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UNIVERSIDADEIABERTAIISCED

FACULDADEIDEIDIREITO

CASO PRACTICO

2oIAno

Discente:IAlgundiaIManuelIElias

Quelimane,IMarcoIdeI2024
UNIVERSIDADEIABERTAIISCED

FACULDADEIDEIDIREITO

CASO PRACTICO

2IAno

Discente:IIAlgundiaIManuelIElias

Quelimane,IMarcoIdeI2024
1. Durante uma discussão, Américo e Bernardo investiram violentamente contra Carlos. Após
sucessivas agressões físicas, Carlos conseguiu fugir. Américo e Bernardo perseguiram Carlos.
Para os dissuadir Carlos que se encontrava armado disparou dois tiros para o ar. Américo e
Bernardo continuaram impávidos e serenos com a perseguição de Carlos. Quando Américo se
preparava para agarrar Carlos, este, vendo-se na iminência de voltar a ser violentamente
agredido por ambos os seus oponentes, disparou sobre Américo, provocando-lhe a morte. O
processo correu os seus trâmites no Tribunal Judicial da Província de Sofala onde residiam os
três intervenientes e, na sentença, foi aplicada ao Carlos a pena não privativa de liberdade de
prestação de trabalho socialmente útil.provocou a morte de Américo ao disparar sobre ele,
com intenção de matar, como uma resposta à iminente agressão violenta de Américo e
Bernardo.

Organizacao do caso

0. Os sujeitos envolvidos são:

Carlos: Vítima inicial das agressões de Américo e Bernardo, posteriormente tornou-se autor
do homicídio doloso contra Américo.

Américo e Bernardo: Inicialmente agressores de Carlos, posteriormente vítimas do homicídio


doloso cometido por ele.

O que fazem:

Américo e Bernardo investiram violentamente contra Carlos.

Carlos disparou dois tiros para o ar para dissuadir Américo e Bernardo.

Carlos, em uma situação de iminente agressão, disparou sobre Américo, provocando-lhe a


morte.

O que foi violado:

Direito à vida de Américo, que foi violado quando Carlos provocou sua morte.

Direitos em causa:

Direito à vida: Américo teve seu direito à vida violado quando foi morto por Carlos.
Direito à integridade física: Carlos, inicialmente, estava sendo alvo de agressões físicas, o que
viola seu direito à integridade física.

Outras questões jurídicas a serem consideradas incluem:

Legítima defesa: Carlos poderia alegar legítima defesa como uma justificativa para seu ato de
disparar sobre Américo, considerando que estava em uma situação de iminente perigo.

Proporcionalidade da resposta: O tribunal deve avaliar se o ato de Carlos foi proporcional à


ameaça enfrentada, levando em conta o uso de arma de fogo e a possibilidade de terem sido
tomadas medidas menos extremas para se proteger.

Circunstâncias agravantes ou atenuantes: O contexto da situação, incluindo o histórico de


agressões e perseguição, deve ser considerado na determinação da pena aplicada a Carlos.

1. Pronuncie-se sobre o tipo legal de crime patente na hipótese

Mas Legalmente, o tipo de crime neste caso seria homicídio doloso. Carlos, ao disparar sobre
Américo, causou-lhe a morte de forma intencional, mesmo que tenha agido em legítima
defesa. No entanto, é possível que as circunstâncias atenuantes sejam consideradas durante o
julgamento, como a situação de legítima defesa, o que pode influenciar na sentença aplicada.

b) Aprecie a responsabilidade criminal do Carlos?

A responsabilidade criminal de Carlos seria avaliada de acordo com os princípios e leis do


país. A Constituição de Moçambique reconhece o direito à legítima defesa, mas também
estabelece que o exercício desse direito deve ser proporcional à ameaça enfrentada.

No caso apresentado, Carlos agiu em legítima defesa própria contra uma ameaça iminente de
violência por parte de Américo e Bernardo. No entanto, o uso de força letal, resultando na
morte de Américo, deve ser avaliado à luz dos princípios constitucionais de proporcionalidade
e razoabilidade.

Assim, a responsabilidade criminal de Carlos seria determinada considerando se o uso da


força letal foi necessário e proporcional para proteger sua própria vida e se ele agiu de acordo
com os limites estabelecidos pela Constituição de Moçambique e pelas leis penais do país.
Dependendo da análise desses elementos, Carlos poderia ser considerado não culpado ou ter
sua pena reduzida com base no princípio da legítima defesa reconhecido pela Constituição de
Moçambique.

Ora vejamos com base na CRM

A Constituição da República de Moçambique, em seu Artigo 58, reconhece o direito à


legítima defesa, estabelecendo que "O exercício de um direito não deve ofender direitos ou
interesses alheios". Isso implica que a legítima defesa é reconhecida como um direito, desde
que seja exercida de forma a não violar os direitos ou interesses de terceiros. Além disso, o
Artigo 49 da Constituição afirma que "Ninguém pode ser condenado por ações ou omissões
que, no momento em que ocorreram, não constituíam infração segundo o direito nacional ou
internacional". Isso sugere que Carlos não pode ser condenado por suas ações se elas forem
consideradas legítima defesa de acordo com a legislação moçambicana.

No entanto, o Artigo 261 do Código Penal de Moçambique estabelece que "aquele que matar
alguém será punido com pena de prisão maior". Portanto, apesar do reconhecimento do direito
à legítima defesa, a lei penal moçambicana prevê punição para homicídios.

Assim, a responsabilidade criminal de Carlos seria avaliada à luz desses artigos, considerando
se suas ações se enquadraram nos limites da legítima defesa conforme estabelecido pela
Constituição e pelas leis do país.

c) Faça uma análise critica da decisão do Tribunal? Tendo em conta a constituicao


mocambicana

Uma análise crítica da decisão do tribunal, à luz da Constituição de Moçambique, pode se


concentrar em vários aspectos:

Proporcionalidade da Pena: A Constituição moçambicana enfatiza a proteção dos direitos


humanos e a dignidade das pessoas. Ao aplicar uma pena não privativa de liberdade, como no
caso de Carlos, o tribunal deve considerar se essa pena é proporcional à gravidade do crime e
se respeita os princípios de justiça e equidade. Se a pena não privativa de liberdade não
refletir adequadamente a gravidade do homicídio, a decisão do tribunal pode ser considerada
inadequada.

Garantias Processuais: A Constituição de Moçambique garante diversas garantias processuais,


como o direito a um julgamento justo e imparcial, o direito à defesa e o direito a um recurso
efetivo. Uma análise crítica da decisão do tribunal deve considerar se essas garantias foram
devidamente respeitadas durante o processo judicial de Carlos.

Proteção dos Direitos Fundamentais: A Constituição de Moçambique protege os direitos


fundamentais dos cidadãos, incluindo o direito à vida e o direito à integridade física. Ao
avaliar a decisão do tribunal, é importante considerar se a proteção desses direitos foi
adequadamente equilibrada com outras considerações, como a aplicação da lei penal.
Coerência com os Princípios Constitucionais: Uma análise crítica também deve avaliar se a
decisão do tribunal está em conformidade com os princípios constitucionais de Estado de
Direito, separação de poderes e igualdade perante a lei. Se a decisão do tribunal violar esses
princípios, ela pode ser considerada inadequada ou inconstitucional.

Em suma, uma análise crítica da decisão do tribunal deve considerar se ela respeitou os
princípios e valores consagrados na Constituição de Moçambique, garantindo assim a justiça e
a equidade no sistema judicial do país.

Uma análise crítica da decisão do tribunal à luz da Constituição da República de


Moçambique pode ser elaborada considerando os seguintes artigos:

Artigo 48 (Direito à Vida e à Integridade Física): Este artigo estabelece o direito fundamental
à vida e à integridade física de todas as pessoas em Moçambique. Ao aplicar uma pena a
Carlos, o tribunal deve considerar se sua ação foi uma resposta proporcional à ameaça
iminente à sua vida e à sua integridade física. Artigo 54 (Direito à Liberdade e Segurança):
Este artigo garante o direito à liberdade e segurança pessoal. Ao analisar a conduta de Carlos,
o tribunal deve considerar se ele agiu para proteger sua própria liberdade e segurança pessoal
diante da agressão de Américo e Bernardo.

Artigo 58 (Legítima Defesa): Este artigo reconhece o direito à legítima defesa. O tribunal
deve avaliar se Carlos agiu dentro dos limites desse direito ao disparar sobre Américo,
considerando a necessidade e a proporcionalidade da ação em relação à ameaça enfrentada.
Artigo 57 (Garantias Processuais): Este artigo estabelece garantias processuais fundamentais,
incluindo o direito a um julgamento justo e imparcial. Uma análise crítica da decisão do
tribunal deve considerar se essas garantias foram respeitadas durante o processo judicial de
Carlos.
Ao considerar esses artigos da Constituição moçambicana, é possível fazer uma análise crítica
da decisão do tribunal, avaliando se ela respeitou os direitos fundamentais de todas as partes
envolvidas e se foi consistente com os princípios de justiça e equidade.

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