1) José da Silva foi preso em flagrante por suposto homicídio em 10 de agosto de 2019. No entanto, o auto de prisão em flagrante ainda não foi enviado ao juízo competente, ultrapassando o prazo legal de 24 horas.
2) Além disso, a perseguição a José da Silva só começou um dia após o crime, não se enquadrando na definição legal de flagrante.
3) Diante da ilegalidade da prisão em flagrante por descumprimento dos prazos e ausência de elementos que caracterizem
Descrição original:
Título original
RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE - ORLANDO MATIAS CABRAL DE GOIS - 20190081712
1) José da Silva foi preso em flagrante por suposto homicídio em 10 de agosto de 2019. No entanto, o auto de prisão em flagrante ainda não foi enviado ao juízo competente, ultrapassando o prazo legal de 24 horas.
2) Além disso, a perseguição a José da Silva só começou um dia após o crime, não se enquadrando na definição legal de flagrante.
3) Diante da ilegalidade da prisão em flagrante por descumprimento dos prazos e ausência de elementos que caracterizem
1) José da Silva foi preso em flagrante por suposto homicídio em 10 de agosto de 2019. No entanto, o auto de prisão em flagrante ainda não foi enviado ao juízo competente, ultrapassando o prazo legal de 24 horas.
2) Além disso, a perseguição a José da Silva só começou um dia após o crime, não se enquadrando na definição legal de flagrante.
3) Diante da ilegalidade da prisão em flagrante por descumprimento dos prazos e ausência de elementos que caracterizem
José da Silva, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do CPF/MF nº
XXXX, com Documento de Identidade de n° XXXX, residente e domiciliado na Rua XXXX n XXXX, Bairro XXXX, CEP: XXXX, Cidade XXXX, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5º, inciso LXV da Constituição Federal combinado com os artigos 301 e seguintes do Código de Processo Penal, requerer o
RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE
pelos motivos de fato e de direito que seguem
1. DOS FATOS
João da Silva fora preso em flagrante no dia 12 de agosto de 2019, por
ter supostamente praticado o crime de homicídio contra Marcelo Cardoso, no dia 10 de agosto de 2019.
A informação de que ele teria sido o responsável pelo delito originou-se
de um depoimento prestado no dia seguinte a ocorrência do fato delituoso, no dia 11 de agosto de 2019.
A perseguição de requerente só teve início após o depoimento
supracitado. Além disso, vale destacar que até o presente momento, o auto de prisão em flagrante delito ainda não foi remetido ao juízo competente.
2. DO DIREITO
Considerando-se os fatos acima expostos, pode-se perceber que a
prisão em questão é ilegal em virtude de que, até o momento 23 de março de 2023, o auto de prisão em flagrante delito não foi remetido ao juízo competente.
Todavia, conforme se demonstra pela análise do dispositivo expresso no
artigo 306, § 1o do CPP, o prazo máximo para o auto da prisão em flagrante é de 24 horas:
“Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada
§ 1° Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da
prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.”
Além disso, verifica-se a ilegalidade de referida prisão em flagrante, visto
que, conforme ordena o art. 302, III, do Código de Processo Penal, para configurar prisão em flagrante, após a consumação do ato delitivo ou do impedimento de terceiro, deve o agente ser perseguido ininterruptamente pela polícia, vítima ou terceiro:
“Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;”
A perseguição no caso em tela teve início após um lapso temporal de 1
dia, conforme se retira do depoimento prestado por Lúcio Pereira, em 11 de agosto de 2019.
Assim, é importante mencionar que a jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça entende ser essencial para configurar o flagrante a perseguição em seguida
HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO
ORDINÁRIO. HOMICÍDIO. PRISÃO EM FLAGRANTE. EFETIVAÇÃO NO DIA SEGUINTE AO CRIME. AUSÊNCIA DE PERSEGUIÇÃO. SITUAÇÃO NÃO PREVISTA NO ART. 302 DO CPP. EXCESSO DE PRAZO E INEXISTÊNCIA DE PROVAS ACERCA DA AUTORIA DO DELITO. MATÉRIAS NOVAS NÃO VERSADAS NA INSTÂNCIA A QUO. NÃO CONHECIMENTO. “Não configurada a situação de flagrância, pois, embora a identidade do autor tenha sido revelada logo após a ocorrência do delito, não houve perseguição imediata por quem quer que seja vindo a prisão a ser efetuada somente no outro dia, quando o autor se encontrava em sua própria residência.” Alegação de excesso de prazo na instrução e inexistência de provas acerca da autoria do delito. Inviabilidade de sua apreciação à míngua de prequestionamento. Pedido conhecido em parte e nessa extensão concedido. (HC 32.350/PA, rel. Min. JOSÉ ARNALDO DA FONSECA, Quinta Turma, DJ de 3/5/04) Assim, a prisão em flagrante efetuada pelo sujeito reputa-se ilegal, pois não atendeu ao prazo para remissão ao juízo competente, bem como inexiste o flagrante mencionado.
3. DO PEDIDO
Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência o RELAXAMENTO DA
PRISÃO EM FLAGRANTE imposta ao Requerente, a fim de que este possa permanecer em liberdade durante o processo, com a expedição do alvará de soltura, como medida de justiça.