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APLICAÇÃO DA LEI PENAL: O QUE É QUE TEM DE TER PRA SER CRIME?

1 NÃO pode A LEI TEM DE PODEM NÃO PODEM A LEI TEM DE A LEI TEM DE
LEGALIDAD haver CRIME, SER ESTRITA - CRIAR CRIAR SER CERTA - SER
E nem pena que apenas a lei em CRIMES E E COMINAR Princípio da NECESSÁRIA -
não resultem sentido estrito, PENAS: PENAS: taxatividade ou Princípio da
(Sinônimos: de uma LEI APROVADA determinação: intervenção
Leis ordinárias Medidas
legalidade PELO
provisórias,
VEDA a criação mínima -
estrita ou da CONGRESSO Decretos, de tipos penais NÃO se admite
Leis
reserva legal) Nacional, pode Resoluções, OBSCUROS OU a criação de
complementar
criar crimes e es Leis delegadas, VAGOS. TIPOS penais
cominar penas. Costumes (direito DESNECESSÁ
consuetudinário) RIOS.
Não há crime
sem LEI que
o defina.

Por força do princípio da legalidade, é


VEDADA a utilização de ANALOGIAS
(salvo para BENEFICIAR O réu,
vedadas as chamadas analogias in
malam partem, ou seja, prejudiciais)

A analogia é: forma de integração da lei.


Quando a lei não prevê a solução para
um caso, a analogia permite a aplicação
de uma norma parecida. É a chamada
análise por semelhança.
2 A LEI PENAL TEM DE SER DE ANTES DO CRIME PARA SE APLICAR A ELE, isto é ...............
ANTERIORIDADE
Uma ação ou omissão não é crime se ANTES DE UMA OU DE OUTRA não
havia tipo penal incriminador OU não havia aquela pena àquele caso.

Não há pena sem Leis novas só devem ser aplicadas a fatos concretizados sob a sua égide.
PRÉVIA
cominação legal Resumidamente: Lei penal não se aplica a fato anterior à sua vigência.

CONSIDERAÇÃO À ANTERIORIDADE PENAL: APESAR DA REGRA DE QUE


LEI PENAL SE APLICA SOMENTE A CONDUTAS PRATICADAS EM TEMPO DE
SUA VIGENCIA, HÁ CONSIDERAÇÕES - QUANDO A LEI PENAL VAI SE
MOVIMENTAR?? QUANDO NÃO VAI DE FORMA ALGUMA?
Movimento 1 - VEDADO: Consequências do Movimento 1:

VEDA-SE a existência de 1.1 Fica EXTRA-ATIVIDADE/ULTRA-ATIVA ao caso a


EXTRA-ATIVIDADE/RETROATIVIDADE DE NOVA LEI LEI DO TEMPO DO CRIME quando vem uma nova
PENAL em PREJUÍZO do acusado. Lei gravosa não que é MAIS GRAVOSA (que é irretroativa)
retroage ou aplica-se a fato anterior à sua vigência
1.2 Se a lei do tempo do crime (LEI A) foi revogada por
lei mais benéfica (LEI B) e esta (LEI B), por sua vez, foi
revogada por lei mais gravosa (LEI C), fica a LEI B em
estado de EXTRA-ATIVIDADE/ULTRA-ATIVA porque se
aplica mesmo revogada E em estado de EXTRA-
ATIVIDADE/RETROATIVA porque se aplica a fatos
anteriores à sua vigência a lei

Movimento 2 – PERMITIDO / EXCEÇÃO À “Lei penal não


se aplica a fato anterior à sua vigência”:

Quando se tratar DE LEI PENAL BENÉFICA, aplica-se a


lei nova beneficia AO FATO PRATICADO ANTES DE
SUA VIGÊNCIA, ou seja, faz-se
EXTRA-ATIVA/RETROATIVA, ainda que o fato tenha
sido decidido por sentença condenatória com trânsito em
julgado:

Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo


favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda
que decididos por sentença condenatória transitada em
julgado.

INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL: COMO PODE SE INTERPRETAR NORMA


OU LEI PENAL? QUAIS FORMAS DE INTERPRETAÇÃO SÃO
AUTORIZADAS ????????????
O que é interpretar? É chegar à COMPREENSÃO do que, efetivamente, algo informa; buscar real significado do texto legal
FORMAS DE INTERPRETAÇÃO

QUANTO AO Autêntica/legislativa: feita pelo próprio legislador Contextual: a norma interpretativa (dizendo o
SUJEITO (QUEM (deputados, senadores, vereadores, etc) significado de algo) é editada junto do que está
FAZ) sendo normatizado (exemplo: foi editado o CP e
foi editado o art 347 EXPLICANDO o que seria
servidor público)
Posterior: a norma interpretativa (dizendo o
significado de algo) vem após a edição da norma
originária – possui eficácia RETROATIVA ao
tempo em que a norma originária foi produzida
(ainda que seja mais gravosa ao réu)
Doutrinária: exercida por doutrinadores (estudiosos
do direito, por exemplo)

Judicial/jurisdicional: exercida por juízes e tribunais

QUANTO AOS Gramatical/literal/sintática/filológica: considera


MEIOS OU literalmente a norma e SUAS PALAVRAS
MÉTODOS (COMO Lógica/teleológica: considera a finalidade da lei ou
FAZ) norma penal; interpreta-se visualizando o ESPÍRITO
da lei
QUANTO AO Declaratória: interpreta seguindo exatamente o que
RESULTADO (O legislador quis dizer, apenas declarando-o
QUE SE
ALCANÇA) Extensiva: interpreta ampliando o alcance da lei,
pois o legislador deixou disse menos do que
desejava (ex: só temos em tipo penal “extorsão
mediante sequestro” no entanto aplica-se a lei se
houve um caso de extorsão mediante cárcere)

Restritiva: interpreta restringindo norma, pois lei e


legislador disseram mais do que desejavam

Interpretação progressiva (adaptativa): interpretação feita conforme o tempo vivido pela


sociedade, conforme o avanço da ciência, conforme o avanço social (ex: interpretar um ATO
OBSCENO precisa levar em consideração os tempos atuais.

Interpretação analógica (pode para beneficiar o réu, pode para PREJUDICAR): interpretação feita
quando legislador traz “formula casuística/caso/concreta/expressa + formula genérica”: “homicídio
qualificado por paga ou promessa deDA
INTEGRAÇÃO recompensa
LEI PENAL ou por outro motivo torpe”

Lembra de uma coisa: O LEGISLADOR NÃO TEM COMO CRIAR LEI FALANDO CASO POR
Analogia: ocorre
CASO,quando não háTODAS
EXPLICANDO lei, háASumOCASIÕES
vácuo legislativo,
QUE SÃOentão o aplicador
“MOTIVO TORPE”. do
TEM DE TER A
direito precisa INTEGRAR, olhando para outra lei, buscando amoldar ao caso.
INTERPRETAÇÃO
E Se esse processo de buscar a outra lei + encontra-la + aplicar ao caso for
prejudicar o réu? NÃO SE FAZ A ANALOGIA.

ANALOGIA
INTEGRAÇÃO ANALÓGICA INTERPRETAÇÃO
APLICAÇÃO ANALÓGICA ANALÓGICA

1 Há lei omissa.
2 Busca uma norma, para aplicação 1 Não há lei omissa.
ao caso. 2 Lei, que há, oferta formula
3 Só para beneficiar o réu casuísta + formula genérica,
que nos levará a interpretar no
caso concreto
3 Pode beneficiar ou prejudicar
o réu

Obs.:
Diferenças entre analogia e interpretação analógica caem muito nas provas. Ter
atenção. A primeira é forma de integração, a segunda é forma de interpretação. A
primeira só serve se for para beneficiar o réu, a segunda serve tanto para benficiar
como para prejudicar. Na primeira, há uma lei omissa e na segunda há uma lei que
dá uma situação genérica, cabendo ao interprete compreender e aplicar. FIM!

CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS:

EXISTEM DUAS NORMAS CABÍVEIS E APLICÁVEIS (NÃO HÁ ERRO, NÃO HÁ


INCONSTITUCIONALIDADE – que é conflito REAL), PERGUNTE-SE: QUAL
NORMA APLICAR AO CASO???? COMO EVITAR O BIS IN IDEM (DUPLA
PUNIÇÃO)??? COMO MANTER A COERÊNCIA???
REQUISITOS À EXEMPLO DE CONFLITO APARENTE
EXISTÊNCIA DE UM
CONFLITO
APARENTE DE
NORMAS PENAIS
Unidade de fato (uma Individuo comete UM crime de homicídio (pode ter várias vítimas)
conduta-crime)
Pluralidade de leis ou Ao tempo da conduta-crime (de homicídio), estava em vigor duas leis ordinárias (lei A, lei B),
normas penais de então a lei A diz que a pena máxima é de 40 anos e a lei B diz que a pena máxima é de 30
MESMA HIERARQUIA e anos. E agora? EIS UM CONFLITO APARENTE DE NORMA/LEI.
VIGENTES à época do
fato

Por que, para haver conflito, tem se der Por que, para haver o conflito, tem de
de mesma hierarquia? Porque, sendo serem as normas vigentes (as duas) à
de hierarquias diversas, NÃO HÁ época do fato? Porque, sendo uma
CONFLITO!!! é só aplicar o critério vigente ao tempo do crime e a outra
HIERARQUICO: qual a superior (a que não (porque esta foi revogada, por
se aplica), qual a inferior (a que não se exemplo), NÃO HÁ CONFLITO!! é só
aplica) aplicar o critério de CRONOLOGIA, em
que, no nosso exemplo, a revogada

E AGORA?? COMO SE RESOLVE O CONFLITO APARENTE DE NORMAS??? “Se está em conflito, C A S E”


– decore esse mnemônico!!! Tem questão que só pergunta os princípios de solução de conflitos
Resolve através dos princípios (em rosa, o que mais cai)
CONSUNÇÃO (OU ALTERNATIVIDADE SUBSIDIARIDADE ESPECIALIDADE:
ABSORÇÃO)
(expressa ou tácita)

Regra 1: A norma mais grave e Possível em caso de tipos Lei primária (mais grave, Lei/norma especial (mais branda
abrangente ABSORVE a menos penais que possuem várias com mais elementos) ou mais grave; IRRELEVANTE),
grave e abrangente condutas, vários verbos, DERROGA lei que possui todos os elementos do
ação múltipla, conteúdo secundária/subsidiária tipo geral + as especificidades –
Ocorre quando: variado (SEMPRE mais branda) DERROGA lei geral
Sujeito não responde por Só se aplica a norma Afasta-se a lei/norma geral e se
* Em crimes complexos: crimes cada verbo (DO MESMO subsidiária se não conseguir aplica a lei/norma especial
que resultam de 2 ou mais tipos CONTEXTO, MESMO aplicar norma secundária
OBJETO, MESMA
Roubo = furto + ameaça OCASIÃO), mas por um
ou lesão crime que engloba todas as
condutas
Quem comete só responde
por roubo, não por furto ou
por ameaça ou lesão

Regra2: O crime fim ABSORVE A aplicação do princípio é A aplicação do princípio é feita em


o crime meio - Ocorre quando... feita em caso concreto, não abstrato, não se soluciona no caso
se soluciona no abstrato concreto
* Em crimes progressivos (de
passagem): dolo voltado a um
resultado, sendo que a conduta
para este fim passa por uma “Fabricar, ocultar,
“Expor a vida ou saúde de “MATAR sob a influencia do
conduta que também é crime vender, exportar,
outro a perigo direito e estado puerperal o próprio filho
preparar, remeter,
iminente por meio de durante ou logo após o parto”
Quem pratica homicídio, produzir, adquirir, vender
explosão” DERROGA “Expor DERROGA “MATAR alguém”
passa, necessariamente, drogas” a vida ou saúde de outro a
pela prática de lesão perigo direito e iminente, se “Importar, exportar drogas”
corporal. Pela consunção, só o fato não constituir crime DERROGA “importar ou exportar
responde por homicídio mais grave (TEM DE TER mercadoria proibida”
Não responde 10x por ESSA EXPRESSÃO OU
* Em crimes de progressão trafico por ter feito 10 SEMELHANTE)”
criminosa: dolo voltado a um ações distintas no
resultado, no meio do caminho mesmo contexto de
muda o dolo, no lugar de só drogas.
bater quer é matar (responde
por homicídio, que absorve
lesão)

ATENÇÃO!!! Quando o falso (falsidade documental) se exaure (se encerra) no estelionato,


sem mais potencialidade lesiva, a falsidade é absorvida pelo estelionato
LEI PENAL NO TEMPO: QUANDO UMA LEI PENAL NOVA COMEÇA A
Cuidado com o pós-crime! ExaurimentoSEUS
PRODUZIR do crime não constitui
EFEITOS, QUAISNOVO
SUAS CONSEQUÊNCIAS?
crime. Exemplo: João subtrai celular com fim de vender. Ele responde por
furto, não pelo estelionato quanto ao comprador do objeto furtado.
ESPÉCIES DE HIPÓTESE PRODUÇÃO DE RETROAGE OU
LEIS PENAIS FÁTICA EFEITOS: NÃO???
LEI NOVA Ocorre quando: o fato Consequência 1: A lei Consequência 2: Ela
INCRIMINADORA não era crime, vem nova produzirá efeitos a piora! Lembra? Não
lei e PASSA A partir de sua entrada em se aplica a fatos
DEFINIR X vigor e somente até esta anteriores à sua
AÇÃO/OMISSÃO vigência vigência
COMO CRIME
LEX GRAVIOR Ocorre quando: já Consequência 1: A lei Consequência 2: Ela
havendo fato definido nova produzirá efeitos a piora! Lembra? Não
como crime, a lei partir de sua entrada em se aplica a fatos
nova ESTABELECE vigor e somente até esta anteriores à sua
UMA SITUAÇÃO vigência vigência
MAIS GRAVOSA AO
RÉU exemplo:
aumento de pena ou
qualquer prejuízo
ABOLITIO Ocorre quando: uma Consequência 1: A lei Consequência 2: Ela OBS: ABOL
CRIMINIS/extinção lei penal nova produzirá efeitos a melhora! Lembra? diferente
da punibilidade incriminadora vem a partir de sua entrada em Ela produzirá efeitos CONTINUIDAD
ser revogada por vigor e somente até esta retroativos, NORMATIVA
Ninguém pode ser outra, que prevê que vigência alcançado os fatos
punido por fato que O FATO DEIXA DE praticados mesmo Embora a le
lei posterior deixa SER antes de sua vigência revogue um det
de considerar CONSIDERADO (MESMO JÁ artigo que prev
crime, CESSANDO CRIME. TRANSITADO) penal, E
em virtude dela a SIMULTANEA
execução e os INSERE ESS
EFEITOS PENAIS DENTRO DE
da sentença TIPO PENAL. A
condenatória [os omissão NÃO D
civis, exemplo: SER CRIM
obrigação de
reparar fica.
LEX MITIOR OU Ocorre quando: uma Consequência 1: A lei Consequência 2: Ela
NOVATIO LEGIS lei posterior revoga a nova produzirá efeitos a melhora! Lembra?
IN MELLIUS anterior TRAZENDO partir de sua entrada em ela produzirá efeitos
UMA SITUAÇÃO vigor e somente até esta retroativos,
MAIS BENÉFICA AO vigência alcançado os fatos
RÉU praticados mesmo
antes de sua vigência
(MESMO JÁ
TRANSITADO)
LEI PENAL COM Ocorre quando: por Consequência 1: A lei Consequência 2: usa da TEORIA
BENEFÍCIOS E exemplo, uma LEI nova produzirá efeitos a PONDERAÇÃO UNITÁRIA ou GLOBA
MALEFÍCIOS NOVA É MAIS partir de sua entrada em verificar o que retroage e o que n
BENÉFICA pois vigor e somente até esta
extinguiu a pena de vigência  Não é possível combinar as le
multa, e estabeleceu para se extrair os pontos favo
o regime de cada uma delas, pois o Ju
detenção, MAS É criando uma terceira lei (Lex ter
TAMBÉM MAIS seria uma violação ao prin
GRAVOSA pois Separação dos Poderes, já que
aumentou a pena ao Judiciário legislar.
mínima e a pena
máxima.
LEI PENAL Ocorre quando: Lei Consequência 1: A lei Consequência 2: NÃO HÁ RETROATI
EXCEPCIONAL penal surge para nova produzirá efeitos a NEM IRRETROATIVIDADE. HÁ A U
VIGORAR EM partir de sua entrada em ATIVIDADE DESSAS LEIS:
DETERMINADA vigor e somente até esta
OCASIÃO (ESTADO vigência (REVOGAÇÃO  CUIDADO!!! A lei excepc
DE SITIO, exemplo). É AUTOMÁTICA) temporária, embora decorrido
LEI PENAL Ocorre quando: Lei Consequência 1: A lei de sua duração ou cess
TEMPORÁRIA penal surge para nova produzirá efeitos a circunstâncias que a dete
VIGORAR EM partir de sua entrada em aplica-se ao fato praticado du
DETERMINADO vigor e somente até esta vigência. NÃO HÁ ABOLITIO
PRAZO, com data vigência (REVOGAÇÃO quando elas deixam de vigorar!!
inicio e data fim É AUTOMÁTICA)
(COPA DO MUNDO,
exemplo)

LEI PENAL NO ESPAÇO: ONDE UMA LEI PENAL SE APLICA? QUAL O


ESPAÇO EM QUE, A PARTIR DA VIGEÑCIA, SE APLICA A LEI PENAL NOVA?

A REGRA É A TERRITORIALIDADE MITIGADA:


TERRITORIALIDADE aplica-se à lei penal Não importa se o crime foi cometido Se cometido no território
aos crimes cometidos por estrangeiro ou vítima submete-se à lei penal bra
no TERRITÓRIO estrangeira

+ nacional

a lei estrangeira é aplicável a delitos cometidos total ou parcialmente em território nacion


MITIGADA assim determinarem tratados e convenções internacionais (INTRATERRITORIALIDADE)
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido no território nacional.

Mas o que é TERRITÓRIO nacional??

Mar territorial (DO BRASIL)

Espaço éreo (Teoria da absoluta soberania do país subjacente) (DO BRASIL)

Subsolo (DO BRASIL)

Navios e aeronaves públicos, onde quer que se encontrem – TERRITÓRIO POR EXTENSÃO

Navios e aeronaves particulares, em alto-mar ou no espaço aéreo (DO BRASIL) – TERRITÓRIO


POR EXTENSÃO

Art 5. § 1º -Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as


embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro
onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes
ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou
em alto-mar.

Art 5. § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou
embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território
nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do
Brasil

A EXCEÇÃO À TERRITORIALIDADE (TERRITÓRIO NACIONAL), PENSANDO


EM “ONDE A LEI PENAL BRASILEIRA SE APLICA” É A CHAMADA
EXTRATERRITORIALIDADE:
A extraterritorialidade é a aplicação da lei penal brasileira a um FATO CRIMINOSO QUE NÃO
OCORREU NO TERRITÓRIO NACIONAL

EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA:
EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA

CRIME NO TEMPO: QUANDO UMA INFRAÇÃO PENAL É CONSIDERADA


PRATICADA? ISTO É: QUAL O TEMPO DO CRIME?

muito importante estudar pra saber quem processa, onde processa; pra entender como se
compreende o crime quando a vítima vem a falecer, em decorrência dos tiros, um ano depois,
etc

Teoria da atividade Teoria do resultado Teoria da ubiquidade ou mista


Quando da ação ou omissão (que é: Quando da ocorrência do No momento da ação ou omissão e no
data do fato; data da conduta) resultado, independentemente momento do resultado.
de quando fora praticada a
ação ou omissão
Não importa quando ocorre o Não importa quando foi a ação
resultado ou omissão

BRASIL:
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o
momento do resultado.

E SE FOR UM CRIME PERMANENTE OU CONTINUADO????

MAS QUANDO UM CRIME PERMANENTE OU CONTINUADO É CONSIDERADO


PRATICADO? QUAL O TEMPO DESSES CRIMES?

Quando do último ato do crime praticado Consequência LÓGICA: se o último ato é o fim do crime, ao crime aplica-
se a lei penal vigente ao tempo desse último ato, não importando sequer a
análise de ser mais gravosa ou não que a vigente à época do início do
ato, não se fala em retroatividade, irretroatividade nesse tempo de fim de
ato

Se, após o final do ato, advém lei que beneficia o sujeito ativo de crime continuado
ou permanente (ex: sequestro), aplica-se retroatividade, ok?? há a retroatividade
para ele, normalmente. Preste atenção, pois o que não tem nada a ver é a
comparação de leis (retroage ou não) quando o crime ainda está em curso.

CRIME NO ESPAÇO: ONDE UMA INFRAÇÃO PENAL É CONSIDERADA


PRATICADA? QUAL O LUGAR DO CRIME? MUITO IMPORTANTE ESTUDAR PRA
SABER QUEM PROCESSA, ONDE PROCESSA, ETC

Teoria da atividade Teoria do resultado Teoria da ubiquidade ou mista


Quando da ação ou omissão (data Quando da ocorrência do No lugar da ação ou omissão E no lugar
do fato; data da conduta) resultado, independentemente do resultado (produzido ou onde deveria
de quando fora praticada a se produzir). .
ação ou omissão
Não importa quando ocorre o Não importa quando foi a ação
resultado ou omissão
BRASIL:

Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou
em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado

SE O FULANO TEM SENTENÇA CONTRA ELE NO EXTERIOR, EXISTEM


IMPLICAÇÕES OU EFEITOS QUANTO AO BRASIL?

O Código Penal, visando o princípio de NON BIS IN IDEM (não dupla punição), estabelece que a
pena cumprida por brasileiros em países estrangeiros tem validade em território nacional,
embora com efeitos limitados.
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas OU
nela é computada, quando idênticas.

PENA ESTRANGEIRA COMPUTANTE – a PENA ESTRANGEIRA ATENUANTE – a pena


pena cumprida no exterior é contada à pena do cumprida no estrangeiro diminui a pena do
Brasil Brasil
HIPÓTESE PARA Aplica-se quando se fala em um crime que tem Aplica-se quando a pena no estrangeiro é
APLICAÇÃO/OCORRE modalidade de pena igual no brasil e no diversa daquela a ser cumprida no Brasil,
QUANDO estrangeiro sendo iguais os crimes cometidos lá e cá
EXEMPLO DE Na coreia, pegou pena de prisão por homicídio Na Coreia do Norte existe pena de prisão com
HIPÓTESE DE com 15 anos de regime fechado; vem para o trabalho forçado; no Brasil, não há essa pen.
APLICAÇÃO brasil, que condenada por 20 anos, então só Assim, no Brasil, pode a pena cumprida na
cumpre o restante, que são 5 anos Coreia equivaler a 3 dias de prisão no Brasil

DETRAÇÃO: Computa-se na PENA PRIVATIVA


DE LIBERDADE e na MEDIDA DE
SEGURANÇA, o tempo de prisão (no BRASIL
ou no estrangeiro) provisória, adm e internação

 Para efeitos de detração, não é


necessária a homologação da
sentença estrangeira

Consequências/Homologação I - Obrigar o condenado à reparação do


da sentença pelo STJ PARA: dano, a restituições e a outros efeitos
civis (quem tem interesse é o ofendido,
(existem casos/consequência então ele quem tem de pedir a
em que não é necessária a homologação para reparação)
homologação da sentença,
mas pra essas DUAS II - Sujeitá-lo a medida de segurança
consequências é necessário (quem aplica é o estado, então ele
sim) depende de tratado de extradição com
país de onde foi emanada a sentença
OU – na falta do tratado – requisição do
ministro da justiça)

REINCIDÊNCIA Verifica-se a reincidência quando o Para efeitos de reincidência, não é necessária a


agente comete novo crime, depois de homologação da sentença estrangeira
TRANSITAR EM JULGADO A SENTENÇA
QUE, no BRASIL ou ESTRANGEITO, o
tenha condenado por crime anterior
DETRAÇÃO Computa-se na PENA PRIVATIVA DE Para efeitos de detração, não é necessária a
LIBERDADE e na MEDIDA DE homologação da sentença estrangeira
SEGURANÇA, o tempo de prisão (no
BRASIL ou no estrangeiro) provisória,
adm e internação

Para que a sentença estrangeira condenatória tenha eficácia no Brasil, a pena deverá ser
homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), para REQUISITOS:

1 Requisição da parte interessada


3 Existência de tratado de extradição com o país cuja autoridade judiciária pronunciou a
sentença.
3 A requisição do Ministro da Justiça, exceto para os apenados originários dos
estados parte da Convenção Interamericana sobre o Cumprimento de Sentenças Penais
no Exterior.

4 Que a sentença transitada em julgado seja proferida por juiz competente;


5 Ter comprovante de citação das partes ou haver legalmente verificado à revelia;
6 Estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi
proferida;
7 Ser traduzida por tradutor juramentado.

Efeitos possíveis da sentença estrangeira

SE O FULANO TEM SENTENÇA CONTRA ELE NO EXTERIOR, EXISTEM


IMPLICAÇÕES OU EFEITOS QUANTO AO BRASIL?

PRAZO EXEMPLO: Dia 4/8 (sexta) sai Regra 1: Exclui o primeiro dia - Regra 2: Inclui o último dia
PROCESSUAL no processo prazo de 5 dias (4/8) 11/08
(conta-se para apresentação de
somente os dias recurso. No exemplo, começa a contar No exemplo, temos até dia
úteis) o prazo do dia 7/8, que é 11/08 às 23h59 para
Até que dia a gente pode segunda. Não pode contar apresentar recurso
apresentar o tal recurso? sábado, nem domingo, nem
feriado
PRAZO PENAL EXEMPLO: Uma prisão Regra 1: Inclui o primeiro dia, Regra 2: Inclui o último dia e
(conta-se os dias temporária (que só pode independentemente do horário diminui 1 – SOLTA NO DIA
corridos, não durar até 5 dias) é decretada em que foi ofertado o 5º, NO EXEMPLO 9/8, NO
necessariamente em 5/8 (sábado) às 23h. prazo/decretada a prisão MÁXIMO ATÉ 23H59
útil)
Quando o preso precisa ser No exemplo, começa a contar
solto? o prazo/o limite da prisão do
dia 5/8 mesmo, devendo ser
contado independente da hora,
do fato de não ser dia útil, etc

Outro exemplo de prazo penal.

A) Oferecimento de queixa em situação de crime processado por ação penal privada


condicionada à representação:

A queixa/representação tem de ser feita até 6 MESES da ciência da autoria


 Inclui o dia da ciência (05/01/2023 começa a contar o prazo)
 Inclui o dia final (04/07/2023 é o último dia para a apresentação)
 Não importa se é mês de 30,31, bissexto

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