vítima.
b) Tendo o CP adotado a teoria monista, não há como punir diferentemente todos
quantos participem direta ou indiretamente para a produção do resultado danoso.
c) É impossível o concurso de pessoas nos crimes culposos, ante a ausência de vínculo
subjetivo entre os agentes na produção do resultado danoso.
d) O crime de latrocínio não admite forma preterdolosa, considerando a exigência do
animus necandi na conduta do agente.
e) No crime de roubo praticado com pluralidade de agentes, se apenas um deles usar
arma de fogo e os demais tiverem ciência desse fato, todos responderão, em regra, pelo
resultado morte, caso este ocorra, pois este se acha dentro do desdobramento normal da
conduta.
Gabarito E

Letra A: ERRADA. Súmula 610 do STF: "Há crime de latrocínio, quando o homicídio
se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima."
144

 Letra B: ERRADA. O CP adotou a teoria monista temperada, ou seja, estabeleceu


certos graus de participação e o princípio da individualização da pena (na medida
de sua culpabilidade).

 Letra C: ERRADA. O STJ entende que não há participação em crime culposo, porém,
parte da doutrina e Jurisprudência admitem a coautoria.

 Letra D: ERRADA. O crime de latrocínio é crime contra o patrimônio, motivo este


que justifica o fato de que os agentes que tenham praticado tal crime não vão a júri
popular. Por isso o animus necandi não é requisito necessário. Além do mais, consuma-
se o latrocínio caso o agente tenha dolo em subtrair os bens da vítima, porém, por culpa
acaba ceifando a vida desse.

 Letra E: CORRETA. Jurisprudência do STJ:No caso de crime cometido mediante o


emprego de arma de fogo, por se tratar de circunstância objetiva, a majorante se
entende a todos os agentes envolvidos no delito, sejam coautores ou  partícipes,
porquanto o Código Penal filiou-se à teoria monista ou unitária no que tange ao
concurso de pessoas (Código Penal, art. 29).

188- A respeito do concurso de pessoas, assinale a opção correta.


a) As circunstâncias objetivas se comunicam, mesmo que o partícipe delas não tenha
conhecimento.
b) Em se tratando de peculato, crime próprio de funcionário público, não é possível a
coautoria de um particular, dada a absoluta incomunicabilidade da circunstância
elementar do crime.
c) A determinação, o ajuste ou instigação e o auxílio não são puníveis.
d) Tratando-se de crimes contra a vida, se a participação for de menor importância, a
pena aplicada poderá ser diminuída de um sexto a um terço.
e) No caso de um dos concorrentes optar por participar de crime menos grave, a ele será
aplicada a pena referente a este crime, que deverá ser aumentada mesmo na hipótese de
não ter sido previsível o resultado mais grave.
Gabarito D

A) ERRADA !   Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter


pessoal, salvo quando elementares do crime. 

B) ERRADA ! O peculato é conceituado doutrinariamente como crime funcional


impróprio ou misto, porquanto na hipótese de não ser praticado por funcionário público,
opera tipicidade relativa, passando a constituir tipo penal diverso. 

C) ERRADA !! CP:   Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo


disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a
ser tentado
145

D) CORRETA ! CP:   Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide
nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

  § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um


sexto a um terço.

E) ERRADA ! ART 29   § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime


menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

189- Pode haver participação dolosa em crime culposo, não sendo necessário, para
a caracterização do concurso de pessoas, que autor e partícipes tenham atuado
com o mesmo elemento subjetivo-normativo.

Gabarito ERRADO

Vimos que o partícipe deve, necessariamente, estar subjetivamente vinculado à conduta


do autor. Exige-se a homogeneidade de elemento subjetivo, pois se todos os que
concorrem para um crime por ele respondem, como decorrência da teoria unitária ou
monista acolhida pelo art. 29, caput, do Código Penal, não se admite a participação
culposa em crime doloso, nem a participação dolosa em crime culposo (...)

Frise-se, por oportuno, que a unidade de elemento subjetivo exigida para a


caracterização do concurso de pessoas impede a participação dolosa em crime
culposo. Na hipótese em que alguém, dolosamente, concorre para que outrem produza
um resultado naturalístico culposo, há dois crimes: um doloso e outro culposo.
Exemplo: “A”, com a intenção de matar “B”, convence “C” a acelerar seu carro em uma
curva, pois sabe que naquele instante “B” por ali passará de bicicleta. O motorista atinge
velocidade excessiva e atropela o ciclista, matando-o. “A” responde por homicídio
doloso (CP, art. 121), e “C” por homicídio culposo na direção de veículo automotor (Lei
9.503/1997 – CTB, art. 302).”

190- Idealizada por Welzel e Roxin e considerada objetivo-subjetiva, a teoria do


domínio do fato diferencia autoria de participação em função da prática dos atos
executórios do delito.

Gabarito ERRADO
A teria do domínio do fato diferencia autor e partícipe não com base na prática dos
atos executórios (isso quem o faz é a teoria objetivo-formal). A teoria do domínio do
fato diferencia autor e partícipe tendo com fundamento o domínio sobre o curso da
empreitada criminosa. Todo aquele que possui o domínio do curso da conduta criminosa
(seja pelo domínio da ação, da vontade ou pelo domínio funcional do fato) é
considerado autor do delito.
191- No concurso de pessoas, o auxílio prestado ao agente, quando não iniciada a
execução do crime, é passível de punição.
Gabarito ERRADO
146

CP. Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição


expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser
tentado.

192- Assinale a opção correta no que se refere ao concurso de pessoas.


A) Inexiste previsão legal referente ao desvio subjetivo de conduta.
b) Segundo a teoria da acessoriedade mínima, uma ação justificada para o autor não
constitui crime para o partícipe.
c) Será considerado cúmplice aquele que incutir na mente do autor principal o propósito
criminoso.
d) A coautoria pressupõe acordo prévio, o que a doutrina denomina de pactum sceleris.
e) O crime omissivo admite a participação por meio de comissão.
Gabarito E
193- Caso um indivíduo obtenha de um amigo, por empréstimo, uma arma de fogo,
dando-lhe ciência de sua intenção de utilizá-la para matar outrem, o amigo que
emprestar a arma será considerado partícipe do homicídio se o referido indivíduo
cometer o crime pretendido, ainda que este não utilize tal arma para fazê-lo e que
o amigo não o estimule a praticá-lo.
Gabarito ERRADO
Para que alguém seja considerado partícipe de um delito é necessário prestar auxílio
MATERIAL ou MORAL. No caso, não haveria auxílio MATERIAL, pois a arma
utilizada não foi a mesma emprestada pelo amigo. Também não houve auxílio moral,
pois a própria questão deixa claro que o amigo não estimulou o agente a praticar o
crime. Assim, não há participação penalmente punível.
194- Em se tratando de autoria colateral, não existe concurso de pessoas.
Gabarito CORRETO

Isso mesmo, a autoria colateral é quando os agentes não conhecem a intenção um do


outro.

Exemplo:

Lolo atira pra matar Maumau e do outro lado da rua Nogueirinha atira em direção a
Maumau, ambos com Animus Necandi, e sem conhecer a conduta um do outro.

Se os disparos de ambos causarem a morte, ambos respondem por homicídio.Se a


vítima morreu apenas da decorrência da conduta de um, o outro responde por
tentativa.

Outras situações em que não há concurso de crimes: Autoria Mediata e Autoria Incerta
147

195- A autoria mediata não é admitida nos crimes de mão própria e nos tipos de
imprudência.
Gabarito CORRETO

Autoria mediata: O autor domina a vontade alheia e, desse modo, serve-se de outra
pessoa que atua como instrumento.

Ex: Médico quer matar inimigo que está hospitalizado e usa a enfermeira para ministrar
injeção letal no paciente.

Portanto, não é admitida nos crimes de mão própria, que só pode ser cometido pelo
sujeito em pessoa, ou seja, pelo autor direto da ação e nem nos tipos criminais por falta
de imprudência, que é a falta de cuidados.

196- No que se refere à teoria do domínio do fato, é correto afirmar que


a) a teoria do domínio do fato objetiva oferecer critérios para a diferenciação entre autor
e partícipe, sem a pretensão de fixar parâmetros sobre a existência, ou não, de
responsabilidade penal.
b) um agente criminoso que dirija o automóvel essencial e imprescindível para a fuga de
um grupo de criminosos que rouba um banco, de acordo com a teoria do domínio do
fato, pratica roubo, em coautoria, por domínio da vontade.
c) a teoria do domínio do fato equivale à teoria objetivo-formal de autoria.
d) o domínio do fato se manifesta em três diferentes formas: domínio da ação, na
modalidade autoria mediata; domínio da vontade, na forma de autoria imediata; e
domínio funcional do fato, como coautoria.
e) a teoria do domínio do fato contribui para a diferenciação entre autor e partícipe no
caso de crimes omissivos próprios e de crimes culposos.
Gabarito A
A teoria do domínio do fato tem por finalidade estabelecer uma diferenciação entre
autor e partícipe a partir da noção de “controle da situação”. Aquele que, mesmo não
executando a conduta descrita no núcleo do tipo, possui todo o controle da situação,
inclusive com a possibilidade de intervir a qualquer momento para fazer cessar a
conduta, deve ser considerado autor, e não partícipe.

Tal teoria não tem a pretensão de analisar a punibilidade de cada um, mas apenas
delimitar, de forma mais substancial, a natureza de cada uma das condutas delituosas.

b) Para esta teoria o agente seria coautor por domínio FUNCIONAL do fato, ou seja,
por desempenhar uma tarefa essencial e indispensável à concretização da conduta
delituosa, ainda que não praticando os atos previstos no núcleo do tipo penal.

c) Item errado, pois a teoria objetivo-formal é exatamente o oposto da teoria do domínio


do fato, já que a teoria objetivo-formal prega que autor é aquele que realiza a conduta
descrita no núcleo do tipo penal.
148

d) O item está errado, pois inverte os conceitos de domínio da vontade (que ocorre na
autoria mediata) e domínio da ação (que ocorre na autoria imediata).

e) Item errado, pois a teoria do domínio do fato é inaplicável aos delitos culposos,
exatamente por não haver, nestes delitos, domínio do agente sobre a conduta que visa ao
fim criminoso, já que no delito culposo o resultado ocorre involuntariamente.

Em relação aos crimes omissivos, boa parte da Doutrina não admite coautoria, mas
apenas participação. A autoria em tais delitos estaria restrita àquele que pratica
efetivamente a conduta (ou seja, não fazendo o que deveria fazer), de forma que seria
inviável o reconhecimento da teoria do domínio do fato em relação a tais delitos.

197- Assinale a alternativa correta acerca do concurso de pessoas.


a) De acordo com a teoria pluralística, há um crime para os autores, que realizam a
conduta típica emoldurada no ordenamento positivo, e outro crime para os partícipes,
que desenvolvem uma atividade secundária.
b) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio são puníveis ainda que o crime não
tenha sido tentado.
c) O CP adotou, como regra, a teoria dualística.
d) Segundo a teoria monista ou unitária, a cada participante corresponde uma conduta
própria, um elemento psicológico próprio e um resultado igualmente particular.
e) São requisitos do concurso de pessoas a pluralidade de participantes e de condutas, a
relevância causal de cada conduta, o vínculo subjetivo entre os participantes e a
identidade de infração penal.
Gabarito E
Lembremos do famoso PRIL! Pluralidade de agentes, relevância causal das condutas,
identidade do crime, liame subjetivo.
198- No concurso de pessoas, o Código Penal diferencia o "co- autor" do
"partícipe", propiciando ao juiz que aplique a pena conforme o juízo de
reprovação social que cada um merece, em respeito ao princípio constitucional da
individualização da pena (art. 5º, XLVI da Constituição Federal). Relativamente
ao concurso de pessoas, assinale a alternativa incorreta.
a) A pessoa que conduz um inimputável à prática de uma conduta delituosa responde
pelo resultado na condição de autor mediato.
b) Na autoria colateral, há divisão de tarefas para a obtenção de um resultado comum.
c) Quanto à natureza jurídica do concurso de agentes, o Código Penal adotou a teoria
unitária ou monista.
d) Admite-se a co-autoria no crime culposo.
e) As circunstâncias objetivas comunicam-se, desde que o co-autor e o partícipe delas
tenham conhecimento.
149

Gabarito A
199- São elementos caracterizadores do concurso de pessoas (coautoria e
participação em sentido estrito), entre outros:
a) acordo de vontades entre os agentes e relevância causal das condutas.
b) pluralidade de agentes e acordo de vontades entre os agentes.
c) liame subjetivo e pluralidade de infrações penais.
d) pluralidade de agentes e pluralidade de infrações penais.
e) liame subjetivo e relevância causal das condutas.
Gabarito E

São elementos caracterizadores do concurso de pessoas (PRIL):

Pluralidade de agentes e de condutas;

Relevância causal de cada conduta;

Identidade de infração penal;

Liame Subjetivo.

200- Para que ocorra o concurso de pessoas, são indispensáveis


a) autoria
b) pluralidade de condutas, relevância causal de cada uma das ações
c) participação e coautoria
d) coautoria e autoria
Gabarito B

7- Concurso de crimes

201- No concurso de crimes, cuidando-se de infrações de espécies diversas


cometidos por condutas distintas, ambas com violência física real, dos institutos
legais abaixo em princípio pode-se postular em favor do imputado
a) concurso formal heterogêneo.
b) concurso formal impróprio.
c) crime continuado genérico.
d) crime continuado específico.
e) prescrição isoladamente considerada.
150

Gabarito E

A não pode ser a resposta, eis que o concurso formal heterogêneo ocorre quando o
agente, com uma única conduta, pratica dois ou mais crimes diferentes. Dessa forma,
não está satisfeito o enunciado.

B também não pode ser a resposta, pois o concurso formal impróprio ocorre quando o
agente, com uma única conduta, pratica dois ou mais crimes dolosos, tendo o desígnio
de praticar cada um deles (desígnios autônomos).

C e D também não podem ser as respostas, já que dentre os requisitos para o crime
continuado, eles devem ser da mesma espécie, conforme se preceitua do art. 71, caput e
parágrafo único.

202- Sobre a configuração do crime continuado,


a) a pluralidade de condutas com a unidade de resultado motivou a criação da ficção
legal para impedir penas desproporcionais.
b) a exasperação da pena, de um sexto até dois terços, aplica-se igualmente às penas
restritivas de direitos e à pena de multa.
c) a jurisprudência do STJ adota a teoria objetivo-subjetiva, própria do sistema finalista,
que busca afirmar a pena em consonância com a expressão externa da pretensão do
agente.
d) a parte geral do Código Penal de 1984 adotou expressamente a teoria segundo a qual
é necessária a presença de unidade de desígnios e nexo subjetivo entre as condutas.
e) a partir das modernas concepções normativas do dolo, a presença das circunstâncias
de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, são incapazes de presumir a
favor do réu a existência de unidade de propósitos.
Gabarito C

Teorias existentes no contexto do Crime continuado no que tange a unidade de


desígnios.

1.ª TEORIA OBJETIVO-SUBJETIVA: Não basta a presença dos requisitos objetivos


previstos no art. 71, caput, do Código Penal. Reclama-se também a unidade de desígnio,
isto é, os vários crimes resultam de plano previamente elaborado pelo agente. Posição:
Zaffaroni, Damasio, dominante no âmbito jurisprudencial. (Posição adotada para
concursos);

2.ª TEORIA OBJETIVA PURA OU PURAMENTE OBJETIVA: Basta a presença


dos requisitos objetivos elencados pelo art. 71, caput, do Código Penal. (item 59 da
Exposição de Motivos da Nova Parte Geral do Código Penal). Posição: Hungria e
Frederico Marques.

203- Em matéria de crime continuado, é correto afirmar que


a) é admissível apenas se idênticos os crimes, segundo expressa previsão legal.
151

b) é admissível a suspensão condicional do processo, se a soma da pena mínima da


infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano.
c) aplica-se a lei penal mais grave, se a sua vigência é anterior à cessação da
continuidade.
d) a pena pode ser aumentada até o triplo nos crimes dolosos, contra a mesma vítima,
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa.
e) a prescrição regula-se pela pena imposta na sentença, computando-se o acréscimo
decorrente da continuação.
Gabarito C

A)  De acordo com o art.71, os crimes devem ser da "mesma espécie" 

B) deve ser inferior a um ano 

C) correta, súmula 711, STF

D) art.71, parágrafo unico. Nos crimes dolosos, contra vítimas difierentes, (...) aumentar
a pena de um só dos crimes, se idênticas ou a mais grave, se diversas, até o triplo 

204- Na hipótese de concurso de pessoas instantâneo, entre um adulto e um


adolescente, para a prática de roubo, sem que o adulto esteja animado por desígnio
autônomo para corromper especificamente o adolescente para a prática do roubo,
estabelece-se entre os delitos de roubo e corrupção de menores a seguinte
modalidade de concurso de crimes:
a) Não há concurso de crimes entre os delitos de roubo e corrupção de menores.
b) Concurso formal impróprio.
c) Concurso formal.
d) Concurso material.
e) Crime continuado.
Gabarito C
205- No concurso formal,
a) aplica-se a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas
aumentada, em qualquer caso, de um sexto até a metade, ainda que os crimes
concorrentes resultem de desígnios autônomos.
b) a pena poderá exceder a que seria cabível pela regra do concurso material.
c) o agente, mediante uma só ação ou omissão, desde que necessariamente dolosa,
pratica dois ou mais crimes.
d) a pena de multa deverá receber o mesmo acréscimo imposto à pena privativa de
liberdade.
152

e) aplicável a suspensão condicional do processo, se- gundo entendimento sumulado,


quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da
majorante, não ultrapassar o limite de 1 (um) ano.
Gabarito E
No concurso formal,
a) aplica-se a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas
aumentada, em qualquer caso, de um sexto até a metade, ainda que os crimes
concorrentes resultem de desígnios autônomos.
b) a pena poderá exceder a que seria cabível pela regra do concurso material.
c) o agente, mediante uma só ação ou omissão, desde que necessariamente dolosa,
pratica dois ou mais crimes.
d) a pena de multa deverá receber o mesmo acréscimo imposto à pena privativa de
liberdade.
e) aplicável a suspensão condicional do processo, se- gundo entendimento sumulado,
quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da
majorante, não ultrapassar o limite de 1 (um) ano.
206- O chamado concurso material benéfico prevalece
a) sobre o concurso formal próprio e o crime continuado
b) apenas sobre o concurso formal impróprio.
c) apenas sobre o concurso formal próprio
d) sobre o concurso formal impróprio e o crime continuado específico.
e) apenas sobre o crime continuado específico.
Gabarito A

- O chamado concurso material benéfico prevalece sobre:

a)  o concurso formal próprio e

b)  o crime continuado (genérico e específico);

- Cúmulo material benéfico: Se o crime continuado ou o concurso formal próprio ficar


pior que o concurso material, aplica-se este último.

- O § único do art. 70 (concurso formal próprio) diz que a pena no concurso formal não
poderá exceder a do concurso material.

- O § único do art. 71 (crime continuado) diz que temos que observar as regras do §
único do art. 70, portanto a pena no crime continuado também não pode exceder a do
concurso material.
153

Concurso formal

Art. 70, Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do
art. 69 deste Código (concurso material).

Crime continuado

Art. 71, Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos
com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade,
os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e
as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave,
se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art.
75 deste Código.

207- Uma vez reconhecido o concurso formal de crimes, será afinal aplicada pena
privativa de liberdade
a) aquém daquela mais grave isoladamente aplicável por qualquer dos crimes.
b) aquém daquela menos grave isoladamente aplicável por qualquer dos crimes.
c) igual à pena mais grave isoladamente aplicável por qualquer dos crimes.
d) além daquela mais grave e até a somatória aritmética das penas isoladamente
aplicáveis aos crimes.
e) além da somatória aritmética das penas isoladamente aplicáveis aos crimes.
Gabarito D
Uma vez reconhecido o concurso formal de crimes, será afinal aplicada pena privativa
de liberdade além daquela mais grave (ou seja aplica a pena mais grave somada de 1/6
a metade o que resultará numa pena além daquela mais grave)  e até a somatória
aritmética das penas isoladamente aplicáveis aos crimes ( de acordo com o art. 70, Ú, o
limite para o aumento de pena é,  no concurso formal perfeito, a somatória das penas)
EX: um meliante comete um crime num concurso formal perfeito sendo condenado a 12
anos em um crime e 4 meses em outro crime. Usando a regra da exasperação e
aumentado a pena no menor valor possível, ele iria responder por 12 anos+1/6= 14 anos
de pena. 
Note-se que se as penas fossem somadas daria apenas 12 anos e 4 meses de pena. Logo
se no concurso formal perfeito ultrapassar a somatória aritmética das penas isoladas irá
aplicar a regra do cumulo material.
207- Vicente, que não tem prática no uso de arma de fogo, disparou vários tiros
contra Rodrigo, que estava próximo de Manoel, sabendo que poderia atingir os
dois. Vicente tinha a intenção de matar Rodrigo e, para tanto, não se importava
com a morte previsível de Manoel. Após os disparos, ambos foram atingidos, e
apenas Rodrigo sobreviveu.
Nessa situação, não há elementos legais suficientes para se falar em concurso formal de
crimes.
154

Gabarito ERRADO

Trata-se de concurso formal de crimes => impróprio:

- 2 ou + crimes;

- 1 só ação;

- 2 ou + intenções com desígnios autônomos;

- Cúmulo material;

208- No que diz respeito ao concurso de crimes, o direito brasileiro adota o sistema
do cúmulo material e o da exasperação na aplicação da pena.
Gabarito CORRETO
PARA PEGAR DE VEZ!
Concurso material
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade
em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de
detenção, executa-se primeiro aquela. (CÚMULO MATERIAL)
Concurso formal
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais,
somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade.
(EXASPERAÇÃO DA PENA) As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a
ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos,
consoante o disposto no artigo anterior. (CÚMULO MATERIAL)
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69
deste Código. (CONCURSO MATERIAL BENÉFICO)
Crime continuado
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e
outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro,
aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas,
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. (EXASPERAÇÃO DA
PENA) 
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com
violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os
antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as
circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se
diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75
deste Código. (EXASPERAÇÃO DA PENA)

Resumindo, ficaria assim:


155

Concurso material: cúmulo material;


Concurso formal próprio: exasperação;
Concurso formal impróprio: cúmulo material;
Crime continuado: exasperação (caput: até 2/3; parágrafo único: triplo).

Cúmulo material: ocorre a soma das penas de cada um dos delitos.


Exasperação: aplica-se a pena mais grave, com o aumento de determinada quantidade
pelos outros crimes.
209- Considere a seguinte situação hipotética. Juca, maior, capaz, na saída de um
estádio de futebol, tendo encontrado diversos desafetos embarcados em um veículo
de transporte regular, aproveitou-se da oportunidade e lançou uma única bomba
incendiária contra o automóvel, causando graves lesões em diversas vítimas e a
morte de uma delas. Nesse caso, Juca será apenado com base no concurso formal
imperfeito ou impróprio.
Gabarito CORRETO
O concurso de crime formal é uma única ação produz mais de um resultado, mas ele se
divide em:

-Perfeito ou Próprio: O agente não tem o dolo de praticar mais de um crime, acontece
pq ou todos os resultados são culposos ou pq existe um preterdolo

-Imperfeito ou Impróprio: O agente quis provocar cada um dos crimes. 


Eu decorei o imperfeito sendo "matar dois coelhos com uma paulada só"
210- Antônio, junto com comparsa, abordou dois rapazes que caminhavam na rua
e os ameaçou com um revólver de brinquedo, subtraindo do primeiro R$ 20 e do
segundo um isqueiro no valor de R$ 8. Notificados da ocorrência, os componentes
de uma guarnição da Polícia Militar de Pernambuco, ao final de rápida diligência,
os localizaram e prenderam em situação de flagrância, já que estavam na posse da
res furtiva. Durante a lavratura do flagrante, Antônio identificou-se com nome
fictício, para esconder seus antecedentes criminais, não tendo exibido documento
de identidade.

Nessa situação hipotética, Antônio responderá pela prática de


a) roubos em concurso formal mais falsidade ideológica.
b) roubo impróprio.
c) roubos em concurso formal mais falsa identidade em concurso material.
d) roubo com majorante de uso de arma.
e) roubo continuado.
Gabarito C
211- Acerca do crime de estelionato, julgue os seguintes itens.
156

I Em se tratando de crime de estelionato cometido contra a administração pública, não


se aplica o princípio da insignificância, pois a conduta que ofende o patrimônio público,
a moral administrativa e a fé pública possui elevado grau de reprovabilidade.
II Aplica-se a regra do concurso material de delitos a crime de estelionato
previdenciário cometido por um só agente após o óbito do segurado, tendo esse agente
efetuado saques mensais de prestações previdenciárias por meio de cartão magnético.
III Extingue-se a punibilidade do delito de estelionato previdenciário se o agente
devolver a vantagem ilícita recebida à Previdência Social antes do recebimento da
denúncia.
Com base no entendimento do Superior Tribunal de Justiça, assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.
Gabarito A

Item II

 Natureza jurídica: o delito de estelionato perpetrado contra a Previdência Social tem


natureza distinta, a depender do agente que pratica o ilícito, se o próprio segurado,
que recebe mês a mês o benefício indevido, ou o servidor da autarquia previdenciária
ou, ainda, por terceiro não beneficiário, que comete a fraude inserindo os dados falsos.

 Ilícito cometido pelo segurado da previdência: crime permanente cuja consumação


se protrai no tempo, e se consuma por derradeiro apenas quando cessa o recebimento
indevido do benefício, iniciando-se daí a contagem do prazo prescricional; e

 Delito praticado pelo servidor do INSS ou por terceiro não beneficiário: crime


instantâneo de efeitos permanentes, sendo que sua consumação ocorre no pagamento
da primeira prestação do benefício indevido, data na qual se inicia a contagem do prazo
de prescrição da pretensão punitiva.

Portanto, a questão não entra no mérito de concurso de crime material, nem, tampouco,
de crime continuado, haja vista a permanência naquele e de inviabilidade temporal
neste.

III) ERRADA.

DIREITO PENAL. ESTELIONATO CONTRA A PREVIDÊNCIA SOCIAL E


DEVOLUÇÃO DA VANTAGEM INDEVIDA ANTES DO RECEBIMENTO DA
DENÚNCIA.
157

 Não extingue a punibilidade do crime de estelionato previdenciário (art. 171, § 3º,


do CP) a devolução à Previdência Social, antes do recebimento da denúncia, da
vantagem percebida ilicitamente, podendo a iniciativa, eventualmente,
caracterizar arrependimento posterior, previsto no art. 16 do CP. O art. 9º da Lei
10.684/2003 prevê hipótese excepcional de extinção de punibilidade, "quando a pessoa
jurídica relacionada com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos oriundos de
tributos e contribuições sociais, inclusive acessórios", que somente abrange os crimes de
sonegação fiscal, apropriação indébita previdenciária e sonegação de contribuição
previdenciária, ontologicamente distintos do estelionato previdenciário, no qual há
emprego de ardil para o recebimento indevido de benefícios. Dessa forma, não é
possível aplicação, por analogia, da causa extintiva de punibilidade prevista no art. 9º da
Lei 10.684/2003 pelo pagamento do débito ao estelionato previdenciário, pois não há
lacuna involuntária na lei penal a demandar o procedimento supletivo, de integração do
ordenamento jurídico. Precedente citado: AgRg no Ag 1.351.325-PR, Quinta Turma,
DJe 5/12/2011.

212- Assinale a opção correta, no que se refere ao concurso de crimes.


a) Não se admite a suspensão condicional do processo se a soma da pena mínima com o
aumento mínimo de um sexto for superior a um ano.
b) Não se aplica a continuidade delitiva quando os delitos atingirem bens jurídicos
personalíssimos de pessoas diversas, segundo o entendimento do Supremo Tribunal
Federal.
c) O Supremo Tribunal Federal admite a continuidade delitiva entre os crimes de furto e
roubo.
d) Configura-se concurso material a ação única lesiva ao patrimônio de diversas
pessoas.
e) Conforme o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, não se aplica o princípio
da consunção entre os crimes de falsidade e estelionato, por se tratar de caso de
aplicação do concurso formal.
Gabarito A

A) CORRETA - Não se admite a suspensão condicional do processo se a soma da pena


mínima com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano.

B) ERRADA – Aplica-se, sim. Por exemplo, o agente comete 4 furtos contra pessoas
diferentes num mesmo dia. Após ser capturado é reconhecido pelas 4 vítimas na
delegacia. Por abstração legal teria este cometido apenas 1 furto, com o aumento de
pena do art. 70, CP

C) ERRADA - A jurisprudência do STF e do STJ não admitem a continuidade delitiva


dos crimes de Furto e Roubo pois tratam-se de crimes de espécies diferentes.

D) ERRADA – Ação única – concurso formal; mais de uma ação = concurso material

E) ERRADA – S-17, STJ


158

213- Com relação ao concurso de crimes e de pessoas e ao crime continuado,


assinale opção correta.
a) O crime continuado ocorre quando o agente pratica uma ou mais infrações penais de
mesma espécie ou não, de forma concomitante, caso em que a pena pode ser aumentada
até o dobro.
b) O CP tipifica como crime a conivência, que ocorre quando o agente, mesmo que não
tenha o dever de evitar o resultado, não intervém para fazer cessar a prática de infração
penal de que tomou conhecimento.
c) É suficiente para caracterizar a participação em sentido estrito a exteriorização da
vontade do partícipe de cooperar na ação criminosa do autor, desde que este tenha
conhecimento dessa intenção e aceite a ajuda oferecida
d) Ocorre concurso formal imperfeito quando há dolo em relação ao delito desejado e
dolo eventual no tocante aos outros resultados da mesma ação, situação em que o agente
deve ser apenado pelo sistema de acúmulo material.
e) A autoria mediata distingue-se da participação em sentido estrito em razão do
domínio do fato. Tem-se, como exemplo da primeira, a utilização de inimputáveis para
a prática de crimes.
Gabarito E

A) Errado. Também conhecido como continuidade delitiva. É a espécie de concurso de


crimes na qual o agente pratica diversas condutas, praticando dois ou mais crimes, que
por determinadas condições, fazem entender que todos fazem parte de uma única cadeia
delitiva. O legislador entende como um único crime. A infrações penais deve ser da
mesma espécie.

B) Errado. CONIVÊNCIA: é a participação por omissão, no tocante a quem não tem o


dever de agir para impedir o resultado, nem aderiu à vontade criminosa. Ex.: alguém
assiste o linchamento de outrem e nada faz para impedir. Torna-se conivente, mas não
pode ser penalmente punido, pois não incentivou nem apoiou expressamente.
Guilherme Nucci

C) Errado. Geralmente o autor sabe que está sendo ajudado pelo partícipe. Mas nem
sempre isso acontece. É possível que o partícipe ajude um autor que não tenha
conhecimento de que está sendo ajudado e ele vai responder por participação. O
partícipe precisa saber que está ajudando o autor, mas o autor não precisa conhecer
essa ajuda, não precisa saber que está sendo ajudado. Ex: Maria trabalha em
determinada casa para uma determinada família. Ela está com raiva da patroa e ela sabe
que naquela rua onde fica essa casa sempre passam “A” e “B” que são ladrões. Eles não
entram para furtar uma residência que esteja com as portas fechadas, apenas com as
portas abertas. Sabendo disso, Maria de propósito ao sair do trabalho antes de os patrões
chegarem em casa deixou a porta da residência aberta. “A”e “B” entraram e furtaram os
bens. Eles não sabem que foi Maria que deixou a porta aberta de propósito, mas ela é
partícipe. Ela concorreu para o crime na medida da sua culpabilidade, uma vez que
deixou a porta aberta para eles entrarem. 
159

D) Errado. Artigo 70, caput, 2ª parte. Desígnios autônomos, uma única conduta,
penas somadas, ou seja, o agente se vale de uma única conduta para, dolosamente,
produzir mais de um crime. Exemplo, Camila desejasse matar o pedestre, antigo
desafeto, bem como lesionar o outro pedestre (sua  ex-sogra). Assim, como sua única
conduta, Camila objetivou praticar ambos os crimes, respondendo por ambos em
concurso formal imperfeito, e lhe será aplica a pena de ambos cumulativamente
(sistema do cúmulo material), pois esse concurso formal é formal apenas no nome, já
que deriva de intenções (desígnios) autônomas, nos termos do art. 70, segunda parte, do
CP.

Desígnios autônomos compreendem: dolo direto + dolo direto ou dolo direto + dolo
eventual. Acho que o erro da questão, é quando ele não fala se é dolo direito ou
indireto.

E) Correto.

214- Tales foi preso em flagrante delito quando transportava, sem autorização
legal ou regulamentar, dois revólveres de calibre 38 desmuniciados e com
numerações raspadas.
Acerca dessa situação hipotética, julgue o item que se segue, com base na
jurisprudência dominante dos tribunais superiores relativa a esse tema.
A apreensão das armas de fogo configurou concurso formal de crimes.
Gabarito ERRADO
A jurisprudência desta Corte consolidou-se no sentido da existência de um delito único
quando apreendidas mais de uma arma, munição, acessório ou explosivo em posse do
mesmo agente, dentro do mesmo contexto fático, não havendo que se falar em concurso
material ou formal entre as condutas, pois se vislumbra uma só lesão de um mesmo bem
tutelado (Precedentes) -HABEAS CORPUS Nº 228.231, Rel. Min. Gilson Dipp.
20/06/2012.
215- O concurso formal próprio distingue-se do concurso formal impróprio pelo
elemento subjetivo do agente, ou seja, pela existência ou não de desígnios
autônomos.
Gabarito CORRETO
216- Giordano, ao dirigir seu automóvel de maneira negligente, perdeu o controle
do carro, matando cinco pessoas e lesionando gravemente outras cinco.
Considerando a situação hipotética apresentada, assinale a alternativa correta.
a) Giordano agiu em continuidade delitiva, devendo ser-lhe aplicada a pena mais grave,
aumentada de um sexto até a metade.
b) Atualmente, considera-se que tais situações devem ser entendidas como crime único,
aplicando-se apenas uma das penas, ou seja, a mais leve.
c) Giordano praticou crimes em concurso material e responderá pela pena de cada um
deles.
160

d) Giordano praticou crimes em concurso formal, devendo a pena dos crimes ser
somada, visto que, nesse caso, o cúmulo material é mais favorável que a exasperação.
e) Giordano praticou crimes em concurso formal, devendo ser–lhe aplicada a pena mais
grave, aumentada de um sexto até a metade.
Gabarito E
217- Marque a alternativa CORRETA em relação ao concurso de crimes.
a) Ocorre o concurso material, quando o agente, mediante uma só ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas
privativas de liberdade em que haja incorrido.
b) Há concurso formal, quando o agente, mediante duas ou mais ações, pratica dois ou
mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se
iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de 1/6 (um sexto) até 1/2
(metade).
c) Há crime continuado quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de
execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação
do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se
diversas, aumentada, em qualquer caso, de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços).
d) No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente.
e) Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de
atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse
praticado o crime contra esta.
Gabarito D
218- Segundo este sistema, “a pena aplicável não deve ser a soma das penas
cominadas para cada um dos crimes considerados em concurso, mas deve sim
corresponder à gravidade dos delitos envolvidos”. Esse sistema é o:
a) Sistema da absorção;
b) Sistema da exasperação;
c) Sistema do cúmulo material;
d) Sistema do cúmulo jurídico;
e) Sistema do cúmulo jurídico-material.
Gabarito D:

 SISTEMA DO CÚMULO MATERIAL - é a regra do nosso sistema,  que consiste no


somatório simples das penas. A crítica a essa teoria, seria a possibilidade de se chegar a
uma pena demasiadamente longa/desproporcional, com evidente prejuízos que pode
causar a dessocialização própria do cárcere.
161

 SISTEMA DO CÚMULO JURÍDICO - a pena aplicada as infrações em concurso


não deve ser o seu somatório, e sim deve corresponder ao a gravidade dos delitos
envolvidos,  para atingir valores inferiores ao somatório de todas, porém, superior a de
cada crime individualmente. Crítica esse sistema transformaria o concurso de crimes em
causa de diminuição, o que estimularia a prática de de crimes em blocos.

 SISTEMA DE ABSORÇÃO -   aqui a pena do crime mais grave absorve a menos


grave dos crimes em concorrência. Crítica a falha desse sistema é a impunidade dos
crimes menos grave , uma vez que depois da prática do crime mais grave todos os
demais seriam desprezados.

 SISTEMA DE EXASPERAÇÃO - nesse haverá uma única pena, sempre a mais grave
aumentada de um quantum variável fixado em lei. Crítica é a mesma d sistema do
cúmulo jurídico, isto é, o concurso de crimes redundaria numa causa de diminuição de
pena.

219- Quando um sujeito, mediante unidade ou pluralidade de comportamentos,


pratica dois ou mais delitos, surge o concurso de crimes. Sobre o tema, marque a
alternativa correta:
a) Quando a unidade de comportamento corresponder à unidade interna da vontade do
agente, isto é, o agente querer realizar apenas um crime e obter um único resultado
danoso, fala-se em concurso formal perfeito.
b) Quando o agente mediante unidade ou pluralidade de comportamentos, pratica dois
ou mais delitos, surge o concurso formal impróprio, adotando-se o sistema da
exasperação.
c) Ocorre o crime continuado quando o agente, mediante mais de uma conduta (ação ou
omissão), pratica dois ou mais crimes da mesma espécie, devendo os subsequentes,
pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, ser havidos
como continuação do primeiro, tendo o nosso CP adotado a teoria objetivo-subjetiva no
que tange à sua caracterização.
d) O concurso material benéfico, que determina a aplicação do cúmulo material caso a
aplicação da exasperação seja mais gravosa ao condenado, só tem aplicação na hipótese
do concurso formal.
Gabarito A

8- Classificação dos crimes


Teoria Geral do Crime: Classificação dos crimes.

CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES


A classificação dos crimes pode ser legal ou doutrinária. Legal é o nome atribuído ao
delito pela lei. É também chamada de rubrica marginal. Doutrinária é o nome dado
pelos estudiosos do Direito às infrações penais. É o objeto de estudo do presente tópico.
Segundo a doutrina, as classificações podem utilizar alguns critérios:
162

1. QUANTO À QUALIDADE DO SUJEITO ATIVO:


a) Crimes comuns ou gerais: são aqueles que podem ser praticados por qualquer
pessoa, não se exigindo condição especial[1]. Ex: homicídio.
b) Crimes próprios ou especiais: são aqueles em que o tipo penal exige uma situação
fática ou jurídica diferenciada por parte do sujeito ativo[2]. Admitem coautoria a
participação. Ex: peculato, somente praticado por funcionário público.
Os crimes próprios podem ser divididos em puros, que são aqueles cuja ausência da
qualidade especial do sujeito ativo leva à atipicidade do fato; e impuros, cuja ausência
da elementar diferenciada desclassifica o delito.
c) Crimes de mão própria, de atuação pessoal ou de conduta infungível: são aqueles
que somente podem ser praticados pela pessoa expressamente indicada no tipo penal.
Ex: falso testemunho. Apenas admitem participação, não aceitando coautoria, pois não
de delega a prática da conduta infracional a terceira pessoa.
2. QUANTO À ESTRUTURA DA CONDUTA DELINEADA PELO TIPO
PENAL:
a) Crime simples: é aquele que se amolda em um único tipo penal. Ex: furto.
b) Crime complexo: resulta da união de dois ou mais tipos penais. Ex: roubo (furto +
ameaça; furto + lesão corporal).

3. QUANTO A RELAÇÃO ENTRE A CONDUTA E O RESULTADO


NATURALÍSTICO:
a) Crimes materiais ou causais: são aqueles em que o tipo penal aloja em seu interior
uma conduta e um resultado necessário, cuja consumação reclama esse resultado. Ex:
homicídio (necessita da morte).
b) Crimes formais, de consumação antecipada ou de resultado cortado: o tipo penal
contém em seu bojo uma conduta e um resultado naturalístico, mas este último é
desnecessário para a consumação. Ex: extorsão mediante seqüestro (não necessita a
efetiva vantagem sobre a extorsão), ameaça, extorsão.
   STJ. Súmula 96. O Crime de extorsão consuma-se, independentemente da obtenção
da vantagem indevida.
c) Crimes de mera conduta ou de simples atividade: o tipo penal se limita a descrever
uma conduta sem resultado algum. Ex: Ato obsceno.
4. QUANTO AO MOMENTO EM QUE SE CONSUMA O CRIME:
a) Crime instantâneo ou de estado: a consumação se verifica em um momento
determinado, não se prolonga no tempo. Ex: furto.
b) Crime permanente: a consumação se prolonga no tempo, por vontade do agente.
O ordenamento jurídico é agredido reiteradamente.
163

Subdividem-se em: necessariamente permanentes, que exige, para a consumação, a


manutenção da ação contrária ao Direito por tempo relevante, v.g., sequestro; e
eventualmente permanentes, que são crimes instantâneos, mas a ofensa ao bem
jurídico tutelado se prolonga no tempo, v.g., furto de energia elétrica.
c) Crime instantâneo de efeitos permanentes: os efeitos de delito subsistem após a
consumação, independentemente da vontade do agente. Ex: bigamia, homicídio.
d) Crime a prazo: a consumação exige a fluência de determinado período. Ex:
seqüestro em que a privação de liberdade dura mais de quinze dias (CP, art. 148, §1º,
III).
5. QUANTO AO NÚMERO DE AGENTES ENVOLVIDOS:
a) Crimes unissubjetivos, unilaterais, monossubjetivos ou de concurso eventual:
são praticados por um único agente, admitindo-se concurso. Ex: homicídio.
b) Crimes plurissubjetivos, plurilaterais ou de concurso necessário: o tipo penal
reclama a pluralidade de agentes, que podem ser coautores ou partícipes.
Esses crimes subdividem-se em: (1) crimes bilaterais (ou de encontro), onde o tipo
penal reclama dois agentes cujas condutas tendem a se encontrar, ex: bigamia; (2)
crimes coletivos (ou de convergência), onde o tipo penal reclama a existência de três
ou mais agentes, ex: rixa (condutas contrapostas) ou quadrilha ou bando (condutas
paralelas).
   Não se deve confundir os crimes plurissubjetivos com os crimes de participação
necessária. Estes podem ser praticados por uma única pessoa, não obstante o tipo penal
reclame a participação necessária de outra pessoa, que atua como sujeito passivo e não é
punido, ex: rufianismo, CP, art. 230.
c) Crimes eventualmente coletivos: são aqueles em que, não obstante o seu caráter
unilateral, a diversidade de agentes atua como causa de majoração da pena. Ex:
furto qualificado.
6. QUANTO AO NÚMERO DE VÍTIMAS:
a) Crime de subjetividade passiva única: tipo penal tem uma única vítima. Ex:
estupro.
b) Crimes de dupla subjetividade passiva: o tipo penal prevê a existência de duas ou
mais vítimas. Ex: violação de correspondência (remetente e destinatário).
7. QUANTO AO GRAU DE INTENSIDADE DO RESULTADO:
a) Crime de dano ou de lesão: a consumação somente se efetiva com a lesão do bem
jurídico tutelado. Ex: lesões corporais.
b) Crime de perigo: consumam-se com a mera exposição do bem jurídico tutelado a
uma situação de perigo.
Subdividem-se em: crime de perigo abstrato (basta a prática da conduta, havendo
presunção juris et de jure de exposição a perigo de dano, ex: tráfico de drogas), de
perigo concreto (consuma-se com a efetiva comprovação da exposição a perigo, ex:
164

crime de perido para a vida ou saúde de outrem, art. 132), de perigo individual (atinge
uma pessoa ou um determinado número de pessoas, ex: perigo de contágio venéreo), de
perigo comum ou coletivo (o perigo já está ocorrendo, ex: abandono de incapaz), de
perigo iminente (o perigo está prestes a ocorrer) e de perigo futuro ou mediato (o
perigo se projeta para o futuro, ex: porte ilegal de arma).
8. QUANTO AO NÚMERO DE ATOS EXECUTÓRIOS QUE INTEGRAM A
CONDUTA:
a) Crime unissubsistente: a conduta se revela mediante um único ato de execução,
capaz, por si só, de produzir a consumação. Não admite tentativa. Ex: crimes contra a
honra praticados com o emprego da palavra.
b) Crime plurissubsistente: a conduta se exterioriza por meio de dois ou mais atos,
que devem somar-se para produzir a consumação. Ex: homicídio praticado com
golpes de faca.
9. COM RELAÇÃO À FORMA COMO É PRATICADO O CRIME:
a) Crime comissivo ou de ação: é praticado mediante conduta positiva. Ex: roubo.
b) Crime omissivo ou de omissão: cometido por meio de uma conduta negativa, uma
inação. Subdividem-se em:
Ä  Crime omissivo próprio ou puro: a omissão está contida no tipo penal, prevendo
a conduta negativa como forma de praticar o delito. Não há dever jurídico de agir,
portanto, qualquer pessoa que se encontre na posição indicada pelo tipo penal
responderá apenas pela omissão, e não pelo resultado naturalístico. Ex: omissão de
socorro, art. 135.
Ä  Crime omissivo impróprio, espúrio ou comissivo por omissão: o tipo penal aloja
uma conduta positiva, e o agente, que tem o dever jurídico de evitar o resultado,
realiza uma conduta negativa, respondendo penalmente pelo resultado naturalístico.
Ex: mãe que mata filho por não amamentá-lo.
Ä  Crime omissivo por comissão: nesse caso, há uma ação provocadora da omissão.
Grande parte da doutrina não reconhece essa categoria de delito.
Ä  Crime omissivo "quase-impróprio": essa classificação, ignorada pelo direito penal
pátrio, diz respeito à omissão que não produz lesão ao bem jurídico, mas apenas um
perigo de lesão, abstrato ou concreto.
c) Crime de conduta mista: o tipo penal é composto de duas fases distintas, uma
inicial positiva e outra final, omissiva. Ex: apropriação de coisa achada e omissão em
devolvê-la (CP, art. 169, parágrafo único, inciso II).
10. QUANTO AO MODO DE EXECUÇÃO:
a) Crime de forma livre: admitem qualquer meio de execução. Ex: ameaça, art. 147.
b) Crime de forma vinculada: somente pode ser praticado através dos meios
indicados pelo tipo penal. Ex: perigo de contágio venéreo (CP, art. 130).
165

11. QUANTO AO NÚMERO DE BENS JURÍDICOS ATINGIDOS:


a) Crimes mono-ofensivos: ofendem a um único bem jurídico. Ex: furto (viola o
patrimônio).
b) Crimes pluriofensivos: atingem dois ou mais bens jurídicos. Ex: latrocínio (vida e
patrimônio).
12. QUANTO À EXISTÊNCIA AUTÔNOMA DO CRIME:
a) Crimes principais: aqueles que possuem existência autônoma, independendo da
prática de crime anterior. Ex: estupro.
b) Crimes acessórios, de fusão ou parasitários: dependem da prática de crime
anterior para a sua existência. Ex: receptação (CP, art. 180).
      Segundo o Código Penal, a extinção da punibilidade do crime principal não se
estende ao acessório (CP, art. 108).

13. QUANTO À NECESSIDADE DE EXAME DE CORPO DE DELITO COMO


PROVA:
a) Crime transeunte ou de fato transitório: são aqueles que não deixam vestígios
materiais. Ex: ameaça, calúnia, desacato. Nesse caso, não se realiza perícia.
b) Crime não transeunte ou de fato permanente: deixam vestígios materiais. Ex:
homicídio. Nesse caso, a falta de exame de corpo de delito acarreta a nulidade da ação
penal.
14. QUANTO AO LOCAL EM QUE O CRIME É PRATICADO:
a) Crimes à distância: são aqueles em que conduta e resultado ocorrem em países
diversos. Ante a adoção da teoria da ubiqüidade quanto ao lugar do crime, a conduta ou
o resultado ocorrendo em território nacional, aplica-se a legislação penal pátria.
b) Crimes plurilocais: a conduta e o resultado se desenvolvem em comarcas
diversas, sediadas no mesmo país. Nesse caso, opera-se a teoria do resultado adotada
pelo CPP, em seu art. 70, como competência para aplicação da lei penal.
c) Crimes em trânsito: somente uma parte da conduta ocorre em outro país, sem
lesionar ou expor a perigo bem jurídicos das pessoas que nele vivem. Ex: Argentino
envia carta com ofensa a americano, e a carta passa por território brasileiro.
15. QUANTO AO VÍNCULO EXISTENTE ENTRE OS CRIMES:
a) Crimes independentes: não apresentam nenhuma ligação com outros delitos.
b) Crimes conexos: ocorre uma ligação dos delitos entre si. Essa conexão pode ser
penal ou processual. A conexão penal, que nos interessa, divide-se em:
Ä  Conexão teleológica ou ideológica: o crime é praticado para assegurar a execução
de outro delito.
166

Ä  Conexão consequencial ou causal: o crime é cometido na seqüência de outro, para


assegurar a impunidade, ocultação ou vantagem de outro delito.
Essas duas espécies possuem previsão legal, servindo como agravantes do crime (em
caso de homicídio, servem como qualificadoras), CP, art. 61.
Ä  Conexão ocasional: o crime é praticado como conseqüência da ocasião,
proporcionada pela prática do crime antecedente. Ex: estupro praticado após o roubo.
Trata-se de criação doutrinária, sem amparo legal.
16. QUANTO À LIBERDADE PARA INICIAR A AÇÃO PENAL:
a) Crimes condicionados: a inauguração da persecução penal depende de uma
condição objetiva de procedibilidade. A legislação expressamente indica essa
hipótese.
b) Crimes incondicionados: a instauração da persecução penal é livre, podendo o
Estado iniciá-la sem nenhuma autorização.
No direito penal e processual penal em nosso ordenamento pátrio é que, quando o tipo
penal estabelecer espécie de crime condicionado, ou seja, que dependerá de condição
objetiva de procedibilidade para a instauração da ação penal, ele mesmo expressamente
o indicará. Não havendo menção expressa a respeito, aplica-se a regra geral de crime
incondicionado, ou seja, a ação penal será pública incondicionada, não requerendo
nenhuma condição para que o Estado inicie a persecução penal.
17. OUTRAS CLASSIFICAÇÕES:
 Crime gratuito: é o crime praticado sem motivo conhecido. Não se confunde com
motivo fútil, pois neste há motivação, porém, desproporcional ao crime praticado.
 Crime de ímpeto: é o cometido sem premeditação, como decorrência da reação
emocional repentina.
 Crime exaurido: é aquele que o agente, após alcançada a consumação, insiste em
agredir o bem jurídico já ferido. Não constitui novo crime, mas apenas no
desdobramento da conduta perfeita e acabada.
 Crime de circulação: é o praticado em veículo automotor, a título de dolo ou culpa.
 Crime de atentado ou de empreendimento: é aquele que a lei pune igualmente o
delito consumado e sua forma tentada. Ex: CP, art. 352 – “evadir-se, ou tentar evadir-
se...”.
 Crime de opinião ou de palavra: cometido com excesso abusivo na manifestação
do pensamento, seja pela forma escrita ou verbal.
 Crime multitudinário: é aquele praticado pela multidão, em tumulto. A lei não
define o que seria multidão, assim, analisa-se o caso concreto. No direito canônico,
exigia-se, no mínimo, 40 pessoas.
 Crime vago: é aquele em que o sujeito passivo é destituído de personalidade
jurídica, como a família, sociedade, etc.
167

 Crime internacional: aquele que o Brasil, por tratado ou convenção devidamente


incorporado ao ordenamento pátrio, se comprometeu a punir. Ex: CP, art. 231 –
tráfico de pessoas.
 Crime de mera suspeita, sem ação ou mera posição: o agente não realiza a
conduta, mas é punido pela suspeita despertada em seu modo de agir[3]. Não
encontrou amparo em nossa doutrina. De forma temerária, exemplifica-se a
contravenção penal do art. 25 – posse de instrumento usual na prática de furto.
 Crime inominado: é aquele que ofende regra ética ou cultural consagrada pelo
Direito Penal, embora não definido como infração penal. Não é aceito por ferir o
princípio da reserva legal[4].
 Crime habitual: é o que se consuma com a prática reiterada e uniforme de vários
atos que revelam um indesejável estilo de vida do agente. Ex: CP, art. 282 – medicina
ilegal.
 Crime profissional: é o crime habitual cometido com finalidade lucrativa. Ex:
CP, art. 230 – rufianismo.
 Quase-crime: na verdade, não há crime. É o nome doutrinário do crime impossível
e da participação impunível.
 Crime subsidiário: é o que somente se verifica se o fato não constituir crime mais
grave. Ex: CP, art. 163 – crime de dano. Nelson Hungria o chama “soldado de
reserva”.
 Crime hediondo: é todo delito que se enquadra no art. 1º da Lei 8.072/1990, na
forma consumada ou tentada. Adoção do critério legal.
 Crime de expressão: é o que se caracteriza pela existência de um processo
intelectivo interno do autor. Ex: CP, art. 342 – falso testemunho.
 Crime de intenção: é aquele que o agente quer e persegue o resultado que não
precisa ser alcançado para a sua consumação. Ex: CP, art. 159 – extorsão mediante
seqüestro.
 Crime de tendência ou de atitude pessoal: é aquele que a atitude pessoal e a
tendência interna do agente delimitam a tipicidade ou não da conduta praticada. Ex:
toque do ginecologista.
 Crime mutilado de dois atos ou tipos imperfeitos de dois atos: é aquele que o
sujeito pratica o delito com a finalidade para obter um benefício posterior. Ex:
falsidade para cometer outro crime.
 Crime de ação violenta: é o cometido mediante o emprego de violência ou grave
ameaça. Ex: roubo.
 Crime de ação astuciosa: é o praticado por meio de fraude, engodo. Ex:
estelionato.
168

 Crime falho: é a denominação doutrinária da tentativa perfeita ou acabada. O


agente esgota os meios executórios, mas a consumação não se dá por circunstancias
alheias à sua vontade.
 Crime putativo, imaginário ou erroneamente suposto: aquele onde o agente
acredita ter realmente praticado um crime, mas na verdade, houve um indiferente
penal. Trata-se de um não-crime por erro de tipo, erro de proibição ou por obra de
agente provocador.
 Crime remetido: é o que se verifica quando o tipo penal faz referencia a outro
crime, que passa a integrá-lo. Ex: CP, art. 304 – fazer uso de documento falso.
 Crime de responsabilidade: dividem-se em próprios (crimes comuns ou especiais)
e impróprios (infrações administrativas), que redundam em sanções políticas.
 Crime obstáculo: é aquele que retrata atos preparatórios, mas foram tipificados
como crimes autônomos pelo legislador. Ex: CP, art. 288 – quadrilha ou bando.
 Crime progressivo: é aquele que enseja sucessivas violações a bens jurídicos, de
maneira gradativa, até chegar ao mais grave. Observa-se, nesse caso, o princípio da
consunção, havendo a absorção do menos grave pelo mais grave[5]. ex: lesão corporal e
homicídio.
 Progressão criminosa: verifica-se com a mutação do dolo do agente, que,
inicialmente, desejava o delito menos grave, mas, após a sua consumação, decide
progredir na conduta, praticando o mais grave. Também aplica-se o princípio da
consunção.
 Crime de impressão: são aqueles que provocam determinado estado de ânimo, de
impressão na vítima. Subdividem-se em crimes de inteligência (praticados mediante o
engano), crimes de vontade (recaem na vontade da vítima quanto à sua
autodeterminação) ou crimes de sentimento (incidem nas faculdades emocionais da
vítima).
 Crimes militares: são os tipificados pelo Código Penal Militar (Decreto-Lei
1.001/1969). Subdividem-se em próprios[6] (exclusivamente militares, ex: deserção) e
impróprios (previstos tanto no CPM quanto no CP, ex: furto). Há também os crimes
militares em tempo de paz (CPM, art. 9º) e os crimes militares em tempo de guerra
(CPM, art. 10).
 Crimes falimentares: são os tipificados pela Lei de falências (Lei 11.101/2005).
 Crimes funcionais ou delicta in officio: são aqueles que o tipo penal exige seja o
autor funcionário público. Dividem-se em próprios (cuja condição funcional é
indispensável para a tipicidade do ato) e impróprios (se ausente a qualificação
funcional, desclassifica-se para outro delito).
220- O furto define-se como subtração, para si ou para outrem, de coisa alheia
móvel. Podemos genericamente melhor classificá-lo como crime
a) instantâneo.
b) permanente.
169

c) habitual.
d) de perigo concreto.
e) de perigo abstrato.
Gabarito A
221- Quando o tipo penal exige para a consumação do delito a produção de um
dano efetivo, o crime é
a) de perigo concreto.
b) formal.
c) de mera conduta.
d) material.
e) de perigo abstrato.
Gabarito D

Crimes materiais - Nos materiais, o tipo penal descreve a conduta e o resultado


(homicídio, roubo, peculato).

Crimes formais - descreve-se a conduta mas não se exige que o resultado seja atingido
(crimes contra a honra, extorsão).

222- O delito de furto simples, previsto no art. 155 do Código Penal, é um crime
a) material, plurisubsistente e instantâneo.
b) material, unisubsistente e instantâneo de efeitos permanentes.
c) formal, unisubsistente e permanente.
d) formal, unisubsistente e instantâneo de efeitos permanentes.
e) formal, plurisubsistente e instantâneo.
Gabarito A

Material: Os crimes materiais são aqueles que se concretizam por atingirem o resultado


naturalístico, ou seja, causam uma modificação essencial no mundo exterior, por
exemplo: homicídio, sequestro, roubo, etc. 

Plurisubsistente: O crime unissubsistente admite a prática através de um único ato para


a concretização do crime. Por exemplo: Desacato, Injúria, Violação de Segredo
Profissional, etc. Enquanto que o crime plurissubsistente é praticado por mais de um
ato. O crime de furto é crime material (tem ação e resultado) e plurissubsistente (a ação
pode ser dividida em vários atos). 

Instantâneo: Crimes instantâneos e permanentes – Os crimes instantâneos e


permanentes são aqueles que se consumam com uma conduta. O que diferencia o crime
170

instantâneo do crime permanenente é que no crime instantâneo o resultado não se


prolonga no tempo (Ex. homicídio, furto, etc), enquanto que no crime permanente o
resultado se prolonga no tempo por vontade do agente (Ex. Sequestro). 

223- Segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça, os crimes


de extorsão e de corrupção de menores são de natureza
a) material e de mera conduta, respectivamente.
b) formal.
c) formal e material, respectivamente.
d) material e formal, respectivamente.
e) material.
Gabarito B
Diferença entre forma x mera conduta
No crime formal: Há um resultado naturalístico descrito no tipo, que, no entanto, não
precisa ocorrer para a consumação do delito.
Mera conduta: O tipo descreve meramente a conduta, sem qualquer resultado
naturalístico atrelado a sua consumação.

SÚMULA – 500 - A configuração do crime do art. 244-B do ECA independe da prova


da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal.

Súmula: 96 O CRIME DE EXTORSÃO CONSUMA-SE INDEPENDENTEMENTE


DA OBTENÇÃO DA VANTAGEM INDEVIDA.
224- O crime de perigo para a vida ou saúde de outrem previsto no art. 132 do
Código Penal é considerado de perigo
a) comum.
b) concreto.
c) abstrato.
d) presumido.
e) omissivo.
Gabarito B

* Crimes de perigo: consumam-se com a mera exposição do bem jurídico a situação de


perigo (basta probabilidade de dano).

- Crimes de perigo abstrato (presumido ou de simples desobediência): consuma-se com


a prática da conduta, sem necessidade de comprovação da produção da situação de
perigo, ex.: tráfico de drogas.
171

- Crimes de perigo concreto: consumam-se com a efetiva comprovação da situação de


perigo, ex.: crime de perigo de vida ou saúde de outrem. 

- Crime de perigo individual: atingem uma pessoa ou um número determinado de


pessoas, ex.: perigo de contágio venéreo.

- Crimes de perigo comum (coletivo): atingem um número indeterminado de pessoas,


ex.: explosão criminosa.

- Crimes de perigo atual: perigo está ocorrendo, ex.: abandono de incapaz.

- Crimes de perigo iminente: perigo está prestes a ocorrer.

- Crimes de perigo futuro (mediato): situação de perigo decorrente da conduta se


projetar para o futuro, ex.: porte ilegal de arma de fogo de uso permitido ou restrito.

224- Dentre os crimes contra a fé pública, NÃO constitui crime próprio


a) a falsificação de selo ou sinal público.
b) o falso reconhecimento de firma ou letra.
c) a certidão ou atestado ideologicamente falso.
d) a falsidade de atestado médico.
e) a fraude de lei sobre estrangeiro.
Gabarito A
a) falsificação de selo ou sinal público (art. 296 do CP): qualquer pessoa pode
praticar o delito.Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se
do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. ( § 2º )

b) falso reconhecimento de firma ou letra (art. 300 do CP): Reconhecer, como


verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o não seja:(...)
crime próprio- só pode ser praticado por quem exerça função pública, com poderes
para reconhecer firmas ou letras.

c) certidão ou atestado ideologicamente falso (art. 301 do CP): Atestar ou certificar


falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a
obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra
vantagem: crime próprio

d) falsidade de atestado médico (Art. 302 do CP): Dar o médico, no exercício da sua
profissão, atestado falso: crime próprio

e) fraude de lei sobre estrangeiro (Art. 309 do CP): Usar o estrangeiro, para entrar ou
permanecer no território nacional, nome que não é o seu: só o estrangeiro (e o
apátrida) pode praticar este crime.
172

225- Nos chamados crimes de mão própria, é


a) incabível o concurso de pessoas.
b) admissível apenas a participação.
c) admissível a coautoria e a participação material.
d) incabível a participação moral.
e) admissível apenas a coautoria.
Gabarito B

Crime de mão própria:

Exige condição especial do agente;

Somente admite participação, mas não coautoria. Cuida-se de delito de conduta


infungível;

Exemplo clássico: falso testemunho. Se o advogado orienta a testemunha a mentir, em


tese, haveria participação do art. 342, CP. Mas preste muita atenção: o STF admite
coautoria no falso testemunho (art. 342). Das duas, uma: ou o Supremo utilizou a
palavra “coautor” em um sentido amplo (atecnia), ou adotou a teoria do domínio do
fato.

226- Os crimes de ação múltipla são aqueles que possuem diversas modalidades de
condutas descritas no tipo, impondo-se a prática de mais de uma para a sua
caracterização.
Gabarito ERRADO
Crime de ação múltipla

É também denominado crime de conteúdo variado. É aquele em que a lei descreve


várias condutas (vários verbos), que são separadas pela conjunção alternativa "ou".
Assim, nestes casos, a prática de mais de uma conduta pelo agente, ou apenas uma, em
relação à mesma vítima, constitui crime único. Podemos citar como exemplo o crime de
participação em suicídio, previsto no artigo 122, do Código Penal, que ocorre quando o
agente induz, instiga ou auxilia outrem a cometer suicídio. Nesta hipótese, se o agente
praticar os três verbos ou apena um contra a mesma vítima, terá praticado apenas um
delito.

227- Admite-se a tentativa nos crimes


a) unissubsistentes.
b) culposos.
c) preterdolosos.
d) complexos.
173

e) omissivos próprios.
Gabarito D
PEGAR PARA A VIDA!!

Em regra, todos os crimes admitem tentativa. EXCETO:

Crimes culposos – Nestes crimes o resultado naturalístico não é querido pelo agente,
logo, a vontade dele não é dirigida a um fim
ilícito e, portanto, não ocorrendo este, não há que se falar em interrupção involuntária
da execução do crime;
Crimes preterdolosos – Como nestes crimes existe dolo na conduta precedente e culpa
na conduta seguinte, a conduta seguinte é culposa, não se admitindo, portanto, tentativa;
Crimes unissubsistentes – São aqueles que se produzem mediante um único ato, não
cabendo fracionamento de sua execução. Assim, ou o crime é consumado ou sequer foi
iniciada sua execução. EXEMPLO: Injúria. Ou o agente profere a injúria e o crime
está consumado ou ele sequer chega a proferi-la, não  chegando o crime a ser iniciado;
Crimes omissivos próprios – Seguem a mesma regra dos crimes unissubsistentes, pois
ou o agente se omite, e pratica o crime na modalidade consumada ou não se omite,
hipótese na qual não comete crime;
Crimes de perigo abstrato – Como aqui também há crime unissubsistente (não há
fracionamento da execução do crime), não se admite tentativa;
 Contravenções penais – Não se admite tentativa, nos termos do art. 4° do Decreto-Lei
n° 3.688/41 (Lei das Contravenções penais);
Crimes de atentado (ou de empreendimento) – São crimes que se consideram
consumados com a obtenção do resultado ou
ainda com a tentativa deste. Por exemplo: O art. 352 tipifica o crime de “evasão”,
dizendo: “evadir-se ou tentar evadir-se”  Desta maneira, ainda que não consiga o preso
se evadir, o simples fato de ter tentado isto já consuma o crime;
 Crimes habituais – Nestes crimes, o agente deve praticar diversos atos, habitualmente,
a fim de que o crime se consume. Entretanto, o problema é que cada ato isolado é um
indiferente penal. Assim, ou o agente praticou poucos atos isolados, não cometendo
crime, ou praticou os atos de forma habitual, cometendo crime consumado. Exemplo:
Crime de curandeirismo, no qual ou o agente pratica atos isolados, não praticando
crime, ou o faz com habitualidade, praticando crime consumado, nos termos do art.
284, I do CP.

228- Relativamente à classificação doutrinária de crimes, assinale a opção correta.


a) O crime falho, também chamado de tentativa imperfeita, ocorre quando o agente
voluntariamente desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se
produza.
b) Para que se verifique o exaurimento do crime, é necessário que, depois de sua
consumação, o delito atinja suas últimas consequências.
c) O crime de cárcere privado é tipicamente instantâneo, haja vista que já se consuma
com a efetiva restrição ou privação da liberdade de locomoção por tempo juridicamente
relevante.
174

d) As penas privativas de liberdade aplicáveis a indivíduos condenados por


contravenções penais são de detenção, não se admitindo a reclusão.
e) Crime próprio é aquele que só pode ser praticado pelo agente pessoalmente, não
podendo este utilizar-se de interposta pessoa (a exemplo do que ocorre no falso
testemunho).
Gabarito B
229- Conforme o STF, o crime de estelionato previdenciário praticado por terceiro
não beneficiário tem natureza de crime instantâneo de efeitos permanentes, razão
por que seu prazo prescricional começa a fluir da percepção da primeira parcela
do benefício.
Gabarito CORRETO
230- As elementares “relações sexuais”, “ato libidinoso” e “moléstia venérea”
descritas no artigo 130 do Código Penal são classificadas, sucessivamente, como:
a) objetiva, objetiva e normativa.
b) normativa, normativa e normativa.
c) objetiva, subjetiva e normativa.
d) normativa, objetiva e objetiva.
e) objetiva, objetiva e objetiva.
Gabarito B

Elementar vem de elemento, ou seja, componente básico, essencial, fundamental. Logo,


elementar é todo o componente essencial da figura típica, sem o qual ela desaparece ou
se transforma em outra (exemplos de elementares: o núcleo do tipo (verbo), “alguém”
no homicídio, “coisa alheia móvel” no furto, “funcionário público” em alguns crimes
etc.). As elementares estão sempre no “caput”, por isso ele recebe o nome de tipo
fundamental ou básico. Exceção: haverá elementares fora do “caput” quando houver
figuras equiparadas em parágrafos (na verdade estas figuras deveriam estar no “caput”,
mas por uma questão de técnica legislativa – para o texto do “caput” não ficar muito
longo – foram deslocadas para parágrafos).

No caso da questão, verifica-se que se tratam de elementares normativas, pois "relações


sexuais", "ato libidinoso" e "moléstia venérea" foram estabelecido pela própria lei.
Agora, se fosse uma elementar objetiva, ela estaria relacionada ao fato, e não ao agente.
Por outro lado, sendo uma elementar subjetiva estaria relacionada ao agente e não ao
fato.

231- Quanto ao crime de rixa previsto no artigo 137 do Código Penal (participar
de rixa, salvo para separar os contendores), é correto afirmar que:
a) é crime comum, de dano, comissivo por omissão, colet ivo, não transeunte como
regra, unissubsistente, instantâneo.
175

b) é crime comum, de perigo, comissivo, coletivo, não transeunte como regra,


plurissubsistente, instantâneo.
c) é crime próprio, de dano, comissivo, plurissubjetivo, transeunte como regra,
plurissubsistente, permanente.
d) é crime próprio, de perigo, comissivo por omissão, monossubjetivo, não transeunte
como regra, unissubsistente, permanente.
e) é crime comum, de perigo, comissivo, monossubjetivo, transeunte como regra,
plurissubsistente, instantâneo.
Gabarito B

Crime comum → é previsto no Código Penal

Crime de perigo → a simples exposição do bem jurídico ao perigo já suficiente para a


consumação.

Crime comissivo → a conduta nuclear corresponde a uma ação.

Crime não transeunte → deixa vestígios.

Crime plurissubsistente → contém uma conduta que admite fracionamento.

Crime instantâneo → a consumação ocorre instantaneamente.

9- Sanções penais

232- Estabelece a Lei de Execução Penal que, durante a execução da pena,


sobrevindo doença mental no condenado,
a) poderá ter a pena diminuída de 1/3 a 2/3.
b) terá a sua pena substituída por medida de segurança.
c) será internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico.
d) terá o restante da pena remida e deverá submeter-se a tratamento psiquiátrico
ambulatorial.
e) deverá ser submetido a perícia médico-legal para apurar a sua periculosidade.
Gabarito C

Código Penal:

Superveniência de doença mental

Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de
custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado. 
176

LEP:

Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental será internado em Hospital de
Custódia e Tratamento Psiquiátrico.

 233- Julgue os itens a seguir.

I A Convenção Americana sobre Direitos Humanos garante de forma relativa o direito à


vida, pois autoriza a utilização da pena de morte em caso de crimes graves, sendo
proibido seu restabelecimento nos países que a tiverem abolido.

II A condenação de servidor público por quaisquer crimes decorrentes de preconceito de


raça ou de cor implica perda automática do cargo público.

III Não haverá crime de lavagem de dinheiro caso o agente seja absolvido, por
atipicidade da conduta, do crime antecedente a ele imputado, uma vez que o crime de
branqueamento, embora autônomo, é delito derivado do antecedente.

Assinale a opção correta.

a) Apenas o item I está certo.

b) Apenas o item II está certo.

c) Apenas os itens I e III estão certos.

d) Apenas os itens II e III estão certos.

e) Todos os itens estão certos.

Gabarito C
234- A respeito de penas, julgue os itens a seguir.
I O trabalho externo é admissível no regime fechado.
II Em se tratando de reincidentes em crimes dolosos, as penas restritivas de direitos não
podem ser autônomas.
III São penas restritivas de direitos: interdição temporária de direitos e pagamento de
multa.
IV A limitação de final de semana é uma das penas restritivas de direitos e consiste em
permanecer em casa de albergado por cinco horas aos finais de semana.
Estão certos apenas os itens
a) I e III.
b) I e IV.
c) II e III.
177

d) II e IV.
e) III e IV.
Gabarito B

I: 

Regras do regime fechado

        Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame
criminológico de classificação para individualização da execução. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

        § 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante
o repouso noturno. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

        § 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das


aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução
da pena.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

        § 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou


obras públicas

II:

Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de


liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

        I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não
for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena
aplicada, se o crime for culposo;(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

        II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de
1998)

        III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do


condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição
seja suficiente.

III: 

As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

        I - prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

        II - perda de bens e valores; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

        III - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)


178

        IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; (Incluído pela Lei


nº 9.714, de 25.11.1998)

        V - interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei nº 9.714, de


25.11.1998)

        VI - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)

IV: 

As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

Art. 43: 

        VI - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)

Limitação de fim de semana

        Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos


sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro
estabelecimento adequado

235- Segundo o Código Penal Brasileiro as penas são classificadas em:


I. Pena de multa.
II. Pena privativas de liberdade.
III. Pena de caráter perpétuo.
IV. Pena restritivas de direitos.
A sequência correta é:
a) A assertiva III está incorreta.
b) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.
c) Apenas as assertivas I e IV estão corretas.
d) Apenas a assertiva II está correta.
Gabarito A
Código Penal
Art. 32 - As penas são:
I - privativas de liberdade;
II - restritivas de direitos;
III - de multa.
Constituição Federal
179

Art. 5 XLVII - não haverá penas:


b) de caráter perpétuo;
236- NÃO é Pena Restritiva de Direito, em conformidade com o Decreto Lei n.º
2.848, de 7 de dezembro de 1940, Código Penal:
a) Prestação pecuniária.
b) Prestação de serviço à comunidade.
c) Interdição temporária de direitos.
d) Detenção.
Gabarito D
Art. 43. As penas restritivas de direitos são:
I - prestação pecuniária;
II - perda de bens e valores;
III - limitação de fim de semana;
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas;
V - interdição temporária de direitos;
VI - limitação de fim de semana.
237- Assinale a alternativa correta.
A) Os efeitos genéricos e específicos da condenação criminal são automáticos, sendo,
pois, despicienda suas declarações na sentença.
b) O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a
sentença, em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do
livramento.
c) As espécies de pena são as privativas de liberdade e restritivas de direito.
d) A suspensão condicional da pena será obrigatoriamente revogada se, no curso do
prazo, o beneficiário pratica novo crime doloso.
e) Para efeito de reincidência, não prevalece a condenação anterior, se entre a data do
cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de
tempo superior a 2 (dois) anos, computado o período de prova da suspensão ou do
livramento condicional, se não ocorrer revogação.
Gabarito B

A) ERRADOS: efeitos específicos não são automáticos, devendo ser declarados na


sentença.

B) CORRETO: Se até o seu término o livramento não é revogado, considerando


extinta a pena privativa de liberdade (Art. 90/ CP).
180

C) ERRADO: faltou ´´multa``.

D) ERRADO: necessita de condenação, somente a prática não enseja revogação.

E) ERRADO: prazo será de 5 ANOS. 

238- No que se refere ao direito penal, segundo entendimento do STJ, do STF e da


doutrina dominante, julgue o próximo item.

Não são computadas, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direito, as
frações de dias, isto é, as horas e os minutos dessas penas.

Gabarito CORRETO
238- em tema de sanções penais assinale a alternativa incorreta, consoante
jurisprudência sumulada do stf:
a) Admite-se a progressão de regime de cumprimento de pena ou a aplicação imediata
de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença
condenatória;
b) Impede a progressao de regime de execução da pena, fixada em sentença não
transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisao especial;
c) A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui
motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a
pena aplicada;
d) A imposição de regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir
exige motivação idônea.
Gabarito B

a) Admite-se a progressão de regime de cumprimento de pena ou a aplicação


imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado
da sentença condenatória;

CORRETO. SÚMULA 716. Admite-se a progressão de regime de cumprimento da


pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do
trânsito em julgado da sentença condenatória.

b) Impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em sentença não


transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisao especial; 

ERRADA. SÚMULA 717. Não impede a progressão de regime de execução da pena,


fixada em sentença não transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão
especial.

c) A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui


motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido
segundo a pena aplicada;
181

CORRETO. SÚMULA 718. A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do


crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o
permitido segundo a pena aplicada.

d) A imposição de regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada


permitir exige motivação idônea. 

CORRETO. SÚMULA 719. A imposição do regime de cumprimento mais severo do


que a pena aplicada permitir exige motivação idônea.

239- No direito penal do autor, o delito é visto como um sintoma de um estado do


autor, mecânica ou moralmente inferior ao das pessoas consideradas normais.
Gabarito CORRETO

Direito Penal do autor, consistente na punição do indivíduo baseada em seus


pensamentos, desejos ou estilo de vida.

Tipo de autor é o que se relaciona ao Direito Penal do autor. É aquele, felizmente


cada vez mais extirpado do Direito Penal, em que não se pune uma conduta, e sim uma
determinada pessoa em razão de suas condições pessoais.

Teoria sintomática: com a sua conduta, demonstra o agente ser perigoso, razão pela
qual deve ser punido, ainda que o crime se mostre impossível de ser consumado. Por ter
como fundamento a periculosidade do agente, esta teoria se relaciona diretamente com o
direito penal do autor;

10- Penas privativas de liberdade

240- Em relação ao chamado tráfico privilegiado, previsto no artigo 33, § 4° , da


Lei n°11.343/2006, considerando-se também o entendimento dos Tribunais
Superiores, é correto afirmar que
a) não admite a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos.
b) não admite suspensão condicional do processo.
c) admite transação penal.
d) não admite fiança.
e) exige cumprimento da pena em regime inicial fechado.
Gabarito B

TRÁFICO "PRIVILEGIADO" (que não tem nada de "privilégio" no sentido


técnico da palavra, porque é causa de diminuição de pena do tráfico de drogas -
1/6 a 2/3).

 a) ERRADO - tema já pacificado tanto no STF como no STJ. Admite-se a conversão


em PRD, por prestígio ao princípio da individualização da pena. Nesse sentido, ver a
182

Resolução 5 de 2012 do Senado Federal


(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Congresso/RSF-05-
2012.htm).

b) CERTO - de acordo com o art. 89 da Lei 9099, somente é cabível a sursis
processual quando a pena mínima do delito for menor ou igual a 1 ano. O
famigerado tráfico privilegiado (causa de aumento de pena do art. 33, §4º da lei de
drogas), ainda que aplicada a fração MÁXIMA  para diminuir a pena do delito do caput
do art. 33, resultaria em uma pena mínima de mais de 1 ano (fração de 2/3 na redução
da pena mínima de 5 anos do tráfico = 1,67, ou seja, mais de 1 ano e meio de pena
mínima). Portanto, inaplicável a suspensão condicional do processo.

c) ERRADO - não admite transação penal, pois não é delito de menor potencial
ofensivo (pena máxima de 2 anos), ainda que se aplique a maior fração para diminuir a
pena máximo do caput do art. 33 da lei de drogas (2/3 de diminuição de 15 anos, resulta
em 5 anos de pena máxima).

d) ERRADO - é pacífico também na doutrina e na jurisprudência o entendimento de


que o tráfico privilegiado não é crime hediondo. Portanto, não é inafiançável.

e) ERRADO - também é pacífico na doutrina e na jurisprudência o entendimento de


que a obrigatoriedade de iniciação do cumprimento de qualquer pena em regime
fechado viola o princípio da individualização da pena. Portanto, seria inconstitucional.

241- O lapso temporal para progressão de regime em caso de crime não hediondo
praticado por reincidente é de
a) 2/5 da pena.
b) 3/5 da pena.
c) 2/3 da pena.
d) 1/6 da pena.
e) 1/2 da pena.
Gabarito D
PEGAR DE VEZ!!!

É bom ter em mãos a posse de outros dados, para análise de questões similares:

 Progressão de Regime para a LEP dá-se após o cumprimento de:

- Primário – de 1/6 da pena (art. 112 da LEP);

- Reincidente – de 1/6 da pena (art. 112 da LEP).

Progressão de Regime nos Crimes Hediondos dá-se após o cumprimento de:

- Primário na prática de Crimes Hediondos – de 2/5 da pena (art. 2, § 2o  da 8.072/90);


183

- Reincidente Específico na prática de Crimes Hediondos – de 3/5 da pena (art. 2, § 2o 


da 8.072/90).

Livramento Condicional da Pena Código Penal dá-se após o cumprimento de:

- Primário – mais de 1/3 da pena (Art. 83, I, do CP);

- Reincidente – mais de ½ da pena (Art. 83, II, do CP).

Livramento Condicional Crimes Hediondos dá-se após o cumprimento de:

- Primário: mais de 2/3 da pena (Art. 83, V, do CP);

- Reincidente Específico: não há previsão legal.

242- NÃO sofrem influência da reincidência e da hediondez do crime na execução


penal os seguintes direitos:
a) Comutação e saída temporária.
b) Indulto e autorização de saída.
c) Progressão de regime e saída temporária.
d) Livramento condicional e remição.
e) Remição e permissão de saída.
Gabarito E

Lei 7.210/84 - LEP

Da Permissão de Saída

Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os


presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante
escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos:

I - Falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou


irmão;

II - Necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14).

Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor do estabelecimento


onde se encontra o preso.

Da Remição

Art. 126.  O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá
remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena.
184

243- Sobre a determinação do regime inicial de cumprimento de pena, é correto


afirmar:
a) A hediondez do crime não permite a determinação do regime inicial fechado para
todos os casos, mas deve ser observada na determinação do regime inicial.
b) Os crimes cometidos com violência contra a pessoa impedem a determinação do
regime inicial aberto.
c) A análise judicial das consequências do crime é irrelevante para a determinação do
regime inicial de cumprimento de pena, pois é circunstância que já pode aumentar a
pena-base.
d) Os crimes contra a honra, por serem punidos com detenção, impedem a aplicação do
regime inicial fechado, mesmo em caso de reincidência.
e) É possível a aplicação do regime inicial semiaberto para pena superior a quatro anos
no caso de réu reincidente, a depender do tempo de prisão provisória cumprida por ele
até a sentença.
Gabarito E

A Súmula 269 do STJ é para as hipóteses de penas de reclusão e não detenção, visto que
esta é comporta apenas o regime semi-aberto, ou aberto

É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a


pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais. 

Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou


aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de
transferência a regime fechado.

§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva,


segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as
hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: 

Crimes Apenados com Reclusão:

Pena acima de 8 anos – se reincidente ou primário o regime será o fechado;

Pena superior a 4 anos e não superior a 8 anos – se reincidente o fechado, se primário o


semi-aberto;

Pena igual ou inferior a 4 anos – se reincidente é o fechado ou semi-aberto (se


favoráveis as circunstâncias – Súmula 269 do STJ), se primário será o aberto.

Crimes Apenados com Detenção:

Pena acima de 8 anos – se reincidente ou primário o regime será o semi-aberto;


185

Pena superior a 4 anos e não superior a 8 anos – se reincidente ou primário o regime


será o semi-aberto;

Pena igual ou inferior a 4 anos – se reincidente o semi-aberto, e se primário será o


aberto.

 O erro da D:

INJÚRIA RACIAL 

§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia,


religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:        

        Pena - reclusão de um a três anos e multa.

244- O regime disciplinar diferenciado, de cumprimento da pena, apresenta as


seguintes características:
I. duração máxima de trezentos e sessenta dias, até o limite de um sexto da pena
aplicada.
II. recolhimento em cela individual.
III. visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas
horas.
IV. o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol.
V. não poderá abrigar presos provisórios.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II, III, IV e V.
b) I, II, III e IV.
c) III e IV.
d) I, II e V.
e) I, III e V.
Gabarito B
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando
ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou
condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as
seguintes características:
I. duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por
nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada;
II. Art. 52. (...) II. Recolhimento em cela individual;
186

III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas
horas;
IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol.
Art. 52. (...) § 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos
provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a
ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade.
245- Depois de finalizado o devido processo legal, um indivíduo foi condenado à
pena concreta mínima de um ano de reclusão e de dez dias-multa por ter praticado
crime de estelionato.
De acordo com o Código Penal e com o entendimento dos tribunais superiores, nesse
caso é permitido ao juiz, na sentença condenatória,
a) converter a pena de reclusão aplicada em duas penas restritivas de direitos, sendo
uma de prestação de serviços comunitários e outra de prestação pecuniária.
b) estabelecer prestação de serviços comunitários como condição do regime aberto.
c) aplicar o regime aberto, ainda que o condenado seja reincidente.
d) estabelecer regime mais severo que o permitido em lei, ainda que a pena base tenha
se mantido no mínimo legal.
e) converter a pena de reclusão aplicada em uma pena de multa.
Gabarito E

Código Penal - artigo 44:

§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por
multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de
liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas
restritivas de direitos.

246- Assinale a opção correta a respeito da dosimetria da pena segundo o


entendimento do STJ.
a) É possível a aplicação de pena inferior à mínima na segunda fase da dosimetria da
pena.
b) Apenas à confissão qualificada se impõe a incidência de atenuante na segunda fase da
dosimetria da pena.
c) Natureza e quantidade de droga não podem ser utilizadas, concomitantemente, na
primeira e na terceira fase da dosimetria da pena, sob pena de bis in idem.
d) Não se admite compensação da atenuante da confissão espontânea com a agravante
da reincidência.
Gabarito C
187

247- Acerca da aplicação e da execução da pena, assinale a opção correta,


conforme o entendimento do STJ.
a) De acordo com o entendimento jurisprudencial, o tempo da internação para o
cumprimento de medida de segurança é indeterminado, perdurando enquanto não for
averiguada a cessação da periculosidade.
b) No momento da aplicação da pena, o juiz pode compensar a atenuante da confissão
espontânea com a agravante da promessa de recompensa.
c) É vedada a concessão de trabalho externo a apenado em empresa familiar em que um
dos sócios seja seu irmão.
d) Confissão ocorrida na delegacia de polícia e não confirmada em juízo não pode ser
utilizada como atenuante, mesmo que o juiz a utilize para fundamentar o seu
convencimento.
Gabarito B
248- José subverteu a disciplina interna do estabelecimento prisional por ter
praticado ato previsto como crime.
Nessa situação hipotética, de acordo com o que prevê a LEP relativamente ao
RDD,
a) o RDD poderá ser aplicado a José pelo diretor do estabelecimento prisional, que, na
decisão, deverá considerar o comportamento de José e os motivos de sua prisão.
b) a submissão de José ao RDD ocorrerá se o crime praticado por ele for tipificado na
modalidade dolosa ou culposa, que cause dano ao patrimônio ou à integridade física de
outrem.
c) para que José seja submetido ao RDD, o crime por ele cometido deve ser doloso e ter
sido praticado com violência ou grave ameaça a pessoa, hipótese que configura falta
grave.
d) não será admitida a aplicação do RDD a José se ele for um preso provisório, uma vez
que a LEP prevê ser requisito para esse regime o trânsito em julgado da sentença penal
condenatória.
e) se for submetido ao RDD, José ficará recolhido em cela individual, terá direito a
visitas semanais e poderá sair da cela diariamente para banho de sol.
Gabarito E
249- De acordo com a LEP, se determinado preso provisório cometer crime doloso
após o encarceramento, ele estará sujeito ao regime disciplinar diferenciado, sem
prejuízo da sanção penal,
a) mediante decisão da autoridade administrativa competente, independentemente da
manifestação do juiz competente.
b) por decisão da autoridade administrativa competente, precedida da manifestação do
MP e da defesa.
188

c) caso o novo ato cometido, previsto como crime doloso, seja punível com reclusão.
d) que poderá limitar o número de pessoas e a duração das visitas semanais.
e) depois de transitar em julgado eventual decisão condenatória do crime que motivou a
sua prisão, pois, como preso provisório, ele não pode ser sujeito ao referido regime.
Gabarito D

11- Modalidades das Penas Restritivas de Direito

250- No sursis, suspensão condicional da pena, dentre outras hipóteses,


a) a condenação anterior à pena de multa impede, em qualquer caso, a concessão do
benefício.
b) a suspensão se estende às penas privativas de liberdade, restritivas de direitos e à
multa.
c) se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, no prazo da
suspensão, revoga-se, obrigatoriamente, o benefício.
d) a pena não superior a 3 (três) anos poderá ser suspensa, por 1 (um) a 2 (dois) anos,
ainda que o condenado seja maior de sessenta anos de idade.
e) no primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade ou
submeter-se à limitação de fim de semana.
Gabarito E

a) ERRADO. CP, art. 77, § 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a
concessão do benefício.

b) ERRADO. CP, art. 80 – A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos


nem à multa.

c) ERRADO. Não revoga, ocorre a prorrogação. CP, art. 81, § 2º - Se o beneficiário está
sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se PRORROGADO o
prazo da suspensão até o julgamento definitivo.

d) ERRADO. CP, art. 77, caput – A execução da pena privativa de liberdade, não
superior a DOIS ANOS, poderá ser suspensa (...)

e) CORRETO. CP, art. 78, § 1º - No primeiro ano do prazo deverá o condenado prestar
serviços à comunidade (artigo 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (artigo
48).

PRA PEGAR DE VEZ!!!

SURSIS - suspensao condicional da pena:

1. Só cabe nas condenações à pena privativa de liberdade 


189

* Simples e especial: não superior a 2 anos

* Etário e Humanitário: não supeiror a 4 anos

2. agente não pode ser reinciente em crime doloso

3. culpabilidade, antecedentes, conduta social e personalidade do agente, bem como


motivos e circunstâncias autorizem. 

4. que não seja indicada a substituição por pena restritiva de direitos. 

Há 4 tipos de sursis:

1. Simples:

* períodod de prova de 2 a 4 anos. 

* primeiro ano prestação de serviços à comunidade ou limitação de final de semana. 

2. especial:

* prova: também de 2 a 4 anos. 

* reparação do dano ou comprovada impossiilidade de realzar 

* condições favoráveis

* primeiro ano: proibição de frequentar determinados lugares e/ou ausentar-se da


comarca e/ou comparecimento ao juízo pessoalmente. 

3. Etário:

* pena não superior a 4 anos

* prova: 4 a 6 anos

* idade: maior de 70 anos

* primeiro ano: qualquer das hipóteses previstas para PRD, a depender da situação de
reparabilidade do dano ou não. 

4. Humanitário:

* pena privativa de liberdade não supeiror a 4 anos

* prova: 4 a 6 anos

* pessoa doente

* mesma hipótese do anterior, no primeiro ano de prova. 


190

2. período de prova: de 2 a 4 anos

251- Em relação ao chamado tráfico privilegiado, previsto no artigo 33, § 4° , da


Lei n°11.343/2006, considerando-se também o entendimento dos Tribunais
Superiores, é correto afirmar que
a) não admite a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos.
b) não admite suspensão condicional do processo.
c) admite transação penal.
d) não admite fiança.
e) exige cumprimento da pena em regime inicial fechado.
Gabarito B
252- A pena de prestação de serviços à comunidade
a) deve ser cumprida à razão de duas horas de tarefa por dia de condenação, fixadas de
modo a não prejudicar a jornada de trabalho.
b) não é aplicável, em nenhuma hipótese, caso o condenado for reincidente.
c) não pode ser cumprida em menor tempo pelo condenado, se a condenação for
superior a um ano.
d) aplica-se às condenações superiores a seis meses de privação de liberdade.
e) não substitui a pena privativa de liberdade.
Gabarito D

a) FALSO. Art. 46.   § 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as


aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia
de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. 

b) FALSO. Art. 44. § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a


substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente
recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo
crime.

 c) FALSO.Art. 46.  § 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao


condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à
metade da pena privativa de liberdade fixada. 

 d) CERTO. Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é


aplicável às condenações superior a seis meses de privação da liberdade.

e)  FALSO.Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as


privativas de liberdade, quando:
191

253- Lucila cumpria regularmente pena restritiva de direito, consistente em


prestação pecuniária equivalente a dois salários mínimos, quando sobreveio, aos
autos da execução penal, condenação definitiva à pena privativa de liberdade cujo
regime inicial era fechado. Diante disso, o juízo da execução decidiu pela conversão
da pena restritiva de direitos em privativa de liberdade.
A decisão judicial
a) está correta porque há incompatibilidade de cumprimento simultâneo das penas
restritiva de direitos e privativa de liberdade, sendo válida a conversão da pena
alternativa.
b) merece reforma porque há compatibilidade de cumprimento simultâneo das penas
restritiva de direitos e privativa de liberdade, sendo inválida a conversão da pena
alternativa.
c) está correta porque a pena privativa de liberdade em regime inicial fechado deve
prevalecer sobre a pena restritiva de direitos.
d) merece reforma porque o Juízo da execução deveria promover a suspensão da pena
restritiva de direitos, cujo cumprimento seria exigível quando Lucila estivesse no
regime aberto.
e) está correta porque qualquer condenação superveniente torna obrigatória a conversão
da pena restritiva de direitos em privativa de liberdade.
Gabarito B

Código Penal

Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de


liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da


execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for
possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. 

254- Sobre as penas restritivas de direito é certo que


a) se o condenado for reincidente o juiz não poderá substituir a pena privativa de
liberdade por pena restritiva de direitos em caso de nova condenação.
b) no caso de prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas se a pena
substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva
em menor tempo, nunca inferior a 2/3 da pena privativa de liberdade fixada.
c) no caso de descumprimento injustificado da pena restritiva de direitos ela converte-se
em privativa de liberdade e, no cálculo da pena privativa de liberdade a executar será
deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de
trinta dias de detenção ou reclusão.
192

d) se tratando de prestação pecuniária o valor pago pelo réu não será deduzido do
montante de eventual condenação em ação de reparação civil, ainda que coincidentes os
beneficiários.
e) a prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável apenas às
condenações superiores a um ano de privação da liberdade.
Gabarito C

Letra A. Errada. A reincidência não impede a substituição de PPL por PRD, quando
for reincidente em crime culposo ou a reincidência não for específica (mesmo crime) e
sendo favoráveis as circunstâncias judiciais.

Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de


liberdade, quando:

II – o réu não for reincidente em crime doloso;

§ 3oSe o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em
face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência
não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.

Letra B. Errada. O erro está na fração. Não é 1/3, e sim metade.

Art. 46. § 4oSe a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado
cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena
privativa de liberdade fixada.

Letra C. CORRETA.

Art. 44. § 4oA pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade


quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da
pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena
restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. 

Letra D. Errada. Ocorre a dedução.

Art. 45. § 1oA prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus
dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância
fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e
sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual
condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários.

Letra E. Errada. Superiores a seis meses e não um ano.

Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às


condenações superiores a seis meses de privação da liberdade.

255- Para substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de


direitos impõe-se, de acordo com o Código Penal, que
193

a) a pena originária seja de até 4 anos.


b) o réu seja primário em crime doloso.
c) a substituição seja socialmente recomendável.
d) o réu tenha bons antecedentes.
e) as circunstâncias judiciais indiquem a suficiência da substituição.
Gabarito E

Letra A: está errada por que os 04 anos é limite apenas nos casos de crimes dolosos (nos
culposos não há limite);

Letra B: está errada por que a substituição também é possível se o sujeito for reincidente
em doloso (desde que não seja específico);

Letra C: está errada por que a medida ser socialmente recomendável é requisito apenas
para os reincidentes;

Letra D: essa é a única que não é exceção de nada; não é requisito pelo CP para
substituição;

Letra E: está correta por que é a única que apresenta requisito geral da substituição (sem
exceções).

DETALHE: essas são as razões pelas quais acredito que a banca tenha dado como certa
apenas a letra E, mas nem o enunciado e nem as alternativas especificam com um
"apenas", por exemplo. No final das contas, todas, exceto a letra D, são requisitos para
substituição, porém, não para todos os casos, não se tratam de requisitos "gerais". A
banca focou nas exceções.

256- A pena de prestação de serviços à comunidade


a) pode ser cumprida pelo condenado em menor tempo, se a pena substituída for
superior a seis meses e não exceder a um ano.
b) pode ser aplicada independentemente do tempo de privação de liberdade a que
condenado o acusado.
c) não pode ser imposta como condição do sursis por força de vedação legal.
d) não pode ser a única sanção substitutiva no caso de condenação igual ou inferior a
um ano.
e) não pode ser fixada como condição especial ao regime aberto.
Gabarito E

A - Errada. A PRD de prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas pode


ser cumprida em menor tempo, nunca inferior à metade da PPL substituída, e desde que
esta última tenha sido aplicada em tempo superior a 1 (um) ano (art. 46,§4º,CP).
194

 B - Errada. A PRD de prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas


somente cabe nas condenações superiores a 6 meses (art. 46,CP).

 C - Errada. Não existe vedação legal a que a PRD seja imposta como condição do
"sursis". A propósito, o STJ admite que prestação pecuniária ou prestação de serviços
seja fixada como condição de cumprimento da suspensão condicional do processo.

 D - Errada. Em condenações à PPL igual ou inferior a 1 (um) ano, é possível aplicar


apenas uma PRD ou multa (art. 44, §2º,CP).

 E - Correta. É da jurisprudência sumulada do STJ que não se pode fixar, a título de


condição especial do regime aberto, obrigação equivalente a pena restritiva de direitos,
sob pena de "bis in idem". 

257- Depois de finalizado o devido processo legal, um indivíduo foi condenado à


pena concreta mínima de um ano de reclusão e de dez dias-multa por ter praticado
crime de estelionato.
De acordo com o Código Penal e com o entendimento dos tribunais superiores, nesse
caso é permitido ao juiz, na sentença condenatória,
a) converter a pena de reclusão aplicada em duas penas restritivas de direitos, sendo
uma de prestação de serviços comunitários e outra de prestação pecuniária.
b) estabelecer prestação de serviços comunitários como condição do regime aberto.
c) aplicar o regime aberto, ainda que o condenado seja reincidente.
d) estabelecer regime mais severo que o permitido em lei, ainda que a pena base tenha
se mantido no mínimo legal.
e) converter a pena de reclusão aplicada em uma pena de multa.
Gabarito E

Código Penal - artigo 44:

§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por
multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de
liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas
restritivas de direitos.

258- Não é legalmente possível a substituição de pena privativa de liberdade por


pena restritiva de direitos ao condenado por delito de furto à pena mínima de um
ano de reclusão, em regime inicial semiaberto, se este for reincidente em
decorrência de condenação anterior pelo delito violação de direito autoral previsto
no artigo 184, caput, do CP.
Gabarito ERRADO
195

259- O juiz poderá substituir a pena privativa de liberdade do condenado


reincidente não específico por penas restritivas de direitos se, em face da
condenação anterior, a substituição for socialmente recomendável.
Gabarito CORRETO
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de
liberdade, quando: 

I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena
aplicada, se o crime for culposo;

II - o réu não for reincidente em crime doloso; 

III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado,


bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja
suficiente. 

§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em


face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência
não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. 

A substituição pode ser efetuada em favor do reincidente quando observados dois


requisitos adicionais: a) a medida é socialmente recomendável b) a reincidência é
genérica (ou seja, não se trata da prática do mesmo crime).

12- Pena de multa


260- A pena de multa,

a) obsta a suspensão condicional da pena, ainda que a única aplicada em condenação


anterior.

b) não pode substituir pena privativa de liberdade inferior a um ano, se reincidente o


condenado.

c) deve receber o mesmo acréscimo imposto à pena privativa de liberdade no caso de


concurso formal perfeito de infrações.

d) não pode substituir isoladamente pena privativa de liberdade, nos casos de violência
doméstica e familiar contra a mulher, apenas se condenado o agente pelo crime de lesão
corporal.

e) prescreve em três anos se aplicada cumulativamente com pena privativa de liberdade


de dez meses de reclusão.

Gabarito E

MULTA (reincidência):
196

Se ISOLADA: 2 anos.

Se CUMULATIVA a PPL: igual a da PPL. 

261- Sobre a pena de multa é correto afirmar:


a) Na lei de drogas, sua previsão é proporcional à condição econômica das pessoas
concretamente selecionadas pela política criminal respectiva.
b) A fração de pena a ser cumprida como requisito objetivo para o indulto inclui a pena
de multa aplicada cumulativamente à pena privativa de liberdade.
c) A comutação da pena restritiva de direitos não alcança a pena de multa
cumulativamente aplicada.
d) Não possui caráter estigmatizante, que é próprio da pena privativa de liberdade.
e) É possível a extinção da punibilidade independentemente do pagamento da multa
aplicada cumulativamente à pena privativa de liberdade.
Gabarito E

O inadimplemento da pena de multa impede a extinção da punibilidade mesmo que já


tenha sido cumprida a pena privativa de liberdade ou a pena restritiva de direitos?

NÃO. Nos casos em que haja condenação a pena privativa de liberdade e multa,
cumprida a primeira (ou a restritiva de direitos que eventualmente a tenha substituído),
o inadimplemento da sanção pecuniária não obsta o reconhecimento da extinção da
punibilidade.

Em outras palavras, o que importa para a extinção da punibilidade é o cumprimento da


pena privativa de liberdade ou da restritiva de direitos. Cumpridas tais sanções, o fato de
o apenado ainda não ter pago a multa não interfere na extinção da punibilidade. Isso
porque a pena de multa é considerada dívida de valor e, portanto, possui caráter
extrapenal, de modo que sua execução é de competência exclusiva da Procuradoria da
Fazenda Pública.

Assim, cumprida a pena privativa de liberdade (ou restritiva de direitos), extingue-se a


execução penal e se restar ainda pendente o pagamento da multa, esta deverá ser
cobrada pela Fazenda Pública, no juízo competente, tendo se esgotado, no entanto, a
jurisdição criminal.

262- Critério judicial legalmente estabelecido para a fixação da pena pecuniária,


na Parte Geral do Código Penal, vincula o juiz à observância, preponderantemente
quanto
a) aos danos sociais provocados pelo crime.
b) à situação econômica do réu.
c) à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente e aos
motivos, às circunstâncias e consequências do crime.
197

d) à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente e ao


prejuízo sofrido pela vítima.
e) às consequências do crime para a vítima.
Gabarito B
CÓDIGO PENAL
Critérios especiais da pena de multa
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação
econômica do réu. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da
situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Multa substitutiva
§ 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) meses, pode ser
substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste
Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

DIFERENÇA entre Prestação Pecuniária e Pena de Multa:

PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA (art. 45, §1º/CP)

- Beneficiários: vítima ou dependentes; entidade pública ou privada com destinação


social

- Valor: 1 a 360 salários mínimos (valor deduzido de eventual condenação)

- Admite conversão em pena privativa de liberdade

PENA DE MULTA (art. 49 e seguintes do CP)

- Beneficiários: Fundo Penitenciário Nacional, somente 

- Valor: 10 a 360 dias-multa (o valor do dia multa pode variar de um trigésimo do


salário mínimo a cinco vezes o valor deste)

- O valor pago não será deduzido de eventual condenação, diferente do que ocorre na
prestação pecuniária

- NÃO admite conversão! Caso não seja paga, a multa se tornará dívida de valor a ser
executada na vara da Fazenda Pública.

263- A pena de multa

a) prescreve em três anos, quando for a única cominada ou aplicada.


198

b) pode substituir, ainda que isoladamente, a pena privativa de liberdade nos casos de
violência doméstica e familiar contra a mulher.

c) é fixada em salários mínimos, considerada a situação econômica do réu.

d) pode substituir pena privativa de liberdade e ser aplicada em conjunto com restritiva
de direitos, na condenação superior a 1 (um) ano, se presentes os requisitos legais.

e) obsta a concessão do sursis, se a única aplicada em condenação anterior.

Gabarito D

Art. 44. As penas restritivas de direitos (PRD) são autônomas e substituem as privativas
de liberdade, quando:  § 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição
pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a
pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e
multa ou por duas restritivas de direitos.

Ou seja, 

Pena MENOR OU IGUAL A 1 ANO = 1 PRD OU MULTA

Pena MAIOR que 1 ANO = 2 PRD's ou 1 PRD + MULTA

DEMAIS QUESTÕES: 

Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia


fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no
máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa

Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada


dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da
Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas
da prescrição.

264- De acordo com o entendimento do STF a respeito de assuntos afetos ao direito


penal, assinale a opção correta.
a) No latrocínio — roubo seguido de morte —, responderá apenas pelo roubo o autor
que não estiver fisicamente no ambiente em que ocorrer a morte, por não provocá-la
diretamente e por sua participação ser considerada de menor importância.
b) É hediondo o tráfico privilegiado de drogas, ainda que sujeito à redução de pena,
conforme disposições da Lei Antidrogas, razão por que seu autor tem de atender a
requisitos mais severos para o livramento condicional, não lhe sendo permitida a
progressão de regime.
c) O inadimplemento da pena de multa imposta ao sentenciado impede a sua progressão
de regime, salvo se ele comprovar absoluta impossibilidade econômica.
199

d) À prática clandestina de atividade de telecomunicação consistente em manutenção de


rádio comunitária não se aplica o princípio da insignificância, independentemente do
grau de interferência do sinal e mesmo que presente a boa-fé do infrator.
Gabarito C

• Regra: o inadimplemento deliberado da pena de multa cumulativamente aplicada ao


sentenciado impede a progressão no regime prisional.

• Exceção: mesmo sem ter pago, pode ser permitida a progressão de regime se ficar
comprovada a absoluta impossibilidade econômica do apenado em quitar a multa, ainda
que parceladamente.

265- Em relação às penas, assinale a opção correta.


a) Poderá ser substituída por pena restritiva de direitos a pena privativa de liberdade
aplicada a réu reincidente, anteriormente condenado pela prática do crime de lesões
corporais culposas e sentenciado a pena de cinco anos de reclusão pela prática de
homicídio culposo.
b)Não se admite que o condenado a prisão em regime fechado execute trabalho externo.
c) A pena de reclusão será cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto; a de
detenção, por sua vez, será cumprida em regime semiaberto ou aberto, vedada a
transferência para o regime fechado.
d) De acordo com o CP, o condenado a pena de seis anos de reclusão poderá cumpri-la
em regime semiaberto, ainda que seja reincidente.
e) A pena de multa aplicada de forma isolada, injustificadamente inadimplida pelo
condenado, poderá ser convertida em pena privativa de liberdade.
Gabarito A
265- Um servidor público, concursado e estável, praticou crime de corrupção
passiva e foi condenado definitivamente ao cumprimento de pena privativa de
liberdade de seis anos de reclusão, em regime semiaberto, bem como ao pagamento
de multa.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item seguinte.
A pena de multa, que poderia ser fixada em percentual do proveito econômico obtido
com a prática do crime, ou do prejuízo causado à administração, terá de ser executada
pela procuradoria da fazenda, na vara de execuções fiscais.
Gabarito ERRADO

Muito embora parte da assertiva esteja correta (em relação à execução pela
Procuradoria da Fazenda, na Vara de Execuções Fiscais), o critério para a fixação da
pena deve ser aquele estabelecido no art. 49 do Código Penal (sistema bifásico, no
qual primeiro é estipulada a quantidade de dias-multa – entre 10 a 360 – e depois é
determinado o valor de cada dia multa – entre 1/30 a 5 vezes o valor do salário
200

mínimo). Assim, não haveria a possibilidade de fixação da pena de multa em


percentual do proveito econômico obtido.

Em relação à parte da assertiva correta, vale relembrar a Súmula 521 do STJ, pela
qual “a legitimidade para a execução fiscal de multa pendente de pagamento imposta
em sentença condenatória é exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública”.

266- A multa aplicada cumulativamente com a pena de reclusão pode ser


executada em face do espólio, quando o réu vem a óbito no curso da execução da
pena, respeitando-se o limite das forças da herança.
Gabarito ERRADO
A pena de multa possui natureza ou caráter personalíssimo, visto que o pagamento
dela não pode ser transferido a herdeiros do condenado em caso de falecimento.
Trata-se, aqui, da aplicação do princípio da intranscendência ou personalidade, segundo
o qual a pena jamais passará da pessoa do condenado (art. 5º, XLV, da CF). O fato de a
multa ter natureza pecuniária não a desnatura como espécie de pena, aplicando-se, pois,
a regra constitucional citada.
267- Acerca das penas pecuniárias, assinale a alternativa correta.
a) A pena de multa, após o trânsito em julgado da sentença condenatória, será
considerada dívida de valor, aplicando-se-lhe as normas da legislação relativa à dívida
ativa da fazenda pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e
suspensivas da prescrição.
b) Caso sobrevenha doença mental ao condenado, há reflexos em relação à pena
privativa de liberdade que lhe tenha sido cominada, mas não à pena de multa aplicada
pelo juiz.
c) É imprescritível a pena de multa, conforme expressa disposição do CP que, por sua
vez, é reflexo do princípio constitucional da intranscendência.
d) Para fins de fixação da pena de multa, a quantidade de dias-multa será fixada pelo
juiz conforme as condições financeiras do condenado.
e) O juiz poderá deixar de aplicar a pena de multa, ainda que prevista como preceito
secundário, se observar que o condenado não tem condições de pagá-la.
Gabarito A
268- A respeito das penas, assinale a assertiva correta:
a) As penas restritivas de direitos são: advertência, prestação pecuniária, perda de bens e
valores, prestação de serviço à comunidade, interdição temporária de direitos, limitação
de final de semana.
b) Se o acusado for condenado à pena de multa e frustrar o pagamento, o juiz, ouvido o
Ministério Público, deverá convertê-la em pena privativa de liberdade.
c) Concurso formal é quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois
ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se- lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se
201

iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso de um sexto até metade.
As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os
crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos.
d) Na sentença condenatória o juiz poderá aplicar penas privativas de liberdade,
restritivas de direitos e de multa. A pena privativa de liberdade poderá ser no regime
fechado, semiaberto e aberto. Se a condenação for superior a 8 (oito) anos o regime
deverá ser o fechado, desde que o acusado seja reincidente em crime doloso.
Gabarito C
269- São penas restritivas de direito:
I. Prestação pecuniária e perda de bens e valores.
II. Multa.
III. Prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas.
IV. Interdição temporária de direitos.
A sequência correta é:
a) Apenas a assertiva III está correta.
b) Apenas as assertivas I, III e IV estão corretas.
c) Apenas as assertivas II e IV estão corretas.
d) Apenas as assertivas I e II estão corretas.
Gabarito B
Art. 43. As penas restritivas de direitos são: 

I – prestação pecuniária; II – perda de bens e valores; III – (VETADO) 

IV – prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; V – interdição


temporária de direitos; VI – limitação de fim de semana.

13- Medida de segurança

270- Na desinternação condicional do sentenciado submetido à medida de


segurança, é correto afirmar que
a) estará sujeito a tratamento ambulatorial até a liquidação total da pena imposta e
convertida em medida de segurança.
b) será sempre condicional devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente,
antes do decurso de um ano, pratica fato indicativo de persistência de sua
periculosidade.
202

c) será sempre condicional devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente,


antes do decurso da extinção da medida de segurança, pratica fato indicativo de
persistência de sua periculosidade.
d) será condicional durante os primeiros seis meses, tornando-se definitiva se o agente,
nesse prazo, não praticar fato definido como crime.
e) será condicional durante o primeiro ano, tornando-se definitiva se o agente, nesse
prazo, não praticar fato definido como crime ou contravenção.
Gabarito B
Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se,
todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo
a tratamento ambulatorial. 

 Desinternação ou liberação condicional

§ 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo ser


restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) ano,
pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade. 

271- As medidas de segurança são executadas em face de


a) infratores menores de 18 anos de idade.
b) condenados a penas alternativas considerados perigosos.
c) condenados a penas privativas de liberdade que ameacem fugir do estabelecimento
prisional.
d) condenados a penas privativas de liberdade que coloquem em risco a segurança da
sociedade.
e) inimputáveis por razões mentais.
Gabarito E
Inimputável - Medida de segurança
Semi-Imputável - Pena ou medida de segurança
Adolescente - Medida sócio-educativa

Inimputáveis
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude
de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou
retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
203

Substituição da pena por medida de segurança para o semi-imputável


Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o
condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser
substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a
3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º.
272- Sobre medida de segurança, é correto afirmar:
a) Ainda que esteja demonstrada a ocorrência de legítima defesa, é possível a aplicação
da medida de segurança ao agente inimputável, em razão de seu elevado grau de
periculosidade.
b) A aplicação da medida de segurança somente é possível aos agentes inimputáveis,
nunca aos semi-imputáveis, pois a estes caberá apenas a aplicação da pena diminuída de
1/3 a 2/3.
c) A internação, ou tratamento ambulatorial, serão por tempo determinado, fixado entre
1 e 3 anos, no máximo.
d) Uma vez eleito o tratamento ambulatorial, não poderá ser determinada a internação
do agente.
e) A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e deverá ser repetida
de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o juiz da execução.
Gabarito E
273- Sobre as medidas de segurança e sua execução, é correto afirmar que
a) não é possível a realização de exame de cessação de periculosidade no curso do prazo
mínimo de duração da medida de segurança.
b) as condições da liberação condicional são as mesmas da desinternação condicional.
c) é prescindível a característica hospitalar do estabelecimento em que se executa a
medida de segurança detentiva.
d) a execução das medidas de segurança independe de trânsito em julgado da sentença
absolutória imprópria.
e) não há prazo legal para que seja retomado o tratamento ambulatorial caso o liberado
condicional apresente fato indicativo de persistência da chamada periculosidade.
Gabarito B
274- No que concerne às medidas de segurança, é correto afirmar que
a)a desinternação será sempre condicional, podendo ser restabelecida a situação anterior
antes do decurso de um ano.
b) a internação só pode ocorrer em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico.
c) imposto o tratamento ambulatorial, não é possível posterior determinação de
internação.
204

d) a liberação do tratamento ambulatorial é sempre definitiva e leva à extinção da pena.


e) a internação deve ser fixada por prazo determinado, entre um e três anos.
Gabarito A
275- O tempo de internação do preso, assim como o de tratamento ambulatorial,
durará, no mínimo, um ano e, no máximo, três anos.
Gabarito ERRADO
276- Com base no Código de Processo Penal, assinale a opção correta acerca de
sentença criminal.
a) Tratando-se de crimes de ação pública, o juiz não poderá reconhecer, na sentença,
agravantes que o MP não tenha alegado.
b) O juiz não poderá atribuir definição jurídica diferente da contida na denúncia, em
virtude de o titular da ação pública ser o MP.
c) Caso a parte julgue que houve injustiça na condenação ou na dosimetria da pena, ela
pedirá ao juiz que declare a sentença.
d) O juiz, ao proferir a sentença condenatória, deverá fixar o valor máximo para a
reparação dos danos causados pela infração.
e) Ao proferir sentença absolutória, o juiz poderá aplicar, se cabível, medida de
segurança.
Gabarito E
277- De acordo com o Código Penal, assinale a alternativa correta:
a) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, ainda que
elementares do crime.
b) Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, no todo ou em
parte, bem como quando se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
c) A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou
circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção
da punibilidade de um deles impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante
da conexão.
d) Tratando-se de Medida de Segurança, a fixação do período de internação ou
tratamento ambulatorial não comportará tempo determinado, perdurando enquanto não
for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo,
contudo, deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos.
Gabarito D
278- Acerca das medidas de segurança, assinale a alternativa correta:
a) As medidas de segurança aplicam-se no caso de prática de contravenção prevista na
Lei nº 3.688/41.
205

b) O réu deve ser absolvido e aplicada medida de segurança, caso seja constatada a
inimputabilidade por doença mental superveniente à prática do fato.
c) As medidas de segurança de internação ou tratamento ambulatorial, quanto aos réus
inimputáveis, são aplicáveis por prazo determinado de 01 a 03 anos.
d) Após a aplicação de medida de segurança de tratamento ambulatorial poderá ser
determinada a internação, no processo de execução, se o acusado praticar novo crime.
Gabarito A
279- Assinale a opção que apresenta medidas de segurança passíveis de aplicação
no ordenamento penal brasileiro.
a) tratamento psiquiátrico e prestação de serviços a comunidade
b) internação em hospital público e frequência a curso educativo
c) tratamento ambulatorial e internação em hospital de custódia e tratamento
psiquiátrico
d) tratamento ambulatorial e frequência a curso educativo
e) prestação de serviços a comunidade e internação
Gabarito C

Espécies de medidas de segurança

        Art. 96. As medidas de segurança são: 

        I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em


outro estabelecimento adequado;

        II - Sujeição a tratamento ambulatorial. 

14- Livramento condicional

280- NÃO sofrem influência da reincidência e da hediondez do crime na execução


penal os seguintes direitos:
a) Comutação e saída temporária.
b) Indulto e autorização de saída.
c) Progressão de regime e saída temporária.
d) Livramento condicional e remição.
e) Remição e permissão de saída.
Gabarito E
206

A) COMUTAÇÃO SOFRE INFLUÊNCIA DA REINCIDÊNCIA, pois, por exemplo, o


Decreto de Indulto do Dia das Mães prevê que se a pessoa for reincidente a comutação
(redução da pena) será de apenas 1/4, e se não for reincidente (primário) a comutação da
pena será de 2/3

B) O INDULTO SOFRE INFLUÊNCIA DA REINCIDÊNCIA, segundo Decreto de


Indulto do Dia das Mães

C) PROGRESSÃO DE REGIME SOFRE INFLUÊNCIA EM CASO DE


COMETIMENTO DE CRIME HEDIONDO - terá que cumprir de 2/5 a 3/5 

D) LIVRAMENTO CONDICIONAL SOFRE INFLIÊNCIA EM CASO DE


REINCIDÊNCIA (art. 83, I, II, CP).

E) ALTERNATIVA CORRETA. MESMO HAVENDO REINCIDÊNCIA OU CRIME


HEDIONDO, isso não afetará remição nem permissão de saída.

281- O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena


privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos. Para o condenado
reincidente em crime doloso será concedido livramento condicional, desde que
cumprida:
a) mais de um terço da pena.
b) mais de dois terços da pena.
c) mais de dois quintos da pena.
d) mais de três quintos da pena.
e) mais da metade da pena.
282- Sobre o livramento condicional,
a) é vedada a concessão do livramento condicional para o preso que cumpre pena em
regime fechado, sob pena de incorrer em progressão por salto.
b) segundo a jurisprudência majoritária do STJ, o descumprimento das condições do
livramento condicional pode ser aferido após o término do período de prova, ainda que
este não tenha sido prorrogado pelo juízo da execução.
c) o lapso temporal para o livramento condicional no caso de reincidente é de dois
terços da pena.
d) é vedada a revogação do livramento condicional por crime cometido antes do período
de prova.
e) é vedada a concessão de livramento condicional ao reincidente específico em crime
hediondo.
283- Segundo a Lei de Execução Penal, Lei nº 7.210/1984, serão sempre impostas
ao liberado condicional as obrigações seguintes, EXCETO:
a) Comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação.
207

b) Obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho.
c) Recolher-se à habitação em hora fixada.
d) Não mudar do território da comarca do Juízo da Execução, sem prévia autorização
deste.
Gabarito C
CPP
Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica subordinado o
livramento.
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes:
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho;
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização
deste.
RECOLHER-SE EM HORA FIXADA PODE SER CONDICIONADO, MAS EM
CARATER EXCEPCIONAL
284- No tocante à jurisprudência sumulada pelo STJ quanto ao direito penal,
assinale a opção correta.
a) A extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva, com fundamento
em pena hipotética, é admitida, independentemente da existência ou do resultado do
processo penal.
b) Fixada a pena-base no mínimo legal, a decisão, fundamentada na gravidade abstrata
do delito, poderá estabelecer ao sentenciado regime prisional mais gravoso do que o
cabível em razão da sanção imposta.
c) A contagem do prazo para a progressão de regime de cumprimento de pena será
interrompida pela prática de falta grave e se reiniciará a partir do cometimento dessa
infração.
d) A falta grave interrompe o prazo para a obtenção de livramento condicional.
e) A prática de falta grave interrompe o prazo para o fim de comutação de pena ou
indulto.
Gabarito C

Atrapalha:

- PROGRESSÃO: interrompe o prazo para a progressão de regime.

- REGRESSÃO: acarreta a regressão de regime.

- SAÍDAS: revogação das saídas temporárias.


208

- REMIÇÃO: revoga até 1/3 do tempo remido.

- RDD: pode sujeitar o condenado ao RDD.

- DIREITOS: suspensão ou restrição de direitos.

- ISOLAMENTO: na própria cela ou em local adequado.

- CONVERSÃO: se o réu está cumprindo pena restritiva de direitos, esta poderá ser
convertida em privativa de liberdade

Não interfere:

- LIVRAMENTO CONDICIONAL: não interrompe o prazo para a obtenção de LC.

- INDULTO E COMUTAÇÃO DE PENA: não interfere no tempo necessário à


concessão de indulto e comutação da pena, salvo se o requisito for expressamente
previsto no decreto presidencial.

285- No crime de associação para o tráfico (artigo 35 da Lei nº 11.343/2006), para


fazer jus ao livramento condicional o condenado deve cumprir:
a) 2/3 da pena, caso seja reincidente;
b) 1/5 da pena, caso não seja reincidente;
c) 1/3 da pena, caso seja reincidente;
d) 2/3 da pena, caso não seja reincidente;
e) 1/5 da pena, caso seja reincidente.
Gabarito D
Art. 44.  Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei são
inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória,
vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.

Parágrafo único.  Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento
condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao
reincidente específico.

286- Sobre o livramento condicional é correto afirmar que


a) o preso não reincidente condenado a uma pena por crime comum e outra por crime
hediondo deve cumprir um sexto da primeira, mais metade da segunda como requisito
objetivo para o livramento condicional.
b) a comutação de pena é incompatível com o cumprimento de pena em livramento
condicional.
c) o sistema progressivo de cumprimento de pena impede a progressão por salto do
regime fechado para o livramento condicional.
209

d) é possível a revogação do livramento condicional em virtude de condenação por


crime cometido antes de sua vigência.
e) o lapso temporal para o reincidente específico em crime hediondo é de mais de dois
terços da pena.
Gabarito D

É possível a revogação do livramento condicional em virtude de condenação por crime


cometido antes de sua vigência. (CORRETA)

Art. 86, CP - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena


privativa de liberdade, em sentença irrecorrível:

  I - por crime cometido durante a vigência do benefício;

  II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código

287- Pedro, reincidente, foi condenado a cumprir pena de dois anos. No


cumprimento de sua primeira condenação, teve um livramento condicional
revogado, além da falta grave reconhecida judicialmente. Como defensor público,
deve-se formular em seu favor
a) progressão de regime havendo lapso e um novo pedido de livramento condicional
desde que Pedro tenha cumprido metade de sua pena.
b) um novo pedido de livramento condicional, desde que não tenha sido interrompida
contagem do lapso pelo reconhecimento da falta grave.
c) progressão de regime e um novo pedido de livramento condicional, não acarretando
interrupção de lapso a falta grave reconhecida.
d) somente progressão de regime havendo lapso, uma vez que não há possibilidade de
um novo pedido de livramento condicional em razão da pena aplicada.
e) somente progressão de regime havendo lapso, uma vez que não há possibilidade de
um novo pedido de livramento condicional, em razão de uma revogação anterior do
mesmo pleito.
Gabarito E
PP, Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo
quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício,
não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado.
288- NÃO é requisito para obtenção do livramento condicional:
a) Cumprimento de mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime
hediondo ou assemelhado.
b) Pagamento da pena de multa.
c) Reparação do dano, salvo impossibilidade de o fazer.
210

d) Cumprimento de mais de um terço da pena se não for reincidente em crime doloso e


tiver bons antecedentes.
e) Cumprimento de mais da metade se for reincidente em crime doloso.
Gabarito B
PRA PEGAR DE VEZ!!!

● PROGRESSÃO DE REGIME

1. Crime comum, primário: 1/6 + bom comportamento carcerário

2. Crime comum, reincidente: também 1/6 + bom comportamento carcerário

3. Crime hediondo/equiparado, primário: 2/5

4. Crime hediondo/equiparado, reincidente: 3/5

------------------------

● LIVRAMENTO CONDICIONAL

1. Crime comum, primário ou reincidente só em crime culposo/contravenção + bons


antecedentes: + de 1/3

2. Crime comum, reincidente em crime doloso: + da metade (+ de 1/2)

3. Crime hediondo/equiparado, primário ou reincidente, mesmo que em crime doloso


(desde que não seja “reincidente específico em crimes dessa natureza”): + de 2/3 (obs.:
na Lei de Drogas é exatamente 2/3)

4. Crime hediondo/equiparado, reincidente específico: não tem direito.

Cuidado!!!

- Falta grave:

a) interrompe o prazo para a progressão de regime

b) não interrompe o prazo para livramento condicional.

c) não interrompe o prazo para fim de comutação de pena ou indulto (REsp


1.364.192).
289- N. G. foi condenado a penas privativas de liberdade que somam sessenta anos
de reclusão. Sabendo-se que N. G. é primário e de bons antecedentes, e que
nenhum dos crimes pelos quais foi condenado é hediondo ou equiparado, este
condenado somente poderá obter livramento condicional depois de cumpridos
mais de:
211

a) dez anos de pena.


b) quinze anos de pena
c) vinte anos de pena.
d) trinta anos de pena.
Gabarito D

De acordo com o Art 83 do CP, terá direito ao livramento condicional, sendo o réu
primário:

- Quando cumprida mais de 1/3 da pena, caso não seja reincidente em crimes dolosos e
tiver bom comportamento.

Obs. Na situação, ele foi condenado a 60 anos de reclusão, e para o computo do prazo
não devemos levar em consideração a pena máxima de 30 anos permitida no Brasil. E
sim a pena máxima que ele recebeu que no caso foram 60 anos. Sendo assim, ele ficará
20 anos preso para ter sua liberdade condicional. Segundo o Código penal.

14- Efeitos da condenação

290- O que toca aos efeitos da condenação, correto afirmar que


a) nos crimes de licitações, desde que consumados, os autores, quando servidores
públicos, além das sanções penais, estão sujeitos à perda do cargo, emprego, função ou
mandato eletivo.
b) constitui efeito genérico e automático a perda de cargo, função ou mandato eletivo.
c) não constitui infração penal, mas meramente administrativa, o exercício de função de
que privado o agente por decisão judicial.
d) a reabilitação atinge os efeitos da condenação, vedada reintegração na situação
anterior apenas quando aplicada, em qualquer crime, pena privativa de liberdade
superior a 4 (quatro) anos.
e) para os crimes de tortura, além da perda do cargo, função ou emprego público,
igualmente prevista a interdição de seu exercício por prazo determinado em lei.
Gabarito E

Alternativa a) Errado: Art. 83.  Os crimes definidos nesta Lei, ainda que


simplesmente tentados, sujeitam os seus autores, quando servidores públicos, além das
sanções penais, à perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo.

 Alternativa b) Errado: Não constitui efeito genérico, mas sim efeito específico
previsto no artigo 92, I do código penal. Aplicável quando ocorrer uma das hipóteses
das alíneas a ou b

 Art. 92 - São também efeitos da condenação:


212

       I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo:

        a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um
ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a
Administração Pública;

        b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro)
anos nos demais casos.

 Alternativa c) não constitui infração penal, mas meramente administrativa, o exercício


de função de que privado o agente por decisão judicial.

Errado: previsto como crime no artigo 359 do CP

 Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito

        Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi
suspenso ou privado por decisão judicial:

        Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Alternativa d) Errado:

Art. 93 - CP - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva,


assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu processo e
condenaçãoParágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da
condenação, previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação anterior,
nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo. 

Alternativa e) CERTA:  ART 1º, Parte inferior do formulário

 § 5º DA LEI 9455 - A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego


público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.

291- Sobre os efeitos da condenação,


a) a estigmatização do condenado é um efeito declarado da sentença penal condenatória.
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 anos é
automática a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo.
c) a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime é efeito automático da sentença
penal condenatória.
d) o perdão tácito do ofendido não é admissível no direito penal brasileiro.
e) o perdão judicial exclui os efeitos da condenação, salvo a reincidência.
Gabarito C
292- Analise as afirmativas a seguir, relacionadas aos efeitos da condenação penal.
213

I. Além de seus efeitos penais, a sentença proferida em processo criminal pode gerar
outros efeitos, a exemplo de tornar certa a obrigação de reparar o dano causado pelo
crime, ou mesmo fazer com que o condenado venha a perder eventual função pública.
II. A sentença penal condenatória com trânsito em julgado evidencia, quando possível, o
dano causado pelo agente mediante a prática de sua conduta típica, e gera para a vítima
um título executivo judicial.
III. Um dos efeitos da condenação penal é a perda, em favor da União, do produto do
crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a
prática do fato criminoso.
IV. Se alguém, dolosamente, utilizar seu automóvel para causar lesão na vítima, um dos
efeitos da condenação penal será a perda do veículo em favor da União.
Está correto o que se afirma em:
a) I e II, somente.
b) II e III, somente.
c) I, II e IV, somente.
d) I, II e III, somente.
e) I, III e IV, somente.
Gabarito D

Vamos aproveitar para estudar:são efeitos automáticos que não precisam ser motivados:

1- tornar certa a obrigação de indenizar

2- perder o produto ou proveito do crime

Exceções: tbm são efeitos automáticos: a perda do cargo ou função quando se tratar dos
seguintes casos:

1- CRIME DE TORTURA (pelo dobro do prazo)

2- ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

3- MANDATO ELETIVO

293- A perda do cargo ou função pública, como efeito da condenação criminal,


ocorrerá quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a
a) quatro anos, nos crimes praticados com abuso de poder, violação de dever para com a
Administração pública ou contra a probidade administrativa.
b) seis meses, nos crimes praticados com violação de dever para com a Administração
pública.
c) três anos independentemente da natureza do bem lesado.
214

d) cinco anos e somente na hipótese de crimes dolosos.


e) um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a
Administração pública ou por tempo superior a quatro anos nos demais casos.
Gabarito E

Art. 92 - São também efeitos da condenação:

I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo:

a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano,
nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a
Administração Pública;

b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos
nos demais casos.

294- A respeito dos efeitos da condenação, da ação penal e das causas de extinção
da punibilidade previstas no Código Penal (CP), assinale a opção correta.
a) Constitui efeito extrapenal automático da condenação pela prática do crime de
corrupção passiva a perda do cargo ocupado por servidor, desde que a pena aplicada ao
condenado seja igual ou superior a um ano.
b) O prazo decadencial de seis meses para a propositura de queixa-crime por crime para
o qual se prevê ação penal privada tem início na data em que ocorrer o fato contra o
ofendido, independentemente do dia em que tenha tido conhecimento da identidade do
autor do crime.
c) A perda do cargo público imposta na sentença penal condenatória, como efeito
extrapenal, possui efeitos permanentes, contudo não implica impossibilidade de
investidura em outro cargo público.
d) As causas de extinção da punibilidade que atingem a pretensão executória eliminam
todos os efeitos penais de eventual sentença condenatória, não podendo ser pressuposto
da reincidência tampouco ser usada como título executivo judicial na área cível.
e) A anistia destina-se a um indivíduo determinado, condenado irrecorrivelmente,
podendo, assim como o indulto, ser concedida de forma total ou parcial.
Gabarito C
295- Um servidor público, concursado e estável, praticou crime de corrupção
passiva e foi condenado definitivamente ao cumprimento de pena privativa de
liberdade de seis anos de reclusão, em regime semiaberto, bem como ao pagamento
de multa.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item seguinte.
O servidor deve perder, automaticamente, o cargo público que ocupa, mas poderá
reingressar no serviço público após o cumprimento da pena e a reabilitação penal.
215

Gabarito ERRADO

A PERDA DO CARGO PÚBLICO NÃO É EFEITO AUTOMÁTICO, O JUIZ


DEVE FUNDAMENTAR NA SENTENÇA.

Art. 92 - Parágrafo único. (...)Os efeitos da condenação automática (acessória)


PRECISAM SER MOTIVADAMENTE DECLARADOS NA SENTENÇA.

Observação: APENAS na lei de TORTURA o efeito da restrição ao exercício ao cargo


público é AUTOMÁTICO, acarretando a INTERDIÇÃO para seu exercício pelo
DOBRO DO PRAZO DA PENA APLICADA.

*Mesmo que a pena privativa de liberdade seja substituída por multa, PREVALECERÁ
A PERDA DO CARGO PÚBLICO.

Outras:

Q247130 Ano: 2004 Banca: CESPE Órgão: Polícia Federal Prova: Escrivão da Polícia
Federal

Um agente de polícia civil foi condenado a 6 anos de reclusão pela prática de tortura
contra preso que estava sob sua autoridade. Nessa situação, o policial condenado deve
perder seu cargo público e, durante 12 anos, ser-lhe-á vedado exercer cargos, funções ou
empregos públicos.

CORRETA.

Q236087 Ano: 2012 Banca: CESPE Órgão: Polícia Federal

O policial condenado por induzir, por meio de tortura praticada nas dependências do
distrito policial, um acusado de tráfico de drogas a confessar a prática do crime perderá
automaticamente o seu cargo, sendo desnecessário, nessa situação, que o juiz
sentenciante motive a perda do cargo.

CORRETA.

15- Reabilitação criminal

296- Acerca da concessão da reabilitação, considere:


I. Ter domicílio no país pelo prazo de quatro anos.
II. No cômputo do prazo de sursis não ter havido revogação.
III. Ter demonstrado efetiva e constantemente bom comportamento público e privado.
IV. Condenação a pena superior a dois anos, no caso de pena privativa de liberdade.
V. Ter ressarcido o dano causado ou demonstrado a impossibilidade absoluta de fazê-lo.
Está correto o que se afirma APENAS em
216

a) III e IV.
b) I, II, III e V.
c) II, III, IV e V.
d) II, III e V.
e) I, II e IV.
Gabarito D

I. Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que
for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o
período de prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier
revogação, desde que o condenado: I - tenha tido domicílio no País no prazo acima
referido; 

 II. Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que
for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o
período de prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier
revogação, desde que o condenado:

III. Art. 94. (...) II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante
de bom comportamento público e privado;  

 IV. Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença


definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu processo e
condenação.

V. Art. 94. (...)  III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a
absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que
comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida.  

297- Assinale a alternativa INCORRETA.

a) A reabilitação pode ser requerida após o decurso de dois anos do dia em que for
extinta de qualquer modo a pena, seja o condenado reincidente ou não.

b) O juízo competente para processar a reabilitação é o juízo das execuções penais.

c) Na hipótese de não haver renúncia da vítima ou novação da dívida, é condição para


reabilitação a prova de haver ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstrar a
impossibilidade de fazê-lo.

d) Uma vez negada a reabilitação não há prazo mínimo para renovação do pedido.

e) A revogação de reabilitação pode ser decretada pelo juiz de ofício, ou a requerimento


do Ministério Público. 

Gabarito B
217

a) CERTO, CP Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos


do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução,
computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento condicional, se não
sobrevier revogação, desde que o condenado:

b)FALSO, CPP Art. 743.  A reabilitação será requerida ao juiz da condenação, após o


decurso de quatro ou oito anos, pelo menos, conforme se trate de condenado ou
reincidente, contados do dia em que houver terminado a execução da pena principal ou
da medida de segurança detentiva, devendo o requerente indicar as comarcas em que
haja residido durante aquele tempo.

c) CERTO, CP Art. 94.  III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre
a absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que
comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida.

 d) CERTO, Art. 94. Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a
qualquer tempo, desde que o pedido seja instruído com novos elementos
comprobatórios dos requisitos necessários.

e)  CERTO, Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do


Ministério Público, se o reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão
definitiva, a pena que não seja de multa.

298- No que toca aos efeitos da condenação, correto afirmar que


a) nos crimes de licitações, desde que consumados, os autores, quando servidores
públicos, além das sanções penais, estão sujeitos à perda do cargo, emprego, função ou
mandato eletivo.
b) constitui efeito genérico e automático a perda de cargo, função ou mandato eletivo.
c) não constitui infração penal, mas meramente administrativa, o exercício de função de
que privado o agente por decisão judicial.
d) a reabilitação atinge os efeitos da condenação, vedada reintegração na situação
anterior apenas quando aplicada, em qualquer crime, pena privativa de liberdade
superior a 4 (quatro) anos.
e) para os crimes de tortura, além da perda do cargo, função ou emprego público,
igualmente prevista a interdição de seu exercício por prazo determinado em lei.
Gabarito E

a) ERRADA: Item errado, pois tal efeito da condenação ocorrerá mesmo que se trate de
crime meramente tentado, nos termos do art. 83 da Lei 8.666/93.

b) ERRADA: Trata-se de efeito específico e não automático, ou seja, depende de


previsão específica na sentença, nos termos do art. 92, I e seu § único, do CP.

c) ERRADA: Item errado, pois tal conduta configura crime contra a administração da
Justiça, mais especificamente o crime de “Desobediência a decisão judicial sobre perda
ou suspensão de direito”, nos termos do art. 359 do CP:
218

Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito

Art. 359 – Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso
ou privado por decisão judicial:

Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

d) ERRADA: Item errado, pois a reabilitação, apesar de alcançar os efeitos da


condenação, veda o retorno à situação anterior em qualquer das hipóteses do art. 92 do
CP, nos termos do art. 93, § único do CP.

e) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 1º, §5º da lei 9.455/97:

Art. 1º (…) § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego


público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.

299- O efeito civil da condenação referente à “incapacidade para o exercício do


pátrio poder”:
a) é sempre permanente com relação à vítima.
b) pode ser recuperado em relação a todos os filhos, inclusive a vítima, por meio de
deferimento da reabilitação.
c) tratando-se de crime sexual praticado contra filha, só pode ser recuperado por meio
de deferimento da reabilitação em relação aos filhos homens, nunca em relação à vítima
e demais filhas mulheres.
d) tratando-se de crime apenado com detenção, tal efeito civil da condenação tem
caráter de mera suspensão do pátrio poder, devendo ser imposto pelo Juiz com prazo
determinado e somente em relação à vítima.
e) tratando-se de crime apenado com detenção, tal efeito civil tem o caráter de mera
suspensão do pátrio poder, por isso que é imposto pelo Juiz por prazo determinado e em
relação a todos os filhos do agente.
Gabarito A

Art. 92 - São também efeitos da condenação:

 (...)

II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes


dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado;

É também efeito secundário de natureza extrapenal e específico da condenação a


incapacidade para o exercício do poder familiar, tutela ou curatela, nos crimes dolosos,
sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado.
219

Como se sabe, os efeitos da condenação decorrentes de um crime doloso, punido com


reclusão, cometido contra filho, tutelado ou curatelado podem ser estendidos às demais
pessoas que se encontram em igual situação jurídica.

Com a reabilitação, o condenado pode voltar a exercer o poder familiar, a tutela ou a


curatela em relação àqueles que não foram vítimas do delito doloso punido com
reclusão, pois em relação ao ofendido a incapacidade é permanente, conforme
determina o art. 93, parágrafo único, do Código Penal.

Em outras palavras, jamais poderá ser exercido novamente o poder familiar, tutela ou
curatela em face da vítima do crime cuja condenação produziu o efeito previsto no art.
92, II, do Código Penal

300-Julgue os itens seguintes, acerca da prescrição, da reabilitação e da


imputabilidade.
Considere a seguinte situação hipotética.
João cumpriu pena pela prática de roubo e, decorridos dois anos do dia em que foi
extinta a pena, ele pleiteou, por meio de seu advogado, sua reabilitação.
Nessa situação, para ter seu pedido deferido, João deverá, necessariamente, ressarcir o
dano causado pelo crime, demonstrar a absoluta impossibilidade de fazê-lo ou exibir
documento que comprove a renúncia da vítima ou a novação da dívida.
Gabarito CORRETO

Art. 94, CP - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em
que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o
período de prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier
revogação, desde que o condenado:

I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido;

II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom


comportamento público e privado;

III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta


impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a
renúncia da vítima ou novação da dívida.

Parágrafo único.  Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser


efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso IV do caput do art. 387 deste Código
sem prejuízo da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido.

Vale mencionar que na reabilitação criminal, instituto declaratório com previsão nos
artigos 93 a 95 do CP e 743 a 750 do CPP, têm seus requisitos cumulativos elencados
no artigo 94 do CP. Logo, cumprido apenas as condições que constam no inciso III do
art. 94 do CP não é suficiente para que o condenado faça jus a reabilitação.
220

16- Ação penal

301-Nas ações penais em que a lei exige a representação do ofendido, a retratação


pode ocorrer enquanto NÃO:
a) oferecida a denúncia.
b) julgada a ação penal.
c) concluído o inquérito policial.
d) oferecida a queixa crime.
e) pronunciado o acusado.
Gabarito A
CP
Art. 102 - A representação será irretratável depois de oferecida a denúncia
302- Os crimes definidos na Lei nº 8.666/93, são de ação penal púbica
incondicionada, cabendo ao seguinte órgão promovê-la:
a) Ministério Público
b) Defensoria Pública
c) Tribunal de Contas
d) Procuradoria do Estado
Gabarito A

Conforme a Lei 8666

 Do Processo e do Procedimento Judicial

Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada,
cabendo ao Ministério Público promovê- la.

303- Bruna, em razão de uma briga com sua mãe, foi morar na residência de sua
tia Lucia, de 50 anos de idade, irmã de seu pai. Após 04 meses morando no local,
Bruna subtrai, sem autorização, a motocicleta de Lucia, que ela nunca deixou a
sobrinha usar, e foge para outra cidade juntamente com seu namorado. A tia,
chateada com a situação, apenas conta o fato para a mãe de Bruna, mas afirma
que nada fará do ponto de vista criminal ou civil, pois gosta muito da sobrinha. O
ocorrido, porém, chega ao conhecimento do Ministério Público, que oferece
denúncia em face de Bruna pela prática do crime de furto. Nessa situação, o
promotor de justiça agiu:
a) corretamente, pois, no caso, é irrelevante a condição da vítima e seu interesse na
persecução penal;
221

b) de maneira incorreta, pois o crime praticado por Bruna foi de estelionato;


c) de maneira incorreta, pois a ação penal, no caso, é pública condicionada à
representação;
d) de maneira incorreta, pois não é punível o crime patrimonial praticado em detrimento
da tia;
e) corretamente, pois a vítima tinha mais de 50 anos, o que impede a aplicação das
escusas absolutórias.
Gabarito C

A escusa absolutória é referente apenas quanto a ascendente, descendente e cônjuge,


ou “CAD”conforme artigo 181, CP:

  Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em
prejuízo: 

  I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;

  II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja


civil ou natural.

No caso de tio/sobrinhos, a ação se torna em A.P.P.C. a representação, conforme o


artigo 182 CP:

Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é
cometido em prejuízo: 

  I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;

  II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;

  III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

304- Constituem causas de extinção da punibilidade que se relacionam com a ação


penal pública condicionada
a) a perempção e o perdão do ofendido.
b) a decadência e a perempção.
c) o perdão do ofendido e a composição homologada dos danos civis nos juizado
especial criminal.
d) a decadência e o perdão do ofendido.
e) a composição homologada dos danos civis no juizado especial criminal e a
decadência.
Gabarito E
222

Tanto os institutos da perempção, quanto o perdão do ofendido, como causas de


extinção da punibilidade, referem-se à ação penal privada. 
305- No tocante à ação penal, é correto afirmar que
a) admissível o perdão do ofendido mesmo depois que passa em julgado a sentença
condenatória.
b) implica renúncia tácita do direito de queixa o fato de receber o ofendido a
indenização do dano causado pelo crime.
c) admissível a renúncia tácita, mas o perdão do ofendido deve ser expresso.
d) a renúncia constitui causa de extinção da punibilidade relativa às ações penais
privadas e públicas condicionadas.
e) concedido o perdão por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros.
Gabarito E

a) admissível o perdão do ofendido mesmo depois que passa em julgado a sentença


condenatória. (Art 106, § 2º do CP - Não é admissível o perdão depois que passa em
julgado a sentença condenatória.)

b) implica renúncia tácita do direito de queixa o fato de receber o ofendido a


indenização do dano causado pelo crime. (Art 104, Parágrafo Único do CP - Importa
renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a vontade de
exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do
dano causado pelo crime) 

c) admissível a renúncia tácita, mas o perdão do ofendido deve ser expresso. (Art 106, §
1º do CP - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a
vontade de prosseguir na ação. Ou seja, o perdão pode ser tácito)

d) a renúncia constitui causa de extinção da punibilidade relativa às ações penais


privadas e públicas condicionadas. (de acordo com o art 107 do CP, em seu inciso V,
extingue-se a punibilidade pela renúncia ao direito de queixa... Já na ação pública
condicionada, a representação é retratável até o oferecimento da denúncia, mas
não há o que se falar em extinção de punibilidade, pois se retratada nem ação
existirá)

e) concedido o perdão por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros. (Art.
106, II do CP) - CORRETA

306- Antonio, de 25 anos, está sendo processado pelo delito de furto praticado
contra João, seu irmão gêmeo. Diante disso,
a) mesmo depois de oferecida a denúncia, se a pedido de João, o Ministério Público
pode desistir da ação.
b) o número máximo de testemunhas a serem arroladas na denúncia é 5.
c) o Ministério Público não pode oferecer denúncia sem representação de João.
223

d) o número máximo de testemunhas a serem arroladas na queixa é 5.


e) ao fim, o juiz pode isentar Antonio de pena.
Gabarito C

O tipo penal de furto (art. 155) está no Título II (dos crimes contra o patrimônio) da
Parte Especial do Código Penal, sendo que em suas disposições gerais possui as
seguintes regras previstas no art. 182:

 Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título
é cometido em prejuízo:

I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;

II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;

III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

Importante destacar o art. 183 que elenca algumas exceções às hipóteses previstas no
art. 182:

Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:

I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave


ameaça ou violência à pessoa;

II - ao estranho que participa do crime.

III - se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos.

17- Causas de extinção da punibilidade

307- Acerca dos crimes contra a pessoa, disciplinados no Código Penal, assinale a
alternativa correta.
a) São crimes contra a pessoa: o homicídio, o infanticídio, o aborto e o latrocínio.
b) A pena mínima do infanticídio é maior do que a pena mínima do homicídio simples
doloso.
c) Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena se as
consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção
penal se torne desnecessária.
d) O aborto com consentimento é sempre permitido até o terceiro mês da gestação.
Gabarito C

a) ERRADO. O latrocínio é crime contra o patrimônio (art. 157, § 3º, Código Penal).
224

b) ERRADO, a pena do infanticídio é menor:

Infanticídio (art. 123)

        Pena - detenção, de dois a seis anos.

Homicídio simples (art. 121)

        Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

 c) CERTO. Art. 121, § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de
aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de
forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.

d) CERTO."Inconstitucionalidade da incidência do tipo penal do aborto no caso de


interrupção voluntária da gestação no primeiro trimestre".

308- De acordo com o Código Penal, assinale a alternativa correta:


a) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, ainda que
elementares do crime.
b) Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, no todo ou em
parte, bem como quando se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
c) A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou
circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção
da punibilidade de um deles impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante
da conexão.
d) Tratando-se de Medida de Segurança, a fixação do período de internação ou
tratamento ambulatorial não comportará tempo determinado, perdurando enquanto não
for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo,
contudo, deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos.
Gabarito D
309- A chamada prescrição retroativa
a) é regulada pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime.
b) não pode ter por termo inicial data anterior à publicação da sentença condenatória
recorrível.
c) acarreta o acréscimo de um terço no lapso prescricional em se tratando de acusado
reincidente.
d) não marca os antecedentes do acusado, nem gera futura reincidência.
Gabarito D

Diferença entre Prescrição Retroativa e Intercorrente


225

 Prescrição Intercorrente: leva-se em consideração a pena fixada na sentença para


saber o prazo prescricional (com base no artigo 109). Desse modo, há de ser observado
o tempo de duração entre a sentença condenatória e o seu trânsito em julgado, para
saber se extinta estará a pretensão punitiva do Estado.

Prescrição Retroativa: leva-se em consideração, também, a pena fixada na sentença


para constatação do prazo prescricional (com base no artigo 109), porém após o trânsito
em julgado. Assim, se entre o recebimento da denúncia e o trânsito em julgado da
sentença transcorreu o prazo prescricional, estará extinta a pretensão punitiva do Estado.

 Importante ter em mente o teor do art. 115 do Código Penal (redução do prazo
presecricional)

Redução dos prazos de prescrição

        Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso
era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior
de 70 (setenta) anos.

 O ponto mais importante da questão é o fato de tanto na prescrição retroativa como na


intercorrente (formas de prescrição da pretensão punitiva) afastarem todos os efeitos
penais e extrapenais, principais e acessessórios da condenação. Diferente do que ocorre
da prescrição da pretensão executória, que só atinge a pena principal, permanecendo os
demais efeitos condenatórios.

310- A pena do crime de peculato é de 2 (dois) a 12 (doze) anos de reclusão, além


de multa. De acordo com a previsão de prescrição antes do trânsito em julgado da
sentença, constante no art. 109 do Código Penal, o delito em tela prescreve em:
a) 20 (vinte) anos.
b) 16 (dezesseis) anos.
c) 12 (doze) anos.
d) 08 (oito) anos.
e) 04 (quatro) anos.
Gabarito B
TABELA DE PRESCRIÇÃO
226

311- O prazo prescricional da pretensão punitiva


a) será calculado sobre o total da pena aplicada a todos os crimes praticados após a
incidência do acréscimo, se se tratar de concurso formal imperfeito.
b) será calculado sobre o total correspondente à soma das penas de todos os crimes
praticados, se se tratar de crime continuado.
c) será calculado sobre o total correspondente à soma de todas as penas dos crimes
praticados, se se tratar de concurso material.
d) será calculado isoladamente em cada crime praticado, desconsiderando-se o
acréscimo decorrente do concurso, se se tratar de concurso formal perfeito.
e) será calculado isoladamente em cada um dos crimes praticados, computando-se o
acréscimo decorrente da continuidade, se se tratar de crime continuado.
Gabarito D
Letra A: 
Concurso formal impróprio = cálculo da prescrição incide sobre cada crime praticado
isoladamente. Não se pode calcular a prescrição com base na soma das penas; 

Letra B: 
Crime continuado = cálculo da prescrição incide sobre a pena do crime continuado,
mas não se leva em consideração o acréscimo; 
Sumula 497 do Supremo Tribunal Federal: “Quando se tratar de crime continuado, a
prescrição regula-se pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo
decorrente da continuação”. A orientação da súmula também incide em relação ao
concurso formal próprio ou perfeito, pela identidade de fundamento. 

Letra C: 
Concurso material = cálculo da prescrição incide sobre cada crime praticado
227

isoladamente. Não se pode calcular a prescrição com base na soma das penas; 

Letra D: 
Correta. 

Letra E: 
Crime continuado = cálculo da prescrição incide sobre a pena do crime continuado,
mas não se leva em consideração o acréscimo; 
Sumula 497 do Supremo Tribunal Federal: “Quando se tratar de crime continuado, a
prescrição regula-se pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo
decorrente da continuação”. A orientação da súmula também incide em relação ao
concurso formal próprio ou perfeito, pela identidade de fundamento.
312- O Código Penal, em seu artigo 107, prevê uma relação de causas de extinção
de punibilidade, dentre as quais se destaca a prescrição. A doutrina
tradicionalmente define prescrição como a perda pelo Estado do direito de aplicar
sanção penal adequada ou de executá-la em razão do decurso do tempo.
Sobre o tema, de acordo com as previsões do Código Penal e a jurisprudência
majoritária do Superior Tribunal de Justiça, é correto afirmar que:
a) o oferecimento da denúncia é causa interruptiva da prescrição;
b) o maior de 60 anos terá o prazo prescricional computado pela metade;
c) o início do cumprimento da pena interrompe o prazo da prescrição da pretensão
punitiva;
d) a pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a
desclassificar o crime em sessão plenária;
e) a prescrição pela pena aplicada, depois do trânsito em julgado para a acusação,
independentemente da data do crime, não poderá ter por base período anterior ao
recebimento da denúncia.
Gabarito D

A- O RECEBIMENTO da denúncia é causa interruptiva da prescriçao, art. 117 do CP

B- O maior de 70 nanos terá prazo prescrional cumputado pela metade, art. 115 do CP

C - O início do cumprimento da pena interrompe o prazo da prescricao da pretensao


EXECUTÓRIA - Cleber Masson;

D -  Súmula 191 do STJ

E- A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a


acusação ou depois de improvido o recursp, regula-se pela pena aplicada, não podendo,
me nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior À DENÚNCIA OU QUEIXA -
art. 110, §1 do CP.
228

313- Consoante preceitua o Código Penal, em relação à extinção da punibilidade,


assinalar a alternativa CORRETA:
a) Pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação pública
e privada.
b) Pela retratação do agente, em qualquer caso.
c) Pelo perdão judicial, em qualquer caso.
d) A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou
circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção
da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena
resultante da conexão.
Gabarito E

CP, Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: 

        I - pela morte do agente;

        II - pela anistia, graça ou indulto;

        III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;

        IV - pela prescrição, decadência ou perempção;

        V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de
ação privada;

        VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;

        VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

        VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

       IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo


ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a
extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da
pena resultante da conexão. 

314- Com relação à extinção da punibilidade disposta no Código Penal Brasileiro,


podemos extrair:
a) A extinção da punibilidade no direito penal brasileiro pode ocorrer em diversas
hipóteses, dentre elas: morte do agente, perdão judicial, pela prescrição, decadência ou
perempção e pela renúncia do direito de queixa nas ações privadas.
b) A extinção da punibilidade somente se dá nos crimes de ações privadas quando o
delito for de menor potencial ofensivo, previsto na Lei 9.099/95.
229

c) Para que ocorra extinção da punibilidade nas ações penais condicionadas a


representação é necessária a concordância das partes envolvidas e a homologação
judicial do perdão.
d) A extinção da punibilidade também poderá ocorrer na anistia, indulto e no Juízo de
retratação promovido pelo juiz da causa.
Gabarito A

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

I - pela morte do agente;

II - pela anistia, graça ou indulto;

III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;

IV - pela prescrição, decadência ou perempção;

V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação
privada;

VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;

VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

315- Quanto ao indulto, é correto afirmar que:


a) É vedada a concessão de indulto ao condenado pela prática de crime de tráfico de
drogas privilegiado;
b) Na hipótese de indulto individual, o parecer do Conselho Penitenciário vincula o
Presidente da República;
c) O indulto extingue a pena e seus efeitos secundários (penais e extrapenais);
d) O indulto coletivo é forma de indulgência concedida espontaneamente pelo
Presidente da República atribuição esta indelegável a qualquer outra autoridade;
e) O indulto individual ou graça pode ser recusado pelo beneficiário, caso estabelecidas
condições para a sua concessão.
Gabarito E

A - Incorreta. O STF passou a entender que o tráfico de drogas privilegiado não tem
natureza de crime hediondo. Logo, admite indulto, graça e anistia.

B - Incorreta.  O pacere do CP não vincula o Presidente da República.


230

C - Incorreta. O indulto extingue a pena. Mas os efeitos penais secundários


(reincidência) e extrapenais (obrigação de reparação) remanescem.

D - Incorreta. O indulto é ato privativo do Presidente da República, delegável ao AGU,


PGR e Ministro de Estado (art. 84, par. ún., CF).

E - Correta. O apenado pode recusar. O benefício fica condicionado ao aceite das


condições.

Graça - É um benefício individual (com destinatário certo). Depende de pedido do


sentenciado.
Indulto - É um benefício coletivo (sem destinatário certo). É concedido de ofício (não
depende de provocação).
316- Sobre as causas extintivas de punibilidade, é correto afirmar que:
a) o indulto depende de lei ordinária para sua concessão.
b) o prazo de prescrição da pretensão executória é aumentado em um terço quando o
condenado é reincidente.
c) na ação privada subsidiária da pública,a perempção determina a extinção da
punibilidade do réu.
d) a retratação do agente e possível na falsa comunicação de crime ou contravenção.
e) a concessão de perdão judicial não interfere na possibilidade de reconhecimento da
reincidência.
Gabarito B

a)  incorreta: indulto é uma forma de extinção da pena, (art. 107, II, Código penal)
concedida por Decreto doPresidente da República.

b) correta: Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença


condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo
anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente.

c) incorreta: não cabe perempção em ação penal privada subsidiária da pública.

 Art. 60.  Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á


perempta a ação penal:

 d) incorreta: Não há essa possibilidade no artigo (Valeu pela ajuda, colega Denise)

 Comunicação falsa de crime ou de contravenção

Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de


contravenção que sabe não se ter verificado:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.


231

e) incorreta: a sentença concessivado perdão judicial tem natureza declaratória,


afastando todos os efeitos da condenação, principais e secundários. Assim, ela não gera
reincidência, inscrição do nome do réu no rol dos culpados, obrigação de recolhimento
de custas processuais, nem pode ser executada no juízo cível.

317- Em relação às causas interruptivas da prescrição previstas no art. 117 do


Código Penal, o prazo sempre começa a correr, novamente, do dia da interrupção.
Gabarito ERRADO

Causas interruptivas da prescrição

        Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

       I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de


11.7.1984)

        II - pela pronúncia; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

        III - pela decisão confirmatória da pronúncia;  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

        IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; (Redação


dada pela Lei nº 11.596, de 2007).

        V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; (Redação dada pela


Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

        VI - pela reincidência. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

318- Diz o parágrafo 5o do artigo 121 do Código Penal Brasileiro, que: “na
hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as
consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a
sanção penal se torne desnecessária”. Trata-se de
a) graça.
b) perdão judicial.
c) anistia.
d) indulto.
Gabarito B
PRA PEGAR DE VEZ!!!

Anistia – por meio de LEI PENAL, discutida no CONGRESSO NACIONAL e


sancionada pelo executivo federal. Apaga os efeitos penais (principais e secundários),
mas permanece os extrapenais (podendo a sentença definitiva ser executada no juízo
cível, por exemplo).
232

 - Uma vez concedida, não pode lei superveniente impedir seus efeitos extintivos da
punibilidade.  Deve ser respeitada a garantia constitucional da proibição da
retroatividade maléfica.

A anistia pode ser:

- Própria = concedida antes da condenação. Imprópria = concedida depois da


condenação.

- Irrestrita = atinge indistintamente a todos os criminosos. Restrita (atinge certos


criminosos, ex. só réu primário).

- Incondicionada = não impõe requisito para concessão. Condicionada = impõe! Ex.


ressarcimento do dano.

- Comum = incide sobre delitos comuns. Especial = aplica-se a crimes políticos.

 Graça: benefício individual, com destinatário certo. Depende de provocação do


interessado.

Concedido pelo PRESIDENTE da REPÚBLICA por meio de DECRETO


PRESIDENCIAL. Podendo ser delegada a atribuição aos Ministros de Estado, ao
Procurador Geral da República ou ao Advogado Geral da União. Atingem apenas os
efeitos executórios penais da condenação, subsistindo o crime, a condenação irrecorrível
e seus efeitos secundários (penais e extrapenais).

Indulto: benefício coletivo, sem destinatário certo. Não depende de provocação do


interessado.Concedido pelo PRESIDENTE da REPÚBLICA por meio de DECRETO
PRESIDENCIAL. Podendo ser delegada a atribuição aos Ministros de Estado, ao
Procurador Geral da República ou ao Advogado Geral da União. Atingem apenas os
efeitos executórios penais da condenação, subsistindo o crime, a condenação irrecorrível
e seus efeitos secundários (penais e extrapenais).

Perdão judicial é o institutio através do qual a lei possibilita ao juiz deixar de aplicar a
pena diante da existência de determinadas circunstâncias expressamente determinadas.
Basicamente, quando o resultado do crime é tão grave ao agente que a pena se torne
desnecessária, o juiz pode deixar de aplicá-la. 

319- Assinale a alternativa incorreta.


O Código Penal prevê a possibilidade de extinção da punibilidade:
a) na modalidade de peculato culposo, se a reparação do dano for posterior a sentença
irrecorrível.
b) pela morte do agente; pela anistia, graça ou indulto; pela retroatividade de lei que não
mais considera o fato como criminoso.
c) pela prescrição, decadência ou perempção; pela renúncia do direito de queixa ou pelo
perdão aceito, nos crimes de ação privada; pela retratação do agente, nos casos em que a
lei a admite; e pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
233

d) na modalidade de peculato culposo, se a reparação do dano preceder a sentença


irrecorrível.
Gabarito A
320- Segundo o entendimento jurisprudencial dominante, não tem como extinguir
a punibilidade.
a) a morte do agente ocorrida após o trânsito em julgado da condenação.
b) a morte do agente ocorrida antes do trânsito em julgado da condenação.
c) o indulto natalino.
d) a prescrição antecipada.
e) o perdão judicial, em crime culposo.
Gabarito D
321- Sendo a punibilidade requisito do crime sob o aspecto formal, excluída a
pretensão punitiva, não estará caracterizado o crime.
Gabarito ERRADO

A punibilidade não é requisito do crime. Quando excluída a pretensão punitiva o crime


não desaparece, pois seus requisitos são: Fato típico, antijurídico e culpável.
A pretensão punitiva é tão somente a perda do Estado de punir o crime em decorrência
do decurso de tempo.

322- A possibilidade de ocorrência da decadência, causa de extinção da


punibilidade com efeito ex tunc, subsiste após o início da ação penal condicionada
ou da ação penal privada.
Gabarito ERRADO
A decadência é uma forma de extinção da punibilidade que só pode ocorrer antes do
ajuizamento da ação penal pública condicionada ou da ação penal privada, pois está
relacionada à perda do direito de representar (ação penal pública condicionada à
representação) ou à perda do direito de oferecer a queixa-crime (ação penal privada).
Ambas, portanto, anteriores ao ajuizamento da demanda.
323- Na contagem dos prazos de prescrição e decadência, e assim também na
contagem do prazo de cumprimento da pena privativa de liberdade, deve-se incluir
o dia do começo.
Gabarito CORRETO

Tanto os prazos referentes a prescrição e decadência, como o prazo de cumprimento de


pena privativa de liberdade, referem-se a prazos penais. Logo, inclui-se o dia do início e
exclui-se o dia do vencimento, regra esta prevista no art. 10 do CP.

Art. 10, CP - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os


meses e os anos pelo calendário comum. 
234

324- A ação de grupos armados civis contra o Estado democrático constitui crime
insuscetível de graça ou anistia.
Gabarito ERRADO
Inafiançáveis:
3T, HRA = Tortura,Tráfico, Terrorismo, Hediondos, Racismo, Ação de grupos
armados.

Imprescritíveis:
RA = Racismo, Ação de grupos armados.

Insuscetíveis de graça ou anistía e indulto:


3TH = Tortura, Tráfico, Terrorismo e Hediondos.

Hediondos: 
1 - Homicídio (Simples ñ):
        1.2 - Qualificado. 
        1.3 - Praticado por grupo de extermínio;
2-  Latrocínio;
3 - Extorsão: 
         3.1 - Qualificada.
         3.2 - Qualificada pela morte.
         3.3 - mediante sequestro;
4 - Estupro:
         4.1 - Comum.
         4. 2- De vulnerável;
5 - Epidemia com resultado morte;
6 - Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins
terapeuticos ou medicinais;
7 - Genocídio.
Equiparados: 3T
325- Não é possível a concessão de anistia, graça ou indulto àqueles que tenham
praticado crimes hediondos.
Gabarito CORRETO
É exatamente o que prescreve o art. 2°, I, da lei 8.072/90: 

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e


drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:

I - anistia, graça E indulto;

326- Um indivíduo de dezenove anos de idade, livre, consciente e capaz, dirigiu-se a


uma joalheria com a intenção de praticar furto. Na loja, passou-se por cliente e
pediu a uma vendedora para ver algumas peças. Enquanto via as joias,
aproveitando-se de um descuido da vendedora, o indivíduo colocou um colar de
235

ouro em seu bolso e, em seguida, saiu da loja, sem nada ter comprado. Trinta
minutos depois, ele retornou à loja e devolveu a joia, incentivado por sua mãe.
Apesar disso, o gerente, representando a joalheria, decidiu registrar boletim de
ocorrência sobre o fato em uma delegacia de polícia, e o homem foi indiciado por
furto simples. Após o término do inquérito policial, o Ministério Público denunciou
o acusado por furto simples. A denúncia foi recebida pelo juízo competente quatro
anos e seis meses depois da prática do delito, com a determinação da citação do
acusado.
Nesse caso, é possível o reconhecimento de
a) arrependimento eficaz.
b) desistência voluntária.
c) prescrição da pretensão punitiva.
d) tentativa de furto.
e) crime oco.
Gabarito C
327- Assinale a opção correta, acerca de extinção da punibilidade
a) Uma lei de anistia pode ser revogada por lei posterior, diante de mudança de opinião
do Congresso Nacional a respeito da extinção de punibilidade concedida.
b) Graça e indulto somente podem ser concedidos pelo presidente da República, uma
vez que tais prerrogativas são insuscetíveis de delegação.
c) A punibilidade de qualquer crime pode ser extinta por meio de graça e indulto.
d) O instituto da prescrição atinge a pretensão de punir ou de executar a pena.
e) A anistia ou abolitio criminis é causa extintiva de punibilidade discutida no âmbito do
Poder Legislativo.
Gabarito D
328- No que se refere ao instituto da prescrição, assinale a opção correta.
a) O Supremo Tribunal Federal entende ser admissível a extinção da punibilidade em
virtude da prescrição da pretensão punitiva com base na previsão da pena que
hipoteticamente seria aplicada, ou seja, da pena em perspectiva.
b) Não se considera, para fins de aferição da prescrição executória, a redução da pena
decorrente da concessão de indulto.
c) Na hipótese de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na
sentença, computando-se o acréscimo decorrente da continuação.
d) O recebimento de denúncia por magistrado absolutamente incompetente não
interrompe a prescrição penal.
236

e) Anulada a ação penal após a fixação de pena em segundo grau de jurisdição, a


prescrição regula-se pela pena concretizada no título anulado.
Gabarito D
329- A respeito da extinção da punibilidade, assinale a opção correta.
a) A superveniência de causa relativamente independente não exclui a imputação,
quando, por si só, produziu o resultado, mas os fatos anteriores são imputados a quem
os praticou.
b) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui a culpa, mas permite
a punição por crime doloso, caso previsto em lei.
c) A conduta será culposa quando o agente der causa ao resultado por imprudência,
negligência ou imperícia e só poderá ser considerada crime se houver previsão do tipo
penal na modalidade culposa.
d) A extinção da punibilidade de um dos agentes, nos crimes conexos, impede, quanto
aos demais agentes, a agravação da pena resultante da conexão.
e) O agente deixa de responder pelos atos praticados caso desista voluntariamente de
prosseguir na execução ou impeça que o resultado se produza.
Gabarito C
RESPOSTA: "C" 
A)ERRADA -  Art. 13, §1º, CP: "A superveniência de causa relativamente
independente EXCLUI a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos
anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou."
B) ERRADA - Art. 20, "caput", CP - "O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal
de crime exclui o DOLO, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em
Lei."
C) CORRETA - Art. 18, CP - "Diz-se o crime: II - culposo, quando o agente deu causa
ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.Parágrafo único: salvo os casos
expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, SENÃO
QUANDO O PRATICA DOLOSAMENTE."
D) ERRADA - Art. 108, CP: "a extinção da punibilidade de crime que é pressuposto,
elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. NOS
CRIMES CONEXOS, a extinção da punibilidade de um deles NÃO IMPEDE, quanto
aos outros, a agravação da pena resultante da conexão."
E) ERRADA - Art. 15, CP: "O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na
execução ou impede que o resultado se produza, SÓ RESPONDE PELOS ATOS JÁ
PRATICADOS"
330- A respeito dos efeitos da condenação, da ação penal e das causas de extinção
da punibilidade previstas no Código Penal (CP), assinale a opção correta.
a) Constitui efeito extrapenal automático da condenação pela prática do crime de
corrupção passiva a perda do cargo ocupado por servidor, desde que a pena aplicada ao
condenado seja igual ou superior a um ano.
237

b) O prazo decadencial de seis meses para a propositura de queixa-crime por crime para
o qual se prevê ação penal privada tem início na data em que ocorrer o fato contra o
ofendido, independentemente do dia em que tenha tido conhecimento da identidade do
autor do crime.
c) A perda do cargo público imposta na sentença penal condenatória, como efeito
extrapenal, possui efeitos permanentes, contudo não implica impossibilidade de
investidura em outro cargo público.
d) As causas de extinção da punibilidade que atingem a pretensão executória eliminam
todos os efeitos penais de eventual sentença condenatória, não podendo ser pressuposto
da reincidência tampouco ser usada como título executivo judicial na área cível.
e) A anistia destina-se a um indivíduo determinado, condenado irrecorrivelmente,
podendo, assim como o indulto, ser concedida de forma total ou parcial.
Gabarito C
331- Considerando o entendimento sumulado dos Tribunais Superiores, analise as
assertivas abaixo e indique a alternativa:
I - A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a
desclassificar o crime.
II - A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade,
não subsistindo qualquer efeito condenatório.
III - A reincidência interrompe o prazo da prescrição da pretensão punitiva.
IV - É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva
com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do
processo penal.
a) Todas as assertivas estão corretas;
b) Apenas as assertivas I e III estão incorretas;
c) Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas;
d) Apenas as assertivas II, III e IV estão incorretas;
e) Apenas as assertivas III e IV estão corretas.
Gabarito C
- é a Súmula 191 do STJ: "A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o
Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime."

II- é o que afirma a Súmula 18 do STJ: "A sentença concessiva do perdão judicial é
declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório."

III- contraria o teor da Súmula 220 do STJ: "A reincidência não influi no prazo da
prescrição da pretensão punitiva." (INCORRETA)
238

IV- está de acordo com o disposto na Súmula 438 do STJ: "É inadimissível a extinção
da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena
hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal."

332- Interrompe a prescrição a publicação


a) da sentença condenatória integralmente anulada em grau de apelação.
b) da sentença condenatória, ainda que reformada parcialmente em grau de apelação
para a redução da pena imposta.
c) da sentença absolutória imprópria.
d) do acórdão confirmatório da condenação.
e) da sentença concessiva do perdão judicial.
Gabarito B

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:

        I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;

        II - pela pronúncia;

        III - pela decisão confirmatória da pronúncia; 

        IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis;

        V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;

        VI - pela reincidência.

333- A respeito da prescrição penal, assinale a opção correta.


a) Caso o tribunal do júri venha a desclassificar o crime para outro que não seja de sua
competência, a pronúncia não deverá ser considerada como causa interruptiva da
prescrição.
b) A reincidência penal caracteriza causa interruptiva do prazo da prescrição da
pretensão punitiva.
c) Para crimes praticados em 2016, a prescrição retroativa deverá ser regulada pela pena
aplicada, tendo-se por termo inicial data anterior à da denúncia ou da queixa.
d) O prazo de prescrição da pretensão executória deverá iniciar-se no dia em que
transitar em julgado a sentença condenatória para a acusação, ainda que haja recurso
exclusivo da defesa em tramitação contra a sentença condenatória.
e) No caso de revogação do livramento condicional, a prescrição deverá ser regulada
pelo total da pena aplicada na sentença condenatória, não se considerando o tempo de
cumprimento parcial da reprimenda antes do deferimento do livramento.
239

Gabarito D
334- É causa impeditiva da prescrição:
a) o recebimento da denúncia ou da queixa
b) a pronúncia; a decisão confirmatória da pronúncia.
c) depois de passada em julgado a sentença condenatória, o lapso temporal em que o
condenado está preso por outro motivo.
d) a publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis.
Gabarito C
335- A prescrição da pretensão punitiva do Estado, em segundo grau de jurisdição,
se interrompe na data da:
a) publicação na sessão de julgamento do recurso;
b) publicação do acórdão no diário oficial;
c) intimação pessoal do Ministério Público e réu;
d) intimação pessoal do Ministério Público, sem recurso;
e) entrega dos autos ao escrivão.
Gabarito B
336- Sobre a prescrição, é correto afirmar que
a) o oferecimento da denúncia ou queixa é causa interruptiva da prescrição.
b) o prazo da prescrição da pretensão executória regula-se pela pena aplicada na
sentença, aumentado de um terço, se o condenado for reincidente.
c) no caso de concurso de crimes, as penas se somam para fins de prescrição.
d) é reduzido de metade o prazo de prescrição quando o agente for menor de 21 anos na
data da sentença.
e) no caso de fuga ou evasão do condenado a prescrição é regulada de acordo com o
total da pena fixada na sentença.
Gabarito B
337- Não retroage a lei penal que alterou o prazo prescricional de dois anos para
três anos dos crimes punidos com pena máxima inferior a um ano.
Gabarito C
Item correto. Tal Lei penal é considerada mais gravosa, pois aumentou o prazo
prescricional do delito, ou seja, ampliou o prazo para que o Estado exerça seu jus
puniendi. Assim, tal lei penal não poderá ser aplicada retroativamente.
338- Rodolfo é processado criminalmente e condenado pela prática do crime de
prevaricação, cometido no ano de 2013, a cumprir pena de detenção de 06 meses e
240

ao pagamento de 10 dias-multa. A sentença transita em julgado para o Ministério


Público e Defesa. Neste caso, a prescrição da pretensão punitiva estatal regula-se
pela pena
a) aplicada, verificando-se em 03 anos
b) aplicada, verificando-se em 02 anos.
c) máxima cominada ao crime, ou seja, 01 ano de detenção, verificando-se em 02 anos.
d) máxima cominada ao crime, ou seja, 01 ano de detenção, verificando-se em 04 anos.
e) aplicada, verificando-se em 04 anos.
Gabarito A
339- Assinale a alternativa incorreta.
Extingue-se a punibilidade:
a) pela morte do agente; pela anistia, graça ou indulto.
b) pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso.
c) pelo perdão judicial, concedido a critério da autoridade judicial ou, pelo perdão, ainda
que não aceito, nos crimes de ação privada nos casos previstos em lei.
d) pela prescrição, decadência ou perempção; pela renúncia do direito de queixa ou pelo
perdão aceito, nos crimes de ação privada.
Gabarito C

18- Crimes contra a vida

340- Acerca do crime de homicídio, assinale a alternativa correta.


a) Diante da relação de parentesco existente entre vítima e réu, alguém que mate o
próprio pai após grave discussão praticará o crime de homicídio qualificado.
b) De acordo com a doutrina majoritária, incidirá a qualificadora relativa ao emprego de
veneno quando a vítima ingerir a substância forçadamente ou sem saber que o está
ingerindo.
c) O homicídio praticado por motivo insignificante é qualificado pelo motivo torpe.
d) O agente que praticar o crime de homicídio sob o domínio da violenta emoção logo
após a injusta provocação da vítima poderá ter a sua pena reduzida de 1/6 (um sexto) a
1/3 (um terço) ou ser isento de pena em virtude da concessão do perdão judicial.
e) No crime de homicídio doloso, é predominante o entendimento que admite a
coexistência das circunstâncias privilegiadoras com as qualificadoras de natureza
objetiva.
Gabarito E
241

A - Errada - Não existe essa qualíficadora (matar o próprio pai) no crime de Homicídio.
Entretanto, poderá ser aplicada circunstância agravante:
Código Penal - Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não
constituem ou qualificam o crime: (...) e) contra ascendente, descendente, irmão ou
cônjuge.
B - Errada - Para coexistir essa qualificadora (ingestão de veneno) a vitma deve
desconhecer o teor da substância.
Exemplo: João, pretendendo matar Pedro, troca o suco de laranja por um veneno, este,
da mesma cor daquele.
E - Errada - Insignificante é motivo FUTIL, ou seja, motivo bobo, banal ou
desproporcional, o agente matou, por exemplo, ao tomar uma buzinada enquanto dirigia
o seu carro, ao tomar uma fechada no transito, etc.
Motivo TORPE - É aquele motivo revoltante, desprezível. Um exemplo seria matar para
receber uma herança, ou matar por ter qualquer tipo de preconceito, entre outros.
D - Errada - Inexiste tal previsão, insenção de pena, no tipo do Homicidio, Art.121 CP:
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral,
ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima,
o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
E - Correta - Perfeitamente cabível o Privilégio, que é de ordem SUBJETIVA, previsto
no Art.121 § 1, com as qualificadoras, previstas no Art.121 § 2, desde que estas sejam
de ordem OBJETIVA. E quais são as qualificadoras de ordem objetiva ??? São aquelas
que digam respeito aos meios e modo de execução para a pratica do Crime, vejamos:
Código Penal - Art. 121 - Homicídio qualificado - § 2° Se o homicídio é cometido:
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso
ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte
ou torne impossivel a defesa do ofendido;
Todas as outras, são de natureza subjetiva, ou seja, são os motivos que levaram a pratica
do crime, os quais partem internamente do agente.
Por fim, temos que, como já dito, o Homicidio Qualificado Privilegiado NÃO É
CRIME HEDIONDO.
341- o que tange aos crimes dolosos contra a vida, assinale a alternativa
CORRETA.
a) A qualificadora do feminicídio incide em todos os casos em que a vítima for mulher.
b) O homicídio qualificado-privilegiado é crime hediondo.
c) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal admite a antecipação terapêutica do
parto de fetos como microcefalia.
242

d) O emprego de tortura pode qualificar o crime de homicídio ou caracterizar crime


autônomo, dependendo do dolo do agente e das circunstâncias do caso concreto.
e) A prática da “roleta russa” caracteriza o crime de instigação ao suicídio.
Gabarito D

A - Não incide em todos, mas somente quando o homicídio é cometido contra a mulher
por razões de condição do sexo feminino.

B - A posição majoritária (STJ) entende que o homicídio qualificado-privilegiado NÃO


é crime hediondo, por falta de previsão legal nesse sentido.

C - O STF admite a antecipação terapêutica do parto no caso do ANENCÉFALO, mas


não do microcéfalo. 

D - CORRETO - O agente responderá por homicídio ou tortura a depender do seu


DOLO. Se tinha dolo de matar, responde pelo homicídio qualificado pelo emprego da
tortura (art. 121, §2º, III); Se o Dolo era de torturar, mas por culpa do agente, sobrevem
a morte como resultado, ele responde por tortura qualificada pelo resultado morte (art.
1º, §3º, segunda parte, da Lei de Tortura). 

 E - O agente responde pelo crime de "Participação em Suicídio". Esse é o nome correto


do crime. Além disso, esse fato se daria na modalidade "Auxílio", pois o agente fornece
meios materiais para que a vítima se mate (no caso da roleta russa é o revolver
carregado com 1 projétil). 

342- Terêncio, em razão da condição de sexo feminino, efetua disparo de arma de


fogo contra sua esposa Efigênia, perceptivelmente grávida, todavia atingindo, por
falta de habilidade no manejo da arma, Nereu, um vizinho, que morre
imediatamente. Desconsiderando os tipos penais previstos no Estatuto do
Desarmamento e levando em conta apenas as informações contidas no enunciado, é
correto afirmar que Terêncio praticou crime(s)de:
a) feminicídio majorado.
b) aborto, na forma tentada, e homicídio.
c) homicídio culposo, feminicídio majorado, na forma tentada, e aborto, na forma
tentada.
d) aborto, na forma tentada, e feminicídio majorado.
e) homicídio culposo e aborto, na forma tentada.
Gabarito D

Típica situação de ABERRATIO ICTUS (ERRO NA EXECUÇÃO), previsto no artigo .


73, CP - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés
de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se
tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20
243

deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender,
aplica-se a regra do art. 70 deste Código

Ou seja, o agente responder pelo seu intento, que era atira com PAF em sua esposa, que
sabidamente estava grávida. Como esta não sofreu aborto, somente pode ser atribuída a
tentativa.

343- Abigail, depois de iniciado parto caseiro, mas antes de completá-lo, sob
influência do estado puerperal, mata o próprio filho. Abigail praticou crime de:
a) homicidio qualificado.
b) consentimento para o aborto
c) homicídio.
d) autoaborto.
e) infanticídio.
Gabarito E

Art. 123 do CP - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho,


durante o parto ou logo após.

Pena - detenção, de dois a seis anos. 

Conceito de Estado Puerperal - É o conjunto de alterações físicas e psíquicas que


acomete a mulher durante e logo após o parto, deixando-a sem plena condições de
entender o que está fazendo (critério psíco-fisiológico).

344- Terêncio, em razão da condição de sexo feminino, efetua disparo de arma de


fogo contra sua esposa Efigênia, perceptivelmente grávida, todavia atingindo, por
falta de habilidade no manejo da arma, Nereu, um vizinho, que morre
imediatamente. Desconsiderando os tipos penais previstos no Estatuto do
Desarmamento e levando em conta apenas as informações contidas no enunciado, é
correto afirmar que Terêncio praticou crime(s)de:
a) homicídio culposo, feminicídio majorado, na forma tentada, e aborto, na forma
tentada.
b) homicidio culposo e aborto, na forma tentada.
c) aborto, na forma tentada, e feminicídio majorado.
d) aborto, na forma tentada, e homicídio.
e) feminicídio majorado.
Gabarito C
345- Abigail, depois de iniciado parto caseiro, mas antes de completá-lo, sob
influência do estado puerperal, mata o próprio filho. Abigail praticou crime de:
244

a) infanticídio.
b) homicídio qualificado.
c) homicídio.
d) consentimento para o aborto
e) autoaborto.
Gabarito A

Infanticídio: matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o


parto ou logo após.

346- Terêncio, em razão da condição de sexo feminino, efetua disparo de arma de


fogo contra sua esposa Efigênia, perceptivelm ente grávida, todavia atingindo, por
falta de habilidade no manejo da arma, Nereu, um vizinho, que morre
imediatamente. Desconsiderando os tipos penais previstos no Estatuto do
Desarmamento e levando em conta apenas as informações contidas no enunciado, é
correto afirmar que Terêncio praticou crime(s) de:
a) homicídio culposo, feminicídio majorado, na forma tentada, e aborto, na forma
tentada.
b) aborto, na forma tentada, e feminicidio majorado.
c) homicídio culposo e aborto, na forma tentada.
d) feminicídio majorado.
e) aborto, na forma tentada, e homicídio
Gabarito B
347- João, servidor público estadual ocupante do cargo efetivo de engenheiro civil,
foi o responsável por determinada obra com escavação de um poço. João agiu
culposamente, nas modalidades de imperícia e negligência, pois, na condição de
engenheiro civil, realizou obra sem observar seu dever objetivo de cuidado e as
regras técnicas da profissão, provocando como resultado a morte de um pedreiro
que trabalhava no local.
Em termos de responsabilidade criminal, em tese, João:
a) não deve ser processado por homicídio, pois não agiu com dolo ou culpa criminal,
restringindo-se sua responsabilidade à esfera cível;
b) não deve ser processado por homicídio, pois agiu como funcionário público no
exercício da função, restando apenas a responsabilidade cível que recairá sobre o poder
público;
c) deve ser processado por homicídio doloso, eis que agiu com dolo direto e eventual,
na medida em que assumiu o risco de provocar a morte do pedreiro;
245

d) deve ser processado por homicídio culposo, com causa de diminuição de pena, eis
que não agiu com intenção de provocar o resultado morte do pedreiro;
e) deve ser processado por homicídio culposo, com causa de aumento de pena, eis que o
crime resultou de inobservância de regra técnica de profissão.
Gabarito E

João responderá por homicídio culposo, já que a questão deixa claro que ele não
observou o dever de cuidado nem as regras técnicas da profissão. E por não observar as
regras técnicas da profissão, ele ainda irá ter a pena aumentada conforme o parágrafo IV
do Art. 121:

§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime


resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente
deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do
seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é
aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)

348- O homicídio é doutrinariamente classificado como crime:


a) de dano. material e instantâneo de efeitos permanentes.
b) vago. permanente e multitudinário.
c) próprio, de perigo individual e consumação antecipada.
d) de concurso necessário, comum e de forma livre.
e) de mão própria, habitual e de forma vinculada.
Gabarito A

Crimes de dano: só se consumam com a efetiva lesão do bem jurídico visado, por
exemplo, lesão a vida;

Material: há necessidade de um resultado externo a ação, descrito na Lei,  e que se


destaca lógica e cronologicamente da conduta. 

Instantâneo de efeitos permanentes: consumada a infração em dado momento, os


efeitos permanecem, independentemente da vontade do sujeito ativo. 

B) errada.  Vago - é aquele que tem por sujeito passivo entidade sem personalidade
jurídica, como a coletividade em seu pudor. Ex: ato obsceno.

Permanente: a consumação se prolonga no tempo, dependente da ação do sujeito


passivo. Ex: cárcere privado.
246

Mutitudinário- cometido por influência de multidão.  

C) errado. Próprio - exige ser o agente portador de uma capacidade especial, ex: ser
funcionário público.  

Perigo individual- quando expõe ao risco o interesse de uma só pessoa. 

Consumação antecipada: quando o resultado se dá no momento exato da conduta.  Ex:


ameaça 

D) errada.Concurso necessário: precisa de dois ou mais sujeitos ativos para a prática


do crime.  

Comum: pode ser praticado por qualquer pessoa.

Forma livre: não precisa de lei que determine o modo de sua forma. 

E) errada. Embora passíveis de serem praticados por qualquer pessoa ninguém os


prática por intermédio de outrem.

Ex: falsidade ideológica de atestado médico,  falso testemunho, falsa perícia.  

Habitual: reiteração de atos que constituem ao todo um delito apenas. 

Forma vinculada: a lei determina o modo de execução. 

349- Paulo é atropelado e, em estado grave, é socorrido de ambulância a um


determinado Hospital para atendimento emergencial. Chegando ao nosocômio, a
gerente Flávia exige da esposa do atropelado a apresentação de um cheque-caução
no valor de R$ 20.000,00 e o preenchimento de formulários administrativos como
condição para iniciar o atendimento médico-hospitalar emergencial. Neste caso, a
gerente Flávia
a) cometeu crime de homicídio doloso.
b) cometeu crime de omissão de socorro.
c) não cometeu crime, agindo de forma absolutamente legal segundo normas que regem
o atendimento hospitalar no Brasil.
d) cometeu crime de lesão corporal de natureza grave.
e) cometeu crime de condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial.
Gabarito E

Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial:

Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o


preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o
atendimento médico-hospitalar emergencial
247

350- Micaela, de 19 anos de idade, após manter um relacionamento ocasional com


Rodrigo, de 40 anos de idade, acaba engravidando. Após esconder a gestação
durante meses de sua família e ser desprezada por Rodrigo, que disse que não
assumiria qualquer responsabilidade pela criança, Micaela entra em trabalho de
parto durante a 40a semana de gestação em sua residência e sem pedir qualquer
auxílio aos familiares que ali estavam, acaba parindo no banheiro do imóvel. A
criança do sexo masculino nasce com vida e Micaela, agindo ainda sob efeito do
estado puerperal, corta o cordão umbilical e coloca o recém nascido dentro de um
saco plástico, jogando-o no lixo da rua. O bebê entra em óbito cerca de duas horas
depois. Neste caso, à luz do Código Penal, Micaela cometeu crime de
a) homicídio culposo.
b) homicídio doloso.
c) aborto.
d) lesão corporal seguida de morte.
e) infanticídio.
Gabarito E
351- No Código Penal, nos crimes de injúria, infanticídio e lesão corporal, os bens
jurídicos tutelados são, respectivamente, a
a) honra, a vida e a integridade física.
b) vida, a honra e a integridade física.
c) honra, a integridade física e a vida.
d) integridade física, a vida e a honra.
e) vida, a integridade física e a honra.
Gabarito A

O crime de INJÚRIA - ofende a honra subjetiva da vítima

O crime de infanticídio - ofende a vida do recém nascido, que está ameaçado pela mãe
em estado puerperal

O crime de lesão corporal - ofende a integridade física da vítima lesionada.

352- De acordo com o Código Penal, o crime de induzimento, instigação ou auxílio


a suicídio terá a pena duplicada se
I. o crime ocorrer por motivo egoístico.
II. a vítima for menor ou tiver diminuída, por qualquer causa, a capacidade de
resistência.
III o suicídio se consumar.
248

IV. da tentativa de suicídio resultar lesão corporal de natureza grave.


Está correto o que se afirma APENAS em
a) III e IV.
b) II e IV.
c) I e III.
d) I e II.
e) II e III.
Gabarito D

Artigo 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o
faça: também chamado de PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO.

Pena: reclusão de 02 a 06 anos se o suicídio consumar-se , ou reclusão de 01 a 03, se da


tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.

Parágrafo único:  a pena é duplicada:

I - se o crime é praticado por motivo egoistico 

II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa a capacidade de


resistência

353- O autor de homicídio praticado com a intenção de livrar um doente, que


padece de moléstia incurável, dos sofrimentos que o atormentam (eutanásia),
perante a legislação brasileira,
a) não cometeu infração penal.
b) responderá por crime de homicídio privilegiado.
c) responderá por homicídio qualificado pelo motivo torpe.
d) responderá por homicídio simples.
e) responderá por homicídio qualificado pelo motivo fútil.
Gabarito B
354- Após uma discussão em um bar, Pedro decide matar Roberto. Para tanto,
dirige-se até sua residência onde arma-se de um revólver. Ato contínuo, retorna ao
estabelecimento e efetua um disparo em direção a Roberto. Contudo, erra o alvo,
atingindo Antonio, balconista que ali trabalhava, ferindo-o levemente no ombro.
Diante do caso hipotético, Pedro praticou, em tese, o(s) crime(s) de
a) lesão corporal leve.
b) lesão corporal culposa.
249

c) homicídio tentado e lesão corporal leve.


d) lesão corporal culposa e tentativa de homicídio.
e) homicídio na forma tentada.
Gabarito E

CP - Art. 14 - Diz-se o crime -  II - tentado, quando, iniciada a execução, não se


consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente

Galera, atenção, estou vendo alguns comentários equivocados, não confundam ERRO
NA EXECUÇÃO (Aberratio Ictus) COM ERRO SOBRE A PESSOA (Aberratio in
persona).

Erro na Execução > é o exemplo desta questão > o agente, por exemplo, ao tentar matar
uma pessoa, por erro de pontaria, atinge pessoa diversa. Quero matar A, mas o tiro, por
má pontaria, acaba matando B.

Erro Sobre a Pessoa > o agente se confunde, por exemplo, eu quero matar João, mas por
este ser irmão gêmeo de Pedro, acabo atirando e matando Pedro. 

Em ambos os casos, o agente responde como se tivesse praticado o crime contra quem
ele realmente queria atingir, levando-se em consideração a vitima inicial/virtual.

Exemplo > quero matar João, Policial Federal, mas tanto por erro na execução ou
tanto por erro sobre a pessoa, eu mato Pedro, maior e capaz fisíca e mentalmente. Neste
simples exemplo, eu vou responder por Homícidio Qualíficado contra João > CP -
Art.121 -  § 2° - inciso VI

355- No tocante ao crime de homicídio, é correto afirmar que


a) inadmissível a continuidade delitiva, por ser a vida um bem personalíssimo.
b) possível o reconhecimento da chamada figura privilegiada do delito na decisão de
pronúncia.
c) a ausência de motivos e a embriaguez completa são incompatíveis com a
qualificadora do motivo fútil, consoante entendimento jurisprudencial.
d) possível a coexistência entre as qualificadoras dos motivos torpe e fútil, segundo
entendimento sumulado.
e) a chamada figura privilegiada é incompatível com as qualificadoras do emprego de
meio cruel e do motivo torpe.
Gabarito C

a) incorreta: plenamente possível a continuidade delitiva

b) incorreta: cabe aos jurados decidir se foi privilegiado o homicídio, após a devida
quesitação
250

c) correta: Realmente, eles não são motivos fúteis. STJ já se pronunciou sobre isso. No
caso da ausência de motivo: HC 152548 (STJ).

d) incorreta: Não há súmula dizendo que o motivo fútil e o torpe coexistem.

e) incorreta: Pode haver a figura privilegiada com qualificadora objetiva. No caso da


afirmativa, motivo torpe é subjetivo. Então, não terá o privilégio.

356- O homicídio privilegiado


a) pode levar a pena abaixo do mínimo legal
b) é aquele em que o agente comete o crime sob o domínio de violenta emoção, logo em
seguida a injusta agressão da vítima.
c) pode concorrer com as qualificadoras subjetivas.
d) pode ser identificado pelo juiz na decisão de pronúncia.
e) é crime hediondo, segundo pacificado entendimento jurisprudencial.
Gabarito A

Homicídio simples

  Art. 121. Matar alguém:

  Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

  Caso de diminuição de pena

  § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou


moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação
da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço

Homicídio privilegiado (art. 121, § 1º): 

Denominação doutrinária e jurisprudencial. 

Cuida-se, na verdade, de causa de diminuição da pena (minorante). 

As hipóteses legais de privilégio apresentam caráter subjetivo, não se comunicando


aos coautores ou partícipes (art. 30 do CP), se o crime for praticado em concurso de
pessoas. Presente uma de tais hipóteses, o juiz deverá diminuir a pena,
obrigatoriamente (trata-se de direito subjetivo do agente). 

Os crimes dolosos contra a vida são de competência do Tribunal do Júri (CF, art. 5º,
XXXVIII, d), cabendo o reconhecimento das causas de diminuição da pena aos jurados,
não podendo o juiz presidente contrariar a soberania dos veredictos constitucionalmente
consagrada (art. 5º, XXXVIII, c). A discricionariedade do juiz limitar-se-á ao
quantum da diminuição. 
251

homicídio privilegiado não é crime hediondo, por ausência de previsão na Lei


8.072/1990.

357- Em relação à qualificadora do motivo fútil no crime de homicídio, NÃO


encontra significativo amparo doutrinário e jurisprudencial a tese de que
a) é excluída pela embriaguez voluntária ou culposa, se completa.
b) não equivale a motivo injusto
c) não se confunde com a ausência de motivos.
d) é compatível com o homicídio privilegiado.
e) não pode coexistir com a do motivo torpe em um mesmo ato.
Gabarito D

d) As circunstâncias do privilégio §1 art. 121, são subjetivas, logo, são incompatíveis


com as circunstâncias subjetivas da qualificadora, como exemplo motivo fútil.

Circunstâncias:

Subjetiva (§1 art. 121) + Subjetivas (§ 2º, I, II, V, VI) = incompatíveis.

Subjetiva (§1 art. 121) + Objetivas  (§ 2º, III, IV,) = compatíveis.

358- Decididamente disposto a matar Tício, por erro de pontaria o astuto Caio
acerta-lhe de leve raspão um disparo no braço. Porém, assustado com o estrondo
do estampido, e temendo acordar a vizinhança que o poderia prender, ao invés de
descarregar a munição restante, Caio estrategicamente decide socorrer o cândido
Tício que, levado ao hospital pelo próprio algoz, acaba logo liberado com curativo
mínimo. Caio primeiramente diz, em sua autodefesa, que o tiro ocorrera por
acidente, chegando ardilosamente a indenizar de pronto todos os prejuízos
materiais e morais de Tício com o fato, mas sua trama acaba definitivamente
desvendada pela límpida investigação policial que se segue. Com esses dados já
indiscutíveis, mais precisamente pode-se classificar os fatos como
a) tentativa de homicídio.
b) desistência voluntária.
c) arrependimento eficaz.
d) arrependimento posterior.
e) aberratio ictus.
Gabarito B

A) Tentativa de homicídio: os crimes tentados ocorrem ou são assim classificados


quando a sua execução ou exaurimento são impedidos de acontecer por motivos alheios
à vontade do agente. Caso Tício tivesse disparado todos os tiros em Caio e este ainda
252

assim sobrevivesse, Tício certamente seria denunciado por tentativa. Aqui, além do
animus nacandi, ou seja, além da vontade livre e consciente de matar Caio deve haver
também a prática de todos os atos necessários para a consumação do ato.

B) Desistência voluntária: ocorre quando o agente criminoso desiste voluntariamente


de continuar a prática do crime. Esta desistência deve ser livre, ainda que não seja
espontânea, ou seja, ainda que o agente tenha livremente seguido o conselho de outrem.
Só não configurará desistência voluntária quando o agente for, fisicamente impedido de
prosseguir no iter criminis. Como exemplo, Caio poderia ter sido impedido, por Mélvio,
de proferir os demais tiros quando este saltou sobre Caio, ou ainda no caso de não haver
mais munição na arma, o que impediria Caio de prosseguir no crime e matar Tício (o
que caracterizaria tentativa de homicídio). Esta é a resposta para a questão, pois embora
Caio tivesse receio de ser pego em flagrante, a conduta de não mais atirar em Tício e
leva-lo ao hospital foi livre e consciente, ainda que não tenha sido espontânea.

C) Arrependimento eficaz: ocorre quando o agente criminoso, durante o iter criminis


ou ainda após findo todo o procedimento, age de forma a impedir que ocorra o resultado
danoso. Nesse caso seria impossível o arrependimento eficaz, pois a lesão corporal,
ainda que leve, já havia ocorrido, e embora Caio tenha levado Tício para o hospital não
seria possível evitar o dano já ocorrido. Tenham em mente que, nesse caso, para que
fosse possível ocorrer o arrependimento eficaz, Caio teria que ser o super-homem e após
ter atirado em Tício, teria que sair voando em direção a este e segurar a bala, devia-la,
ficar na frente de Tício e receber o tiro ou tirar Tício da direção do projetil.

359- Logo após saber que seu filho fora vítima de agressão, Ernane saiu ao encalço
do agressor, tendo disparado vários tiros em direção a este, que veio a falecer em
virtude da conduta de Ernane.
Nesse caso hipotético,
a) configura-se, em tese, homicídio privilegiado, que é causa excludente da ilicitude.
b) Ernane responderá, consoante a mais recente posição do STJ, por crime de homicídio
qualificado por motivo torpe.
c) Ernane responderá pelo crime de homicídio simples, não havendo previsão legal, em
relação à sua conduta, que possa de alguma forma influenciar em sua pena.
d) configura-se, em tese, homicídio privilegiado, que é causa de diminuição da pena.
e) configura-se, em tese, homicídio privilegiado, que é causa excludente da
culpabilidade.
Gabarito D
360- A respeito do erro de execução, do denominado dolus generalis, das normas
penais em branco e dos crimes previstos na parte especial do CP, assinale a
alternativa correta.
a) A complementação da Lei de Drogas por portaria do Ministério da Saúde configura
hipótese da chamada norma penal em branco homogênea heteróloga.
253

b) Suponha que “A” coloque sonífero na bebida de “B” a fim de subtrair-lhe os


pertences (celular, bolsa, cartão de crédito). Neste caso, ausente a violência ou a grave
ameaça, “A” responderá por furto ou estelionato, a depender das circunstâncias
concretas e do dolo.
c) Quanto ao erro de execução, o ordenamento jurídico brasileiro adotou a teoria da
equivalência, e não a teoria da concretização.
d) Suponha que “A” tenha atirado contra “B” com o propósito de matá-lo. “A” acredita
ter consumado o crime por meio dos tiros. Em seguida, joga o corpo de “B” em um rio,
com a intenção de ocultar o cadáver. Posteriormente, descobre-se que “B” estava vivo
quando foi jogado no rio e que morreu por afogamento. Nesta hipótese, conforme a
doutrina majoritária, “A” poderá responder, a depender do caso, por homicídio doloso
tentado em concurso material com homicídio culposo ou por homicídio doloso tentado
em concurso material com ocultação de cadáver. Não se admite que “A” responda por
homicídio doloso consumado, porque “A” já não possuía animus necandi no momento
em que arremessou o corpo de “B” no rio.
e) Desde que esteja fora do expediente, pratica omissão de socorro o policial que,
podendo impedir roubo praticado diante de si, decide permanecer inerte.
Gabarito C
correto, pois tanto no erro de execução (aberratio ictus) quando no erro sobre a pessoa
(error in personan) o CP adotou a teoria da equivalência, ao prever que o agente deve
ser punido como se tivesse atingido a pessoa desejada, e não aquela que efetivamente
atingiu (esta última representaria a teoria da concretização), nos termos do art. 73 do
CP.

a) Trata-se de norma penal em branco heterogênea, pois deve ser complementada por
ato normativo editado por órgão diverso do Poder Legislativo.

b)Trata-se de roubo, pois o agente se valeu de um meio para reduzir a vítima à


impossibilidade de resistência, caracterizando o tipo penal do art. 157 do CP.

d) A despeito da existência de diversas correntes doutrinárias, a doutrina majoritária


entende que o agente, aqui, responde pelo crime que pretendia praticar inicialmente
(homicídio), já que efetivamente alcançou seu intento, ainda que por outro meio,
adotando-se o chamado “dolo geral”.

e) O policial tem o dever de prender em flagrante delito quem quer que se encontre
nesta situação, desde que possa fazê-lo, independentemente de estar ou não em serviço
(art. 301 do CPP). Neste caso o agente, pela violação ao dever de proteção e vigilância,
responderia pelo próprio resultado ocorrido (o roubo), na modalidade de crime omissivo
impróprio.

361- Abel, após ingerir pequena quantidade de bebida com teor alcoólico, inicia
uma discussão com sua colega de trabalho, Zulmira, grávida de 6 meses. Após se
sentir ofendido verbalmente, Abel obtém uma barra de madeira e desfere alguns
golpes contra Zulmira apenas no intuito de feri-la fisicamente, e não ao seu feto.
254

Zulmira foi, então, socorrida e levada ao pronto-socorro pelo corpo de bombeiros.


Constatou-se no hospital a interrupção da gravidez pela morte do feto no ventre de
Zulmira em função das agressões sofridas pela mãe. Nessa situação, Abel deverá
ser enquadrado no crime de
a) homicídio.
b) infanticídio.
c) maus-tratos.
d) lesão corporal gravíssima.
e) aborto provocado por terceiro.
Gabarito D
362- O agente que atirar com um revólver em via pública no intuito de matar
alguém não responderá pelo crime de disparo de arma de fogo, mas tão somente
pelo crime que ele pretendia praticar, ou seja, crime doloso contra a vida.
Gabarito CORRETO

Corretíssima a questão!

Aplica-se o princípio da consunção, em que o crime meio é absorvido pelo crime fim.

363- Considere a seguinte situação hipotética. Lúcia, maior, capaz, no final do


expediente,ao abrir o carro no estacionamento do local onde trabalhava, percebeu
que esquecera seu filho de seis meses de idade na cadeirinha de bebê do banco
traseiro do automóvel, que permanecera fechado durante todo o turno de trabalho,
fato que causou o falecimento do bebê. Nessa situação, Lúcia praticou o crime de
abandono de incapaz, na forma culposa, qualificado pelo resultado morte.
Gabarito ERRADO
364- O ordenamento penal brasileiro adotou a sistemática bipartida de infração
penal — crimes e contravenções penais —, cominando suas respectivas penas, por
força do princípio da legalidade. Acerca das infrações penais e suas respectivas
reprimendas, assinale a opção correta.
a) O crime de homicídio doloso praticado contra mulher é hediondo e, por conseguinte,
o cumprimento da pena privativa de liberdade iniciar-se-á em regime fechado, em
decorrência de expressa determinação legal.
b) No crime de tráfico de entorpecente, é cabível a substituição da pena privativa de
liberdade por restritiva de direitos, bem como a fixação de regime aberto, quando
preenchidos os requisitos legais.
c) Constitui crime de dano, previsto no CP, pichar edificação urbana. Nesse caso, a pena
privativa de liberdade consiste em detenção de um a seis meses, que pode ser convertida
em prestação de serviços à comunidade.
255

d) O STJ autoriza a imposição de penas substitutivas como condição especial do regime


aberto.
e) O condenado por contravenção penal, com pena de prisão simples não superior a
quinze dias, poderá cumpri-la, a depender de reincidência ou não, em regime fechado,
semiaberto ou aberto, estando, em quaisquer dessas modalidades, obrigado a trabalhar.
Gabarito B

Letra A ERRADA
Não basta que o crime de homicídio doloso seja praticado contra mulher para ser
configurado hediondo, mas sim que seja praticado contra a mulher por razões da
condição de sexo feminino. Considera-se que há razões de condição de sexo feminino
quando o crime envolve:  violência doméstica e familiar; menosprezo ou discriminação
à condição de mulher.

Letra B CORRETAVeja o que diz a Lei de Drogas


Art. 44.  Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei são
inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória,
vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.
 

Porém é entendimento jurisprudencial que cabe sim tal substituição

365- A respeito do que dispõe a Constituição Federal de 1988 e a Lei n.º


8.072/1990, assinale a opção correta.
a) O agente que pratica homicídio simples, consumado ou tentado, não comete crime
hediondo.
b) A prática de racismo constitui crime hediondo, inafiançável e imprescritível.
c) A tortura é crime inafiançável, imprescritível e insuscetível de graça ou anistia.
d) O crime de lesão corporal dolosa de natureza gravíssima é hediondo quando
praticado contra parente consanguíneo até o quarto grau de agente da segurança pública,
em razão dessa condição.
e) A lei penal e a processual penal retroagem para beneficiar o réu.
Gabarito A

A) CORRETA, homicídio simples, consumado ou tentado, não consta no rol de crimes


descritos na lei 8.072/90;

B) ERRADA, a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, mas


não hediondo;

C) ERRADA, segundo Art.1º, §6º da Lei 8.072/90: O crime de tortura é inafiançável e


insuscetível de graça ou anistia." mas não é imprescritível;
256

D) ERRADA, segundo Art.1º, I-A da Lei 8.072/90: “lesão corporal dolosa de natureza
gravíssima e lesão corporal seguida de morte, quando praticadas contra autoridade ou
agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até
terceiro grau, em razão dessa condição;”

E) ERRADA, sobre o CP: "Art. 5º XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar
o réu;". Já sobre o CPP, como regra geral, a aplicação imediata da norma.

366- Acerca dos crimes contra a pessoa, assinale a opção correta.


a) Quando o homicídio for praticado por motivo fútil, haverá causa de diminuição de
pena.
b) Sempre que um agente mata uma vítima mulher, tem-se um caso de feminicídio.
c) O homicídio e o aborto são os únicos tipos penais constantes no capítulo que trata de
crimes contra a vida.
d) O aborto provocado é considerado crime pelo direito brasileiro, não existindo
hipóteses de exclusão da ilicitude.
e) O aborto provocado será permitido quando for praticado para salvar a vida da
gestante ou quando se tratar de gravidez decorrente de estupro.
Gabarito E
367- De acordo com a doutrina e a jurisprudência dominantes, o chamado
homicídio privilegiado-qualificado, caracterizado pela coexistência de
circunstâncias privilegiadoras, de natureza subjetiva, com qualificadoras, de
natureza objetiva, não é considerado crime hediondo.
Gabarito CORRETO
PEGAR DE VEZ!!!
Rol taxativo dos crimes hediondos:
- homicídio (qualificado ou simples se for de grupo de extermínio) *o qualificado-
privilegiado não é hediondo;
- latrocínio;
- extorsão com resultado morte;
- extorsão mediante sequestro;
- estupro;
- estupro de vulnerável;
- epidemia resultada em morte;
- falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins
terapêuticos ou medicinais;
- favorecimento da prostituição ou de qualquer outra forma de exploração sexual de
criança, adolescente ou vulnerável;
- genocídio.
257

Equiparados a hediondos:- tortura, tráfico de entorpecentes e drogas, terrorismo.

19- Lesões corporais

368- Em relação aos crimes contra a pessoa, assinale a opção correta


a) A conduta de quem, por meio de relações sexuais, expõe outra pessoa a contágio de
moléstia venérea de que sabe ou deveria saber estar contaminado é crime se o agente
pratica o fato com a intenção de transmitir a moléstia; não havendo essa finalidade
específica, a conduta é atípica.
b) O infanticídio configura-se na situação em que a mãe mata o próprio filho, durante o
parto, sob a influência do estado puerperal, o que exclui a ocorrência do fato logo após o
nascimento, que caracterizaria o tipo penal de homicídio doloso.
c) O emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura, em crimes de homicídio, é
recurso que dificulta a defesa da vítima e, portanto, caracteriza causa de aumento de
pena.
d) A inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício por parte do autor do
fato integra o tipo penal do homicídio culposo.
e) O crime de lesão corporal de natureza grave é caracterizado se da conduta do agente
resulta incapacidade da vítima para as ocupações habituais por mais de trinta dias;
perigo de vida; debilidade permanente de membro, sentido ou função; ou aceleração de
parto.
Gabarito E

 PIDA (GRAVE)   

PEIDA (GRAVÍSSIMA)                                                                                                      

369- De acordo com o Código Penal (CP), a lesão corporal será classificada como
258

a) grave, caso resulte em enfermidade incurável.


b) gravíssima, caso provoque debilidade permanente de membro, de sentido ou de
função da vítima.
c) grave, caso provoque dano estético definitivo na vítima.
d) gravíssima, caso a vítima fique permanentemente incapacitada para o trabalho.
e) gravíssima, caso provoque a aceleração do parto da vítima.
Gabarito D

Resposta letra D. Bizu para lembrar: 

Grave: PIDA

P- perigo de Vida;

I - incapacidade p/ ocupações habituais por + de 30 dias;

D - debilidade permanente de mebro, sentido ou função;

A - aceleração para o parto.

GRAVISSÍMA: PEIDA

P - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;

E - enfermidade incurável;

I - incapacidade permanente para o trabalho;

D - deformidade permanente;

A - aborto.

370- Acerca dos crimes em espécie previstos no CP e na legislação penal especial,


assinale a opção correta.
a) A O crime de lesão corporal praticado por um indivíduo contra seu irmão, no âmbito
doméstico, configura apenas o crime de lesão corporal simples, dada a inaplicabilidade
da Lei Maria da Penha em casos em que a vítima seja do sexo masculino.
b) O crime de omissão de cautela, previsto no Estatuto do Desarmamento, é delito
omissivo, sendo a culpa na modalidade negligência o elemento subjetivo do tipo.
c) O estupro de vulnerável praticado sem a utilização de violência real ou de grave
ameaça não pode ser considerado crime hediondo.
d) Deixar de fornecer, quando obrigatória, nota fiscal relativa à venda de mercadoria ou
prestação de serviço efetivamente realizado é crime cuja conduta típica classifica-se
259

como material, visto que somente se consuma quando há o lançamento definitivo do


tributo.
e) Nos crimes previstos no Código de Trânsito Brasileiro, a suspensão ou a proibição
para se obter permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor deve ser imposta
cumulativamente com outras penalidades, não como pena autônoma.
Gabarito B
371- Alex agrediu fisicamente seu desafeto Lúcio, causando-lhe vários ferimentos,
e, durante a briga, decidiu matá-lo, efetuando um disparo com sua arma de fogo,
sem, contudo, acertá-lo.
Nessa situação hipotética, Alex responderá pelos crimes de lesão corporal em concurso
material com tentativa de homicídio.
Gabarito ERRADO

Crime Progressivo: se dá quando o agente para alcançar um resultado/crime mais


grave passa, necessariamente, por um crime menos grave. Por exemplo, no homicídio,
o agente tem que passar pela lesão corporal, um mero crime de passagem para matar
alguém.

Progressão criminosa: o agente substitui o seu dolo, dando causa a resultado mais
grave. O agente deseja praticar um crime menor e o consuma. Depois, delibera praticar
um crime maior e o também o concretiza, atentando contra o mesmo bem jurídico.
Exemplo de progressão criminosa é o caso do agente que inicialmente pretende somente
causar lesões na vítima, porém, após consumar os ferimentos, decide ceifar a vida do
ferido, causando-lhe a morte. Somente incidirá a norma referente ao crime de
homicídio, artigo 121 do Código Penal, ficando absorvido o delito de lesões corporais.

Crime progressivo, portanto, não se confunde com progressão criminosa: no crime


progressivo o agente, desde o princípio, já quer o crime mais grave. Na progressão,
primeiro o sujeito quer o crime menos grave (e consuma) e depois decide executar
outro, mais grave. Em ambos o réu responde por um só crime.

372- Apenas em caso de prejuízos permanentes de natureza grave ou gravíssima, o


laudo do exame de corpo de delito contendo a avaliação dos danos sofridos no
aparelho estomatognático pode ser utilizado para embasar ação civil de reparação
de dano.
Gabarito ERRADO

LESÃO CORPORAL LEVE, GRAVE E GRAVÍSSIMA - TODAS IMPUTAM AO


AGENTE CAUSADOR RESPONSABILIDADE CIVIL.

LESÃO GRAVE E GRAVÍSSIMA - IMPUTAM RESPONSABILIDADE PENAL.

373- Após uma discussão em um bar, Pedro decide matar Roberto. Para tanto,
dirige-se até sua residência onde arma-se de um revólver. Ato contínuo, retorna ao
estabelecimento e efetua um disparo em direção a Roberto. Contudo, erra o alvo,
260

atingindo Antonio, balconista que ali trabalhava, ferindo-o levemente no ombro.


Diante do caso hipotético, Pedro praticou, em tese, o(s) crime(s) de
a) lesão corporal leve.
b) lesão corporal culposa.
c) homicídio tentado e lesão corporal leve.
d) lesão corporal culposa e tentativa de homicídio.
e) homicídio na forma tentada.
Gabarito E
374- De acordo com o artigo 129 do Código Penal brasileiro, lesão corporal é a
ofensa à integridade corporal ou a saúde de alguém. Ela pode ser classificada em
leve, grave ou gravíssima, a depender dos comemorativos. Analise as assertivas
abaixo.
I. Lesões corporais que causem incapacidade para as ocupações habituais por mais de
30 dias serão consideradas graves.
II. Lesões corporais com perda ou inutilização de membro, sentido ou função serão
consideradas graves.
III. Lesões corporais que causem extrema dor serão consideradas gravíssimas.
IV. Lesões corporais que causem qualquer alteração psíquica serão consideradas leves.
Está correto o que se afirma em
a) I, II, III e IV.
b) I, apenas.
c) IV, apenas.
d) III, apenas.
e) I e III, apenas.
Gabarito B

I. Lesões corporais que causem incapacidade para as ocupações habituais por mais de
30 dias serão consideradas graves.

Correta. Lembrando que o referido inciso se aplica inclusive a criança de tenra idade,
por exemplo, bebê que ficou 40 dias sem amamentação

II. Lesões corporais com perda ou inutilização de membro, sentido ou função serão
consideradas graves.

Errada. Gravíssima (grave seria debilidade permanente)

III. Lesões corporais que causem extrema dor serão consideradas gravíssimas.
261

Errada. A dor, por si só, não determina o tipo de lesão. Um tapa forte por exemplo
pode causar uma dor intensa, mas pode caracterizar apenas vias de fato. Da mesma
forma, o local da lesão, por si só, também não é determinante.

IV. Lesões corporais que causem qualquer alteração psíquica serão consideradas leves.

Errada. Apesar de não concordar com a escrita, mas entendo que o erro está em afirmar
que QUEALQUER ALTERAÇÃO PSÍQUICA será lesão corporal . A pertubações
mentais (alterações prejudicial na atividade cerebral) está protegida no tipo penal do art.
129. Todavia, a depender da alteração pode configurar lesão grave ou gravíssima. A
título de exeplo imagine o caso de por causa de uma alteração psíquica a pessoa tenha
que ficar por 40 dias em casa sem poder laborar.

375- Paulo, após subtrair a bolsa de Regina, é perseguido pelo cidadão Rodrigo,
particular que passava pelo local e presenciou o crime. Rodrigo consegue segurar
Paulo para efetuar a prisão. Entretanto, Paulo desfere um soco no rosto de
Rodrigo, lesionando-o, e consegue empreender fuga. Nesse caso, Paulo, além do
delito de furto,
a) cometeu crime de desobediência e lesão corporal dolosa.
b) cometeu crimes de resistência e lesão corporal dolosa.
c) não cometeu nenhum crime.
d) cometeu crime de lesão corporal dolosa.
e) cometeu crime de resistência qualificada, pois o ato não foi executado em razão da
resistência.
Gabarito D

Os crimes de desobediência e resistência são crimes praticados por particulares contra


a administração em geral. No caso da questão é sobre um particular contra outro
particular.

O particular pode efetuar prisão em flagrante, nos termos do art. 301 do Código de
Processo Penal. Se o fizer desacompanhado de algum funcionário público e contra
ele for empregada violência ou ameaça, não haverá crime de resistência, já que não é
funcionário público.

Resistência

        Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:

        Pena - detenção, de dois meses a dois anos.

        § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:

        Pena - reclusão, de um a três anos.


262

        § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à
violência.

 Desobediência

        Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:

        Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.

 No caso da questão aplica-se o art.129

Lesão corporal

         Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:


         Pena - detenção, de três meses a um ano.

376- Sobre os crimes contra a pessoa,


a) o comportamento da vítima é incapaz de influenciar a pena no crime de lesão
corporal.
b) o princípio da insignificância não se aplica ao crime de lesão corporal, pois sua
desclassificação incide na contravenção de vias de fato.
c) a ofensa à saúde de outrem, por ser crime de perigo, não depende da produção do
resultado para a configuração da tipicidade.
d) a lesão corporal culposa na direção de veículo automotor impede a substituição da
pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos.
e) a prática de lesão corporal leve em situação de lesões recíprocas pode ensejar a
substituição da pena de detenção pela de multa.
Gabarito E
377- Considera-se gravíssima, punida com reclusão de 2 a 8 anos, a lesão corporal
de que resulte
a) deformidade permanente.
b) aceleração de parto.
c) debilidade permanente de membro, sentido ou função.
d) perigo de vida.
e) incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias.
Gabarito A
378- O artigo 129 do Código Penal Brasileiro estabelece o crime de lesões
corporais. Sobre esse assunto, analise as afirmativas.
I. A lesão corporal que tem como resultado aborto é classificada como lesão corporal
seguida de morte.
263

II. Inutilização de função é classificado como lesão gravíssima.


III. Perda de sentido é classificada como lesão grave.
Assinale a alternativa correta.
a) Todas as afirmativas estão corretas
b) Estão corretas apenas as afirmativas I e II
c) Estão corretas apenas as afirmativas I e III
d) Está correta apenas a afirmativa I
e) Está correta apenas a afirmativa II
Gabarito E
379- O parágrafo segundo do artigo 129 do Código Penal estabelece casos de lesões
corporais gravíssimas. Assinale a alternativa que não resulta em lesão corporal
gravíssima de acordo com o Código Penal.
a) Incapacidade permanente para o trabalho
b) Enfermidade incurável
c) Aceleração do parto
d) Deformidade permanente
e) Inutilização de membro
Gabarito B

20- Periclitação da vida e da saúde

380- Naiara, adolescente, ao chegar à própria casa depois do colégio, encontra seu
pai caído, com um ferimento na cabeça, aparentemente produzido por disparo de
arma de fogo realizado por ele mesmo, todavia ainda respirando. Desesperada,
corre até a casa de seu tio Hermínio, cunhado da vítima, solicitando ajuda. Como
houvera uma rusga entre Hermínio e a vítima, aquele se recusa a prestar auxílio,
limitando-se a dizer à sobrinha: “tomara que morra”. Naiara, então, vai à casa de
um vizinho, que se compromete a ajudá- la. Ao retornarem ao local do fato,
encontram a vítima ainda viva, mas dando seus últimos suspiros, vindo a óbito em
menos de um minuto. Do momento em que Naiara viu a vítima ferida até sua
morte não transcorreram mais do que quinze minutos. Realizado o exame
cadavérico, o laudo pericial indica que o ferimento seria inexoravelmente fatal,
ainda que o socorro tivesse sido prestado de imediato. Nesse contexto, com base
nos estudos sobre a omissão e acerca do bem jurídico-penal, é correto afirmar que
a conduta de Hermínio caracteriza:
a) homicidio qualificado.
b) induzimento. instigação ou auxílio ao suicídio.
264

c) homicídio culposo.
d) conduta atípica.
e) omissão de socorro.
Gabarito D

Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à
criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em
grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:

A) SITUAÇÃO DE ANA: Fato atípico, pois, mesmo sem condições de prestar o


auxílio, solicitou o socorro à autoridade pública competente (assistência mediata) e o
fez logo que verifica a situação de perigo; 

 B) SITUAÇÃO DO VIZINHO: Fato atípico, ainda que este tivesse se negado a
prestar o auxílio (não foi o caso), pois é indispensável que o sujeito ativo esteja na
presença da vítima em perigo, bem como a atuação do omitente não evitaria a produção
do evento letal. É sabdo que é exigivel para a incidência da qualificadora "resultado
morte" que se prove no caso concreto que a conduta omitida seja capaz de impedir o
resultado mais gravoso (Sanches).

C) SITUAÇÃO DE HERMÍNIO: Fato atípico, pois, apesar de negar o socorro, é


indispensável que o sujeito ativo esteja na presença da vítima em perigo, bem como
que  a atuação do omitente seja capaz de evitar a produção do evento letal. (Sanches). 

381- Paulo é atropelado e, em estado grave, é socorrido de ambulância a um


determinado Hospital para atendimento emergencial. Chegando ao nosocômio, a
gerente Flávia exige da esposa do atropelado a apresentação de um cheque-caução
no valor de R$ 20.000,00 e o preenchimento de formulários administrativos como
condição para iniciar o atendimento médico-hospitalar emergencial. Neste caso, a
gerente Flávia
a) cometeu crime de homicídio doloso.
b) cometeu crime de omissão de socorro.
c) não cometeu crime, agindo de forma absolutamente legal segundo normas que regem
o atendimento hospitalar no Brasil.
d) cometeu crime de lesão corporal de natureza grave.
e) cometeu crime de condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial.
Gabarito E

Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial 

Art. 135-A.  Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o
preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o
atendimento médico-hospitalar emergencial: 
265

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

Parágrafo único.  A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta


lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte.

382- De acordo com o Código Penal, no crime subsidiário de expor a vida ou a


saúde de outrem a perigo direto e iminente, o legislador incluiu uma causa de
aumento de pena específica quando o crime decorre do transporte de pessoas para
a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo
com as normas legais, a qual majora a pena de um sexto a um terço.
Gabarito CORRETO
Essa prova do MP é a mais justa, MP é o custos legis, tem de conhecer as leis na palma
das mãos. Doutrina é a maior palhaçada, alguém cria uma porrada de nome fictício pra
vender livros e os outros aderem. Lei é lei, parabéns a essa banca.
383- No tocante à interpretação dos crimes de perigo abstrato e dos crimes contra
a organização do trabalho, contra a administração pública e contra a dignidade
sexual, consoante a jurisprudência dos tribunais superiores, assinale a opção
correta.
a) Por se tratar de delito de perigo abstrato, o abandono de incapaz dispensa a prova do
efetivo risco de dano à saúde da vítima.
b) O crime de porte ilegal de arma de fogo, classificado como delito de perigo abstrato,
não dispensa a prova pericial para estabelecer a sua eficiência na realização de disparos,
necessária para demonstrar o risco potencial à incolumidade física das pessoas.
c) O agente que não é funcionário público não pode figurar como sujeito ativo do crime
de peculato.
d) No crime de aliciamento para o fim de emigração, pune-se a conduta de recrutar
trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro, como
forma de se garantir a proteção à organização do trabalho.
e) Para a caracterização do crime de concussão, a conduta do servidor público deve
consistir na exigência de vantagem indevida, necessariamente em dinheiro, para si ou
para outrem, em razão da função que o servidor exerce.
Gabarito D

Letra A) O crime de abandono de incapaz (art. 133 CP), é um crime de perigo concreto,
portanto, para consumação é necessário que a vítima sofra concretamente a situação de
risco, diferente do que diz a questão, afirmando ser o crime de perigo abstrato.

Letra B) A questão está correta até a parte que diz que o crime de porte ilegal de arma
de fogo é um crime de perigo abstrato, contudo,  o STJ  entende ser dispensável a
perícia na arma.
266

Letra C) Mesmo o agente não sendo funcionário público poderá sim responder por
peculato, é o famoso art. 30 do CP: Não se comunicam as circunstâncias e as condições
de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.

Letra D) CORRETA- TÍTULO IV ; DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO


DO TRABALHO. 

 Aliciamento para o fim de emigração

   Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para
território estrangeiro. (Redação dada pela Lei nº 8.683, de 1993)

  Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.

OBS:  O crime do art. 149 do CP (Redução a condição análoga à de escravo), é crime


contra a LIBERDADE INDIVIDUAL, e não crime contra a organização do trabalho.

Letra E) Só corroborando o que foi dito pelos colegas a vantagem no crime de
concussão (art. 316 do CP) , não precisa ser necessariamente em dinheiro. 

384- Para a caracterização do delito de abandono de incapaz, impõe-se, além da


existência de transgressão da relação particular de assistência entre o agente e a
vítima, a presença, ainda que por certo lapso temporal, de perigo concreto para
esta, sendo prevista, para o delito, tanto a forma comissiva quanto a omissiva.
Gabarito CORRETO
385- O crime de omissão de socorro não admite tentativa, porquanto estando a
omissão tipificada na lei como tal e tratando-se de crime unissubsistente, se o
agente, sem justa causa, se omite, o crime já se consuma.
Gabarito CORRETO

21- Rixa

386- A coautoria é obrigatória no caso do crime de rixa, pois a norma


incriminadora reclama como condição obrigatória do tipo a existência de, pelo
menos, três pessoas, considerando irrelevante que um deles seja inimputável.
Gabarito CORRETO
387- De acordo com o Código Penal, analise as afirmações a seguir e assinale a
alternativa correta.
a) Apenas III e IV estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I e II estão corretas.
d) Apenas I, II e III estão corretas.
267

e) Todas as afirmações estão corretas.


Gabarito C
388- Quanto ao crime de rixa previsto no artigo 137 do Código Penal (participar
de rixa, salvo para separar os contendores), é correto afirmar que:
a) é crime comum, de dano, comissivo por omissão, colet ivo, não transeunte como
regra, unissubsistente, instantâneo.
b) é crime comum, de perigo, comissivo, coletivo, não transeunte como regra,
plurissubsistente, instantâneo.
c) é crime próprio, de dano, comissivo, plurissubjetivo, transeunte como regra,
plurissubsistente, permanente.
d) é crime próprio, de perigo, comissivo por omissão, monossubjetivo, não transeunte
como regra, unissubsistente, permanente.
e) é crime comum, de perigo, comissivo, monossubjetivo, transeunte como regra,
plurissubsistente, instantâneo.
Gabarito B

Crime comum → é previsto no Código Penal (qualquer pessoa pode cometer)

Crime de perigo → a simples exposição do bem jurídico ao perigo já é suficiente para


a consumação.

Crime comissivo → a conduta nuclear corresponde a uma ação.

Crime não transeunte → deixa vestígios.

Crime plurissubsistente → contém uma conduta que admite fracionamento (iter


criminis pode ser fracionado).

Crime unissubsistente - cometido apenas com um ato (não admite tentativa - iter
criminis não pode ser fracionado) 

Plurissubjetivo - Ou de concurso necessário: exige mais de uma pessoa para a prática.

Crime instantâneo → a consumação ocorre instantaneamente (no momento da ação).

389- O crime de rixa na forma tentada quando ocorre?


a) O crime de rixa na forma tentada ocorre quando um dos rixosos desiste de participar
do conflito;
b) O crime de rixa na forma tentada ocorre quando a maioria dos rixosos propõe a
cessação do conflito;
c) O crime de rixa na forma tentada ocorre quando os rixosos não conseguem consumá-
lo por circunstâncias alheias à sua vontade;
268

d) O crime de rixa na forma tentada ocorre quando todos os rixosos desistem de


prosseguir no conflito;
e) O crime de rixa na forma tentada ocorre quando os rixosos abandonam o local do
conflito.
Gabarito C

a) errada. se apenas um dos rixosos desistir não seria suficiente para evitar a
consumação do delito;

b) errada. Neste caso já haveria a consumação do delito, uma vez iniciado a execução
do delito em exame;

c) correta. Só há que se falar em crime tentado quando houver dolo e início de


execução, mas não há consumação por circunstâncias alheias à vontade dos rixosos,
conforme art. 14, II, do Código Penal: Art. 14 - Diz-se o crime: II - tentado, quando,
iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente;

d) errada. Neste hipótese temos a desistência voluntária: Art. 15 do Código Penal - O


agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o
resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.

e) errada. Se o abandono for antes da iniciada a execução haverá desistência voluntária;


se for posterior a execução já teremos o crime consumado.

22- Crimes contra a honra

390- No que concerne aos crimes contra a honra, considere as afirmativas abaixo:
I. Não é admissível a exceção da verdade para o delito de injúria.
II. A retratação somente é admissível nos casos de calúnia e difamação.
III. O juiz pode deixar de aplicar a pena na difamação no caso de retorsão imediata, que
consista em outra difamação.
Está correto o que se afirma em
a) I, II e III.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, apenas.
e) I e II, apenas.
Gabarito E

Exceção da Verdade: Calúnia e Difamação


269

Calúnia
 § 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
        I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi
condenado por sentença irrecorrível;
        II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
        III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por
sentença irrecorrível.

Difamação
  Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário
público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

Retratação: Calúnia e Difamação

 Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da


difamação, fica isento de pena.

Perdão Judicial: Injúria

§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:

        I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;

        II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.

391- Insatisfeito com o comportamento de seu empregador Juca, Carlos escreve


uma carta para a família daquele, afirmando que Juca seria um estelionatário e
torturador. Lacra a carta e a entrega no correio, adotando todas as medidas para
que chegasse aos destinatários. No dia seguinte, porém, Carlos se arrepende de seu
comportamento e passa a adotar conduta para evitar que a carta fosse lida por
qualquer pessoa e o crime consumado. Carlos vai até a casa de Juca, tenta retirar a
carta da caixa do correio, mas vê o exato momento em que Juca e sua esposa
pegam o envelope e leem todo o escrito. Ofendido, Juca procura seu advogado e
narra o ocorrido.

Considerando a situação apresentada, o advogado de Juca deverá esclarecer que a


conduta de Carlos configura crime de:

a) injúria, consumado;

b) tentativa de injúria, pois houve arrependimento eficaz, devendo Carlos responder


apenas pelos atos já praticados;

c) tentativa de calúnia, pois houve desistência voluntária, devendo Carlos responder


apenas pelos atos já praticados;

d) tentativa de calúnia, pois houve arrependimento eficaz, devendo Carlos responder


apenas pelos atos já praticados;

e) calúnia, consumado.
270

Gabarito A
392- Sobre a determinação do regime inicial de cumprimento de pena, é correto
afirmar:
a) A hediondez do crime não permite a determinação do regime inicial fechado para
todos os casos, mas deve ser observada na determinação do regime inicial.
b) Os crimes cometidos com violência contra a pessoa impedem a determinação do
regime inicial aberto.
c) A análise judicial das consequências do crime é irrelevante para a determinação do
regime inicial de cumprimento de pena, pois é circunstância que já pode aumentar a
pena-base.
d) Os crimes contra a honra, por serem punidos com detenção, impedem a aplicação do
regime inicial fechado, mesmo em caso de reincidência.
e) É possível a aplicação do regime inicial semiaberto para pena superior a quatro anos
no caso de réu reincidente, a depender do tempo de prisão provisória cumprida por ele
até a sentença.
Gabarito E
393- Acerca dos crimes contra a honra, é correto afirmar que:
a) apenas a calúnia, considerados todos os crimes contra a honra, pode ter a pessoa
morta como sujeito passivo do delito, hipótese em que o bem jurídico atingido será a
honra objetiva ou externa do morto.
b) não comete crime de calúnia quem. com intenção de ampliar a lesão à honra do
ofendido, propala ou divulga a imputação prévia feita por outrem, sabendo da falsidade
da imputação, hipótese capaz de gerar apenas responsabilidade civil.
c) xingar um nomem casado de "corno" ou “cornudo” é uma hipótese de injúria reflexa,
dando azo ao concurso formal de crimes.
d) o crime de calúnia pressupõe a falsidade da imputação, cuja ciência deve integrar o
dolo do agente, de modo que somente se admitirá dolo direto no referido delito.
e) escarnecer de alguém por motivo de crença e de forma privada caracteriza crime de
ultraje a culto, que prevalecerá sobre o crime de injúria.
Gabarito C
O barato dessa questão, é que ela cobra o conceito de injúria reflexa, que é quando o
ato de injúria atinge também uma outra pessoa além daquela que recebeu a ofensa, no
caso o marido ( ao ser chamado de corno)  é ofendido e a esposa tambem.( seria então
tida como infiel). 
394- Encaminhar uma mensagem de texto a um policial civil que se encontra em
outro município, xingando-o de ladrão, configura crime de:
a) injúria.
271

b) difamação
c) desacato
d) denunciação caluniosa
e) calúnia.
Gabarito A

Injúria

---> fere a honra subjetiva da vítima (dignidade, decoro)

---> precisa ter o elemento volitívio (vontade de ofender)

A consumação se dá no momento em que as ofensas à dignidade e ao decoro chegam ao


conhecimento da vítima. 

Não é possível a exceção da verdade, pois o próprio tipo penal é incompatível, pouco
importando se o fato é verdadeiro ou não.

395- É vedado ao servidor público prejudicar deliberadamente a reputação de


outros servidores ou de cidadãos que dele dependam. É classificado como crime
contra a honra o crime de:
a) dano.
b) constrangimento ilegal.
c) alteração de limites.
d) injúria.
e) divulgação de segredo.
Gabarito D
396- Leia as assertivas e, ao final, marque a opção correta:

I - Não constituem calúnia ou difamação punível a ofensa irrogada em juízo, na


discussão da causa, pela parle ou por seu procurador;
II - No crime de calúnia, o querelado não pode ingressar com a exceção da verdade
quando o fato imputado à vítima constitua crime de ação privada e não houver
condenação definitiva sobre o assunto;
III Os crimes de calúnia e difamação exigem afirmativa específica acerca de fato
determinado. Já na injúria as assertivas não consideram fatos específicos, e se referem a
afirmações vagas e gerais feitas à pessoa do ofendido.
IV - É isento de pena o querelado que. antes da sentença, se retrata cabalmente da
injúria ou da difamação.
272

a) Apenas as assertivas II e III estão corretas.


b) Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas.
c) Apenas a assertiva II está correta.
d) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
e) Todas as assertivas são falsas.
Gabarito A
397- O crime de injúria qualificada consiste na utilização de elementos referentes a
raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de
deficiência para ofender a dignidade ou o decoro de alguém. Diferentemente do
que ocorre no caso de crime de racismo, a injúria qualificada processa-se por ação
penal pública condicionada a representação.
Gabarito CORRETO

Racismo: incondicionada

Injúria racial: condicionada a representação

398- Por serem os crimes contra a honra, (calúnia, difamação e injúria),


independentemente da vítima ofendida, crimes de ação penal privada exclusiva,
essa ação só pode ser iniciada mediante queixa-crime apresentada pela própria
vítima, representada por advogado com poderes expressos para tanto.
Gabarito ERRADO

Detalhando um pouquinho mais para não precisar recorrer ao Código Penal, além dos
Crimes de Ação Penal Privada (regra) existem os de:

Ação Penal Pública Incondicionada:


art. 140. § 2º - "Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza
ou pelo meioempregado, se considerem aviltantes" - Resultado Lesão Corporal Grave,
Gravíssima ou Seguida de Morte (art. 129, §§ 1º, 2º, 3º)

Ação Penal Pública Condicionada à Representação da Vítima:

art. 140. § 2º - "Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza
ou pelo meioempregado, se considerem aviltantes" - Resultado Lesão Corporal Leve
(art. 129, caput)
art. 140. § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementosreferentes a raça, cor,
etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ouportadora de deficiência

art. 141 (Calúnia, Difamação ou Injúria) II -contra funcionário público, em razão de


suas funções;

Ação Penal Pública Condicionada à Requisição do Ministro da Justiça


273

Art. 141. (Calúnia, Difamação ou Injúria)I -contra o Presidente da República, ou


contra chefe de governo estrangeiro;

399- Admissível a exceção da verdade e a retratação, respectivamente, nos crimes


de
a) falso testemunho e calúnia.
b) injúria e calúnia.
c) injúria e falso testemunho.
d) difamação e injúria.
e) difamação e falso testemunho.
Gabarito E

Difamação (art. 139) cabe, tanto a exceção da verdade, como a retratação. Artigos 139,
parágrafo único e 143 do CPB, respectivamente.

Falso Testemunho (art. 342) é retratável. Deixa de ser punível se ocorrer a referida
retratação ou declaração da verdade, antes da sentença no processo em que ocorreu  o
ilícito (art. 342, §2°).

Retratação (Art. 143) O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da


calúnia ou da difamação, fica isento de pena.

23- Crimes contra a liberdade pessoal

400- Com base no Código Penal, em relação aos crimes contra a liberdade pessoal
e aos crimes contra o patrimônio, considera-se
a) “furto de coisa comum” a subtração, para si ou para outrem, de bem móvel fungível
que esteja armazenado, juntamente com outros assemelhados, em local de guarda
compartilhada.
b) “furto qualificado” a subtração, para si ou outrem, de coisa alheia móvel, desde que
praticada por quadrilha.
c) “roubo”, a subtração de coisa alheia móvel, para si ou outrem, quando praticada
contra pessoa incapaz ou menor de 14 anos, presumindo-se o emprego ao menos de
grave ameaça, salvo prova em contrário.
d) “constrangimento ilegal” a prática de qualquer ato que, após haver reduzido a
capacidade de resistência de alguém, lhe constrange a não fazer o que a lei permite ou a
fazer que ela não manda.
e) “extorsão indireta” ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro
meio simbólico, de causar mal injusto e grave, com o objetivo de atingir fim ilícito que
beneficie terceiro.
274

Gabarito D

a) Furto de coisa comum -> Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para
si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:

b)Art. 155  Furto qualificado -> IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.

c) Não existe isso no Roubo

d)Constrangimento ilegal ->  Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou


grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade
de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda

violência própria ->Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça a não


fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda.

violência imprópria ->Constranger alguém  depois de lhe haver reduzido, por qualquer


outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que
ela não manda.

e)  Extorsão indireta ->   Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida,
abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento
criminal contra a vítima ou contra terceiro

401- No que se refere aos crimes contra a liberdade pessoal, é correto afirmar:
a) A intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento da vítima ou de seu
representante legal, não exclui, em qualquer situação, o constrangimento ilegal.
b) O crime de constrangimento ilegal não se reveste de subsidiariedade em relação a
outros delitos.
c) Constitui figura equiparada à de redução a condição análoga à de escravo o ato de
cercear o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de
retê-lo no local de trabalho.
d) O crime de cárcere privado é permanente e formal, não admitindo a tentativa.
e) O crime de ameaça, se praticado no contexto de violência doméstica e familiar contra
a mulher, é de ação penal pública incondicionada.
Gabarito C

A - Incorreta. A intervenção médica sem consentimento, quando em risco de vida a


vítima, constitui situação configuradora do estado de necessidade de terceiro (perigo de
vida), o que exclui a ilicitude do fato (constrangimento ilegal).

B - Incorreta. O constrangimento ilegal é subsidiário, p. ex., em relação aos crimes de


extorsão e estupro. É "soldado de reserva". Logo, só configurára o constragimento se
não estiverem presentes as elementares dos demais crimes mais graves. O crime de
ameaça é subsidiário ao de constrangimento ilegal.
275

C - Correta. Artigo 149 do Código Penal.

D - Incorreta. O crime de cárcere privado é permanente porque a consumação se


protrai no tempo. Porém, é delito material cuja consumação depende de um resultado
naturalísco (efetiva privação da liberdade), admitindo, ainda, a tentativa. 

E - Incorreta. Lembrar que é o crime de lesão corporal (grave, leve ou culposa) no


âmbito familiar e doméstico, contra a mulher, que é de ação pública incondicionada.

Quais são as infrações penais que não admitem tentativa? 

Contravenções penais (art. 4º, da LCP) que estabelece não ser punível a tentativa.

Crimes culposos nos tipos culposos, existe uma conduta negligente, mas não uma
vontade finalisticamente dirigida ao resultado incriminado na lei. Não se pode tentar
aquilo que não se tem vontade livre e consciente, ou seja, sem que haja dolo.

Crimes habituais são aqueles que exigem uma reiteração de condutas para que o crime
seja consumado. Cada conduta isolada é um indiferente para o Direito Penal.

Crimes omissivos próprios o crime estará consumado no exato momento da omissão.


Não se pode admitir um meio termo, ou seja, o sujeito se omite ou não se omite, mas
não há como tentar omitir-se. No momento em que ele devia agir e não age, o crime
estará consumado.

Crimes unissubsistentes são aqueles em que não se pode fracionar a conduta. Ou ela


não é praticada ou é praticada em sua totalidade. Deve-se ter um grande cuidado para
não confundir esses crimes com os formais e de mera conduta, os quais podem ou não
admitir a tentativa, o que fará com que se afirme uma coisa ou outra é saber se eles são
ou não unissubsistentes.

Crimes preterdolosos são aqueles em que há dolo no antecedente e culpa no


conseqüente. Ex. lesão corporal seguida de morte. Havendo culpa no resultado mais
grave, o crime não admite tentativa.

Crimes de atentado são aqueles em que a própria tentativa já é p

402- Configura o crime de redução à condição análoga de escravo


a) apoderar-se de documentos do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.
b) constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a exercer arte, ofício ou
indústria.
c) constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a trabalhar durante certo
período ou em determinados dias.
d) aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território
nacional.
e) frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho.
276

Gabarito A

a) CERTO - Redução à condição análoga à de escravo - art. 149, II, 2ª parte, CP

b) ERRADO - Atentado contra a liberdade de trabalho - art. 197, I, CP

c) ERRADO - Atentado contra a liberdade de trabalho - art. 197, II, CP

d) ERRADO - Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território


nacional - art. 207, CP

e) ERRADO - Frustração de direito assegurado por lei trabalhista - art. 203, CP

403- NÃO configura o crime de redução à condição análoga de escravo


a) submeter a vítima a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, sujeitando-a a
condições degradantes de trabalho.
b) constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de
trabalho.
c) restringir, por qualquer meio, a locomoção do trabalhador em razão de dívida
contraída com o empregador ou preposto.
d) cercear o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de
retê-lo no local de trabalho.
e) manter vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apoderar de documentos ou
objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.
Gabarito B
404- om relação ao crime de redução a condição análoga à de escravo, assinale a
opção correta.
a) Não é possível que tal crime seja praticado na forma tentada, uma vez que o tipo
penal prevê a habitualidade da conduta do agente.
b) Caso a conduta seja praticada contra criança, adolescente, idoso ou pessoa portadora
de deficiência física ou mental, haverá causa específica de aumento de pena.
c) A tipificação da conduta, no caso desse crime, está vinculada à submissão da vítima a
trabalhos forçados ou jornada exaustiva.
d) O bem jurídico protegido é a liberdade individual da vítima, que se vê impedida de
exercer seu direito de ir e vir, não se tratando de crime contra a organização do trabalho.
e) Esse crime classifica-se como crime comum, visto que não se exige, para a sua
configuração, característica específica do sujeito ativo, mas apenas do sujeito passivo,
que é sempre o trabalhador.
Gabarito D
277

DICA PARA AUMENTO DE PENA ATÉ 1/2 (METADE) DO TRABALHO


ESCRAVO

"CORRE CRIADO"

                         Cor:

                         Origem

                         Raça

                         Religião

                         Etnia

CRIADO"

                         CRIança

                         ADOlescente

405- A conduta do empregador que obriga o empregado a usar mercadorias de


determinado estabelecimento com o fim de vinculá-lo, pela dívida contraída, a seu
posto de trabalho, ainda que não afete a liberdade de locomoção do trabalhador,
configura o crime de redução a condição análoga à de escravo.
Gabarito ERRADO
FICAR ESPERTO!!! NÃO ESTÁ NO ROL!!!
Art. 149, CP: Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a
trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de
trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida
contraída com o empregador ou preposto.
GRAVAR!!! Essa prática é denominada de truck system ou sistema de barracão.
O termo "truck system”, traduzindo ao pé da letra significa, sistema de caminhão,
trata-se do sistema pelo qual o empregador mantém o empregado em trabalho de
servidão por dívidas com ele contraídas, ou seja, é a condição de trabalho similar a de
escravo, tendo em vista que o empregador obriga seu empregado a gastar seu salário
dentro da empresa, geralmente cobrando preços bem superiores aos de mercado.
Costuma incidir no trabalho rural, onde o fazendeiro (empregador) faz com que seus
empregados comprem seus utensílios de subsistência na própria fazenda, ou coloca uma
loja próxima do local de trabalho, e ao final do mês desconta tudo do seu salário. Ao
descontar de seu funcionário o uniforme utilizado para cumprir suas funções, a empresa
também pratica esta irregularidade . A norma inserida na Consolidação das Leis do
Trabalho estabelece, no artigo 462 e parágrafos, os princípios da irredutibilidade e
intangibilidade salarial.
278

406- O sujeito ativo no delito em apreço poderá ser qualquer pessoa, embora, em
regra, seja o empregador ou seus prepostos, e o sujeito passivo só poderá ser
alguém vinculado a determinada relação de trabalho.
Gabarito CORRETO

Trata-se de crime comum, pois qualquer pessoa pode cometer, nada obstante o delito
seja normalmente cometido pelo empregado ou por seus prepostos.

Quanto ao sujeito passivo, qualquer ser humano pode ser vítima do crime. Porém, ainda
que a descrição típica fale em "alguém", em todas as condutas criminosas a lei se refere
a "trabalhador", "empregador" ou "preposto", e também a "trabalhos forçados" ou
"jornadas exaustivas", evidenciando a necessidade de vínculo de trabalho entre o autor
do crime e o ofendido.

407- Assinale a opção INCORRETA:

a) A pena relativa ao crime de redução a condição análoga à de escravo é aumentada se


o crime é cometido por motivo de religião.

b) O delito de sequestro e cárcere privado é considerado crime de natureza permanente,


consumando-se com a privação da liberdade da vítima, impedida de ir e vir.

c) O Código Penal prevê, para o delito de sequestro e cárcere privado, como


circunstância de aumento de pena, a de que o crime tenha sido praticado com fins de
remover órgãos, tecidos ou partes do corpo da vítima.

d) O tipo penal do crime de frustração de direito assegurado por lei trabalhista consiste
em norma penal em branco e não prevê modalidade culposa.

e) Não respondida.

Gabarito C

A) CORRETO,  Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer


submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a
condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção
em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto: § 2o A pena é aumentada
de metade, se o crime é cometido:  I – contra criança ou adolescente;  II – por motivo de
preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. 

B) CORRETO, Art. 148. O bem jurídico tutelado, no delito de sequestro ou cárcere


privado, é a liberdade de ir e vir (de movimento). É crime de natureza permanente, ou
seja, só com a devolução da liberdade da vítima cessa a sua perpetração. Crime
permanente e de dano, admite tentativa quando praticado por ação (delito
plurissubistente - ação ou omissão).

C) ERRADO, Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere


privado: Pena - reclusão, de um a três anos. § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco
anos:I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou
279

maior de 60 (sessenta) anos;  II - se o crime é praticado mediante internação da vítima


em casa de saúde ou hospital;III - se a privação da liberdade dura mais de quinze
dias. IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; V – se o crime é
praticado com fins libidinosos. § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da
natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral: Pena - reclusão, de dois a oito
anos. 

Tentou confundir com o crime de Tráfico de Pessoas -> Art. 149-A.  Agenciar, aliciar,
recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave
ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de: I- remover-lhe órgãos,
tecidos ou partes do corpo.

D) CORRETO, Art. 203. O crime de frustração de direito assegurado por lei trabalhista
é de ação múltipla (frustraçao, mediante fraude ou violência). Trata-se de norma penal
em branco, cujo complemento está nas leis do trabalho. Não há previsão de culpa.

408- O delito de sequestro ou cárcere privado é classificado como crime:


a) continuado e de perigo
b) permanente e de dano
c) permanente e de perigo.
d) continuada e de dano
e) habitual e de perigo.
Gabarito B
O delito de sequestro ou cárcere privado é classificado como crime PERMANENTE,
porque:

-crimes permanentes são aqueles em que sua consumação se prolonga no tempo.

-O delito de sequestro ou cárcere privado é classificado como crime de DANO, porque:

-o crime classificado como de dano é aquele que não se consuma apenas com o perigo,
é necessário que ocorra uma efetiva destruição, a um bem jurídico penalmente
protegido. No caso da questão, o bem jurídico lesado/destruído é a liberdade pessoal.
409- Quem constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de
lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não
fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda estará incorrendo no
crime de:
a) ameaça.
b) constrangimento ilegal.
c) extorsão.
d) estelionato.
280

e) extorsão indireta.

24- Crimes contra o patrimônio


24.1- Furto

410- Mário e Mauro combinam a prática de um crime de furto a uma residência.


Contudo, sem que Mário saiba, Mauro arma-se de um revólver devidamente
municiado. Ambos, então, ingressam na residência escolhida para subtrair os bens
ali existentes. Enquanto Mário separava os objetos para subtração, Mauro é
surpreendido com a presença de um dos moradores que, ao reagir a ação
criminosa, acaba sendo morto por Mauro. Nesta hipótese
a) Mário e Mauro responderão pela prática de latrocínio.
b) Mário e Mauro responderão pela prática de furto.
c) Mário responderá pela prática de furto simples e Mauro responderá pela prática de
furto qualificado.
d) Mário responderá apenas pelo furto e Mauro responderá pela prática dos crimes de
porte ilegal de arma de fogo, furto e homicídio.
e) Mário responderá pela prática de furto e Mauro pelo crime de latrocínio.
Gabarito E

Art. 29 Código Penal- Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas
a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. 

        § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-
lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter
sido previsível o resultado mais grave.

411- Nilson, na companhia de sua namorada, Ana Paula, ambos maiores e capazes,
subtraem a quantia de R$ 200,00 da carteira do avô de Nilson que, na data do
furto, contava 62 anos de idade. Diante da situação hipotética apresentada,
a) Nilson ficará isento de pena, em razão do crime ter sido praticado contra seu
ascendente. Contudo, tal isenção não alcançará Ana Paula.
b) haverá isenção da pena para Nilson, circunstância que também alcançará sua
namorada Ana Paula.
c) Nilson e Ana Paula responderão pelo crime de furto qualificado, não incidindo a
isenção de pena para nenhum dos agentes.
d) Nilson responderá por furto qualificado, enquanto que Ana Paula responderá por
furto simples.
e) a responsabilização penal de Nilson e Ana Paula dependerá de queixa-crime.
Gabarito C
281

Art. 155, Código Penal

Furto qualificado

        § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:

        II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;

        IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.

 Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título,
em prejuízo:           

        II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja


civil ou natural.

       Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:

        III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60


(sessenta) anos.          

412- Leonardo encontra uma cédula de R$ 50,00 sob a poltrona da sala da casa de
seu amigo Fausto, lugar que habitualmente frequenta e, sem que o dono da casa
perceba, dela se apodera. Diante do caso hipotético apresentado, Leonardo pratica
o crime de
a) apropriação de coisa achada.
b) furto qualificado.
c) estelionato.
d) furto simples.
e) apropriação indébita.
Gabarito B

Furto qualificado

        § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:

        I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;

        II - com"""" abuso de confiança""""", ou mediante fraude, escalada ou destreza.

        III - com emprego de chave falsa;

        IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas 

413- No que concerne aos crimes contra o patrimônio, é correto afirmar que
282

a)há pluralidade de latrocínios, se diversas as vítimas fatais, ainda que único o


patrimônio visado e lesado, conforme entendimento pacificado dos tribunais superiores.

b)possível o reconhecimento da figura privilegiada do delito nos casos de furto


qualificado, se primário o agente e de pequeno valor a coisa subtraída,
independentemente da natureza da qualificadora, segundo entendimento sumulado do
Superior Tribunal de Justiça.

c) a indispensabilidade do comportamento da vítima não constitui critério de


diferenciação entre o roubo e a extorsão.

d) a receptação própria não prevê modalidade de crime permanente.

e) não constitui furto de energia a subtração de sinal de TV a cabo, consoante já


decidido pelo Supremo Tribunal Federal.

Gabarito E

a) incorreta: Se o patrimônio lesado era só de uma pessoa, não haverá pluralidade de


latrocínio, como decidido pelo STF (HC 96.736):

1. Segundo entendimento acolhido por esta Corte, a pluralidade de vítimas atingidas


pela violência no crime de roubo com resultado morte ou lesão grave, embora único o
patrimônio lesado, não altera a unidade do crime, devendo essa circunstância ser
sopesada na individualização da pena, que, no caso, é de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos.
Precedentes. 2. Desde que a conduta do agente esteja conscientemente dirigida a atingir
mais de um patrimônio, considerado de forma objetiva, como requer o fim de proteção
de bens jurídicos do Direito Penal, haverá concurso de crimes. Essa conclusão, todavia,
somente pode ser alcançada mediante a análise das circunstâncias que envolvem a
prática do ato delitivo. 3. No caso dos autos, não restou demonstrada, de modo
inequívoco, a vontade do agente de atingir mais de um patrimônio. A própria denúncia,
aliás, considera os bens subtraídos como pertencendo a um único patrimônio (= do
supermercado). 4. Ordem parcialmente concedida para afastar o concurso de crimes

b) incorreta: A qualificadora tem que ser de natureza objetiva:

É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos


de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o
pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.

c) incorreta: O comportamento da vítima é exatamente o que difere o roubo da


extorsão. Na extorsão, a vítima é compelida a fazer ou deixar de fazer algo para que a
subtração do patrimônio ocorra. No roubo, não há esse agir indispensável da vítima. O
exemplo da extorsão é o de alguém que é compelido, com violência, a assinar um talão
de cheques. Esse comportamento da vítima é indispensável para a lesão ao patrimônio.

d) incorreta: Plenamente plenamente possível a consumação se prolongar no tempo por


meio das condutas “ transportar, conduzir e ocultar”.

e) correta:
283

O sinal de TV a cabo não é energia, e assim, não pode ser objeto material do delito
previsto no art. 155, § 3º, do Código Penal. Daí a impossibilidade de se equiparar o
desvio de sinal de TV a cabo ao delito descrito no referido dispositivo. Ademais, na
esfera penal não se admite a aplicação da analogia para suprir lacunas, de modo a se
criar penalidade não mencionada na lei (analogia in malam partem), sob pena de
violação ao princípio constitucional da estrita legalidade. Precedentes. Ordem
concedida. (HC 97261, Relator (a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma,
julgado em 12/04/2011, DJe-081 DIVULG 02-05-2011 PUBLIC 03-05-2011
EMENT VOL-02513-01 PP-00029 RTJ VOL-00219- PP-00423 RT v. 100, n. 909,
2011, p. 409-415).

414- Com base no Código Penal, em relação aos crimes contra a liberdade pessoal
e aos crimes contra o patrimônio, considera-se
a)“furto de coisa comum” a subtração, para si ou para outrem, de bem móvel fungível
que esteja armazenado, juntamente com outros assemelhados, em local de guarda
compartilhada.
b) “furto qualificado” a subtração, para si ou outrem, de coisa alheia móvel, desde que
praticada por quadrilha.
c) “roubo”, a subtração de coisa alheia móvel, para si ou outrem, quando praticada
contra pessoa incapaz ou menor de 14 anos, presumindo-se o emprego ao menos de
grave ameaça, salvo prova em contrário.
d) “constrangimento ilegal” a prática de qualquer ato que, após haver reduzido a
capacidade de resistência de alguém, lhe constrange a não fazer o que a lei permite ou a
fazer que ela não manda.
e) “extorsão indireta” ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro
meio simbólico, de causar mal injusto e grave, com o objetivo de atingir fim ilícito que
beneficie terceiro.
Gabarito D

a) Furto de coisa comum -> Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para
si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:

b)Art. 155  Furto qualificado -> IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.

c) Não existe isso no Roubo

d)Constrangimento ilegal ->  Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou


grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade
de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda

violência própria ->Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça a não


fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda.
284

violência imprópria ->Constranger alguém  depois de lhe haver reduzido, por qualquer


outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que
ela não manda.

e)  Extorsão indireta ->   Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida,
abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento
criminal contra a vítima ou contra terceiro

415- Placídio achou na rua um cartão de crédito e o utilizou para efetuar compras
de roupas finas em um estabelecimento comercial. Essa conduta caracterizou o
crime de
a) apropriação indébita.
b) furto qualificado pela fraude.
c) estelionato.
d) extorsão simples.
e) receptação.
Gabarito C

Furto mediante fraude X Estelionato

No furto a fraude é utilizada como subterfúgio para possibilitar a subtração do bem,


diminuindo a vigilância e retirando o bem clandestinamente. No estelionato a fraude é
utilizada para induzir a vítima a, espontaneamente, entregar o bem para o agente. A
vontade de alterar a posse no furto é unilateral, já no estelionato é bilateral.

Apropriação indébita X Estelionato

Na apropriação indébita o agente recebe o bem de boa-fé, e sua vontade de apropriar-se


é superveniente ao recebimento. No estelionato o agente emprega a fraude para que a
vítima, voluntariamente, lhe transfira a posse do bem. O animus no estelionato é ante,
enquanto na apropriação é post.

416- Brutus, no interior de uma loja, a pretexto de adquirir roupas, solicitou ao


vendedor vários modelos para experimentar, mas, no interior do provador,
escondeu uma das peças dentro de suas vestes, devolveu as demais e deixou o local.
Brutus cometeu crime de
a) furto qualificado pela fraude.
b) apropriação indébita.
c) furto simples.
d) estelionato.
e) furto de coisa comum.
Gabarito A
285

URTO QUALIFICADO PELA FRAUDE

O agente utiliza artifício ou ardil para iludir a vítima e reduzir a vigilância sobre a coisa,
facilitando, assim, a sua subtração.

Importante: furto mediante fraude x estelionato

No furto, a fraude é utilizada pelo agente com o fim de burlar a vigilância da vítima que,
desatenta, tem seu bem subtraído, sem que se perceba; no estelionato, a fraude é usada
como meio de obter o consentimento da vítima que, iludida, entrega voluntariamente o
bem ao agente - STJ

417- Tício instalou um dispositivo na entrada de água de sua residência, através do


qual a maior parte da água passou a entrar no imóvel sem passar pelo relógio e
sem ser registrada. Tício
a) não praticou delito algum.
b) cometeu crime de furto qualificado pela fraude.
c) cometeu crime de furto simples.
d) cometeu crime de furto de coisa comum.
e) cometeu crime de furto qualificado pela destreza.
Gabarito B

Alterar o relógio medidor para pagar menos = Estelionato

Famoso "gato" sem alterar medidor = furto mediante fraude

418- Peter, pessoa de grande porte físico, agarrou Paulus pelas costas e o
imobilizou com uma “gravata”. Com a vítima imobilizada, subtraiu-lhe a carteira,
o celular e o relógio. Em seguida, deixou o local e soltou a vítima que não sofreu
nenhum ferimento. Peter cometeu crime de
a) extorsão simples.
b) furto qualificado pela destreza.
c) roubo qualificado.
d) roubo simples.
e) extorsão qualificada.
Gabarito D

A doutrina distingue a violência em duas formas:

-Violência própria: ameaça ou dano físico.


286

-Violência imprópria: qualquer causa que impossibilite a resistência da vítima.

Assim nem todo o roubo conterá a violência própria, ou seja, uma agressão ou ameaça.
Um exemplo esclarece a situação. Imagine que num trem uma pessoa 'A' se levante para
ir ao banheiro e deixe sua bolsa no assento. Outra pessoa 'B', espera 'A' entrar no
banheiro e a tranca dentro do banheiro por fora. Após isso procede e subtrai a bolsa e sai
do trem. Neste caso não é furto, é roubo, pois foi impossibilitada a defesa e resistencia
da vítima (violência imprópria).

419- A respeito do crime de furto, considere:


I. Peter cavou um túnel e, com grande esforço, conseguiu entrar no interior de uma loja,
dali subtraindo produtos eletrônicos.
II. Paulus, com o auxílio de uma corda, entrou pela janela em uma residência, de onde
subtraiu objetos.
III. Plinius escalou uma árvore, galgou o telhado de um supermercado e removeu várias
telhas, entrando no local, de onde subtraiu diversos objetos.
Ficou caracterizada a qualificadora da escalada
a) nos furtos cometidos por Peter e Paulus, apenas.
b) nos furtos cometidos por Peter, Paulus e Plinius.
c) nos furtos cometidos por Peter e Plinius, apenas.
d) nos furtos cometidos por Paulus e Plinius, apenas.
e) no furto cometido por Plinius, apenas.
Gabarito B
420- NÃO pode ser objeto de furto:
a) bem imóvel.
b) energia elétrica.
c) aeronave.
d) cavalo de raça.
e) caixa de refrigerantes.
Gabarito A

Furto

      Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia MÓVEL.

Portanto neste caso, o que é o IMÓVEL não é passível de subtração.

421- João, imputável, foi preso em flagrante no momento em que subtraía para si,
com a ajuda de um adolescente de dezesseis anos de idade, cabos de telefonia
287

avaliados em cem reais. Ao ser interrogado na delegacia, João, apesar de ser


primário, disse ser Pedro, seu irmão, para tentar ocultar seus maus antecedentes
criminais. Por sua vez, o adolescente foi ouvido na delegacia especializada,
continuou sua participação nos fatos e afirmou que já havia sido internado
anteriormente pela prática de ato infracional análogo ao furto.
Nessa situação hipotética, conforme a jurisprudência dominante dos tribunais
superiores, em tese, João praticou os crimes de
a) furto qualificado privilegiado, corrupção de menores e falsa identidade.
b) corrupção de menores e falsidade ideológica.
c) furto simples, falsa identidade e corrupção de menores.
d) furto qualificado e falsidade ideológica.
e) furto simples e corrupção de menores.
Gabarito A

A questão cobrava 5 raciocínios ligados ao entendimento do STJ.

1) Furto---> o pequeno valor da coisa (cem reais) caracteriza o privilégio e não o


princípio da insignificância.

2) Furto-->qualificadora pelo concurso de agentes que não é afastada pela


inimputabilidade do adolescente.

3) possibilidade de qualificadora + privilégio.

Crime 1= furto qualificado privilegiado

4) Súmulas 522 "A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade


policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa" Crime 2

5)A configuração do crime previsto no artigo 244-B do  ECA independe da prova da
efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal---> independe se o
adolescente tinha maus antecedentes ou não. Crime 3

422- O furto praticado por um irmão em desfavor do outro deve ser considerado
isento de pena, por expressa previsão legal.
Gabarito ERRADO

"CAD-CITS"

ISENTO de pena: CAD

Cônjuge

Ascendente ou Descendente
288

SOMENTE se procede mediante representação: CITS

Cônjuge desquitado ou judicialmente separado

Irmão legítimo ou ilegítimo

Tio ou Sobrinho

423- Situação hipotética: Paulo tinha a intenção de praticar a subtração do


automóvel de Tiago sem uso de violência. No entanto, durante a execução do
crime, estando Paulo já dentro do veículo, Tiago apareceu e correu em direção ao
veículo. Paulo, para assegurar a detenção do carro, ameaçou Tiago gravemente,
conseguindo, assim, cessar a ação da vítima e fugir com o automóvel. Assertiva:
Nessa situação, Paulo responderá pelos crimes de ameaça e furto, em concurso
material.
Gabarito ERRADO

Roubo

  Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça
ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência:

  Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

  § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega


violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do
crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.

424- O furto de bagatelas não é passível de punição por ser o valor da coisa
pequeno ou insignificante, havendo, nesse caso, exclusão da tipicidade.
Gabarito CORRETO

Importante diferenciar o furto de pequeno valor – privilegiado – e a subtração de


bagatela ou insignificante

Princ. da Insignificância: 

- Miníma ofensividade da conduta

-Nenhuma periculosidade social da ação

-Redizidissimo grau de reprovabilidade

-Inexpressividade da lesão jurídica.

Furto de pequeno valor (§ 2º do art. 155): O furto privilegiado se encontra previsto no §


2º do art. 155 do Código Penal, que criminaliza o furto. Dispõe a referida norma: “Se o
289

criminoso é primário, e de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena
de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena
de multa”. Fácil notar, portanto, que o pequeno valor da res (além da primariedade) leva
à aplicação de um dos três benefícios previstos em lei.

425- O agente considerado primário que furta coisa de pequeno valor faz jus a
causa especial de diminuição de pena ou furto privilegiado, ainda que esteja
presente qualificadora consistente no abuso de confiança.

Gabarito ERRADO

SÚMULA 511 STJ

É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2ºdo art. 155 do CP nos casos


de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o
pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.

O abuso de confiança é considerada qualificadora de ordem subjetiva.

Vale ressaltar que há doutrinadores que consideram todas as formas qualificados do


furto como de ordem objetiva.

Porém, a banca considera o abuso de confiança subjetiva. É essa posição que


devemos adotar.

426- Em relação aos crimes praticados por funcionário público contra a


administração em geral, assinale a alternativa correta.
a) Se o funcionário público se apropria de bem particular de quem tem a posse em razão
do cargo, comete furto e não peculato, pois esse último só se configura em caso de
subtração de bem público.
b) Ao contrário do furto, o peculato admite a figura culposa.
c) É pressuposto da prevaricação a obtenção de vantagem econômica.
d) Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, apenas quem exerce cargo,
função ou emprego público de forma efetiva e remunerada.
Gabarito B
427- Vitor, sócio administrador da Sociedade X, em razão da grande quantidade
de serviço que desempenha, deixa de repassar no prazo devido, de maneira
negligente, à previdência social contribuições previdenciárias recolhidas dos
empregados contribuintes. Um dos empregados, porém, descobre o ocorrido e
narra para autoridade policial.
Considerando as informações narradas, é correto afirmar que a conduta de Vitor
configura:
a) indiferente penal;
290

b) apropriação indébita comum majorada;


c) apropriação indébita previdenciária;
d) apropriação indébita de coisa havida por erro;
e) furto qualificado.
Gabarito A

O crime é um todo unitário e indivisível. Ou o agente comete o delito (fato típico, ilícito
e culpável) ou o fato por ele praticado será considerado um indiferente penal. 

Apropriação indébita previdenciária

Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos


contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional:

        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

 § 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: 

 I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência


social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou
arrecadada do público;  

II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas


contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços;  

III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já


tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social

§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o


pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à
previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação
fiscal.

§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o


agente for primário e de bons antecedentes, desde que:

I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o


pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou

II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele
estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais. 

A questão foi clara ao informar que Vitor "deixa de repassar no prazo devido, de


maneira negligente...". No caso, não há modalidade culposa para o crime de
apropriação indébita previdenciária. Bastando o dolo genério de não querer repassar as
contribuições à Previdência.  
291

428- No exercício de suas atribuições, um funcionário público prestava


atendimento a um cidadão quando necessitou buscar, no interior da repartição,
um documento para concluir um procedimento. Por descuido do funcionário, um
laptop da instituição, que estava sendo utilizado por ele, ficou desvigiado, às vistas
do cidadão que recebia o atendimento. Quando o funcionário retornou, não
encontrou o cidadão e observou que o laptop havia sumido. Posteriormente, as
investigações policiais concluíram que aquele cidadão havia furtado o laptop, que
não foi recuperado.
Nesse caso, o funcionário público
a) não praticou crime, uma vez que não anuiu à conduta delituosa.
b) foi partícipe do crime de furto praticado e, por isso, será condenado às penas
cominadas para esse crime, na medida de sua culpabilidade.
c) praticou peculato culposo, podendo a punibilidade ser extinta caso ele repare o dano
ao órgão até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
d) cometeu crime de peculato-furto, pois concorreu para a realização do furto, podendo
ser reconhecida a atipicidade do fato pelo princípio da insignificância.
e) responderá por peculato impróprio desde que o cidadão seja condenado por furto.
Gabarito C
429- De acordo com os tipos penais previstos no Código Penal, é INCORRETO
afirmar:
a) Visando conferir maior proteção em razão da vulnerabilidade apresentada, o Código
Penal determina que a pena deva ser dobrada, caso o crime de estelionato seja cometido
contra idoso.
b) Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém,
documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra
terceiro caracteriza a prática do crime denominado Extorsão Indireta.
c) Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia por motivo egoístico ou com prejuízo
considerável para a vítima constitui crime processado mediante ação penal privada.
d) Repetindo previsão específica contida no crime de furto, o legislador pátrio fez
incidir no delito de roubo uma qualificadora caso haja subtração de veículo automotor
que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.
Gabarito D

24.2- Roubo
430- O fato de um indivíduo retirar sorrateiramente de uma bolsa a carteira de
outrem, sem o uso de força ou ameaça, configura a prática do crime de roubo.
Gabarito ERRADO

O agente cometeu o crime de FURTO


292

Sorrateiramente = Despercebidamente

Furto

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel

Furto qualificado

  § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:

  I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;

  II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;

  III - com emprego de chave falsa;

  IV - Mediante concurso de duas ou mais pessoas.

431- Para a configuração do crime de roubo mediante restrição da liberdade da


vítima e do crime de extorsão com restrição da liberdade da vítima, nominado de
sequestro relâmpago, é imprescindível a colaboração da vítima para que o agente
se apodere do bem ou obtenha a vantagem econômica visada.
Gabarito ERRADO
Para se distinguir roubo de extorsão fazemos a seguinte pergunta: O Agente consegue consumar
o delito sem a colaboração da vítima?
Sim, então é roubo ( Ex.: José aponta a arma para Maria querendo o dinheiro, se Maria não
obedecer, José atira em Maria e pega o dinheiro, consumando o crime de roubo).
Não, então é extorsão ( Ex.: José aponta a arma para Maria querendo a senha de seu cartão,
Maria não dá, então é extorsão, pois José precisa senha para consumar o delito).
432- Considere que José tenha subtraído dinheiro de Manoel, após lhe impossibilitar a
resistência. Nessa situação hipotética, fica caracterizada a causa de aumento de pena se
José tiver cometido o crime
a) com emprego de chave falsa.
b) com restrição da liberdade de Manoel.
c) com destruição de obstáculo à subtração do dinheiro.
d) mediante fraude, escalada ou destreza.
e) durante o repouso noturno.

Gabarito B

Roubo: Primeiro, caracteriza-se roubo, na modalidade de violência imprópria, pois tira


qualquer resistência da vítima. 
OBS1: Não confundir violência imprópria (caso em tela), com roubo impróprio, que é
aquele em que o agente começa furtando, mas para assegurar a coisa, utiliza violência. 

DICA: 
293

Furto só tem uma causa de aumento, repouso noturno. Todo o resto é qualificadora.


Roubo só tem duas qualificadoras, Roubo + lesão grave, visto que a lesão leve incorre
no caput, já que é intrínseca à violência. E roubo + morte (latrocínio), todo o resto é
causa de aumento. 

a) com emprego de chave falsa. (INCORRETO : QUALIFICADORA DO FURTO)

b) com restrição da liberdade de Manoel. (CORRETO: AUMENTO DE PENA DO


ROUBO)

c) com destruição de obstáculo à subtração do dinheiro. (INCORRETO:


QUALIFICADORA DO FURTO)

d) mediante fraude, escalada ou destreza. (INCORRETO:  QUALIFICADORA DO


FURTO)

e) durante o repouso noturno. (INCORRETO:  AUMENTO DE PENA DO FURTO)

433- Texto CE1A04AAA

Roberto, Pedro e Lucas planejaram furtar uma relojoaria. Para a consecução desse
objetivo, eles passaram a vigiar a movimentação da loja durante algumas noites.
Quando perceberam que o lugar era habitado pela proprietária, uma senhora de setenta
anos de idade, que dormia, quase todos os dias, em um quarto nos fundos do
estabelecimento, eles desistiram de seu plano. Certa noite depois dessa desistência, sem
a ajuda de Roberto, quando passavam pela frente da loja, Pedro e Lucas perceberam que
a proprietária não estava presente e decidiram, naquele momento, realizar o furto. Pedro
ficou apenas vigiando de longe as imediações, e Lucas entrou na relojoaria com uma
sacola, quebrou a máquina registradora, pegou o dinheiro ali depositado e alguns
relógios, saiu em seguida, encontrou-se com Pedro e deu-lhe 10% dos valores que
conseguiu subtrair da loja.
Considerando a situação hipotética apresentada no texto CE1A04AAA e os tipos
penais inscritos no Código Penal sob o título “Dos Crimes contra o Patrimônio”,
assinale a opção correta.
a) Na situação considerada, a quebra da máquina registradora caracterizou emprego de
violência na subtração de bem móvel e, consequentemente, a prática do crime de roubo.
b) O cometimento do crime no período de repouso noturno poderá ser causa de aumento
de pena.
c) Apropriação indébita é o tipo penal em que incorrerá a pessoa que vier a adquirir
algum dos relógios, desde que saiba ela tratar-se de fruto de crime.
d) A venda dos relógios, objeto do crime cometido por Pedro e Lucas, configurará o
crime de receptação.
e) A situação em apreço traz o tipo penal furto mediante subtração de coisa alheia
móvel com violência ou grave ameaça.
294

Gabarito B
434- Assinale a opção correta acerca dos crimes contra o patrimônio conforme
entendimento do STJ e da doutrina majoritária.
a) Indivíduo que vender coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou
imóvel que tiver prometido vender a terceiro mediante pagamento em prestações, e
silenciar sobre quaisquer dessas circunstâncias, praticará o delito de induzimento à
especulação.
b) Se, posteriormente à subtração dos bens, a vítima for obrigada a fornecer senha para
a realização de saques em sua conta bancária, será configurado um delito único, ou seja,
a extorsão.
c) O crime de roubo se consuma quando o agente se torna possuidor da coisa subtraída,
mediante violência ou grave ameaça, ainda que o objeto subtraído não saia da esfera de
vigilância da vítima.
d) No crime de apropriação indébita, assim como no de estelionato, o agente detém,
anteriormente à prática do crime, a posse lícita da coisa.
e) A destruição de patrimônio de empresa pública, a exemplo da Caixa Econômica
Federal, configura dano qualificado.
Gabarito C

A) ERRADA: O agente pratica, aqui, uma modalidade específica de estelionato,


prevista no art. 171, §2°, II do CP, que consiste no delito de alienação ou oneração
fraudulenta de coisa própria.

B) ERRADA: Se o agente subtrai alguns pertences da vítima, está consumado o delito


de furto (ou roubo, no caso de emprego de violência ou grave ameaça). Se,
posteriormente, obriga a vítima a fornecer sua senha para a realização de saques, pratica
novo crime, desta vez o delito de extorsão, previsto no art. 158 do CP, ou art. 158, §3°
do CP, caso haja restrição da liberdade de vítima. Seja como for, teremos aqui dois
delitos, em concurso material. Entendimento já consolidado do STJ:

(…) Na linha de precedentes desta Corte e do Pretório Excelso, configuram-se os crimes


de roubo e extorsão, em concurso material, se o agente, após subtrair alguns pertences
da vítima, obriga-a a entregar o cartão do banco e fornecer a respectiva senha.

(…)(HC 102.613/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em


26/08/2008, DJe 06/10/2008)

C) CORRETA: Com a adoção da teoria da amotio /apprehensio pelos Tribunais


brasileiros, para a consumação do furto e do roubo basta a que o agente tenha a posse do
bem por um breve espaço de tempo, ainda que não consiga obter a posse mansa e
pacífica ou transportar a coisa de um lugar para outro.

D) ERRADA: No crime de estelionato o agente não detém a posse lícita da coisa


anteriormente à prática da conduta. Esta é uma característica inerente ao crime de
apropriação indébita.
295

E) ERRADA: Item errado, pois as empresas públicas não foram incluídas no rol do art.
163, § único, III do CP, e não há possibilidade de se fazer analogia aqui, pois seria
analogia in malam partem.

435- A respeito dos crimes contra a pessoa e o patrimônio, assinale a opção


correta.
a) Se, após passar horas em poder de assaltantes e sob a mira de uma arma, a vítima
fornecer-lhes a senha para saque em caixas eletrônicos, estará caracterizado o roubo
circunstanciado pela restrição da liberdade da vítima.
b) Em se tratando do crime de extorsão mediante sequestro, será reduzida a pena do
corréu que, agindo em concurso de agentes, denunciar o delito à autoridade competente,
ainda que a delação não seja meio eficaz de facilitação da libertação da vítima.
c) A incidência da qualificadora consistente em emprego de arma independe da
comprovação, por meio de apreensão e perícia, do grau de lesividade da arma utilizada
na prática do crime de roubo.
d) Se o porte ilegal de arma de fogo funcionar como crime meio para a prática do roubo,
aplicar-se-á o princípio da subsidiariedade, respondendo o agente pela prática do crime
fim.
e) Se, em um jogo de futebol, as torcidas rivais se agredirem mutuamente e um dos
contendores atingir, com o bastão de uma bandeira, a boca do adversário, causando-lhe
lesões corporais graves, todos os envolvidos responderão pelo resultado mais gravoso,
por se tratar do crime de rixa, em que se encontra presente o animus rixandi, ainda que o
agressor seja prontamente identificado e preso em flagrante.
Gabarito C

A) ERRADA. O crime em tese é o de extorsão. Na extorsão, a vítima é forçada a


colaborar e sem sua colaboração o marginal não consegue atingir seu objetivo.

B) ERRADA. O parágrafo único do art. 159 cuida o instituto da delação premiada,


autorizando a redução da pena de um a dois terços ao delator que tenha praticado o
crime em concurso, desde que suas informações à autoridade facilitem a liberação do
sequestrado.

C) CORRETA

D) ERRADA. Questão trata do princípio da consunção, que incidirá, quando entre duas
normas houver uma que se constitui em ato preparatório, meio necessário, fase da
execução ou mero exaurimento de outro fato descrito por norma mais ampla. O
princípio da subsidiariedade, será usado quando houver duas normas e uma delas
descrever lesão ao bem jurídico maior do que da outra. O que não ocorre nesse item.

E) ERRADA. Em se tratando de entrevero envolvendo dois grupos bens distintos e


visualizáveis, tais como duas torcidas rivais, muito embora nós tenhamos mais de três
pessoas envolvidas na briga, o delito de rixa não se caracterizaria. Nesses casos, há, na
verdade, uma prática de lesões corporais recíprocas, mas não o crime de rixa.
296

436- É correto afirmar que,


a) segundo entendimento hoje unânime nas duas turmas de competência criminal do
Superior Tribunal de Justiça, o descumprimento de ordem judicial imposta sob o título
de medida protetiva no âmbito da Lei n° 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não implica
a prática das condutas típicas de desobediência dispostas nos artigos 330 ou 359 do
Código Penal.
b) segundo entendimento hoje vigente no âmbito do Supremo Tribunal Federal, o
tráfico de drogas cometido na vigência da Lei n° 8.072/1990, em qualquer de suas
versões, é crime assemelhado a hediondo.
c) para a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a consumação do roubo
reclama a posse pacífica e indisputada da coisa pelo agente.
d) a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não admite a aplicação do chamado
princípio da insignificância penal para o crime de descaminho.
e) segundo a jurisprudência assentada no âmbito da 3ª Seção do Superior Tribunal de
Justiça, não subsiste o crime de desacato tipificado no artigo 331 do Código Penal no
ordenamento jurídico brasileiro, posto que incompatível com o direito de liberdade de
expressão e crítica.
Gabarito A
A - Correta. Não há crime de desobediência quando a pessoa desatende a ordem e
existe alguma lei prevendo uma sanção civil, administrativa ou processual penal para
esse descumprimento, sem ressalvar que poderá haver também a sanção criminal.  STJ.
5ª Turma. REsp 1.374.653-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 11/3/2014
(Info 538). STJ. 6ª Turma. RHC 41.970-MG, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em
7/8/2014 (Info 544).

Diferenciar a aplicação da insignificância aos crimes fiscais em geral:

STF: valor inferior a R$ 20 mil (HC 127.173/PR, j. 21.3.17).

Assim: "A atualização, por meio de Portaria do Ministério da Fazenda, do valor a ser
considerado nas execuções fiscais repercute, portanto, na na análise da tipicidade de
condutas que envolvem a importação irregular de mercadorias". 

=====

STJ: valor inferior a R$ 10 mil (AgRg no REsp1489667/PR, j. 19.9.17).

Assim: "A Portaria MF n. 75, de 22 de março de 2012, do Ministério da Fazenda, por


cuidar de norma infralegal que não possui força normativa capaz de revogar ou
modificar lei em sentido estrito, não tem o condão de alterar o patamar limítrofe para a
aplicação do princípio da bagatela".

437- Sobre o iter criminis, é correto afirmar:


297

a) A aferição do início do ato de execução do crime independe do elemento subjetivo do


tipo.
b) O Código Penal brasileiro adota a teoria subjetiva pura na aferição do início do ato de
execução.
c) A Lei Antiterrorismo (Lei n° 13.260/2016) prevê a punição de atos preparatórios de
terrorismo quando realizado com o propósito inequívoco de consumar o delito.
d) A punição da tentativa de crime culposo depende de expressa previsão legal.
e) Em verdadeira regressão garantista, o Superior Tribunal de Justiça firmou
entendimento de que a posse mansa e pacífica é necessária à consumação do roubo.
Gabarito C

O Que é o Iter CriminisI? Numa tradução literal, seria o "caminho do crime", ou seja,


dos atos preparatórios até o exaurimento do delito.

FASES DO ITER CRIMINIS

Fase interna: Cogitação

Na cogitação não existe ainda a preparação do crime, o autor apenas mentaliza, planeja
em sua mente como vai ele praticar o delito, nesta etapa não existe a punição do agente,
pois o fato dele pensar em fazer o crime não configura ainda um fato típico e
antijurídico pela lei, sendo irrelevante para o direito penal.

Fase externa: Preparação

Segundo o ilustre Fernando Capez (2008, p.241), é a prática dos atos imprescindíveis à
execução do crime. Nesta fase ainda não se iniciou a agressão ao bem jurídico, o agente
não começou a realizar o verbo constante da definição legal (núcleo do tipo), logo o
crime ainda não pode ser punido.

Execução

Segundo o autor Cezar Roberto Bitencourt (2012, p.523), dos atos preparatórios passa-
se, naturalmente, aos atos executórios. Atos de execução são aqueles que se dirigem
diretamente à prática do crime, isto é, a realização concreta dos elementos constitutivos
do tipo penal.

Consumação

A consumação é o momento de conclusão do delito, reunindo todos os elementos do


tipo penal.

Exaurimento

Também chamado de crime exaurido ou crime esgotado, é o delito em que,


posteriormente à consumação, subsistem efeitos lesivos derivados da conduta do autor.
298

É o caso do recebimento do resgate no crime de extorsão mediante sequestro,


desnecessário para fins de tipicidade, eis que se consuma com a privação da liberdade
destinada a ser trocada por indevida vantagem econômica. No terreno da tipicidade, o
exaurimento não compõe o iter criminis, que se encerra com a consumação.

438- No que concerne aos crimes contra o patrimônio, é correto afirmar que
a) há pluralidade de latrocínios, se diversas as vítimas fatais, ainda que único o
patrimônio visado e lesado, conforme entendimento pacificado dos tribunais superiores.
b) possível o reconhecimento da figura privilegiada do delito nos casos de furto
qualificado, se primário o agente e de pequeno valor a coisa subtraída,
independentemente da natureza da qualificadora, segundo entendimento sumulado do
Superior Tribunal de Justiça.
c) a indispensabilidade do comportamento da vítima não constitui critério de
diferenciação entre o roubo e a extorsão.
d) a receptação própria não prevê modalidade de crime permanente.
e) não constitui furto de energia a subtração de sinal de TV a cabo, consoante já
decidido pelo Supremo Tribunal Federal.
Gabarito E

e) correta:

O sinal de TV a cabo não é energia, e assim, não pode ser objeto material do delito
previsto no art. 155, § 3º, do Código Penal. Daí a impossibilidade de se equiparar o
desvio de sinal de TV a cabo ao delito descrito no referido dispositivo. Ademais, na
esfera penal não se admite a aplicação da analogia para suprir lacunas, de modo a se
criar penalidade não mencionada na lei (analogia in malam partem), sob pena de
violação ao princípio constitucional da estrita legalidade. Precedentes. Ordem
concedida. (HC 97261, Relator (a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma,
julgado em 12/04/2011, DJe-081 DIVULG 02-05-2011 PUBLIC 03-05-2011 EMENT
VOL-02513-01 PP-00029 RTJ VOL-00219- PP-00423 RT v. 100, n. 909, 2011, p. 409-
415).

439- Pedro subtraiu o veículo de Eduardo mediante grave ameaça, exercida com
emprego de arma de fogo, e empreendeu fuga. Pouco tempo depois, foi capturado
em busca efetuada pelos policiais.
Considerando esse caso hipotético, assinale a alternativa correta.
a) Pedro praticou roubo tentado, pois não teve a posse mansa, pacífica, tranquila e(ou)
desvigiada do veículo.
b) Pedro praticou roubo tentado, considerando que não se tornou possuidor do veículo,
uma vez que foi capturado pouco tempo depois do crime.
c) Segundo o STJ, que adota a teoria da contrectatio, Pedro praticou roubo consumado.
299

d) Segundo o STJ, que adota a teoria da apprehensio, também denominada de amotio,


Pedro praticou roubo consumado.
e) Segundo o STJ, que adota a teoria da ablatio, Pedro praticou roubo consumado.
Gabarito D
Momento consumativo do furto

São quatro:

1- a teoria da "contrectatio", para a qual a consumação se dá pelo simples contato entre


o agente e a coisa alheia;

2- a teoria da "apprehensio" ou "amotio", segundo a qual se consuma esse crime quando


a coisa passa para o poder do agente;

3- a teoria da "ablatio", que tem a consumação ocorrida quando a coisa, além de


apreendida, é transportada de um lugar para outro; e

4- a teoria da "illatio", que exige, para ocorrer a consumação, que a coisa seja levada ao
local desejado pelo ladrão para tê-la a salvo.

440- Pedro subtraiu o veículo de Eduardo mediante grave ameaça, exercida com
emprego de arma de fogo, e empreendeu fuga. Pouco tempo depois, foi capturado
em busca efetuada pelos policiais.
Considerando esse caso hipotético, assinale a alternativa correta.
a) Pedro praticou roubo tentado, considerando que não se tornou possuidor do veículo,
uma vez que foi capturado pouco tempo depois do crime.
b) Segundo o STJ, que adota a teoria da contrectatio, Pedro praticou roubo consumado.
c) Segundo o STJ, que adota a teoria da apprehensio, também denominada de amotio,
Pedro praticou roubo consumado.
d) Segundo o STJ, que adota a teoria da ablatio, Pedro praticou roubo consumado.
e) Pedro praticou roubo tentado, pois não teve a posse mansa, pacífica, tranquila e(ou)
desvigiada do veículo.
Gabarito C
441- Considere as seguintes afirmações a respeito dos crimes contra o patrimônio.
I. Tratando-se de crime de roubo, o juiz poderá substituir a pena de reclusão pela de
detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa, se o
criminoso é primário e se é de pequeno valor a coisa objeto do roubo.
II. No delito de estelionato a pena será aplicada em dobro se o crime for cometido
contra idoso.
III. O delito de receptação não admite a forma qualificada.
300

Quais são INCORRETAS?


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
Gabarito D
442- Tício subtrai coisa alheia móvel de Mélvio e, logo depois de subtraída a coisa,
emprega violência ou grave ameaça contra Mélvio, a fim de assegurar a
impunidade do crime ou a detenção da coisa para si. O crime cometido por Tício
foi:
a) Extorsão.
b) Furto.
c) Extorsão indireta.
d) Roubo.
e) Lesão corporal grave.
Gabarito D
443- Desejando roubar um estabelecimento comercial, Celidônio rouba
primeiramente um carro, deixando-o ligado em frente ao estabelecimento para a
facilitação de sua fuga. Quando Celidônio se afasta, Arlindo casualmente passa
pelo local e, vendo o veículo ligado, opta por subtraí-lo, dirigindo
ininterruptamente até ingressar em outro Estado da Federação. Nesse contexto, é
correto falar que Arlindo cometeu crime de:
a) receptação
b) furto qualificado.
c) roubo.
d) furto
e) roubo majorado
Gabarito B
444- A fim de subtrair pertences de Bartolomeu, Marinalda coloca barbitúricos em
sua bebida, fazendo-o desfalecer. Em seguida, a mulher efetiva a subtração e deixa
o local, sendo certo que o lesado somente vem a acordar algumas horas depois.
Nesse contexto, é correto afirmar que Marinalda praticou crime de:
a) furto qualificado.
301

b) apropriação indébita.
c) estelionato.
d) extorsão.
e) roubo.
Gabarito E

>> Roubo próprio (caput, art. 157): emprega-se violência ou grave ameaça à pessoa
para roubar, ocorrendo estas antes ou durante a subtração; ou a emprega para reduzir a
resistência da vítima. Há duas situações aqui:

 - Violência própria: há agressão física/grave ameaça para subtrair a coisa (ex: soco ou
ameaça de morte com faca).

- Violência imprópria: o agente retira da vítima a possibilidade de resistência (ex: boa


noite Cinderela).

 >> Roubo impróprio (§ 1º, art. 157): após a subtração da coisa, o agente emprega
violência ou grave ameaça para assegurar a impunidade do crime ou detenção da coisa
subtraída. A violência deve ser contemporânea à subtração da coisa.

 Na questão, o roubador utilizou (antes da subtração) um remédio para a vítima dormir
e, assim, conseguir tomar o bem (após ela dormir). Houve ROUBO PRÓPRIO
MEDIANTE VIOLÊNCIA IMPRÓPRIA, do art. 157, "caput", in fine, CP

24.3- Extorsão

445- Tício subtrai coisa alheia móvel de Mélvio e, logo depois de subtraída a coisa,
emprega violência ou grave ameaça contra Mélvio, a fim de assegurar a
impunidade do crime ou a detenção da coisa para si. O crime cometido por Tício
foi:
a) Extorsão.
b) Furto.
c) Extorsão indireta.
d) Roubo.
e) Lesão corporal grave.
Gabarito D

Cuidado para não confundir violência propria ou imprópria com roubo proprio ou
impróprio. Segue a relação

Violência própria= violência ou grave ameaça;


302

Violência imprópria= reduzir a capacidade de resistência da vítima;

Roubo próprio caput= violência própria ou impropria + subtrair;

Roubo impróprio § 1°= subtrair + violência própria;

OBS.  subtrair + violência imprópria= será furto + outro crime relacionado a violência
imprópria; ou seja, não existe roubo impróprio com violência imprópria por falta de
tipificação, resultando em furto + crime correspondente a violência imprópria:

 § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega


violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou
a detenção da coisa para si ou para terceiro.

446- Beltrano, aproveitando-se da greve da força estadual de segurança pública,


invade casa de eletrodomésticos a noite, arromba a porta de acesso e subtrai
televisão. Após ampla divulgação do acontecido pelos meios de imprensa, Beltrano
arrependido devolve a televisão. Considerando o exposto, e correto afirmar que
Beltrano:
a) Não cometeu crime algum, visto que devolveu a televisão.
b) Cometeu o crime de roubo, visto que agiu quando a força de segurança do Estado se
encontrava de greve.
c) Cometeu o crime de apropriagao indébita, visto que inobstante tenha subtraido
devolveu o objeto
d) Cometeu o crime de furto, sendo irrelevante para consumação do citado crime a
devolução da televisão.
e) Cometeu o crime de estelionato visto que agiu com ardil se aproveitando da greve da
força de segurança do Estado.
Gabarito D
447- “Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça
ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência”. O Código Penal Brasileiro intitula o tipo penal ora
transcrito de
a) extorsão.
b) furto de coisa comum.
c) roubo.
d) furto qualificado.
e) furto.
Gabarito C
303

448- Quem constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de


lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não
fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda estará incorrendo no
crime de:
a) ameaça.
b) constrangimento ilegal.
c) extorsão.
d) estelionato.
e) extorsão indireta.
Gabarito B

Código Penal:

Constrangimento ilegal  - Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave


ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de
resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda(...)

Extorsão - Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com


o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer,
tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa(...)É só lembrar que, na extorsão, o
constrangimento é usado para obter indevida vantagem econòmica.

449- Considere as regras básicas aplicáveis ao Direito Penal e ao Direito Processual


Penal para assinalar a alternativa em que não conste crime contra a pessoa.
a) Homicídio
b) Aborto
c) Feminicídio
d) Indução a suicídio
e) Extorsão
Gabarito E

DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 

Furto

Furto qualificado

Furto de coisa comum

Roubo
304

Extorsão

Extorsão mediante seqüestro

Extorsão indireta

550- De acordo com o Código Penal e a interpretação dos tribunais, a exigência ou


solicitação de quantia de dinheiro para “furar a fila” de atendimento no Sistema
Único de Saúde configura o crime de:
a) concussão.
b) corrupção ativa.
c) corrupção passiva.
d) peculato.
e) extorsão.
Gabarito A

xigir é uma coisa, Solicitar é outra.

Na concussão, não traz na sua forma tipica o verbo SOLICITAR, mas apenas o
EXIGIR:

Concussão: Art. 316 - EXIGIR, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida(...)

Corrupção passiva: Art. 317 - SOLICITAR ou receber, para si ou para outrem, direta
ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem(...)

ENTRETANTO, o comando da questão pede a resposta de acordo com a


INTERPRETAÇÃO DOS TRIBUNAIS, então a resposta deverá ser de acordo com
esse entendimento, ao qual não achei nenhum julgado sobre o aqui exposto. 

De acordo com o Código Penal e a interpretação dos tribunais, a exigência ou


solicitação de quantia de dinheiro para “furar a fila” de atendimento no Sistema
Único de Saúde configura o crime de:

(A)Concussão:Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda


que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida

(B)Corrupção ativa:Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário


público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:

(C)Corrupção passiva:Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou


indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
305

(D)Peculato:Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou


qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo,
ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:

(E)Extorsão:Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e


com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer,
tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa

24.4- Extorsão mediante sequestro

501- O crime de extorsão mediante sequestro, desde que se prove que a intenção do
agente era, de fato, sequestrar a vítima, se consuma no exato instante em que a
pessoa é sequestrada, privada de sua liberdade, independentemente de o(s)
sequestrador(es) conseguir(em) solicitar(em) ou receber(em) o resgate.

Gabarito CORRETO
Tudo bem que o crime é formal, consumando-se com a privação de liberdade. Porém, a
questão peca ao afirmar que o dolo é de simplesmente sequestrar. Na verdade, o dolo
consubstancia-se na vontade consciente de privar a liberdade da vítima, com a
finalidade de obter vantagem ilícita (elemento subjetivo do tipo).
502- Sobre o crime de extorsão mediante sequestro, é correto afirmar que:
a) a consumação do crime do art. 159 do CP se opera com a exigência de uma vantagem
como condição ou preço do resgate, o que faz com que o delito seja doutrinariamente
classificado como crime formal.
b) o crime é hediondo mesmo em sua forma simples, dispensando a verificação de
resultados morte ou lesão corporal de natureza grave para a incidência da Lei n°8.072,
de 1990.
c) o concurso de pessoas é uma das circunstâncias qualificadoras concernentes ao crime
de extorsão mediante sequestro, nos mesmos moldes do furto e diferentemente do que
ocorre no roubo, no qual a pluralidade de agentes tem a natureza de causa de aumento
da pena.
d) há, no art. 159 do Código Penal, previsão expressa de delação premiada,
determinando diminuição da pena ao participante que revelar o crime à autoridade,
permitindo a libertação do sequestrado ou a recuperação do produto ou do proveito do
crime.
e) ocorre a forma qualificada da extorsão mediante sequestro, entre outras hipóteses,
quando a restrição à liberdade da vítima dura mais de quinze dias, mas nunca em tempo
inferior.
Gabarito B
503- Após a leitura das alternativas abaixo, que contém alguns dos crimes contra o
patrimônio previstos no Código Penal Brasileiro, identifique a(s) afirmações
correta(s):
306

I. Extorsão - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito


de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se
faça ou deixar de fazer alguma coisa.
II. Extorsão indireta - Solicitar, como garantia de dívida, abusando da situação de
alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou
contra terceiro
III. Extorsão mediante sequestro - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para
outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate.
IV. Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza - Apropriar-
se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por descuido, ou em força da natureza:
A sequência correta é:
a) As assertivas I e IV estão corretas.
b) As assertivas I, II e III estão corretas.
c) Apenas a assertiva III está correta.
d) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
Gabarito D

II- Extorsão indireta: Art. 160 - Exigir ou receber ( a questão diz Solicitar), como


garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a
procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro. 

IV - Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza: Art.


169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro ( a questão fala
por descuido), caso fortuito ( a questão não cita caso fortuito) ou força da natureza.

504- O delito de extorsão mediante sequestro pode ser classificado como:


a) Delito de tendência interna transcendente peculiar;
b) Delito de tendência interna transcendente de resultado separado;
c) Delito de tendência interna transcendente incompleto de dois atos;
d) Delito de tendência interna peculiar de resultado separado;
e) Delito de tendência interna peculiar incompleto de dois atos.
Gabarito B

Delitos de intenção (ou de tendência interna transcendente):  são crimes formais no


qual há um elemento subjetivo do tipo (mais conhecido como dolo específico- termo
erroneamente difundido) ou seja, uma finalidade específica, mas que para a consumação
do crime não é necessário a realização dessa finalidade específica, como por exemplo o
crime de extorsão mediante sequestro, o ato de sequestrar consuma o crime, a obtenção
da vantagem caracteriza mero exaurimento. Esse crime possui 2 espécies:
307

Delitos de resultado cortado(ou separado): Também é um crime formal, que possui


uma finalidade específica, essa finalidade específica não precisa ser realizada para a
consumação do crime, porém a peculiaridade desse crime é que para a realização da
finalidade específica almejada é necessário uma conduta de TERCEIRO, como no caso
da questão, sendo o mesmo exemplo que eu já citei, o crime de extorsão mediante
sequestro, para a obtenção da vantagem é necessário a conduta de um terceiro, por
exemplo a mãe, pai, marido etc.

Delito mutilado (atrofiado) de 2 atos: Também é um crime formal, que possui uma
finalidade específica, essa finalidade específica não precisa ser realizada para a
consumação do crime, porém a peculiaridade desse crime é que para a realização da
finalidade específica almejada é necessário uma conduta do PRÓPRIO AGENTE,
como no caso do crime de moeda falsa (art 289 § 4 do CP- Nas mesmas penas incorre
quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada. ) o
agente que realizou a falsificação poderá colocar em circulação a moeda.

Peço atenção aos senhores para não confundirem com o delito de tendência
intensifica, ou apenas (delitos de tendência) nesses crimes para a sua caracterização é
necessário conhecer a ''intenção- finalidade específica'' que move o agente, por
exemplo, o ginecologista, caso este esteja satisfazendo a sua lascívia praticará o crime
de violação sexual mediante fraude, caso haja conforme a profissão o fato é atípico.

505- Quanto ao crime de extorsão mediante sequestro, pode- -se afirmar que
a) se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade,
facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de 1 (um) a 2/3 (dois
terços).
b) a vantagem almejada com a extorsão é necessariamente o pagamento do preço do
resgate.
c) se resultar em morte da vítima, tipifica homicídio.
d) a pena é aumentada quando o sequestro superar, no mínimo, 48 horas.
Gabarito A

Extorsão mediante seqüestro

 Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer
vantagem, como condição ou preço do resgate: 

 Pena - reclusão, de oito a quinze anos. 

 § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à


autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um
a dois terços. 

24.5- Dano
308

506- De acordo com os tipos penais previstos no Código Penal, é INCORRETO


afirmar:
a) Visando conferir maior proteção em razão da vulnerabilidade apresentada, o Código
Penal determina que a pena deva ser dobrada, caso o crime de estelionato seja cometido
contra idoso.
b) Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém,
documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra
terceiro caracteriza a prática do crime denominado Extorsão Indireta.
c) Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia por motivo egoístico ou com prejuízo
considerável para a vítima constitui crime processado mediante ação penal privada.
d) Repetindo previsão específica contida no crime de furto, o legislador pátrio fez
incidir no delito de roubo uma qualificadora caso haja subtração de veículo automotor
que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.
Gabarito D

Subtrair veículo e transportá-lo para outro estado/país

NO FURTO---> QUALIFICADORA

NO ROUBO--->AUMENTO DE PENA

507- Entre outras possibilidades, o crime de dano do art. 163 do CP é qualificado


se cometido
a) por motivo fútil.
b) por duas ou mais pessoas.
c) durante o repouso noturno.
d) em situação de calamidade pública.
e) contra o patrimônio da União, Estado ou Município.
Gabarito E

Código Penal

Dano

Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:

Dano qualificado

Parágrafo único - Se o crime é cometido:

I - com violência à pessoa ou grave ameaça;


309

II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime


mais grave

III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de


serviços públicos ou sociedade de economia mista;

IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:

508- Bráulio, inconformado com uma mensagem privada de conteúdo romântico


observada no aparelho de telefonia celular de sua namorada, decide dele se
apossar como vingança. Contudo, enfrenta oposição da namorada, que se posta
entre o autor e o aparelho. Assim, Bráulio, para assegurar seu intento, empurra
com violência a namorada contra a parede, ferindo-a levemente. Assegurando a
posse do telefone, Bráulio deixa a casa da namorada, vai até um terreno baldio e,
pegando uma grande pedra que ali se encontra, com ela golpeia o aparelho, de
modo a torná-lo inservível, o que era sua intenção desde o início. Analisando o caso
proposto, assinale a opção que corretamente realiza a subsunção do
comportamento do autor à norma penal.
a) Dano qualificado
b) Furto e lesão corporal.
c) Lesão corporal.
d) Roubo
e) Dano qualificado e lesão corporal.
Gabarito E

A questão narrou o caso do indivíduo que, para quebrar o celular de sua namorada, a


agride com um empurrão (lesão leve). A banca, de forma resumida, pedia ao candidato
que tipificasse a conduta.

Dano

Art. 163 – Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:

Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Dano qualificado

Parágrafo único – Se o crime é cometido:

I – com violência à pessoa ou grave ameaça;

II – com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime


mais grave
310

III – contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de


serviços públicos ou sociedade de economia mista; (Redação dada pela Lei nº 5.346, de
3.11.1967)

IV – por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:

Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa,  além da pena correspondente à
violência.

509- A respeito dos crimes contra o patrimônio, assinale a alternativa correta.


a) No crime de furto de uso, se a coisa infungível é subtraída para fim de uso
momentâneo, e, a seguir, vem a ser imediatamente restituída ou reposta no lugar onde se
achava, responderá o agente por pena de detenção de até seis meses e pagamento de
trinta dias-multa.
b) Se o agente consuma o homicídio, mas não obtém êxito na subtração de bens da
vítima por circunstâncias alheias à sua vontade, responderá por crime de homicídio
qualificado consumado.
c) O delito de dano, previsto pelo art. 163 do Código Penal, prevê as modalidades
dolosa e culposa.
d) O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem
indevida.
e) De acordo com o art. 168, § 1o , do Código Penal, são causas exclusivas de aumento
da pena ao delito de apropriação indébita quem receber a coisa em depósito necessário
ou em razão de ofício, emprego ou profissão.
Gabarito D

A) Não existe o crime de furto de uso. 

B) Latrocínio. 
C) Não há modalidade culposa no crime de dano. 

D) Súmula STJ 96: O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da


vantagem indevida.

E) São três hipóteses que fazem que ensejam aumento de pena:  

Apropriação indébita
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
I - em depósito necessário;
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou
depositário judicial;
III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
311

A) Não existe o crime de furto de uso.


B) Latrocínio.
C) Não há modalidade culposa no crime de dano.
D) Súmula STJ 96: O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da
vantagem indevida.
E) São três hipóteses que fazem que ensejam aumento de pena:
Apropriação indébita
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
I - em depósito necessário;
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou
depositário judicial;
III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
510- João resolveu implodir sua casa, para construir um salão de festas. Assim,
sem solicitar ou obter qualquer autorização dos órgãos públicos competentes e sem
conhecimento técnico para tal, adquiriu dinamite e, mediante explosão, expôs a
perigo a vida, a integridade física e o patrimônio de seus vizinhos. Sob a ótica do
direito penal, afirma-se que João:
a) não cometeu qualquer crime, por falta de tipicidade penal;
b) não cometeu qualquer crime, pois o ilícito praticado merece reprimenda apenas na
esfera cível, pela falta de dolo;
c) cometeu crime de dano;
d) cometeu crime de explosão;
e) cometeu crime de incêndio.
Gabarito D

24.6- Apropriação indébita

511- Leonardo encontra uma cédula de R$ 50,00 sob a poltrona da sala da casa de seu
amigo Fausto, lugar que habitualmente frequenta e, sem que o dono da casa perceba,
dela se apodera. Diante do caso hipotético apresentado, Leonardo pratica o crime de
a) apropriação de coisa achada.
b) furto qualificado.
c) estelionato.
312

d) furto simples.
e) apropriação indébita.
Gabarito B
512- Vitor, sócio administrador da Sociedade X, em razão da grande quantidade
de serviço que desempenha, deixa de repassar no prazo devido, de maneira
negligente, à previdência social contribuições previdenciárias recolhidas dos
empregados contribuintes. Um dos empregados, porém, descobre o ocorrido e
narra para autoridade policial.
Considerando as informações narradas, é correto afirmar que a conduta de Vitor
configura:
a) indiferente penal;
b) apropriação indébita comum majorada;
c) apropriação indébita previdenciária;
d) apropriação indébita de coisa havida por erro;
e) furto qualificado.
Gabarito A
O crime é um todo unitário e indivisível. Ou o agente comete o delito (fato típico, ilícito
e culpável) ou o fato por ele praticado será considerado um indiferente penal. 
513- Alcides, administrador de um cemitério, percebendo que, depois de uma
chuva torrencial, ossos anteriormente sepultados em uma cova rasa ficaram
expostos, decide levar para sua casa o crânio que compunha aquele esqueleto.
Assinale a alternativa que corretamente indica a subsunção de seu comportamento
à norma penal.
a) Conduta atipica
b) Subtração de cadáver
c) Apropriação indébita
d) Furto
e) Vilipêndio a cadáver
Gabarito A

Questão muito bem elaborada!

Se o agente houvesse violado a sepultura e subtraído o crânio, caracteriza tão somente o


crime do artigo 210 (violação de sepultura),pois as partes do esqueleto não
configuram coisas alheias móveis.
313

Todavia, nota-se que não houve violação de sepultura, pois os ossos foram expostos em
virtude de uma chuva torrencial. Dessa forma, a conduta do agente se tornou atípica, já
que não são objetos do crime de subtração de cadáver o esqueleto, as cinzas, as múmias
e as partes do corpo incapazes de se reconhecer como tal.

Artigo 210 -Violação de Sepultura- As ações típicas previstas são a de violar (abrir,
quebrar, devassar) ou profanar (ofender, ultrajar, desrespeitar) sepultura (local onde se
enterram os cadáveres) ou urna funerária (reservatório destinado ao depósito de cinzas
ou partes do defunto).

Exige-se finalidade especial por parte do agente, vez que no ato de violação ou
profanação, é imprescindível o sentimento de desrespeito.

Artigo 211 - Destruição, subtração ou ocultação de cadáver - Três são as ações


nucleares típicas previstas no dispositivo em estudo: destruir (desfazer, desmanchar,
destroçar), subtrair (apoderar-se) e ocultar (esconder, dissimular) cadáver ou parte dele.

 "Cadáver é todo o corpo humano sem vida, quer a morte, isto é, a cessação dos
fenômenos vitais, tenha ocorrido antes ou depois do nascimento (…) Note-se que, para
que seja considerado cadáver, não basta ao corpo humano estar sem vida, sendo
imprescindível que mantenha os traços mínimos identificadores da aparência humana,
ou seja, que não tenha sido atingido pela decomposição cadavérica. Assim, não são
objetos do crime em estudo o esqueleto, as cinzas, as múmias e as partes do corpo
incapazes de se reconhecer como tal.

514- A fim de subtrair pertences de Bartolomeu, Marinalda coloca barbitúricos em


sua bebida, fazendo-o desfalecer. Em seguida, a mulher efetiva a subtração e deixa
o local, sendo certo que o lesado somente vem a acordar algumas horas depois.
Nesse contexto, é correto afirmar que Marinalda praticou crime de:
a)furto qualificado.
b) apropriação indébita.
c) estelionato.
d) extorsão.
e) roubo.
Gabarito E
515- Um funcionário da Farmácia Vida Boa é o responsável pelo pagamento das
contas da sociedade empresarial junto ao estabelecimento financeiro. Em
determinada data, quando levava R$ 2.000,00 ao Banco para depósito a pedido do
gerente da sociedade, decide, no caminho, ficar com R$ 1.000,00 para si e apenas
depositar na conta os outros R$ 1.000,00. Não falsifica, porém, qualquer
comprovante de depósito, mas simplesmente não o entrega ao responsável.
Considerando a situação narrada, a conduta do funcionário configura:
a) apenas ilícito civil, sendo penalmente atípica;
b) crime de furto;
314

c) crime de estelionato;
d) crime de receptação;
e) crime de apropriação indébita.
Gabarito E

APROPRIAÇÃO INDÉBITA

Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:

Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.

- É um crime que se caracteriza por uma situação de quebra de confiança, uma vez que
a vítima espontaneamente entrega um objeto ao agente, e este, depois de já estar na
sua posse ou detenção, inverte seu ânimo em relação ao objeto, passando
a comportar-se como dono (prática de um ato de disposição que somente poderia ser
efetuado pelo proprietário - ex.: venda, locação, doação, troca etc - “apropriação
indébita propriamente dita”; recusa em efetuar a devolução da coisa solicitada pela
vítima - “negativa de restituição”); ao receber o bem o sujeito deve estar de boa-fé, ou
seja, ter intenção de devolvê-lo a vítima ou de dar a ele a correta destinação; se já recebe
o objeto com intenção de apoderar-se dele comete crime de “estelionato”.

516- Paulo e João foram surpreendidos nas dependências da Câmara dos


Deputados quando subtraíam carteiras e celulares dos casacos e bolsas de pessoas
que ali transitavam. Paulo tem dezessete anos e teve acesso ao local por intermédio
de João, que é servidor da Casa.
Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
A conduta de João se enquadra no tipo penal de apropriação indébita, uma vez que ele
subtraía os referidos bens valendo-se da facilidade que lhe proporcionava sua atividade
profissional.
Gabarito ERRADO

O item está errado. A conduta de João caracteriza o delito de furto, previsto no art. 155
do CP:

Furto
Art. 155 – Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Não há que se falar em apropriação indébita, que pressupõe o recebimento voluntário da


coisa e a posterior alteração do animus do agente, que passa a não mais pretender
devolvê-la.

Não se trata, ainda, de peculato-furto porque os bens não estavam na posse do Estado.
Os bens apenas foram furtados dentro das dependências de uma Instituição pública.
315

517- Eufrosina, experiente psicóloga e conhecedora profunda das técnicas de


hipnose, propõe a sua amiga Ambrosia hipnotizá-la, sob o argumento de curá-la de
um trauma da infância. Acreditando na cura, Ambrosia aceita a terapia. Estando
sob os efeitos da hipnose e das determinações de Eufrosina, Ambrosia entrega-lhe
um colar de brilhantes, que já era cobiçado pela psicóloga há anos. Eufrosina vai
embora surrupiando a joia. Assim, Eufrosina praticou o crime de:
a) roubo próprio.
b) furto simples.
c) furto qualificado
d) roubo impróprio.
e) apropriação indébita.
Gabarito A
518- Paulo exercia, há muitos anos, as funções de caseiro da chácara de Pedro, que
nele depositava absoluta confiança, entregando-lhe as chaves da sede para limpeza.
Um dia Paulo apanhou as chaves e entrou no quarto, subtraindo a quantia de R$
3.000,00 que se encontrava na gaveta do armário. Paulo cometeu crime de ;
a) apropriação de coisa achada.
b) apropriação indébita.
c) furto simples.
d) estelionato.
e) furto qualificado pelo abuso de confiança.
Gabarito E
519- Imagine que João confunda seu aparelho de telefone celular com o de seu
colega Pedro e, descuidadamente, leve para sua casa o aparelho de Pedro. Ao
perceber o equívoco, João imediatamente comunica-se com Pedro e informa o
ocorrido.
No dia seguinte, João devolve o aparelho ao colega sem qualquer dano. Analisando
a hipótese narrada, é possível afirmar que João
a) cometeu crime de furto, mas não será punido em vista do instituto da desistência
voluntária.
b) não cometeu crime algum.
c) cometeu crime de apropriação indébita, mas não será punido em vista do instituto da
desistência voluntária.
d) cometeu crime de furto, mas não será punido em vista do instituto do arrependimento
eficaz.
316

e) cometeu crime de apropriação indébita, mas não será punido em vista do instituto do
arrependimento eficaz
Gabarito B

24.6- Estelionato

520- Gustavo, funcionário público estadual, com o objetivo de obter vantagem


patrimonial ilícita para si, utilizou papel-moeda grosseiramente falsificado para
efetuar pagamento de compras de alto valor em um supermercado.
Em face dessa situação hipotética, assinale a opção correspondente à figura típica do
delito praticado por Gustavo.
a) estelionato
b) moeda falsa
c) crime assimilado ao de moeda falsa
d) fraude no comércio
e) concussão
Gabarito A
Súmula 73 STJ -  a utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em
tese, o crime de estelionato, da competência da justiça estadual.

Se grosseira - Tipifica Estelionato (Art. 171cp) - Justiça Estadual.

Se idônea - Tipifica crime de Moeda Falsa (Art. 289cp) - Justiça Federal. 

521- Praticará o crime de estelionato aquele que obtiver para si vantagem ilícita,
em prejuízo de incapaz, mantendo-o em erro, mediante fraude.
Gabarito ERRADO

Para configurar estelionato, art. 171/CP, a vítima deve ser capaz. Isso é importante,
porque se a vítima é incapaz, o crime é o do art. 173, do CP e não mais admite
suspensão do processo.

Abuso de Incapazes

Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão ou


inexperiência de menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo
qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo
próprio ou de terceiro: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

522- Aquele que vender a terceiro de boa-fé coisa que tenha furtado praticará os
crimes de furto e estelionato, já que lesionará bens jurídico-penais de pessoas
distintas.
317

Gabarito ERRADO
VENDA DA RES FURTIVA
Apesar de existirem duas correntes posicionadas acerca do tema, quais sejam 1ª) Crime
único de furto e; 2ª) Concurso material entre furto e estelionato, a primeira corrente é
majoritária, tanto na doutrina como na jurisprudência pátria.

A venda do proveito do furto trata-se de pós fato impunível, pois não há nova violação
para o legítimo dono da coisa. Ademais, a alienação do objeto é mero exaurimento do
delito anterior, não tem força para configurar um novo delito autônomo. Por fim, é caso
de aplicação do princípio da concussão.

INDO MAIS ALÉM


Aquele que adquire o objeto furtado responderá pelo delito de receptação, que é punível
nas modalidades dolosa e até mesmo culposa.
Aquele que oculta objeto furtado para assegurar impunidade do autor do furto comete
crime de favorecimento real.
523- Conforme o STF, o crime de estelionato previdenciário praticado por terceiro
não beneficiário tem natureza de crime instantâneo de efeitos permanentes, razão
por que seu prazo prescricional começa a fluir da percepção da primeira parcela
do benefício.
Gabarito CORRETO

ESTELIONATO PREVIDENCIÁRIO (ENTENDIMENTO STF)

Praticado por BENEFICIÁRIO -> crime permanente (o prazo prescricional começa a


correr a partir do momento da última percepção do benefício)

Praticado por TERCEIRO -> crime instantâneo de efeito permanente (prescrição


começa a correr no momento da percepção do primeiro benefício auferido por terceiro) 

524- Placídio achou na rua um cartão de crédito e o utilizou para efetuar compras
de roupas finas em um estabelecimento comercial. Essa conduta caracterizou o
crime de
a) apropriação indébita.
b) furto qualificado pela fraude.
c) estelionato.
d) extorsão simples.
e) receptação.
Gabarito C
525- Alfredo, de posse de cheque em branco do empregador, falsifica a assinatura
deste no título e o utiliza na compra de determinado bem, obtendo vantagem ilícita
318

em prejuízo do comerciante. Na hipótese, segundo entendimento sumulado do


Superior Tribunal de Justiça, Alfredo responde por
a)falsificação de documento público e estelionato, em concurso formal.
b) estelionato, apenas.
c) falsificação de documento público e estelionato, em concurso material.
d) estelionato e falsificação de documento particular, em concurso formal.
e) falsificação de documento público, apenas.
Gabarito B

24.7- Receptação

526- Sobre o crime de receptação, é correto afirmar que:


a) aquele que encomenda a prática de crime patrimonial prévio não responde por
receptação ao receber para si o produto do crime.
b) não é possível a receptação que tenha como crime prévio uma outra receptação.
c) cuida-se de crime subsidiário ao delito de favorecimento real.
d) a receptação qualificada admite a modalidade culposa.
e) majoritariamente. entende-se que. se a infração penal prévia for um ato infracional,
não há receptação, pois esta tem como objeto material o produto de um crime.
Gabarito A

1) Por que, para o STJ, talonário de cheques e cartão de crédito não podem ser
objeto de receptação?

Por não possuírem, em si, o valor econômico indispensável à caracterização de crime


contra o patrimônio.

 2) Na receptação, o crime anterior precisa ser necessariamente contra o


patrimônio?

Não! Podendo ser crime v.g. contra a administração pública (peculato), contra os
direitos autorais (pirataria), etc.

 3) É possível receptação de coisa produto de ATO INFRACIONAL?

SIM!

 4) É possível receptação de coisa produto de CONTRAVENÇÃO?

NÃO!
319

 5)É possível receptação de receptação?

SIM!

527- Desejando roubar um estabelecimento comercial, Celidônio rouba


primeiramente um carro, deixando-o ligado em frente ao estabelecimento para a
facilitação de sua fuga. Quando Celidônio se afasta, Arlindo casualmente passa
pelo local e, vendo o veículo ligado, opta por subtraí-lo, dirigindo
ininterruptamente até ingressar em outro Estado da Federação. Nesse contexto, é
correto falar que Arlindo cometeu crime de:
a) receptação
b) furto qualificado.
c) roubo.
d) furto
e) roubo majorado
Gabarito B
Furto porque foi sem violência ou grave ameaça, e qualificado devido Arlindo ter
transportado o veículo para outro estado. 
528- O ato de adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito
próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que
terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte é tipificado como crime de:
a) Receptação.
b) Apropriação indébita.
c) Induzimento à especulação.
d) Estelionato.
Gabarito A
529- No delito de receptação qualificada, a expressão “coisa que deve saber ser
produto de crime" possui interpretação do STF no sentido de que,
a) se trata de norma inconstitucional com relação ao preceito secundário, por violar o
princípio da proporcionalidade quando comparada à pena prevista para o caput.
b) se aplica apenas aos casos de dolo eventual, excluindo-se o dolo direto.
c) abrange igualmente o dolo direto.
d) configura má utilização da expressão, por ser indicativa de culpa consciente.
e) impede que no exercício de atividade comercial possa se alegar receptação culposa.
Gabarito C
320

530- O réu primário cujo crime tenha sido o de adquirir ou receber coisa que, por
sua natureza ou pela desproporção entre seu valor e preço, ele presumia ter sido
obtida por meio criminoso poderá receber o perdão judicial, caso o juiz considere,
conforme as circunstâncias, ser adequada tal medida.
Gabarito CORRETO

Trata-se de Receptação culposa. 

Conforme Cleber Masson:

A receptação culposa encontra-se descrita no art. 180, § 3.º, do Código Penal: “Adquirir
ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou
pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso.

Vê-se, de plano, que a receptação é o único crime contra o patrimônio, previsto no


Código Penal, punido a título de dolo e também de culpa.

Perdão judicial

Encontra-se previsto no art. 180, § 5.º, 1.ª parte, do Código Penal, e incide unicamente
na receptação culposa. Na dicção legal: “Na hipótese do § 3.º, se o criminoso é
primário, pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a
pena”

531- NÃO admite a figura privilegiada, com substituição da pena de reclusão pela
de detenção, diminuição de um a dois terços ou aplicação somente da pena de
multa, o crime de
a) furto.
b) duplicata simulada.
c) estelionato.
d) apropriação indébita.
e) receptação.
Gabarito B

24.8- Disposições gerais

532- Em relação aos crimes contra o patrimônio, é correto afirmar que


a) constitui causa de aumento de pena do furto simples a subtração de semovente
domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da
subtração.
b) é isento de pena quem comete furto em prejuízo de ascendente, independentemente
da idade da vítima.
321

c) não incide a agravante de crime praticado contra maior de sessenta anos no caso de
estelionato contra idoso.
d) admitem a figura privilegiada os crimes de furto, dano, apropriação indébita,
estelionato e receptação.
Gabarito C

a) ERRADA: Item errado, pois não se trata de causa de aumento de pena, e sim
qualificadora, na forma do art. 155, §6º do CP.

 b) ERRADA: Item errado, pois, se o ascendente é pessoa idosa, ou seja, possui idade
igual ou superior a 60 anos, não é aplicável tal causa pessoal de isenção de pena, na
forma do art. 183, III do CP.

 c) CORRETA: Item correto, pois no estelionato tal circunstância já é considerada


como causa de aumento de pena, na forma do art. 171, §4º do CP, de modo que não
pode ser considerada, no mesmo caso, como agravante, sob pena de bis in idem.

 d) ERRADA: Item errado, pois a figura privilegiada não está prevista para o crime de
dano.

533- Nos termos preconizados pelo Código Penal, em relação às escusas


absolutórias, estará isento de pena
a) Pedro, co-autor de um crime de furto qualificado juntamente com seu amigo Italo,
praticado contra o genitor deste último.
b) Rodrigo, que invade a chácara de sua família e comete um crime de roubo contra
seus ascendentes, subtraindo bens que guarneciam o imóvel.
c) Paulo, que pratica um crime de furto contra empresa de seu tio.
d) Micaela, que pratica um crime de estelionato contra seu filho, utilizando os
documentos pessoais e cartão de crédito deste para fazer compras em estabelecimentos
comerciais de uma determinada cidade.
e) Flávia, que pratica crime de apropriação indébita contra o seu avô de 70 anos de
idade.
Gabarito D
534- O furto praticado por um irmão em desfavor do outro deve ser considerado
isento de pena, por expressa previsão legal.
Gabarito ERRADO

"CAD-CITS"

 ISENTO de pena: CAD

Cônjuge
322

Ascendente ou Descendente

SOMENTE se procede mediante representação: CITS

Cônjuge desquitado ou judicialmente separado

Irmão legítimo ou ilegítimo

Tio ou Sobrinho

535- Maurício estava na festa de aniversário de seu pai e sua mãe, que, juntos,
comemoravam seus aniversários de 61 anos e 59 anos respectivamente. Com a
intenção de comprar bebidas, subtrai R$1.000,00 (mil reais) da carteira de seu pai
sem que ninguém veja sua conduta. Já no dia seguinte pela manhã, ingressa no
quarto de sua mãe para subtrair dólares, mas depara-se com a genitora trocando
de sapatos. Decide, então, ameaçá-la de morte e levar todo o dinheiro que era
apenas de sua mãe. Diante dessa situação, é correto afirmar que:
a) Maurício é isento de pena pela prática dos dois crimes, em razão da escusa
absolutória pelo fato de as vítimas serem seus genitores;
b) Maurício é isento de pena pela prática da conduta engendrada contra o pai, mas não
contra a mãe;
c) as condutas praticadas por Maurício são atípicas, pois os bens subtraídos também
podem ser considerados de sua propriedade;
d) Maurício é isento de pena pela prática da conduta engendrada em desfavor de sua
mãe, mas não pela conduta praticada contra seu pai;
e) Maurício deverá responder pela prática de ambos os crimes, não havendo que se falar
em aplicação de escusas absolutórias.
Gabarito E
536- É correto afirmar que é isento de pena a esposa que pratica crime de furto
qualificado com emprego de chave falsa contra seu marido na constância do
casamento, gozando esta de imunidade penal absoluta.
Gabarito CORRETO
537- Após analisar as assertivas a respeito dos crimes contra o patrimônio, assinale
a alternativa correta.
a) As ações dos seguintes crimes somente se procedem mediante representação: Furto
de coisa comum; Outras fraudes; Estelionato cometido em prejuízo de irmão que conta
20 anos de idade.
b) Aquele que encontra uma nota de cem reais sob o sofá da sala da residência de um
amigo e dela se apodera pratica o crime de apropriação de coisa achada.
c) É isento de pena quem comete furto em prejuízo de ascendente com idade igual ou
inferior a sessenta anos.
323

d) Aquele que subtrai coisa alheia móvel do cônjuge judicialmente separado é isento de
pena.
Gabarito A
538- Considere que Marcos, penalmente imputável, subtraia de seu genitor de
sessenta e oito anos de idade, um relógio de alto valor. Nessa situação, o autor não
pode beneficiar-se da escusa penal absolutória, em razão da idade da vítima.
Gabarito CORRETO
539- João, que morava com o irmão do seu pai, subtraiu R$ 1.000,00 da carteira
dele. Assim, a ação penal será:
a) pública incondicionada.
b) pública condicionada à representação.
c) privada simples.
d) privada personalíssima.
e) privada subsidiária da pública.
Gabarito CORRETO
Trata-se das chamadas imunidades relativas ou processuais previstas no artigo 182 do
Código Penal.

Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste


título é cometido em prejuízo:
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

Esse artigo (182) se relaciona aos crimes contra o patrimônio.

O art. 182 do CP prevê a imunidade relativa ou processual consistente na necessidade


de uma condição de procedibilidade, ou seja, de representação para a instauração de
ação penal pública nas hipóteses pela lei, e sempre por razões de política criminal.

Há imunidade relativa entre irmãos sendo irrelevante qualquer distinção. Não prevalece
o parentesco por afinidade, mas apenas o decorrente de adoção.

A imunidade relativa entre cônjuges separados, todavia, é inexistente se houver o


divórcio ou a anulação do casamento ou também referir-se a ex-concubinos.

Há ainda a imunidade relativa quando o fato envolve tio e sobrinho desde que morem
sob o mesmo teto, juntos, e em relativa dependência.

Não ocorre a imunidade se houver mera hospitalidade ocasional ou temporária. Trata-se


de rol taxativo não se estende ao primo.
324

A lei exclui expressamente as imunidades em face dos crimes praticados com violência
ex vi o art. 183 do CP.

25- Crimes contra a propriedade imaterial

540- Assinale a opção correta, considerando a lei e a jurisprudência dos tribunais


superiores.
a) A conduta de vender ou expor à venda CDs ou DVDs contendo gravações de
músicas, filmes ou shows não configura crime de violação de direito autoral, por ser
prática amplamente tolerada e estimulada pela procura dos consumidores desses
produtos.
b) Na aplicação dos princípios da insignificância e da lesividade, as condutas que
produzam um grau mínimo de resultado lesivo devem ser desconsideradas como delitos
e, portanto, não ensejam a aplicação de sanções penais aos seus agentes.
c) O uso de revólver de brinquedo no crime de roubo justifica a incidência da majorante
prevista no Código Penal, por intimidar a vítima e desestimular sua reação.
d) A idade da vítima é um dado irrelevante na dosimetria da pena do crime de homicídio
doloso.
e) Para a configuração dos crimes contra a honra, exige-se somente o dolo genérico,
desconsiderando-se a existência de intenção, por parte do agente, de ofender a honra da
vítima.
Gabarito B

A -> Não há que se falar no principio da adequação social, ou seja, continua sendo uma
conduta criminosa (Súmula 502,STJ)
B-> Correta
C-> Apenas arma de fogo ou arma branca para majorar o crime de roubo (Art. 157, P.
2º , II)

D-> Menor de 14 ou maior de 60 anos a pena é aumentada de 1 terço (Art 121, P. 5º)

E-> Inexiste na modalidade culposa 

541- Vanessa foi presa em flagrante enquanto vendia e expunha à venda cerca de
duzentos DVDs piratas, falsificados, de filmes e séries de televisão. Realizada a
devida perícia, foi confirmada a falsidade dos objetos. Incapaz de apresentar
autorização para a comercialização dos produtos, Vanessa alegou em sua defesa
que desconhecia a ilicitude de sua conduta.
Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta à luz da jurisprudência
dominante dos tribunais superiores.
a) Vanessa é isenta de culpabilidade, pois incidiu em erro de proibição.
325

b) O MP deve comprovar que os detentores dos direitos autorais das obras falsificadas
sofreram real prejuízo para que a conduta de Vanessa seja criminosa.
c) A conduta de Vanessa ofende o direito constitucional que protege a autoria de obras
intelectuais e configura crime de violação de direito autoral.
d) A conduta de vender e expor à venda DVDs falsificados é atípica em razão da
incidência do princípio da adequação social.
e) A conduta de vender e expor à venda DVDs falsificados é atípica em razão da
incidência do princípio da insignificância.
Gabarito C

A - Incorreta.  Só a ausência de potencial consciência da ilicitude (erro de proibição


invencível ou escusável) exclui a culpabilidade. A vendedora pode a até desconhecer a
ilicitude, o que atenuará a pena (art. 65, II, CP), mas possuia pontencial consciência,
sendo culpável.

B - Incorreta. É delito formal, de consumação antecipada ou cortada, independendo do


resultado naturalístico (efetiva venda ou prejuízo econômico).

C - Correta. De fato, a CF garante a proteção aos direitos dos autores.

D - Incorreta. O STJ sumulou entendimento de que a conduta de expor à venda CDS e


DVDs piratas é materialmente típica, não incidindo o princípio da adequação social.

E - Incorreta. Tampouco incide o principio da insigificância face à expressividade da


lesão jurídica provocada (prejuízo à indústria e ao fisco).

542- Acerca da disciplina legal dos crimes previstos na parte especial do CP,
assinale a opção correta.
a) A conduta de subtrair cadáver de sua sepultura configura crime de furto qualificado.
b) O ato de escarnecer de alguém publicamente em razão de sua crença ou de sua
função religiosa configura crime de injúria qualificada.
c) Nas figuras qualificadas do crime de direito autoral, é desnecessário que haja o
intuito de obter lucro para que seja configurado o referido crime.
d) No crime de impedimento ou perturbação de enterro ou cerimônia funerária, constitui
causa de aumento de pena o fato de o agente praticar o referido crime mediante
violência.
e) A ação penal para os crimes contra a propriedade intelectual é de iniciativa privada e
deverá ser ajuizada mediante queixa do ofendido.
Gabarito D

a) A conduta de subtrair cadáver de sua sepultura configura crime de furto qualificado


(ERRADO), configura o crime do artigo 211 do CP - "Destruir, subtrair ou ocultar
cadáver ou parte dele".
326

b) O ato de escarnecer de alguém publicamente em razão de sua crença ou de sua


função religiosa configura crime de injúria qualificada (ERRADO), configura o crime
do artigo 208 do CP - "Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou
função religiosa...".

c) Nas figuras qualificadas do crime de direito autoral, é desnecessário que haja o


intuíto de obter lucro para que seja configurado o referido crime (ERRADO). Nas
figuras qualificadas, os parágrafos 1, 2 e 3 necessitam do "intuito de lucro" e somente o
parágrafo 4 "não necessita do intuito de lucro".

d) (CERTA)

e) A ação penal para os crimes contra a propriedade intelectual é de iniciativa privada e


deverá ser ajuizada mediante queixa do ofendido (ERRADO). Conforme o artigo 186
do CP, somente o parágrafo I - o processo iniciará por queixa do ofendido.

543- Segundo o entendimento sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça, aquele


que expõe à venda CDs e DVDs piratas pratica:

a) Crime de violação de direito autoral, previsto no art. 184, §2º, do Código Penal.

b) Contravenção Penal de exercício irregular da profissão, prevista no artigo 47 da Lei


de Contravenções Penais.

c) Crime de concorrência desleal, previsto no artigo 195, da Lei nº 9.279/96.

d) Crime contra as relações de consumo, previsto no artigo 7º da Lei nº 8.137/90.

e) Não pratica crime algum, pois a conduta caracteriza livre exercício de trabalho ou
profssão.

Gabarito A

Sumula 502 STJ:

Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto no


art. 184, § 2º, do CP, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas.
544- O dolo direto ou eventual é elemento subjetivo do delito de violação de direito
autoral, não havendo previsão para a modalidade culposa desse crime.
Gabarito CORRETO
545- A venda de cópias não autorizadas de CDs e DVDs — cópias piratas — por
vendedores ambulantes que não possuam outra renda além da advinda dessa
atividade, apesar de ser conduta tipificada, não possui, segundo a jurisprudência
do STJ, tipicidade material, aplicando-se ao caso o princípio da adequação social.
Gabarito ERRADO
327

Atenção! A súmula 502 do STJ, editada em 2013, consolidou o entendimento dessa


Corte acerca da criminalização da pirataria: "Presentes a materialidade e a autoria,
afigura-se típica, em relação ao crime previsto no art. 184, § 2º, do CP, a conduta de
expor à venda CDs e DVDs piratas".

26- Crimes contra a organização do trabalho

546- Caio, ao cessar suas atividades empresariais, determina que o responsável por
inscrever informações na Carteira de Trabalho e Previdência Social dos
funcionários inclua no documento a informação de que os empregados foram
demitidos em 01.02.2017, enquanto, na verdade, o vínculo empregatício foi
rompido em 01.05.2017.
Descobertos os fatos, a Caio:
a) não poderá ser aplicada qualquer pena, já que não foi ele que inseriu a informação na
carteira de trabalho;
b0 será aplicada a pena do crime de falsificação de documento público;
c) será aplicada a pena do crime de falsificação de documento particular;
d) será aplicada a pena do crime de falsidade ideológica de documento público;
e) será aplicada a pena do crime de certidão ou atestado ideologicamente falso.
Gabarito B

ABARITO: B

 Código Penal

 Falsificação de documento público

Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento


público verdadeiro:

        Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo,


aumenta-se a pena de sexta parte.

 § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade


paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade
comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir:

 I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer


prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado
obrigatório;
328

II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento


que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa
da que deveria ter sido escrita; 

III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as


obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que
deveria ter constado. 

 547- Assinale a resposta INCORRETA:

a) O crime de atentado contra a liberdade de trabalho está disciplinado no título do


Código Penal que trata dos crimes contra a organização do trabalho, admitindo a
tentativa.

b) No crime de aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território


nacional, a pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é idosa ou gestante.

c) O crime de aliciamento para o fim de emigração está disciplinado no título do Código


Penal que trata dos crimes contra a liberdade pessoal.

d) O crime de praticar, induzir ou incitar a discriminação de pessoa em razão de sua


deficiência é punível com pena de reclusão e multa.

e) Não respondida.

Gabarito C
548- Considere as assertivas abaixo sobre crimes em espécie.
I - O crime de assédio sexual prescinde de prevalecer-se o agente de sua condição de
superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou
função.
II - Constitui crime o recrutamento de trabalhadores, mediante fraude, com o fim de
levá-los para território estrangeiro, exceto se para o trabalhador advier vantagem
econômica.
III - Constitui crime de sonegação de contribuição previdenciária deixar de lançar
mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as quantias descontadas
dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços.
Quais são corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas II e III
e) I, II e III
329

Gabarito C
549- Segundo a tipologia especificamente adotada pelo Código Penal, quem omite,
na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a
fazer prova perante a previdência social, nome do segurado e seus dados pessoais,
a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços,
incorre nas penas correspondentes ao crime de:
a) Atentado contra a liberdade de trabalho.
b) Apropriação indébita previdenciária.
c) Falsificação de documento público.
d) Falsificação de documento particular.
e) Redução a condição análoga à de escravo.
Gabarito C

Falsificação de documento público

Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento


público verdadeiro:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo,


aumenta-se a pena de sexta parte.

§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade


paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade
comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000)

I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a


fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de
segurado obrigatório;(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que


deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que
deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as


obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que
deveria ter constado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o,
nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de
trabalho ou de prestação de serviços.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
330

550- No tocante à interpretação dos crimes de perigo abstrato e dos crimes contra
a organização do trabalho, contra a administração pública e contra a dignidade
sexual, consoante a jurisprudência dos tribunais superiores, assinale a opção
correta.
a) Por se tratar de delito de perigo abstrato, o abandono de incapaz dispensa a prova do
efetivo risco de dano à saúde da vítima.
b) O crime de porte ilegal de arma de fogo, classificado como delito de perigo abstrato,
não dispensa a prova pericial para estabelecer a sua eficiência na realização de disparos,
necessária para demonstrar o risco potencial à incolumidade física das pessoas.
c) O agente que não é funcionário público não pode figurar como sujeito ativo do crime
de peculato.
d) No crime de aliciamento para o fim de emigração, pune-se a conduta de recrutar
trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro, como
forma de se garantir a proteção à organização do trabalho.
e) Para a caracterização do crime de concussão, a conduta do servidor público deve
consistir na exigência de vantagem indevida, necessariamente em dinheiro, para si ou
para outrem, em razão da função que o servidor exerce.
Gabarito D

seguem os erros das questoes....

 a) abandono de incapaz- perigo concreto

b) porte ilegal de arma - dispensa pericia

c) peculato - particular pode sim ser agente

d) correta

e) concussão - pode ser qualquer vantagem

27- Crimes contra o sentimento religioso

551- Com relação ao excesso punível, aos crimes contra a dignidade sexual, aos
crimes contra o sentimento religioso e o respeito aos mortos, aos crimes contra a
família e aos crimes contra a administração pública, assinale a opção correta.
a) No estupro de vulnerável, a presunção de violência é absoluta, segundo a
jurisprudência do STJ, sendo irrelevante a aquiescência do menor ou mesmo o fato de já
ter mantido relações sexuais anteriormente.
b) As cinzas humanas não podem ser objeto material do crime de vilipêndio a cadáver.
c) No crime de bigamia, a data do fato constitui o termo inicial do prazo prescricional.
331

d) Comete o crime de concussão o empregado de empresa pública que, utilizando-se de


grave ameaça, exige para si vantagem econômica.
e) Ao contrário do que ocorria com a Parte Geral do Código Penal de 1940, o Código
Penal atual não prevê, expressamente, a aplicabilidade das regras de excesso punível às
quatro causas de exclusão de ilicitude.
Gabarito A

a) CORRETO, No estupro de vulnerável, a presunção de violência é absoluta, segundo a


jurisprudência do STJ, sendo irrelevante a aquiescência do menor ou mesmo o fato de já
ter mantido relações sexuais anteriormente.

 b) As cinzas humanas PODEM SER objeto material do crime de vilipêndio a cadáver.

 c) No crime de bigamia, a data do fato QUE SE TORNOU CONHECIDO constitui o


termo inicial do prazo prescricional.

d) Comete o crime de EXTORSÃO o empregado de empresa pública que, utilizando-se


de grave ameaça, exige para si vantagem econômica.

e) Ao contrário do que ocorria com a Parte Geral do Código Penal de 1940, o Código
Penal atual PREVÊ, expressamente, a aplicabilidade das regras de excesso punível às
quatro causas de exclusão de ilicitude.

552- Com relação ao excesso punível, aos crimes contra a dignidade sexual, aos
crimes contra o sentimento religioso e o respeito aos mortos, aos crimes contra a
família e aos crimes contra a administração pública, assinale a opção correta.
a) No crime de bigamia, a data do fato constitui o termo inicial do prazo prescricional.
b) Comete o crime de concussão o empregado de empresa pública que, utilizando-se de
grave ameaça, exige para si vantagem econômica.
c) Ao contrário do que ocorria com a Parte Geral do Código Penal de 1940, o Código
Penal atual não prevê, expressamente, a aplicabilidade das regras de excesso punível às
quatro causas de exclusão de ilicitude.
d) No estupro de vulnerável, a presunção de violência é absoluta, segundo a
jurisprudência do STJ, sendo irrelevante a aquiescência do menor ou mesmo o fato de já
ter mantido relações sexuais anteriormente.
e) As cinzas humanas não podem ser objeto material do crime de vilipêndio a cadáver.
Gabarito D

Exclusão de ilicitude

   Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:

  I - em estado de necessidade; 
332

  II - em legítima defesa;

  III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

  Excesso punível 

  Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo
excesso doloso ou culposo

553- No que concerne aos crimes contra a organização do trabalho, contra o


sentimento religioso e contra o respeito aos mortos, assinale a opção correta.
a) A violação de túmulos com a consequente retirada dos crânios e de próteses de
cadáver ali sepultado configura o crime de violação de sepultura em concurso material
com furto
b) O crime de atentado contra a liberdade de associação submete- se à ação penal de
iniciativa pública, sujeita à representação daquele que pretenda associar-se
c) É objeto do crime de destruição, subtração ou ocultação de cadáver a múmia
embalsamada, admitindo-se a modalidade tentada
d) O cadáver sepultado não é considerado objeto do delito de furto
e) A retirada do cadáver do local do crime para outro em que não seja reconhecido
caracteriza o crime de vilipêndio a cadáver.
Gabarito D
O cadáver sepultado não é considerado objeto do delito de furto. 

O cadáver, em regra, não pode ser objeto material de furto, roubo ou dano, pois não
possui valor patrimonial. Se, entretanto, foi vendido ou entregue a um instituto
anatômico ou para fim de estudo científico, converte-se em coisa alheia e passa a
integrar o acervo patrimonial da respectiva entidade, e sua subtração ou destruição
constitui crime contra o patrimônio. (Código Comentado. Cleber Masson. Editora
Método. 2013). 

Na alternativa apresentada, o cadáver estava sepultado, logo não poderá ser objeto do
delito de furto. 
a) ERRADO --> Se o agente violar a sepultura com a finalidade de subtrair objetos
junto ao cadáver, o crime meio (violação da sepultura) será absorvido pelo crime fim
(furto), ou seja, aplica-se o princípio da consução 

b) ERRADO --> É crime de ação penal de inciativa pública

c) ERRADO ---> o crime de destruição, subtração e ocultação de cadáver só pode ter


como objeto material cadáver ou partes deles, assim, estão excluídos: os ossos, as
cinzas, múmias, partes do corpo incapazes de serem reconhecidas como tal.
333

d) CORRETO -->  o cadáver apenas pode ser objeto de furto quando pertencer às
universidades para fins educacionais e, evidentemente, nesse caso o cadáver não está
sepultado.

e) ERRADO --> O crime de vilipêndio a cadáver é vilipendiar (desprezar, desdenhar,


rebaixar) o cadáver ou suas cinzas, não há previsão legal da conduta descrita na
assertiva

554- Observe as proposições abaixo e aponte a alternativa que só contenha figuras


criminais previstas nos pontos específicos da matéria de concurso, constante do
edital:
a) 1- vilipendiar cadáver ou suas cinzas; 2- reingressar no território nacional estrangeiro
que de for expulso.
b) 1- submeter alguém, menor de 18 anos à prostituição; 2- ofender alguém referindo-se
à sua condição religiosa.
c) 1- fazer afirmação falsa como perito; 2- inutilizar ou deteriorar coisa alheia.
d) 1- alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto local, especialmente
protegido por lei; 2- expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto iminente.
e) 1- propalar, consciente da falsidade, imputação de crime a alguém; 2- violar direitos
de autor e os que lhe são conexos.
Gabarito C

28- Crimes contra o respeito aos mortos

555- Alcides, administrador de um cemitério, percebendo que, depois de uma


chuva torrencial, ossos anteriormente sepultados em uma cova rasa ficaram
expostos, decide levar para sua casa o crânio que compunha aquele esqueleto.
Assinale a alternativa que corretamente indica a subsunção de seu comportamento
à norma penal.
a) Conduta atipica
b) Subtração de cadáver
c) Apropriação indébita
d) Furto
e) Vilipêndio a cadáver
Gabarito A

Se o agente houvesse violado a sepultura e subtraído o crânio, caracteriza tão somente o


crime do artigo 210 (violação de sepultura),pois as partes do esqueleto não
configuram coisas alheias móveis.
334

Todavia, nota-se que não houve violação de sepultura, pois os ossos foram expostos em
virtude de uma chuva torrencial. Dessa forma, a conduta do agente se tornou atípica, já
que não são objetos do crime de subtração de cadáver o esqueleto, as cinzas, as múmias
e as partes do corpo incapazes de se reconhecer como tal.

Artigo 210 -Violação de Sepultura- As ações típicas previstas são a de violar (abrir,
quebrar, devassar) ou profanar (ofender, ultrajar, desrespeitar) sepultura (local onde se
enterram os cadáveres) ou urna funerária (reservatório destinado ao depósito de cinzas
ou partes do defunto).

Exige-se finalidade especial por parte do agente, vez que no ato de violação ou
profanação, é imprescindível o sentimento de desrespeito.

Artigo 211 - Destruição, subtração ou ocultação de cadáver - Três são as ações


nucleares típicas previstas no dispositivo em estudo: destruir (desfazer, desmanchar,
destroçar), subtrair (apoderar-se) e ocultar (esconder, dissimular) cadáver ou parte dele.

"Cadáver é todo o corpo humano sem vida, quer a morte, isto é, a cessação dos
fenômenos vitais, tenha ocorrido antes ou depois do nascimento (…) Note-se que, para
que seja considerado cadáver, não basta ao corpo humano estar sem vida, sendo
imprescindível que mantenha os traços mínimos identificadores da aparência humana,
ou seja, que não tenha sido atingido pela decomposição cadavérica. Assim, não são
objetos do crime em estudo o esqueleto, as cinzas, as múmias e as partes do corpo
incapazes de se reconhecer como tal.

556- Assinale a opção correta em relação a tipos penais diversos.


a) Somente o dolo qualifica os crimes contra a incolumidade pública, se estes resultam
em lesão corporal ou morte de pessoa.
b) Não constitui crime vilipendiar as cinzas de um cadáver, sendo tal conduta atípica
por ausência de previsão legal.
c) Se três indivíduos, mediante grave ameaça contra pessoa e com emprego de arma de
fogo, renderem o motorista e os agentes de segurança de um carro-forte e subtraírem
todo o dinheiro nele transportado, haverá apenas duas causas especiais de aumento de
pena: o concurso de duas ou mais pessoas e o emprego de arma de fogo.
d) Distribuir símbolos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada para fins
de divulgação do nazismo é uma conduta típica prevista em lei.
e) Pratica crime previsto no CP aquele que contrai casamento conhecendo a existência
de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta ou relativa.
Gabarito D

a) ERRADO . Formas qualificadas de crime de perigo comum

        Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza
grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada
em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de
335

metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo,


aumentada de um terço.

 b) ERRADO. Vilipêndio a cadáver

        Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:

        Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

 c)  ERRADO. (São três qualificadoras) Roubo

        Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência:

  

 § 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:

        I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;

        II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;

        III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal
circunstância.

d) CORRETO, Art. 20 (Lei 7716/89) - Lei de Discriminação Racial

§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos,


distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de
divulgação do nazismo. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

 e) ERRADA (Apenas absoluta e não relativa)

 Conhecimento prévio de impedimento

        Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe
cause a nulidade absoluta.

557- Acerca da disciplina legal dos crimes previstos na parte especial do CP,
assinale a opção correta.
a) A conduta de subtrair cadáver de sua sepultura configura crime de furto qualificado.
b) O ato de escarnecer de alguém publicamente em razão de sua crença ou de sua
função religiosa configura crime de injúria qualificada.
c) Nas figuras qualificadas do crime de direito autoral, é desnecessário que haja o
intuito de obter lucro para que seja configurado o referido crime.
336

d) No crime de impedimento ou perturbação de enterro ou cerimônia funerária, constitui


causa de aumento de pena o fato de o agente praticar o referido crime mediante
violência.
e) A ação penal para os crimes contra a propriedade intelectual é de iniciativa privada e
deverá ser ajuizada mediante queixa do ofendido.
Gabarito D
558- O ato de vilipendiar cadáver
a) não caracteriza figura delitiva autônoma, mas apenas é qualificadora do crime de
violação de sepultura.
b) é crime contra o respeito aos mortos, punido com pena de detenção.
c) não caracteriza figura delitiva autônoma, mas apenas é qualificadora do crime de
impedimento ou perturbação de cerimônia funerária.
d) é contravenção contra a polícia de costumes, punida com prisão simples e multa.
e) não caracteriza crime ou contravenção.
Gabarito
Gabarito B
559- Herculano é inimigo de Tércio. Este faleceu, e seu corpo foi cremado. Ainda
com muito ódio de seu finado desafeto, Herculano, logo após a cerimônia
funerária, veio a despejar líquido sujo sobre as cinzas do cadáver de Tércio. Nessa
situação, o Código Penal dispõe que Herculano
a) deverá responder pelo crime de vilipêndio a cadáver.
b) deverá responder pelo crime de destruição de cadáver.
c) deverá responder pelo crime de perturbação de cerimônia funerária.
d) deverá responder pelo crime de perturbação do sossego alheio.
e) não deverá responder por crime algum, visto que sua conduta não configura crime.
Gabarito A

29- Crimes contra a dignidade sexual


29.1- Estupro

560- À luz da jurisprudência dos tribunais superiores, assinale a opção correta


com relação aos crimes contra a dignidade sexual.
a) Delitos de estupro e atentado violento ao pudor, por estarem descritos em tipos penais
distintos, não podem ser caracterizados como crime único.
337

b) Vítima do sexo masculino não pode ser sujeito passivo do crime de estupro, pois a
caracterização desse tipo penal demanda a conjunção carnal.
c) Se a conjunção carnal decorrer de um ardil que leve a vítima a enganar-se quanto à
identidade pessoal do agente, este responderá pelo crime de estupro.
d) Estupro e atentado violento ao pudor cometidos contra a mesma vítima e no mesmo
contexto devem ser tratados como concurso material de crimes.
e) Presentes os requisitos legais, admite-se a continuidade delitiva entre estupro e
atentado violento ao pudor quando praticados contra vítimas diversas ou fora do mesmo
contexto.
Gabarito E
É possível reconhecer a continuidade delitiva entre estupro e atentado violento ao pudor
quando praticados contra vítimas diversas ou fora do mesmo contexto, desde que
presentes os requisitos do artigo 71 do Código Penal. Precedentes: HC 236713/SP. 
501- Assinale a alternativa que corretamente apresenta uma hipótese de estupro,
na forma consumada ou tentada (art. 213 do CP).
a) Aproveitar-se do pouco espaço para locomoção em um coletivo lotado para beliscar
as nádegas de uma mulher, que, desconhecendo a autoria do fato, fica impedida de agir
contra o autor.
b) Valer-se de violência contra pessoa portadora de deficiência mental, possuidora de
discernimento para o exercício da sexualidade, para com ela praticar ato libidinoso
diverso da conjunção carnal.
c) Propor a um adolescente de quinze anos, por aplicativo de mensagens instantâneas,
um encontro sexual para a prática de coito anal, sendo a proposta prontamente refutada
pelo adolescente.
d) Manter relações sexuais, mediante remuneração, com adolescente de quatorze anos
completos, o qual esteja submetido à prostituição.
e) Manipular, sob a roupa, a genitália de pessoa completamente bêbada, que esteja
desacordada em virtude da severa ingestão de álcool.
Gabarito B

a) Contravenção importunação ofensiva ao pudor (fazer o que né?) Art. 61.


Importunar alguem, em lugar público ou acessivel ao público, de modo ofensivo ao
pudor

b) Estupro

c) Creio ser fato atípico. Para enquadrar em outros tipos precisariamos de mais dados.
Lembrando que não é o Art. 241-D ECA, pois exige criança:  Aliciar, assediar, instigar
ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela
praticar ato libidinoso:             (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)  Pena –
reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
338

d) Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de


criança ou adolescente ou de vulnerável.  Art. 218-B.  Submeter, induzir ou atrair à
prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos
ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento
para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone:    § 2o  Incorre
nas mesmas penas: I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com
alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita
no caput deste artigo;

e) pelo fato do agente passivo estar completamente bêbado, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, ou não pode oferecer resistência, se torna assim
uma pessoa vulneral, caracterizando o art. 217-A §1º do CP. 

502- No que se refere aos crimes contra a dignidade sexual, analise as afirmativas
abaixo.

I - No crime de estupro, não é possível a responsabilização penal por omissão.

II - Como regra, a ação penal é privada, exigindo-se a queixa-crime.

III - No crime de estupro, o tipo penal não exige contato físico entre a vítima e o agente.

IV - Pratica crime de corrupção de menores, previsto no artigo 228 do Código Penal,


aquele que induz menor de dezesseis anos a satisfazer a lascívia de outrem.

Está correto o que se afirma em

a) I, II e IV, apenas.

b) II e III, apenas.

c) I e IV, apenas.

d) III, apenas.

e) II, III e IV, apenas.

Gabarito D

I - Errada. Crime de estupro é hediondo. E pelos crimes hediondos respondem os


mandatens, os executores e os que podendo evitá-los se omitirem (art. 1º, V, Lei nº
8.072/90 c/c art. 5º, XLIII, CF). 

 II - Errada. A ação penal, nos crimes contra dignidade sexual, é, em regra, pública
condicionada. Será pública incondicionada quando resultar lesão grave, morte, ou
quando a vítima for menor de 18 anos ou vulnerável (salvo vulnerabilidade fugaz). 

 III - Correta. O crime de estupro não exige o contato físico (ato libidinoso diverso da
conjunção carnal). É o caso da "contemplação lascíva" de menor de 14 anos (violência
presumida). Há julgado do STJ nesse sentido, lavrado no segundo semestre deste ano. 
339

 IV - Errada. O crime de corrupção de menores está previsto no artigo 244-B do ECA.
Além disso, o crime do art. 218 do CP menciona vítima menor de 14 anos, e não de 16
anos.

503- Laura e Tiago são casados há seis anos, mas estão separados, de fato, há três
meses, embora mantenham contato por conta de um filho, ainda criança, que
possuem em comum. Certo dia, aproveitando-se da sua franca entrada na
residência em que Laura mora com a criança, Tiago conseguiu subtrair a chave de
um dos portões da casa, fez uma cópia dessa chave e devolveu o exemplar original
ao seu lugar, sem que Laura disso tivesse conhecimento. Tempos depois, em dia em
que Laura estava ausente de casa e o filho deles estava na casa da avó materna,
Tiago entrou na casa da ex-esposa e ficou aguardando-a, com a intenção de
surpreendê-la e reconquistá-la. Próximo à meia-noite desse mesmo dia, Laura
chegou e, por estar bastante embriagada, adormeceu muito rapidamente, sem dar
a Tiago a atenção de que ele acreditava ser merecedor. Este ficou enfurecido e
enciumado e tentou, sem sucesso, acordá-la. Não tendo alcançado seu objetivo,
Tiago resolveu manter, e efetivamente manteve, relação sexual com Laura, que
então já estava praticamente desacordada.
Nessa situação hipotética, conforme os dispositivos pertinentes aos crimes contra a
dignidade sexual insertos na Lei Maria da Penha e no Código Penal,
a) para que o crime de estupro se configure, é preciso que tenha ocorrido conjunção
carnal na relação sexual.
b) Tiago não poderá ser acusado de crime de estupro porque Laura ainda é sua esposa.
c) Tiago não poderá ser acusado de crime de estupro porque não usou de grave ameaça
ou violência contra Laura.
d) Tiago poderá ser acusado de crime de estupro de vulnerável.
e) Tiago praticou o crime de assédio sexual, pois qualquer indivíduo pode ser sujeito
ativo desse crime, independentemente de ostentar condição especial em relação à
vítima.
Gabarito D

CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL  

REGRA:  AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO

MENORES DE 18 ANOS: AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA

VULNERABILIDADE TEMPORÁRIA: AÇÃO PENAL PÚBLICA


CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO

VULNERABILIDADE PERMANENTE: AÇÃO PENAL PÚBLICA


INCONDICIONADA
340

504- Com o ingresso da Lei no 12.015/2009, os crimes sexuais sofreram


significativa mudança. A respeito dessas alterações, assinale a alternativa correta.
a) Os crimes contra a dignidade sexual, a partir do ano de 2009, em regra, são
processáveis mediante ação penal pública incondicionada.
b) Os processos que envolvem crimes contra a dignidade sexual, por expressa
determinação legal, são sigilosos.
c) A figura da presunção de violência foi substituída pela figura da presunção de
vulnerabilidade, inexistindo tipo penal autônomo de crime contra a dignidade sexual
para sujeito passivo em situação de vulnerabilidade.
d) A prática de conjunção carnal com alguém menor de 18 anos e maior de 14 anos, em
situação de prostituição, não é conduta típica.
e) Com a revogação do antigo artigo 214 do CP, que previa o crime de atentado violento
ao pudor, houve abolitio criminis das condutas que o caracterizavam.
Gabarito B
A) INCORRETA. CP, Art. 225.  Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título,
procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação. (Redação dada
pela Lei nº 12.015, de 2009). Parágrafo único.  Procede-se, entretanto, mediante ação
penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa
vulnerável. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

 B) CORRETA. CP, Art. 234-B.  Os processos em que se apuram crimes definidos neste
Título correrão em segredo de justiça.(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

 C) INCORRETA. CP, Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei nº 12.015, de


2009) Art. 217-A.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de
14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009). Pena - reclusão, de 8 (oito) a
15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009). § 1o  Incorre na mesma pena
quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou
deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que,
por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. (Incluído pela Lei nº 12.015, de
2009)

 D) INCORRETA. CP, Art. 218-B.  Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra


forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade
ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-
la, impedir ou dificultar que a abandone: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009). Pena -
reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009). § 2o 
Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009). I - quem pratica
conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de
14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº
12.015, de 2009)

E) INCORRETA. Não houve abolitio criminis e sim a aplicação do princípio da


continuidade normativo típica, sendo aplicável o artigo 213 (estupro).
341

505- Sobre os crimes contra a dignidade sexual, marque a alternativa correta:


a) O crime de assédio sexual (art. 216-A, CP) é crime cujo conteúdo típico exige uma
relação de hierarquia entre o agente e a vítima, tal qual aquela existente entre aluno e
professor.
b) A violação sexual mediante fraude (art. 215, CP) é crime formal, vez que para sua
configuração basta o emprego da fraude, capaz de afastar a resistência da vítima,
independentemente da efetiva conjunção carnal.
c) No crime de estupro de vulnerável (art. 217-A, CP), caso o agente se valha de
violência ou grave ameaça contra a vítima para ter conjunção carnal, responderá pelo
crime de estupro, nos termos do art. 213 do CP.
d) A configuração do crime descrito no art. 218-B do CP (Favorecimento da
prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável) se configura quando a
pessoa induzida passa a se dedicar com habitualidade ao comércio carnal.
Gabarito D
Não confundir conduta (que não precisa ser habitual) com consumação (que precisa
ser habitual) da prostituição.

Quanto à conduta, o crime pode ser instantâneo: basta induzir; ou permanente:


enquanto estiver impedindo a pessoa de abandonar a prática. Não precisa haver a prática
do ato sexual.

Quanto à consumação: “Deve-se consignar, no entanto, que, para a consumação, será


necessário que a pessoa induzida passe a se dedicar habitualmente à prática do sexo
mediante contraprestação financeira, não bastando que, em razão da indução ou
facilitação, venha a manter, eventualmente, relações sexuais negociadas. Assim, o que
deve ser habitual não é a realização do núcleo da ação típica, mas o resultado dessa
atuação, qual seja, a prostituição da ofendida. Não havendo habitualidade no
comportamento da induzida, o crime ficará na esfera da tentativa.” (CAPEZ)

506- Glória, de 25 anos, foi contratada por determinada instituição privada de


ensino para ser professora da turma do 2º ano do ensino fundamental.
O diretor da escola, superior de Glória, fica encantado pela beleza da nova contratada e,
em determinada data, no interior da sala da direção, constrange-a a praticar ato sexual,
sob o argumento de que todas as professoras devem o seu trabalho na escola a ele, que
as contratou. Glória, não querendo perder seu emprego, cede ao constrangimento.
Considerando a situação narrada, é corretor afirmar que a conduta do diretor da escola
a) é atípica.
b) configura crime de assédio sexual.
c) configura crime de atentado violento ao pudor.
d) configura crime de estupro.
e) configura crime de constrangimento ilegal.
342

Gabarito B

Como houve um constrangimento entre um superior hierarquico (diretor) e sua


contratada (professora), fica configurado assédio sexual.

Assédio sexual 

Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento


sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou
ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função." 

Trata-se de crime próprio, que só pode ser praticado por aquele que ostente alguma das
condições previstas no tipo penal. 

A Doutrina não é unânime, mas prevalece o entendimento de que deve haver uma


relação de hierarquia laboral (seja pública ou privada) entre infrator e vítima, não
se configurando este delito caso a relação se dê, por exemplo, entre professor e aluno ou
sacerdote e fiel.

507- Dentre as afirmações abaixo, assinale a falsa:


a) Para a caracterização do latrocínio, é irrelevante que a pessoa morta em razão da
violência empregada pelo agente não seja a mesma que detinha a posse da coisa
subtraída.
b) Para a tipificação da extorsão mediante sequestro qualificada pelo resultado é
necessário que a violência utilizada pelo agente e da qual resulta morte seja empregada
contra o sequestrado.
c) O estupro qualificado se configura quando o agente, ao praticar a conduta dirigida à
realização do estupro, causa lesão corporal de natureza grave ou morte da vítima.
d) Se a morte da gestante sobrevém em consequência dos meios inadequados
empregados pelo agente para provocar o aborto, responderá ele por homicídio culposo.
e) A forma majorada da omissão de socorro dispensa a prova do nexo causal natural
entre a morte da vítima e a conduta do agente, bastando tão somente a existência da
possibilidade de que a atuação deste poderia evitar o evento letal.
Gabarito D
508- Cometerá o crime de estupro a mulher que constranger homem, mediante
grave ameaça, a com ela praticar conjunção carnal.
Gabarito CORRETO

Com redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009, o artigo do Código Penal que definia
estupro foi mudado. Antigamente tínhamos estupro e atentado violento ao pudor, bem
como apenas mulheres podiam ser estupradas. E mais: o estupro apenas ocorria se
houvesse penetração vaginal. 

A nova lei diz:


343

“Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso (...)”

Reparem que a nova regra ampliou a atuação do dispositivo, ao passo que não
mais faz a distinção entre homens e mulheres. Em outras palavras qualquer
conjunção carnal ou ato libidinoso feito de forma forçada é considerado um estupro,
não importando o sexo da vitima e do criminoso.

509- Se proposta ação penal após o advento da Lei no 12.015/09 em caso de


estupro com violência presumida, praticado em data anterior à vigência do novo
diploma, sem abuso do pátrio poder e por pessoa não investida na qualidade de
padrasto, tutor ou curador, a ação penal é
a) pública incondicionada, por força de expressa previsão da legislação vigente à época.
b) pública incondicionada, se a vítima ou seus pais não podem prover as despesas do
processo, sem privar-se de recursos indispensáveis à manutenção própria ou da família.
c) pública incondicionada, ante a nova redação do art. 225, parágrafo único, do Código
Penal, de caráter retroativo.
d) pública condicionada, independentemente das condições econômicas da vítima ou de
seus pais.
e) privada, em regra.
Gabarito E

Antes da Lei 12015/09 a regra era a AP de iniciativa privada, havendo, contudo, quatro
exceções:

- Procedia-se mediante ação pública condicionada à representação se a vítima ou seus


pais não podiam prover as despesas do processo, sem privar-se de recursos essenciais à
manutenção da família;

- Procedia-se mediante AP Incondicionada se o crime era cometido com abuso do poder


familiar, ou da qualidade de padrasto, tutor ou curador;

- Procedia-se mediante ação pública incondicionada se da violência resultasse na vítima


lesão grave ou morte;

- A ação era pública incondicionada de acordo com a Súmula 608 do STF quando o
crime de estupro fosse praticado mediante o emprego de violência real.

510- Carlos, imbuído de perniciosa lascívia concupiscente em face de sua colega de


trabalho, Joana, resolve estuprá-la após o fim do expediente. Para tanto, fica
escondido no corredor de saída do escritório e, quando a vítima surge diante de si,
desfere-lhe um violento soco no rosto, que a leva ao chão. Aproveitando-se da
debilidade da moça, Carlos deita-se sobre a mesma, já se preparando para despi-
la, porém, antes da prática de qualquer ato libidinoso, repentinamente, imbuído de
súbito remorso por ver uma enorme quantidade de sangue jorrando do nariz de
344

sua colega, faz cessar sua intenção e a conduz ao departamento médico, para que
receba o atendimento adequado.
Em relação a sua conduta, Carlos:
a) responderá por estupro tentado, em virtude da ocorrência de tentativa imperfeita;
b) não responderá por estupro, em virtude da desistência voluntária;
c) não responderá por estupro, em virtude de arrependimento eficaz;
d) não responderá por estupro, em virtude de arrependimento posterior;
e) responderá por estupro consumado, pois atualmente a lei não exige a prática de
conjunção carnal para a configuração desse delito.
Gabarito B
Carlos não cometeu estupro, pois praticou a chamada "desistência voluntária", que
está prevista no Código Penal: "Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de
prosseguir naexecução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já
praticados."

Assim, Carlos responderá pelo crime de lesão corporal, tipificado no Código Penal:
"Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:"

29.2- Estupro de vulnerável

511- O crime de estupro de vulnerável (art. 217-Ado CP):


a) pode ser praticado mediante conjunção carnal ou ato libidinoso diverso.
b) pressupõe violência ou grave e ameaça como meios executórios.
c) exige que a vítima seja mulher.
d) é subsidiário ao estupro (art. 213 ao CP).
e) é uma hipótese de lenocínio.
Gabarito A

A) Correta.

B) Errada, o art. 217-A não prevê esta condição.

C) Errada, mesma resposta da letra B.

D) Errado, crime subsidiário é aquele cujo tipo penal tem aplicação subsidiária, isto é,
só se aplica se não for o caso de crime mais grave. Exemplo: a invasão de domicílio é
um crime subsidiário ao furto qualificado, pois para que o furto qualificado seja
consumado é preciso invadir o domicílio de alguém. Porém, no mesmo ângulo, é
absurdo falar que o crime de estupro de vulnerável seria apenas uma fase para facilitar a
consumação do crime de estupro, o que torna visível o erro da alternativa.
345

E) Errado, lenocínio (também chamado de proxenetismo, rufianismo ou cafetinagem) é


definido como a exploração ou comércio carnal alheio, sob qualquer forma ou aspecto,
havendo ou não mediação direta ou intuito de lucro. É abordado nos arts. 227 a 230 do
CP, e trata-se de crime diverso do previsto no art. 217-A.

512- O crime de estupro de vulnerável (art. 217-Ado CP):


a) é uma hipótese de lenocínio.
b) exige que a vítima seja mulher.
c) pode ser praticado mediante conjunção carnal ou ato libidinoso diverso.
d) pressupõe violência ou grave ameaça corno meios executórios.
e) é subsidiário ao estupro (art. 213 do CP)
Gabarito C

Estupro de vulnerável           

Art. 217-A.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14
(catorze) anos:          

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.             

 § 1o  Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém
que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a
prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.       

§ 3o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:           

Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.           

§ 4o  Se da conduta resulta morte:          

Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.

513- Configura estupro de vulnerável a(o):


a) manutenção de relações sexuais com pessoa desacordada em virtude de severa
embriaguez, ainda que a vítima, depois de concluída a conduta e ao recuperar sua
consciência, passe a consentir para com o ato libidinoso.
b) indução de menor de 14 anos a presenciar a prática de atos libidinosos, a fim de
satisfazer a lascívia de outrem.
c) constrangimento, mediante violência, de pessoa portadora de enfermidade mental à
prática de conjunção carnal, ainda que a vítima tenha o necessário discernimento para a
prática do ato sexual.
346

d) assédio, no ambiente de trabalho de adolescente aprendiz, que conte com 16 anos de


idade, visando a obter favorecimento de natureza sexual.
e) prática de sexo anal consentido com adolescente de 14 anos de idade que esteja
submetido à prostituição.
Gabarito A
514- Configura estupro de vulnerável a(o):
a) manutenção de relações sexuais com pessoa desacordada em virtude de severa
embriaguez, ainda que a vítima, depois de concluída a conduta e ao recuperar sua
consciência, passe a consentir para com o ato libidinoso.
b) indução de menor de 14 anos a presenciar a prática de atos libidinosos, a fim de
satisfazer a lascívia de outrem.
c) prática de sexo anal consentido com adolescente de 14 anos de idade que esteja
submetido à prostituição.
d) assédio, no ambiente de trabalho de adolescente aprendiz, que conte com 16 anos de
idade, visando a obter favorecimento de natureza sexual.
e) constrangimento, mediante violência, de pessoa portadora de enfermidade mental à
prática de conjunção carnal, ainda que a vítima tenha o necessário discernimento para a
prática do ato sexual.
Gabarito A
515- Configura estupro de vulnerável a(o):
a) prática de sexo anal consentido com adolescente de 14 anos de idade que esteja
submetido à prostituição.
b) constrangimento, mediante violência, de pessoa portadora de enfermidade mental à
prática de conjunção carnal, ainda que a vítima tenha o necessário discernimento para a
prática do ato sexual.
c) manutenção de relações sexuais com pessoa desacordada em virtude de severa
embriaguez, ainda que a vítima, depois de concluída a conduta e ao recuperar sua
consciência, passe a consentir para com o ato libidinoso,
d) indução de menor de 14 anos a presenciar a prática de atos libidinosos, a fim de
satisfazer a lascívia de outrem.
e) assédio, no ambiente de trabalho cie adolescente aprendiz, que conte com 16 anos de
idade, visando a obter favorecimento de natureza sexual.
Gabarito C

Existe diferença entre vulnerável temporário e permanente. Vejamos:

O crime de estupro de vulnerável constitui ação penal pública condicionada à


representação da pessoa ofendida, que deve estar assistida pelo seu representante legal.
347

 1) Se a vítima é pessoa permanentemente vulnerável. Ex: vulnerável em razão de


doença mental.

- Enquadra-se no conceito de vulnerável do art. 217-A do CP.

- Amolda-se na definição do parágrafo único do art. 225 do CP.

- O crime será de ação pública incondicionada.

 2) Se a vítima está apenas temporariamente vulnerável. Ex: encontra-se desmaiada.

- Enquadra-se no conceito de vulnerável do art. 217-A do CP.

- NÃO se amolda na definição do parágrafo único do art. 225 do CP.

- O crime será de ação pública CONDICIONADA.

516- Alaor, consciente sobre todas as circunstâncias do caso concreto, mediante


grave ameaça, obrigou Brenda, criança de 12 anos de idade, a masturbá-lo. Alaor
praticou crime de:
a) corrupção de menores.
b) constrangimento ilegal.
c) ameaça.
d) estupro de vulnerável.
e) estupro.
Gabarito D
517- José, com trinta anos de idade, manteve, entre 2013 e 2015, relacionamento
amoroso com uma menor que atualmente tem treze anos de idade. Nesse período,
constantemente, José, praticava com ela conjunção carnal e outros atos libidinosos
diversos. A mãe da menor descobriu o caso e denunciou José à polícia. A menor,
em seu depoimento, afirmou que sempre consentiu com o namoro e com os atos
sexuais praticados e que, da mesma forma, já havia namorado outros rapazes
antes de José.
Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta à luz da jurisprudência
dominante, atualmente, no STF e no STJ.
a) A prévia existência de relacionamento amoroso e duradouro entre a menor e José
extingue a punibilidade do agente por crime de estupro de vulnerável.
b) José praticou crime de estupro de vulnerável e atentado violento ao pudor em
continuidade delitiva.
c) José praticou crime de estupro de vulnerável, ainda que a adolescente tenha
consentido em manter com ele relações sexuais.
348

d) A ausência de representação formulada pela menor ou por sua mãe impede que José
seja processado pelos fatos ocorridos.
e) A anterior experiência sexual da vítima afasta sua vulnerabilidade, de forma que José
deve responder apenas por corrupção de menor.
518- Assinale a opção correta a respeito dos crimes contra a dignidade sexual e a
família.
a) No crime de subtração de incapazes, a restituição do menor até o momento da
prolação da sentença, desde que este não tenha sofrido maus-tratos ou privações,
configura arrependimento posterior.
b) A persecução penal do crime de estupro de vulnerável ocorre mediante ação penal
pública condicionada à representação do ofendido.
c) O crime de estupro de vulnerável praticado por dois agentes em concurso de pessoas
incorre em causa de aumento de pena prevista na parte especial do CP.
d) O agente solteiro que contrai casamento com pessoa casada, ciente do estado civil
desta, pratica conduta atípica.
e) O agente que, conscientemente, registra, em cartório, filho de terceira pessoa como se
fosse seu próprio filho pratica conduta atípica.
Gabarito C
A) Incorreta - não configura arrependimento posterior. O juiz pode deixar de aplicar a
pena.
Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua
guarda em virtude de lei ou de ordem judicial:

  Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não constitui elemento de outro
crime.

  § 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador do interdito não o exime
de pena, se destituído ou temporariamente privado do pátrio poder, tutela, curatela ou
guarda.

  § 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu maus-tratos


ou privações, o juiz pode deixar de aplicar pena.

B) Incorreta - a ação penal é pública incondicionada.

Art. 225.  Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante
ação penal pública condicionada à representação. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de
2009)

Parágrafo único.  Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se


a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável. (Incluído pela Lei nº
12.015, de 2009)
349

C) Correta.Art. 226. A pena é aumentada:(Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) 

  I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais


pessoas; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)

D) O agente solteiro que contrai casamento com pessoa casada, ciente do estado civil
desta, pratica conduta atípica - Incorreta - a conduta é típica.

Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:

  Pena - reclusão, de dois a seis anos.

  § 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada,
conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos.

E) - Incorreta - a conduta é típica.

Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-


nascido

   Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem;
ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao
estado civil:

519- Em relação à proteção penal de crianças e adolescentes contra abuso e


exploração sexual, pode-se afirmar, conforme a legislação em vigor, que
a) é entendimento consolidado no Superior Tribunal de Justiça que a conduta praticada
pelo cliente ocasional configura o crime de submeter criança ou adolescente à
prostituição ou à exploração sexual.
b) inexiste em nosso Direito legislação penal específica que permita criminalizar a posse
de pornografia infantil e outras condutas relacionadas à pedofilia na internet.
c) o crime de estupro de vulnerável prescinde da elementar violência de fato ou
presumida, bastando que o agente mantenha conjunção carnal ou pratique outro ato
libidinoso com menor de catorze anos.
d) no caso de estupro, procede-se mediante ação penal pública incondicionada se a
vítima é menor de 14 anos e mediante ação penal pública condicionada se vítima é
maior de 14 e menor de 18 anos.
e) incorre em crime próprio, de corrupção de menores, previsto no Código Penal, aquele
que corrompe ou facilita a corrupção de pessoa maior de quatorze e menor de dezoito
anos, com ela praticando ato de libidinagem ou induzindo-a a praticá-lo ou presenciá-lo.
Gabarito A

“A configuração do tipo estupro de vulnerável prescinde da elementar violência de


fato ou presumida, bastando que o agente mantenha conjunção carnal ou pratique
outro ato libidinoso com menor de catorze anos, como se vê da redação do art. 217-
350

A, nos termos da Lei n.º 12.015/2009.” (EDcl no AgRg no Ag 706012 / GO, 5ª Turma,


relatora Ministra Laurita Vaz, DJe de 22/03/2010)

29.3- Favorecimento de prostituição ou outra forma de exploração sexual


de vulnerável
520- A respeito dos crimes contra a dignidade sexual e contra a família, assinale a
opção correta com fundamento no disposto no CP e na jurisprudência dos
tribunais superiores.
a) Nos crimes de estupro, é dispensável a existência de lesões corporais para a
caracterização da violência real
b) O emprego da falsidade ideológica com a finalidade de praticar o crime de bigamia
constitui concurso de crimes, haja vista que são delitos do mesmo gênero.
c) O proxenetismo mercenário não está sujeito à pena de multa
d) Em se tratando de crime de violação sexual mediante fraude, caso o ofensor seja
padrinho da vítima, ainda que se intitule como um segundo pai para ela, não incide a
causa especial de aumento de pena prevista no CP para os casos de relações de
autoridade do agente sobre a vítima
e) Não há crime de favorecimento da prostituição se a vítima, de quinze anos de idade,
revelar já ter percorrido diversos lugares na condição de prostituída
Gabarito A

Tanto o STF, quanto o STJ entendem que a ocorrência de lesão na vítima de estupro não
é pressuposto para a configuração de violência real. Nesse sentido:

“(...) É dispensável a ocorrência de lesões corporais para a caracterização da violência


real nos crimes de estupro. Precedentes. (…).” (HC 102683, Relator(a): Min. ELLEN
GRACIE, Segunda Turma, julgado em 14/12/2010, DJe-024 DIVULG 04-02-2011
PUBLIC 07-02-2011 EMENT VOL-02458-01 PP-00090 RT v. 100, n. 907, 2011, p.
404-408)

O entendimento acerca da ocorrência da violência real era relevante para se definir a


natureza da ação penal eventualmente proposta contra o agente do estupro. Com efeito,
se, no estupro, não houvesse violência real, a respectiva ação teria natureza privada.
Caso, ao contrário, a prática do estupro se desse mediante violência real, a respecitva
ação seria pública incondicionada.

No entanto, com o advento da Lei de nº 12.015/09, a ocorrência de violência real não


mais interfere na definição da natureza da ação penal relativa ao estupro. Decerto,
tornou-se pública, condicionada à representação, a natureza da ação penal relativa a
todas as modalidades desse crime – excetuadas as praticadas contra menor ou
vulnerável, que terão ação pública incondicionada.

521- Maria, a pedido de sua prima Joana, por concupiscência desta, convenceu
sua vizinha Pauliana, de 12 anos de idade, a assistir Joana e seu namorado Paulo
em intimidades sexuais. Assim, pode-se concluir que Maria obrou para o delito de:
351

A0 submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame


ou a constrangimento.
b) aliciar criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso.
c) favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável.
d) satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente.
e) corrupção de menores.
Gabarito D
Código Penal - Presidência da República Art. 218-A.  Praticar, na presença de alguém
menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato
libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem:
*Lascívia: conduta ultrajante, pensamentos ou atos imorais que induzem a sexualidade
522- Calêndula vendeu sua enteada Florisbela, de dezenove anos de idade, com a
finalidade da mesma ser explorada sexualmente no exterior. Logo, Calêndula:
a) não praticou crime, pois o ato de vender alguém com a finalidade de exploração
sexual não está criminalizado noCódigo Penal Brasileiro.
b) praticou o crime de rufianismo, preceituado no artigo 230 do CP.
c) praticou o crime de tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual,
preceituado no artigo 231 do CP.
d) praticou o crime de favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração
sexual, preceituado no artigo 228 do CP.
e) praticou o crime de favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração
sexual de vulnerável, preceituado no artigo 218-B do CP.
Gabarito A
Essa foi difícil, pois a conduta de "vender" encontra-se no tráfico interno de pessoas (e
não no tráfico internacional), senão vejamos:

Art. 231-A "Promover ou facilitar o deslocamento de alguém dentro do território


nacional para o exercício  da prostituição ou outra forma de exploração sexual: pena -
reclusão, de 2 a 6 anos.

§ 1º Incorre na mesma pena aquele que agenciar, aliciar, vender ou comprar pessoa
traficada, assim como, tendo conhecimento dessa condição, transpotá-la, transferi-la ou
alojá-la.

29.4- Rufianismo

523- Em tema de crime contra a dignidade sexual, analise as seguintes assertivas:


352

I. O crime consuma-se no exato momento em que o agente, valendo-se de violência ou


grave ameaça, pratica o feito voluntário destinado à satisfação de sua lascívia. Portanto,
a consumação do delito confunde-se com o próprio ato libidinoso e a este é inerente.
II. Crimes praticados com o mesmo modus operandi em face de vítimas diferentes, em
diversas ocasiões e no período de um mês, induz o reconhecimento de crime continuado
em relação a cada vítima e concurso material entre os crimes.
III. O crime de rufianismo − aquele segundo o qual alguém tira proveito da prostituição
alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em
parte, por quem a exerça − foi revogado pela Lei n° 12.015/2009.
IV. O crime de atentado violento ao pudor exige laudo pericial conclusivo, porquanto
ser da modalidade que sempre deixa vestígios, face à sua natureza jurídica de crime
material.
É correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) II, III e IV.
c) I, II e III.
d) I.
e) I e III.
Gabarito A
524- Correrão em segredo de justiça os processos em que se apurarem crimes de
a) ultraje a culto.
b) rufianismo
c) vilipêndio.
d) aliciamento para o fim de emigração.
Gabarito B

30- Crimes contra a família

525- No que tange aos crimes contra a família, assinale a resposta correta.
a) O crime de abandono intelectual pode ocorrer quando os pais, sem justa causa,
deixam de matricular o filho no ensino fundamental ou no ensino médio, ou quando o
obrigam a faltar repetidas vezes, prejudicando seu desempenho escolar.
b) O crime de conhecimento de prévio impedimento é uma norma penal em branco
homogênea, cuja ação penal dependerá de queixa do contraente enganado.
c) Aquele que falsifica documentos com o exclusivo objetivo de contrair novas núpcias,
já sendo casado, comete crimes de bigamia e contra a fé pública, em concurso.
353

d) Comete crime de abandono material quem, sendo solvente e sem motivo justo, com o
único propósito de deixar de pagar pensão alimentícia fixada em acordo judicialmente
homologado, abandona o emprego, gerando situação de necessidade - não suprida por
outrem - para o alimentando.
e) A subtração de incapazes é crime expressamente subsidiário, além de classificado
pela doutrina como permanente, de modo que seu prazo prescricional tem termo inicial
quando o incapaz é restituído.
Gabarito D
527- O crime de registrar como seu o filho de outrem:
a) pode ser praticado através da inscrição, no registro civil, de nascimento inexistente.
b) não admite concurso de pessoas.
c) não admite transação penal em nenhuma de suas formas.
d) tem como termo inicial do prazo prescricional a ciência da falsidade pela pessoa
fraudulentamente registrada.
e) é classificado como uma hipótese de falsidade ideológica.
Gabarito E

a) Errada, pois tratam-se de crimes diferentes.

Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente:

Pena - reclusão, de dois a seis anos.

Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem;
ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao
estado civil: 

Pena - reclusão, de dois a seis anos.

b) Errada, tal crime admite o concurso de pessoas.

c) Errada, pois apesar de a conduta do caput não admitir os benefícios da lei 9.099, no
parágrafo único é possível a transação penal. 

Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar
recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil: 

Pena - reclusão, de dois a seis anos.

Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza: 

Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena. 

d) Errada, pois a prescrição começa a correr na data em que o fato se tornou conhecido.
354

Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: 

IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro


civil, da data em que o fato se tornou conhecido.

e) Correta, de fato é uma forma de falsidade ideológica, contudo, esta fica absorvida,
tratando-se de crime-meio para a prática do delito do art. 242 do CP. Essa prática
também é conhecida como adoção à brasileira, utilizada para burlar o procedimento
legal da adoção.

528- O crime de registrar como seu o filho de outrem:

a) não admite transação penal em nenhuma de suas formas.

b) é classificado como uma hipótese de falsidade ideológica.

c) tem como termo inicial do prazo prescricional a ciência da falsidade pela pessoa
fraudulentamente registrada.

d) pode ser praticado através da inscrição, no registro civil, de nascimento inexistente.

e) não admite concurso de pessoas.

Gabarito B

rt. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar,
ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita,
com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante.

Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se


do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil,
aumenta-se a pena de sexta parte.

529- Sobre os crimes contra a família, é INCORRETO afirmar:

a) Que no crime de “registrar como seu filho de outrem”, que a doutrina denomina
“adoção à brasileira”, admite-se, presente o motivo de reconhecida nobreza, privilégio e
até mesmo perdão judicial.

b) Que o crime de entrega de filho menor a pessoa inidônea admite formas dolosa e
culposa.

c) Que ao definir o crime de bigamia, houve por bem o direto brasileiro excepcionar a
teoria monista, cominando ao concorrente para a sua prática pena mais branda que a
atribuída ao autor.

d) Que o crime de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento ao


matrimônio é caso de ação penal privada personalíssima.
355

Gabarito B

A) Certo. Art. 242, CP (caput e p.ú)

B) Errado. Apenas forma dolosa, cf. art. 245, CP

C) Certo. Art. 235, CP (caput e § 1º)

D) Certo. Art. 236, p.ú, CP

530- O Código Penal, ao tratar dos crimes contra a família, especificamente quanto
ao tipo misto alternativo do induzimento a erro essencial ou ocultação de
impedimento, apresenta uma ressalva específica à hipótese de seu reconhecimento,
que caracteriza outro delito da mesma natureza.
Gabarito CORRETO
De forma mais clara para que se identifique o que a questão quer:

O Código Penal, ao tratar dos crimes contra a família, especificamente quanto ao tipo
misto alternativo do induzimento a erro essencial ou ocultação de impedimento,
apresenta uma ressalva específica à hipótese de seu reconhecimento, que caracteriza
outro delito da mesma natureza. 

E qual é essa ressalva?

Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou


ocultando-lhe impedimento QUE NÃO SEJA CASAMENTO ANTERIOR
(configuraria o crime do art. 235 - bigamia).

531- Com relação ao excesso punível, aos crimes contra a dignidade sexual, aos
crimes contra o sentimento religioso e o respeito aos mortos, aos crimes contra a
família e aos crimes contra a administração pública, assinale a opção correta.

a) No crime de bigamia, a data do fato constitui o termo inicial do prazo prescricional.

b) Comete o crime de concussão o empregado de empresa pública que, utilizando-se de


grave ameaça, exige para si vantagem econômica.

c) Ao contrário do que ocorria com a Parte Geral do Código Penal de 1940, o Código
Penal atual não prevê, expressamente, a aplicabilidade das regras de excesso punível às
quatro causas de exclusão de ilicitude.

d) No estupro de vulnerável, a presunção de violência é absoluta, segundo a


jurisprudência do STJ, sendo irrelevante a aquiescência do menor ou mesmo o fato de já
ter mantido relações sexuais anteriormente.

e) As cinzas humanas não podem ser objeto material do crime de vilipêndio a cadáver.

Gabarito D
356

Ainda que a conduta delituosa tenha sido praticada por funcionário público, o qual teria
se valido dessa condição para a obtenção da vantagem indevida, o crime por ele
cometido corresponde ao delito de extorsão e não ao de concussão, uma vez
configurado o emprego de grave ameaça, circunstância elementar do delito de
extorsão. Precedentes. (HC 54.776/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA
TURMA, julgado em 18/09/2014, DJe 03/10/2014)
532- Túlio, em razão de seu casamento com Maria, declarou no cartório de registro
de pessoas naturais que era divorciado, sendo o matrimônio com Maria
consumado. Entretanto, Túlio era casado com Claudia, mas estavam separados de
fato há muitos anos. Serviram como testemunhas Joana e Paulo, primos de Túlio,
que tinham conhecimento do casamento e da separação de fato deste com
Claudia.Assim pode-se afirmar:
I. Houve o crime de falsidade ideológica praticado porTúlio,mas que restará absorvido
pelo princípio da especialidade.
II. Trata-se de crime próprio, sendo coautores Joana e Paulo, primos deTúlio.
III. A anulação do casamento de Túlio com Claudia pelo motivo da bigamia, tornaria
inexistente o crime de bigamia.
IV. O objeto material desse crime é Claudia.
Indique a opção que contempla a(s) assertiva(s) correta(s).
a) I, II, III e IV.
b) I, II e III, apenas.
c) II, apenas.
d) III, apenas.
e) IV, apenas.
Gabarito C
I. Houve o crime de falsidade ideológica praticado porTúlio,mas que restará absorvido
pelo princípio da especialidade.
Não se trata de princípio da especialidade e sim do princípio da consunção. O delito de
Bigamia exige a falsidade precedente- que se declare em documento público ser
solteiro, viúvo ou divorciado. A bigamia (crime-fim) absorve o crime de falidade
ideológica (crime-meio).

II. Trata-se de crime próprio, sendo coautores Joana e Paulo, primos deTúlio.
Correto. As testemunham que afirmam a inexistência de impedimento, sabendo que um
dos nubentes é pessoa casada, respondem com particípes (Luiz Regis Prado)

III. A anulação do casamento de Túlio com Claudia pelo motivo da bigamia, tornaria
inexistente o crime de bigamia.
Nos termos do art. 235,§2 anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o
outro por motivo queNÃO a bigamia, considera-se inexistente o crime.  O artigo
357

em comento trata de outro motivo que não a bigamia e questão afirma o contrário.

IV. O objeto material desse crime é Claudio.


O objeto material desse delito seria a falsidade precedente - que se declare em
documento público ser solteiro, viúvo ou divorciado
533- Registrar como seu o filho de outrem constitui crime cujo bem jurídico
precípuo é
a) a administração da Justiça.
b) o patrimônio.
c) a propriedade imaterial.
d) a família.
e) a Administração Pública em geral.
Gabarito D
Título VII dos crimes contra a família
capítulo ii dos crimes contra o estado de filiação
 
Art. 242CP - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem;
ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao
estado civil: 
535- Em relação aos crimes contra a família, assinale a opção correta.
a) Aquele que contrair casamento mesmo conhecendo a existência de impedimento que
lhe cause nulidade absoluta ou relativa cometerá crime punido com reclusão.
b) Será considerado inexistente o crime de registar filho seu como de outrem se o
acusado agir imbuído de motivo nobre.
c) Embora a conduta consistente em entregar filho menor de dezoito anos de idade a
pessoa inidônea seja atípica, poderá o pai que a praticar ser advertido pelo conselho
tutelar e, eventualmente, perder o pátrio poder.
d) Considerar-se-á inexistente o crime de bigamia se o primeiro ou o segundo
casamento for anulado, independentemente do motivo que embasar tal anulação.
e) A ação penal por crime de induzimento a erro essencial no casamento, para a qual é
indispensável a queixa do contraente enganado, só poderá ser ajuizada após o trânsito
em julgado da sentença que, por motivo de erro, tiver anulado o casamento.
Gabarito E

Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento

Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou


ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
358

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode
ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou
impedimento, anule o casamento.

31- Crimes contra a incolumidade pública

536- Sobre crimes contra a saúde pública previstos no Código Penal, assinale a
alternativa incorreta:
a) Admitem prática dolosa (dolo direto e eventual) e culposa.
b) Considerado o requisito objetivo de cominação de pena, alguns deles são de
competência do juizado especial criminal.
c) O bem jurídico protegido é a saúde pública.
d) Quanto ao agente ativo do crime, nenhum deles é especial próprio.
e) Há apenas dois crimes hediondos (Lei nº 8.072/90), no caso a epidemia com
resultado morte e a falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto
destinado a fins terapêuticos ou medicinais.
Gabarito D

A)  sim. há previsao de crime doloso e culposo. ex: art.270 paragrafo 2º.

b) a exemplo do ar. 268 - a pena é de detençao de um mes a um ano e multa. logo de


forma objetiva cabe sim o JECRIM.

c) o bem juridico é a saude publica

d) o colega abaixo já trouxe o art. 282. é necessario ser médico para cometer. logo crime
próprio.

e) de fato esses 2 crimes descritos estão no rol da lei de crimes hediondos.

537- Acerca dos crimes contra a incolumidade pública, é correto afirmar que:
a) o crime de incêndio não admite a modalidade culposa.
b) caso ocorra, no crime de perigo de desasire ferroviário, resultado morte indesejado
pelo agente, existirá concurso de crimes com o delito de homicídio culposo.
c) há arremesso de projétil quando alguém realiza disparos de arma de fogo contra um
ônibus em andamento.
d) o exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica é doutrinariamente
classificado como crime habitual e de perigo abstrato.
359

e) o delito de desabamento ou desmoronamento é majorado quando praticado com a


intenção de obter vantagem pecuniária.
Gabarito D

a) Incêndio

        Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o
patrimônio de outrem:

        Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.

 Incêndio culposo

        § 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis meses a dois anos.

 b)Perigo de desastre ferroviário

   Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:

        I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha férrea,


material rodante ou de tração, obra-de-arte ou instalação;

        II - colocando obstáculo na linha;

        III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veículos ou interrompendo
ou embaraçando o funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia;

        IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre:

        Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

        Desastre ferroviário

        § 1º - Se do fato resulta desastre:

        Pena - reclusão, de quatro a doze anos e multa.

        § 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre:

        Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

        § 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer via de
comunicação em que circulem veículos de tração mecânica, em trilhos ou por meio de
cabo aéreo

c)  Arremesso de projétil

        Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao


transporte público por terra, por água ou pelo ar:
360

projétil nesse caso: pedras, tijolos, panela, latas...........

e)Aumento de pena só nos arts. 250 Incêndio e 251 Explosão.

 d) resposta correta.

Crime habitual e perigo abstrato. No caso de perigo concreto ou mesmo alguma lesão
ou morte responderá pelo crime mais grave.

538- OSÉ e PEDRO foram despedidos do emprego. Os dois foram para casa
revoltados. JOSÉ mora na zona rural e sua casa fica isolada. Ele pegou 20 litros de
gasolina e incendiou a casa, mas naquela semana ninguém tomou conhecimento
desse incêndio. Já seu amigo PEDRO, que mora num conjunto habitacional,
também incendiou sua casa, mas foi necessário, neste caso, a intervenção dos
bombeiros, para que o fogo não se alastrasse para os vizinhos. Durante a operação,
TICIO aproveitou e furou duas mangueiras que estavam sendo usadas pelos
bombeiros, prejudicando o trabalho. Duas semanas depois, a autoridade policial
tomou conhecimento dos fatos. Marque a alternativa CORRETA.
a) PEDRO e JOSÉ responderão pelo crime de incêndio.
b) Poderá ocorrer responsabilização de PEDRO pelo crime de incêndio.
c) Não há crime a ser punido.
d) TICIO responde por crime de dano.
e) TICIO responde por crime de dano e por crime de incêndio.
Gabarito B
Incêndio
CP. Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o
patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
No caso de JOSÉ era seu próprio patrimônio e ficava isolado, não teria risco para a vida
nem integridade física de terceiros.
538- O crime de “atentado contra a segurança de outro meio de transporte”
a) é classificado como crime de dano.
b) é apenado com reclusão e multa, seja qual for a modalidade.
c) apenas se configura se ocorre dano à saúde ou patrimônio público.
d) é punido tanto por dolo como por culpa mas, nesta modalidade, apenas se ocorre
desastre.
e) não pune aquele que simplesmente dificulta o funcionamento do meio de transporte.
Gabarito D

Atentado contra a segurança de outro meio de transporte


361

        Art. 262 - Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou
dificultar-lhe o funcionamento:

        Pena - detenção, de um a dois anos.

        § 1º - Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de dois a cinco anos.

        § 2º - No caso de culpa, se ocorre desastre:

        Pena - detenção, de três meses a um ano.

539- No campo do Direito Penal, no capítulo referente aos crimes contra a saúde
pública, assinale a alternativa correta quanto ao que a doutrina e jurisprudência
tem entendido.
a) Pratica crime contra a saúde pública aquele que causar epidemia, mediante a
propagação de germes patogênicos.
b) Os crimes contra a saúde pública são puníveis somente na modalidade dolosa.
c) Aquele que inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível pratica crime de
curandeirismo.
d) Alterar substância ou produto alimentício destinado a consumo, configura crime
contra a saúde pública. Nesse caso, porém, aquele que vende o produto adulterado não
incorre nas mesmas penas.
e) Aquele que fornecer substância medicinal em desacordo com a receita médica pratica
crime de charlatanismo.
Gabarito A
540- O crime de envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou
medicinal, de uso comum ou particular, cujo objeto jurídico a ser protegido é a
saúde pública, não admite a modalidade culposa.
Gabarito ERRADO

Envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal

Art. 270 - Envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância


alimentícia ou medicinal destinada a consumo:

Pena - reclusão, de cinco a quinze anos.

Pena - reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)

§ 1º - Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo ou tem em depósito, para o
fim de ser distribuída, a água ou a substância envenenada.

Modalidade culposa
362

§ 2º - Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

541- O tipo do art. 250 do CP prevê aumento de pena de um terço na modalidade


____________ se o incêndio é ______________ .
Completa, correta e respectivamente, as lacunas:
a) culposa ... em depósito de explosivo, combustível ou inflamável
b) culposa ... em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência
social ou de cultura
c) dolosa ... em lavoura, pastagem, mata ou floresta
d) dolosa ... praticado mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo
torpe
e) dolosa ... praticado para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime.
542- O tipo do art. 269 do CP (deixar o médico de denunciar à autoridade pública
doença cuja notificação é compulsória) é classificado como
a) de perigo concreto.
b) doloso e/ou culposo.
c) comissivo por omissão.
d) omissivo por comissão.
e) omissivo puro ou omissivo próprio.
Gabarito E

Os crimes omissivos se dividem em:

A) Crimes omissivos próprios ou puros: a omissão está contida no tipo penal. Ex:
crime de omissão de socorro.

Não há previsão legal do dever jurídico de agir, de forma que o crime pode ser praticado
por qualquer pessoa. Nesses casos, o omitente não responde pelo resultado naturalístico
eventualmente produzido, mas somente pela sua omissão.

B) Crimes omissivos impróprios, espúrios ou comissivos por omissão: o tipo penal


aloja em sua descrição uma ação, mas a omissão do agente, que descumpre seu dever
jurídico de agir, acarreta a produção do resultado naturalístico e a sua consequente
responsabilização penal.

As hipóteses do dever de agir foram previstas no art. 13, §2º, do CP: dever
legal, posição de garantidor; e ingerência.
363

543- Sobre o crime de incêndio, qualificado pelo resultado morte ou lesão corporal
de natureza grave, é correta a afirmação:
a) Se doloso e resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é
aumentada de um a dois terços.
b) Se doloso e resulta morte, a pena é aumentada de metade.
c) Se culposo e do fato resulta lesão corporal, a pena é aumentada de dois terços.
d) Se culposo e do fato resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo,
aumentada de um terço.
e) As formas qualificadas de crime de perigo comum, dispostas no artigo 258 do Código
Penal, não se aplicam ao crime de incêndio na modalidade culposa.
Gabarito D

Formas qualificadas de crime de perigo comum

        Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza
grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada
em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de
metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada
de um terço.

544- Acerca dos crimes contra a incolumidade pública, assinale a alternativa


correta.
a) A ação conhecida como “surf ferroviário”, segundo a jurisprudência, configura o
crime de perigo de desastre ferroviário.
b) O crime de incêndio é de perigo concreto. Da conduta deve resultar a efetiva
exposição da coletividade a uma concreta situação de perigo.
c) Para a configuração do crime de explosão, é indispensável que o artefato exploda,
causando a situação de perigo à incolumidade pública.
d) O crime de desabamento ou desmoronamento não possui previsão da modalidade
culposa.
e) O crime de omissão de notificação de doença é material, ou seja, se consuma com o
risco causado para a incolumidade pública em razão da omissão do médico.
Gabarito B
545- O crime de exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica, do art.
282 do CP, também é punido com multa se o crime
a) é praticado reiteradamente.
b) é praticado com o fim de lucro.
c) é praticado em concurso de pessoas.
364

d) resulta em lesão corporal grave ou gravíssima.


e) resulta em enfermidade incurável ou perigo de vida.
Gabarito B

Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou
farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa.

546- O artigo 282 do Código Penal determina como ação criminosa exercer, ainda
que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem
autorização legal ou excedendo-lhe os limites. Assim, são consideradas infrações:
a) técnicos em prótese dentária divulgarem seus serviços em revistas, jornais ou folhetos
especializados, dirigidos aos cirurgiões-dentistas, e acompanhados do nome da oficina,
do seu responsável e do número de inscrição no Conselho Regional de Odontologia.
b) técnicos em higiene bucal realizarem os procedimentos relacionados a biossegurança,
visando ao controle de infecção.
c) a realização do acolhimento do paciente nos serviços de saúde bucal pelos técnicos
em higiene bucal.
d) a prestação, sob qualquer forma, de assistência direta a clientes, por técnicos em
prótese dentária.
e) auxiliares de prótese dentária exercerem a profissão sob a supervisão do cirurgião-
dentista em consultórios, clínicas odontológicas ou laboratórios.
Gabarito D
Os técnicos em prótese dentária estariam excedendo aos limites de sua atuação e
exercendo funções típicas de dentista. 
547- Figure que em consultório odontológico exista uma pequena copa, onde os
dentistas e demais profissionais que ali trabalham realizam suas refeições.
Imagine, ainda, que por imprudência na manutenção do fogão e respectivas
mangueiras ocorra um vazamento de gás, seguido de uma explosão. Dela decorrem
danos materiais de razoável monta, mas não se registra nenhum dano à
incolumidade física. Independentemente de quem seja (eventual) responsável, é
correto afirmar que
a) não houve ilícito algum.
b) apenas poderá haver responsabilização civil, uma vez que o fato é penalmente
atípico.
c) houve crime de explosão dolosa.
d) houve crime de explosão culposa.
365

e) houve crime de uso de gás tóxico ou asfixiante.


Gabarito D
548- Constitui causa de aumento de pena o fato de o crime de incêndio ser
praticado
a) mediante utilização de explosivos.
b) em situação de violência doméstica ou familiar contra a mulher
c) em estaleiro, fábrica ou oficina.
d) em canteiro de obras em área de grande densidade demográfica e populacional.
e) por motivo fútil ou torpe.
Gabarito
Gabarito C

Incêndio

  Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o


patrimônio de outrem:

  Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.

  Aumento de pena

  § 1º - As penas aumentam-se de um terço:

  I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito


próprio ou alheio;

  II - se o incêndio é:

  a) em casa habitada ou destinada a habitação;

  b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de


cultura;

  c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;

  d) em estação ferroviária ou aeródromo;

  e) em estaleiro, fábrica ou oficina;

  f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;

  g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;

  h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.


366

549- Acerca dos crimes contra a incolumidade pública, assinale a alternativa


correta.
a) Pratica crime contra a incolumidade pública aquele que difundir doença ou praga que
possa causar dano a floresta, plantação ou animais de utilidade econômica.
b) O crime de uso de gás tóxico ou asfixiante, previsto no art. 252 do Código Penal,
somente é punível na modalidade dolosa.
c) Aquele que inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível pratica o crime de
curandeirismo.
d) O arremesso de projétil contra veículo em movimento, destinado ao transporte
público por terra, configura crime de atentado contra a segurança de outro meio de
transporte.
e) Para os efeitos penais, os cosméticos não são incluídos entre os produtos sujeitos à
punição em caso de falsificação, corrupção, adulteração ou alteração, crime previsto no
art. 273 do Código Penal.
Gabarito A

Uso de gás tóxico ou asfixiante

  Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem,


usando de gás tóxico ou asfixiante:

  Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

  Modalidade Culposa

  Parágrafo único - Se o crime é culposo:

  Pena - detenção, de três meses a um ano.

Arremesso de projétil

  Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao transporte


público por terra, por água ou pelo ar:

  Pena - detenção, de um a seis meses.

Charlatanismo

  Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível:

  Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

  Curandeirismo

  Art. 284 - Exercer o curandeirismo:


367

  I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância;

  II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;

  III - fazendo diagnósticos:

  Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

  Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também


sujeito à multa.

  Forma qualificada

Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste Capítulo, salvo
quanto ao definido no art. 267.

32- Crimes contra a paz pública

550- Sobre o crime de associação para fins de tráfico de drogas,


a) é necessária a estabilidade do vínculo entre 3 ou mais pessoas.
b) deverá se verificar, necessariamente, a finalidade de praticar uma série indeterminada
de crimes.
c) nas mesmas penas deste crime incorre quem se associa para a prática reiterada do
financiamento de tráfico de drogas.
d) incidirá na hipótese de concurso formal de crimes, a prática da associação em
conjunto com a do tráfico de drogas.
e) deverão os agentes, para sua configuração, praticar as infrações para as quais se
associaram.
Gabarito C

A) INCORRETO:  Art. 35 da Lei 11.343/06 "associarem-se duas ou mais


pessoas para o fim de praticar, reitaradamente ou não, qualquer dos crimes previstos
nos arts. 33, caput e §1, e 34 desta Lei"

B) INCORRETO: Conforme visto acima, o tipo exige que as pessoas que se


associaram, pratiquem os crimes previstos nos arts. 33, caput e §1, e 34 da Lei de
Drogas (alguns tipos penais e determinados).

 C) CORRETO: Art. 35, p.u da Lei 11.343/06 "nas mesmas penas do caput deste artigo
incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta lei",
este que possui a seguinte redação "financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes
previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei".

 D) INCORRETO: O bem jurídico protegido pelo crime do art. 35 é a paz pública, e
não a sáude pública, conforme explica Paulo Rangel e Carlos Roberto Bacila "tendo em
368

vista que o bem jurídico  do tipo de associação é distinto dos demais tipos objeto da Lei,
o concurso é plenamente aceitável", e nas palavras de Renato Brasileiro "Como espécie
de crime formal, sua consumação independe da prática dos delitos para os quais os
agentes se associaram. No entanto, se tais delitos forem cometidos, os agentes deveráo
responder pelo crime de tráfico por eles praticado em concurso material com o delito
de associação".

 E) INCORRETO: Como dito no item D, o crime é formal, não se exigindo a prática do
(s) crime (s) para o qual se associaram.

551- Em relação ao crime de constituição de milícia privada (artigo 288-A do


Código Penal), assinale a alternativa CORRETA:
a) É possível haver esse tipo de associação criminosa para a prática de crimes
preterdolosos.
b) A finalidade consiste na prática de crimes previstos no Código Penal e na legislação
penal extravagante, para a subsunção ao artigo 288-A do Código Penal.
c) Tendo em vista que o tipo penal não exige o número mínimo de participantes, é
possível o crime de constituição de milícia privada com mais de um agente.
d) Em que pese o fato de o tipo penal não exigir um número mínimo de participantes,
tampouco os requisitos da estabilidade e da permanência, a doutrina e a jurisprudência
têm sustentado que a quantidade mínima de 3 (três) pessoas, além da estabilidade e da
permanência, são requisitos ínsitos ao tipo do artigo 288-A do Código Penal, tal como
sucede em relação ao artigo 288 do mesmo diploma legal.
e) A consumação exige a efetiva prática de crimes por parte de organização paramilitar,
milícia particular, grupo ou esquadrão.
Gabarito D

a) ERRADO - pois nos crimes preterdolosos o resultado não é intencional. Portanto, não
há como associar-se para cometer crimes que não são intencionais, uma vez que nos
delitos culposos há uma previsibilidade objetiva do resultado, mas que não foi realizada
pelo agente por inobservância de um dever objetivo de cuidado.

b) ERRADO - a redação do art. 288-A do CP abarca somente para a prática de delitos


previstos no Código Penal, e não em outras leis.

c) ERRADO - prevalece na doutrina e na jurisprudência que o mínimo seria de 3 (três)


participantes, como no delito de associação criminosa.

d) CERTO - Em que pese o fato de o tipo penal não exigir um número mínimo de
participantes, tampouco os requisitos da estabilidade e da permanência, a doutrina e a
jurisprudência têm sustentado que a quantidade mínima de 3 (três) pessoas, além da
estabilidade e da permanência, são requisitos ínsitos ao tipo do artigo 288-A do
Código Penal, tal como sucede em relação ao artigo 288 do mesmo diploma legal.
369

e) ERRADO - é delito formal. Para a consumação, basta a efetiva constituição da


milícia privada, não sendo necessário a efetiva prática de crimes por parte da
organização.

552- Assinale com V (verdadeiro) ou com F (falso) os enunciados abaixo.


( ) Os crimes definidos no Código Eleitoral são exclusivamente dolosos. Em alguns
deles, no preceito secundário, não há previsão da pena mínima em abstrato, somente a
cominação da sanção máxima aplicável. Em tais circunstâncias, a pena mínima será de
15 dias para a pena de detenção e de um (1) ano para a de reclusão.
( ) A corrupção eleitoral, em sua modalidade ativa, é crime comum e de conduta livre,
direcionada a eleitor determinado ou determinável, que abrange a compra do voto, no
que se incluem o voto em branco e o voto nulo, e a compra da abstenção ou promessa
de abstenção de voto.
( ) Crime de perigo abstrato, a associação criminosa, diferentemente do crime de milícia
privada, exige o ajuntamento mínimo de três pessoas, ainda que nem todas se conheçam
reciprocamente, para o fim específico de cometimento de crimes, no plural, embora não
seja necessário que estes efetivamente ocorram. O abandono ou voluntário recesso de
qualquer associado não o eximirá de pena, e se a sua retirada fizer descer o quorum
mínimo, cessará a permanência, mas não se apagará o crime, devendo todos os
associados responder pelo delito. A tentativa é inadmissível.
( ) Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 anos, com ele praticando infração
penal ou induzindo-o a praticá-la, previsto no art. 244-B do ECA, realizável também por
quaisquer meios eletrônicos, inclusive sala de bate-papo na internet, é crime formal.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) V – F – F – F.
b) F – F – V – V.
c) F – V – F – V.
d) F – V – V – F
e ) V – F – V – V.

Gabarito E

ITEM I- CORRETO. O CE não prevê modalidade culposa para os delitos nele


tipificados. 

ITEM II - "A corrupção eleitoral, em sua modalidade ativa, é crime comum e de


conduta livre, direcionada a eleitor determinado ou determinável, que abrange a compra
do voto, no que se incluem o voto em branco e o voto nulo, e a compra da abstenção ou
promessa de abstenção de voto." FALSO

A corrupção eleitoral, prevista no Art.299 CE, não é apenas direcionada ao eleitor


determinado ou determinado como afirma a questão. Em sua modalidade ativa, é
370

abrangido também, o próprio eleitor, que na conduta de SOLICITAR vantagem, DAR o


voto, PROMETER ABSTENÇÃO, ou mesmo ACEITAR a vantagem oferecida, nesses
casos, também incorrerá no crime o eleitor, não apenas o candidato ou quem em nome
dele atue.

ITEM III - CORRETO. Entretanto, cabe apenas observar em relação ao crime de


milícia privada, em que pese o silêncio do legislador quanto ao número mínimo para
que se configure o crime, a doutrina diverge se também se faz necessário o número
mínimo de três ou mais pessoas. De fato, seria estranho imaginar uma milícia privada
atuando com apenas dois integrantes.

ITEM IV - CORRETO. "Para a configuração do crime de corrupção de menores, atual


artigo 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente, não se faz necessária a prova da
efetiva corrupção do menor, uma vez que se trata de delito formal, cujo bem jurídico
tutelado pela norma visa, sobretudo, a impedir que o maior imputável induza ou facilite
a inserção ou a manutenção do menor na esfera criminal." (REsp 1.127.954/DF, Relator
Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Terceira Seção, DJe 1/2/2012)
3. Agravo regimental não provido. (AgRg no AREsp 303440 DF, Rel. Ministro JORGE
MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 25/06/2013, DJe 01/08/2013)

553- ntônio e mais três pessoas, todas desempregadas, reuniram-se no intuito de


planejar e executar crimes de roubos armados a carros-fortes.
Nessa situação hipotética, a conduta de Antônio
a) não caracteriza crime de associação criminosa, pois, havendo mais de três agentes,
caracteriza-se a organização criminosa, dado o princípio da especialidade.
b) só poderá ser caracterizada como crime de organização criminosa se a pena máxima
prevista pelos delitos praticados for igual ou superior a quatro anos e se estes tiverem
caráter transnacional.
c) configura crime de roubo em concurso de pessoas, em face da associação transitória
dos agentes, já que não houve divisão de tarefas nem hierarquia entre eles.
d) só poderá ser caracterizada como crime de associação criminosa se os outros agentes
forem maiores de idade ou praticarem pelo menos um roubo.
e) configura crime de associação criminosa, ainda que os agentes sejam quatro e a pena
máxima prevista para a prática do crime de roubo seja superior a quatro anos.
Gabarito E
371

554- Segundo a nova redação do art. 288 do Código Penal, conferida pela Lei n°
12.850/13, o crime de associação criminosa
a) deve ter a pena aumentada até o dobro, se houver a participação de criança ou
adolescente.
b) consiste na associação de mais de três pessoas para o fim específico de cometer
crimes.
c) deve ter a pena aumentada até a metade, se houver a participação de criança ou
adolescente, não retroagindo tal disposição.
d) conduz à aplicação da pena em dobro, se a associação é armada.
e) deve ter a pena aumentada até a metade, se a associação é armada, não retroagindo tal
disposição.
Gabarito C
555- No que se refere aos crimes contra a paz pública, assinale a opção correta.
a) A conduta de custear milícia privada para a prática de homicídios é tipificada como
crime de associação criminosa.
b) No crime de associação criminosa, incide causa de aumento de pena o fato de a
associação ser armada ou haver participação de criança ou de adolescente.
c) Constitui crime incitar terceira pessoa a praticar conduta punida pela lei como
contravenção penal.
d) Funcionário público que fizer apologia de fato criminoso praticará, na forma
qualificada, delito de apologia de crime ou criminoso.
372

e) O crime de associação criminosa caracteriza-se pela união de duas ou mais pessoas


com o fim específico de cometer crimes.
Gabarito B

a) ERRADA: a conduta de custear milícia privada para a prática de homicídios (ou de


outros crimes) é tipificada como constituição de milícia privada. (CP, art. 288-A:
“Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia
particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes
previstos neste Código”)

b) CORRETA: No crime de associação criminosa, “A pena aumenta-se até a metade se


a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente” (CP, art.
288, parágrafo único).

c) ERRADA: a conduta de incitar a prática de contravenção penal é atípica (CP, art.


286: “Incitação ao crime – Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime: Pena -
detenção, de três a seis meses, ou multa.”)

d) ERRADA: não há forma qualificada para o delito de apologia de crime ou criminoso


(CP, art. 287).

e) ERRADA: o crime de associação criminosa caracteriza-se pela união de três ou mais


pessoas com o fim específico de cometer crimes (CP, art. 288).

Observação:

Associação para o tráfico: 02 (duas) ou mais pessoas (Lei 11.343/06, art. 35)

Associação criminosa: 03 (três) ou mais pessoas (CP, art. 288)

Organização criminosa: 04 (quatro) ou mais pessoas (Lei 12.850/13, art. 1º, § 1º)

556- A respeito do art. 286 do Código Penal: incitar, publicamente, a prática de


crime, considere:
I. O incitamento genérico para delinquir não caracteriza o crime em questão.
II. É indispensável que o agente faça referência ao meio para executar o delito.
III. A defesa de tese sobre a possibilidade da prática da eutanásia configura o crime em
questão.
IV. O crime se consuma com a prática do delito pelas pessoas que foram instigadas.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) III e IV.
b) I e III.
c) II e IV.
373

d) I.
e) II.
Gabarito D
I.. CORRETA - NÃO CARACTERIZA, pq o incitamento deve ser voltado a
DETERMINADO CRIME (fato determinado)

II - . ERRADA. - O agente precisa fazer a incitação publicamente, voltado a


determinado crime, a um número indeterminado de pessoas, podendo ocorrer das mais
diversas formas - é CRIME DE AÇÃO LIVRE.

III. ERRADA. - A defesa de tese é mera expressão da opinião de uma pessoa, o agente
simplesmente apresenta uma tese de que certa conduta deve ser descriminalizada. como
no caso do homicídio eutanásico ou crime de Otelo.

IV.. ERRADA. -  O crime se consuma com a instigação dirigida a um número


indeterminado de pessoas, independente da pra´tica do crime incitado (perigo abstrato).
OBS: a TENTATIVA é possível, desde que não se trate de de incitação oral.fonte:
ROGÉRIO SANCHES

557- ssinale a opção verdadeira. No Direito brasileiro posto, é elemento do tipo


penal da Associação Criminosa:
a) Voltar-se à prática de delitos cuja pena máxima su pera cinco anos.
b) Possuir ao menos três pessoas.
c) Estruturação hierarquizada, com divisão de tarefas entre os seus membros.
d) Possuir ao menos quatro pessoas.
Gabarito B

Associação Criminosa - 3 ou mais

Associação para o tráfico - 2 ou mais

Organização Criminosa - 4 ou mais.

558- No que se refere aos crimes contra a paz pública, assinale a alternativa
INCORRETA
a) O art.288-A do Código Penal brasileiro constitui um tipo penal aberto, posto que o
legislador deixara de definir o que se pode entender por “organização paramilitar”,
“milícia particular”, “grupo” e “esquadrão”.
b) Para configuração do crime de associação criminosa não se exige a realização do fim
visado, mas tão somente o simples fato de figurar como integrante da associação
374

c) Como a nova redação do tipo penal previsto no art.288 do Código Penal brasileiro
exige a associação de apenas três pessoas, esta se caracteriza como norma mais severa e,
assim, irretroativa neste aspecto.
d) O crime de constituição de milícia privada caracteriza-se como delito plurissubjetivo
ou de concurso necessário.
e) O crime de constituição de milícia privada não exige, para sua configuração, um
elemento subjetivo especial, podendo a prática recair sobre qualquer crime previsto no
ordenamento jurídico brasileiro.
Gabarito E
559- De acordo com a atual redação do artigo 288 do Código Penal, o crime de
“associação criminosa" estará configurado quando se associarem:
a) 2 (duas) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes.
b) 2 (duas) pessoas, para o fim específico de cometer crimes.
c) de 2 (duas) a 3 (três) pessoas para o fim específico de cometer crimes, somente se
disso resulte consumação do crime.
d) 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes.
e) 2 (duas) pessoas, para o fim específico de cometer crimes, ainda que disso não resulte
consumação do crime.
Gabarito D

ASSOCIAÇÃO  PARA O TRÁFICO - AT2

ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA - AC3

ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA - OC4

33- Crimes contra a fé pública


33.1- Moeda falsa

560- No que diz respeito a crimes contra a Administração Pública, contra a fé


pública e relativos à licitação, julgue o item subsequente.
Segundo o entendimento consolidado do STJ, é aplicável o princípio da insignificância
ao crime de moeda falsa, desde que o valor ou a quantidade de cédulas apreendidas seja
inferior ao salário mínimo.
Gabarito ERRADO

Não é aplicável o princípio da insignificância ao crime de moeda falsa.

 A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça mostra-se consolidada e em harmonia


com o entendimento do Supremo Tribunal Federal para afastar a incidência do
375

princípio da insignificância ao delito de moeda falsa, independentemente do valor


ou quantidade de cédulas apreendidas, uma vez que o bem jurídico tutelado por esta
norma penal é a fé pública. HC 210764-SP, AgRg no REsp 1459167-RS, HC 149552-
RS

561- Aquele que guarda instrumento especialmente destinado à falsificação de


moeda
a) comete crime equiparado ao crime de falsificação de moeda (CP, art. 289), mas
receberá pena reduzida.
b) comete crime equiparado ao crime de falsificação de moeda (CP, art. 289), com
idêntica pena.
c) comete crime assimilado ao crime de falsificação de moeda (CP, art. 290).
d) comete o crime de petrechos para falsificação de moeda (CP, art. 291).
e) não comete crime algum, por se tratar de ato preparatório.
Gabarito D

Petrechos para falsificação de moeda

        Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou
guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado
à falsificação de moeda:

        Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

562- Acerca dos crimes contra a fé pública, assinale a alternativa correta.


a) Aquele que falsifica, fabricando ou alterando, selo destinado a controle tributário
responde pelo crime de falsificação de selo ou sinal público, previsto no art. 296 do
Código Penal.
b) A falsificação, no todo ou em parte, de atestado, para prova de fato ou circunstância
que habilite alguém a obter cargo público configura o crime de falsificação de
documento público, previsto no art. 297 do Código Penal.
c) O princípio da insignificância, causa supralegal de exclusão da tipicidade, não se
aplica ao crime de moeda falsa.
d) O crime de uso de documento falso é material, ou seja, para a consumação exige-se a
obtenção de proveito.
e) O crime de falsidade de atestado médico envolve também como conduta típica a
opinião emitida pelo profissional, ainda que equivocada.
Gabarito C

A) Falsificação de papéis públicos


376

Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:

I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal
destinado à arrecadação de tributo

B) Certidão ou atestado ideologicamente falso

Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou


circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço
de caráter público, ou qualquer outra vantagem

C) CERTO: Uso de moeda falsa não comporta aplicação do princípio da insignificância


(STF HC 112708)

D) O crime de uso de documento falso é instantâneo e formal, consumando-se


independentemente da obtenção de qualquer proveito ou da ocorrência de dano efetivo (
TJ-DF )

E) Falsidade de atestado médico

Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso

563- Suponha que Felisberto, 25 anos, estudante de direito, pague uma compra no
valor de R$ 150,00 com duas cédulas falsas de R$ 100,00, das quais conhece a
falsidade, e que, dois dias após o pagamento, se arrependa, procure o dono do
estabelecimento comercial e pague com moeda verdadeira. Nesse caso hipotético,
pode-se afirmar que Felisberto poderá responder criminalmente por
a) moeda falsa.
b) moeda falsa com redução de pena em razão da desistência voluntária.
c) moeda falsa na modalidade tentada.
d) moeda falsa, mas fará jus à redução de pena, referente ao arrependimento posterior.
e) moeda falsa, mas fará jus à redução de pena referente ao arrependimento eficaz.
Gabarito A

DIREITO PENAL. INAPLICABILIDADE DO ARREPENDIMENTO POSTERIOR


AO CRIME DE MOEDA FALSA.

Não se aplica o instituto do arrependimento posterior ao crime de moeda falsa. No


crime de moeda falsa – cuja consumação se dá com a falsificação da moeda, sendo
irrelevante eventual dano patrimonial imposto a terceiros –, a vítima é a coletividade
como um todo, e o bem jurídico tutelado é a fé pública, que não é passível de reparação.
Desse modo, os crimes contra a fé pública, semelhantes aos demais crimes não
patrimoniais em geral, são incompatíveis com o instituto do arrependimento posterior,
dada a impossibilidade material de haver reparação do dano causado ou a restituição da
coisa subtraída. REsp 1.242.294 PR- STJ
377

564- Considerando as afirmativas abaixo, assinale a alternativa CORRETA:


I. É aplicável o Princípio da Bagatela no Crime de Moeda Falsa (Art. 289 do CP).
II. No caso de Funcionário Público que faz uso pessoal de veículo pertencente à
Administração Pública não cabe Peculato (Art. 312 do CP) com relação ao veículo.
Entretanto, é admissível o crime em comento no que diz respeito ao combustível
utilizado.
III. Inutilizar, dolosamente, documento de valor probatório, que recebeu na qualidade de
advogado, é fato atípico.
a) As afirmativas I e II estão corretas.
b) As afirmativas II e III estão incorretas.
c) Todas as afirmativas estão corretas.
d) Apenas a afirmativa II está correta.
e) Todas as afirmativas estão erradas.
Gabarito D

I - O delito de moeda falsa tem como bem jurídico tutelado de forma principal a fé
pública, bem intangível que consiste na segurança que a sociedade deposita em relação
à moeda e à circulação monetária, sendo inaplicável o princípio da insignificância.
(TRF-4 - APELAÇÃO CRIMINAL : ACR 50314334220114047100 RS)

II - CERTO: Primeira parte relaciona-se ao peculato de uso, o STF, no seguinte


julgamento: STF, 1ª Turma, HC 108433 AgR, j. 25/06/2013: definiu que é atípica a
conduta de peculato de uso.

Quanto ao uso do combustível, leciona a doutrina:


O peculato de uso, que se manifesta pelo uso momentâneo de coisa ínfungível sem o
animus domini, coisa essa que se encontra na posse do funcionário, que a devolve
intacta à administração após sua utilização, não configura o delito em análise, por não
encontrar tipicidade na norma incriminadora. Pode ocorrer, no entanto, o peculato em
relação ao combustível consumido, no caso de o agente se utilizar de uma viatura de
determinado órgão público, da qual tem a posse (PRADO, Luiz Régis. Curso de
Direito Penal Brasileiro – Volume 3 – Parte Especial. 6a ed. São Paulo: RT, 2010, p.
395).

III -Errado, não é atípico

Sonegação de papel ou objeto de valor probatório

Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento ou


objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou procurador.
565- Gustavo, funcionário público estadual, com o objetivo de obter vantagem
patrimonial ilícita para si, utilizou papel-moeda grosseiramente falsificado para
efetuar pagamento de compras de alto valor em um supermercado.
378

Em face dessa situação hipotética, assinale a opção correspondente à figura típica do


delito praticado por Gustavo.
a) estelionato
b) moeda falsa
c) crime assimilado ao de moeda falsa
d) fraude no comércio
e) concussão
Gabarito A

Se grosseira - Tipifica Estelionato (Art. 171cp) - Justiça Estadual.

Se idônea - Tipifica crime de Moeda Falsa (Art. 289cp) - Justiça Federal. 

566- Sobre os crimes contra a Fé Pública, é correto afirmar:


a) para a configuração do crime de falsidade ideológica, basta que o agente omita, em
documento público ou particular, declaração que dele deveria constar, ou, em documento
público ou particular, insira ou faça inserir declaração falsa ou diversa da que deveria ser
escrita, sem finalidade específica.
b) aquele que recebe moeda falsa, de boa-fé, como verdadeira, e a restitui à circulação depois de
conhecer a falsidade será isento de pena.
c) um dentista que, no exercício da profissão, fornece atestado falso responde pelo crime de
falsidade de atestado médico.
d) para os efeitos penais, o cheque pode ser objeto do crime de falsificação de documento
público.
e) o crime de falso reconhecimento de firma ou letra não se consuma em casos de documentos
particulares.

Gabarito D

A) Faltou a finalidade específica de resultado


Falsidade Ideológica - Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular,
declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou
diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou
alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante

B) Recebe pena mais branda que o do tipo.


Art. 289 § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou
alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção,
de seis meses a dois anos, e multa

C) Falsidade de atestado médico: Art. 302 - Dar o MÉDICO, no exercício da sua


profissão, atestado falso

D) CERTO: Art. 297 § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o


379

emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as


ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular

E) Abrange os dois documentos.

Falso reconhecimento de firma ou letra: Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no


exercício de função pública, firma ou letra que o não seja

567- TRATANDO-SE DE MOEDA FALSA, ASSINALE A ALTERNATIVA


INCORRETA:
a) A utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime
de estelionato;
b) Fabricar petrechos para falsificação de moeda é crime mais grave do que fabricar
papel- moeda falso;
c) A emissão de título ao portador sem permissão legal constitui infração de menor
potencial ofensivo;
d) Ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal já consolidaram o entendimento de
que é inaplicável o princípio da insignificância aos crimes de moeda falsa, em que
objeto de tutela da norma a fé pública e a credibilidade do sistema financeiro, não sendo
determinante para a tipicidade o valor posto em circulação.
Gabarito A
568- respeito do crime de moeda falsa, tal como tipificado no Código Penal (art.
289),
a) há duas hipóteses de condutas culposas, uma delas de menor potencial ofensivo.
b) há uma hipótese de conduta culposa de menor potencial ofensivo.
c) há uma hipótese de conduta dolosa de menor potencial ofensivo.
d) há uma hipótese de conduta culposa, mas nenhuma de menor potencial ofensivo.
e) todas as hipóteses são de condutas dolosas, mas nenhuma de menor potencial
ofensivo.
Gabarito C
569- Um famoso cantor realiza recitais por todo o país. Sua remuneração
normalmente surge de pagamentos realizados nos locais onde ocorrem os eventos
e, habitualmente, em espécie. Em um dos locais em que se apresentou, o cantor é
surpreendido pelo recebimento de duas notas de R$ 100,00 que verificou serem
falsas, após consulta a estabelecimento bancário local. O caso descrito caracteriza
crime de moeda falsa.
O crime de moeda falsa considerado pelo Código Penal brasileiro caracteriza-se
por ser
a) realizado contra a fé pública.
380

b) crime culposo contra a administração.


c) idêntico ao de sinal público.
d) semelhante ao de falsificação de selo.
e) de falsidade de título público.
Gabarito E
Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à
circulação, depois de conhecer a falsidade
a) responde pelo crime de moeda falsa, porém tem sua pena diminuída de um a dois
terços.
b) incorre nas mesmas penas do crime de moeda falsa.
c) responde pelo crime culposo de moeda falsa, com pena de três meses a um ano de
detenção.
d) responde pelo crime de restituição de moeda falsa à circulação e é punido somente
com a pena de multa.
e) responde pelo crime de moeda falsa, porém é punido com a pena de detenção, de seis
meses a dois anos e multa.

33.2- Falsidade de títulos e outros papéis públicos

570- No que se refere aos crimes contra a fé pública, assinale a opção correta.
a) O agente que insere declaração incorreta acerca de seu estado civil por desatenção e
falta de cuidado comete crime de falsidade ideológica.
b) O indivíduo que falsifica, para posterior utilização, bilhete ou passe de trânsito
concedido por empresa de transporte coletivo municipal pratica os crimes de
falsificação de documento público e de uso de documento falso.
c) A conduta do agente que fabrica notas de real, por meio da falsificação de papel-
moeda, é apenada com mais gravidade que a conduta do agente que introduz a moeda
falsa em circulação.
d) A falsificação de cartão de crédito ou de débito é equiparada, para fins penais, ao
crime de moeda falsa.
e) O agente que faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou símbolos
identificadores de órgãos da administração pública comete crime de falsificação de selo
ou sinal público.
Gabarito E

A) ERRADA, o crime de falsidade ideológica requer especial fim de agir;


381

 B) ERRADA, responde apenas pelo Art.293, e não pelo Art.293 + Art.307 como
descreve a assertiva;

 C) ERRADA, a introdução da moeda falsa em circulação é mero exaurimento da


conduta do agente.

 D) ERRADA, é equiparada ao crime de Falsificação de Documento Particular: Art.298,


“Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular
verdadeiro.

Parágrafo Único - Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o


cartão de crédito ou débito."

 E) CORRETA, Art.296 em tela.

571- A falsificação de cartão de crédito ou débito, nos termos do Código Penal


(CP),
a) equipara-se à falsificação de selo ou sinal público.
b) é considerada crime apenas se dela decorrer efetivo prejuízo.
c) equipara-se à falsificação de documento público.
d) é fato atípico.
e) equipara-se à falsificação de documento particular.
Gabarito E

Falsificação de documento particular    

Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento


particular verdadeiro:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Falsificação de cartão     

Parágrafo único.  Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o


cartão de crédito ou débito.

572- Pedro, funcionário público, prevalecendo-se do cargo, omitiu, em documento


público, declaração que dele devia constar, com o fim de alterar a verdade sobre
fato juridicamente relevante.
Considerando o caso hipotético apresentado, a conduta de Pedro tipifica o delito de:
a) falsificação de papéis públicos.
b) falsificação de sinal público.
c) falsificação de documento público.
382

d) falsidade ideológica.
e) falsidade material de atestado ou certidão.
Gabarito D

Falsidade ideológica

  Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser
escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante:

  Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de


um a três anos, e multa, se o documento é particular.

  Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se


do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-
se a pena de sexta parte.

573- O caput do art. 293 do CP tipifica a falsificação de papéis públicos, especial e


expressamente no que concerne às seguintes ações:
a) produção e confecção
b) contrafação e conspurcação
c) fabricação e alteração.
d) adulteração e corrupção
e) corrupção e produção.
Gabarito C

Falsificação de papéis públicos

Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Segundo Rogério Sanches (2015, p647), a conduta tipificada no crime de Falsificação


de papéis públicos consiste em falsificar (contrafazer), fabricando (criando o objeto)
ou alterando (modificando objeto já existente) os seguintes papéis listados nos incisos
seguintes.

574- Analise as seguintes assertivas:


I. É entendimento consubstanciado na Súmula Vinculante nº 24 que não se tipifica o
delito tributário previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, enquanto não
exaurida a esfera administrativa, sendo que a prescrição da pretensão punitiva é contada
da ação ou da omissão de supressão ou redução dos tributos, nos exatos termos do que
previsto no art. 4º, CP (Teoria da Atividade).
383

II. A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei nº 9.099/95 faz coisa
julgada material e, descumpridas suas cláusulas, não pode ser retomada a situação
anterior, inviabilizando-se a continuidade da persecução penal mediante oferecimento
de denúncia ou requisição de inquérito policial.
III. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar de despesa que não tenha sido
previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei é crime contra as
finanças públicas.
IV. Falsificar, mediante fabrico ou alteração, selo destinado a controle tributário é crime
de falsificação de papel público (art. 293, CP), e não falsificação de documento público
(art. 297, CP).
Após a análise, pode-se dizer que:
a) Está correta apenas a assertiva III.
b) Está incorreta apenas a assertiva I.
c) Estão incorretas apenas as assertivas I e II.
d) Estão incorretas apenas as assertivas I, II e III.
e) Todas as assertivas estão incorretas.
Gabarito C

ALTERNATIVA A) INCORRETA. Se não é dado ao Estado exercer sua pretensão


punitiva, obrigando-o aguardar a decisão administrativa definitiva, é igualmente
inviável que a prescrição tenha início em momento anterior àquele, sob pena de o crime
já estar prescrito sem que nem ao menos se tenha possibilidade de puni-lo.

ALTERNATIVA B) INCORRETA. A homologação da transação pena não faz coisa


julga O crime de falsificação do selo ou sinal público

a) abrange a falsificação de selo postal ou estampilha destinados à arrecadação de


impostos ou taxas.

b) admite a modalidade culposa.

c) tem a mesma pena seja se cometido por funcionário público prevalecendo-se do


cargo, seja se praticado por qualquer pessoa.

d) a pena é de detenção.

e) a pena é aplicada àquele que altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas,
logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados por órgãos da Administração
pública do material, nos termos da súmula vinculante 35 do STF:

575- O crime de falsificação do selo ou sinal público


a) abrange a falsificação de selo postal ou estampilha destinados à arrecadação de
impostos ou taxas.
384

b) admite a modalidade culposa.


c) tem a mesma pena seja se cometido por funcionário público prevalecendo-se do
cargo, seja se praticado por qualquer pessoa.
d) a pena é de detenção.
e) a pena é aplicada àquele que altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas,
logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados por órgãos da Administração
pública.
Gabarito E
A) Trata-se do crime de Falsificação de papéis públicos
Falsificação de papéis públicos Art. 293 I – selo destinado a controle tributário, papel
selado ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo;

B) Bizú: nenhum crime contra a fé pública admite modalidade culposa

C) Art. 296 § 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se


do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte

D) Falsificação do selo ou sinal público: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

E) CERTO: Art. 296 § 1º - Incorre nas mesmas penas


III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer
outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração
Pública.
576- Aquele que confecciona um cartão de crédito falso comete o crime de
________, na modalidade equiparada.
Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna do texto
a) Moeda Falsa
b) Uso de Documento Falso
c) Falsidade Ideológica
d) Falsificação de Documento Particular
e) Falsificação de Documento Público
Gabarito D

Falsificação de documento particular (Redação dada pela Lei nº 12.737, de


2012) Vigência

(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência

Parágrafo único.  Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o


cartão de crédito ou débito.   
385

577- A consumação do crime de Falso Reconhecimento de Firma ou Letra se dá


quando;
a) o reconhecimento é realizado.
b) o respectivo documento é entregue a quem possa fazer dele o mau uso.
c) o respectivo documento é utilizado por qualquer pessoa.
d) o pagamento do ato de reconhecimento é realizado.
Gabarito A

Preleciona Cleber Masson, Direito Penal Esquematizado, Parte Especial, v. 3, sobre o


crime de Falso Reconhecimento de Firma que:

"Trata-se de crime formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado:


consuma-se no momento em que o funcionário público, no desempenho da sua
função, reconhece como verdadeira firma ou letra que não o seja, independentemente
do dano a ser causado pela efetiva utilização do documento".

578- A consumação do crime de Falso Reconhecimento de Firma ou Letra se dá


quando;
a) o reconhecimento é realizado.
b) o respectivo documento é entregue a quem possa fazer dele o mau uso.
c) o respectivo documento é utilizado por qualquer pessoa.
d) o pagamento do ato de reconhecimento é realizado.
Gabarito A

Falso reconhecimento de firma ou letra

  Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra
que o não seja:

  Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e de um a três


anos, e multa, se o documento é particular

Elementos objetivos do tipo

Reconhecer (admitir como certo ou constatar), como verdadeira (autêntica, real),


firma (assinatura por extenso ou abreviada) ou letra (sinal representativo de vocábulos
da linguagem escrita) de alguém, quando não o seja. O agente encarregado,
legalmente, da tarefa de, por comparação, estabelecer que a assinatura colocada num
documento, por exemplo, é proveniente de determinada pessoa, declara autêntica a
firma que não o é. Assim, no exercício de função pública (conforme exige o tipo penal),
termina por dar autenticidade ao que não deveria, causando sério risco à fé pública e à
segurança dos negócios em geral. 
386

A pena é de reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; é de


reclusão, de um a três anos, e multa, se o documento é particular.

Classificação

Próprio; formal; de forma vinculada (o reconhecimento de firma ou letra tem


procedimento específico para tanto); comissivo, mas, excepcionalmente comissivo por
omissão; instantâneo; unissubjetivo; unissubsistente. 

Tentativa

Não é admissível, pois o crime é unissubsistente, mas há quem sustente a


possibilidade, desde que se visualize na execução um formato plurissubsistente, o que
não nos parece cabível. O agente reconhece a firma ou letra em um único ato.

Momento consumativo

Quando o reconhecimento for realizado, independentemente da entrega do documento a


quem dele possa fazer mau uso.

579- Falsificar cartão de crédito é

a) conduta atípica.

b) falsificação de documento público.

c) falsidade ideológica.

d) falsa identidade.

e) falsificação de documento particular.

Gabarito E
580- Assinale a alternativa incorreta:
a) A pena para o crime de falso reconhecimento de firma ou letra (art.300 do Código
Penal) é a mesma, tenha a falsificação sido realizada em documento público ou
particular.
b) Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade
paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade
comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
c) Incorre nas mesmas penas do crime de falsificação de documento público (art.297 do
Código Penal) quem insere ou faz inserir na folha de pagamento ou em documento de
informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que
não possua a qualidade de segurado obrigatório.
d) Para fins do crime de falsificação de documento particular (art.298 do Código Penal)
equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito.
387

Gabarito A

33.3- Falsidade de documento público

581- A omissão involuntária de despesas de campanha eleitoral quando da


prestação de contas afasta a eventual incidência do crime de falsidade ideológica.
Gabarito C

Se a omissão foi involuntária (falta de dolo), não há como fazer o enquadramento típico,
visto que o artigo 299 do CP exige para sua consumação a exitência de "uma"
finalidade, a qual decorre de uma vontade:

Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser
escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre
fato juridicamente relevante:

        Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão


de um a três anos, e multa, se o documento é particular.

        Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime


prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de
registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.

582- Sobre os crimes de falsidade documental previstos no Código Penal, analise as


proposições abaixo:
I - O crime de falsificação de documento público consiste em omitir, em documento
público, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração
falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação
ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.
II - O crime de falsificação de documento particular consiste em omitir, em documento
particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração
falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação
ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.
III - O crime de supressão de documento consiste em destruir, suprimir ou ocultar, em
benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular
verdadeiro, de que não podia dispor.
IV - O crime de falsidade de atestado médico consiste em dar o médico, no exercício da
sua profissão, atestado falso.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Todas as assertivas estão corretas.
388

b) Apenas as assertivas III e IV estão corretas.


c) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.
d) Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas.
e) Não respondida.
Gabarito B

Falsificação de documento público

 Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento


público verdadeiro.

Falsificação de documento particular   

Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento


particular verdadeiro.

 Falsidade ideológica

 Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser
escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante.

583- À luz do Código Penal, sobre a falsidade documental nos crimes contra a fé
pública,
a) a falsificação de um documento emanado de sociedade de economia mista federal
caracteriza o crime de falsificação de documento público.
b) equipara-se a documento público para caracterização do crime de falsificação de
documento público o cartão de crédito ou débito.
c) se o autor do crime de falsificação de selo ou sinal público é funcionário público e
comete o crime prevalecendo-se do cargo, a pena é aumentada de um terço.
d) aquele que faz inserir na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado
declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado estará sujeito às penas
cominadas ao crime de falsidade ideológica.
e) o médico que dá, no exercício de sua função, atestado falso com o fim lucrativo
estará sujeito à pena privativa de liberdade cominada ao delito de falsidade de atestado
médico aumentada de metade.
Gabarito A

Letra A. CERTO.
Para Victor Eduardo Rios Gonçalves, o termo "entidades paraestatais" inclui autarquia,
389

empresa pública, sociedade de economia mista e fundação de instituída pelo poder


público.

 Letra B. FALSO.
Art. 298. Parágrafo único.  Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento
particular o cartão de crédito ou débito.  

 Letra C. FALSO.
Art. 296. (...) § 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se
do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

 Letra D. FALSO.
Falsificação de documento público
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento
público verdadeiro:  
 § 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir:
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que
deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que
deveria ter sido escrita;

 Letra E. FALSO.
Falsidade de atestado médico
Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

584- Durante a instrução de determinado processo judicial, foi comprovada


falsificação da escrituração em um dos livros comerciais de uma sociedade
limitada, em decorrência da criação do chamado “caixa dois”. A sentença
proferida condenou pelo crime apenas o sócio com poderes de gerência.
A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) A conduta praticada pelo sócio constitui crime falimentar.
b) Na situação, configura-se crime de falsificação de documento público.
c) Sendo o diário e o livro de registro de atas de assembleia livros obrigatórios da
sociedade citada, a referida falsificação pode ter ocorrido em qualquer um deles.
d) Em decorrência da condenação criminal, o sócio-gerente deverá ser excluído
definitivamente da sociedade.
e) O nome do condenado não pode ser excluído da firma social, que deve conter o nome
de todos os sócios, seguido da palavra “limitada”.
Gabarito B

ART. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar


documento público verdadeiro:

  Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.


390

  § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de


entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de
sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

585- Etevaldo, depois de ingressar na posse de uma carteira de habilitação


pertencente a outrem, aproveitando-se de sua semelhança fisionômica para com o
titular do documento, adultera o nome ali constante, substituindo-o pelo seu.
Considerando que a adulteração não era perceptível ictu oculi e que o autor
pretendia utilizar o documento para conduzir irregularmente veículo automotor, é
correto afirmar que Etevaldo cometeu crime de:
a) falsificação de documento publico.
b) uso de documento de identidade alheia.
c) falsa identidade.
d) uso de documento falso, na forma tentada.
e) falsidade ideológica documento publico.
Gabarito A
586- A conduta de “falsificar cartão de crédito ou débito”
a) é considerada falsidade de documento particular.
b) é considerada falsidade de documento público.
c) é considerada falsidade ideológica.
d) é crime assimilado ao estelionato.
e) não é prevista no CP.
Gabarito A

Código Penal:

Falsificação de documento particular 

Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento


particular verdadeiro:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Falsificação de cartão  

Parágrafo único.  Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular


o cartão de crédito ou débito

587- Preencher uma folha de cheque em branco, sem autorização do titular da


conta bancária vinculada, e almejando sua utilização irregular no futuro para a
aquisição fraudulenta de bens, constitui crime de:
391

a) estelionato tentado.
b) falsa identidade.
c) falsidade ideológica.
d) falsificação de documento público.
e) falsificação de documento particular.
Gabarito D
Falsificação de documento público
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento
público verdadeiro
[...]
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade
paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade
comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
588- A falsificação e o uso de um documento público, pelo mesmo agente,
configura o delito de
a) uso de documento falso.
b) falsificação de documento público e uso de documento falso, em concurso material.
c) falsificação de documento público e uso de documento falso, em concurso formal.
d) falsificação de documento público.
Gabarito D

Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem
os arts. 297 a 302:

Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. 

O uso do documento falso pelo próprio falsário constitui “post-factum” impunível. Não
temos dois crimes, sim, um único: o de falsidade (que absorve o posterior, por não
ostentar nova ofensa punível ao mesmo bem jurídico). 

589- Apagar mecanicamente o nome que consta em uma carteira de identidade


verdadeira e substituí-lo por nome falso, caso a falsificação não seja grosseira,
caracteriza crime de:
a) falsificação de documento público (art. 297 do CP).
b) falsificação de documento particular (art. 298 do CP).
c) falsidade ideológica sobre documento particular (art. 299 do CP).
d) falsidade ideológica sobre documento público (art. 299 do CP).
e) falsa identidade (art. 307 do CP).
392

Gabarito A

Art. 297 CP Falsificação de documento público:

Falsificar, no todo ou em parte, DOCUMENTO PÚBLICO, ou alterar documento


público verdadeiro.

Art. 299 CP Falsidade Ideológica:

OMITIR, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou


nele inserir, ou fazer inserir declaração FALSA ou diversa da que devia ser escrita, com
o FIM de PREJUDICAR DIREITO, CRIAR OBRIGAÇÃO OU ALTERAR A
VERDADE sobre fato juridicamente relevante. 

Resumindo: 

Na falsificação de documento Público o crime acontece quando alguém falsificar


(contrafazer) documento ou alterar (modificar) documento verdadeiro. Ou seja, quando
o agente faz uma “imitação” do documento verdadeiro, independentemente se os dados
inseridos são verdadeiros ou falsos.

Já na  falsidade ideológica, o agente vai alterar a VERDADE sobre os dados presentes


no documento, seja por omissão de declaração, inserindo declaração falsa ou declaração
diversa da que deveria ser escrita.

33.4- Falsidade de documento particular

590- O agente que atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter
vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem, comete o
crime de:
a) Falsa identidade.
b) Supressão de documento.
c) Falsidade ideológica.
d) Uso de documento falso.
e) Falsificação de documento particular.
Gabarito A

CORRETA - Falsa identidade. (verbos do tipo: atribuir-se ou atribuir)

ERRADA - Art. 305 (Supressão de documento) verbos do tipo: destruir, suprimir ou


ocultar 

ERRADA - Art. 299 (Falsidade ideológica) verbos do tipo: omitir, inserir ou fazer
inserir 
393

ERRADA - Art.304 (Uso de documento falso) verbo do tipo: fazer uso

ERRADA - Art. 298 (Falsificação de documento particular) verbos do tipo: falsificar ou


alterar 

591- Caracteriza falsificação de documento particular a alteração de


a) testamento particular.
b) ações de sociedade comercial.
c) título ao portador ou transmissível por endosso.
d) nota fiscal.
e) livros mercantis.
Gabarito D

§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público:

1- o emanado de entidade paraestatal,

2- o título ao portador ou transmissível por endosso,

3- as ações de sociedade comercial,

4- os livros mercantis

5- o testamento particular.

592- Aquele que falsifica, no todo ou em parte, cartão de crédito ou débito de


banco público, enquadra-se no crime de
a) petrechos de falsificação.
b) falsificação de documento particular.
c) falsificação de documento público.
d) falsidade ideológica.
Gabarito B
593- O documento emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou
transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o
testamento particular, para fins de falsidade, são equiparados a
a) atos oficiais da União, de Estado ou de Município.
b) sinais públicos.
c) selos públicos.
d) documentos particulares.
394

e) documentos públicos.
Gabarito E
594- Pablo, enquanto se dirigia para o trabalho, foi parado em uma blitz realizada
pela Polícia Militar. O policial pediu ao motorista que se identificasse e
apresentasse a documentação do veículo. Pablo, então, apresentou os documentos
do automóvel e sua carteira de motorista. Ocorre que, em consulta ao sistema
próprio, o agente da lei verificou que o documento de identificação apresentado
era falsificado. Considerando apenas as informações narradas, é correto afirmar
que a conduta de Pablo:
a) configura crime de uso de documento falso em concurso material com falsificação de
documento particular;
b) configura crime de falsa identidade;
c) configura crime de uso de documento falso em concurso material com falsificação de
documento público;
d) é atípica, pois a apresentação dos documentos não foi espontânea, somente ocorrendo
por solicitação dos policiais;
e) configura crime de uso de documento falso, apenas.
Gabarito E
595- Em relação aos crimes praticados contra a fé pública, assinale a alternativa
correta.
a) O crime de falso atestado médico, previsto no artigo 302, do CP, admite tanto a
forma dolosa quanto a forma culposa.
b) O crime de falso reconhecimento de firma ou letra (art. 300, CP), por ser crime
próprio, não admite coautoria ou participação.
c) A falsidade material consistente na omissão de declaração que deveria constar no
documento público ou particular ou na inserção (direta ou indireta) de declaração falsa
ou diversa da que deveria ser nele escrita.
d) Os delitos de falso se consumam independentemente do resultado (prejuízo).
e) Os testamentos particulares inserem-se no conceito de documento particular para fins
de falsificação (art. 298, CP).
Gabarito D

A) Crimes contra a fé pública não admitem a modalidade culposa.

B) Admite coautoria ou participação quando o particular tem conhecimento da


qualidade de funcionário público.

C) A falsidade material de documento se da na FORMA do documento (total ou


395

parcial), enquanto que a falsidade ideológica se dá no CONTEÚDO do documento,


embora a forma deste seja original

Falsidade ideológica: Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular,


declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou
diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou
alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante

D) CERTO: trata-se do crime formal, entende-se por delito formal aquele que se
consuma independentemente do prejuízo.

E) Falsificação de documento público Art. 297 § 2º - Para os efeitos penais,


equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao
portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros
mercantis e o testamento particular

33.4- Falsidade ideológica

596- crime de registrar como seu o filho de outrem:


a) não admite transação penal em nenhuma de suas formas.
b) pode ser praticado através da inscrição, no registro civil, de nascimento inexistente.
c) é classificado como uma hipótese de falsidade ideológica.
d) tem como termo inicial do prazo prescricional a ciência da falsidade pela pessoa
fraudulentamente registrada.
e) não admite concurso de pessoas
Gabarito C

Falsidade ideológica

Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser
escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante:

        Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão


de um a três anos, e multa, se o documento é particular.

        Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime


prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de
registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.

Assentamento civil: certidão de nascimento, de óbito, de casamento.

597- Com relação aos crimes em espécie previstos no CP, assinale a opção correta,
considerando o entendimento jurisprudencial do STJ.
396

a) O indivíduo que, ao ser preso em flagrante, informa nome falso com o objetivo de
esconder seus maus antecedentes pratica o crime de falsa identidade, não sendo cabível
a alegação do direito à autodefesa e à não autoincriminação.
b) Para a configuração do crime de descaminho, é necessária a constituição definitiva do
crédito tributário por processo administrativo-fiscal.
c) Em se tratando de crime de concussão, a situação de flagrante se configura com a
entrega da vantagem indevida.
d) O crime de sonegação fiscal não absorve o crime de falsidade ideológica, mesmo que
seja praticado unicamente para assegurar a evasão fiscal.
Gabarito A

A  CORRETA!   Súmula 522 do STJ, é típica a conduta de atribuir-se falsa identidade


perante autoridade policial, ainda que em situação de alegada autodefesa

B)  ERRADA : Súmula 24 STF : Não se tipifica crime material contra a ordem


tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento
definitivo do tributo.

C) ERRADA ! ( O STJ recentemente proferiu uma decisão bem didática, noticiada no


Informativo nº 564, onde previu que no crime de concussão só haverá o flagrante delito
no momento da exigência da vantagem indevida, e não no momento da entrega desta
vantagem, pois por trata-se de crime formal (ou de resultado cortado, antecipado), o
momento consumativo é o da exigência da vantagem indevida, e não o da entrega de
referida vantagem. Ocorrendo a entrega da vantagem, configura-se mero exaurimento
do crime.)

D) ERRADA ! Quando a falsificação e uso de documento falso objetivam a redução ou


supressão de tributo, tais condutas devem ser consideradas crimes-meio perpetrados
com o intuito de consumar crime-fim consistente na sonegação fiscal. - Ante a não
definição do tributo devido é de concluir-se pela falta justa causa para a ação penal
relativa ao crime de sonegação fiscal, de modo que os crimes de falso restam por
aquele absorvidos. - A sentença que, pontuando neste sentido, rejeitou a denúncia, não
merece qualquer reparo. - Recurso em sentido estrito improvido.

598- Caracteriza crime de falsidade ideológica a conduta consistente em


a) omitir que está empregado ao preencher cadastro público para obtenção de benefício
social.
b) trocar a foto do documento de identificação por outra, própria, mais recente.
c) fingir que é outra pessoa para obter algum benefício, como o ingresso em evento
privado.
d) utilizar o título de eleitor do irmão que se encontre em viagem para votar em seu
lugar.
e) alterar por conta própria o nome que consta na carteira nacional de habilitação.
397

Gabarito A

A) CORRETA - O crime de omitir declaração em documento (público ou particular)


que dele devia constar, configura o crime de falsidade ideológica se com o fim de
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente
relevante.

B) ERRADA - Trocar a foto do documento de identidade por uma mais recente não é
crime.

C) ERRADA - O crime descrito é o de falsa identidade (Atribuir-se ou atribuir a


terceiro falsa identidade para obter vantagem em proveito próprio ou alheio, ou para
causar dano a outrem)

D) ERRADA - Crime de falsa identidade (Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte,
título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou
ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de
terceiro

E) ERRADA - Crime de falsificação de documento público, pois ocorreu a alteração de


doc público, conforme previsto no art. 297 do CP

599- O crime de falsa identidade


a) é punido com pena de reclusão de 1 a 4 anos.
b) só se consuma com a obtenção de vantagem ilícita.
c) não admite tentativa.
d) pode ser cometido na forma culposa.
e) pode ser cometido por qualquer pessoa.
Gabarito E

A) Art. 307 Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui
elemento de crime mais grave

B) A consumação ocorre no momento em que o agente atribui a si ou a terceiro a


identidade falsa, ainda que a vantagem visada não seja alcançada (ou que não se cause
dano a outrem) .

C) O crime de falsa identidade é plurissubsistente, ou seja pode ser repartido em várias


etapas, portanto, admite-se a tentativa. nos crimes unissubssitentes não há tentativa, uma
vez que o crime é constituído de apenas uma etapa. Ex: gesto obceno.

D) nenhum crime contra a fé pública admite forma culposa

E) CORRETO: O crime de falsa identidade é comum, ou seja, pode ser praticado por
qualquer pessoa, diferentemente do crime próprio, no qual a lei penal exige uma certa
qualidade do sujeito ativo. Ex: peculato – funcionário público (Art. 327 CP).
398

Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em
proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de
crime mais grave   

33.5- Uso de documento falso

600- No que concerne aos crimes em espécie, julgue o item seguinte.

Particular que apresentar em seu trabalho atestado médico falso, com assinatura e
carimbo de médico inexistente, responderá pelo crime de falsidade ideológica, na
modalidade do uso.
Gabarito ERRADO
Vai a dica: se o documento é FALSO, não importa se os dados são ou não verdadeiros.
Temeros FALSIDADE DOCUMENTAL. Agora se o documento é VERDADEIRO
com dados FALSOS. Teremos FALSIDADE IDEOLÓGICA.
601- O agente que atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter
vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem, comete o
crime de:
a) Falsa identidade.
b) Supressão de documento.
c) Falsidade ideológica.
d) Uso de documento falso.
e) Falsificação de documento particular.
Gabarito A
602- A falsa atribuição de identidade só é caracterizada como delito de falsa
identidade se feita oralmente, com o poder de ludibriar; quando formulada por
escrito, constitui crime de falsificação de documento público.
Gabarito ERRADO
602- Assinale a opção correta a respeito dos crimes contra a fé pública.
a) O uso de documento falso ou a atribuição de falsa identidade visando à ocultação de
antecedentes, ainda que para fins de autodefesa, configuram crime.
b) Para a configuração do delito de falsa identidade, não se exige que o agente se utilize
de documento verdadeiro e de titularidade de outrem, como se fosse seu, para ocultar a
sua verdadeira identidade.
399

c) O crime de uso de documento falso, cujo resultado naturalístico deve consistir na


efetiva lesão ao bem jurídico e à fé pública, é material.
d) É necessária a realização de prova pericial para a comprovação da materialidade do
crime de uso de documento falso.
e) Admite-se a aplicação do princípio da insignificância ao crime de moeda falsa, desde
que as notas falsificadas sejam de pequeno valor, dada a mínima ofensividade da
conduta do agente.
Gabarito A
Súmula 522 STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é
típica, ainda que em situação de alegada autodefesa
603- Considere a seguinte situação hipotética. Celso, maior, capaz, quando
trafegava com seu veículo em via pública, foi abordado por policiais militares, que
lhe exigiram a apresentação dos documentos do veículo e da carteira de
habilitação. Celso, então, apresentou habilitação falsa. Nessa situação, a conduta
de Celso é considerada atípica, visto que a apresentação do documento falso
decorreu de circunstância alheia à sua vontade.
Gabarito ERRADO
O simples porte do documento (C.N.H.) falso, enquanto dirigia, já é o suficiente para
configurar o crime previsto no artigo 304 , do Código Penal , sendo irrelevante tenha
a exibição sido por iniciativa própria, espontânea ou por solicitação (provocada)
da autoridade policial.
604- Silas, maior e capaz, foi abordado por policiais militares e, ao ser questionado
acerca do documento de identificação, apresentou, como sendo seu, o único
documento que carregava, um título de eleitor, autêntico, pertencente a terceira
pessoa. Nessa situação hipotética,
a) a conduta de Silas ajusta-se ao crime de uso de documento de identidade alheio.
b) Silas praticou o crime de falsidade ideológica.
c) configurou-se o delito de uso de documento falso.
d) Silas perpetrou o crime de falsa identidade.
e) a conduta de Silas foi atípica, pois ele exibiu o documento apenas por exigência dos
policiais.
Gabarito A

Falsa identidade

Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em
proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de
crime mais grave.
400

Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou
qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize,
documento dessa natureza, próprio ou de terceiro:

Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui elemento
de crime mais grave.

34- Crimes contra a administração pública


34.1- Peculato

605- No exercício de suas atribuições, um funcionário público prestava


atendimento a um cidadão quando necessitou buscar, no interior da repartição,
um documento para concluir um procedimento. Por descuido do funcionário, um
laptop da instituição, que estava sendo utilizado por ele, ficou desvigiado, às vistas
do cidadão que recebia o atendimento. Quando o funcionário retornou, não
encontrou o cidadão e observou que o laptop havia sumido. Posteriormente, as
investigações policiais concluíram que aquele cidadão havia furtado o laptop, que
não foi recuperado.
Nesse caso, o funcionário público
a) não praticou crime, uma vez que não anuiu à conduta delituosa.
b) foi partícipe do crime de furto praticado e, por isso, será condenado às penas
cominadas para esse crime, na medida de sua culpabilidade.
c) praticou peculato culposo, podendo a punibilidade ser extinta caso ele repare o dano
ao órgão até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
d) cometeu crime de peculato-furto, pois concorreu para a realização do furto, podendo
ser reconhecida a atipicidade do fato pelo princípio da insignificância.
e) responderá por peculato impróprio desde que o cidadão seja condenado por furto.
Gabarito C
606- À luz do CP e da legislação penal extravagante, assinale a opção correta.
a) É crime impossível o peculato praticado por servidor público que subtrai bens da
administração pública municipal aos quais tenha acesso em razão do cargo, quando há
sistema de vigilância por monitoramento eletrônico.
b) Poderá ser reduzida até a metade a pena de membro de organização criminosa que
realizar colaboração premiada após a prolação da sentença.
c) É atípica a conduta de fotografar criança em poses sensuais, com enfoque em seus
órgãos genitais, quando estiverem cobertos por peças de roupas.
d) O crime de racismo restringe-se aos atos discriminatórios em função de cor da pele
— fator biológico —, em razão do princípio da necessidade da lei estrita do direito
penal.
401

Gabarito B
607- om referência à tipificação das diversas modalidades de crimes e ao
processamento desses crimes, assinale a opção correta.
a) Configura-se o peculato na modalidade de desvio quando o servidor público,
consciente e voluntariamente, desvia, em proveito próprio ou de terceiro, verba que
detém em razão do cargo que ocupa na sua repartição.
b) Não constitui causa especial de aumento de pena a prática de lesões corporais contra
cônjuge ou companheiro(a) de policial civil ou militar em razão dessa condição.
c) O assassinato da esposa ou companheira será classificado como feminicídio apenas
quando for praticado no ambiente doméstico e familiar, sujeitando o infrator à pena de
doze a trinta anos de reclusão.
d) Consoante a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, reputa-se tentado o
latrocínio quando há a morte da vítima, mas o agente não logra obter a subtração da res
furtiva pretendida por circunstâncias alheias à sua vontade.
e) O crime de estupro de vulnerável constitui ação penal pública condicionada à
representação da pessoa ofendida, que deve estar assistida pelo seu representante legal.
Gabarito A
608- Será reduzida pela metade a pena de indivíduo condenado por crime de
peculato culposo que reparar o dano após o trânsito em julgado do acórdão.
Gabarito ERRADO
609- Assinale a opção correta com relação a crimes contra a administração
pública.
a) Policial que exigir propina para liberar a passagem de pessoas por uma estrada
cometerá corrupção passiva.
b) O agente penitenciário que não recolher aparelhos celulares de pessoas em privação
de liberdade cometerá crime de condescendência criminosa.
c) Um governador que ordenar a aquisição de viaturas policiais e o pagamento destas
com recurso legalmente destinado à educação infantil cometerá o crime de peculato.
d) Se forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou
assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista,
empresa pública ou fundação instituída pelo poder público, os autores de crimes contra
a administração pública terão direito a redução de suas penas.
e) A circunstância de funcionário público é comunicável a particular que cometa o
crime sabendo dessa condição especial do funcionário.
Gabarito E

a)Policial que exigir propina para liberar a passagem de pessoas por uma estrada
cometerá CONCUSSÃO.
402

b)O agente penitenciário que não recolher aparelhos celulares de pessoas em privação
de liberdade cometerá crime prevaricação art. 319-A do CP

 c)Um governador que ordenar a aquisição de viaturas policiais e o pagamento destas


com recurso legalmente destinado à educação infantil cometerá o crime de emprego
irregular de verbas públicas art. 315 do CP.

 d)Se forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou


assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista,
empresa pública ou fundação instituída pelo poder público, os autores de crimes contra
a administração pública terão direito a aumento de suas penas. Não existe causa de
diminuição de pena  e sim causa de aumento da terça parte art. 327 parágrafo 2°

 e)A circunstância de funcionário público é comunicável a particular que cometa o


crime sabendo dessa condição especial do funcionário. CRIMES funcionais a
qualidade de ser funcionário é elementar do crime e por isso comunicável art. 30
do cp e o particular deve saber de tal condição.

610- Augusto, diretor de uma repartição pública, por estar distraído, esquece a
porta do cofre ali existente destrancada. Alexandre, outro funcionário público que
ali trabalha, valendo-se da facilidade de acesso ao local em razão de seu cargo,
percebe o ocorrido e subtrai bens particulares que ali estavam guardados. De
acordo com esta situação,
a) Augusto e Alexandre responderão pelo crime de peculato-furto em concurso de
agentes.
b) Augusto cometeu o crime de furto culposo, enquanto Alexandre praticou o crime de
furto qualificado, considerando que os bens subtraídos do cofre eram particulares.
c) Augusto praticou o crime de peculato culposo, ao passo que Alexandre responderá
pelo crime de peculato mediante erro de outrem.
d) Augusto cometeu o crime de peculato culposo e Alexandre praticou o crime de
peculato-furto.
e) Augusto não cometeu crime algum, em razão da ausência de dolo. Alexandre
responderá pela prática de peculato-apropriação.
Gabarito D
611- Josué, funcionário público, após cometer crime de peculato culposo, é
denunciado pelo Ministério Público e regularmente processado pela Justiça
Pública. Após a regular instrução do feito, Josué é condenado a cumprir pena de
seis meses de detenção em regime inicial aberto pelo Magistrado de Primeiro
Grau. Josué, inconformado, interpôs o recurso cabível. Durante o trâmite do
recurso, Josué, arrependido, repara integralmente o dano causado à
Administração pública. Neste caso, Josué
a) terá sua pena reduzida em metade.
b) terá a sua punibilidade extinta.
403

c) terá sua pena reduzida em um terço.


d) não terá direito a qualquer benefício, pois a reparação ocorreu após a sentença de
primeiro grau.
e) terá sua pena reduzida de dois terços.
Gabarito B

Reparação do dano:

 (I) ANTES do trânsito em julgado: extingue a punibilidade

(II) APÓS o trânsito em julgado: reduz a pena pela metade

612- Praticado o peculato culposo, fica extinta a punibilidade do funcionário


público que repara o dano antes
a) do oferecimento da denúncia.
b) da sentença irrecorrível.
c) da conclusão da investigação penal.
d) de ser exonerado do serviço público.
e) da conclusão do processo administrativo disciplinar.
Gabarito B

Peculato

        Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer


outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:

        Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

        § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse
do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de
funcionário.

        Peculato culposo

        § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:

        Pena - detenção, de três meses a um ano.

        § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à


sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade
a pena imposta.
404

613- Lucius, funcionário público, escrevente de cartório de secretaria de Vara


Criminal, apropriou-se de um relógio valioso que foi remetido ao Fórum
juntamente com os autos do inquérito policial no qual foi objeto de apreensão.
Lucius cometeu crime de
a) apropriação de coisa achada.
b) apropriação indébita simples.
c) apropriação indébita qualificada pelo recebimento da coisa em razão de ofício,
emprego ou profissão.
d) apropriação de coisa havida por erro.
e) peculato.
Gabarito E
614- É punível na forma culposa o delito de
a) abandono de função.
b) peculato.
c) violação de sigilo funcional.
d) prevaricação.
e) concussão.
Gabarito B

O peculato é o único crime contra a adm. pública que admite a modalidade culposa!

615- Pedro, delegado de polícia, desviou, em proveito alheio, um aparelho celular


cujo dono não fora encontrado e cuja posse detivera, como produto de furto, em
investigação sob seu comando.
Com base nessa situação hipotética, assinale a alternativa correta.
a) Pedro deverá responder pela prática de crime de prevaricação.
b) Trata-se de crime de furto.
c) Trata-se de conduta atípica.
d) Pedro praticou concussão.
e) A conduta de Pedro caracteriza-se como peculato.
Gabarito E

Como o aparelho telefônico é um bem particular e móvel, que estava em posse em razão
do cargo e foi desviado, configurou-se o crime de peculato.

Peculato
405

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em
proveito próprio ou alheio:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa

616- Funcionário público, de férias, que aceita uma promessa de recebimento de


dinheiro para que, em razão do seu cargo, possa liberar do pagamento de uma
multa uma pessoa que tinha sido autuada pela fiscalização comete
a) crime de concussão.
b) crime de peculato.
c) crime de corrupção ativa.
d) prevaricação.
e) crime de corrupção passiva.
Gabarito E
a) Concussão

Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: ( Pena -
reclusão, de dois a oito anos, e multa).

b) Peculato

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em
proveito próprio ou alheio:( Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa).

c) Corrupção ativa

Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para


determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:( Pena – reclusão, de 2 a 12
anos, e multa).

d) Prevaricação

Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo


contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
(Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa).

e) Corrupção passiva - CORRETA


406

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou
aceitar promessa de tal vantagem: (Pena – reclusão, de 2 a 12 anos, e multa). 
617- Em relação aos crimes praticados por funcionário público contra a
administração em geral, assinale a alternativa correta.
a) Se o funcionário público se apropria de bem particular de quem tem a posse em razão
do cargo, comete furto e não peculato, pois esse último só se configura em caso de
subtração de bem público.
b) Ao contrário do furto, o peculato admite a figura culposa.
c) É pressuposto da prevaricação a obtenção de vantagem econômica.
d) Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, apenas quem exerce cargo,
função ou emprego público de forma efetiva e remunerada.
Gabarito B
618- O crime de peculato tem a seguinte descrição típica: “apropriar-se o
funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito
próprio ou alheio”. Quanto ao sujeito ativo ele pode ser classificado como um
crime:
a) Próprio.
b) Impróprio.
c) Plurissubjetivo.
d) De mão própria.
Gabarito A

Crime PRÓPRIO - são os que só podem ser cometidos por determinada categoria
de pessoas. Ex: infanticídio, que só poderá ser praticado pela mãe em estado puerperal;
peculato, que só poderá ser praticado por funcionário público; etc.

Crime de MÃO PRÓPRIA - são aqueles cuja conduta descrita no tipo penal só poderá
ser executada por uma "única mão", ou seja, por uma única pessoa, e em razão dessa
característica, não admitem coautoria. Ex: falso testemunho, que só poderá ser praticado
por aquela pessoa que está prestando depoimento naquele momento.

619- Funcionário público municipal, imprudentemente, deixa a porta da


repartição aberta ao final do expediente. Assim agindo, mesmo sem intenção,
concorre para que outro funcionário público, que trabalha no mesmo local,
subtraia os computadores que guarneciam o órgão público. O Município sofre
considerável prejuízo. A conduta do funcionário que deixou a porta aberta traduz-
se em
a) peculato culposo.
407

b) fato atípico.
c) prevaricação.
d) peculato-subtração.
e) mero ilícito funcional, sem repercussão na esfera penal.

34.2- Concussão

620-Dos crimes contra a administração pública encontramos a seguinte definição


para um dos delitos: “Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida”. Aponte qual o tipo penal correto:
a) Concussão.
b) Excesso de exação.
c) Corrupção passiva.
d) Peculato.
Gabarito A

Concussão

        Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:

        Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Excesso de exação

        § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria


saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso,
que a lei não autoriza: 

        Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 

        § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu


indevidamente para recolher aos cofres públicos:

        Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Corrupção passiva

        Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida,
ou aceitar promessa de tal vantagem:
408

        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

        § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou


promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica
infringindo dever funcional.

        § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com


infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:

        Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Peculato

        Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo,
em proveito próprio ou alheio:

        Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

        § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse
do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de
funcionário.

621- A opção que apresenta corretamente um crime praticado por particular


contra a Administração Pública é:
a) peculato.
b) concussão.
c) corrupção passiva.
d) desobediência.
e) prevaricação.
Gabarito D

Desobediência

Art. 330 - Desobedecer à ordem legal de funcionário público.

                  Pena - Detenção, de 15 dias a 6 meses, e multa. 

P.S - No caso de Peculato, não necessariamente o particular pratica crime contra a


administração pública. Pois, para que isso aconteça, é necessária uma condição:  Ter
conhecimento de que o particular sabe que seu comparsa, que está juntamente
praticando o crime, é funcionário público. Neste caso, ambos cometeriam crime contra a
Adm. Pública. Se não tiver conhecimento de que pratica o delito juntamente com um
func. público, estariam cometendo crimes diferentes.
409

 Ex: Imagine que Tuco é convidado por Juca, func. público, para cometer um furto. Sem
saber da qualidade especial de Juca, Tuco pratica o delito. Nesta situação, responderá
Tuco por FURTO; e Juca, por PECULATO-FURTO.  Ou seja, (TUCO) tem de saber
que o agente é func. público; se não, está fora deste rol dos crimes contra Adm.
Pública.

 622- No que respeita aos crimes contra a Administração Pública, é CORRETO


afirmar:

a) Ao peculato mediante erro de outrem se aplica, por expressa disposição legal, a causa
extintiva da punibilidade da reparação do dano anterior à sentença irrecorrível.

b) O crime de corrupção passiva, para consumar-se, depende de que o agente retarde ou


deixe de praticar o ato a que obrigado, ou que o pratique infringindo dever funcional.

c) O crime de abandono de função é próprio e material, exigindo, para sua consumação,


a causação de prejuízo à Administração Pública.

d) Já decidiu o Supremo Tribunal Federal que ser o sujeito ativo policial, no crime de
concussão, pode ser considerada circunstância judicial negativa, não obstante a
condição de funcionário público ser elementar do tipo.

Gabarito D

a) Ao peculato mediante erro de outrem se aplica, por expressa disposição legal, a causa
extintiva da punibilidade da reparação do dano anterior à sentença irrecorrível. Errado,
é peculato culposo, e se for posterior à sentença, reduz de metade a pena imposta.
 

b) O crime de corrupção passiva, para consumar-se, depende de que o agente retarde ou


deixe de praticar o ato a que obrigado, ou que o pratique infringindo dever funcional.
Errado. Isso é causa de aumento de pena em até 1/3, se em consequência da
vantagem o funcionário pratica o crime com infração do dever funcional.
Não confundir com prevaricação: Retardar ou deixar de praticar, indevidamente
ato de ofício, ou pratica-lo contra expressa disposição de lei, para (elementar do
crime) satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
 

c) O crime de abandono de função é próprio e material, exigindo, para sua consumação,
a causação de prejuízo à Administração Pública. Errado. Causar prejuízo à
administração e qualificadora.

  d) Gabarito. Entendimento do tribunal, o qual tem sentido, o cometimento de crime


em exercício de quem deve proteger a sociedade é circunstancia desfavorável que vai
além da elementar funcionário público. 

623- Em relação aos crimes contra a administração pública, marque a alternativa


CORRETA.
410

a) Há crime de peculato, ao apropriar-se o particular de bem móvel, de que tem a posse


entregue por particular.
b) É crime de inserção de dados falsos em sistema de informações, quando o
funcionário público realiza inserção de dados falsos, altera ou excluir indevidamente
dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da administração
pública, com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar
dano.
c) Há o crime de modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações em
modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática
sem autorização ou solicitação de autoridade competente.
d) Há crime de concussão em solicitar, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
e) Há crime de corrupção passiva em exigir, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida.
Gabarito C

ANALISANDO TODAS AS ASSERTIVAS

a) ASSERTIVA INCORRETA - Há crime de peculato, ao apropriar-se o particular


de bem móvel, de que tem a posse entregue por particular.

O crime de peculato exige que o sujeito ativo seja funcionário público, sendo cabível
esta condição para o particular, desde que em coautoria com o funcionário público.

 b) ASSERTIVA INCORRETA - Art. 313-A do CP. Inserir ou facilitar, o funcionário


autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos
nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim
de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano. 

É elementar do crime de inserção de dados falsos em sistema de informações que o


agente seja FUNCIONÁRIO AUTORIZADO.

 c) ASSERTIVA CORRETA - Há o crime de modificação ou alteração não autorizada


de sistema de informações em modificar ou alterar, o funcionário, sistema de
informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade
competente. É a letra fria da lei. Redação do artigo 313-B já transcrito pelo colega.

 d) ASSERTIVA INCORRETA - Há crime de concussão em solicitar, para si ou para


outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em
razão dela, vantagem indevida.

A assertiva traz a descrição do crime de corrupção passiva. O núcleo do crime de


concussão é o verbo EXIGIR. Art. 316 do CP-  Exigir, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida.
411

 e) ASSERTIVA INCORRETA - Há crime de corrupção passiva em exigir, para si ou


para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
mas em razão dela, vantagem indevida.

Seguindo a lógica da anterior, esta assertiva traz a descrição do crime de concussão. O


núcleo do crime de corrupção passiva é o verbo SOLICITAR ou RECEBER. Art. 317
do CP- Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem.

624- Considerando o disposto no Código Penal Brasileiro quanto aos crimes


contra a Administração Pública, indique a alternativa na qual a definição
corresponde ao tipo penal:
a) Prevaricação: Retardar ou deixar de praticar, devidamente, ato de ofício, ou praticá-lo
contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal;
b) Concussão: Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, desde que fora da
função, ou antes, de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida;
c) Peculato: Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo,
em proveito próprio ou alheio;
d) Advocacia administrativa: Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado
perante a administração pública, valendo-se da qualidade de advogado;
e) Condescendência criminosa: Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato
de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem.
Gabarito C
A) Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo
contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal

B) Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida

C) CERTO: Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou


qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo,
ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio

D) Não precisa ser advogado para praticar esse delito:


Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração
pública, valendo-se da qualidade de funcionário

E) Errado, o tipo descrito é de corrupção passiva privilegiada (Art. 317 §2). Segue
abaixo o tipo da condescendência criminosa:
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que
cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o
fato ao conhecimento da autoridade competente.
412

625- Sobre os crimes contra a Administração Pública, assinale a alternativa


INCORRETA.
a) O agente que der causa à instauração de ação de improbidade administrativa contra
alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente, comete o crime de denunciação
caluniosa.
b) Aquele que exige, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, comete o crime de
corrupção ativa.
c) Comete o crime de prevaricação o agente que retarda ou deixa de praticar,
indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para
satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
d) O crime de condescendência criminosa consiste em deixar o funcionário, por
indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo
ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade
competente.
Gabarito B
626- Considere os seguintes situações:
I - Funcionário público simula viagem para receber dinheiro referente a diárias.
II - Empresário oferece valor em dinheiro a funcionário público para obter velocidade
na tramitação de processo administrativo de seu interesse.
III - Secretário de Estado toma conhecimento de desvio funcional de subordinado, mas
não determina a apuração dos fatos por se tratar de seu amigo e aliado político.
Tais situações constituem, respectivamente, os crimes contra a Administração Pública
de:
a) corrupção passiva – corrupção ativa – favorecimento pessoal.
b) peculato – prevaricação – favorecimento pessoal.
c) condescendência criminosa – concussão – prevaricação.
d) peculato – corrupção ativa – prevaricação.
e) condescendência criminosa – peculato – corrupção passiva.
Gabarito D
627- De acordo com o Código Penal e a interpretação dos tribunais, a exigência ou
solicitação de quantia de dinheiro para “furar a fila” de atendimento no Sistema
Único de Saúde configura o crime de:
a) concussão.
b) corrupção ativa.
c) corrupção passiva.
413

d) peculato.
e) extorsão.
Gabarito A

O verbo solicitar nos leva ao artigo 317, CP (corrupção passiva), portanto, teríamos
duas respostas, concussão (art. 316, caput, CP) e corrupção passiva, ou seja, ou existe
um concurso de crimes ou existe um exaurimento em um deles. Como a questão não
adentra essa seara, acredito que seja passível de anulação.

Gabarito A

 a) concussão. (art 316, CP)

 b) corrupção ativa. (art 333, CP)

 c) corrupção passiva. (art 317, CP)

 d) peculato. (art 312, CP)

 e) extorsão. (art 158, CP)

628- Se o funcionário público pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício,


com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem,
incorre na prática do crime de:
a) condescendência criminosa.
b) peculato
c) concussão.
d) prevaricação
e) corrupção passiva privilegiada
Gabarito E

Corrupção passiva

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou
aceitar promessa de tal vantagem:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº


10.763, de 12.11.2003)

§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa,


o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo
dever funcional.
414

Corrupção passiva privilegiada

§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração


de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

629- O agente público que exige para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida, incorre na prática do delito de:
a) peculato.
b) concussão.
c) corrupção ativa.
d) corrupção passiva.
e) prevaricação.
Gabarito B

34.3-Corrupção passiva

630- Renato, fiscal da prefeitura, flagra Rogério, pessoa que até então não
conhecia, cometendo determinada irregularidade. Ao abordá-lo, deixa, contudo, de
aplicar-lhe a devida multa em razão de insistentes pedidos de Rogério. Renato,
com sua conduta
a) cometeu o crime de prevaricação.
b) praticou o crime de corrupção passiva privilegiada.
c) não praticou qualquer crime.
d) cometeu o crime de condescendência criminosa.
e) praticou o crime de desobediência.
Gabarito B

Ao abordá-lo, deixa, contudo, de aplicar-lhe a devida multa em razão de insistentes


pedidos de Rogério.

b) praticou o crime de corrupção passiva privilegiada previsto no Art. 317, §2º.

Corrupção passiva

       

        § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com


infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
415

        Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Não é crime de condescendência criminosa porque o fiscal não sentiu pena da pessoa,
mas sim agiu por pedido.

Indulgência = Clemência; facilidade em perdoar os erros cometidos pelos outros;


demonstração de perdão a um castigo, a uma pena.

Condescendência criminosa

        Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado


que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar
o fato ao conhecimento da autoridade competente:

        Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

E na prevaricação, o próprio agente decide deixar de praticar o ato por motivo pessoal.
Errada, portanto.

 Prevaricação

        Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-
lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:

        Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

631- Em relação ao crime de corrupção, assinale a alternativa CORRETA.


a) De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é dispensável a prática
do ato de ofício pelo agente público para a caracterização do crime de corrupção
passiva.
b) O bem jurídico tutelado é dúplice: a probidade na Administração Pública e a ordem
socioeconômica.
c) A doutrina e a jurisprudência entendem que a bilateralidade entre corrupção ativa e
corrupção passiva é imprescindível.
d) Há tipificação autônoma da corrupção entre particulares no ordenamento jurídico
brasileiro.
e) A consumação do crime de corrupção passiva ocorre com o recebimento da vantagem
indevida.
Gabarito A
632- Setembrino, oficial de Justiça, recebe ligação de um amigo, o qual solicita a
protelação do cumprimento de certa decisão judicial. A fim de atender ao pedido
do amigo, o funcionário público retarda o ato de ofício. Nesse contexto, é correto
dizer que Setembrino cometeu:
a) mero ato de improbidade administrativa
416

b) desobediência.
c) corrupção passiva majorada
d) corrupção passiva privilegiada
e) prevaricação
Gabarito D

Favorzinho Gratuito ( interesse de terceiro): Corrupção Passiva Privilegiada

Satisfação de Interesse Próprio : Prevaricação

633- Assinale a alternativa que apresenta a descrição da conduta típica do crime de


corrupção passiva.
a) Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a
praticar, omitir ou retardar ato de ofício.
b) Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora
da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem.
c) Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
d) Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
Gabarito B

Corrupção ativa: o verbo é oferecer ou prometer (o particular pratica)

Corrupção passiva: o verbo é solicitar ou receber ( o func. pub. pratica)

concussão: o verbo é exigir.

prevaricação: o verbo é retardar ou deixar de praticar

634- O funcionário público que patrocinar, direta ou indiretam ente, interesse


privado perante a Administração Pública, valendo-se desta sua qualidade, incorre
na prática do crime de:
a) condescendência criminosa.
b) corrupção ativa.
c) advocacia administrativa.
d) corrupção passiva.
e) peculato.
417

Gabarito B

Advocacia administrativa

Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração


pública, valendo-se da qualidade de funcionário:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

635- Analise o tipo penal a seguir:


“Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”.
O tipo penal acima diz respeito a qual crime contra a administração pública?
a) Concussão.
b) Prevaricação.
c) Peculato.
d) Corrupção passiva.
Gabarito B

MACETE: 

Concussão = exigir

Prevaricação = retardar para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.

Peculato = funcionário público que rouba

Corrupção passiva = recebe ou solicita.

34.4- Prevaricação

636- Considere os seguintes situações:


I - Funcionário público simula viagem para receber dinheiro referente a diárias.
II - Empresário oferece valor em dinheiro a funcionário público para obter velocidade
na tramitação de processo administrativo de seu interesse.
III - Secretário de Estado toma conhecimento de desvio funcional de subordinado, mas
não determina a apuração dos fatos por se tratar de seu amigo e aliado político.
Tais situações constituem, respectivamente, os crimes contra a Administração Pública
de:
a) corrupção passiva – corrupção ativa – favorecimento pessoal.
418

b) peculato – prevaricação – favorecimento pessoal.


c) condescendência criminosa – concussão – prevaricação.
d) peculato – corrupção ativa – prevaricação.
e) condescendência criminosa – peculato – corrupção passiva.
Gabarito D
637- Considere que o Sr. Fulano de Tal, servidor público, que se encontra em
férias, pega “emprestado” o veículo de sua repartição para utilizar durante as
férias com sua família. Qual é o crime contra a Administração Pública por ele, em
tese, cometido?
a) Peculato.
b) Prevaricação.
c) Corrupção ativa.
d) Condescendência criminosa.
e) Tráfico de influência.
Gabarito A
638- A ação de “retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou
praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento
pessoal” configura crime de:
a) corrupção passiva.
b) tráfico de influência.
c) advocacia administrativa.
d) prevaricação.
e) concussão.
Gabarito D
(A)Corrupção passiva:Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem

(B)Tráfico de Influência:Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para


outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por
funcionário público no exercício da função

(C)Advocacia administrativa:Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse


privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:

(D)Prevaricação:Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de


419

ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou


sentimento pessoal:

(E)Concussão:Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda


que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida
639- Com relação aos crimes praticados por funcionário público contra a
administração em geral, o ato de retardar ou deixar de praticar, indevidamente,
ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer
interesse ou sentimento pessoal, constitui o tipo penal denominado:
a) condescendência criminosa.
b) advocacia administrativa.
c) prevaricação.
d) desobediência.
e) exercício arbitrário das próprias razões.
Gabarito C
640- A ação de “retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou
praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento
pessoal” configura crime de:
a) corrupção passiva.
b) tráfico de influência.
c) advocacia administrativa.
d) prevaricação.
e) concussão.
Gabarito D

Prevaricação

        Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-
lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:

        Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

        Art. 319-A.  Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu
dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita
a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº
11.466, de 2007).

        Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.


420

34.5- Corrupção ativa

641- Com relação aos crimes contra a administração pública, considere as


afirmações a seguir.
I - Considera-se funcionário público, para fins penais, quem, embora transitoriamente,
exerce cargo, emprego ou função pública, desde que com remuneração.
II - O objeto material do crime de peculato-apropriação pode ser dinheiro, valor ou
qualquer outro bem móvel ou imóvel, sempre de natureza pública, de que tem o
funcionário público a posse em razão do cargo.
III- A existência da corrupção ativa independe da existência da corrupção passiva, isto
é, a bilateralidade não é requisito indispensável.
IV- No peculato culposo, a reparação do dano, se precede a sentença irrecorrível,
extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz à metade a pena imposta.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas III e IV.
e) Apenas II, III e IV.
Gabarito D
642- Assinale a assertiva correta:
a) A conduta consistente em apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no
exercício do cargo, recebeu por erro de outrem é denominada pela doutrina de peculato
estelionato ou peculato mediante erro de outrem.
b) Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de
contravenção que sabe não se ter verificado constitui crime de denunciação caluniosa.
c) O delito de corrupção ativa (art. 333, do CP) contempla as condutas de oferecer,
prometer ou dar vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar,
omitir ou retardar ato de ofício.
d) O crime de exercício arbitrário das próprias razões (art. 345, do CP) somente é
processado mediante queixa, ainda que haja o emprego de violência.
Gabarito A

A) CERTO: Peculato mediante erro de outrem Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro


ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem
421

B) Comunicação falsa de crime ou de contravenção Art. 340 - Provocar a ação de


autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se
ter verificado

Denunciação caluniosa Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de


processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de
improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente

C) Corrupção ativa Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário


público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício

D) Exercício arbitrário das próprias razões Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias
mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite

Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa

643- Assinale a alternativa que indica o crime praticado por particular contra a
administração em geral, previsto no Código Penal, que se caracteriza por oferecer
ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a
praticar, omitir ou retardar ato de ofício.
a) Tráfico de influência.
b) Corrupção ativa.
c) Usurpação de função pública.
d) Desobediência.
e) Sonegação fiscal.
Gabarito B

Código Penal

Corrupção Ativa

Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para


determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) meses, e multa.

Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou


promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever
funcional.

644- O servidor público que solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem, incorrerá na prática do
crime de:
a) concussão.
422

b) peculato.
c) prevaricação.
d) corrupção ativa.
e) corrupção passiva.
Gabarito E
645- Um detento que oferece ao agente da SUSEPE vantagem indevida,
consistente em determinada quantia em dinheiro, para determinar que o
funcionário público retarde ato de ofício, comete o crime de:
a) Concussão.
b) Corrupção ativa.
c) Corrupção passiva.
d) Tráfico de influência.
e) Excesso de exação.
Gabarito B

34.6- Falso Testemunho ou Falsa Perícia. Corrupção Ativa de Testemunha


ou Perito

646- Imagine que um perito nomeado pelo juiz, em processo judicial, mediante
suborno, produza um laudo falso para favorecer uma determinada parte,
praticando a conduta que configura crime do art. 342 do CP (falsa perícia). Ocorre
que, arrependido e antes de proferida a sentença no mesmo processo, o perito
retrata-se, corrigindo a falsidade. De acordo com o texto literal do art. 342, § 2° do
CP, como consequência jurídica da retratação,
a) o perito fica isento de pena criminal, mas deverá indenizar o prejudicado pela
falsidade que cometeu.
b) o perito fica isento de pena criminal, mas deverá devolver os honorários recebidos
em dobro.
c) o fato deixa de ser punível.
d) o perito, se condenado pelo crime de falsa perícia, terá a pena reduzida de 1/3 (um
terço) a 2/3 (dois terços).
e) o perito fica impedido, por 5 (cinco) anos, de prestar tal serviço.
Gabarito C

Art. 342 - Falso testemunho ou falsa perícia - Reclusão de 2 a 4 anos + multa 

sujeito aitvo: somente a testemunha, o perito, o tradutor, o contador e o intérprete.


423

sujeito passivo: É o Estado e secundariamente pode ser a pessoa prejudicada pela


falsidade produzida. 

 elementos do tipo: (I) fazer afirmação falsa: mentir ou narrar fato não correspondente
à verdade. (II) negar a verdade: não reconhecer a existência de algo verdadeiro ou
recusar-se a admitir a realidade dos fatos 

tentativa: é admissível

consumação: quando houver a prática de qualquer das condutas previstas no tipo, ainda
que não ocorra o efetivo prejuízo material para o Estado ou para terceiros. 

causa de aumento: 1/6 a 1/3 se praticado mediante (I) suborno ou (II) com o fim de
obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que
for parte entidade da Adm. direta ou indireta.

causa de extinção da punibilidade: Se, antes da sentença, no processo em que ocorreu


o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade, o fato deixa de ser punível

- é essencial que o fato falso seja juridicamente relevante, isto é, tenha potencialidade
para lesar a Adm. da Justiça. O fato relevante de alguma forma é levado em
consideração pelo juiz ou delegado, se assim não o for, não configura crime, trata-se de
crime impossível. 

647- Considere as regras básicas aplicáveis ao Direito Penal e ao Direito Processual


Penal para assinalar a alternativa correta sobre a pena cabível contra quem fizer
afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador,
tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial,
ou em juízo arbitral.
a) Detenção de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa
b) Reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa
c) Prisão simples de 2 (dois) a 3 (três) anos, apenas
d) Reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, apenas
e) Detenção de 3 (três) a 4 (quatro) anos e multa
Gabarito B
647- Considere as assertivas abaixo sobre o crime de falso testemunho.
I - O falso testemunho é crime de natureza formal, consumando-se no momento da
afirmação falsa a respeito de fato jurídico relevante para o julgamento.
II - A retratação, até o trânsito em julgado da sentença, extingue a punibilidade.
III - A tentativa ocorre quando o Juiz percebe, durante a elaboração da sentença, que a
testemunha ouvida em audiência faltou com a verdade e, em razão disso, desconsidera
suas afirmações.
424

Quais são corretas?


a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e II
e) I, II e III
Gabarito A

Considere as assertivas abaixo sobre o crime de falso testemunho.

I - O falso testemunho é crime de natureza formal, consumando-se no momento da


afirmação falsa a respeito de fato jurídico relevante para o julgamento.

Resposta: CORRETA, pois o crime formal é aquele em que a lei descreve uma ação e
um resultado, no entanto, o delito restará consumado no momento da prática da ação,
independentemente do resultado, que se torna mero exaurimento do delito.

    Fonte: http://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/848/Crime-formal

 II - A retratação, até o trânsito em julgado da sentença, extingue a punibilidade.

Resposta:ERRADA, pois a retratação é somente antes sentença, e não do transito em


julgado da sentença.

 Fonte: Art 342, § 2º do CPP " O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no
processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.

 III - A tentativa ocorre quando o Juiz percebe, durante a elaboração da sentença, que a
testemunha ouvida em audiência faltou com a verdade e, em razão disso, desconsidera
suas afirmações.

 Resposta: ERRADA, pois conforme doutrina majoritária, não há tentativa no falso


testemunho, apenas no crime de falsa perícia. Vale destacar que alguns doutrinadores,
como exemplo  Cezar Bittencourt, entendem que, via de regra, a tentativa não é
possível, exceto quando este for prestado por escrito. 

648- Considerando-se que o perito criminal Martim, durante sua oitiva em


inquérito policial que apura um crime de homicídio, tenha omitido informações
relevantes a respeito do laudo pericial que elaborou, é correto afirmar que
a) a finalidade de se obter prova destinada a produzir efeito em processo penal é
elementar do tipo penal praticado por Martim.
b) estará caracterizado o crime de corrupção ativa caso o autor do fato tenha oferecido
dinheiro a Martim para omitir as informações no laudo pericial.
425

c) o fato deixará de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o
ilícito, Martim se retratar e declarar a verdade a respeito do laudo pericial.
d) a conduta de Martim caracteriza o crime de fraude processual, porque, com suas
omissões, tentou induzir a erro o delegado de polícia.
e) E estará caracterizado o crime de favorecimento pessoal caso a conduta de Martim
colabore para que o autor do fato não seja indiciado pela autoridade policial.
Gabarito C

FUNDAMENTO:

 Falso testemunho ou falsa perícia

        Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: 

        Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.     (Redação dada pela


Lei nº 12.850, de 2013)   

        § 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado


mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito
em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração
pública direta ou indireta.

        § 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que
ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.

649- Em relação aos crimes contra a administração da justiça, assinale a opção


correta.
a) É atípica a conduta do agente que faz justiça pelas próprias mãos sem o emprego de
violência ou com o objetivo de satisfazer pretensão legítima.
b) A configuração do crime de exploração de prestígio depende de a conduta do agente
incluir a alegação ou a insinuação de que o dinheiro ou a utilidade também se destina ao
juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor,
intérprete ou testemunha.
c) O agente que acusa a si mesmo, perante a autoridade, de ter cometido infração penal
que não ocorreu pratica o crime de comunicação falsa de crime.
d) Em se tratando do crime de falso testemunho, o agente que se retrata ainda durante o
processo no qual testemunhou faz jus a causa de diminuição de pena.
e) É isento de pena, ainda que pratique o crime de favorecimento pessoal, o ascendente,
o descendente, o cônjuge ou o irmão de criminoso que o auxilia a fugir da ação da
autoridade policial.
Gabarito E
426

Letra A - errada

 Exercício arbitrário das próprias razões

  Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora
legítima, salvo quando a lei o permite:

  Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à


violência.

Letra B - errada

Exploração de prestígio

  Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de


influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito,
tradutor, intérprete ou testemunha:

  Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

  Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que


o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo.

Letra C - errada

 Auto-acusação falsa

  Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por


outrem:

  Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Letra D - errada

RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. FALSO TESTEMUNHO. ART.


342 DO CÓDIGO PENAL. RETRATAÇÃO EM JUÍZO ANTES DA PROLAÇÃO DA
SENTENÇA. CAUSA DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. § 2º DO ART. 342 DO
CÓDIGO PENAL.

2. Nos crimes de falso testemunho ou falsa perícia, o legislador entendeu configurar


causa extintiva da punibilidade do agente o fato de ele retratar-se (ou dizer a verdade)
em juízo, antes de proferida a sentença.

(RHC 52.539/MG, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA,


julgado em 24/03/2015, DJe 06/04/2015)

Letra E - correta

Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é
cominada pena de reclusão:
427

§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do


criminoso, fica isento de pena.

650- Rodrigo está sendo processado por crime de roubo cometido na cidade de
Jardim Azul. Na defesa preliminar, Petrônio é arrolado como testemunha de
defesa. Durante audiência de instrução e julgamento Petrônio faz afirmação falsa
na condição de testemunha ao relatar ao magistrado que o réu Rodrigo estava em
sua casa no momento do crime. O delito de falso testemunho deixará de ser punido
se Petrônio se retratar ou declarar a verdade até:
a) o início do interrogatório do réu no processo pelo crime de roubo em que Petrônio
depôs como testemunha.
b) a data da prolação da sentença no processo pelo crime de roubo em que Petrônio
depôs como testemunha.
c) o julgamento do recurso de apelação no processo pelo crime de roubo em que
Petrônio depôs como testemunha.
d) a data do recebimento da denúncia na ação penal pelo crime de falso testemunho.
e) a data da prolação da sentença no processo pelo crime de falso testemunho.
Gabarito B
CP Art. 342  § 2° O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que
ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
651- Quanto aos crimes contra a administração pública, assinale a opção
CORRETA:
a) Para a caracterização do delito de comunicação falsa de crime ou contravenção,
exige-se a instauração formal de procedimento de investigação do fato comunicado.
b) O falso testemunho deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que se
apura o falso, o agente se retrata ou declara a verdade.
c) O agente de polícia que, valendo-se da facilidade proporcionada pelo cargo, subtrai,
em proveito próprio, dinheiro de fiança prestada por preso em flagrante na delegacia de
polícia em que trabalha, e que estava na posse do escrivão de polícia, pratica o crime de
peculato.
d) Pratica conduta atípica o policial que, negligentemente, deixa à vista, sobre o painel
de seu veículo, a arma de fogo pertencente à corporação e a si acautelada, sendo tal
objeto subtraído sem violência por um ladrão que por ali passava.
e) O agente de trânsito que retarda, indevidamente, a prática de ato de ofício, cedendo a
pedido ou por influência de alguém, comete crime de prevaricação.
Gabarito C

LETRA A – INCORRETA
428

Comunicação falsa de crime ou de contravenção: Art. 340, CP - Provocar a ação de


autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não
se ter verificado.

LETRA B – INCORRETA

Art. 342, § 2°, CP: O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em
que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade

LETRA C – CORRETA

Art. 312, § 1°, CP: Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não
tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário. [Peculato furto]

LETRA D – INCORRETA

“O peculato culposo nada mais é do que o concurso não intencional pelo funcionário
público, realizado por ação ou omissão – mediante imprudência, negligência ou desídia
– para a apropriação, desvio ou subtração de dinheiro, valor ou qualquer outro
bem móvel pertencente ao Estado ou sob sua guarda, por uma terceira pessoa, que
pode ser funcionário público (intraneus) ou particular (extraneus).” Fonte: MASSON,
Cleber. Código Penal Comentado. iBooks.

LETRA E – INCORRETA

O agente de trânsito praticará corrupção passiva e não prevaricação.

Prevaricação: Art. 319, CP - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de


ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal.

Corrupção passiva: Art. 317, CP - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta
ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:

652- No crime de falso testemunho ou falsa perícia,


a) a conduta é tipificada quando realizada apenas em processo penal.
b) incide-se no crime quando a afirmação falsa é feita em juízo arbitral.
c) a pena aumenta da metade se o crime é praticado mediante suborno.
d) a retratação do agente, antes da sentença em que ocorreu o falso testemunho, é causa
de diminuição de pena.
Gabarito B
Perícia ou falso testemunho é realizado em processo penal, processo administrativo,
inquérito policial e juízo arbitral!
429

653- Mediante suborno, João, ouvido como testemunha em processo trabalhista,


fez afirmação falsa. No caso,
a) João responderá pelo crime de falso testemunho, sem aumento de pena, cabível
apenas quando o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito
em processo penal.
b) compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falso testemunho verificado.
c) aquele que deu dinheiro a João para que prestasse depoimento falso não incidirá nas
penas do crime de falso testemunho previsto no art. 342 do Código Penal.
d) João responderá pelo crime de falso testemunho, tal qual ocorreria se tivesse prestado
o depoimento na condição de parte.
e) haverá extinção da punibilidade pela abolitio criminis se João se retratar após o
trânsito em julgado da sentença no processo em que ocorreu o falso testemunho.
Gabarito C
654- Admissível a exceção da verdade e a retratação, respectivamente, nos crimes
de
a) falso testemunho e calúnia.
b) injúria e calúnia.
c) injúria e falso testemunho.
d) difamação e injúria.
e) difamação e falso testemunho.
Gabarito E

Difamação (art. 139) cabe, tanto a exceção da verdade, como a retratação. Artigos 139,
parágrafo único e 143 do CPB, respectivamente.

Falso Testemunho (art. 342) é retratável. Deixa de ser punível se ocorrer a referida
retratação ou declaração da verdade, antes da sentença no processo em que ocorreu  o
ilícito (art. 342, §2°).

655- O médico chefe de hospital público que retarda a expedição de atestado de


óbito por animosidade com a família do falecido comete crime de
a) exercício arbitrário ou abuso de poder.
b) falsa perícia.
c) corrupção passiva privilegiada.
d) prevaricação.
e) falsidade de atestado médico.
Gabarito D
430

Vejamos as condutas do médico:


   1) retarda a expedição de atestado de óbito = claro retardamento de um ato de ofício
seu, portanto
   2) por animosidade com a família do falecido = Elemento subjetivo que caracteriza o
fato do tipo "interesse ou sentimento pessoal"

Prevaricação

  Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo


contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:

  Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa

34.7- Crimes contra as finanças públicas

656- A respeito dos crimes contra as finanças públicas, previstos no Código Penal
Brasileiro, assinale a alternativa correta.
a) São crimes próprios, pois só podem ser praticados por agentes públicos responsáveis
pelas finanças públicas dos entes e órgãos públicos respectivos, não se admitindo
coautoria ou participação.
b) O crime de ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, com inobservância de
limite estabelecido em lei ou resolução do Senado Federal, é norma penal em branco.
c) O crime de contratação de operação de crédito sem prévia autorização legislativa é de
ação penal pública condicionada à representação do presidente da casa legislativa
desrespeitada.
d) O não cancelamento de restos a pagar é crime de omissão imprópria.
e) São puníveis a título de culpa.
Gabarito A
A) Errado, embora sejam crimes próprios, os crimes contra as finanças públicas
admitem coautoria ou participação.

B) CERTO: Norma penal em branco - é aquela norma penal cujo preceito primário é
incompleto, indeterminado, e precisa ser complementado. Nesse caso se trata da
Resolução do Senado Federal, que estabelecerá os limites para se saber quando aplicar a
pena de ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, com inobservância desse
limite.

C) Todos os crimes contra as finanças públicas sao de ação penal pública


incondicionada

D) O crime de não cancelamento de restos a pagar é crime omissivo puro

E) crimes contra as finanças públicas somente admitem DOLO.


431

657- Segundo a Lei nº 10.028/2000, são considerados crimes contra as finanças


públicas, EXCETO:
a) Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido constituída contragarantia
em valor igual ou superior ao valor da garantia prestada, na forma da lei.
b) Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o cancelamento do montante de
restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido em lei.
c) Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo, sem prévia
autorização legislativa.
d) Deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas o
relatório de gestão fiscal, nos prazos e condições estabelecidos em lei.
e) Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que não tenha sido
previamente empenhada ou que exceda a limite estabelecido em lei.
Gabarito D

Trata-se, de acordo com a Lei 10.028 de 2.000, de infração administrativa contra as


finanças públicas.

Art. 5o  Constitui infração administrativa contra as leis de finanças públicas:

I – deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas o


relatório de gestão fiscal, nos prazos e condições estabelecidos em lei;

658- Acerca do crime de assunção de obrigação no último ano do mandato ou


legislatura, assinale a opção correta.
a) Tal crime classifica-se como crime de mão própria, exigindo-se, para sua tipificação,
atuação pessoal e direta do agente, razão pela qual não se admite coautoria ou
participação.
b) É típica a conduta do agente que autoriza a assunção de obrigação nos dois últimos
quadrimestres do último ano do mandato caso reste parcela a ser paga no exercício
seguinte, ainda que haja contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa.
c) O sujeito ativo desse crime é o funcionário público competente para ordenar ou
autorizar a assunção de obrigação, podendo ser inclusive diretor de fundos, autarquias,
fundações e empresas estatais dependentes.
d) O tipo penal em questão prevê as modalidades dolosa e culposa, podendo o
comportamento do agente ser comissivo, omissivo próprio ou impróprio.
e) Por se tratar de crime de menor potencial ofensivo, admite-se a transação penal, mas,
como a conduta do agente ofende a moralidade e a probidade administrativa, há vedação
expressa à concessão de suspensão condicional da pena.
Gabarito C
432

a) FALSO. Trata de crime próprio praticado por detentor de mandato com poder de
decisão administrativa, ainda que não detentor de mandato (ex: prefeito, governado,
procurador-geral de Justiça).

b) FALSO. O tipo penal estabece exige que caso reste parcela a ser paga no exercício
seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa

c) CERTO. O sujeito ativo deve possuir poder de decisão administrativa.

d) FALSO. As condutas são dolosas de ordernar ou autorizar, não existindo previsão de


modalidade culposa ou omissiva.

e) FALSO. O crime é de médio potencial ofensivo e prevê a pena de 1 a 4 anos de


reclusão, portanto é possivel a suspensão condicional do processo. Por outro lado, o
quantum da pena impossibiltia a transação penal.

659- Com base no Código Penal e na jurisprudência dos tribunais superiores,


julgue o item a seguir, a respeito dos crimes contra a administração pública.
O agente público que ordena despesa para utilizar-se ilegalmente de passagens aéreas e
diárias pagas pelos cofres públicos comete o crime de prevaricação.
Gabarito ERRADO

ão é Peculato, amigos. Reparem no verbo que o examinador utiliza na questão: "O


agente público que ORDENA DESPESA..."

Crimes contra as finanças públicas.

Ordenação de despesa não autorizada 

        Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei:

        Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

Segundo mestre Rogério Sanches Cunha, Código Penal para concursos - 9ª


edição: crime próprio, praticado somente pelo agente público que tenha atribuição para
ordenar a despesa.

Conduta: o tipo prevê apenas uma ação nuclear: ordenar despesa não autorizada por lei,
ou seja, gerar despesa sem que haja previsão orçamentária para tanto.

670- O crime de ordenação de despesa não autorizada é de natureza material,


consumando-se no momento em que a despesa é efetuada.
Gabarito ERRADO

Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei:

 Características do crime:
-Crime PRÓPRIO: só pode ser praticado pelo servidor público que foi designado para
433

ser o ordenador de despesas;


- Crime FORMAL: consuma-se no momento em que o servidor público responsável
ordena a despesa sem que ela estivesse autorizada em lei. Logo, para a sua consumação
não se exige a produção de qualquer resultado naturalístico (não se exige prejuízo aos
cofres públicos);
-Crime de PERIGO ABSTRATO: não se exige que, no caso concreto, seja provado
prejuízo à Administração Pública. O prejuízo foi presumido pelo legislador.

Fonte: dizer o direito, INFO 760 STF

671- O agente público que ordena despesa sem o conhecimento de que tal despesa
não era autorizada por lei incide em erro de proibição.
Gabarito E
Comete o crime descrito no CP, art. 359-D. Não há que se falar em erro de proibição
pelo desconhecimento da ilicitude do fato. Trata-se de crime próprio, formal, comissivo,
excepcionalmente na forma de crime comissivo por omissão, instantâneo, de perigo
abstrato(que independe da forma de perigo para as finanças públicas, bastando a simples
realização da conduta prevista no tipo penal), unissubsistente, em que se admite a
tentativa.

Ordenação de despesa não autorizada 

Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: 

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

672- Constitui crime contra as finanças públicas:


a) propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as metas fiscais na
forma da lei.
b) ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo, sem prévia
autorização legislativa.
c) deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e movimentação
financeira, nos casos e condições estabelecidos em lei.
d) deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas o
relatório de gestão fiscal, nos prazos e condições estabelecidos em lei.
Gabarito B
673- É crime a conduta de autorizar ou realizar operação de crédito, sem prévia
autorização legislativa, constituindo causa de aumento de pena a inobservância de
limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em resolução do Senado
Federal.
Gabarito ERRADO
434

Nenhum crime contra as finanças públicas traz hipótese de causa de aumento ou causa
de diminuição de pena.
674- Situação hipotética: Determinado indivíduo autorizou a assunção de obrigação,
no último quadrimestre do mandato, mesmo sabendo que não haveria contrapartida
suficiente de disponibilidade de caixa para o pagamento de parcela que venceria no
exercício seguinte. Assertiva: Nessa situação, o referido indivíduo praticou crime
contra as finanças públicas, estando sujeito a pena de reclusão.
Gabarito C

Código Penal

Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos


quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga
no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte,
que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

675- Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei


configura o seguinte crime:
a) excesso de exação
b) emprego irregular de verbas
c) estelionato
d) cooptação
Gabarito B
676- A contratação, em nome do Município, de operação de crédito sem
autorização legislativa constitui crime contra
a) a ordem tributária.
b) a ordem econômica.
c) as finanças públicas.
d) a economia popular.
e) o patrimônio público.
Gabarito C
677- A respeito do crime previsto no artigo 359-C (assunção de obrigação no
último ano do mandato ou legislatura), é correto afirmar que
a) a condenação definitiva leva à perda do cargo, função pública ou mandato, tratando-
se de efeito imediato da condenação.
b) pode ser praticado por qualquer funcionário público.
435

c) prevê a modalidade culposa.


d) há previsão de elemento de tipo temporal, perfazendo-se a figura penal apenas se a
conduta incriminada realizar-se nos dois últimos quadrimestres do mandato ou
legislatura.
e) tem por bem jurídico assegurar a veracidade nos pleitos dos poderes executivo,
legislativo e judiciário.
Gabarito D
678- Ordenar ou autorizar a inscrição, em restos a pagar, de despesa que não
tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei é
crime punido com a seguinte pena:
a) detenção, de três a cinco anos
b) reclusão, de um a quatro anos
c) detenção, de seis meses a dois anos
d) reclusão, de um a cinco anos
Gabarito C

Vai algumas dicas sobre os crimes contras as fianças públicas que poderão ajudar na
hora da prova:

1. Possuem pena máxima até  4 anos- nunca acima;

2. Todos os crimes admitem sursi  processual, pois possuem pena mínima até um ano;

3. Não há previsão de pena de multa;

4. Não há previsão de crime culposo;

5. Não há previsão de agravantes, causas de aumento de pena ou de qualificadoras;

6. Há somente um crime omissivo, do art. 359-F: "Deixar de ...."

7. Principais verbos dos tipos penais: ORDENAR, AUTORIZAR, REALIZAR.

8. CUIDADO com o crime do art. 315 do CP: Emprego irregular de verbas e rendas
públicas; pois este crime não é contra as finanças públicas, mas sim, crime praticado por
funcionário público contra a administração em geral. 

679- O delito de ordenação de despesa não autorizada (artigo 359-D do CP) é


apenado com:
a) detenção;
b) reclusão;
436

c) multa;
d) detenção e multa;
e) reclusão e multa.
Gabarito B

35-Legislação Penal Especial

35.1- Lei de Contravenções Penais - Decreto-Lei nº 3.688 de 1941

680- Quanto à aplicação da pena


a) na condenação pelo tráfico, entende o Supremo Tribunal Federal que a maior
quantidade de drogas pode incrementar a pena-base, sem prejuízo de adiante igualmente
fundamentar o indeferimento do redutor legal específico de pena disposto para a
situação do chamado tráfico privilegiado (artigo 33, § 4° , da Lei n° 11.343/2006).
b) entendem o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça ser
impossível aplicar a substituição da pena privativa de liberdade por penas restritivas de
direitos em condenações por tráfico de drogas.
c) em condenação por crime cometido com violência doméstica, em princípio é cabível
aplicar a multa isolada quando a pena final for de até seis meses de detenção e desde
que satisfeitos os demais pressupostos e requisitos legais para a substituição.
d) não há reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de transitar em
julgado uma sentença que, no Brasil, o tenha definitivamente condenado por um crime,
mas, diversamente, verifica-se, no entanto, a reincidência quando o agente pratica um
crime depois de passar em julgado uma sentença que, no Brasil, o tenha condenado por
uma contravenção.
e) segundo o Superior Tribunal de Justiça, praticando um roubo com adolescente
inimputável desde antes já moralmente corrompido, o agente poderá ser condenado em
concurso de crimes.
Gabarito E
681- Constituem contravenções penais previstas no Decreto-Lei n° 3.688/1941:
I. Mendigar, por ociosidade ou cupidez.
II. Praticar vias de fato contra alguém.
III. Servir bebidas alcoólicas a criança ou adolescente.
IV. Fingir-se funcionário público.
Está correto o que se afirma em
a) I, II, III e IV.
437

b) I e III, apenas.
c) I e IV, apenas.
d) II e IV, apenas.
e) II, III e IV, apenas.
Gabarito D

I.  Art. 60. Mendigar, por ociosidade ou cupidez.  (Revogado pela Lei nº 11.983, de


2009)

II. Art. 21. Praticar vias de fato contra alguem.

III.  Art. 63. Servir bebidas alcoólicas: I – a menor de dezoito anos;  (Revogado pela


Lei nº 13.106, de 2015)

IV. Art. 45. Fingir-se funcionário público.

682- cerca das infrações penais previstas na Legislação extravagante, assinale a


assertiva correta:
a) Os crimes contra as patentes previstos na Lei que regula direitos e obrigações
relativos à propriedade industrial (Lei 9.279/96) caracterizam-se ainda que a violação
não atinja todas as reivindicações da patente ou se restrinja à utilização de meios
equivalentes ao objeto da patente.
b) Não há previsão expressa de crime culposo na Lei 8.137/90, a qual define crimes
contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo, e dá outras
providências.
c) Constitui Contravenção Penal a representação por ato de improbidade contra agente
público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente, conforme
previsão constante na Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92).
d) Conforme disposto na Lei 11.101/05, que regula a recuperação judicial, a
extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, a decretação da
falência do devedor suspende a prescrição cuja contagem tenha iniciado com a
concessão da recuperação judicial ou com a homologação do plano de recuperação
extrajudicial.
Gabarito A

a) Os crimes contra as patentes previstos na Lei que regula direitos e obrigações


relativos à propriedade industrial (Lei 9.279/96) caracterizam-se ainda que a violação
não atinja todas as reivindicações da patente ou se restrinja à utilização de meios
equivalentes ao objeto da patente. (CERTO)

LEI Nº 9.279, CAPÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA AS PATENTES, Art. 186.


Os crimes deste Capítulo caracterizam-se ainda que a violação não atinja todas as
438

reivindicações da patente ou se restrinja à utilização de meios equivalentes ao objeto da


patente.

b) Não há previsão expressa de crime culposo na Lei 8.137/90, a qual define crimes
contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo, e dá outras
providências.  (ERRADO)

LEI Nº 8.137 Art. 7° Constitui crime contra as relações de consumo:

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se a modalidade culposa,
reduzindo-se a pena e a detenção de 1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte.

 c) Constitui Contravenção Penal a representação por ato de improbidade contra agente
público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente, conforme
previsão constante na Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92). (ERRADO)

LEI Nº 8.429 Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra
agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.

 d) Conforme disposto na Lei 11.101/05, que regula a recuperação judicial, a


extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, a decretação da
falência do devedor suspende a prescrição cuja contagem tenha iniciado com a
concessão da recuperação judicial ou com a homologação do plano de recuperação
extrajudicial. (ERRADO)

Lei 11.101/05, Art. 6o A decretação da falência ou o deferimento do processamento da


recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em
face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário.
 

683- NÃO é contravenção penal:


a) Importunação ofensiva ao pudor.
b) Mendicância.
c) Exercício ilegal da profissão.
d) Jogo do bicho.
e) Vadiagem.
Gabarito B

a) Importunação ofensiva ao pudor. art. 61. Dec. Lei 3688

 b) Mendicância. Revogado Lei 11.983

 c) Exercício ilegal da profissão. art. 47. Dec. Lei 3688

 d) Jogo do bicho. art. 58. Dec. Lei 3688


439

 e) Vadiagem. art. 59. Dec. Lei 3688

684- Se uma pessoa praticar vias de fato contra alguém, sem que o fato constitua
crime, ela terá cometido contravenção penal. Entretanto, segundo a Lei das
Contravenções Penais,
a) ela será considerada reincidente se tiver cometido crime no exterior, com sentença
condenatória transitada em julgado.
b) ela será considerada reincidente se tiver cometido qualquer crime no Brasil, ainda
que a sentença condenatória não tenha transitado em julgado.
c) ela responderá por tentativa de contravenção, se o fato ocorrer por circunstância
própria da vontade dela.
d) se o fato ocorrer entre brasileiros e no exterior, a lei brasileira será aplicada e a pena,
agravada.
e) ela será considerada reincidente se tiver cometido anteriormente contravenção penal
no exterior.
Gabarito A

Dispositivos aplicáveis ao regime da reincidência no Direito Penal:

Art. 63, Código Penal. Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime,
depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha
condenado por crime anterior.

Art. 7º, Lei das Contravenções. Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma
contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil
ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção.

Entendendo..

I) Crime (qualquer lugar) + Crime = reincidente

II) Crime (qualquer lugar) + contravenção = reincidente

III) Contravenção (br) + Crime = primário

IV) Contravenção (br) + contravenção = reincidente

V) Contravenção (est.) + crime/contravenção = primário

Na verdade, a tabela parece confusa, mas é bem simples. Basta lembrar duas regras que
normalmente causam confusão: 

III) Em que pese haver uma "escalada criminosa", pois o agente praticou uma
contravenção e depois um crime (em tese seria uma situação ainda mais passível de
440

punição pela reincidência), por um descuido legal, acabou não sendo tipificada e,
portanto, o agente é primário;

V) A contravenção praticada e transitada em julgada no estrangeiro não gera


reincidência.

Brasil = br

Estrangeiro = est.

685- O ordenamento penal brasileiro adotou a sistemática bipartida de infração


penal — crimes e contravenções penais —, cominando suas respectivas penas, por
força do princípio da legalidade. Acerca das infrações penais e suas respectivas
reprimendas, assinale a opção correta.
a) O crime de homicídio doloso praticado contra mulher é hediondo e, por conseguinte,
o cumprimento da pena privativa de liberdade iniciar-se-á em regime fechado, em
decorrência de expressa determinação legal.
b) No crime de tráfico de entorpecente, é cabível a substituição da pena privativa de
liberdade por restritiva de direitos, bem como a fixação de regime aberto, quando
preenchidos os requisitos legais.
c) Constitui crime de dano, previsto no CP, pichar edificação urbana. Nesse caso, a pena
privativa de liberdade consiste em detenção de um a seis meses, que pode ser convertida
em prestação de serviços à comunidade.
d) O STJ autoriza a imposição de penas substitutivas como condição especial do regime
aberto.
e) O condenado por contravenção penal, com pena de prisão simples não superior a
quinze dias, poderá cumpri-la, a depender de reincidência ou não, em regime fechado,
semiaberto ou aberto, estando, em quaisquer dessas modalidades, obrigado a trabalhar.
Gabarito B
686- O brasileiro nato, maior e capaz, que praticar vias de fato contra outro
brasileiro nato
a) será considerado reincidente, caso tenha sido condenado, em território estrangeiro,
por contravenção penal.
b) poderá ser condenado a penas de reclusão, de detenção e de multa.
c) responderá por contravenção penal no Brasil, ainda que a conduta tenha sido
praticada em território estrangeiro.
d) responderá por contravenção, na forma tentada, se tiver deixado de praticar o ato por
circunstâncias alheias a sua vontade.
e) responderá por contravenção penal e, nesse caso, a ação penal é pública
incondicionada.
441

Gabarito E
A - Não será considerado reincidente pois não existe extraterritorialidade de
contravenção.
B - A pena de contravenção é prisão simples.
C - Não responderá por contravenção no Brasil, pois não existe extraterritorialidade
de contravenção.
D -  Art. 4º (Lei de Contravenções Penais) Não é punível a tentativa de contravenção.
E - Correta.
687- As contravenções penais:
a) podem ser punidas com pena de detenção.
b) não prescrevem.
c) não são punidas na forma tentada.
d) constituem meros ilícitos administrativos.
e) estão inseridas na Parte Especial do Código Penal.
Gabarito C
Cuidado com a pegadinha comum em prova:
As contravenções penais ADMITEM tentativa sim, porém, NÃO SÃO PUNIDAS a
título de tentativa.
Não caia nessa!

a) podem ser punidas com pena de detenção. 

R: ERRADA. Apenas com Prisão Simples e Multa.

b) não prescrevem.

R: ERRADO.

Após 2 anos prescrevem.

c) não são punidas na forma tentada. 

R: CORRETO

d) constituem meros ilícitos administrativos.

R: ERRADO.

e) estão inseridas na Parte Especial do Código Penal.

R: Errada. Constituída por meio de decreto.


442

688- A tentativa de recusa a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país,
em conformidade com a Lei de Contravenções:
a) É punível com prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa.
b) Não é punível.
c) É punível somente com multa.
d) É punível somente com prisão simples, de um a três meses.
Gabarito B

minemõnico galera (con chupâo). não se puni a tentativa de :

CON travenção penal

C ulposos

H abituais

U nissubsistentes

P reterdolodosos

A tentado

O missivos própios

689- Assinale a alternativa que apresenta uma contravenção penal.


a) Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso.
b) Importunar alguém, em lugar público ou acessível ao público, de modo ofensivo ao
pudor.
c) Modificar ou alterar sistema de informações ou programa de informática sem
autorização ou solicitação de autoridade competente.
d) Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual,
prevalecendo-se de condição
de superior hierárquico relativamente ao exercício de emprego, cargo ou função.
e) Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de quem de
direito, desde que do
fato resulte prejuízo.
Gabarito B
A contravenção se chama: 
Importunação ofensiva ao pudor
Art. 61. Importunar alguem, em lugar público ou acessivel ao público, de modo
443

ofensivo ao pudor:
Pena - Multa

35.2- Lei do Abuso de Autoridade – Lei nº 4.898 de 1965

690- Um agente público de natureza civil, no exercício de seu cargo, executou


medida privativa da liberdade individual para um cidadão, sem as formalidades
legais. De acordo com a Lei n° 4.898/1965, esse agente público está sujeito à sanção
administrativa que
a) consistirá em multa de valor fixado pela legislação vigente; detenção por dez dias a
seis meses; perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função
pública por prazo até três anos.
b) consistirá no pagamento de uma indenização com valor pré-fixado pela legislação
vigente, caso não seja possível fixar o valor do dano.
c) será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido, que poderá consistir em
advertência; repreensão; suspensão do cargo, função ou posto por prazo de 5 a 180 dias,
com perda de vencimentos e vantagens; destituição de função; demissão; demissão, a
bem do serviço público.
d) poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer
funções de natureza policial ou militar no município em questão, por prazo de um a
cinco anos.
e) consistirá, dentre outros, em detenção de dez dias a um ano, pagamento de uma
indenização com valor pré-fixado pela legislação vigente e demissão, a bem do serviço
público.
Gabarito C

Lei 4898/65

Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal.

§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso


cometido e consistirá em:

a) advertência;

b) repreensão;

c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta dias, com
perda de vencimentos e vantagens;

d) destituição de função;

e) demissão;
444

f) demissão, a bem do serviço público.

§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no
pagamento de uma indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros.

§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do


Código Penal e consistirá em:

a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;

b) detenção por dez dias a seis meses;

c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por
prazo até três anos.

§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou


cumulativamente.

§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de
qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o
acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por
prazo de um a cinco anos.

691- Carlos exerce cargo público de natureza civil, de forma transitória e sem
remuneração. No exercício do seu trabalho, cometeu atentado ao livre exercício do
culto religioso. Por isso, Carlos recebeu sanção administrativa legalmente
determinada em função da gravidade do abuso cometido, que consistiu em
advertência. Considerando as disposições da Lei n° 4.898/65, Carlos
a) não é considerado autoridade, pois exerce seu cargo de forma transitória.
b) sofreu advertência por abuso de autoridade.
c) não é considerado autoridade, pois exerce seu cargo sem remuneração.
d) cometeu abuso de autoridade, mas a advertência não é sanção administrativa prevista
para o atentado cometido.
e) cometeu atentado que não caracteriza abuso de autoridade.
Gabarito B
692- Sobre a Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965),
analise as afirmativas a seguir.
I. Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de
qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o
acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por
prazo de um a três anos.
445

II. Considera-se autoridade, para os efeitos da lei de abuso de autoridade, quem exerce
cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que
transitoriamente e sem remuneração.
III. A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou justificação
por denúncia do Ministério Público, instruída com a representação da vítima do abuso.
Estão corretas as afirmativas
a) I, II e III.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
Gabarito D

I. FALSO. Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou


militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de
não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da
culpa, por prazo de um a três anos.

Art. 6 § 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou
militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de
não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da
culpa, por prazo de um a cinco anos.

 II. CERTO Considera-se autoridade, para os efeitos da lei de abuso de autoridade,


quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que
transitoriamente e sem remuneração.

Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego
ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem
remuneração.

 III. CERTO. A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou


justificação por denúncia do Ministério Público, instruída com a representação da vítima
do abuso.

Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou


justificação por denúncia do Ministério Público, instruída com a representação da vítima
do abuso.

693- De acordo com a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, o abuso de


autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal. A sanção
administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido e NÃO
consistirá em:
a) Advertência.
b) Repreensão.
446

c) Demissão, a bem do serviço público.


d) Suspensão do cargo, função ou posto por prazo de trinta a trezentos e sessenta dias,
com perda de vencimentos e vantagens.
Gabarito D
694- “De acordo com a Lei de Abuso de Autoridade, apresentada ao Ministério
Público a representação da vítima, aquele, no prazo de ___________, denunciará o
réu, desde que o fato narrado constitua abuso de autoridade, e requererá ao Juiz a
sua citação, e, bem assim, a designação de audiência de instrução e julgamento.”
Assinale a alternativa que completa corretamente a afirmativa anterior.
a) 24 horas
b) 48 horas
c) 5 dias
d) 10 dias
Gabarito B
PRAZOS DA LEI 4898/65:
48 HORAS ==> Denúncia do MINISTÉRIO PÚBLICO (Após a representação da
Vítima);
72 HORAS ==> Para o OFENDIDO ou o ACUSADO requerer ao juiz a designação de
um PERITO para fazer as verificações necessárias, caso o fato constitutivo do abuso
HOUVER DEIXADO VESTÍGIOS (Lembrando que tem que ser 72 horas antes da
audiência);
48 HORAS ==> Para o JUIZ PROFERIR DESPACHO, recebendo ou rejeitando a
DENÚNCIA. (conta-se após receber os autos);
5 DIAS ==> O JUIZ designará DESDE LOGO dia e hora para a audiência de Instrução
e Julgamento, que deverá ser realizada dentro de 5 dias IMPRORROGAVELMENTE;
(Lembrando que a audiência é PÚBLICA e realizar-se-á em dia ÚTIL, entre 10 (dez) e
18 (dezoito) horas;
Obs: Nas comarcas onde os MEIOS DE TRANSPORTES forem difíceis e não
permitirem a observância dos prazos fixados na Lei, O JUIZ poderá aumentá-los,
sempre motivadamente, ATÉ O DOBRO. (ART. 27).
695- A Lei Federal nº 4.898/1965 disciplina a responsabilidade em caso de abuso
de autoridade. Tal diploma estatui que:
a) O processo administrativo para apurar abuso de autoridade deve ser sobrestado para o
fim de aguardar a decisão da ação penal que apura a mesma conduta.
b) Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de
qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o
447

acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por


prazo de um a cinco anos.
c) Dentre as sanções penais que podem ser aplicadas está a perda do cargo e a
inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo de até oito
anos.
d) Constitui abuso de autoridade qualquer atentado ao exercício dos direitos sociais.
e) Considera-se autoridade, para os efeitos da referida lei, apenas quem exerce cargo,
emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, de natureza permanente.
Gabarito B
695- O militar em serviço não responde pelos crimes de abuso de autoridade
previstos na Lei n.º 4.898/1965.
Gabarito ERRADO
LEI 4898/65 Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce
cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou MILITAR , ainda que
transitoriamente e sem remuneração.
696- Em relação à Lei de Abuso de Autoridade — Lei n.º 4.898/1965 —, assinale a
opção correta.
a) Para os efeitos da referida lei, são considerados autoridade aqueles que exercem um
munus público, como, por exemplo, tutores e curadores dativos, inventariantes, síndicos
e depositários judiciais
b) Nessa lei, há condutas tipificadas que caracterizam crimes próprios e crimes
impróprios, admitindo-se as modalidades dolosa e culposa.
c) O particular coautor ou partícipe, juntamente com o agente público, em concurso de
pessoas, responderá por outro crime, uma vez que a qualidade de autoridade é elementar
do tipo.
d) Se uma autoridade policial determinar a seu subordinado que submeta pessoa presa a
constrangimento não autorizado por lei, e se esse subordinado cumprir a ordem
manifestamente ilegal, ambos responderão pelo crime de abuso de autoridade.
e) Não há crime de abuso de autoridade por conduta omissiva, já que, para tanto, deve
ocorrer a prática de ação abusiva pelo agente público.
Gabarito D

A - trata-se de um crime próprio, que somente pode ser paticado do funcionário público
(lato sensu);

 B - não há de ser falar, nem ao menos, em modalidade culposa para tal crime. 

C - por se tratar de crime próprio, se conhecida a condição do agente pelo particular,


poderá responder como coautor ou partícipe. 
448

E -uma exemplo de conduta omissiva para esse crime seria o fato de a autoridade
policial deixar de comunicar o juiz e a família do preso quanto a sua prisão. 

697- Analisando em conjunto as Leis no 4.898, de 9 de dezembro de 1965 e no


7.960, de 21 de dezembro de 1989, é correto afirmar que constitui abuso de
autoridade
a) decretar a prisão temporária em despacho prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e
quatro) horas, contadas a partir do recebimento da representação.
b) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança,
deixando de expedir em tempo oportuno ordem de liberdade.
c) executar a prisão temporária somente depois da expedição de mandado judicial.
d) decretar a prisão temporária pelo prazo de 5 (cinco) dias, e prorrogá-la por igual
período em caso de comprovada necessidade.
e) determinar a apresentação do preso temporário, solicitar informações e
esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame pericial.
Gabarito B
Lei 4898, Art. 4º Constitui também abuso de autoridade: i) prolongar a execução de
prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo
oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade.
698- Segundo a Lei nº 4.898/1965, constituem abuso de autoridade, EXCETO:
a) Qualquer atentado ao direito de reunião.
b) Deixar a autoridade policial de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal
que lhe seja comunicada.
c) Qualquer atentado à liberdade de associação.
d) Prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança,
deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de
liberdade.
Gabarito B
699- Quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar,
ainda que transitoriamente e sem remuneração, e praticar um ato considerado
abuso de autoridade será sancionado administrativamente de acordo com a
gravidade do abuso cometido. Qual alternativa NÃO é considerada sanção
administrativa prevista na Lei Federal nº 4.898/65, que regula o direito de
representação e o processo de responsabilidade administrativa civil e penal, nos
casos de abuso de autoridade?
a) Advertência.
b) Multa.
c) Repreensão.
449

d) Demissão, a bem do serviço público.


e) Destituição da função.
Gabarito B
700- Com base na legislação penal, assinale a opção correta.
a) A representação prevista na lei que trata dos crimes de abuso de autoridade é mera
notícia do fato criminoso, inexistindo condição de procedibilidade para a instauração da
ação penal.
b) É facultado ao juiz determinar a cassação da licença de funcionamento do
estabelecimento onde se verifique a submissão de criança ou adolescente à prostituição
ou à exploração sexual, sem prejuízo das demais penas previstas para o crime.
c) A perda do cargo ou função pública constitui efeito automático da condenação do
servidor público acusado da prática de crimes resultantes de preconceito de raça ou cor.
d) A coabitação entre os sujeitos ativo e passivo é condição necessária para a aplicação
da Lei Maria da Penha no âmbito das relações íntimas de afeto.
e) É crime hospedar em hotel, pensão, motel ou congênere criança ou adolescente
desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita destes ou da
autoridade judiciária.
Gabarito A

Os únicos crimes que tem a perda do cargo como efeito automático da condenação são:
1- Crime de organização criminosa (lei 12850/13) 2- Crime de tortura ( lei
9455/97).

701- Nos termos da Lei 4.898/65 que regula o direito de representação e o processo
de responsabilidade administrativa civil e penal, nos casos de abuso de autoridade
assinale a alternativa incorreta.

a) O processo administrativo poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a decisão da


ação penal ou civil.

b) A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da autoridade civil ou militar.

c) Simultaneamente com a representação dirigida à autoridade administrativa ou


independentemente dela, poderá ser promovida pela vítima do abuso, a responsabilidade
civil ou penal ou ambas, da autoridade culpada.

d) A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou justificação


por denúncia do Ministério Público, instruída com a representação da vítima do abuso.

Gabarito A

Letra A) ERRADA   § 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o


fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil.
450

Letra B) Certa Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da autoridade
civil ou militar.

 Letra C) Certa  Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à autoridade


administrativa ou independentemente dela, poderá ser promovida pela vítima do abuso,
a responsabilidade civil ou penal ou ambas, da autoridade culpada.

Letra D. Certa Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito
policial ou justificação por denúncia do Ministério Público, instruída com a
representação da vítima do abuso.

702- Constitui abuso de autoridade


a) ordenar ou executar medida restritiva de liberdade individual, mesmo com as
formalidades legais ou com excesso de autoridade.
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento, mesmo
que autorizado em lei.
c) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos
ou qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à
espécie, quer quanto ao seu valor.
d) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão, a busca e
apreensão ou detenção de qualquer pessoa.
e) prolongar a execução de prisão em flagrante ou preventiva, ou de medida de
segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente
ordem de liberdade.
Gabarito C

35.3- Crimes contra Crianças e Adolescentes – ECA

703- Uma serventia extrajudicial que cuida do registro civil de pessoas naturais
recebe um ofício judicial solicitando informação acerca do registro de nascimento
de uma criança. Do que se depreende do teor do referido ofício, é uma ação penal
referente a envio de criança ao exterior, tipo penal tratado pelo ECA (Estatuto da
Criança e do Adolescente – Lei Federal nº 8.069/1990). Acerca do referido tipo
penal, assinale a alternativa correta.
a) É punível tanto aquele que promove ou quanto o que auxilia o envio de criança para o
exterior, com intuito de lucro, independentemente da finalidade do envio, para fins
lícitos ou ilícitos.
b) O tipo penal estabelecido no ECA é da modalidade material, ou seja, necessita do
efetivo envio da criança ao exterior para que se dê a consumação.
c) Aquele que auxilia nos atos destinados ao envio de criança ao exterior, sem
observação das formalidades legais, incorre em tipo penal diverso, todavia, daquele
estabelecido no ECA.
451

d) O mero uso de passaporte falso perante autoridade de imigração estrangeira com a


intenção de reunir a família no exterior se enquadra no tipo penal estabelecido pelo
ECA.
e) A utilização de fraude para o envio de criança para o exterior configura falsidade
material e ideológica empregada contra a Administração Pública e seus agentes, tão
somente.
Gabarito A

Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1990): 

Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou


adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito
de obter lucro:

Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.

Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude:

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência.

a) CORRETO - É punível tanto aquele que promove ou quanto o que auxilia o envio
de criança para o exterior, com intuito de lucro, independentemente da finalidade do
envio, para fins lícitos ou ilícitos.

b) ERRADO - trata-se de crime formal. A conduta tipificada é o auxílio para


efetivação ou a promoção de ato destinado ao envio. Não há necessidade de ocorrer o
envio da criança para a consumação do delito.

c) ERRADO - pela justificativa acima exposta, quem auxilia responde pelo mesmo tipo
penal (art. 239 do ECA).

d) ERRADO - o uso de passaporte falso poderá fazer com que o agente responda pelo
crime de uso de documento falso (art. 304 do CP).

e) ERRADO - Nem sempre a utilização de fraude para o envio de criança para o


exterior será hipótese de falsidade material e ideológica. Além disso, o sujeito passivo
poderá ser a Administração Pública nacional, a Administração estrangeira e,
principalmente, a própria criança.

704- Com base no disposto no ECA, assinale a opção correta.


a) Cabe à autoridade judiciária ou policial competente a aplicação das medidas
específicas de proteção relacionadas no ECA, mediante prévia notificação do conselho
tutelar.
b) É cabível a aplicação de medida socioeducativa de internação ao penalmente
imputável com idade entre dezoito e vinte e um anos e que era menor à época da prática
do ato infracional.
452

c) Não há prazo mínimo para o cumprimento da liberdade assistida fixada pelo ECA,
sendo o limite fixado de acordo com a gravidade do ato infracional e as circunstâncias
de vida do adolescente.
d) O crime de corrupção de menores se consuma quando o infrator pratica infração
penal com o menor ou o induz a praticá-la, sendo imprescindível, para sua configuração,
a prova da efetiva corrupção do menor.
e) O ECA prevê expressamente os prazos de prescrição das medidas socioeducativas.
Gabarito B
A) Errada. A autoridade policial não é competente para aplicar as medidas.

 B) Correta. Art. 2ºECA - Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até
doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de
idade. Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este
Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.

C) Errada. Existe sim prazo mínimo para liberdade assistida, segundo o §2º do art. 118
ECA, será de 6 meses.

D) Errada. Vide súmula 500 STJ - "A configuração do crime previsto no art.244-B do
Estatuto da Criança e do Adolescente independe da prova da efetiva corrupção do
menor, por se tratar de delito formal."

E) Errada. Os prazos de prescrição do ECA são regisdos pelo Código Penal.

705- Analisando os casos concretos a seguir especificados, assinale a alternativa


que contempla crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente.
a) A fim de denegrir a imagem da ex-namorada Abigail, de 13 anos de idade, o adulto
Genivaldo publica em rede social foto real de uma atriz de filmes pornográficos em
cena de sexo explícito, a qual é muito parecida com a adolescente, afirmando
falsamente se tratar de um retrato desta.
b) Após ser procurado por Joacir, criança de 6 anos de idade, o comerciante Nicanor
vende ao garoto fogos de artifício que, por seu reduzido potencial ofensivo, não podem
produzir danos físicos.
c) Cleberson induz Marielen, adolescente de perceptíveis 14 anos de idade, a fugir da
casa em que reside por determinação de seus pais.
d) Lindolfo através de um aplicativo de celular, induz o adolescente Inaldo, cuja idade
conhece, a praticar ato análogo a contravenção penal, efetivado pelo adolescente.
e) A fim de advertir o filho Emildo, adolescente, sobre os efeitos das drogas, Alaor
entrega a ele um cigarro de maconha, obrigando-o a fumá-lo.
Gabarito D
453

706- Com base na Lei n.º 8.069/1990, assinale a opção que apresenta medida
passível de aplicação por autoridade competente tanto a criança quanto a
adolescente que cometa ato infracional.
a) prestação de serviços à comunidade
b) internação em estabelecimento educacional
c) requisição de tratamento psicológico
d) inserção em regime de semiliberdade
e) liberdade assistida
Gabarito C
As demais hipóteses são medidas socioeducativas e só se aplicam aos adolescentes.
707- • Gabriel, como dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestantes,
deixou de fornecer a uma parturiente, na ocasião da alta médica desta, declaração de
nascimento em que constassem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do
neonato.
• Júlia, professora de ensino fundamental, teve conhecimento de caso que envolvia
suspeita de maus-tratos contra uma aluna de dez anos de idade e deixou de comunicar o
fato à autoridade competente.
• Alexandre hospedou, no hotel do qual é responsável, um adolescente que estava
desacompanhado de seus pais ou de um responsável e sem autorização escrita deles ou
de autoridade judiciária.
Nessas situações hipotéticas, de acordo com o que prevê o ECA,
a) somente Gabriel e Alexandre responderão por crime.
b) somente Júlia e Alexandre responderão por infração administrativa.
c) somente Gabriel e Alexandre responderão por infração administrativa.
d) Gabriel, Júlia e Alexandre responderão por crime.
e) somente Gabriel e Júlia responderão por crime.
Gabarito B

GABRIEL (crime) -   Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de


estabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter registro das atividades
desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à
parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento,
onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato:  Pena -
detenção de seis meses a dois anos.   Parágrafo único. Se o crime é culposo:   Pena -
detenção de dois a seis meses, ou multa.

JULIA (infração administrativa) -   Art. 245. Deixar o médico, professor ou


responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola
454

ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento,


envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente: 
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de
reincidência.

ALEXANDRE (infração administrativa) - Art. 250.  Hospedar criança ou adolescente


desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita desses ou da
autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere:     Pena – multa.

708- Segundo a Lei nº 8.069/90, constituem crimes, EXCETO:


a) Submeter criança sob sua vigilância a vexame.
b) Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de
adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão.
c) Registrar, por qualquer meio, cena pornográfica envolvendo criança.
d) Privar o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão estando em
flagrante de ato infracional.
Gabarito D
709- João, de forma livre e consciente, disponibilizou, por meio de publicação em
seu site na internet, vídeo contendo cena de sexo explícito envolvendo adolescente.
De acordo com o ordenamento jurídico, João cometeu crime previsto:
a) no Estatuto da Criança e do Adolescente, cuja pena é de reclusão de 3 (três) a 6 (seis)
anos, e multa;
b) no Estatuto da Criança e do Adolescente, cuja pena é de detenção de 4 (quatro) a 10
(dez) anos, e suspensão do site;
c) no Código Penal por estupro, cuja pena é de reclusão de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e
suspensão do site;
d) na Lei do Marco Civil da Internet, cuja pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez)
anos, e suspensão do site;
e) na Lei do Marco Civil da Internet cuja pena é de detenção de 3 (três) a 6 (seis) anos, e
multa.
Gabarito A
710- Comete contravenção penal o comerciante que vende, fornece, serve, ministra
ou entrega bebida alcoólica a criança ou a adolescente, conduta considerada,
ainda, infração administrativa pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
Gabarito ERRADO
A Lei nº 13.106/15 torna CRIME a venda de bebidas alcoólicas a crianças ou
adolescentes. Além disso, o texto também criminaliza fornecer, servir, ministrar ou
entregar bebida alcoólica a menores de 18 anos.
455

711- João, imputável, foi preso em flagrante no momento em que subtraía para si,
com a ajuda de um adolescente de dezesseis anos de idade, cabos de telefonia
avaliados em cem reais. Ao ser interrogado na delegacia, João, apesar de ser
primário, disse ser Pedro, seu irmão, para tentar ocultar seus maus antecedentes
criminais. Por sua vez, o adolescente foi ouvido na delegacia especializada,
continuou sua participação nos fatos e afirmou que já havia sido internado
anteriormente pela prática de ato infracional análogo ao furto.
Nessa situação hipotética, conforme a jurisprudência dominante dos tribunais
superiores, em tese, João praticou os crimes de
a) furto qualificado privilegiado, corrupção de menores e falsa identidade.
b) corrupção de menores e falsidade ideológica.
c) furto simples, falsa identidade e corrupção de menores.
d) furto qualificado e falsidade ideológica.
e) furto simples e corrupção de menores.
Gabarito A

A questão cobrava 5 raciocínios ligados ao entendimento do STJ.

1) Furto---> o pequeno valor da coisa (cem reais) caracteriza o privilégio e não o


princípio da insignificância.

2) Furto-->qualificadora pelo concurso de agentes que não é afastada pela


inimputabilidade do adolescente.

3) possibilidade de qualificadora + privilégio.

Crime 1= furto qualificado privilegiado

4) Súmulas 522 "A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade


policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa" Crime 2

5)A configuração do crime previsto no artigo 244-B do  ECA independe da prova da
efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal---> independe se o
adolescente tinha maus antecedentes ou não. Crime 3

712- Está previsto no ECA a internação de menores infratores por um período de,
no máximo, três anos, exceto quando o crime for considerado hediondo, como o
latrocínio e o estupro.
Gabarito ERRADO
Art. 121. 

§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.


456

§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.

Internado Provisório:
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento, estando
o adolescente internado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.

713- No que concerne ao crime de “corromper ou facilitar a corrupção de menor


de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-
la” (corrupção de menores, art. 244-B da Lei no 8.069/90),
a) as penas são diminuídas de 1/3, no caso de infração cometida ou induzida em se
tratando de contravenção penal.
b) há entendimento jurisprudencial sumulado por Tribunal Superior no sentido de que
se trata de crime formal
c) por disposição legal não se configura se o menor, antes do contato com o agente, já
era dado à prática de crimes
d) as penas são aumentadas de 1/3, no caso de a infração, para a qual o menor foi
cooptado, ser cometida com violência ou grave ameaça.
e) as penas são aumentadas de 2/3, no caso de a infração cometida ou induzida estar
incluída no rol dos crimes hediondos.
Gabarito B
Entende-se que é crime formal, ou seja, independe da efetiva corrupção do menor.
Mesmo que ele já esteja no mundo do crime, ainda assim, será considerado o crime.
Espero ter contribuído!
714- Segundo o entendimento sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça, o
delito de corrupção de menores, previsto no artigo 244-B do Estatuto da Criança e
do Adolescente:
a) É crime material e depende de prova da efetiva corrupção do menor.
b) É crime formal e depende de prova da efetiva corrupção do menor.
c) É crime de mera conduta e independe de prova da efetiva corrupção do menor.
d) É crime formal e independe de prova da efetiva corrupção do menor.
e) É crime material e independe de prova da efetiva corrupção do menor.
Gabarito D
715- Quanto ao Estatuto da Criança e do Adolescente é correto afirmar:
a) A prestação de serviço comunitário, uma das medidas sócio educativas, consiste na
realização de tarefas gratuitas de interesse geral por período não excedente a 1 (um)
ano, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos.
457

b) Considera-se criança, para os efeitos da Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompleto, e adolescente entre doze e dezoito anos de idade.
c) São penalmente inimputáveis os menores de 18 (dezoito) anos, sujeitos às medidas
previstas nesta Lei. Para os efeitos do Estatuto da Criança e do Adolescente deve ser
considerada a idade do adolescente na data da sentença.
d) O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo, encaminhado
à autoridade policial.
Gabarito B
716- Para a configuração do crime de corrupção de menores, previsto no ECA, não
se faz necessária prova da efetiva corrupção do menor, uma vez que se trata de
delito formal.
Gabarito CORRETO
Súmula 500 do Superior Tribunal de Justiça: "A configuração do crime do art. 244-B
do ECA independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito
formal."
717- Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou
recompensa, é crime previsto no artigo 238 do Estatuto da Criança e do
Adolescente – ECA, classificado como próprio, sendo admissível a suspensão
condicional do processo, prevista no artigo 89, da lei n. 9.099/95.
Gabarito CORRETO
718- De acordo com entendimento recentemente sumulado pelo STJ, o crime de
corrupção de menores do art. 244-B da Lei n.º 8.069/90 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), é delito _________________ e, portanto, para sua configuração,
_________da prova da efetiva corrupção do menor.
Completam, correta e respectivamente, as lacunas as expressões contidas em
a) formal … depende
b) material … depende
c) material … independe
d) formal … independe
Gabarito D
719- altemir praticou conjunção carnal com sua enteada Flaviana, que possui 12
anos de idade. Assim, Valtemir deve responder pelo crime de:
a) satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (artigo 218-Ado
CP).
b) submissão de criança ou adolescente à prostituição ou à exploração sexual (artigo
244-A da Lei nº 8.069/1990).
458

c) estupro de vulnerável (artigo 217-Ado CP).


d) corrupção demenores (Lei nº 2.252/1954).
e) assédio sexual (artigo 216-Ado CP).
Gabarito C

35.4- Lei de Crimes Hediondos – Lei nº 8.072 de 1990

720- Os crimes hediondos são suscetíveis de:


a) Fiança.
b) Anistia.
c) Indulto.
d) Liberdade provisória.
Gabarito D

Lei 8.072/90 - Crimes Hediondos.


Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:  

I - anistia, graça e indulto;

II - fiança. 

OBS: Cuidado para não confundir a expressão INSUSCETÍVEIS com a expressão


SUSCETÍVEIS. Na hora da prova com o cansaço, estresse...

721- NÃO é considerado hediondo ou equiparado o crime de:


a) Latrocínio.
b) Corrupção ativa.
c) Estupro de vulnerável.
d) Epidemia com resultado morte.
Gabarito B
722- No que concerne à Lei que trata dos crimes Hediondos (Lei n° 8.072/1990 e
suas alterações), assinale a alternativa correta.
a) A progressão de regime, no caso dos condenados por crimes hediondos, dar-se-á após
o cumprimento de 3/5 (três quintos) da pena, se o apenado for primário.
b) O crime de homicídio qualificado previsto no Código Penal Militar é considerado
hediondo.
459

c) O fato de o crime ser considerado hediondo, por si só, não impede a concessão da
liberdade provisória, de acordo com o entendimento dos Tribunais Superiores.
d) O sistema adotado pela legislação brasileira para rotular uma conduta como hediondo
é o sistema misto.
e) Dentre os crimes equiparados aos hediondos estão: tortura, tráfico ilícito de drogas e
racismo.
Gabarito C
723- Acerca dos crimes hediondos (Lei n° 8.072/1990 e suas alterações), pode-se
afirmar que a:
a) pena por crime hediondo será cumprida integralmente em regime fechado.
b) prisão temporária por crimes hediondos terá o prazo de 10 (dez) dias, prorrogável por
igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.
c) progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes hediondos, dar-se-á após o
cumprimento de 3/5 (três quintos) da pena, se o apenado for primário, havendo vedação
em caso de ser reincidente.
d) progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes hediondos, dar-se-á após o
cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três
quintos), se reincidente.
e) prisão temporária por crimes hediondos terá o prazo de 20 (vinte) dias, prorrogável
por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.
Gabarito D
A - ERRADO - É considerado inconstitucional;
B - ERRADO - Prisão Temporária normal > 5 dias, prorrogável por mais 5. Nos Crimes
Hediondos e Equiparados > 30 dias, prorrogáveis por mais 30.

C - ERRADO - Progressão de regime > 2/5 se primário; 3/5 se reincidente.


                      Livramento Condicional > mais de 2/3 da pena > vedado ao reincidente
específico
D - CORRETA;
E - ERRADA - Vide letra B
724- Acerca dos crimes hediondos (Lei n° 8.072/1990 e suas alterações), pode-se
afirmar que a:
a) pena por crime hediondo será cumprida integralmente em regime fechado.
b) progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes hediondos, dar-se-á após o
cumprimento de 3/5 (três quintos) da pena, se o apenado for primário, havendo vedação
em caso de ser reincidente.
c) prisão temporária por crimes hediondos terá o prazo de 10 (dez) dias, prorrogável por
igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.
460

d) prisão temporária por crimes hediondos terá o prazo de 20 (vinte) dias, prorrogável
por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.
e) progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes hediondos, dar-se-á após o
cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três
quintos), se reincidente.
Gabarito E
A) Pena será cumprida conforme o juiz decidir;

B) Progressão de regime nos crimes hediondos é de 2/5 se primário e 3/5 se reincidente;

C,D) crimes hediondos têm temporária de 30 prorrogável por mais 30.

E) correta, vide B.

725- Acerca dos crimes hediondos (Lei n° 8.072/1990 e suas alterações), pode-se
afirmar que a:
a) progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes hediondos, dar-se-á após o
cumprimento de 3/5 (três quintos) da pena, se o apenado for primário, havendo vedação
em caso de ser reincidente.
b) prisão temporária por crimes hediondos terá o prazo de 10 (dez) dias, prorrogável por
igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.
c) pena por crime hediondo será cumprida integralmente em regime fechado.
d) progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes hediondos, dar-se-á após o
cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três
quintos), se reincidente.
e) prisão temporária por crimes hediondos terá o prazo de 20 (vinte) dias, prorrogável
por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.
Gabarito D
A) Progressão de regime nos crimes hediondos é de 2/5 se primário e 3/5 se reincidente;

B,E) crimes hediondos têm temporária de 30 prorrogável por mais 30;

C) Pena será cumprida conforme o juiz decidir;

D) correta.
726- Sobre os crimes em espécie, é correto afirmar:
a) Segundo posição do Supremo Tribunal Federal, os crimes de estupro e atentado
violento ao pudor, mesmo que cometidos antes da edição da Lei n° 12.015/2009, são
considerados hediondos, ainda que praticados na forma simples.
b) A escusa relativa prevista nas disposições gerais dos crimes contra o patrimônio
extingue a punibilidade do sujeito ativo do crime.
461

c) A extorsão é crime formal e se consuma quando o sujeito ativo recebe a vantagem


exigida.
d) A receptação na modalidade imprópria admite tentativa.
e) O art. 28 da Lei n° 10.826/2003 veda, em qualquer hipótese, ao menor de 25 anos, a
aquisição de arma de fogo.
Gabarito A

A - CORRETA: SMJ, isso porque ambos os crimes já eram considerados hediondos na


redação original da Lei nº 8.072/90.

B - INCORRETA: As escusas absolutas extinguem a punibilidade (art. 181, CP). As


escusas relativas apenas condicionam a ação penal (art. 182, CP).

Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em
prejuízo:

I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;

II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou


natural.

Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é
cometido em prejuízo:

I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;

II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;

III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

C - INCORRETA: Justamente por ser crime formal, a extorsão se consuma com o


constrangimento da vítima, ou seja, quando ela obedece a ordem do agente. Não se
exige, para fins de consumação, a obtenção da vantagem exigida, que é apenas a
intenção do agente, e poderá ser considerada na dosimetria da pena.

Extorsão

Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de
obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça
ou deixar de fazer alguma coisa:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

D - INCORRETA: A receptação, na modalidade imprópria, não admite tentativa, pois


é crime formal, que se consuma quando o agente realiza a influência sobre terceiro,
ainda que este não venha a segui-la.
462

Receptação

Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou


alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a
adquira, receba ou oculte:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

E - INCORRETA

Lei nº 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento)

Art. 28.  É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo,
ressalvados os integrantes das entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X
do caput do art. 6o desta Lei.

727- Em sentença condenatória, de acordo com a Lei n° 11.464/2007, por crime


hediondo, o juiz:
a) não concederá progressão de regime.
b) decretará prisão preventiva com base na sentença de pronúncia.
c) imporá o recolhimento imediato à prisão, para eventual recurso.
d) determinará pena em regime integral fechado, face à hediondez do crime.
e) decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade.
Gabarito E
728- A respeito da execução penal e dos crimes hediondos, assinale a opção correta
à luz da jurisprudência do STF e do STJ.
a) O crime de associação para o tráfico é hediondo, razão pela qual a progressão de
regime para o condenado por esse crime só pode ser concedida depois de cumpridos
dois terços da pena.
b) O condenado iniciará o cumprimento da pena obrigatoriamente no regime fechado e
a pena privativa de liberdade não poderá em nenhuma hipótese ser substituída por pena
restritiva de direito.
c) A progressão de regime será admitida somente mediante a realização de exame
criminológico, que é imprescindível para os condenados por crime hediondo.
d) O inadimplemento da pena de multa aplicada cumulativamente ao condenado impede
a progressão de regime, salvo quando provada a absoluta incapacidade econômica do
condenado.
Gabarito D
729- A respeito de crimes hediondos, assinale a opção correta.
463

a) Embora tortura, tráfico de drogas e terrorismo não sejam crimes hediondos, também
são insuscetíveis de fiança, anistia, graça e indulto.
b) Para que se considere o crime de homicídio hediondo, ele deve ser qualificado.
c) Considera-se hediondo o homicídio praticado em ação típica de grupo de extermínio
ou em ação de milícia privada.
d) O crime de roubo qualificado é tratado pela lei como hediondo.
e) Aquele que tiver cometido o crime de favorecimento da prostituição ou outra forma
de exploração sexual no período entre 2011 e 2015 não responderá pela prática de crime
hediondo.
Gabarito A
a) CORRETA. Crimes hediondos e equiparados (tráfico de drogas, tortura e
terrorismo) são insuscetíveis, por expressa vedação legal, de fiança, anistia, graça e
indulto (art. 2°, I e II da Lei nº 8.072/90). STJ e STF já decidiram que tal vedação é
constitucional.

b) INCORRETA. O homicídio simples também pode ser considerado hediondo, desde


que praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só
agente (art. 1°, I da Lei nº 8.072/90).

c) INCORRETA. Somente o homicídio simples praticado em atividade típica de grupo


de extermínio é hediondo, ao contrário daquele cometido em ação de milícia privada,
cuja prática resulta "apenas" em causa de aumento de pena (art. 121, sexto parágrafo,
CP).

d) INCORRETA. Somente o roubo qualificado pela morte (latrocínio) é hediondo. Os


demais não.

e) INCORRETA. O crime de favorecimento da prostituição ou outra forma de


exploração sexual de criança, adolescente ou de vulnerável foi incluído no rol dos
crimes hediondos em 2014, com a edição da Lei nº 12.978, tornando a assertiva
incorreta.

35.5- Lei da Lavagem de Dinheiro - Lei nº 9.613 de 1998

730- Julgue os itens a seguir.


I A Convenção Americana sobre Direitos Humanos garante de forma relativa o direito à
vida, pois autoriza a utilização da pena de morte em caso de crimes graves, sendo
proibido seu restabelecimento nos países que a tiverem abolido.
II A condenação de servidor público por quaisquer crimes decorrentes de preconceito de
raça ou de cor implica perda automática do cargo público.
464

III Não haverá crime de lavagem de dinheiro caso o agente seja absolvido, por
atipicidade da conduta, do crime antecedente a ele imputado, uma vez que o crime de
branqueamento, embora autônomo, é delito derivado do antecedente.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.
Gabarito C

Fica a dica: Crime de Tortura e Organização Criminosa -> São os únicos com efeito


automático perda do cargo, emprego ou função pública que dispensam motivação.

731- A fase da lavagem de capitais, de acordo com as definições do COAF, em que


são realizados diversos negócios e movimentações financeiras, a fim de impedir o
rastreamento e encobrir a origem ilícita dos valores é denominada pela doutrina
de:
a) ocultação.
b) colocação
c) destinação
d) evaporação
e) integração.
Gabarito A

1. Colocação – a primeira etapa do processo é a colocação do dinheiro no sistema


econômico. Objetivando ocultar sua origem, o criminoso procura movimentar o
dinheiro em países com regras mais permissivas e naqueles que possuem um sistema
financeiro liberal. A colocação se efetua por meio de depósitos, compra de instrumentos
negociáveis ou compra de bens. Para dificultar a identificação da procedência do
dinheiro, os criminosos aplicam técnicas sofisticadas e cada vez mais dinâmicas, tais
como o fracionamento dos valores que transitam pelo sistema financeiro e a utilização
de estabelecimentos comerciais que usualmente trabalham com dinheiro em espécie.

2. Ocultação – a segunda etapa do processo consiste em dificultar o rastreamento


contábil dos recursos ilícitos. O objetivo é quebrar a cadeia de evidências ante a
possibilidade da realização de investigações sobre a origem do dinheiro. Os criminosos
buscam movimentá-lo de forma eletrônica, transferindo os ativos para contas anônimas
– preferencialmente, em países amparados por lei de sigilo bancário – ou realizando
depósitos em contas abertas em nome de "laranjas" ou utilizando empresas fictícias ou
de fachada.
465

3. Integração – nesta última etapa, os ativos são incorporados formalmente ao sistema


econômico. As organizações criminosas buscam investir em empreendimentos que
facilitem suas atividades – podendo tais sociedades prestarem serviços entre si. Uma
vez formada a cadeia, torna-se cada vez mais fácil legitimar o dinheiro ilegal.

732- Quando o autor do crime de lavagem de capitais colaborar espontaneamente


com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das
infrações penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à
localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime, a pena:
a) poderá ser reduzida de um sexto até a metade e ser cumprida em regime
exclusivamente aberto.
b) poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou
semiaberto.
c) poderá ser reduzida de um sexto até a metade e ser cumprida em regime aberto ou
semiaberto.
d) poderá ser reduzida Dela metade e ser cumprida em regime semiaberto.
e) poderá ser reduzida Dela metade e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto.
Gabarito B

Premio da Colaboração Premiada:

- pena reduzida de 1 a 2 terços;

- regime aberto ou semi aberto;

- perdão judicial ou;

- substituição privativa de liberdade por restritiva de direitos.

733- Em relação às disposições expressas nas legislações referentes aos crimes de


trânsito, contra o meio ambiente e de lavagem de dinheiro, assinale a opção
correta.
a) Em relação aos delitos ambientais, constitui crime omissivo impróprio a conduta de
terceiro que, conhecedor da conduta delituosa de outrem, se abstém de impedir a sua
prática.
b) Para a caracterização do delito de lavagem de dinheiro, a legislação de regência prevê
um rol taxativo de crimes antecedentes, geradores de ativos de origem ilícita, sem os
quais o crime não subsiste.
c) A colaboração premiada de que trata a Lei de Lavagem de Dinheiro poderá operar a
qualquer momento da persecução penal, até mesmo após o trânsito em julgado da
sentença.
466

d) É vedada a imposição de multa por infração administrativa ambiental cominada com


multa a título de sanção penal pelo mesmo fato motivador, por violação ao princípio do
non bis in idem.
e) A prática de homicídio culposo descrita no Código de Trânsito enseja a aplicação da
penalidade de suspensão da permissão para dirigir, pelo órgão administrativo
competente, mesmo antes do trânsito em julgado de eventual condenação.
Gabarito C

A) Errada. O terceiro somente será responsabilizado caso tenha concorrido para a


prática delituosa ou possua o dever legal (tenha sua responsabilidade prevista em Llei)
de evitar o resultado.

B) Errada. Já estamos na 3a geração da Lei de Lavagem de Capitais. Na 1ª geração,


somente era punida a lavagem advinda dos crimes de tráfico de drogas, na 2ª Geração,
estabeleceu-se um rol fechado de crimes antecedentes, e por fim, na 3a geração,
qualquer crime pode ser antecedente ao de lavagem.

C) Correta. O próprio Marcos Valério, mesmo já cumprindo sentença penal transitada


em julgado, já tentou "diminuir sua pena" propondo, mais de 3 vezes, acordo de
colaboração premiada com o MPMG. Mas note que, já tendo a sentença transitado em
julgado, a colaboração deverá trazer informações RELEVANTÍSSIMAS.

D) Errada. As esferas administrativa e criminal são independentes, por isso é possível a


aplicação de multa administrativa e criminal sem configurar bis in idem.

E) Errada. Uma coisa é a suspensão CAUTELAR da permissão para dirigir, outra


(diferente) é a PENALIDADE de suspensão da permissão para dirigir, essa última, de
acordo com o §1º do art. 293 do CTB só pode ser aplicada DEPOIS do trânsito em
julgado da sentença.

734- Acerca dos temas “lavagem de dinheiro” e “interceptação de comunicação


telefônica e transferência de dados”, assinale a única alternativa incorreta:
a) Os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, previstos na Lei n.
9.613/1998, admitem a forma tentada;
b) O processo e julgamento dos crimes “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e
valores independem do julgamento da infração penal antecedente;
c) Nos termos da Lei n. 9.296/1996, em hipóteses excepcionais, a interceptação do fluxo
de comunicações em sistemas de informática e telemática, pode prescindir de ordem
judicial;
d) Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas se o fato investigado
constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção;
e) A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de bens, direitos ou
valores, relativas à prática do crime de ”lavagem” de dinheiro, poderão ser suspensas
467

pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata puder
comprometer as investigações.
Gabarito C

a) CORRETA. Art. 1º, § 3º, da Lei de Lavagem de Capitais: A tentativa é punida nos
termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal.

b) CORRETA. Art. 2º da Lei de Lavagem de Capitais: O processo e julgamento dos


crimes previstos nesta Lei: II - independem do processo e julgamento das infrações
penais antecedentes, ainda que praticados em outro país, cabendo ao juiz competente
para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade de processo e julgamento.

c) INCORRETA. A LEI NÃO FAZ RESSALVAS. Art. 1º da Lei de Interceptação


Telefônica: A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para
prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto
nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo
de justiça.

 d) CORRETA. Art. 2° da Lei de Interceptação Telefônica: Não será admitida a


interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes
hipóteses: III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com
pena de detenção.

 e) CORRETA. Art. 4o-B da Lei de Lavagem de Capitais: A ordem de prisão de


pessoas ou as medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores poderão ser suspensas
pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata puder
comprometer as investigações.

735- Entre as alternativas a seguir, assinale a correta.


a) A legislação brasileira que cuida da lavagem de dinheiro é considerada uma lei de
segunda geração.
b) O reconhecimento do delito de lavagem de dinheiro opera a absorção do crime
anterior por este, em virtude do concurso aparente de normas.
c) Somente responde por lavagem de dinheiro quem também foi autor do crime
antecedente.
d) A Lei nº 9.613, de 1998, não prevê expressamente o sequestro de bens em nome do
investigado , restando , para a medida assecuratória, a aplicação subsidiária das normas
processuais.
e) A fase de layering, ou dissimulação, na lavagem de dinheiro, é aquela em que se
busca dar aos recursos financeiros a aparência de legítimos, à qual se sucede a fase de
integração (integration).
Gabarito E
736- Em crimes de lavagem de dinheiro, dada a natureza do delito praticado, é
incabível a tentativa.
468

Gabarito ERRADO

A figura do caput, artigo 1º, lei 9.613/96, segundo parte da doutrina é crime material,
pois o crime se consuma com a efetiva ocultação ou dissimulação. Já o STF entende que
o crime é formal, por prever o resultado, mas não exigir a efetiva ocultação ou
dissimulação. Luis Regis Prado entende que se trata de crime de mera conduta (esta
última posição foi adotada pela banca CESPE), por não ser um crime unissubsistente
pode admitir a tentativa. 

Em tese, é cabível tentativa, a depender da possibilidade de fracionamento da


execução no caso concreto.

 Lei. 9.613/96

Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição,


movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou
indiretamente, de infração penal.

737- Nos crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, previstos na


Lei n. 9.613/98 (Lavagem de Dinheiro), incorre nas mesmas penas quem participa
de escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal ou, até mesmo
secundária, é dirigida à prática de crimes previstos na supramencionada legislação
repressiva.
Gabarito CORRETO

Art. 1o  Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição,


movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou
indiretamente, de infração penal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)

(...)

§ 2o  Incorre, ainda, na mesma pena quem:  (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)

I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes


de infração penal;  (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)

II - participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua


atividade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.

738- Em relação ao bem jurídico tutelado no crime de lavagem de dinheiro, de


acordo com o entendimento predominante no cenário jurídico brasileiro, à luz da
doutrina e da jurisprudência, considere as seguintes assertivas:
I – O bem jurídico tutelado é a administração da justiça.
II – O bem jurídico tutelado é a ordem socioeconômica.
III – A objetividade jurídica é a mesma do crime antecedente.
Quais das assertivas acima estão corretas?
469

a) Apenas a I.
b) Apenas a II.
c) Apenas a III.
d) Apenas a II e III.
e) Apenas a I e III.
Gabarito B
739- A lei brasileira que criminaliza a lavagem de dinheiro classifica-se como de
terceira geração, pois admite que o delito de lavagem de dinheiro pode ter como
precedente qualquer ilícito penal.
Gabarito CORRETO

35.6- Lei Maria da Penha - Lei nº 11.340 de 2006

740- NÃO constitui medida protetiva de urgência prevista na Lei n° 11.340/2006 −


Lei Maria da Penha
a) a prestação de alimentos provisórios.
b) a proibição de contato com a ofendida.
c) o afastamento dos familiares da ofendida, com fixação de limite mínimo de distância.
d) a suspensão de visitas aos dependentes menores.
e) o afastamento de cargo ou função pública.
Gabarito E

Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor

Art. 22.  Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou
separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:

I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão


competente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;

II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;

III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:

a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite


mínimo de distância entre estes e o agressor;

b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de


comunicação;
470

c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e


psicológica da ofendida;

IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de


atendimento multidisciplinar ou serviço similar;

V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

 Não se fala em "afastamento de cargo ou função pública" como medida de protetiva de


urgência na referida lei. 

741- Em relação à Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), assinale a alternativa


CORRETA.
a) Os crimes de ameaça e de lesões corporais leves praticados no contexto de violência
doméstica e familiar são de ação penal pública incondicionada.
b) A mulher pode ser sujeito ativo de crime praticado no contexto de violência
doméstica e familiar.
c) A ação penal no crime de lesões corporais leves é pública condicionada, segundo a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
d) Admite-se a aplicação da suspensão condicional do processo aos autores de crimes
praticados no contexto de violência doméstica e familiar.
e) As medidas protetivas de urgência vigem durante o prazo decadencial da
representação da vítima, ou seja, 6 (seis) meses.
Gabarito B
742- Em caso de violência doméstica e familiar contra a mulher,
a) é vedada a atuação de assistente de acusação para a vítima, pois a Lei Maria da Penha
já prevê a assistência jurídica à vítima em todos os atos do processo.
b) é incabível o uso de habeas corpus em face de decisão que concede medida protetiva
de urgência em favor da mulher, pois a medida não tem natureza penal contra o
acusado.
c) a ação penal nos crimes submetidos à Lei Maria da Penha será pública
incondicionada.
d) a Lei Maria da Penha permite a decretação da prisão preventiva de ofício pelo juiz no
curso do inquérito policial.
e) conforme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, as contravenções penais
não se submetem ao Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher,
aplicando-se os institutos da Lei n° 9.099/95.
Gabarito D
471

Art. 20.  Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão
preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
Público ou mediante representação da autoridade policial.

743- De acordo com a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), assinale a


alternativa correta.
a) Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher,
independentemente da pena prevista, aplica-se a Lei nº 9.099/1995.
b) Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de
propriedade particular da mulher, a restituição de bens indevidamente subtraídos pelo
agressor à ofendida não é uma das medidas que o juiz poderá, liminarmente, determinar.
c) É possível a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher,
de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de
pena que implique o pagamento isolado de multa.
d) Ainda que para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, não pode o
juiz requisitar auxílio da força policial.
e) Dentre as medidas protetivas de urgência à ofendida, poderá o juiz, quando
necessário, sem prejuízo de outras medidas, determinar a separação de corpos.
Gabarito E
744- Assinale a alternativa correta sobre as previsões expressas da Lei Federal n°
11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha).
a) O Ministério Público atuará apenas quando for parte nas causas cíveis e criminais
decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher
b) Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação de violência
doméstica e familiar deverá estar acompanhada de advogado
c) Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser
criados poderão contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada
por profissionais especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde
d) A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher deverá
ser acompanhada pela implantação das curadorias necessárias e do serviço de
assistência judiciária
Gabarito C
745- Assinale a alternativa correta sobre as previsões expressas da Lei Federal n°
11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha).
a) O Ministério Público atuará apenas quando for parte nas causas cíveis e criminais
decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher
b) Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação de violência
doméstica e familiar deverá estar acompanhada de advogado
472

c) Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser


criados poderão contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada
por profissionais especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde
d) A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher deverá
ser acompanhada pela implantação das curadorias necessárias e do serviço de
assistência judiciária
Gabarito A

a) CERTO.

 b) O processamento de crimes praticados em situação de violência doméstica se dá por


meio de ação penal de iniciativa pública incondicionada, segundo entendimento do STF.
ERRADO, não são todos os crimes. O crime de ameaça - exemplo - procede mediante
representação. 

c) O crime de estupro é processado por meio de ação penal de iniciativa pública


condicionada à representação, da qual a vítima pode retratar-se mesmo após o
oferecimento da denúncia. ERRADO. O crime de estupro - sendo a vítima menor de 18
- se dá por meio de ação penal de iniciativa pública incondicionada.

 d) Os crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher estão taxativamente


elencados na Lei Maria da Penha. ERRADO. Lei 11.340/06, Art. 5º - Para os efeitos
desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou
omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou
psicológico e dano moral ou patrimonial.

746- Configura violência doméstica e familiar contra a mulher, atraindo, portanto,


a competência do juízo especializado na matéria, qualquer ação ou omissão que lhe
cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
patrimonial, quando:
a) baseada no gênero, salvo nas relações homoafetivas.
b)baseada no gênero, em qualquer relação intima de afeto, na qual o agressor conviva
ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação ou da orientação
sexual.
c) ocorra no âmbito da família, como. por exemplo o caso do filho agride o pai.
d) baseada no sexo, salvo nas relações homoafetivas.
e) a ocorrência se dê no âmbito da unidade doméstica envolvendo qualquer familiar
independente do sexo da vítima.
Gabarito B
747- Configura violência doméstica e familiar contra a mulher, atraindo, portanto,
a competência do juízo especializado na matéria, qualquer ação ou omissão que lhe
cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
patrimonial, quando:
473

a) baseada no gênero, salvo nas relações homoafetivas.


b) baseada no gênero, em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva
ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação ou da orientação
sexual.
c) baseada no sexo, salvo nas relações homoafetivas.
d) a ocorrência se dê no âmbito da unidade doméstica envolvendo qualquer familiar
independente do sexo da vítima.
e) ocorra no âmbito da família, como. por exemplo o caso do filho agride o pai.
Gabarito
Gabarito B
a - errada - aplica-se a lei maria da penha em relações homoafetivas, ENTRE
MULHERES.

b - correta;

c - errada - idem justificativa letra ''a'';

d - errada - violência contra A MULHER, e não precisa ser necessariamente no ''ambito


doméstico'', pode ser, por exemplo, o marido que bate na esposa na esquina de casa,
mesmo não sendo dentro do conceito de casa, aplica-se a lei maria da penha, visto que é
uma relação, qualquer que seja ela, intima de afeto.

e -errada - aqui, aplica-se o artigo 129. parágrafo 9 do Código penal:

Violência Doméstica - § 9o  Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente,
irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:
748- Mulher que foi vítima de lesões corporais perpetradas por seu marido, firmou
representação perante a autoridade policial e requereu medidas protetivas
previstas na Lei 11.340/06. O Juiz, na análise das medidas protetivas requeridas,
poderá determinar, EXCETO:
a) Afastamento da ofendida do lar conjugal.
b) Revogação das procurações conferidas pela ofendida ao agressor.
c) Prestação de caução provisória, mediante depósito judicial.
d) Proibição temporária de celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de
propriedade em comum.
Gabarito B

alternativa (a): poderá ser determinado conforme art. 23 inciso III da Lei 11340/2006.
(correto)
474

alternativa (b):  poderá ser determinado a suspensão e não REVOGAÇÃO. Conforme


Art.24, inciso III da Lei 11340/2006. (marcar)

alternativa (c): poderá ser determinado conforme art. 24, inciso IV da Lei 11340/2006.
(correto)

alternativa (d): poderá ser determinado conforme art. 24, inciso II da Lei 11340/2006.
(correto)

Resposta correta: alternativa (b)

749- Assinale a opção correta com base na jurisprudência do STF sobre crimes
ambientais, crimes contra a propriedade intelectual, execução penal e violência
doméstica e familiar.

a) A venda de CDs e(ou) DVDs pirateados é uma prática amplamente tolerada pela
população, implicando a atipicidade material da conduta com base no princípio da
adequação social.

b) Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher são
inaplicáveis as normas tutelares despenalizadoras da Lei dos Juizados Especiais Cíveis e
Criminais.

c) O crime de poluição sonora é material e exige necessariamente a prova pericial para a


sua configuração.

d) O juiz da execução penal não pode alterar o regime de cumprimento da pena


privativa de liberdade estipulada na sentença alegando o problema da superlotação
carcerária.

Gabarito B
750- Assinale a alternativa correta sobre a espécie de violência que a Lei Federal nº
11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha) indica, em termos expressos e
precisos, como qualquer conduta contra a mulher que lhe cause dano emocional e
diminuição da autoestima, que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento,
que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões,
mediante ameaça.
a) Violência psicológica
b) Violência moral
c) Violência imaterial
d) Violência uxória
e) Violência extra corporal
Gabarito A

Art. 7o  São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
475

I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou
saúde corporal;

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem,
ridicularizarão, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que
lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;

III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar,
a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça,
coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a
sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao
matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem,
suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e
reprodutivos;

IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção,


subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho,
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os
destinados a satisfazer suas necessidades;

V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia,


difamação ou injúria.

751- Visando preservar a integridade física e psicológica da mulher vítima de


violência doméstica, o juiz pode assegurar, em consonância com a Lei Maria da
Penha, Lei n° 11.340/2006, a manutenção do vínculo trabalhista, quando
necessário o afastamento da vítima de seu local de trabalho, por até:
a) 3 meses.
b) 30 dias.
c) 45 d as.
d) 1 ano.
e) 6 meses.
Gabarito E

§ 2o  O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para


preservar sua integridade física e psicológica:

I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração


direta ou indireta;

II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de


trabalho, por até seis meses.
476

Lei Maria da Penha

752- As medidas protetivas de urgência à mulher vítima de violência doméstica, de


acordo com a Lei Maria da Penha, poderão ser concedidas:
a) de imediato.
b) só com a manifestação do Ministério Público
c) após autorizado pelo Ministério Público.
d) em 48 horas.
e) dependendo da audiência das partes.
Gabarito A

Art. 22.  Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou
separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:

 I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão


competente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;

II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;

III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:

a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite


mínimo de distância entre estes e o agressor;

b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de


comunicação;

c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e


psicológica da ofendida;

IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de


atendimento multidisciplinar ou serviço similar;

V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

§ 1o  As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras previstas na
legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o
exigirem, devendo a providência ser comunicada ao Ministério Público.

753- À luz do posicionamento jurisprudencial e doutrinário dominantes acerca das


disposições da Lei n.º 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), assinale a opção correta.
a) Caracteriza o crime de desobediência o reiterado descumprimento, pelo agressor, de
medida protetiva decretada no âmbito das disposições da Lei Maria da Penha.
477

b) Em se tratando dos crimes de lesão corporal leve e ameaça, pode o Ministério


Público dar início a ação penal sem necessidade de representação da vítima de violência
doméstica.
c) No caso de condenação à pena de detenção em regime aberto pela prática do crime de
ameaça no âmbito doméstico e familiar, é possível a substituição da pena pelo
pagamento isolado de multa.
d) No âmbito de aplicação da referida lei, as medidas protetivas de urgência poderão ser
concedidas independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério
Público, o qual deverá ser prontamente comunicado.
e) Afasta-se a incidência da Lei Maria da Penha na violência havida em relações
homoafetivas se o sujeito ativo é uma mulher.
Gabarito D

A) Errada. O descumprimento de medida protetiva de urgência prevista na Lei Maria da


Penha (art. 22 da Lei 11.340/2006) não configura crime de desobediência (art. 330 do
CP).STJ. 5ª Turma. REsp 1.374.653-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
11/3/2014 (Info 538).STJ. 6ª Turma. RHC 41.970-MG, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado
em 7/8/2014 (Info 544).

B) Errada. O crime de ameaça (art. 147CP) somente se procede mediante representação,


já a lesão corporal leve , segundo entendimento do STF, independe de representação
uma vez que não se aplica o art. 89 da Lei 9.099/90.

C) Errada . Art. 17 Lei Maria da Penha.  "É vedada a aplicação, nos casos de violência
doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação
pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de
multa."

D) Correta. Art. 19 (LMP) "§ 1o  As medidas protetivas de urgência poderão ser
concedidas de imediato, independentemente de audiência das partes e de manifestação
do Ministério Público, devendo este ser prontamente comunicado."

E) Errada. Na verdade, a LMP está mais preocupada com o sujeito PASSIVO, por isso,
sendo a vítima mulher, independente do agressor, serão aplicados os dispositivos da
LMP.

754- Sobre a Lei de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, é correto


afirmar que:
a) a fim de conferir celeridade à investigação, o Delegado de Polícia pode solicitar que a
agredida entregue intimação ao agressor.
b) ao atender um caso de violência doméstica ou familiar contra a mulher, o Delegado
de Polícia poderá, de imediato, determinar o afastamento do agressor do local de
convivência com a agredida.
c) nas relações intimas de afeto, a aplicação da Lei n° 11.340/2006 exige coabitação
entre agressor e agredida.
478

d) o crime de furto não pode ser considerado uma das formas de violência doméstica ou
familiar contra a mulher.
e) a representação por medidas protetivas de urgência deverá seguir a juízo em
expediente apartado, no prazo de 48 horas.
Gabarito E
755- No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, nos
termos da Lei n° 11.340, de 2006, é correto afirmar como procedimento a ser
adotado pela autoridade policial, sem prejuízo daqueles previstos no Código de
Processo Penal:
a) Determinar a suspensão da posse ou restrição do porte de armas do agressor.
b) Determinar a proibição ao agressor de aproximação da ofendida, de seus familiares e
das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor.
c) Determinar ao agressor o afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com
a ofendida.
d) Determinar a proibição ao agressor o contato com a ofendida, seus familiares e
testemunhas por qualquer meio de comunicação.
e) Determinar que se proceda o exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros
exames periciais necessários.
Gabarito E
756- Assinale a alternativa correta no que tange a Lei Maria da Penha:
a) A coabitação entre os sujeitos ativo e passivo é condição para a aplicação da Lei nº
11.340/20006.
b) O Superior Tribunal de Justiça entende que não há a necessidade de coabitação para a
aplicação da lei, bastando que se configure relação íntima de afeto entre agressor e
vítima para atrair o rigor maior da lei.
c) O parentesco entre os sujeitos ativo e passivo é condição para a aplicação da lei.
d) O Superior Tribunal de Justiça, na ADIn nº 4.424/2012, estabeleceu a natureza
incondicionada da ação penal nos crimes de ameaça praticados contra a mulher no
ambiente doméstico.
Gabarito B

No âmbito da Lei Maria da Penha

1)  Os crimes de LESÃO CORPORAL CULPOSA, LEVE, GRAVE ou GRAVÍSSIMA


= AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA

2)  Os crimes de AMEAÇA e CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL = AÇÃO


PENAL PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO
479

OBS: A retratação nos crimes de ação penal pública condicionada a representação será
realizada em audiência especial até o RECEBIMENTO DA DENÚNCIA.

757- Nos termos da Lei Maria da Penha, assinale a assertiva correta quanto as
medidas protetivas de urgência a serem aplicas de imediato ao agressor, quando
constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher:
a) Restrição ou suspensão de visitas aos dependentes maiores ou menores, ouvida a
equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar.
b) Prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
c) Afastamento do lar, domicílio ou local de propriedade da ofendida.
d) Proibição frequentar lugares públicos, a fim de preservar a integridade física e
psicológica da ofendida.
Gabarito B
758- Para os efeitos da Lei Maria da Penha, configura-se violência doméstica e
familiar contra a mulher:
a) Toda e qualquer ação baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento
físico, sexual ou psicológico, ressalvadas as hipóteses de dano patrimonial.
b) Qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento
físico, sexual ou psicológico, ressalvadas as hipóteses de dano patrimonial.
c) Toda e qualquer ação baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico
ou sexual, não incluindo o dano moral ou patrimonial.
d) Qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento
físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.
Gabarito D

(A) Toda e qualquer ação baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento
físico, sexual ou psicológico, ressalvadas as hipóteses de dano patrimonial.

(B) Qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento
físico, sexual ou psicológico, ressalvadas as hipóteses de dano patrimonial. 

(C) Toda e qualquer ação baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento
físico ou sexual, não incluindo o dano moral ou patrimonial.

(D) Art. 5o  Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a
mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

759- No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a


autoridade policial deverá, entre outras providências:
480

a) Fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro,
quando houver risco de vida.
b) Sempre acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do local
da ocorrência ou do domicílio familiar.
c) Garantir proteção policial, quando necessário, comunicando no prazo de 48 (quarenta
e oito) horas ao Ministério Público e ao Poder Judiciário.
d) Se necessário, encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto
Médico Legal.
Gabarito A

Art. 11.  No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a


autoridade policial deverá, entre outras providências:

I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao


Ministério Público e ao Poder Judiciário;

II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal;

III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local
seguro, quando houver risco de vida;

IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences


do local da ocorrência ou do domicílio familiar;

V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis.

35.7- Lei de Tóxicos – Lei nº 11.343 de 2006

760- Em relação ao chamado tráfico privilegiado, previsto no artigo 33, § 4° , da


Lei n°11.343/2006, considerando-se também o entendimento dos Tribunais
Superiores, é correto afirmar que
a) não admite a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos.
b) não admite suspensão condicional do processo.
c) admite transação penal.
d) não admite fiança.
e) exige cumprimento da pena em regime inicial fechado.
Gabarito B

TRÁFICO "PRIVILEGIADO" (que não tem nada de "privilégio" no sentido


técnico da palavra, porque é causa de diminuição de pena do tráfico de drogas -
1/6 a 2/3).
481

 a) ERRADO - tema já pacificado tanto no STF como no STJ. Admite-se a conversão


em PRD, por prestígio ao princípio da individualização da pena. Nesse sentido, ver a
Resolução 5 de 2012 do Senado Federal
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Congresso/RSF-05-
2012.htm).

b) CERTO - de acordo com o art. 89 da Lei 9099, somente é cabível a sursis
processual quando a pena mínima do delito for menor ou igual a 1 ano. O
famigerado tráfico privilegiado (causa de aumento de pena do art. 33, §4º da lei de
drogas), ainda que aplicada a fração MÁXIMA  para diminuir a pena do delito do caput
do art. 33, resultaria em uma pena mínima de mais de 1 ano (fração de 2/3 na redução
da pena mínima de 5 anos do tráfico = 1,67, ou seja, mais de 1 ano e meio de pena
mínima). Portanto, inaplicável a suspensão condicional do processo.

c) ERRADO - não admite transação penal, pois não é delito de menor potencial
ofensivo (pena máxima de 2 anos), ainda que se aplique a maior fração para diminuir a
pena máximo do caput do art. 33 da lei de drogas (2/3 de diminuição de 15 anos, resulta
em 5 anos de pena máxima).

d) ERRADO - é pacífico também na doutrina e na jurisprudência o entendimento de que


o tráfico privilegiado não é crime hediondo. Portanto, não é inafiançável.

e) ERRADO - também é pacífico na doutrina e na jurisprudência o entendimento de que


a obrigatoriedade de iniciação do cumprimento de qualquer pena em regime fechado
viola o princípio da individualização da pena. Portanto, seria inconstitucional.

761- De acordo com a Lei Antidrogas, Lei n° 11.343/06:


a) Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou
fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar,
é crime punido com detenção.
b) Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu
relacionamento, para juntos consumirem, não é crime previsto no ordenamento jurídico
brasileiro.
c) Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o médico atenderá à
natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se
desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos
antecedentes do agente.
d) O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal,
estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança,
perderá os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema
penitenciário.
e) Não é mais crime quem adquire ou traz consigo drogas para uso pessoal.
Gabarito A
762- Sobre o crime de associação para fins de tráfico de drogas,
482

a) é necessária a estabilidade do vínculo entre 3 ou mais pessoas.


b) deverá se verificar, necessariamente, a finalidade de praticar uma série indeterminada
de crimes.
c) nas mesmas penas deste crime incorre quem se associa para a prática reiterada do
financiamento de tráfico de drogas.
d) incidirá na hipótese de concurso formal de crimes, a prática da associação em
conjunto com a do tráfico de drogas.
e) deverão os agentes, para sua configuração, praticar as infrações para as quais se
associaram.
Gabarito C

A) é necessária a estabilidade do vínculo entre 3 ou mais pessoas.  

ERRADA: Art. 35.  Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar,


reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34
desta Lei:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200


(mil e duzentos) dias-multa.

B) deverá se verificar, necessariamente, a finalidade de praticar uma série


indeterminada de crimes. 

ERRADA: "série indeterminada de crimes" é requisito do art. 288, CP (associação


criminosa).

Art. 35.  Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente
ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200


(mil e duzentos) dias-multa.

C) nas mesmas penas deste crime incorre quem se associa para a prática reiterada
do financiamento de tráfico de drogas. 

CORRETO - 

Art. 35.  Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou
não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200


(mil e duzentos) dias-multa.
483

Parágrafo único.  Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa
para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

D) incidirá na hipótese de concurso formal de crimes, a prática da associação em


conjunto com a do tráfico de drogas.

ERRADO -  Superior Tribunal de Justiça tem entendimento de que se trata de


concurso material entre o tráfico e a associação para o tráfico. Aliás, esse
entendimento foi reafirmado em dezembro de 2016 (STJ, HC 376.997/RJ, Rel. Ministro
Ribeiro Dantas, Quinta Turma, julgado em 15/12/2016).

E) deverão os agentes, para sua configuração, praticar as infrações para as quais


se associaram. 

ERRADO - A consumação se dá com a associação de fato, de mais de duas pessoas,


para a prática dos delitos previstos nos arts. 33 e 34.Não existe necessidade de que
algum dos delitos venha a ocorrer, pois a simples reunião, demonstrada por atos
sensíveis no mundo exterior, contendo um ajuste prévio e duradouro de vontades com
tal finalidade já caracteriza o delito tipificado no art. 35.

763- No que se refere aos crimes previstos na Lei n. 11.343/2006, assinale a


alternativa CORRETA.
a) O Supremo Tribunal Federal entende que o crime de tráfico “privilegiado” é
hediondo.
b) O porte de drogas ilícitas para uso próprio, segundo a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal, foi descriminalizado.
c) Em relação ao porte de cannabis sativa (maconha) para uso próprio, o Supremo
Tribunal Federal decidiu que tal figura é atípica, configurando autolesão impunível.
d) O sujeito que oferece droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu
relacionamento, para juntos a consumirem, pratica infração penal de médio potencial
ofensivo, o que impede a proposta de transação penal prevista no artigo 76 da Lei n.
9.099/95, mas não a suspensão condicional do processo, nos termos do artigo 89 do
referido diploma legal.
e) É cabível, em tese, a concessão de indulto natalino no caso do tráfico “privilegiado”.
Gabarito E

A) ERRADA. 

Na sessão de 23/06/15, o Plenário do STF entendeu que o chamado tráfico privilegiado,


no qual as penas podem ser reduzidas, conforme o artigo 33, § 4º, da Lei de Drogas,
não deve ser considerado crime de natureza hedionda. A discussão ocorreu no
julgamento do HC 118.533, que foi deferido por maioria dos votos.

Como o STF já reconheceu que tráfico privilegiado não é crime hediondo, consiste em
constrangimento ilegal ato de juiz que adota tese contrária. Assim entendeu o ministro
484

Dias Toffoli ao determinar que a Justiça de São Paulo recalcule a pena de 2 réus, em
pedidos de Habeas Corpus apresentados pela Defensoria Pública.

O colegiado cancelou a súmula 512, editada em 2014 após o julgamento do REsp


1.329.088 sob o rito dos repetitivos.

B) ERRADA. O artigo 28 trata-se infracao penal de infimo potencial ofensivo, hoje


despenalizacao, mas nao discriminilizacao.

C) ERRADA. A tese da autolesão está cada vez mais em voga, mas ainda não foi
reconhecida pelo STF.

D) ERRADA. Tendo em vista que a pena é detenção de 6 meses a 1 ano é possível


tanto a transação como a suspensão.

764- O “Indulto do Dia das Mães” (Decreto Presidencial de 12 de abril de 2017),


a) não trouxe hipóteses de comutação, assim como Decreto n° 8.940/16 (indulto de
2016).
b) vedou a concessão do indulto pelo juiz do processo de conhecimento, mesmo em
caso de tráfico privilegiado em que a sentença condenatória tenha transitado em julgado
para a acusação.
c) trouxe pela primeira vez uma diferenciação entre homens e mulheres para a
concessão do indulto, sendo um marco para a efetiva consideração do gênero no sistema
penal.
d) vedou o indulto a mulheres que estejam respondendo a processo pela prática de crime
cometido mediante violência ou grave ameaça.
e) previu hipóteses diferenciadas para mães que possuam filhos até 12 anos, mas deixou
de avançar na questão das avós, que não tiveram previsão expressa no Decreto.
Gabarito D
765- Sobre o regime da Lei de Drogas (Lei n° 11.343/2006), é correto afirmar:
a) A natureza e a quantidade da droga não podem ser utilizadas simultaneamente para
justificar o aumento da pena-base e afastar a redução prevista no § 4° do art. 33 da Lei
n° 11.343/2006, sob pena de caracterizar bis in idem.
b) A natureza da pena do crime de posse de drogas para uso pessoal dispensa a
realização de laudo de constatação da substância para aferir a tipicidade da conduta.
c) A despeito do recente entendimento do Supremo Tribunal Federal com relação ao
tráfico privilegiado, os crimes de tráfico de drogas (art. 33, caput) e de associação para o
tráfico (art. 35) continuam equiparados aos hediondos.
d) A tipo de tráfico de drogas (art. 33, caput) só se consuma com a efetiva venda da
substância entorpecente.
485

e) A proximidade de presídio, escola e hospital configura circunstância agravante a ser


considerada na segunda fase de aplicação da pena.
Gabarito A
A) A natureza e a quantidade da droga NÃO podem ser utilizadas para aumentar a pena-
base do réu e também para afastar o tráfico privilegiado (art. 33, § 4º) ou para,
reconhecendo-se o direito ao benefício, conceder ao réu uma menor redução de pena.
Haveria, nesse caso, bis in idem. STF. 2ª Turma. RHC 122684/MG, Rel. Min. Cármen
Lúcia, julgado em 16/9/2014 (Info 759) Fonte: Colega Rafael Lima

B) A natureza da pena do crime de posse de drogas para uso pessoal NÃO dispensa a
realização de laudo de constatação da substância para aferir a tipicidade da conduta. 

C) "O delito de associação não é considerado hediondo" (STJ, HC-25683-RJ, 6ª Turma,


Relator Ministro Paulo Gallotti, RT 827/565)"
"O crime de associação para o tráfico de entorpecentes não é equiparado a hediondo,
uma vez que tal delito tem tipificação própria e é autônomo em relação ao de tráfico de
entorpecentes." (STJ, HC 14.321-RJ, 5ª Turma, Relator Ministro Félix Fisher, RT
790/577)"
"Esse delito não está entre os especificados na Lei nº 8.072/90, art. 2º, caput." (STF, HC
79.998-1-RJ, 2ª Turma, Relator Ministro Nelson Jobim RT 782/524)"

D) "A consumação do crime de tráfico de drogas se dá com a mera realização de


quaisquer dos núcleos do tipo penal, conforme precedente do STF, sendo irrelevante
que a droga apreendida não tenha chegado ao seu destino, ou que tenha sido distribuída
a terceiros, porque o delito se consuma com o simples depósito."  ( STJ: AREsp 634401
MG 2014/0344845-9)

E) Art. 40 Lei 11.343 - Não se trata de agravante, mas de causa de aumento de pena, a
ser considerada na 3ª fase de aplicação da pena

766- “Nos processos por crimes de tráfico de drogas, oferecida a denúncia, o juiz
ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no
prazo de ______ dias.” Assinale a alternativa que completa corretamente a
afirmativa anterior.
a) 5
b) 10
c) 15
d) 30
Gabarito B
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006.
Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve
medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e
486

dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e


ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências.

Da Instrução Criminal

Art. 55.  Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para


oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. [GABARITO]
768- A Política Nacional Antidrogas, introduzida pelo Decreto 4.345/2002,
estabelece objetivos e diretrizes para o desenvolvimento de estratégias na
prevenção, tratamento, recuperação e reinserção social, redução de danos sociais e
à saúde, repressão ao tráfico e estudos, pesquisas e avaliações decorrentes do uso
indevido de drogas. NÃO está em consonância com os seus pressupostos básicos
a) evitar a discriminação de indivíduos pelo fato de serem usuários ou dependentes de
drogas.
b) priorizar a prevenção do uso indevido de drogas, por ser a intervenção mais eficaz e
de menor custo para a sociedade.
c) reconhecer a culpabilidade do usuário, da pessoa em uso indevido, do dependente e
do traficante de drogas, punindo-os com rigor de acordo com a gravidade de suas
condutas.
d) reconhecer a “lavagem de dinheiro” como a principal vulnerabilidade a ser alvo das
ações repressivas.
e) experimentar de forma pragmática e sem preconceitos novos meios de reduzir danos,
com fundamento em resultados científicos comprovados.
Gabarito C
769- No que concerne à lei de drogas, é correto afirmar que
a) o emprego de arma de fogo constitui causa de aumento da pena no crime de tráfico,
não configurando majorante, porém, o concurso de pessoas.
b) constitui crime a associação de três ou mais pessoas para o fim de, reiteradamente ou
não, financiar ou custear o tráfico de drogas.
c) a prescrição no crime de posse de droga para consumo pessoal ocorre no menor prazo
previsto no Código Penal para as penas privativas de liberdade.
d) é isento de pena o agente que, em razão de dependência, era, ao tempo da ação ou da
omissão relacionada, com exclusividade, a crimes de drogas, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Gabarito A

a) o emprego de arma de fogo constitui causa de aumento da pena no crime de tráfico,
não configurando majorante, porém, o concurso de pessoas.

CERTO
487

Art. 40.  As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a
dois terços, se: IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego
de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;

b) constitui crime a associação de três ou mais pessoas para o fim de, reiteradamente
ou não, financiar ou custear o tráfico de drogas.

FALSO

Art. 35.  Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente
ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena -
reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e
duzentos) dias-multa.

Art. 36.  Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33,
caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento
de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.

c)  a prescrição no crime de posse de droga para consumo pessoal ocorre no menor
prazo previsto no Código Penal para as penas privativas de liberdade.

FALSO

Art. 30.  Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado,
no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.

 d) é isento de pena o agente que, em razão de dependência, era, ao tempo da ação ou
da omissão relacionada, com exclusividade, a crimes de drogas, inteiramente incapaz
de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.

FALSO

Art. 45.  É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito,
proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da
omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz
de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.

770- “A” praticou o crime de tráfico de drogas (art. 33 da Lei n° 11.343/06) depois
de haver sido condenado, com trânsito em julgado, pelo delito previsto no artigo 28
do mesmo estatuto. Na sentença, a condenação anterior
a) não poderá ser considerada para fins de reincidência, porquanto tal delito não possui
cominada a pena de prisão.
b) poderá ser considerada para fins de reincidência, mesmo não tendo o réu recebido
pena privativa de liberdade.
c) somente poderá ser considerada como maus antecedentes.
488

d) não poderá gerar qualquer efeito por não ser crime nos termos da lei de introdução ao
código penal.
Gabarito B

"A condenação por porte de drogas para consumo próprio (art. 28 da lei 11343/06)
transitada em julgado gera reincidência. Isso porque a referida conduta foi apenas
despenalizada pela nova Lei de Drogas, mas não descriminalizada (abolitio criminis)."

STJ, 6a Turma. HC 275.126/SP, 2014, Info. 549.

771- Quanto à natureza jurídica do art. 28, que trata do porte de drogas para
consumo pessoal, prevalece no Supremo Tribunal Federal o entendimento de que:
a) houve uma descriminalização formal e transformação em infração suigeneris.
b) houve uma descriminalização substancial e transformação em infração do Direito
judicial sancionador.
c) houve uma descriminalização substancial e transformação em infração sui generis.
d) houve uma despenalização e descriminalização formal e substancial.
e) houve uma despenalização e manutenção do status de crime.
Gabarito E

De forma bem simples:

Descriminalizar é abolir a criminalização (tipificação), tornando a ação jurídico-


penalmente irrelevante. Já a despenalização é a substituição (legislativa ou judicial) da
pena de prisão por penas de outra natureza (restritiva de direito etc.). Portanto, se com a
descriminalização o fato deixa de ser infração penal (crime ou contravenção); com a
despenalização a conduta permanece criminosa. (QUEIROZ, 2008)

Isto posto, não se encontra mais a penalização da conduta de compra e porte de


drogas para consumo próprio com pena privativa de liberdade. O artigo 28, da
referida lei, afirma que o uso pessoal de substâncias entorpecentes será penalizado com:
I- advertência sobre os efeitos das drogas; II- prestação de serviços à comunidade; III-
Medida educativa de comparecimento a Programa ou curso educativo (ARAÚJO
PORTELA, 2008). 

Portanto, o art. 28, que trata do porte de drogas para consumo pessoal, passa a ser
despenalizado, mas ainda assim configura o status de crime.

Observações importantes sobre o assunto - Uso de drogas p/ consuma pessoal -


Art.28:
 

1ª - Aplica-se a lei 9099/95 - salvo se a infração for cometida com outros crimes
previstos na lei de drogas.
489

Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante,
devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na
falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo
circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.

2ª - STJ – INFORMATIVO 549 - A condenação por porte de drogas para consumo


próprio (art. 28 da lei 11343/06) transitada em julgado gera reincidência. Isso porque
a referida conduta foi apenas despenalizada pela nova Lei de Drogas, mas não
descriminalizada (abolitio criminis)."

772- A pena prevista no crime de tráfico de drogas, previsto no art. 33 da Lei n°


11.343/2006 (Lei de Drogas), é aumentada de um sexto a dois terços, se:
a) a natureza, a procedência cia substância ou do produto apreendido e as circunstâncias
do fato evidenciarem a intermunicipalidade do delito.
b) a infração tiver sido cometida por funcionários de serviço hospitalar, tais como
médicos e enfermeiros.
c) sua prática envolver ou visar a atingir idoso ou gestante.
d) a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos
prisionais.
e) o autor for reincidente na prática do crime de tráfico de drogas.
Gabarito D
773- A pena prevista no crime de tráfico de drogas, previsto no art. 33 da Lei n°
11.343/2006 (Lei de Drogas), é aumentada de um sexto a dois terços, se:
a) o autor for reincidente na prática do crime de tráfico de drogas.
b) a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos
prisionais.
c) a infração tiver sido cometida por funcionários de serviço hospitalar, tais como
médicos e enfermeiros.
d) sua prática envolver ou visar a atingir idoso ou gestante.
e) a natureza, 3 procedência de substância ou dc produto apreendido e as circunstâncias
do fato evidenciarem a intermunicipalidade do delito.
Gabarito B
774- Considerando a jurisprudência do STJ a respeito dos crimes hediondos, do
tráfico de entorpecentes, do Estatuto do Desarmamento e do ECA, assinale a opção
correta.
a) A arma de fogo desmuniciada e desmontada não serve para configurar o delito de
porte ilegal de arma de fogo.
b) Não se configura o crime de corrupção de menor em relação àquele já afeito à prática
de atos infracionais.
490

c) Por ser crime acessório, a associação para o tráfico de drogas não pode existir sem a
prova da materialidade do crime principal.
d) Não é hediondo o crime de tráfico de entorpecentes praticado por agente primário, de
bons antecedentes e que não se dedique a atividades criminosas nem integre
organização criminosa.
Gabarito D
a) A arma de fogo desmuniciada e desmontada não serve para configurar o delito
de porte ilegal de arma de fogo. INCORRETA.

O porte de arma de fogo desmuniciada configura crime. STJ. 5ª Turma. HC


184.557/MG, Rel. Ministra Laurita Vaz, julgado em 07/02/2012. 

b) Não se configura o crime de corrupção de menor em relação àquele já afeito à


prática de atos infracionais.INCORRETA.

Súmula 500 do STJ: A configuração do crime do art. 244-B do ECA independe da


prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal.

c) Por ser crime acessório, a associação para o tráfico de drogas não pode existir
sem a prova da materialidade do crime principal. INCORRETA.

É crime autônomo, não acessório.

d) Não é hediondo o crime de tráfico de entorpecentes praticado por agente


primário, de bons antecedentes e que não se dedique a atividades criminosas nem
integre organização criminosa. CORRETA.

O chamado "tráfico privilegiado", previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006 (Lei


de Drogas), não deve ser considerado crime equiparado a hediondo. STF. Plenário. HC
118533/MS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 23/6/2016 (Info 831).

775- Considerando o disposto na Lei n.º 11.343/2006 e o posicionamento


jurisprudencial e doutrinário dominantes sobre a matéria regida por essa lei,
assinale a opção correta.
a) Em processo de tráfico internacional de drogas, basta a primariedade para a aplicação
da redução da pena.
b) Dado o instituto da delação premiada previsto nessa lei, ao acusado que colaborar
voluntariamente com a investigação policial podem ser concedidos os benefícios da
redução de pena, do perdão judicial ou da aplicação de regime penitenciário mais
brando.
c) É vedada à autoridade policial a destruição de plantações ilícitas de substâncias
entorpecentes antes da realização de laudo pericial definitivo, por perito oficial, no local
do plantio.
491

d) Para a configuração da transnacionalidade do delito de tráfico ilícito de drogas, não


se exige a efetiva transposição de fronteiras nem efetiva coautoria ou participação de
agentes de estados diversos.
e) O crime de associação para o tráfico se consuma com a mera união dos envolvidos,
ainda que de forma individual e ocasional.
Gabarito D
a) INCORRETA. Para a aplicação da causa de redução de pena do art. 33, parágrafo
quarto, da Lei de Drogas (tráfico privilegiado), exige-se que o agente seja primário, de
bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização
criminosa. Falamos do tema no Hora H! Por fim, lembre-se que a jurisprudência não
mais considerada o tráfico privilegiado como delito equiparado a hediondo.

b) INCORRETA. O art. 41 da Lei de Drogas, ao dispor acerca da delação premiada,


prevê como benefício ao delator apenas a causa de diminuição de pena de um terço a
dois terços.

c) INCORRETA. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo Delegado


de Polícia, que recolherá quantidade suficiente para exame pericial (art. 32 da Lei de
Drogas).

d) CORRETA. Este é o atual entendimento do STF (HC 122.791/MS - Informativo


808);

e) INCORRETA. Segundo doutrina majoritária e a jurisprudência do STJ, o crime de


associação ao tráfico de drogas exige estabilidade e permanência na associação
criminosa, sendo atípica a conduta se o ânimo associativo for apenas
esporádico/eventual (STJ, HC 248.844/GO).
776- Vantuir e Lúcio cometeram, em momentos distintos e sem associação, crimes
previstos na Lei de Drogas (Lei n.º 11.343/2006). No momento da ação, Vantuir,
em razão de dependência química e de estar sob influência de entorpecentes, era
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato. Lúcio, ao agir, estava
sob efeito de droga, proveniente de caso fortuito, sendo também incapaz de
entender o caráter ilícito do fato.
Nessas situações hipotéticas, qualquer que tenha sido a infração penal praticada,
a) Vantuir terá direito à redução de pena de um a dois terços e Lúcio será isento de
pena.
b) somente Vantuir será isento de pena.
c) Lúcio e Vantuir serão isentos de pena.
d) somente Lúcio terá direito à redução de pena de um a dois terços.
e) Lúcio e Vantuir terão direito à redução de pena de um a dois terços.
Gabarito C
492

Art. 45.  É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito,
proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da
omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
(LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006.)
777- Quanto aos crimes previstos na Lei de Drogas, é correto afirmar que
a) a pena de multa pode ser aumentada até o limite do triplo se, em virtude da condição
econômica do acusado, o juiz considerá-la ineficaz, ainda que aplicada no máximo.
b) não se tipifica o delito de associação para o tráfico se ausentes os requisitos de
estabilidade e permanência, configurando-se apenas a causa de aumento da pena do
concurso de pessoas.
c) constitui causa de aumento da pena a promoção do tráfico de drogas nas imediações
de estabelecimento de ensino e, consoante expressa previsão legal, a circunstância
independe de comprovação de se destinar aos respectivos estudantes.
d) o condenado por tráfico privilegiado poderá ser promovido de regime prisional após
o cumprimento de um sexto da pena, segundo entendimento do Supremo Tribunal
Federal.
e) cabível a aplicação retroativa da figura do tráfico privilegiado, desde que o redutor
incida sobre a pena prevista na lei anterior, pois vedada a combinação de leis.
Gabarito D

a) incorreta:  É até o décuplo e não triplo.

Art. 43, § único: “As multas, que em caso de concurso de crimes serão impostas sempre
cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação
econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo”.

b) incorreta: É necessária a estabilidade e a permanência para se configurar associação


ao tráfico. Caso não existam, será concurso de pessoas. Porém, não há causa de aumento
de pena só pelo fato de terem agido em concurso.

c) incorreta: No artigo 40 da Lei de Drogas, consta que a pena será aumentada de um


sexto a dois terços se a infração tiver sido cometida nas dependências de entidades
estudantis, porém não há, nela, menção ao fato de ela se destinar ou não aos estudantes.
O STJ tem entendimento de que isso não é requisito, mas, como dito, não há previsão
legal.

d) correta: O STF decidiu que o tráfico privilegiado não é crime hediondo. A discussão
ocorreu no julgamento do Habeas Corpus (HC) 118533, que foi deferido por maioria
dos votos. Por isso, a progressão será, em regra, em 1/6 da pena.

e) incorreta: É possível a retroatividade da norma, por ser mais benéfica. Porém, como
não existia o tráfico privilegiado na antiga lei de drogas, a causa de diminuição será pela
atual lei.
493

778- Sobre a Lei de Drogas (Lei n° 11.343/2006) e as normas que a complementam,


assinale a resposta correta.
a) O crime previsto no art. 28 da lei especial tem prazo prescricional fixado em dois
anos.
b) A destruição de plantações ilícitas não pode se dar de forma imediata pelo Delegado
de Polícia, exigindo-se autorização judicial para tal.
c) Não pode o poder público autorizar o uso de plantas psicotrópicas para exclusiva
finalidade ritualística-religiosa.
d) Não há a previsão de condutas culposas na Lei n° 11.343, de 2006.
e) O analgésico morfina foi retirado das listas anexas à Portaria n° 344/ANVISA, de
1998, de modo que não mais pode ser considerado uma droga para fins de aplicação da
Lei n° 11.343.
Gabarito A

Destruição de Drogas

Drogas apreendidas com prisão em flagrante = 15 dias (art. 50, §4)

Drogas apreendidas sem prisão em flagrante = 30 dias (art. 50-a)

Plantações = imediato (art. 32)

779- Segundo a jurisprudência dominante do STF, é correto:


a) não configura constrangimento ilegal o cumprimento de pena em regime mais
gravoso do que o fixado na sentença em virtude da falta de vagas, pois se aplica o
princípio da reserva do possível.
b) a hediondez do tráfico de drogas em todas as suas modalidades impede a aplicação
do indulto.
c) o delito previsto no artigo 33 da Lei de Drogas, por ser crime de ação múltipla, faz
com que o agente que, no mesmo contexto fático e sucessivamente, pratique mais de
uma ação típica, responda por crime único em função do princípio da alternatividade.
d) o porte de munição de arma de fogo de uso restrito constitui crime de perigo
concreto, necessitando da presença da arma de fogo para sua tipificação.
e) a circunstância judicial da personalidade do agente, por ser própria do direito penal
do autor, não foi recepcionada pela Constituição de 1988.
Gabarito C

A - Errada. O cumprimento da pena em regime mais gravoso que o determinado na


sentença, por falta de vagas, configura sim constrangimento ilegal (excesso de
execução). V. SV 56.
494

B - Errada. De fato, sendo hediondo o crime, não se admite a concessão do indulto.


Porém, o STF afastou a hediondez do tráfico privilegiado de drogas (art. 33, §4º).

C - Correta. O tipo penal do tráfico de drogas é misto alternativo. Logo, a realização de


mais de um verbo, no mesmo contexto fático, conuz a crime único.

D - Errada. O porte ilegal de arma desmuniciada, ou da munição de uso restrito, é crime


de perigo abstrato (presunção absoluta de risco).

E - Errada. De fato, a personalidade do agente como circunstância judicial traduz


prática própria do direito penal do autor. Porém, embora a CF adote o direito penal do
fato, ela não impede a análise de circunstâncias pessoais para implementação do
princípio da individualização da pena.

780- O ordenamento penal brasileiro adotou a sistemática bipartida de infração


penal — crimes e contravenções penais —, cominando suas respectivas penas, por
força do princípio da legalidade. Acerca das infrações penais e suas respectivas
reprimendas, assinale a opção correta.
a) O crime de homicídio doloso praticado contra mulher é hediondo e, por conseguinte,
o cumprimento da pena privativa de liberdade iniciar-se-á em regime fechado, em
decorrência de expressa determinação legal.
b) No crime de tráfico de entorpecente, é cabível a substituição da pena privativa de
liberdade por restritiva de direitos, bem como a fixação de regime aberto, quando
preenchidos os requisitos legais.
c) Constitui crime de dano, previsto no CP, pichar edificação urbana. Nesse caso, a pena
privativa de liberdade consiste em detenção de um a seis meses, que pode ser convertida
em prestação de serviços à comunidade.
d) O STJ autoriza a imposição de penas substitutivas como condição especial do regime
aberto.
e) O condenado por contravenção penal, com pena de prisão simples não superior a
quinze dias, poderá cumpri-la, a depender de reincidência ou não, em regime fechado,
semiaberto ou aberto, estando, em quaisquer dessas modalidades, obrigado a trabalhar.
Gabarito B

36- Jurisprudência STF

781- Quanto à aplicação da pena


a) na condenação pelo tráfico, entende o Supremo Tribunal Federal que a maior
quantidade de drogas pode incrementar a pena-base, sem prejuízo de adiante igualmente
fundamentar o indeferimento do redutor legal específico de pena disposto para a
situação do chamado tráfico privilegiado (artigo 33, § 4° , da Lei n° 11.343/2006).
495

b) entendem o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça ser


impossível aplicar a substituição da pena privativa de liberdade por penas restritivas de
direitos em condenações por tráfico de drogas.
c) em condenação por crime cometido com violência doméstica, em princípio é cabível
aplicar a multa isolada quando a pena final for de até seis meses de detenção e desde
que satisfeitos os demais pressupostos e requisitos legais para a substituição.
d) não há reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de transitar em
julgado uma sentença que, no Brasil, o tenha definitivamente condenado por um crime,
mas, diversamente, verifica-se, no entanto, a reincidência quando o agente pratica um
crime depois de passar em julgado uma sentença que, no Brasil, o tenha condenado por
uma contravenção.
e) segundo o Superior Tribunal de Justiça, praticando um roubo com adolescente
inimputável desde antes já moralmente corrompido, o agente poderá ser condenado em
concurso de crimes.
Gabarito E

a) INCORRETA

O que a narrativa da questão A quis dizer é o seguinte. A quantidade de drogas deve


ser leveda em consideração no momento da fixação da pena-base, ou seja, na primeira
fase de aplicação da pena.

Art. 42.  O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto
no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a
personalidade e a conduta social do agente.

Por expressa previsão legal, há a determinação de se considerar o “quantum” da Droga


no momento da fixação da pena base. Caso o Juiz utilizasse esse critério também na
terceira fase (diminuição e aumento de pena) estaríamos diante de hipótese de bis in
idem. O Mesmo fator “grande quantidade de Droga” não pode ser usado para aumentar
a pena base e para aplicar menor fração menor de diminuição.

Sendo assim, a proibição de bis in idem tem por finalidade evitar que a mesma
circunstância seja levada em conta mais de uma vez pelo juiz na dosimetria da pena,
quer para exasperá-la, quer para diminuí-la.

Um exemplo extra lei de Drogas, somente para facilitar o raciocínio:

Irmão mata o outro por motivo torpe.

A torpeza e considerada qualificadora no delito do homicídio e também agravante


genérica do art. 61, II, a do CP. Assim, a torpeza deve ser levada em consideração na
aplicação da pena-base (juiz deve levar em consideração os motivos do crime para
aplicação da pena base – inteligência do art. 59 do CP), logo estaria a torpeza retirada da
aplicação, também, das agravantes.

b) INCORRETA
496

§ 4o  Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser
reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos,
desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades
criminosas nem integre organização criminosa.     (Vide Resolução nº 5, de 2012)

RESOLUÇÃO Nº 5, DE 2012.

Suspende, nos termos do art. 52, inciso X, da Constituição Federal, a execução de parte
do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006.

O Senado Federal resolve:

Art. 1º É suspensa a execução da expressão "vedada a conversão em penas restritivas de


direitos" do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, declarada
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal nos autos do
Habeas Corpus nº 97.256/RS.

c) INCORRETA

Art. 17.  É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a
mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a
substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.

d) INCORRETA

É justamente o contrário do que afirma a questão.

e) CORRETA

Súmula 500 do STJ: A configuração do crime do art. 244-B do ECA independe da


prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal.

Art. 157 do CP c/c 244B do ECA

782- É correto afirmar que,


a) segundo entendimento hoje unânime nas duas turmas de competência criminal do
Superior Tribunal de Justiça, o descumprimento de ordem judicial imposta sob o título
de medida protetiva no âmbito da Lei n° 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não implica
a prática das condutas típicas de desobediência dispostas nos artigos 330 ou 359 do
Código Penal.
b) segundo entendimento hoje vigente no âmbito do Supremo Tribunal Federal, o
tráfico de drogas cometido na vigência da Lei n° 8.072/1990, em qualquer de suas
versões, é crime assemelhado a hediondo.
c) para a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a consumação do roubo
reclama a posse pacífica e indisputada da coisa pelo agente.
d) a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não admite a aplicação do chamado
princípio da insignificância penal para o crime de descaminho.
497

e) segundo a jurisprudência assentada no âmbito da 3ª Seção do Superior Tribunal de


Justiça, não subsiste o crime de desacato tipificado no artigo 331 do Código Penal no
ordenamento jurídico brasileiro, posto que incompatível com o direito de liberdade de
expressão e crítica.
Gabarito A

A - Correta - O descumprimento de medida protetiva de urgência prevista na Lei Maria


da Penha (art. 22 da Lei 11.340/2006) não configura crime de desobediência (art.
330 do CP).

STJ. 5ª Turma. REsp 1.374.653-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
11/3/2014 (Info 538).STJ. 6ª Turma. RHC 41.970-MG, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado
em 7/8/2014 (Info 544).

B - Errada - O Tráfico Privilegiado - Art.33 Parágrafo 4 da Lei de Drogas não é


equiparado a Hediondo. (Admite liberdade provisória sem o pagamento de fiança)

C - Errada - Ainda que a posse não sendo mansa e pacífica, configura-se o crime de
roubo.

STJ - SÚMULA 582: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem


mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em
seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo
prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.

Teoria adotada >>> Amotio (apprehensio) (tanto para o STF, quanto para o STJ).

Complementando:

Furto de uso > é admitido e reconhecido em nosso ordenamento jurídico, desde que
atendido os demais requisitos para sua caracterização.
Roubo de uso > vedado !!! Porque a violência ou grave ameaça já elimina a menor
ofensividade da conduta !!!

D - Errada - Segundo jurisprudência firmada no âmbito do Pretório Excelso – 1ª e 2ª


Turmas – incide o princípio da insignificância aos débitos tributários que não
ultrapassem o limite de R$ 10.000,00 (dez mil reais), a teor do disposto no art. 20 da Lei
nº 10.522/02.

(REsp 1112748/TO, Rel. Ministro Felix Fischer, Terceira Seção, julgado em


09/09/2009, DJe 13/10/2009).

E - Errada - Os ministros da Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ)


decidiram que desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela
continua a ser crime, conforme previsto no artigo 331 do Código Penal - HC 379269

783- Em relação ao chamado tráfico privilegiado, previsto no artigo 33, § 4° , da


Lei n°11.343/2006, considerando-se também o entendimento dos Tribunais
Superiores, é correto afirmar que
498

a) não admite a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos.


b) não admite suspensão condicional do processo.
c) admite transação penal.
d) não admite fiança.
e) exige cumprimento da pena em regime inicial fechado.
Gabarito B

a) INCORRETA

não admite a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos. 

Jurisprudência do STF e STJ são no sentido de expressar pela inconstitucionalidade de


tal proibição, admitindo de tal sorte esta possibilidade de benefício. Esse entendimento
não se adéqua somente ao Tráfico de Drogas, mas também aos demais crimes hediondo
e equiparados.

Ver Habeas Corpus 82.959/SP  julgado pelo STF.

Súmula 718 do STF

A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação


idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena
aplicada.

Súmula 719

A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir


exige motivação idônea.

 b) CORRETA

não admite suspensão condicional do processo. 

Incabível a suspensão condicional do processo, visto que a pena mínima cominada


ultrapassa um ano (art. 89 da Lei 9.099/95).

 c) INCORRETA

admite transação penal. 

Incabível a transação penal, visto que a pena máxima cominada ultrapassa dois anos
(art. 77 do Código Penal).

 d) INCORRETA

não admite fiança. 


499

Não é considerado hediondo ou equiparado, logo as conseqüências da Lei 8.072/90 não


alcança o parágrafo em comento.

 e) INCORRETA

exige cumprimento da pena em regime inicial fechado. 

Tal previsão, foi declarada inconstitucional de acordo com o STF, pois vai em
desencontro aos princípios da individualização da pena, da proporcionalidade e da
razoabilidade.

784- Depois de finalizado o devido processo legal, um indivíduo foi condenado à


pena concreta mínima de um ano de reclusão e de dez dias-multa por ter praticado
crime de estelionato.
De acordo com o Código Penal e com o entendimento dos tribunais superiores, nesse
caso é permitido ao juiz, na sentença condenatória,
a) converter a pena de reclusão aplicada em duas penas restritivas de direitos, sendo
uma de prestação de serviços comunitários e outra de prestação pecuniária.
b) estabelecer prestação de serviços comunitários como condição do regime aberto.
c) aplicar o regime aberto, ainda que o condenado seja reincidente.
d) estabelecer regime mais severo que o permitido em lei, ainda que a pena base tenha
se mantido no mínimo legal.
e) converter a pena de reclusão aplicada em uma pena de multa.
Gabarito E
Código Penal - artigo 44:
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa
ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de
liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas
restritivas de direitos.
785- De acordo com o entendimento do STF a respeito de assuntos afetos ao direito
penal, assinale a opção correta.
a) No latrocínio — roubo seguido de morte —, responderá apenas pelo roubo o autor
que não estiver fisicamente no ambiente em que ocorrer a morte, por não provocá-la
diretamente e por sua participação ser considerada de menor importância.
b) É hediondo o tráfico privilegiado de drogas, ainda que sujeito à redução de pena,
conforme disposições da Lei Antidrogas, razão por que seu autor tem de atender a
requisitos mais severos para o livramento condicional, não lhe sendo permitida a
progressão de regime.
c) O inadimplemento da pena de multa imposta ao sentenciado impede a sua progressão
de regime, salvo se ele comprovar absoluta impossibilidade econômica.
500

d) À prática clandestina de atividade de telecomunicação consistente em manutenção de


rádio comunitária não se aplica o princípio da insignificância, independentemente do
grau de interferência do sinal e mesmo que presente a boa-fé do infrator.
Gabarito C

A) aquele que se associa a comparsa para a prática de roubo, sobrevindo a morte da


vítima, responde pelo crime de latrocínio, ainda que não tenha sido o autor do disparo
fatal ou que sua participação se revele de menor importância.  (Info 855 do STF)

B) STF e STJ caminham no mesmo sentido, a saber: 

STF: O chamado tráfico privilegiado, previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006


(Lei de Drogas) não deve ser considerado crime de natureza hedionda. (STF. Plenário.
HC 118533, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 23/06/2016). Obs.: Houve
um overruling, ou seja, a superação de um entendimento jurisprudencial anterior da
Corte. Antes deste julgamento, o STF decidia que o § 4º do art. 33 da Lei nº
11.343/2006 era também equiparado a hediondo.

STJ:  seguia o mesmo caminho do entendimento anterior do STF, ou seja, também


decidia que o § 4º do art. 33 seria equiparado a hediondo. A  posição era tão
consolidada que o STJ editou um enunciado: Súmula 512-STJ: A aplicação da causa de
diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006 não afasta a
hediondez do crime de tráfico de drogas. Essa súmula Fica SUPERADA e, certamente,
será cancelada em breve. 

C) SIM. O Plenário do STF decidiu o seguinte:

• Regra: o inadimplemento deliberado da pena de multa cumulativamente aplicada ao


sentenciado impede a progressão no regime prisional.

• Exceção: mesmo sem ter pago, pode ser permitida a progressão de regime se ficar
comprovada a absoluta impossibilidade econômica do apenado em quitar a multa, ainda
que parceladamente. (STF. Plenário. EP 12 ProgReg-AgR/DF, Rel. Min. Roberto
Barroso, julgado em 8/4/2015 (Info 780).

D) Há divergência entre STF e STJ: 

STJ: NÃO. É inaplicável o princípio da insignificância ao delito previsto no art. 183 da


Lei nº 9.472/97, nas hipóteses de exploração irregular ou clandestina de rádio
comunitária, mesmo que ela seja de baixa potência, uma vez que se trata de delito
formal de perigo abstrato, que dispensa a comprovação de qualquer dano (resultado) ou
do perigo, presumindo-se este absolutamente pela lei. Nesse sentido: STJ. 6ª Turma.
AgRg no AREsp 740.434/BA, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em
14/02/2017.

STF: SIM, é possível, em situações excepcionais, o reconhecimento do princípio da


insignificância desde que a rádio clandestina opere em baixa frequência, em localidades
afastadas dos grandes centros e em situações nas quais ficou demonstrada a inexistência
501

de lesividade. STF. 2ª Turma. HC 138134/BA, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,


julgado em 7/2/2017 (Info 853).

786- A respeito da execução penal e dos crimes hediondos, assinale a opção correta
à luz da jurisprudência do STF e do STJ.
a) O crime de associação para o tráfico é hediondo, razão pela qual a progressão de
regime para o condenado por esse crime só pode ser concedida depois de cumpridos
dois terços da pena.
b) O condenado iniciará o cumprimento da pena obrigatoriamente no regime fechado e
a pena privativa de liberdade não poderá em nenhuma hipótese ser substituída por pena
restritiva de direito.
c) A progressão de regime será admitida somente mediante a realização de exame
criminológico, que é imprescindível para os condenados por crime hediondo.
d) O inadimplemento da pena de multa aplicada cumulativamente ao condenado impede
a progressão de regime, salvo quando provada a absoluta incapacidade econômica do
condenado.
Gabarito D

A) ERRADA.

"A teor da jurisprudência consolidada desta Corte, o delito de associação para o tráfico
(art. 35 da Lei n. 11.343/2006), não é equiparado a hediondo, uma vez que não está
expressamente elencado no rol do artigo 2º da Lei n. 8.072/1990" (STJ, HC 381.202, j.
27/4/17).

Progressão de crime hediondo: art. 2º, § 2º, LCH. A progressão de regime, no caso dos
condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5  da
pena, se o apenado for primário, e de 3/5, se reincidente.

Progressão de crime comum: art. 112 LEP. A pena privativa de liberdade será
executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser
determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos 1/6 da pena no regime
anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do
estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.

B) ERRADA.

"O STF, no julgamento do HC n. 111.840/ES, declarou inconstitucionalidade do § 1º do


art. 2º da Lei n. 8.072/90, com a redação que lhe foi dada pela Lei n. 11.464/07,
afastando, dessa forma, a obrigatoriedade do regime inicial fechado para os condenados
por crimes hediondos e equiparados" (STJ, HC 388.241, j. 25/4/17).

"O Supremo Tribunal Federal, ao analisar o HC n. 97.256/RS, reconhecendo a


inconstitucionalidade da parte final do art. 33, § 4º, da Lei de Drogas, passou a admitir a
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, nos termos do art.
44 do Código Penal" (STJ, HC 374.865, j. 20/4/17).
502

C) ERRADA.

"Com as inovações trazidas pela Lei n. 10.792/03, alterando a redação do art. 112 da Lei
n. 7.210/84 (Lei de Execução Penal), afastou-se a exigência do exame criminológico
para fins de progressão de regime. Por outro lado, este eg. Superior Tribunal de Justiça
firmou entendimento de que o magistrado de primeiro grau, ou mesmo o Tribunal a
quo, diante das circunstâncias do caso concreto, podem determinar a realização da
referida prova técnica para a formação de seu convencimento, desde que essa decisão
seja adequadamente motivada" (STJ, HC 372.600, j. 6/4/17).

D) CORRETA.

"O Plenário do Supremo Tribunal Federal firmou orientação no sentido de que


o inadimplemento deliberado da pena de multa cumulativamente aplicada ao
sentenciado impede a progressão no regime prisional. Precedente: EP 12-AgR, Rel.
Min. Luís Roberto Barroso. Tal regra somente é excepcionada pela comprovação da
absoluta impossibilidade econômica do apenado em pagar a multa, ainda que
parceladamente" (STF, Ag na Ex Pen 16, j. 15/4/15).

787- Considerando a jurisprudência do STF e do STJ sobre os princípios


informativos do direito penal e da teoria geral da pena, assinale a opção correta.
a) Se a natureza e a quantidade da droga apreendida repercutirem na fixação da pena,
não poderá esse mesmo parâmetro ser usado para definir o regime inicial de
cumprimento dessa pena.
b) A irretroatividade da lei penal mais gravosa é sempre aplicável, inclusive nos crimes
permanentes e nas hipóteses de continuidade delitiva.
c) Devido ao fato de o crime de lavagem de capitais ser de caráter acessório, a
participação do agente no crime antecedente é indispensável à configuração daquele
crime.
d) A prática sequenciada de atos libidinosos e conjunção carnal contra a mesma pessoa,
dentro do mesmo contexto fático, configura crime único.
Gabarito D
a) Se a natureza e a quantidade da droga apreendida repercutirem na fixação da pena,
não poderá esse mesmo parâmetro ser usado para definir o regime inicial de
cumprimento dessa pena.
b) A irretroatividade da lei penal mais gravosa é sempre aplicável, inclusive nos crimes
permanentes e nas hipóteses de continuidade delitiva.
Entendimento sumulado. Os crimes permanentes e em continuidade quando se encerram
na égide de outra lei, só ai estão consumados, logo, aplica-se a lei penal mais gravosa,
uma vez que adotamos a teoria da atitivade, considera-se praticado o crime no momento
da ação ou omissão, ainda que outro seja o omomento do resultado. Esses crimes ainda
estão acontecendo, ou seja, a ação ainda não foi encerrada.
503

c) Devido ao fato de o crime de lavagem de capitais ser de caráter acessório, a


participação do agente no crime antecedente é indispensável à configuração daquele
crime.
O crime de lavagem de capitais é meio peculiar, ele é acessório ao passo em que precisa
ter um crime antecedente, porque pra lavar o dinheiro, esse dinheiro deve vir de fonte
ilícita, entretanto, ele é autônomo ao passo em que mesmo que o crime anterior
prescreva, ou não se saiba quem foram seus autores, não haverá óbice à persecução
penal do crime de lavagem. Dessa forma ele necessita de um crime antecedente sem o
qual não irá existir, mas o que acontece com o crime antecedente, a não ser que seja
atipicidade, não irá influir no crime de lavagem.
d) A prática sequenciada de atos libidinosos e conjunção carnal contra a mesma pessoa,
dentro do mesmo contexto fático, configura crime único.
Aqui há um crime meio, para se chegar ao crime fim, acredito que seja hipóteses de
crime progressivo. É um ataque ao mesmo bem júridico, qual seja dignidade sexual, na
mesma vítima, no mesmo contexto. Para se passar para a conjunção tem-se
necessariamente que ter atos libidinosos, eu acredito que sim. Há uma absorção do
crime da prática de atos libidinosos.
788- Reconhecendo sua repercussão geral, em matéria penal, afirma o Supremo
Tribunal, EXCETO:
a) Que é inadmissível a decretação da extinção da punibilidade pela pena em
perspectiva.
b) Que é típica a conduta de quem diante da autoridade policial se atribui falsa
identidade, não se achando a conduta autorizada pelo direito constitucional ao silêncio.
c) Que a natureza e quantidade da droga, na fixação da pena do crime de tráfico, apenas
deve ser considerada numa das fases de fixação, não cabendo ao juiz escolher em qual
delas.
d) Que os crimes de lesão corporal praticados contra a mulher no âmbito doméstico e
familiar são de ação penal pública incondicionada.
Gabarito C

Recurso extraordinário com agravo. Repercussão Geral. 2. Tráfico de Drogas. 3.


Valoração da natureza e da quantidade da droga apreendida em apenas uma das fases do
cálculo da pena. Vedação ao bis in idem. Precedentes. 4. Agravo conhecido e recurso
extraordinário provido para determinar ao Juízo da 3ª VECUTE da Comarca de
Manaus/AM que proceda a nova dosimetria da pena. 5. Reafirmação de jurisprudência.
(ARE 666334 RG, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, julgado em 03/04/2014,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-084 DIVULG
05-05-2014 PUBLIC 06-05-2014 )

 ÍNTEGRA DO ACÓRDÃO, PÁG. 6:

"Cumpre destacar que, em sessão realizada no dia 19.12.2013, o Pleno do STF, ao


julgar os HCs 112.776 e 109.193, ambos da relatoria do Min. Teori Zavascki, firmou
504

orientação no sentido de que, em caso de condenação por tráfico ilícito de


entorpecentes, a natureza e a quantidade da droga apreendida apenas podem ser levadas
em consideração em uma das fases da dosimetria da pena, sendo vedada sua apreciação
cumulativa. Na ocasião, ficou consignado que cabe ao juiz escolher em qual
momento da dosimetria essa circunstância vai ser levada em conta, seja na
primeira, seja na terceira, observando sempre a vedação ao bis in idem".

Alternativa "D"

Recurso extraordinário com agravo. Repercussão Geral. 2. Crime de lesão corporal


praticado contra a mulher no âmbito doméstico e familiar. Ação penal pública
incondicionada. ADI 4.424. 3. Agravo conhecido e recurso extraordinário provido para
cassar o acórdão proferido pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do
Paraná, determinando a apreciação do mérito da apelação interposta pelo Ministério
Público Estadual. 4. Reafirmação de jurisprudência. (ARE 773765 RG, Relator(a): Min.
GILMAR MENDES, julgado em 03/04/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-079 DIVULG 25-04-2014 PUBLIC 28-04-
2014 )

789- Considerando o atual entendimento dos tribunais superiores quanto aos


institutos do Código de Defesa do Consumidor, do Estatuto do Desarmamento e do
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), assinale a opção correta.
a) Ao estabelecer prazo para a regularização dos registros pelos proprietários e
possuidores de armas de fogo, o Estatuto do Desarmamento criou situação peculiar e
temporária de atipicidade das condutas de posse e porte de arma de fogo de uso
permitido e restrito.
b) Aquele que fornece a adolescente, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório
ou munição de uso restrito ou proibido fica sujeito à sanção penal prevista no ECA, em
decorrência do princípio da especialidade.
c) Pessoa jurídica não pode figurar como sujeito passivo de infração penal
consumerista, porquanto não se enquadra no conceito de consumidor.
d) A conduta daquele que promove propaganda enganosa capaz de induzir o
consumidor a se comportar de maneira prejudicial à sua saúde somente é penalmente
punível diante da ocorrência de resultado danoso.
e) O porte ou a posse simultânea de duas ou mais armas de fogo de uso restrito ou
proibido não configura concurso formal, mas crime único, pois a situação de perigo é
uma só.
Gabarito E

Apenas para complementar e ajudar o pessoal com algumas questões do estatuto do


desarmamento: 

1)ARMA QUEBRADA  = Não há crime

2)ARMA PARCIALMENTE  QUEBRADA = CRIME


505

3)ARMA SEM MUNIÇÃO = CRIME

4)ARMA DESMONTADA = CRIME (com todas peças)

5)SÓ MUNIÇÃO = CRIME (ARMA, Arma, Munição Acessório )

6) MAIS DE 1 ARMA = 1 Só crime

7)MAIS DE 1 ARMA (Diferentes calibres) = MAIS GRAVE 1 Crime

8)VÁRIAS MUNIÇÕES: Um só crime (o mais grave)

9)Roubo + ARMA DE FOGO   =  CÓDIGO PENAL

10)Roubo + Arma de Brinquedo/Inapta ou desmuniciada = NÃO CAUSA AUMENTO


DE PENA

Polícia Federal = EXPEDE


SINARM = Autoriza 

A - Incorreta. Súmula nº 513 do STJ: "A abolitio crimins temporária[vacatio legis


indireta] prevista na Lei nº 10.826/03 aplica-se ao crime de posse de arma de fogo de
uso permitido com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado,
suprimido ou adulterado, praticado somente até 23.10.05". Logo, a "abolitio criminis",
nesse caso, não abrange o crime de porte, tampouco as armas de uso restrito.

B - Incorreta. Aplica-se o Estatuto do Desarmanento, pela especialidade.


C - Incorreta. Pessoa jurídico pode ser consumidor!! Para interpretar o artigo 2º da Lei
nº 8.078/90, o STJ se vale da teoria finalista moderada/aprofundada e conclui que,
quando destinatária final, a pessoa jurídica poderá ser tida como consumidora, desde
que presente a vulnerabilidade.
D - Incorreta. Trata-se de crime formal (crime de consumação anteciapda), cuja
consumação indepente da realização do resultado naturalístico, assim como sucede com
maior parte dos crimes contra relações de consumo (crimes formais).
E - Correta. O porte ou a posse simultânea de várias armas configura crime único e não
concurso formal de crimes (STJ).
790- Considerando o entendimento sumulado dos Tribunais Superiores, analise as
assertivas abaixo e indique a alternativa:
I - A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui
motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a
pena aplicada.
II - Cominadas cumulativamente, em lei especial, penas privativas de liberdade e
pecuniária, é defeso a substituição da prisão por multa.
III - É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados
a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.
506

IV - Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime


prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas
na gravidade abstrata do delito.
a) Todas as assertivas estão corretas;
b) Apenas as assertivas I e III estão incorretas;
c) Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas;
d) Apenas a assertiva II está incorreta;
e) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
Gabarito A

I- é o afirma a Súmula 718 do STF: "A opinião do julgador sobre a gravidade em


abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais
severo do que o permitido segundo a pena aplicada."

II- está de acordo com a redação da Súmula 171 do STJ: "Cominadas cumulativamente,
em lei especial, penas privativas de liberdade e pecuniária, é defeso a substituição da
prisão por multa."

III- é o teor da Súmula 269 do STJ: "É admissível a adoção de regime prisional
semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a 4 (quatro) anos se
favoráveis as cinscunstâncias judiciais."

IV - é também a reprodução literal da Súmula 440 do STJ: "Fixada a pena-base no


mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o
cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do
delito."

791- Considerando o entendimento sumulado dos Tribunais Superiores, analise as


assertivas abaixo e indique a alternativa:
I - A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a
desclassificar o crime.
II - A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade,
não subsistindo qualquer efeito condenatório.
III - A reincidência interrompe o prazo da prescrição da pretensão punitiva.
IV - É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva
com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do
processo penal.
a) Todas as assertivas estão corretas;
b) Apenas as assertivas I e III estão incorretas;
c) Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas;
507

d) Apenas as assertivas II, III e IV estão incorretas;


e) Apenas as assertivas III e IV estão corretas.
Gabarito C

I- é a Súmula 191 do STJ: "A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o
Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime."

II- é o que afirma a Súmula 18 do STJ: "A sentença concessiva do perdão judicial é
declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório."

III- contraria o teor da Súmula 220 do STJ: "A reincidência não influi no prazo da
prescrição da pretensão punitiva." (INCORRETA)

IV- está de acordo com o disposto na Súmula 438 do STJ: "É inadimissível a extinção
da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena
hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal."

792- No que se refere ao crime de peculato, assinale a opção correta com base na
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
a) A reparação do dano pelo funcionário público antes do recebimento da denúncia
exclui a configuração do crime de peculato doloso.
b) A qualidade de funcionário público do sujeito ativo é elementar do crime de peculato,
a qual não se comunica a coautores e partícipes estranhos ao serviço público.
c) A circunstância de o sujeito ativo ser funcionário público ocupante de cargo de
elevada responsabilidade justifica a majoração da pena-base aplicada em decorrência da
condenação pela prática do crime de peculato.
d) A consumação do crime de peculato-apropriação ocorre com a posse mansa e
pacífica do objeto material pelo funcionário público.
e) A consumação do crime de peculato-desvio ocorre no momento em que o funcionário
público obtém a vantagem indevida com o desvio do dinheiro, ou outro bem móvel, em
proveito próprio ou de terceiro.
Gabarito C

a) A reparação do dano antes do recebimento da denúncia não exclui o crime de


peculato doloso, diante da ausência de previsão legal, podendo configurar
arrependimento posterior, nos termos do art. 16 do CP.

b) O sujeito ativo do crime de peculato é o funcionário público, todavia, pode haver co-
autoria ou participação de pessoas que não sejam funcionários públicos, desde que elas
tenham conhecimento dessa qualidade do autor. A qualidade de funcionário comunica-
se ao particular que é partícipe do peculato (STF, RTJ 153/245-6, 100/144; HC 74.558-
1/RS, DJU 7.2.97, p. 1340, in RBCCr 18/223; STJ, JSTJ e TRF 72/268; TJMG, JM
131/419).
508

c) Certo. A prática de crime contra a Administração Pública por ocupantes de cargos de


elevada responsabilidade ou por membros de poder justifica a majoração da pena base.

d) A consumação do crime de peculato-apropriação (art. 312, caput, 1.ª parte, do Código


Penal) ocorre no momento da inversão da posse do objeto material por parte do
funcionário público.

e) A consumação do crime de peculato-desvio (art. 312, caput, 2ª parte, do CP) ocorre


no momento em que o funcionário efetivamente desvia o dinheiro, valor ou outro bem
móvel, em proveito próprio ou de terceiro, ainda que não obtenha a vantagem indevida.

793- À luz da jurisprudência do STJ, assinale a opção correta, no que se refere aos
crimes contra administração pública.
a) O crime de corrupção ativa se consuma com a realização da promessa ou apenas com
a oferta de vantagem indevida.
b) O crime de concussão se consuma com o recebimento das vantagens exigidas
indevidamente, sendo mero exaurimento a utilização de tais vantagens.
c) O funcionário público que se utiliza de violência ou grave ameaça para obter
vantagem indevida em razão de sua função comete o crime de concussão.
d) Em razão da incidência do princípio da bilateralidade nos crimes de corrupção
passiva e ativa, a comprovação de um deles pressupõe a do outro.
e) Para a configuração do crime de corrupção passiva, é prescindível a existência de
nexo de causalidade entre a conduta do funcionário público e a realização de ato
funcional de sua competência.
Gabarito A

a) Certo. O crime de corrupção passiva praticado pelas condutas de “aceitar promessa”


ou “solicitar” é formal e se consuma com a mera solicitação ou aceitação da vantagem
indevida.

O crime de corrupção ativa é formal e instantâneo, consumando-se com a simples


promessa ou oferta de vantagem indevida.

Vide letra (c)

c) Comete o crime de extorsão e não o de concussão, o funcionário público que se


utiliza de violência ou grave ameaça para obter vantagem indevida.

d) Não há bilateralidade entre os crimes de corrupção passiva e ativa, uma vez que
estão previstos em tipos penais distintos e autônomos, são independentes e a
comprovação de um deles não pressupõe a do outro.

e) No crime de corrupção passiva, é indispensável haver nexo de causalidade entre a


conduta do servidor e a realização de ato funcional de sua competência.

794- Segundo a jurisprudência dominante do STF, é correto:


509

a) não configura constrangimento ilegal o cumprimento de pena em regime mais


gravoso do que o fixado na sentença em virtude da falta de vagas, pois se aplica o
princípio da reserva do possível.
b) a hediondez do tráfico de drogas em todas as suas modalidades impede a aplicação
do indulto.
c) o delito previsto no artigo 33 da Lei de Drogas, por ser crime de ação múltipla, faz
com que o agente que, no mesmo contexto fático e sucessivamente, pratique mais de
uma ação típica, responda por crime único em função do princípio da alternatividade.
d) o porte de munição de arma de fogo de uso restrito constitui crime de perigo
concreto, necessitando da presença da arma de fogo para sua tipificação.
e) a circunstância judicial da personalidade do agente, por ser própria do direito penal
do autor, não foi recepcionada pela Constituição de 1988.
Gabarito C

A - Errada. O cumprimento da pena em regime mais gravoso que o determinado na


sentença, por falta de vagas, configura sim constrangimento ilegal (excesso de
execução). V. SV 56.

B - Errada. De fato, sendo hediondo o crime, não se admite a concessão do indulto.


Porém, o STF afastou a hediondez do tráfico privilegiado de drogas (art. 33, §4º).

C - Correta. O tipo penal do tráfico de drogas é misto alternativo. Logo, a realização de


mais de um verbo, no mesmo contexto fático, conuz a crime único.

D - Errada. O porte ilegal de arma desmuniciada, ou da munição de uso restrito, é crime


de perigo abstrato (presunção absoluta de risco).

E - Errada. De fato, a personalidade do agente como circunstância judicial traduz


prática própria do direito penal do autor. Porém, embora a CF adote o direito penal do
fato, ela não impede a análise de circunstâncias pessoais para implementação do
princípio da individualização da pena.

795- Com base no Código Penal e na jurisprudência dos tribunais superiores,


julgue o item a seguir, a respeito dos crimes contra a administração pública.
O agente público que ordena despesa para utilizar-se ilegalmente de passagens aéreas e
diárias pagas pelos cofres públicos comete o crime de prevaricação.
Gabarito ERRADO

Trata-se do crime de "Ordenação de despesa não autorizada" Art. 359-D do CP e


não de Prevaricação.

Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)


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 Art. 319 do CP - Prevaricação

É um crime funcional, isto é, praticado por funcionário público contra a Administração


Pública em geral, que se configura quando o sujeito ativo retarda ou deixa de praticar
ato de ofício, indevidamente, ou quando o pratica de maneira diversa da prevista no
dispositivo legal, a fim de satisfazer interesse pessoal.

796- O agente público que ordena despesa sem o conhecimento de que tal despesa
não era autorizada por lei incide em erro de proibição.
Gabarito E

Comete o crime descrito no CP, art. 359-D. Não há que se falar em erro de proibição
pelo desconhecimento da ilicitude do fato. Trata-se de crime próprio, formal, comissivo,
excepcionalmente na forma de crime comissivo por omissão, instantâneo, de perigo
abstrato(que independe da forma de perigo para as finanças públicas, bastando a simples
realização da conduta prevista no tipo penal), unissubsistente, em que se admite a
tentativa.

Ordenação de despesa não autorizada 

Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: 

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

797- João, policial civil, exigiu vantagem indevida de particular para não prendê-lo
em flagrante. A vítima não realizou o pagamento e prontamente comunicou o fato
a policiais civis. Nessa situação, como o delito de concussão é formal, o crime
consumou-se com a exigência da vantagem indevida, devendo João por ele
responder.
Gabarito CORRETO

Trata-se do crime de concussão

Concussão

Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa

A chave para acertar a questão é saber que este crime é de natureza FORMAL, ou seja,
é aquele que se consome no momento da prática da ação, independentemente do
resultado, que se torna mero exaurimento do delito (receber ou não a vantagem indevida
nao o torna tentado).

798- Pedro, funcionário público, solicitou a Maria a quantia de R$ 10.000 para não
lavrar auto de infração decorrente de ato ilícito descoberto durante fiscalização
fazendária. Ao perceber que teria que pagar uma multa de mais de R$ 20.000,
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Maria prontamente concordou com a proposta e realizou o pagamento. Nessa


situação, Maria responderá como partícipe do delito de corrupção passiva, uma
vez que, quanto ao concurso de agentes, o Código Penal adotou exclusivamente a
teoria unitária do crime.
Gabarito ERRADO

O CP admite a aplicação de outras teorias, embora a teoria unitária seja a regra,


vejamos:
 

a) teoria unitária: quando mais de um agente concorre para a prática da infração penal,
mas cada um praticando conduta diversa do outro, obtendo, porém, um só resultado.
Neste caso, haverá somente um delito. Assim, todos os agentes incorrem no mesmo tipo
penal. Tal teoria é adotada pelo Código Penal.
 

b) teoria pluralista: quando houver mais de um agente, praticando cada um conduta


diversa dos demais, ainda que obtendo apenas um resultado, cada qual responderá por
um delito. Esta teoria foi adotada pelo Código Penal ao tratar do aborto, pois quando
praticado pela gestante, esta incorrerá na pena do art. 124, se praticado por outrem,
aplicar-se-á a pena do art. 126. O mesmo procedimento ocorre na corrupção ativa e
passiva.
 

c) teoria dualista: segunda tal teoria, quando houver mais de um agente, com
diversidades de conduta, provocando-se um resultado, deve-se separar os coautores e
partícipes, sendo que cada "grupo" responderá por um delito

799- O delito de reingresso de estrangeiro expulso não é classificado como delito de


mão-própria, uma vez que admite participação.
Gabarito ERRADO
800- A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica,
ainda que em situação de alegada autodefesa.
Gabarito CORRETO
Súmula 522 STJ
A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que
em situação de alegada autodefesa.
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