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QUESTÕES CONTRA-ORDENAÇÕES

ENQUADRAMENTO HISTÓRICO - ORIGEM/EVOLUÇÃO DAS CONTRA-ORDENAÇÕES:


 Forte influência francófona com as contravenções e depois as germânicas com as contraordenações (com base na lei
das contraordenações alemã de 1952)

 As contravenções conhecidas como INFRAÇÕES DE POLÍCIA foram inspiradas no Código de Napoleão de 1810.
Eram bagatelas, infrações menores, que não deixam de ser infrações penais. Constavam do Código 1886.

 Tudo começa em 1810 com o Código Penal de Napoleão – passou a classificar as infrações penais, as chamadas
infrações de polícia (infrações que não eram consideradas tão graves como os crimes) e passou as designá-las como
contravenções. Não tinham a mesma censura ética e social que tinha um crime. Uma infração ou um ilícito típico
cuja censura ética e social não era tão grave como uma infração de natureza criminal. Foi isto que importamos para
os nossos códigos penais de 1852 e 1886 que antecederam o atual de 1982, que o mesmo ano do RGCO (1982).

 Tínhamos antigamente um ordenamento jurídico muito menos complexo, o estado não chegava a tantas áreas como
chega hoje e tudo passava pelos tribunais. Tudo que eram infrações quer de natureza penal, quer as chamadas
bagatelas ou infrações de polícia que passamos a designar de contravenções cabia aos tribunais, justamente porque
os ordenamentos eram menos complexos.

 Mais tarde em 1952, é aprovada a lei das contraordenações na Alemanha, e essa lei das contraordenações começa a
revogar paulatinamente as contravenções. As contravenções foram revogadas e convertidas em contraordenações.
Infrações que até então eram consideradas de natureza judicial passaram a ter uma natureza administrativa. Em
primeira linha deixou de ser o tribunal a apreciar a causa, a infração, o ilícito e passaram a ser as autoridades
administrativas que passaram a apreciar. Exemplo aqui em PT as Câmaras municipais em questões de obras ou
licenciamentos de estabelecimentos, ou questões de ruídos. Ou então o caso a ANSR para os casos de direito
rodoviário. Ou a PSP para questões de segurança privada ou armas explosivas. Deixamos de ter ilícitos de natureza
judicial que foram convertidos em ilícitos de natureza administrativa

 Em 1969 foram revogadas as últimas contravenções na Alemanha e passaram a vigorar as contraordenações. Nos
fins dos anos 60 deixaram de existir as contravenções e passaram a existir só as contraordenações. Passaram a existir
dois regimes na Alemanha, os ilícitos mais graves, com maior censura ética, social, moral, etc. – OS CRIMES – e as
CONTRAORDENAÇÕES.

 Em Portugal inspirou-se nessa mudança alemã nos pós 25 de Abril. Anteriormente o recurso ao tribunal era banal,
porque tudo passava pelo tribunal. Havia uma banalização do direito penal. E também porque vínhamos de um regime
autoritário e era necessário mudar a imagem das forças policiais. Nos pós 25 de Abril 1974, foi ano marcante com
vários marcos estruturantes para a democracia, houve a necessidade de reconfigurar a imagem da justiça. Houve um
esforço enorme para descriminalizar alguns comportamentos, mas também retirar aos tribunais aquilo que não tivesse
dignidade para ser tratado no tribunal e ter uma natureza administrativa. Passamos de um modelo que tudo passava
pelos tribunais quer infrações mais graves (crimes) quer bagatelas que na altura designávamos as infrações de polícia
designadas de contravenções. Tinham de fazer alguns trabalhos/mudanças:

 Movimento de Descriminalização – comportamentos que deixaram de ser crimes


 Mudar a imagem da justiça para com os cidadãos
 Contrariar a banalização do direito penal para que esse aparecesse como último ratio/razão. Só em
situações extremas deveriam recorrer ao direito penal. E isso tudo impunha a criação de um novo
regime jurídico, o chamado Regime Geral do ilícito de mera ordenação social.

 Um dos marcos foi a entrada em vigor do CP, o atual código em vigor, apesar de reformas. Em 1982
foi aprovado o atual RGCO. Até 2006, PT também manteve as contravenções e as contraordenações.
O 1º RGCO é de 1979 – RGCO n.º 232/79 de 24 julho, mas teve pouco em vigor e 3 anos mais tarde
entrou em vigor o atual – 433/82 de 27 Outubro.
 Desde 79 para cá houve um caminho de conversão das contravenções que tinham ilícitos de natureza
judicial com sanção pecuniária (Multa) (que não era convertível em pena privativa da liberdade) e
na altura ficava no registo criminal em contraordenações.
DIVISÃO RGCO:

 Art 1- 32 – Parte 1 - Direito material – direito substantivo


 Art 33 e ss – Parte 2 - Direito formal - processo

PRINCÍPIOS DO DIREITO DAS CONTRAORDENAÇÕES

CRP: Geralmente os que aplicam ao direito criminal tem aplicação no direito das contraordenações, porque é subsidiário

 Art 32/10 CRP – direito de audiência e defesa


 Art 165/1/d – competência legislativa/ quem está autorizado a legislar em relação as contraordenações, salvo
autorização ao Governo
 Art 282/3 – efeitos da declaração de inconstitucionalidade

RGCO
 Princípio da legalidade – art 2 + 43 RGCO

 Aparece duas vezes no RGCO porque o RGCO tem duas naturezas. Na parte 1 não é mesma coisa
na parte 2. por força do princípio da legalidade, só é crime o que a lei tipifica como tal.
 ART 1 - No RGCO é igual ao Direito Penal. Ninguém pode ser punido no âmbito do direito
contraordenacional se não houver uma previsão legal que aquele comportamento é considerado
crime. No direito criminal – ninguém pode ser condenado a um crime, tem de haver na lei uma
previsão para que a pessoa seja punida. Nullum crimen, nulla poena, sine lege.

 ART 43 - Nas contraordenações aplica-se o mesmo que no princípio da legalidade no processo penal.
A ideia de que o MP está vinculado independentemente quem seja o agente do crime, o MP tem a
legitimidade de promover a ação penal. Nas contraordenações onde se lê MP deve se ler autoridade
administrativa.

 Princípio direito de defesa e audição – art 32/10 CRP

 Art 32/10 CRP + art 50 RGCO


 Significa que ao arguido é sempre facultado a possibilidade de ser ouvido, ou seja, antes de ser
aplicada a pena/ coima ou de sanção acessória, a este é concedido um prazo razoável (15 dias úteis)
para se pronunciar sobre a contraordenação que lhe é imputada e sobre a sanção ou sanções a que
incorre

 Princípio do direito do recurso aos tribunais


 Art 20 CRP + 55º (recurso) + 59º RGCO.

 Princípio da não retroatividade


 Art 29 CRP + 3º/1 RGCO
 A punição da contra-ordenação é determinada pela lei vigente no momento da prática

 Princípio da lei mais favorável


 Art 3º/2 RGCO
 Se existir uma lei mais favorável

 Princípio da aplicação no espaço


 Art 4º RGCO – praticadas em território portugues independentemente da nacionalidade do agente e
a bordo de aeronaves ou navios portugueses
 Princípio do direito subsidiário
 Art 32 + 41 RGCO – havendo lacunas ou vazio de resposta na parte I vamos as normas do Código
penal

conformam e aceitam a
decisão , pagam e não
resmungam

conformam com a decisão


mas fazem tudo para que
1º são notificados
não seja aplicada a sanção
acessória

não conformam com nada e


fazem uma defesa para AA - se AA mantiver a decisão recurso - art 59
art 55

DEFINIÇÃO CONTRAORDENAÇÕES:

 É um ramo do direito público

 de carater punitivo ou sancionatório

 com incidência externa (externa permite distinguir do direito disciplinar que é intrínseco a relação
hierárquica)

 situado entre

 o direito administrativo - constitui a matriz do ilícito e de parte do processo de


contraordenação (há pontos comuns

 e o direito penal – porque é daqui que importa alguns princípios, regras de imputação e
garantias de defesa

Regime geral das contraordenações (RGCO) = regime geral do ilícito de mera ordenação social (RGIMOS)
DIREITO DAS CONTRAORDENAÇÕES É DIFERENTE DE REGIME GERAL DAS CONTRA-ORDENAÇÕES
Direito das contraordenações é um universo composto pelo regime geral das contraordenações (RGCO) + regimes especiais
(exemplo código da estrada, setor das comunicações…) + os articulados constitucionais (CRP) relevantes no âmbito das
contra-ordenações.
FAZER UM PARALELISMO ENTRE O DIREITO PENAL E RGCO:
Conseguimos dividir o direito criminal em 3 grandes universos:
 direito penal formal – processual -versa sobre a forma e várias fases do processo - CPP

 direito penal material – CP

 parte geral código penal – princípios, conceitos, etc. - Vertido no CP. Art.º 1- 130

 direito penal especial - catálogo de tipos legais de crimes. Comportamentos humanos que legislador entende que
considerados crimes. Vertido no CP – Art 132º e ss

Se quisermos fazer o paralelismo temos de pensar o seguinte. Situar estes 3 universos no direito das contraordenações:
 Direito processual penal = corresponde parte 2 do RGCO
 Parte Geral Direito Penal (1-130) = corresponde parte 1 RGCO
 Parte especial = não há parte especial de contraordenações, mas um conjunto imenso de regimes especiais
 Parte 1 – Direito Material
 Parte 2 – Direito Formal
 REGIMES ESPECIAIS - Nas contraordenações não vamos encontrar nenhuma parte especial porque
na verdade a parte especial são os vários regimes especiais que existem. Área da concorrência, do
setor energético, do setor das comunicações, código das estradas.

QUAL A NATUREZA DA RGCO?


Tem duas naturezas, porque tem parte 1 e 2.
Parte 1 – Parte Material

 trata
Parte 2 – Parte Formal

 trata das várias fases do processo

COMPETÊNCIA LEGISLATIVA
O direito de mera ordenação social tem consagração constitucional o art 165º, n.º 1, al. d) da CRP que dita que a competência
legislativa cabe a Assembleia da República, nas matérias de “regime de punição de infrações disciplinares, bem como dos
atos ilícitos de mera ordenação social e do respetivo processo.

VISUALIZAÇÃO DO DIREITO DAS CONTRAORDENAÇÕES:


Em termos amplos pensamos um prato que é a constituição, que é a base de tudo
Depois temos um regime geral que é um vaso
Desse vaso saem centenas de galhos/troncos que correspondem aos regimes especiais
REGIMES
ESPECIAIS

REGIME
GERAL

CONSTITUIÇÃO CRP

DIFERENÇA ENTRE CONTRAVENÇÃO/CRIME/CONTRAORDENAÇÃO

Para além do comportamento violador de normas que é considerado crime, também existem outros comportamentos
violadores da lei a que é dada menor relevância por serem considerados menos graves: as contraordenações, puníveis com
coimas e processadas em entidades administrativas com recurso para os Tribunais. Anteriormente o mesmo tipo de condutas
era punido como contravenção ou transgressão, processadas nos Tribunais.
Uma contraordenação é uma infração punível com uma sanção pecuniária denominada coima, que não é convertível em
prisão.
São em número bastante expressivo, em virtude de terem vindo a substituir as contravenções (p. ex., no domínio rodoviário
— Código da Estrada). A sua punibilidade verifica-se a título doloso e por negligência.
A competência para o seu processamento cabe a diversas entidades administrativas, que procedem à instrução do processo e
à aplicação da coima (e, eventualmente, de sanção acessória).
Os Tribunais são competentes para apreciar os recursos das decisões das entidades administrativas que aplicam as coimas.
Uma contravenção era uma infração punível com uma sanção pecuniária denominada multa, que não era convertível em
prisão. A competência para o seu processamento cabia aos tribunais, e não a entidades administrativas. Porém, todas as
contravenções e as transgressões foram, entretanto, substituídas por contraordenações.

DIFERENÇAS ENTRES CRIME E CONTRAORDENAÇÃO:

CRIME CONTARORDENAÇÃO
Administrativa – porque são AA que vão
promover a parte processual (a instrução,
acusação)
NATUREZA Judicial -
Há uma fase judicial - que é a fase de recurso
ou impugnação judicial. Mas só numa fase
posterior
SANÇÃO PRINCIPAL Pena multa+ pena prisão coima
Menor censura social e menor estima ético e
Censura ética – culpa social
Advertência social
Sanção pecuniária – convertível em pena de
Multa – convertível em pena prisão
prisão
Ilícito
Censurável
Típico (preencha um tipo legal/tipificado na
ESTRUTURA
lei)
Comine (consequência) numa coima
 NOTA – A contravenção tinha como sanção pecuniária MULTA, mas esta também não era convertível em pena de prisão

MODALIDADES DE SANÇÕES CONTRAORDENACIONAIS?

 coima
 admoestação (pena que pode substituir a coima, em casos de menos gravidade)
 trabalho em favor da comunidade (a requerimento do próprio acusado)

SE TIVESSE DE REDIGIR UMA IMPUGNAÇÃO COMO É QUE O REDIGIA?

Se no direito criminal temos 2 penas principais (multa e prisão) no direito contraordenacional temos como pena principal a
coima.

Contra-ordenação  De acordo com o art. 1.° do Dec.-Lei n.º 433/82, de 27 de Outubro, atualizado mais recentemente pela
Lei n.° 109/2001, de 24 de Dezembro, constitui contra-ordenação todo o facto ilícito e censurável que preencha um tipo legal
no qual se comine uma coima.
O referido DL n.° 433/82 contém o regime geral do ilícito de mera ordenação social.

O QUE É O ILICITO DE MERA ORDENAÇÃO SOCIAL?

 Trata-se de uma categoria de infrações que apesar de integrar o domínio do direito sancionatório público, tem
natureza diversa da do direito penal.

 As contra-ordenações surgiram na Alemanha nos anos 40 e tinham como objetivo circunscrever o direito penal aos
comportamentos que de modo mais grave atentavam contra os valores fundamentais da vida em sociedade.
 Traduz-se numa infração que atenta contra uma certa organização social, relevante para o normal funcionamento da
vida comunitária e que apenas de um modo remoto protege os valores fundamentais. Por exemplo: no âmbito da
circulação rodoviária é irrelevante do ponto vista ético se se conduz pela direita ou pela esquerda, mas é importante
para proteger a integridade das pessoas que existam regras de circulação pré-definidas que determinam de que lado
da via se deve circular.

 Tem como sanção principal a coima.

 O regime geral do ilícito da mera ordenação social encontra-se do Decreto-lei n.º 433/82 de 27 de Outubro alterado
recentemente pela Lei n.º 109/2001 de 24 Dezembro, existindo concomitantemente regimes de determinadas
categorias de contra-ordenações.

O QUE É UMA SANÇÃO?


É uma consequência jurídica da infração. Sendo a coercibilidade uma característica essencial do direito, a inobservância da
norma jurídica acarreta, tendencialmente, a aplicabilidade de uma sanção. Sanção jurídica é, pois, a consequência
desfavorável que recai sobre aquele que infringiu a norma jurídica.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE A MULTA E A COIMA?


A coima:

 decorre de uma contraordenação que sanciona infrações menos graves


 esta pode ser aplicada por uma entidade administrativa, como Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária ou a
Autoridade Tributária
 é uma sanção pecuniária nunca convertível em pena de prisão ou nunca implicar a privação da liberdade
 o consumidor não pagar a coima e outras custas, o processo de contraordenação passará para o tribunal
A multa:

 tem uma natureza criminal sendo mais grave em comparação com a coima
 a decisão de aplicação cabe ao tribunal
 nos termos do art. 49. °, C.P., o não pagamento da pena de multa implica o cumprimento de prisão.

O ILICITO DE MERA ORDENAÇÃO SOCIAL CONSTITUI UMA INFRAÇÃO PENAL?


Não. O ilícito de mera ordenação social não constitui infração penal. Tem como sanção principal a coima, que é de natureza
pecuniária e nunca é convertível em pena de prisão. O seu não pagamento pelo contrário dá origem ao respetivo processo
executivo. ART 89 DECRETO-LEI 433/82 27 DE OUTUBRO

DIFERENÇA DA REGRA GERAL DA PUNIBILIDADE DA TENTATIVA ENTRE MATÉRIA CRIME E


CONTRAORDENACIONAL
Na matéria crime a tentativa é punível para crimes que a moldura penal seja superior que 3 anos ou nos casos que seja
expressamente determinada por lei.
Na matéria contraordenacional só se aplica a punibilidade da tentativa nos casos expressamente determinados por lei

DISTINGUIR CÚMULO MATERIAL DE CÚMULO JURIDICO

EXPLICAR O CÚMULO JURIDICO


DIFERENÇA ENTRE A PRESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO E A PRESCRIÇÃO DA COIMA? – ART 27º VS
ART 29º
A prescrição do procedimento está ligada a promoção da ação contraordenacional, ao arranque do processo.
A prescrição da coima se dá quando já encerrou o procedimento e já haja uma decisão condenatória e já haja uma coima a
pagar.

É OBRIGATÓRIO A CONSTITUIÇÃO DE DEFENSOR DURANTE O PROCESSO CONTRAORDENACIONAL


 Em regra, não. Em todo o processo não é obrigatório a constituição de defensor, exceto na fase de recurso ou quando
decide recorrer da decisão da primeira instância.
 Quando fazemos a defesa perante a AA ou o requerimento ou impugnamos judicialmente não
precisamos de advogado, mas quando se recorre da decisão da 1 instância (recurso ordinário) é
obrigatório a constituição de defensor.
 No processo penal, o recurso da decisão da primeira instância. No caso dos recursos ordinários e extraiordinários é
obrigatório a constituição de defensor.

QUAL A FINALIDADE DA INSTITUIÇÃO DO ILÍCITO DA MERA ORDENAÇÃO SOCIAL?


A instituição do ilícito de mera ordenação social tem por finalidade a prevenção de condutas que atentam contra uma
determinada organização da vida social, condição da proteção de valores fundamentais. Trata-se, porém, de uma proteção
remota (distanciada de uma efetiva e grave lesão de valores fundamentais), por via da imposição de regras de funcionamento
social que não visam, em primeira linha, evitar condutas que afetam diretamente bens jurídicos fundamentais.

FALE SOBRE O RECURSO DA 1ª INSTÂNCIA

 É possível o arguido recorrer da decisão da 1ª instância


 Contudo por força do art 64/1 CPP é obrigatório defensor, por força do art 41 RGCO que dita que aplica-se
subsidiariamente o CPP em caso de vazio ou lacunas. Como o RGCO não fala sobre a questão da obrigatoriedade
da nomeação de defensor em caso de recurso para a 2ª instância.
 Não é em todos os casos – o RGCO estabelece limites, nomeadamente em função do valor da coima, se há sanções
acessórias
 O recurso é para a relação
 No prazo de 10 dias
 O tribunal de 2ª instância só apreciará matérias de direito
 E da decisão na cabe recurso

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ARTIGOS IMPORTANTES PARA ORAL

PARTE 1 – ARTIGO 1º - 33º - Direito Material/substantiva


1. DÊ A NOÇÃO DE CONTRA-ORDENAÇÃO
Contraordenação é todo

 Fato ilícito
 Censurável
 Que preencha um tipo legal
 Na qual se comine uma coima

2. EXPLIQUE O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE


Segundo o artº 2º, o princípio da legalidade determina que só será punido como contra-ordenação o facto descrito e declarado
passível de coima por lei anterior ao momento da sua prática.
Do princípio da legalidade resulta que a lei incriminadora não admite interpretação extensiva e nem as suas lacunas podem
ser supridas com recurso a analogia, como em outros ramos do direito.
Consagra-se também aqui o princípio da não retroatividade
Consiste numa garantia do cidadão perante o poder punitivo do estado.

3. EXPLIQUE O PRINCÍPIO DA NÃO RETROATIVIDADE E DA LEI MAIS FAVORÁVEL

Princípio da não retroatividade


a. Art 29 CRP + 3º/1 RGCO
i. A punição da contraordenação é determinada pela lei vigente no momento da prática

Princípio da lei mais favorável


b. Art 3º/2 RGCO
i. Se existir uma lei mais favorável

4. PRINCÍPIO DA APLICAÇÃO NO ESPAÇO

Princípio da aplicação no espaço


a. Art 4º RGCO – praticadas em território portugues independentemente da nacionalidade do agente e a bordo
de aeronaves ou navios portugueses

5. EM TERMOS DE RESPONSABILIDADE AS COIMAS SE APLICAM A QUEM - ART 7.º


a. as pessoas singulares
b. pessoas coletivas
c. associações sem personalidade jurídica

6. FALE SOBRE O DOLO E A NEGLIGÊNCIA – ART 8º

 Só é punível o fato praticado com dolo nos casos previstos na lei


 Os fatos só são puníveis por negligencia quando estiver especialmente previsto na lei
7. FALE SOBRE O ERRO SOBRE A ILICITUDE – ART 9º
Causas de exclusão de ilicitude.
Alguém que vê que outra pessoa está a perder sangue e leva essa pessoa ao hospital em excesso de velocidade. Apesar
de cometer uma infração, esta pode ser uma causa de exclusão de ilicitude. Demonstram que há um bem jurídico que é a
vida que deve ser preservada. – remissão art 31 e ss.

8. INIMPUTABILIDADE EM RAZÃO DA IDADE – ART 10º


São inimputáveis em razão da idade os menores de 16 anos

9. INIMPUTABILIDADE EM RAZÃO DE ANOMALIA PSÍQUICA – ART 11º

 Aquele que é incapaz no momento da prática do fato de avaliar a ilicitude deste.


 A imputabilidade não é excluída quando a anomalia psíquica tiver sido provocada pelo próprio agente

10. TENTATIVA E PUNIBILIDADE – ART 12º + 13º

 Há tentativa quando o agente pratica atos de execução de uma contraordenação que decidiu cometer, mas que
não chega a consumar-se.

 A tentativa só é punível nos casos que a lei expressamente determinar

 A tentativa é punível com a coima que seria aplicada no caso de haver consumação, mas nestes casos a coima a
aplicar é especialmente atenuada.

11. DETERMINAÇÃO DA MEDIDA DA COIMA – ART 18º - Art 70º/71º CP

 A determinação da medida da coima faz-se me função da gravidade da contraordenação, da culpa, da situação


económica do agente e do benefício económico que retirou da prática da contraordenação.
o Se retirou benefício económico superior ao limite máximo da coima
 Pode elevar-se até ao montante do benefício sem nunca ultrapassar 1/3 do limite máximo legalmente
estabelecido.
o Se houver atenuação da punição
 Limite máximo e mínimo são reduzidos pela metade

 Refere-se a estrutura acidental (diferente da estrutura essencial no art.º 1 – típico, ilícito, censurável, comine em
coima)
 A estrutura acidental vai determinar se aplica uma sanção pelo mínimo, máximo ou médio.

12. CÚMULO JURIDICO - CONCURSO DE CONTRAORDENAÇÕES – ART 19º

 O concurso de contra-ordenações refere-se a quem tenha praticado várias contraordenações. Cometeu mais que uma
infração.

 Neste caso aplica-se o cúmulo jurídico ou regra do concurso. Temos duas hipóteses:
o CÚMULO MATERIAL – quando o regime especial determina a regra aplicável aplica-se o que o regime
especial disser. Quando está previsto na lei.

o CÚMULO JURIDICO PREVISTO RGCO – quando o regime jurídico nada disser – art 19º RGCO

Exemplo:
António praticou quatro contraordenações (CO), cujas molduras e sanções concretamente aplicadas às infrações em concurso
são as seguintes:
1. CO1, punível com coima entre € 100 e € 500, tendo sido aplicada a coima de € 100;
2. CO2, punível com coima entre € 200 e € 500, tendo sido aplicada a coima de € 200;
3. CO3, punível com coima entre € 500 e € 1000, tendo sido aplicada a coima de € 800;
4. CO4, punível com coima entre € 500 e € 1000, tendo sido aplicada a coima de € 1000.
a. Caso se trate de infrações ao Código da Estrada, que estabelece no n.º 3 do art. 134.º que “as sanções aplicadas são
sempre cumuladas materialmente”, qual o valor da/s coima/s que vai ser suportado pelo arguido?
Cúmulo material – instrutor determina o valor que achar melhor para cada infração e se for aplicável o cúmulo material soma-
se todos.
100 + 200 + 800 + 1000 = 2100
b. Caso o regime contraordenacional que, em concreto, prevê e pune as contraordenações não estabeleça nenhuma
disposição relativa à punição do concurso de contraordenações, como se processa a sua punição e qual a moldura da
coima a aplicar?
Se não estabelecer nada em contrário aplica-se o RGCO (art. 19.º): cúmulo jurídico e será punido com uma coima única.

Art 19º/1 – RGCO  “é punida com coima cujo limite máximo resulta da soma das coimas concretamente aplicadas as
infrações em concurso”
Limite máximo = 100+200+800+1000 = 2100 – soma das coimas concretamente aplicadas

Art. 19º/2  Mas não pode exceder o dobro do limite máximo mais elevado das contraordenações em concurso.
O máximo aplicado foi 1000. O dobro são 2000. Logo já não poderia ser 2100, mas sim limite máximo 2000.

Art 19/3  a coima a aplicar não pode ser inferior a mais elevada das coimas concretamente aplicadas.
E o limite mínimo não pode ser inferior a € 1000.

Logo a Coima determinada situa-se entre € 1000 e € 2000.

CONCURSO DE INFRAÇÕES – ART 20º


Se o mesmo fato constituir simultaneamente crime e contraordenação
 O agente é punido a título de crime
 Sem prejuízo da aplicação de sanções acessórias previstas para as CO

SANÇÕES ACESSÓRIAS – ART 21º


Podem ser aplicadas sanções acessórias em simultâneo com a coima, em função da gravidade e da culpa do agente:
 Perda de bens/objetos – são declarados perdidos os objetos ou bens que serviram ou estavam destinados a servir para
a prática de uma contraordenação…quando estes objetos representem, pela natureza ou pelas circunstâncias do caso,
grave perigo para a comunidade ou existe sério risco da utilização da mesma para a prática de um crime ou outra
contraordenação. (exemplo vendas de produtos contrafeitos)
 Interdição do exercício de profissões
 Privação do direito a subsídio ou benefício outorgado pelas entidades públicas
 Privação do direito de participar em feiras ou mercados
 Privação do direito de participar em concursos públicos
 Encerramento de estabelecimento cujo funcionamento esteja sujeito a licença, autorização da AA
 Suspensão de autorizações ou alvarás ou licenças

 A Interdição do exercício de profissões e suspensão de autorizações ou alvarás ou licenças têm a duração máxima de
2 anos
 A lei pode terminar alguns casos em que seja necessário dar publicidade a essa punição

PRESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO – ART 27º


Extingue-se por efeito da prescrição logo que sobre a prática da contraordenação hajam decorridos os seguintes prazos:

 5 anos – contraordenação cuja coima seja >= 49.879,79


 3 anos - contraordenação cuja coima seja >= 2.493.99 e <= 49.879,79
 1 ano – restantes casos

PRESCRIÇÃO DA COIMA – ART 29º


Prescrevem nos seguintes prazos:

 3 anos - coima seja > 3.740,98


 1 ano – restantes casos

DIREITO SUBSIDIÁRIO – ART 32º


 Princípio do direito subsidiário
 Art 32 + 41 RGCO – havendo lacunas ou vazio de resposta na parte I vamos as normas do Código
penal

 O direito penal (parte 1) e processual penal (parte 2) constituem ramos do direito subsidiário do direito
contraordenacional.

 Quando há um vazio e não encontramos soluções adequadas é no direito penal que vamos procurar.

PARTE 2 – ARTIGOS 33º - 96º - Direito formal/adjetivo/instrumental/processual

CAPÍTULO I - COMPETÊNCIA
REGRA DA COMPETÊNCIA DAS AUTORIDADES ADMINISTRATIVAS – ART 33º
O processamento das contraordenações e a aplicação das coimas e das sanções acessórias
 Da competência das AUTORIDADES ADMINISTRATIVAS - AA
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA – ART 34º
N.º 1  pertence as autoridades determinadas pela lei que prevê e sanciona as contraordenações. Ver o que o regime especial
diz em razão da competência.
N.º 2  No silêncio, são competentes os serviços designados pelo membro do Governo responsável pela tutela dos interesses
que a contraordenação visa defender ou promover
 os dirigentes dos serviços que forem designados pelo membro do Governo podem delegá-los, nos termos gerais,
nos dirigentes do grau hierarquicamente inferior. A defesa é dirigida a entidade máxima, mas ele delega a outra pessoa que
tenha funções nesta área. (NOTA: Na impugnação judicial (é para o juiz)

COMPETÊNCIA TERRITÓRIAL – ART 35º


É territorialmente competente a AA concelhia em cuja circunscrição tiver consumada a infração, ou executado o último ato
de execução. AA se existir naquele distrito ou cidade ficará encarregue de instruir o processo e aplicar as coimas.

AUTORIDADE COMPETENTES EM PROCESO CRIMINAL – ART 38


Quando haja concurso de crimes ou de contraordenações ou quando a pessoa deva responder a título de crime e outra a título
de contraordenação  o processamento da contraordenação cabe as autoridades competentes para o processo criminal.
Se estiver um processo pendente na AA  os autos devem ser remetidos a autoridade competente
Se o MP arquivar o processo, mas entender que subsiste a responsabilidade pela contraordenação  remeterá o processo a
AA competente
(Princípio da suficiência – art 7 CPP – questões não penais resolvidos no direito penal. É autossuficiente e autónomo, não
deve depender processualmente de nenhuma outra, podendo todas as questões que nele se revelem concretamente implicadas
serem nele resolvidas)
COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL – ART 39
No caso de haver concurso de crimes ou de contraordenações ou quando a pessoa deva responder a título de crime e outra a
título de contraordenação  a aplicação da coima ou das sanções acessórias compete ao juiz competente para o julgamento
do crime

ENVIO DO PROCESSO AO MP – ART 40


A AA competente remete o processo ao MP sempre que considere que a infração constitui um crime
Se o MP considerar que não há lugar para responsabilidade criminal devolve o processo a mesma AA

CAPÍTULO II – PRINCÍPIOS E DISPOSIÇÕES GERAIS

DIREITO SUBSIDIÁRIO – ART 41º


 Princípio do direito subsidiário
 Art 32 + 41 RGCO – havendo lacunas ou vazio de resposta na parte II, são aplicadas com as devidas
adaptações os preceitos reguladores no processo criminal. Vamos as normas do Código Processo
Penal

 O direito penal (parte 1) e processual penal (parte 2) constituem ramos do direito subsidiário do direito
contraordenacional.

 Quando há um vazio e não encontramos soluções adequadas é no direito processual penal que vamos procurar.
MEIOS DE COAÇÃO – ART 42
Não é permitida

 a prisão preventiva
 nem a intromissão na correspondência
 nem a intromissão nos meios de telecomunicação
 nem utilização de provas que impliquem a violação do segredo profissional
provas que colidam com a reserva da visa privada, como exames corporais e prova de sangue  só são admitidas mediante
o consentimento de quem de direito.

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE – ART 43


O processo das contraordenações obedece ao princípio da legalidade.
Nas contraordenações aplica-se o mesmo que no princípio da legalidade no processo penal. A ideia de que o MP está
vinculado independentemente quem seja o agente do crime, o MP tem a legitimidade de promover a ação penal. Nas
contraordenações onde se lê MP deve se ler autoridade administrativa.

TESTEMUNHAS - ART 44
As testemunhas não são ajuramentadas

COMUNICAÇÃO DAS DECISÕES – ART 46


Todas as DECISÕES + DESPACHOS + MEDIDAS tomadas pela AA  devem ser comunicadas as pessoas a que se dirigem.
Devem ser notificados que são arguidos num processo de contraordenação.
Se for uma medida que admita IMPUGNAÇÃO SUJEITA A PRAZO  a comunicação será por forma de NOTIFICAÇÃO
e deve conter todos os esclarecimentos necessários sobre a admissibilidade, prazo e forma de impugnação.

NOTIFICAÇÃO – ART 47
A notificação é

 dirigida ao arguido
o e comunicado ao seu representante legal quando exista
 dirigida ao defensor escolhido cuja nomeação esteja no processo ou defensor nomeado~
o é informado o arguido através da copia da decisão ou despacho
caso a notificação seja dirigida a várias pessoas o prazo só começa a contar  quando a última pessoa tiver sido notificada.

CAPÍTULO III – APLICAÇÃO DA COIMA PELAS AA

DA POLÍCIA E DOS AGENTES DE FISCALIZAÇÃO – ART 48


 as autoridades policiais = pode ser PSP e agentes de fiscalização = podem ser fiscais da Câmara

 as autoridades policiais e agentes de fiscalização devem tomar conta de todos os eventos e circunstâncias
suscetíveis de implicar a responsabilidade contraordenacional – registar o auto

 e tomar as devidas providencias para impedir o desaparecimento de provas.


 As autoridades policiais e os agentes de fiscalização têm os mesmos direitos e deveres aos que têm em matéria
criminal

 As autoridades policiais e os agentes de fiscalização devem remeter as AA competentes a participação e as provas


recolhidas

APREENSÃO DE OBJETOS – ART 48-A


 Os objetos que serviram ou estavam destinadas a prática da contraordenação são provisoriamente apreendidos pela
AA e quaisquer objetos que forem suscetíveis de servirem de prova

 Quando se tornarem desnecessários para efeitos de prova os objetos são restituídos – a menos que a AA os declare
como perdidos

 Em qualquer caso os objetos são restituídos logo que a decisão condenatória se torne definitiva – a menos que a
AA os declare como perdidos.

IDENTIFICAÇÃO PELAS AA E POLICIAIS – ART 49


 Estes podem exigir ao agente de uma contraordenação e respetiva identificação

DIREITO DE AUDIÇÃO E DEFESA DO ARGUIDO – ART 50


 Não é permitida
 Aplicação de coima ou sanção acessória sem ter dado ao arguido a possibilidade de se defender, ou
seja, de num prazo razoável (15 dias) de se pronunciar sobre a contraordenação que lhe é imputado
e a sanção que lhe incorre.

ADMOESTAÇÃO/ARQUIVAMENTO COM DISPENSA DE PENA – ART 51


 PRESSUPOSTOS: reduzida gravidade da infração e reduzida culpa do agente e justificar
 Pode a entidade competente militar-se a proferir uma admoestação
 Na prática esta deve ser por escrito
 E não pode o facto voltar a ser apreciado como contraordenação – está o princípio de NON
BIS IN IDEM – não pode o agente ser punido duas vezes pelo mesmo fato.

DO DEFENSOR - ART 53

 O arguido da contraordenação tem direito de se fazer acompanhar de ADVOGADO


 Escolhido em qualquer fase do processo.
 NOTA ATENÇÃO: Temos dois recursos.
 Um recurso da decisão da AA para o tribunal – nesta fase não é obrigatória a constituição
de defensor
 Um recurso da decisão do juiz da primeira instância para tribunal da relação – nesta fase já
é OBRIGATÓRIA a constituição de defensor, porque o direito processual penal,
subsidiário na parte II deste presente diploma (RGCO) – art 64/1/e CPP
 Não é obrigatório a constituição de assistente. Só é obrigatório na fase de recorrer a decisão da
primeira instância, no recurso ordinário. No recurso

 Se não tiver defensor e as circunstâncias se revelarem necessárias a assistência de um defensor  a AA pode


nomear um defensor oficiosamente ou a requerimento deste.

DA INICIATIVA E DA INSTRUÇÃO – ART 54

 O processo inicia oficiosamente:


 Mediante participação das autoridades policiais ou agentes de fiscalização (iniciativa própria)
 Mediante denúncia particular (denúncia)

 A AA procede a investigação e instrução do processo, pelo que quando findar:


 Arquivará o processo – se nada resultar da investigação
 Aplicará uma coima – se for provada a culpa

 As AA podem confiar a investigação e instrução (no todo ou em parte) as autoridades policiais


 Podem também solicitar apoio de outras autoridades ou serviços públicos (EXEMPLO
Colaboração entre a ANSR e PSP e GNR)

RECURSO DAS MEDIDAS DA AA - ART 55

 As decisões, despachos e demais medidas tomadas pela AA  são suscetíveis de impugnação judicial
 O tribunal competente, de acordo com o art 61 é o tribunal em cuja área territorial onde se
consumou a infração

CAPÍTULO IV – RECURSO E PROCESSOS JUDICIAIS – ART 59

FORMA E PRAZO – ART 59

 A decisão da AA é suscetível de impugnação judicial


 O recurso pode ser interposto pelo arguido ou seu defensor
 O recurso é feito por escrito e deve conter:
 A quem dirigem (Exmo. juiz direito…)
 N.º Processo
 Dados do arguido
 Fatos que é acusado
 Alegações (fundamentação)
 Conclusões
 Pedido
 Data
 Assinatura
 Elementos probatórios
 No prazo de 20 dias ÚTEIS após o conhecimento do arguido

NOTA: Como o processo está na AA a impugnação É APRESENTADO NA AA. Mas não vai dirigida ao
presidente da AA, mas sim ao juiz de direito. Esta tem a obrigação de fazer chegar ao tribunal competente.

CONTAGEM DO PRAZO PARA IMPUGNAÇÃO – ART 60º

 O prazo suspende-se nos fins de semana e nos feriados


 Se o termo do prazo para apresentar o recurso calhar num dia que não for possível a apresentação do recurso
transfere-se para o 1º dia útil seguinte

TRIBUNAL COMPETENTE – ART 61

 É competente o tribunal na área territorial onde se tenha consumado a infração


 Se não consumou  no tribunal em cuja área tiver sido praticado o último ato de execução
 Em caso de punibilidade de tentativa ou de atos preparatórios  o tribunal da área onde se preparou o último ato.

ENVIO DOS AUTOS AO MP – ART 62

 A AA ao receber a impugnação junta ao processo e deve enviá-lo ao Tribunal/ MP


 No prazo de 5 DIAS
 O MP envia os autos ao juiz, valendo esta acusação da AA como acusação
 Mas antes de enviá-lo pode apreciar a decisão e decidir revogar a decisão da aplicação da coima

NÃO ACEITAÇÃO DO RECURSO – ART 63

 O juiz pode recusar o recurso


 Se não cumprir os requisitos legais de forma
 For apresentada fora de prazo

DECISÃO POR DESPACHO JUDICIAL – ART 64

 O juiz pode decidir:


 Mediante audiência de julgamento
 Mediante despacho judicial
 Só será mediante simples despacho se o juiz considerar que não é necessária a audiência de
julgamento e o arguido ou o MP não se opuser. O despacho pode:
o Ordenar arquivamento do processo
o Absolver o arguido – neste caso o juiz deve indicar porque não considera provados
os fatos ou porque não constituem contra-ordenação
o Manter ou Alterar a condenação – neste caso o juiz deve fundamentar a sua
decisão
RETIRADA DA ACUSAÇÃO – ART 65-A

Pode a todo o tempo e até a sentença da 1ª instância ou até ser proferido o despacho  pode o MP com o acordo do
arguido  e depois do MP ouvir as AA competentes, se considerar que é indispensável para a decisão  retirar a acusação

PARTICIPAÇÃO DO ARGUIDO NA AUDIÊNCIA – ART 67

 O arguido não é obrigado a comparecer na audiência, a menos que o juiz considere necessária a sua presença para
algum esclarecimento
 Se não for exigida a presença, o arguido pode fazer-se representar por um advogado com
procuração escrita

AUSÊNCIA DO ARGUIDO – ART 68

 Se o arguido não comparecer e não fizer representar por advogado  tomarão por declarações as colhidas no
processo ou ainda pode se registar que ele nunca se pronunciou sobre a matéria dos autos, se foi-lhe dada a
oportunidade de o fazer
 Ou se for importante a presença do arguido o juiz pode marcar uma nova audiência.

PROVA – ART 72

 Compete ao MP promover a prova de todos os fatos que considere relevantes para a decisão

DECISÕES JUDICIAIS QUE ADMITEM RECURSO – ART 73

 Pode se recorrer da sentença da 1 instância para o tribunal da relação


 For aplicada uma coima superior a 249,40
 Condenação do arguido abranger sanções acessórias
 Se o tribunal rejeitar a impugnação judicial
 Processo for arquivado ou o arguido for absolvido em processos que a AA aplicou coima superior
a 249,40
 Quando se afigure manifestamente necessário para a melhoria da aplicação do direito

REGIME DO RECURSO – ART 74

 O arguido e seu defensor tem o prazo de 10 DIAS para recorrer da decisão da 1ª instância
 A partir da sentença ou da sua notificação

AMBITO E EFEITOS DO RECURSO – ART 75

 A 2ª instância só apreciará matéria de direito


 Das suas decisões não cabe recurso
 A decisão do recurso pode
 Alterar a decisão do tribunal recorrido
 Anulá-la e devolver o processo ao tribunal recorrido

CAPÍTULO VIII – DA EXECUÇÃO

PAGAMENTO DA COIMA – ART 88

A coima é paga no prazo de 10 DIAS a partir da data em que a decisão se torne definitiva ou transitar em julgado

DA EXECUÇÃO – ART 89

 O não pagamento dá lugar a execução que será promovida pelo tribunal competente
 A execução é promovida pelo MP junto do tribunal competente

PRESTAÇÃO DE TRABALHO A FAVOR DA COMUNIDADE – ART 89-A

 A lei pode prever a requerimento do condenado pode o tribunal ordenar que a coima aplicada seja total e parcial
substituição por dias de trabalho em estabelecimentos, oficinas ou instituições particulares de solidariedade social,
quando se conclui que esta forma de cumprimento se adequa a gravidade da contra-ordenação e as circunstâncias
do caso.

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