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Art.1 ao 10 CP
Ao analisarmos a única fonte formal primária do Direito Penal, podemos dividi-la em
duas estruturas:
Preceito PRIMÁRIO – refere-se a conduta descrita no tipo penal, por exemplo no
art.121 seria: “Matar alguém”
Preceito SECUNDÁRIO – refere-se a pena descrita no tipo, pegando o mesmo artigo:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Em caso de lei que exclui a imputação criminal, iremos ver a aplicação retroativa da
norma. Trata-se de uma causa de extinção de punibilidade, a qual alcança a execução e
extingue os efeitos penais (reincidência; maus antecedentes).
NÃO ALCANÇA OS CÍVEIS, MUITO MENOS A OBRIGAÇÃO DE REPARAR
O DANO.
Temos que ter cuidado com a situação da Continuidade Normativo-Típica, pois nela
temos uma situação de revogação FORMAL, ocorre tão somente a retirada da lei, mas
a conduta permanece criminosa em outro tipo penal (transmudação geográfico típica).
Ou seja, não podemos afirmar que nessa situação ocorreu a abolição do crime.
Na abolição do crime, temos a situação de revogação formal, bem como
MATERIAL, em que a conduta criminosa deixa de existir!
Exemplo de continuidade – retirada formal do atentado violento ao pudor, mas que
permanece como estupro;
Exemplo de abolição de crime – adultério, que foi retirado tanto formal, como
materialmente.
Outro ponto super importante é a chamada EXTRA-ATIVIDADE da norma penal, que
derivam Retroatividade e Ultratividade, ambas são espécies do gênero extra atividade.
O que acontece, como visto acima a retroatividade é o surgimento de uma norma mais
benéfica que retroage para alcançar fatos ocorridos anteriormente.
Ultratividade, é uma situação em que determinada conduta é aplicada uma lei X, no
momento do crime, posteriormente tal lei X é revogada por Y, que prevê uma situação
mais gravosa. Nessa circunstância a lei X é acobertada pela ultratividade e permanece
sendo aplicável na situação no período em que era vigente.
Por fim, posso ter uma lei temporária que extingue determinada conduta como crime,
por um período de X a Y. Logo, ocorre a sua retroação DÃ.
Agora, na incriminadora, se ocorrer uma situação posteriormente benéfica, NÃO
VAI SE APLICAR AO PERÍODO EM QUE FOI REALIZADA A CONDUTA
CRIMINOSA!
d) Lex Mitior/ Novatio Legis In Mellius
Temos o seguinte, no momento da conduta, era aplicável lei X.
A parte ré está sendo processada pela lei X, posteriormente, surgiu lei Y que é muito
mais benéfica, nesse caso, temos que ocorrerá a retroação da lei.
ALCANÇANDO ATÉ AS DECISÕES TRANSITADAS EM JULGADO!!!
Agora, quem irá aplicar tal lei? Depende da situação.
Fase Investigativa/ Ação Penal em 1ª Instância → Juiz Natural;
Grau Recursal/Competência Originária do Tribunal → o próprio órgão;
Execução → o Juízo de Execução (se demandar uma simples situação aritmética)
S 611 STF - Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação
de lei mais benigna.
OBS. Caso demande uma análise mais profunda, será necessário o manejo de uma
revisão criminal.
e) Lex Tertia
Situação em que combino leis, com o intuito de obter uma situação favorável.
NÃO É ADMITIDO!
S 501 do STJ - é cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência
das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n.
6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis.
OBS. Em relação a uma lei intermediária ser mais benéfica? A lei mais gravosa é
aplicável ao momento do crime; posteriormente vem B, mais benéfica; por fim C que
revoga B. Nesse caso, teremos a ultratividade/retroatividade de B. Aplicando-se aos
casos anteriores e posteriores do momento!
OBS. Não podemos utilizar lei que se encontra em vacatio legis, ainda que seja mais
benéfica, visto que ela não está produzindo seus efeitos.
OBS. Em caso de crime continuado/permanente em caso de sucessão de lei após o
início da conduta, a nova lei será aplicável sempre que ela esteja em vigor quando o
momento da cessação da permanência ou da continuidade, INDEPENDENTE se mais
grave ou mais benéfica a lei do momento do início da conduta!
OBS. Lembrando, regra jurisprudência não retroage! A possibilidade retroação
precisamos discutir é no âmbito de controle de constitucionalidade.
S 711 STF - a lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua
vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
Logo, ainda que depois haja uma situação mais benéfica, ELAS SERÃO
APLICÁVEIS AOS CRIMES COMETIDOS NO SEU PERÍODO!
Logo, só iremos aplicar o art.147, caso não estejam presentes as situações do art.146.
O exemplo acima, é a chamada subsidiariedade tácita, em que iremos verificar de
acordo com os elementos.
Por outro lado, temos a subsidiariedade expressa, em que normalmente é
acompanhada do “apenas se o fato não constituir um outro crime mais grave”.
Se compararmos com a especialidade, percebemos que nela temos uma relação de
gênero e espécie. Matar alguém é um gênero, que comporta a espécie de infanticídio.
Por outro lado, carece tal relação na subsidiariedade, veja que constrangimento ilegal x
ameaça, não tem qualquer relação.
6.3 CONSUNÇÃO
Temos uma situação de absorção, vemos que para chegar a um crime X (consuntivo,
mais grave), passo por outros menos graves (consunto).
OBS. NÃO É REGRA, MAIS GRAVE CONSUMIR MENOS GRAVE. Veja que o
STJ tem a S 517 - Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade
lesiva, é por este absorvido. Falsidade crime mais grave, acaba sendo consumido pelo
estelionato, menos grave.
Veremos ele em algumas situações:
a) Crime Complexo
Nele, temos uma fusão de crimes, roubo = furto + ameaça
b) Crime Progressivo
Miro em X.
Contudo, para chegar em X, necessário passar por outras condutas, como por exemplo o
crime de homicídio, perpassa pela lesão.
c) Progressão Criminosa (X 2x)
Inicio X, mais mudo de ideia na execução, e acabo praticando outro delito.
Desejo inicialmente lesionar Bruno, iniciada a execução, mudo de ideia e desejo mata-
lo.
d) Fato Impuníveis
Atos realizados para chegar-se ao principal, que não são puníveis, dividimos em:
I – Atos Anteriores, prévios ou preliminares impuníveis:
Meio anterior de execução, desejo realizar um furto de uma bolsa dentro de um veículo,
a destruição da janela, não vai caracterizar o crime de dano, visto que foi meio anterior
para se chegar ao furto.
Tal ato preparatório, será absolvido se de menor ou igual gravidade, em comparação
ao principal.
OBS. Lembrando, NÃO É REGRA!
A diferença do crime progressivo, é que nele sou obrigado a passar pelo ato, para
chegar ao final.
No ato anterior impunível, é uma faculdade.
II – Ato Concomitante ou Simultâneo não puníveis:
Praticados no instante em que se prática o ato principal, seria alguns ferimentos
enquanto a mulier é estuprada.
III – Fatos Posteriores não puníveis:
Seria uma nova ofensa contra o mesmo bem.
6.4 ALTERNATIVIDADE
Tipo penal com várias condutas, sendo apenas uma delas suficiente para recair no
crime.
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda,
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a
consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:
Ainda que faça a importação, exportação, até o preparo, dentro de um mesmo contexto
fático, só responderá por um único delito!
Após a leitura do CP, concluímos que em relação ao lugar do crime, foi adotada a
Teoria da Ubiquidade.
Veja, aqui falamos numa situação de PLURALIDADE DE PAÍSES, ou seja, um crime
que foi realizado no Brasil e nos EUA.
Isso é importante, pois existem situações que tal teoria NÃO SERÁ APLICADA:
FICA DP
F a limentar I nfrações de Menor Potencial Ofensivo C onexos A tos infracionais D
olosos contra a vida P lurilocais
I – Crimes Conexos:
serão processados e julgados no país em que foram cometidos;
II – Crimes Plurilocais: apesar do nome, se situam no MESMO PAÍS, em comarcas
diversas, será usado a regra do art.70 CPP - A competência será, de regra, determinada
pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que
for praticado o último ato de execução.
III – Infrações de Menor Potencial Ofensivo (Pena Max NÃO superior a 2 anos):
teremos a T.da Atividade, Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo
lugar em que foi praticada a infração penal;
IV – Crimes Falimentares: LOCAL de decretação da falência, concedida a
recuperação judicial ou homologação do plano judicial.
V – Atos Infracionais: são os atos tipificados pelo ECA, será a T.Atividade.
BIZU – L U T A (lugar-ubiquidade; tempo-atividade)
Após a leitura desses artigos, devo ter a seguinte conclusão. Quando for mencionada as
situações grifadas, o princípio que atrai é a TERRITORIALIDADE!
OBS. Temos a situação da Passagem Inocente, seria o caso de um navio privado
utilizando o mar territorial brasileiro, somente como passagem para seu destino, sem
atracar no nosso território. Logo, caso haja um crime, apesar de ocorrer em águas
brasileiras, não será aplicado o Direito Penal BR.
9.2 EXTRATERRITORIALIDADE
Como visto, caso ocorra um fato típico dentro do Brasil ou nos casos de extensão do seu
território, em regra, será aplicado a lei brasileira.
Ocorre que existem situações, em que apesar do fato ocorrer em território
estrangeiro, atrai a aplicação da lei brasileira, tais exceções iremos analisar agora,
com base inicialmente nos seus princípios.
I – Princípio da Personalidade ou da Nacionalidade (pessoa que cometeu)
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
II - os crimes:
I - os crimes:
II - os crimes:
OBS. Alexandre, traz em seu material que os crimes de genocídio atraem o mencionado
princípio.
V – Princípio da Representação/Pavilhão/Bandeira/Subsidiária/Substituição
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
II - os crimes:
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (P. Defesa ou Proteção)
b) Crimes Condicionados
Alguns crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir (P.Justiça Universal)
Para atrair a aplicação da Lei brasileira, precisam preencher certas condições, que são
CUMULATIVAS!
a) entrar o agente no território nacional
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a
punibilidade, segundo a lei mais favorável.
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas
conseqüências, pode ser homologada no Brasil para:
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária
emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça.
Temos que ter atenção a natureza da norma, aquela classificação de direito processual
penal, pois a depender do seu tipo, iremos atrair o regramento de direito material ou
processual.
Uma regra importante é quanto as frações:
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia,
e, na pena de multa, as frações de cruzeiro
Se uma sentença condenar o cara em 11,5 dias, esse 0,5 será desconsiderado. No mesmo
sentido, condenado ao pagamento de multa de R$ 100,10, esses 0,10 serão
desconsiderados.
OBS. Outro ponto que cheguei a confundir com o caso acima, dias INDEPENDENTE
DO HORÁRIO, são contados como UM DIA INTEGRAL. Digamos que eu início
minha pena as 23h58 minutos, esse dia SERÁ CONTADO!! NÃO CONFUNDIR
COM A REGRA ACIMA!!!
Por fim, a situação da contagem pelo calendário comum, eu sinceramente não entendi
bulhufas, mas tem a seguinte regra.
Digamos que eu seja condenado a 30 dias de prisão, tendo iniciado em 30 de fevereiro,
vou sair em 29 de março. O término sempre será -1, independente do que seja o cálculo
matemático é esse. Normalmente comparo número igual, 30 e 30, e diminuo 1, pois
inclui-se o dia do começo. Se for em ano, mesmo mês e etc. +C – F
Ou seja, no âmbito das PMs, crimes dolosos contra a vida de civil, por eles realizados,
serão direcionados para o Tribunal do Júri.
Agora, quanto UNIÃO, a CRFB diz:
Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar.
JURISPRUDÊNCIA
Livro de Súmulas – 407,408.
NÃO TEM NENHUM DOS INFORMATIVOS!