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NOSSA HISTÓRIA
O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de co-
nhecimento, aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na
sua formação continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos
científicos, técnicos e culturais, que constituem patrimônio da humanidade,
transmitindo e propagando os saberes através do ensino, utilizando-se de pu-
blicações e/ou outras normas de comunicação.
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Sumário
COMUNICAÇÃO E SEMIÓTICA APLICADA À MODA............................ 1
INTRODUÇÃO ........................................................................................ 4
COMUNICAÇÃO ..................................................................................... 5
SEMIÓTICA ............................................................................................. 6
CONCLUSÃO ........................................................................................ 32
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 33
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INTRODUÇÃO
4
COMUNICAÇÃO
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acompanham a fala (assobiar ou ofegar, sons guturais, gritar, voz elevada,
variação de tons, timbre, etc.). É impossível ser sarcástico ou falar ironicamente
sem ajuda desse signo.
SEMIÓTICA
Conceito
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Com a interatividade digital, afirma Manzine, desmaterializa-se toda a
relação do sujeito com o objeto, do objeto com a natureza e da natureza com o
objeto. Essa mesma desmaterialização foi percebida por Couchot em suas
análises, em que a relação não é mais passiva ou representativa. Agora ela se
torna ativa, baseada no princípio de simulação, permitindo a mesma
comunicação inteligente entre máquinas e objetos sem a mediação humana. Na
interatividade “simétrico-digital”, esse “objeto/informação” realiza uma
“performance”. Ele produz significados comparáveis à articulação de um diálogo,
através de espaços de negociação chamados de “interfaces”.
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também se constituem em sistemas sociais e históricos de representação do
mundo.
ANÁLISE SEMIÓTICA
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Segundo Castilho (2008, p. 53), “além de explicitar os processos de
significação, a semiótica, como dissemos, contribui para a exploração de
possibilidades de estudos das bases de todas as formas de comunicação,
sempre inseridas num contexto com o qual dialogam de modo explícito ou não”.
Santaella e Nöth (2004, p. 71) dizem que “muitos pensam que a semiótica
nasceu com Saussure, quando, no seu Cours [...], ele alertou para a
possibilidade de se conceber uma ciência que estudasse a vida dos signos no
seio da vida social”. E detalham:
Nöth e Santaella (2004, p. 76) explicam que “os processos sígnicos que
a semiótica pode estudar não são menos diversificados do que as interfaces que
ela estabelece com outras ciências [...]. O universo está permeado de signos.
Há signos em todas as partes. Esse se constitui no objeto de estudo da
semiótica.” Eles também citam como alguns pesquisadores viam à semiótica:
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daqueles que a acham evidente, quando temem ser manipulados pelas
imagens”. Joly (2012, p. 47) também afirma que a análise semiótica não pode
ser feita espontaneamente:
Joly (2012, p. 48) diz que outra função da análise “pode ser a busca [...]
das causas do bom ou mau funcionamento de uma mensagem visual”, muito
utilizada pela publicidade e pelo marketing. Profissionais dessas áreas a utilizam
para compreensão e melhoria de seus desempenhos. “Aqui, menos reticências
com relação à teoria, e menos racionalizações quanto ao custo da análise, mas,
ao contrário, a esperança de que a análise semiótica será uma garantia de
eficácia e, portanto, de rentabilidade.”. Joly (2012, p. 49) também explica que
teóricos e semióticos também podem vir a recorrer à ela:
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especialistas para casos práticos que apresentam problemas. Alguns
censuram esse tipo de estudo por só servirem de receita para a eficácia
comercial. E esquecem que uma boa análise se define, em primeiro
lugar, por seus objetivos (no caso, analisar para se comunicar e vender
melhor); o que não impede que alguns de seus resultados possam ser
úteis para uma pesquisa teórica mais fundamental.
Joly (2012, p. 44) diz que a análise semiótica necessita de limites e pontos
de referência e diz como podemos buscá-los. “Será possível, exatamente, ir
buscar esses pontos de referência nos pontos comuns que minha análise pode
ter com a de outros leitores comparáveis a mim. Com certeza, não nas
hipotéticas intenções do autor”.
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E completam: “provavelmente, nunca existirá uma semiótica pura, e a
ciência dos signos permanecerá impura, pois, como afirma Moles (1976), a
semiótica é afetada pela impureza dos signos” (NÖTH & SANTAELLA, 2004, p.
74).
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presença, mas, inclusive, pela ausência de outros elementos que são
mentalmente ligados a eles. E completa (2012, p. 121):
Semiótica da imagem
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percebidas pelos sentidos, ditas imagens aparentes e ilusórias, teve
seu início em Platão.
Joly (2012, p. 40) diz que “a teoria semiótica permite-nos captar não
apenas a complexidade, mas também a força da comunicação pela imagem,
apontando-nos essa circulação da imagem entre semelhança, traço e
convenção, isto é, entre ícone, índice e símbolo”.
Santaella e Nöth (1997, p. 39) dizem que “as imagens podem ser
observadas tanto na qualidade de signos que representam aspectos do mundo
visível quanto em si mesmas, como figuras puras e abstratas ou formas
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coloridas. A diferença entre ambas as maneiras de observação se refletirá, na
semiótica da imagem, na dicotomia signos icônicos vs. signos plásticos”.
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para o objeto de referência da imagem, há a designação “imagem”
quando ele é entendido como “imagem original” da qual foi feita uma
cópia ou “cópia” tirada de uma fotografia. Consequentemente, fecha-
se o círculo da polissemia semiótica de uma maneira que nos lembra
o princípio de Peirce da interpretação do signo como um processo
circular de semiose infinita.
Joly (2012) diz que quando analisada uma imagem não se pode prender-
se a indagações como: “será que ela corresponde às ‘intenções’ do autor, será
que não às deforma? Não seria própria apenas do receptor?”; se continuar a se
proibir de analisar e interpretar uma imagem por razão de não ter certeza de que
o que conseguiu interpretar seja a real intenção do autor, pode-se parar de ler a
imagem imediatamente. Não se tem a menor ideia do que o autor quis dizer; nem
mesmo ele tem absoluta certeza de toda significação que a imagem produz.
“Interpretar uma mensagem, analisá-la, não consiste certamente em tentar ao
máximo uma mensagem preexistente, mas em compreender o que essa
mensagem, nessas circunstâncias, provoca de significações aqui e agora, ao
mesmo tempo em que se tenta separar o que é pessoal do que é coletivo”. Mas
é necessário ter-se pontos de referência e impor limites em uma análise. Pontos
de referências podem ser encontrados em análises de outros observadores, nos
pontos comuns que as análises têm (JOLY, 2012, p. 44).
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Joly (2012, p. 48) comenta sobre uma das principais funções da análise,
a função pedagógica:
Em primeiro lugar, uma boa análise se define por seus objetivos. Defini-
los “é indispensável para instalar suas próprias ferramentas”, já “que elas
determinam grande parte do objeto e suas conclusões”. Apenas a análise,
sozinha, não se justifica nem tem interesse; “deve servir a um projeto, e é este
que vai dar sua orientação, assim como permitirá elaborar sua metodologia. Não
existe um método absoluto para análise, mas opções a serem feitas ou
inventadas em função dos objetivos” (JOLY, 2012, p. 49-50).
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Porém, se o objetivo for descobrir as mensagens implícitas veiculadas por
uma mensagem visual, se faz o caminho inverso de Barthes, no entanto, a
interpretação proposta tem que ter relação com o contexto de emissão e
recepção da mensagem e que, se for realizada em grupo, obterá mais sucesso.
Joly (2012, p. 50-51) explica o caminho inverso:
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vejo um homem e não uma mulher, [...], um animal a ninguém...; ele
está com roupas esporte e não esporte fino [...]... (signos icônicos:
motivos reconhecíveis); aqui há um texto escrito e não uma página em
branco; ele é preto e não vermelho, e assim por diante... (signos
linguísticos: texto).
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Já o ponto de vista singular-indicativo “o produto, peça ou imagem é
analisado como algo que existe em um espaço e tempo determinados” e define
quais são os traços de sua identidade, “sob esse ângulo, as qualidades de que
esse existente se compõe, cores, forma, tamanho, matéria, passam a ser vistas
em função da sua manipulação e uso” (SANTAELLA, 2002, p. 71).
Joly (2012, p. 48-49) diz que “uma das funções da análise da imagem
pode ser a busca ou a verificação das causas do bom ou do mau funcionamento
de uma mensagem visual”. Esse tipo de análise é muito encontrada nas áreas
de marketing ou publicidade; essa abordagem realmente se mostra muito
produtiva para a compreensão e melhoria de desempenho. A análise semiótica
é uma esperança de garantia de eficácia e rentabilidade.
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SEMIÓTICA E A MODA
Como diz Peirce “Só percebemos aquilo que somos equipados para
perceber.” Desta forma, primeiramente percebemos o superficial, ou
primeiridade em que, por exemplo, um carro não é só um meio de transporte,
mas sim um símbolo que transporta conceitos, formando, muitas vezes, a
imagem de quem você é ou quer ser. Nesse contexto, as roupas, objetos como
canetas, ou um óculos que se usa, a casa em que mora, etc., complementam e
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reforçam a imagem de quem você é. Isto define suas posições, resumindo e
limitando você ao que tem externamente para apoiar-se e identificar-se,
internamente.
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Mas a moda está a serviço de quem? Tudo depende. Segundo Vera Lima
(2002 apud Arruda, 2002) "A moda tem de estar a serviço da personalidade da
pessoa. Do contrário, se a pessoa entrar num processo de submissão, a moda
pode lhe fazer mal".
Por meio da moda, sempre em mudança, você não apenas possibilita que
o outro o descubra como também pode fazer descobertas sobre si mesmo, como
estados de espírito até então adormecidos.
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Quase no mesmo sentido, mas especificamente para o campo da moda,
o fotógrafo Helmut Newton também fotografou uma série de pares de fotos em
que aparecem mulheres nuas e vestidas nas mesmas poses.
Desta forma, é possível viver uma vida dentro da outra? Ou será que
somos muitos de nós dentro de nós mesmos?
Dentro de cada uma de nós há certo desejo de fantasia, uma inclinação
a experimentar alguma coisa dramaticamente diferente da nossa
realidade diária (...). Vestindo um determinado modelo podemos
“desempenhar papéis”, projetando-nos a estilos de vida e ambientes
que têm pouca semelhança com os nossos próprios. (...) Vestir-se não
tem de ser sempre um caso sério. Passamos muito tempo nos
preocupando em deixar boa impressão no trabalho ou nos
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compromissos sociais; temos o direito de nos divertir com a moda de
vez em quando! (FISCHER-MIRKIN, 2001, p. 149)
“A roupa não tem vida, não tem força, é um objeto. A mulher usa esse
objeto como uma representação. Ele simboliza a impressão que uma
mulher quer dar de si mesma, mas é o corpo dela que atua. É o corpo
que a fará misteriosa, estranha ou sedutora” – Sonia Rykiel (FISCHER-
MIRKIN, 2001, p. 9)
Mas mesmo quando vestida, a roupa pode parecer uma coisa enquanto
vista de frente e outra, completamente diferente, quando vista de costas.
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das formas, dos materiais quando em relação à anatomia do corpo
integrando-se a ele, recompondo e reorganizando sua aparência,
instituindo formas de pertencimento, discursos e de linguagem. Tais
asserções diretivas orientam para a análise do universo da moda
mediante sua composição plástica, estética, dos elementos que
constroem a sensorialidade têxtil e das formas que serão sobrepostas
ao corpo, em cujo resultado se constrói uma nova forma que será a
imagem que o olhar do outro apreende de nós e com qual nos
identificaremos. (CASTILHO; MARTINS, 2005, p. 28-29)
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extrair, ou lembrar aos usuários da língua, sentidos e significados que as
palavras já tiveram, mas que agora estão meio esquecidos e só vagamente se
percebem. A etimologia da palavra fashion (moda) a remete ao latim factio, que
significa fazendo ou fabricando (do qual temos a língua inglesa a palavra
“faction” (facção)), até facere, isto é, fazer ou fabricar. Portanto, o sentido original
da palavra fashion se refere às atividades; fashion era algo que uma pessoa fazia
diferentemente de hoje, quando a empregamos no sentido de algo que usamos.
O sentido original de fashion refere-se também a ideia de fetiche, ou de objetos
que são fetiches, uma vez que facere é também a raiz da palavra fetiche. E pode
ser que os itens de moda e indumentária sejam os produtos mais fetichizados
entre os fabricados e consumidos pela sociedade capitalista.
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Lurie (1997) explicou que o discurso falado, as razões para fazermos uma
declaração tendem a ser duplas ou múltiplas. E estas razões encontram-se na
moda.
ARTE E MODA
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alguma coisa, sabendo que os termos tékne e póiesis se traduzem em
criação, fabricação ou produção de algo (LINDOMAR apud PEREIRA,
2011, p. 24).
Além disso, a moda não é algo que existe apenas em vestidos. A moda
está no céu, na rua, a moda tem a ver com ideias, a maneira como vivemos, o
que está acontecendo.
Quem determina a moda agora é a vida. Com tudo o que ela tem de
apaixonante, odioso, alegre, triste, bonito, feio, maluco, imprevisível,
ruim, gostoso, violento, assustador, isto é, a moda está fora de moda.
A vida não. E a vida é quem manda. Manda e modifica. A moda
obedece” (JÚNIOR, 2004, p.130).
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Desta forma, a moda é um retrato das mudanças que ocorrem no mundo.
Com as revoluções, as guerras, os altos e baixos da humanidade, as peças se
variam entre cores, comprimentos, tecidos e recortes (FEGHALI, 2006). Desta
forma, também manifestam os sentimentos e as convicções de determinados
grupos como é perceptível nas aparições das tribos urbanas da história, como o
punk, o hippie, o hip-hop, os góticos, rastafári, veganos entre outros, onde cada
um defende um ponto de vista e um estilo de vida. Essas transformações se dão
diante dos desejos que o homem tem de se diferenciar decorrente dos
acontecimentos atuais (SOUSA e FONSECA, 2009, p.1).
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Desde modo, no século XX, começou a se ter um interesse comum entre
a arte e a moda. Houve a ideia de utilizar o vestuário como um alicerce da
expressão artística. Em 1936, Salvador Dali desenhava vestidos para
Schiaparelli. Em um desfile de Paco Rabanne em 1966, os manequins
dançavam. As duas áreas, passaram a se misturar, e até interdepender-se uma
da outra.
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CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
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JAKOBSON, R. Linguística e Comunicação. Trad. Isidoro Bliksteim e
José Paulo Paes. São Paulo: Cultrix, 1999.
MÜLLER, Florence. Arte & moda. São Paulo: Cosac & Naify, 2000. 79 p.
(Universo da moda) ISBN 8586374687.
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PEREIRA, Lucésia. História da Arte: livro didático/ Lucécia Pereira;
design instrucional Gabriele Greggersen.- 1. ed. rev. - Palhoça: UnisulVirtual,
2011.
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