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Universidade Rovuma
Nampula
2023
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Universidade Rovuma
Nampula
2023
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Índice
Introdução ……………………………………………………………………………………………4
1. Comunicação ……………………………………………………………………………………...5
2.1.Self…………………………………………………………………………………………...……8
3. Contextualização da Liberdade e controle segundo George Herbert Mead ………………...…….8
3.1 Self e o Controlo Social segundo George Herbert Mead …………………………………...……9
4.5.Componentes ISDN……………………………………………………………………………….14
5.Teoria da subjectividade…………………………………………………………………………….14
5.1.Teoria da alteridade………………………………………………………………………….…….15
5.2.Relação entre a Subjectividade, Alteridade e Comunicação……………………………………16
6.Escola de Palo Alto …………………………………………………………………………..…….16
6.1.Pragmática da comunicação …………………………………………………………………..….17
6.2.Teoria dacircularidade…………………………………………………………………………….18
6.3.Teoria da dramaturgia……………………………………………………………………………..18
7.Autonomia do sujeito …………………………………………………………...…………………..20
Introdução
O presente trabalho irei fazer um resumo de certos temas tais como: subjectividade e alteridade,
liberdade e controle, o simbolismo de G. Mead, pragmática Da escola de Palo Alto, redes digitais e
comunicação verbal e não verbal, irei abordar um pouco das coisas essências de cada tema tentar fazer
entender cada tema.
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1. Comunicação
Segundo Camargo (2018), a palavra comunicar tem origem do latim – communicaree significa
“colocar em comum”. A comunicação é um meio de interacção entre indivíduo, e se dá ao partilhar
uma mensagem através de ideias, sentimentos e emoções, podendo influenciar outros indivíduos que
reagiram de acordo com suas crenças e valores.
Na opinião do mesmo autor,
“a comunicação consiste na transmissão de conteúdos entre duas
entidades. Não dizemos que, neste processo de transmissão, estão
necessariamente envolvidos seres humanos porque os animais
também comunicam (recorde-se as “danças” das abelhas, a
“linguagem” dos golfinhos e das baleias, e o ladrar dos cães, entre
muitos outros exemplos)ˮ (IDEM).
Assim, “a comunicação é essencial para todos, pois é através dela que o conhecimento pode ser
adquirido e repassado. Podemos ter o livre acesso à expressão, oportunidade de amadurecer, de
aprender, ensinar, desenvolver [...]” (Cruz, 2016).
A Comunicação é entendida como a transmissão de estímulos e respostas provocadas, através de um
sistema completa ou parcialmente compartilhado. É todo o processo de transmissão e de troca de
mensagens entre seres humanos.
Referente
Receptor
Emissor Receptor
Mensage
Código
expressões comunicativas transmitidas por nosso corpo atuam como mobilizadores da sensibilidade
daqueles que as recebem, pois estas anunciam ou denunciam aquilo que realmente pensamos deles.
Com vistas a isso, o mesmo autor discrimina cinco factores que, segundo ele condicionam o
comportamento comunicacional e que são:
1º Biofísicos e psicológicos – o sexo e a idade, homens e mulheres têm comportamentos gestuais
diferentes, assim como seus gestos são influenciados por sua idade, seu estado emocional também
determina sua expressão corporal;
2º Ambientais – o meio socioeconómico faz o indivíduo adoptar diferentes linguagens corporais;
3º Sociais – de acordo com o grupo social que o sujeito frequenta, este adota diferentes gestos e
posturas, entre familiares, por exemplo, emprega comportamentos diferentes dos empregados com
amigos ou colegas de trabalho;
4º Educacionais – a escola reforça as normas que condicionam o comportamento comunicacional do
indivíduo;
5º culturais – a sociedade cria normas que moldam os comportamentos. Grupos que cultivam valores
e tradições religiosas e morais, utilizam gestos mais contidos, posturas mais estáticas.
Assim, as nossas relações, dadas pelo uso da CNV obedecem a determinados padrões culturais, os
mais variados possíveis, sendo que ao ultrapassar os limites estabelecidos por elas, as consequências
podem ser desastrosas. “Só podemos estar livres de estresses quando cada atitude psíquica nossa é
acompanhada da sua correspondente atitude física e ideal” (Weil & Tompakow, 2015).
2.1.Self
Para o Interaccionismo Simbólico o self é um objecto de origem social: um objecto porque é algo com
relação a que o ator age, se engajando num processo de auto-interação e de fazer indicações para si
mesmo; e de origem social porque é definido no processo de interacção com os outros.
Como todos os outros objectos, o self, à medida que interage com
outros, é definido, redefinido e muda constantemente. "Ele é
sobretudo um processo, criado e recriado continuamente em cada
situação social que o indivíduo entra. A sociedade representa o
contexto dentro do qual o self surge e se desenvolve. Este
desenvolvimento tem início em um estágio de imitação por parte da
criança, sem qualquer componente significativo. Em seguida, ela
passa a "assumir o papel de outros" em relação a si próprio. Quando a
criança é capaz de fazer o jogo de diferentes papéis, ela já constrói o
que Mead chama de "outro generalizado" ou papel colectivo, o que
ela adquiriu no curso de sua associação com os outros e cujas
expectativas ela internalizou, (DUPAS; OLIVEIORA; COSTA,
1997).
O self representa um processo social no interior do indivíduo envolvendo duas fases analíticas
distintas: o "eu" e o "mim".
O "eu" é a reacção do organismo às atitudes dos outros, é o indivíduo como sujeito, impulsivo,
espontâneo, não socializado, suas reacções são mais ou menos incertas; é aquele aspecto do indivíduo
que dá propulsão ao ato, que provoca o "mim".
O "mim" é a série de atitudes organizadas que o indivíduo adopta, que determina nossa conduta na
medida em que é de carácter auto consciente; é a pessoa da qual se tem consciência; é o self social, o
objecto que surge na interacção, a internalização da comunidade. Pode ser considerado como o que dá
forma ao "eu".
De acordo com MEAD (1968), A liberdade é a capacidade de cada self influenciar através da acção os
outros selves e a sociedade. Através da comunicação, as pessoas podem partilhar experiências e
predisposições das suas mentes e, desse modo, fornecer-se mutuamente material para crítica da
situação em que cada uma viva.
Mead entende que somente num contexto social o indivíduo pode desenvolver uma consciência de si
mesmo, pode converter-se em self ou em objecto para si mesmo. É na conduta interactiva que o
indivíduo pode adquirir a autoconsciência, pois “ser consciente de si é, essencialmente, converter-se
em um objeto para si em virtude das relações sociais de um indivíduo com os outros”, (MEAD, 1992).
De acordo com MEAD (1968), Todo comportamento tem um precedente interno próprio, não estando,
portanto, subordinado meramente a um determinismo exterior que não considera a capacidade do
sujeito de realizar suas próprias ações, características de sua singularidade, sinalizando para uma
priori importante: o que é interno ao sujeito torna-se responsável por construir intenções em relação
ao objeto e a si mesmo.
Estar diante de um objeto, para Mead, é pressupor o indivíduo capaz de atribuir valor, finalidade ao
objeto e não simplesmente um certo agir irracional, determinado por estímulos. Nesse sentido, discutir
a importância da intencionalidade do sujeito e sua consciência em elaborar reações, significa
renunciar a idéia positivista de que o indivíduo é apenas comportamento.
Assim, conforme SASS (2004), numa época em que o observável e o quantificável são as verdades
científicas, MEAD (1968) lança-se na aventura de formular pressupostos que ampliam a compreensão
sobre o ser humano ressaltando sua complexidade. Para Mead, a psicologia não pode ser reduzida
apenas ao estudo da consciência, mas deve ampliar o seu campo de estudo e análise, englobando as
dimensões públicas (acessíveis à observação) e privadas (acessíveis apenas ao indivíduo). Desse
modo, ocomportamento encontra sentido dentro do indivíduo, quando se exterioriza, torna-se atitude,
disposição para a conduta.
Para Mead, o duplo caráter da experiência individual é o ato completo, que culmina
com a manifestação exterior da ação o comportamento e sua extensão. Importante
também sua constatação de que anatureza da consciência é social e dialeticamente
funcional, já que não é dada, não é uma substância cerebral, ela é que a princípio
permite ao sujeito compartilhar conceitos, possibilitando sua ação e inserção na
sociedade para pensarmos o início das interações sociais, e que contribuem para o
entendimento posterior do que virá a ser denominado “papel social. Partindo da
abordagem lingüística e da fundamentação pragmatista de George Herbert Mead, ele
desenvolve a idéia de ato social como fundamento para a ação do self em relação ao
outro (MEAD; 1972).
MEAD (1968), explica como as características pessoais e sociais do self explicam como as sociedades
comportam a coordenação entre as diferentes acções livres de todas as pessoas a actuarem ao mesmo
tempo.
A separação entre ciências naturais e as ciências sociais, entre a física e a consciência, não explica
como as duas se relacionam entre si. Os estudos sobre os animais sociais permitem verificar os efeitos
práticos da existência de consciência que só existe nos humanos. BERGSON (2002), é chamado para
ajudar a compreender como se cria o mundo virtual do nosso imaginário: a partir das perceções
selecionadas pela atenção de cada um, o mundo é reduzido aos objectos a que damos atenção, ficando
os restantes na sombra da nossa ignorância. A representação do mundo é apenas do mundo a que
damos atenção e apenas na medida em que conhecemos os objectos a que damos atenção.
Há que distinguir dois modos de consciência: ter dado pela presença (awareness), por um lado, e
conhecer algumas das características de um certo objecto ou conjunto de objectos, por outro lado
(consciousness of). Essa consciência distingue prazer e dor e orienta-se para a acção perante o
objecto, consoante a memória que tenha de acções passadas na presença do mesmo tipo de objectos.
A experiência permite construir imagens abstratas sobre formas associadas a conteúdos que suscitam
acções, conforme as circunstâncias de espaço e tempo e conforme a formação de grupo em presença.
O acto social decorre de um impulso, mas concretiza-se num ambiente específico, material e social.
Não há só arbítrio pessoal: há ao mesmo tempo estímulos sociais que animam ou inibem as acções. O
que permite desenvolver princípios de coordenação e de organização. Foi isso que foi possível e
condicionado pela evolução do córtex no cérebro humano. Consciência pessoal e social que pode
tomar a própria pessoa como objecto da sua observação (autoconsciência). Quando estamos em
condições de desenvolver uma imaginação sobre o modo como a sociedade nos observa e avalia,
sociedade como a conjugação imaginária de todas as outras pessoas, de forma não específica,
estaremos em condições de nos tornarmos observadores de nós próprios, em nome da sociedade.
Aprendemos a definir papeis sociais a nosso modo e podemos integrar organizações sociais com
outras pessoas que fazem o mesmo que nós: observam-se a si mesmas a partir de um ponto de vista
abstrato construído por elas mesmas: o “outro generalizado”, a sociedade, aquilo que nos pede para
participarmos da melhor maneira na organização social e sobre o que refletimos longa e
profundamente nas nossas conversas interiores.
O controlo social depende da capacidade das pessoas de se colocarem no lugar dos outros e
reconhecerem os papeis sociais que cabem aos outros, conclui Mead.
George Mead (1968), apresenta o conceito de self, expressão intraduzível para
português, que significa aquilo que se desenvolve socialmente nos indivíduos e os
liga à vida da espécie (passado, herança, linguagem, valores simbólicos), à sua
actualidade (sociedade com os outros seres humanos) e à sua continuidade
(sobrevivência, cooperação, criatividade, adaptabilidade). A estrutura social é
construída pela conjugação das actividades humanas de base e só se impõe às pessoas
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na medida em que elas próprias são a sociedade que se lhes impõe. Sociedade não é
uma coisa. É antes uma construção em permanente actualização, criação e
degradação.
Mead recorda a contribuição de Colley para a construção do seu próprio pensamento. Modalidade do
interacionismo simbólico. Corrente sociológica que toma atenção às interacções humanas, à natureza
humana que as condiciona e impõe, às linguagens, verbais e não verbais, que constituem a herança
colectiva e prática – ainda que imaterial – que todas as pessoas comungam e usam para actualizar a
vida em sociedade, que é o único modo de vida que a espécie humana conhece.
O self é o resultado da existência de uma mente que representa a pessoa em função da imagem que
tem das imagens que os outros fazem de si, incluindo nisso a imagem que a pessoa se faz de si própria
e o sentimento que as imagens imaginadas dos outros sobre si provoca: orgulho ou vergonha.
Segundo MEAD (1968), propõe um outro caminho, uma outra psicologia. Todo comportamento tem
um precedente interno próprio, não estando, portanto, subordinado meramente a um determinismo
exterior que não considera a capacidade do sujeito de realizar suas próprias ações, características de
sua singularidade, sinalizando para um a prior importante: o que é interno ao sujeito torna-se
responsável por construir intenções em relação ao objeto e a si mesmo.
Estar diante de um objecto, para Mead (1968), é pressupor o indivíduo capaz de atribuir valor,
finalidade ao objecto e não simplesmente um certo agir irracional, determinado por estímulos.
Em rigor, o termo redes digitais não se distingue do termo “mídia digital” que para Abreu
(s/d), está atrelado ao seu sentido técnico, que engloba todos os recursos, veículos e equipamentos que
trabalham a partir da tecnologia digital. Nesse contexto, a mídia digital pode ser um computador,
celular (smartphone ou não), discos compactos, televisão digital, e-books, conteúdos online e outros.
Para uma profunda abordagem no que diz respeito a importância das redes digitais, e preciso
salientar o factor dos “dígitos binários” pois são eles que trazem destaque ao termo digital, pelo
menos no contexto da comunicação ou transmissão de informações.
Alem da flexibilidade e competência na obtenção, publicação, orientação, manuseamento e
partilha de informações que e facilitada pelos dígitos binários, as redes digitais abrangem diversas
áreas de trabalho inteligente. Então e importante porque nos permite interagir uns com os outros e
com o meio cibernético em tempo real sem por em causa o espaço privado ou pessoal.
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Segundo Gouveia, (2009), Uma rede é constituída por um conjunto de nós autónomos e
independentes que serelacionam entre si por via de ligações. Caso a rede esteja organizada em torno
de ligaçõescom um nó central e os restantes tenham de se relacionar entre si, por via desse nó
central,designa-se a rede como uma rede centralizada. Este tipo de redes facilita o comando e
controle, uma vez que o nó central medeia toda a interacção entre nós. No entanto, limita essa
rede pelas capacidades, tempos de resposta e recursos desse nó, pois este é muito solicitado
face às necessidades e dimensão da rede (medida pelo número de nós e respectivas ligações).
Adicionalmente, a carga da rede é dada pela quantidade e complexidade as interacções entre
os nós da rede (pode ser avaliada também para um dado nó), (P.07)
As redes baseadas nas comunidades locais, consideradas como um dos elementos agregadores
da Sociedade da Informação, apresentam, segundo Castells (2001), três características gerais comuns,
embora possuem diferentes motivações para a sua formação e para o seu desenvolvimento:
Facultam a informação das autoridades locais, bem como de associações cívicas e
assumem-se como sofisticados sistemas de informação do dia-a-dia de proximidade;
Facilitam e organizam a interacção electrónica e a troca de informação entre os
elementos da comunidade;
Possibilitam a integração de sistemas de base electrónica de empresas e pessoas que,
noutros contextos, dificilmente poderiam aderir a sistemas deste tipo. Embora na
Sociedade da Informação, os recursos sejam a informação e as tecnologias associadas
à informação e comunicação, os aspectos essenciais associados com este novo
paradigma de sociedade devem ser analisados em função dos produtores e
consumidores de informação: os indivíduos.
A Rede Digital de Serviços Integrados (ISDN – Integrated Services Digital Network) representa a
revisão e redesenho de nossa rede telefónica convencional de um sistema analógico para uma rede
digital de ponta-a-ponta. Essa rede digital é capaz de transmitir comunicações de voz e dados por uma
única linha telefônica usando cabo de par trançado convencional e baratos, (Barbosa,s/d)
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Permite que o cabeamento de par trançado padrão transmita dados digitais comutados por pacotes e
por circuitos, Provê uma estratégia de bom custo para ligações entre redes pois as estações clientes
podem se interconectar por conexões discadas, (Barbosa,s/d)
4.5.Componentes ISDN
5.Teoria da subjectividade
Para Reis (2006),
"A Subjectividade Social quebra a ideia enraizada nos psicólogos, no qual a
subjectividade seria um fenómeno individual; surge, então como um sistema
complexo produzido de forma simultânea no nível social e individual. Não está
apenas associada às experiências vigentes do sujeito ou do social inserido, mas como
esta experiência adquire sentido e significado para o sujeito, dentro da constituição
subjectiva histórica do agente de significação (podendo ser tanto em um nível social
ou individual)."
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Segundo a autora supracitada no inicio de uma subjectividade individual estão lugares composto de
uma subjectividade social, que precedem a organização do sujeito psicológico. Por tanto a condição
de sujeito individual se determina somente dentro de um conjunto social em que o individuo vive, no
qual determinados processos da subjectividade individual são fragmentos da subjectividade social
(Reis, 2006).
Para Gonzalez Rey (1998, cit. em Reis, 2006) "A subjectividade social pode ser definida como um
sistema de configuração subjectiva bastante amplo nos mais diferentes campos da vida do sujeito que
interagem entre si definindo complexas configurações subjectivas na organização social".
Nestes moldes pode-se dizer que uma pessoa pode apresentar costumes, valores familiares ou da
cultura, na qual está inserida; posição socioeconómica que se articulam entre si formando a
subjectividade social do sujeito. Sendo que essa subjectividade é um processo contínuo que pode
sofrer constantes influências advindas de um lugar exterior à pessoa, pois verifica-se neste processo a
relação sujeito-social (Reis, 2006).
Reis (2006), diz que um dos pontos interessantes da teoria da Subjectividade proposta por Rey, é a
não separação do sujeito e do social, mas uma interacção constante, em que tanto o indivíduo
influencia o seu espaço, quanto é influenciado pelo mesmo. Assim, o sujeito constrói um sentido
sobre a experiência vivida, de acordo com a própria história de vida.
A identidade pessoal, aqui se constrói na interacção de diversas forças sociais (família, religião,
amigos, vizinhos, a sociedade ao redor) que agem sobre o indivíduo e diante disso o sujeito atua e
estabelece a si mesmo. Importa salientar a identidade do individuo é formada e transformada
continuamente em relação às formas pelas quais somos representados ou interpelados nos sistemas
culturais que nos rodeiam. Ou seja, ela não se finaliza, não chega a um processo final, é
constantemente construída durante toda a vida do sujeito (Reis, 2006).
5.1.Teoria da alteridade
No entender de Zanon (2019) "O conceito de alteridade não se apresenta como forma de violentar a
interioridade, porém o modo da ideia do infinito assola esta mesma interioridade e assola também a
consciência. A consciência é colocada em questão e todo questionamento da consciência vem do
externo, vem de outrem."
A noção primordial desse novo humanismo apontado por Lévinas, denominado como humanismo do
outro homem, é caracterizado pelos valores éticos da solidariedade e da responsabilidade que
perpassam toda a relação intersubjectiva, interpessoal e inter-humana (Zanon, 2019).
Segundo Zanon (2019).
"A alteridade do Outro descrita por Lévinas, é entendida como uma dimensão que
está totalmente correspondente e vinculada a ética. A relação da alteridade é uma
relação intersubjectiva, onde acontece uma relação ética da alteridade. A ética
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A relação ética não pode ser entendida como consequência, ela é simplesmente relação concretizada
entre o eu e outro (Zanon, 2019).
Para Ciampa (1995 cit em Zanon, 2019) ) não podemos definir a identidade apenas a partir de
aspectos representacionais isolados, é preciso considerar os aspectos biológicos, sociais, psicológicos,
pois eles se interpenetram e são constitutivos do indivíduo. À medida que nos colocamos no mundo,
através de nossas relações, é que a identidade irá se configurar: quando nos tornamos um ser-posto.
(Sidekum, 2013). A alteridade é uma experiência de interpelação ética que se manifesta na relação
com outro, da qual se espera justiça e responsabilidade pra com o outro.
De acordo com Sidekum (2013) Os conceitos principais de Levianas, como Rosto, Hospitalidade,
Alteridade e Ética, não se referem directamente a uma relação comunicacional, mas questionam o fato
de o discurso ter-se tornado “sem interlocutores”, uma vez que a impessoalidade da troca
comunicativa racional tende a suprimir a alteridade do interlocutor e, também, a do eu falante,
silenciando seus rostos.
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Em nossa vida escolar, aprendemos as normas gramaticais da língua que falamos. Essas regras são
dadas e vão gerar comunicação, porque elas são o código comum a partir do qual nos comunicamos.
Porém, aprendemos uma série de outras formas de interagir como outro, que não estão escritas em
lugar nenhum, cujas regras não estão em um livro. (Fortuna, 2023)
A Escola de Palo Alto busca quais são esses códigos invisíveis que regem as interacções humanas
sem determinados contextos, em contextos específicos, e que são comunicação. Entender a interacção
humana como processo de comunicação é entender que parte do invisível rege a comunicação.
(Fortuna, 2023)
6.1.Pragmática da comunicação
A Pragmática prevê o estudo do uso da linguagem atendendo ao contexto em que é produzida, onde
interagem factores linguísticos (domínio do sentido e estrutura das frases e enunciados) e extra
linguísticos (comportamentos, gestos, tom, intenção comunicativa, conhecimentos partilhados).
(Fortuna, 2023)
Quais os aspectos centrais para a comunicação que podemos definir como pragmáticos?
Uma série de factores linguísticos e não linguísticos que incluem o que é dito, o modo como é dito e a
intençãocomqueédito, oposicionamento físico, ospapéissociais, asidentidades, as atitudes, os
comportamentos e as crenças dos participantes, a elação entre eles e a localização espacial e temporal.
Estes factores constituem, quando do momento da produção linguística, o contexto situacional,
diferente do contexto linguístico. (Fortuna, 2023).
1º Princípio
Comunicar é entrar na orquestra
Metáfora da orquestra
Os pesquisadores da Escola de Palo Alto usaram esta metáfora paraentenderacomunicação
comoumprocessoessencialmentecircular, no qual os indivíduos participa ma todo
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A Escola de Palo Alto aproxima-se, teoricamente, de uma outra escola norte-americana, a Escola
deChicago, dialogando com ointeraccionismosimbólicodesenvolvidoporseus autores. Essas
duascorrentesconcebemasinteracçõessociais como algoem permanente construção, e não como mera
atribuição. (Fortuna, 2023)
6.2.Teoria dacircularidade
A informação deve poder circular e a sociedade da informação só
podeexistirsobacondiçãodetrocasembarreiras. O receptorpassaaterumpapeltão importante quanto o
emissor das mensagens. O modelo circular foi proposto por Nobert Wiener (1894 – 1964), criador do
campo de estudo da cibernética.(Fortuna, 2023)
6.3.Teoria da dramaturgia
Goffman procura exprimir a ideia de que a vida humana se assemelhava a um“palco”. Traz
oexemploque, naAntigaGrécia, o termo persona significava a máscarausadapelosatoresdeteatro;
daíaproximidadeencontradaporGoffmanentreas pessoas (persona) eosatores, porqueavida está
repletadecenas, nasquaiscadaindivíduo toma apostura(máscaraoupersona) queconsideramaisadequada
e conveniente. Deste modo, resguarda-seomaisquepode, procurandomoldar -se àquilo que pensa que o
“outro” pensa de si. (Fortuna, 2023)
2º Princípio
Não se pode não comunicar
Neste contexto, entramosnocampodasideiasdefendidasporErving Goffman (1922 -1982), teórico de
Palo Alto de grande expressão, que estuda as interacções quotidianas. (Fortuna, 2023)
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3º Princípio
Não se pode não comunicar
Numa situação de interacção, todo comportamento humano tem valor de mensagem. A unidade da
comunicação é, assim, o comportamento, o qual constitui uma mensagem.(Fortuna, 2023)
Dado que todo o comportamento é comunicação, a mensagem é constituída de um complexo conjunto
fluido e multifacetado de numerosos modos de comportamento:
Verbais
Gestuais
Posturais
Contextuais
Etc.
Uma propriedade básica do comportamento humano é que ele não tem oposto -não existe um não
comportamento, pois um indivíduo não pode não se comportar. Logo, é impossível ao indivíduo o
acto de não comunicar. (Fortuna, 2023)
“Obedecemos, permanentemente, as regras da comunicação, mas as regras por si mesmas, a gramática
da comunicação, constituem algo do qual somos inconscientes.” (Warzalawuck apud Miége, 2000:65)
citado por (TEMER & NERY, 2004)
4º Princípio
A comunicação tem um conteúdo e uma relação
Um actocomunicativonãoselimitaatransmitirinformações–conteúdo –mas, simultaneamente, também
impõe um comportamento ao destinatário –relação. (Fortuna, 2023)
O conteúdo de uma mensagem pode consistir em qualquer coisa que é comunicável,
independentemente de a informação ser…
… Verdadeira ou falsa…
... Válida, inválida ou indeterminável. (Fortuna, 2023)
A relação refere-se à forma como ela é entendida, portanto, em última instância, refere -se às relações
entre os agentes comunicantes. (Fortuna, 2023).
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7.Autonomia do sujeito
A despeito disto Zatt (2007, p.12), esclarece que, autonomia etimologicamente significa o poder de
dar a si a própria lei, visto que autó significa por si mesmo e nomos (significa lei). No entanto,
acrescentou afirmando que, não se entende esse poder com o algo que existe independentemente de
qualquer condição e que não tem limites, mas mostra uma competência especifica que garante a sua
própria existência a partir de uma meta que o distingue das outras, mais apesar de ser diferente não é
incompatível as outras leis, que significa essa lei pode funcionar ou servir uma pessoa ou outras.
Mostrou uma diferença existente entre autonomia e heteronomia, uma vez que na heteronomia recebe-
se a lei que procede da outra enquanto na autonomia produz-se a lei e continuou afirmando
filosoficamente dizendo que autonomia é a maneira de ser de uma pessoa ou seja de um povo cultural,
que tem a capacidade de indicar com exactidão a lei a qual obedece.
Segundo Ferater Mora (1965) define autonomia como uma realidade que é regida por uma lei própria
visto que, ele sugere dois sentidos para o termo autonomia:
Sentido ontológico – se refere a certas esferas da realidade que são autónomas em relação
as outras, por exemplo: a realidade orgânica é distinta da inorgânica.
E posteriormente falou sobre o sentido ético – se refere a uma lei de bons costumes ou
seja o que diz respeito ao espirito ou a inteligência que tem em si seu próprio motivo e
faculdade de compreender as relações das coisas e de distinguir o verdadeiro do falso, o
bem do mal da própria lei.
Segundo (Lalande, 1999, p.115), afirma que a autonomia se da no mundo e não apenas na consciência
dos sujeitos, sua estrutura envolve dois aspectos:
Para que haja autonomia os dois aspectos devem estar presentes e o pensar autónomo precisa também
fazer autónomo, literalmente falando para Lalande, autonomia é uma qualidade que se requer ou
deseja de quem define a própria lei.
Em contrapartida de quem é ordenado por algo que é de fora a si é heteronomia é muito importante
saber que a heteronomia recebe do exterior a lei a qual ela obedece, situações como: ignorância, ma
índole-moral.
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7.1.Uso da razão
Segundo Kant, ele afirma que esclarecimento dado pelas luzes da razão possibilita o individuo a
abandonar a ignorância, permitindo a sua ascensão há um nível superior de cultura, educação e
formação. Ele disse que em todas questões, exige uma liberdade de fazer uso público da razão, indo
mais alem ele foi desenvolvendo que entende como uso publico da razão aquele que qualquer homem,
enquanto sábio faz dela diante do grande publico letrado, todavia, intende como uso privado aquele
que qualquer homem pode fazer de sua razão em cargo publico ou função a ele confiado.
A liberdade de fazer uso público da razão é necessário para que possa haver autonomia de
pensamento (pensar por conta própria), autonomia da acção e também autonomia de palavra.
Segundo Rousseau, afirma que somente a razão nos ensina a conhecer o bem e o mal.
Segundo Platão, distingui entre partes superiores e inferiores da alma, dominar a si mesmo ee fazer
com que a parte superior da alma controle a inferior, ou seja, fazer com que a razão controle os
desejos. O governo da razão instaura a ordem, enquanto os desejos representam o caos, somos bons
quando a razão passa a governar e não somos mais dominados por nossos desejos, ser governado pela
razão era estar voltado para as ideias e portanto ser movido pelo amor a elas, em fim para Platão ser
governado pela razão, ser racional, é ser senhor de si mesmo.
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Referência bibliográfica
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Reis, L. D. J. 2006. A construção da subjectividade e a influência dos meios de comunicação na
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Fortuna, V. (20 de Março de 2023). passeidirecto.com. Obtido em 18 de Abril de 2023, de
PasseiDirecto: https://www.passeidireto.com/arquivo/6548480/escola-de-palo-alto-completo
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Conclusão
O presente trabalho, fala sobre resumos de alguns temas tais como: simbolismo de G Mead,
Comunicação verbal e não verbal, liberdade e controlo, Redes digitais, Subjectividade e
Alteridade, pragmática da Escola de palo alto & Autonomia do sujeito e uso da razão aborda
um pouco de todos os temas.