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Linguagem e Comunicação Humana

Conteudista
Prof. Me. Pascoal Fernando Ferrari

Revisão Textual
Aline de Fátima Camargo da Silva
Sumário

Objetivos da Unidade.............................................................................................................3

Introdução............................................................................................................................... 4

Linguagens e Línguas............................................................................................................ 6

As Linguagens Verbal e Não-Verbal.............................................................................................8

As Linguagens Oral e Escrita.........................................................................................................10

As Linguagens Artísticas.....................................................................................................13

Linguagens e a Comunicação na Sala de Aula...............................................................16

Signo, Significante e Significado.......................................................................................19

A Linguagem e a Cultura Humana................................................................................... 22

Atividades de Fixação.........................................................................................................24

Material Complementar..................................................................................................... 26

Referências............................................................................................................................ 27

Gabarito................................................................................................................................. 28
Objetivos da Unidade

• Compreender as relações entre o pensamento e o desenvolvimento da criança;

• Assimilar as relações entre a linguagem e o desenvolvimento humano;

• Estabelecer conexões entre a comunicação humana e as influências culturais


que sofremos.

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comendamos que acesse o conteúdo on-line para melhor aproveitamento.

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VOCÊ SABE RESPONDER?

Além da linguagem verbal, como a fala e a escrita, quais outras formas de lingua-
gem você observa as pessoas utilizarem para se comunicar? Pense em expressões
faciais, gestos, música, Arte e outras formas de comunicação não verbal. Como es-
sas diferentes linguagens contribuem para uma comunicação mais completa e rica
entre as pessoas?

Introdução
Aqui, estudaremos as diferentes linguagens empregadas na comunicação humana.
Esta será vista a partir da teoria de Ferdinand Saussure, importante pensador dos
processos comunicativos. Outros teóricos, como Vygotsky, Pino e Freire, também
comporão o referencial teórico desta Unidade.

Ainda, analisaremos como o processo de comunicação se manifesta em sala de aula,


já que a interação entre professor e aluno realizada ali, constrói-se a partir da comu-
nicação entre eles. As manifestações da linguagem humana serão vistas como o
meio principal de construção do conhecimento.

Com relação à escola, estudaremos como as diferentes linguagens – verbal


e não verbal – são desenvolvidas com a sua intervenção, por meio do pró-
prio trabalho do professor em sala de aula.

Em seguida, trataremos do tema comunicação, abordando aspectos como signo,


significante e significado, dentro da obra de Saussure (2006). E, finalizaremos esta
Unidade, refletindo sobre como a cultura humana influencia a construção das dife-
rentes línguas e linguagens humanas.

Para nosso momento de contextualização, sugerimos algumas ações. Primeiro você


deve ler o poema “Traduzir-se”, de Ferreira Gullar, com o objetivo de pensar a res-
peito da Arte como linguagem expressiva. Em sequência, escute a música “A voz do
dono e o dono da voz”, para refletir sobre as possíveis manipulações da linguagem e
do discurso.

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Leitura
As obras você encontrará disponíveis nos QR Codes abaixo:

“A voz do dono e o dono da voz” “Traduzir-se”


Chico Buarque Ferreira Gullar

Prezado estudante, nesta Unidade investigaremos as diferentes linguagens criadas


pelos seres humanos e suas civilizações. Buscaremos entender a linguagem como
processo de interação e construção do conhecimento humano e, para tanto, fare-
mos uma reflexão a respeito das múltiplas linguagens humanas.

Leitura
Para se aprofundar no tema, sugerimos que
leia o artigo “Semiótica e cognição na pers-
pectiva histórico-cultural”, de A. Pino, cujo é
um importante referencial para pensarmos a
respeito da comunicação e das linguagens hu-
manas. Disponível no QR Code ao lado.

Somos seres simbólicos, isto é, aprendemos a falar de algo que não está presente,
representamos coisas com nossos grafismos, gestos ou palavras. Informamos e so-
mos informados ao mesmo tempo, enfim, trocamos ideias, sensações, sentimentos.
Apropriamo-nos de diversos signos e símbolos para nos comunicar, os quais são
construídos ao longo do tempo e cuja forma depende de nossa fase de desenvolvi-
mento, de nossa cultura, de formas particulares de expressão.

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Figura 1 – Troca de ideias
Fonte: Freepik

Com isso, iremos ver os diversos fatores que influenciam a construção das lingua-
gens e das línguas humanas. Os fatores culturais, genéticos, afetivos e relacionais
serão considerados e irão fazer parte da nossa reflexão. Além disso, a escola e o rela-
cionamento entre o educador e o educando irão ter destaque nesta Unidade. Assim,
iniciaremos conceituando as diferentes formas da linguagem humana.

Linguagens e Línguas
Podemos entender a linguagem como um sistema de signos mediante os quais os
seres humanos se comunicam. Esse sistema de signos nos permite transmitir e re-
ceber informações, expressar sentimentos e abre, diante de nós, uma diversidade de
possibilidades comunicativas. Dessa feita, a comunicação torna possíveis as intera-
ções sociais; fazendo uma analogia, é possível alegar que a linguagem é a agulha e a
comunicação é a linha com as quais tecemos nossa rede de relacionamentos.

Vale ressaltar que a linguagem é um fenômeno complexo. Entre os humanos, ela


atinge altos níveis de aprimoramento, configura-se como condição essencial para
a construção de conhecimento e o desenvolvimento cultural. Ante isso, vejamos o
que aponta o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI):

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A linguagem não é apenas vocabulário, lista de palavras ou sentenças. É
por meio do diálogo que a comunicação acontece. São os sujeitos em
interações singulares que atribuem sentidos únicos às falas. A linguagem
não é homogênea: há variedades de falas, diferenças nos graus de forma-
lidade e nas convenções do que se pode e deve falar em determinadas
situações comunicativas.
BRASIL, 1998, p. 121

Portanto, a linguagem, de forma complexa, constitui-se de significados culturais; ela


abarca as diferentes formas como uma determinada sociedade entende ou repre-
senta a realidade em que está inserida.

Nesse sentido, há uma variedade de linguagens, a saber: a oral, a gestual, a escrita,


a visual, entre outras. As formas oral e escrita, desenvolvem-se na forma de lingua-
gem verbal, que compõem uma Língua, ou seja, um sistema de emissão e recepção
de sons articulados os quais chamamos de palavras. Por sua vez, as palavras são
signos sonoros que podem ser grafados na representação escrita. Elas representam
ideias, sentimentos, pensamentos; são códigos que tanto o emissor quanto o recep-
tor devem dominar. É preciso que esses códigos sejam conhecidos por ambos, para
que um processo de comunicação se estabeleça.

Importante
Estabelecendo-se em forma de língua, a linguagem falada se
apropria dos signos orais para a sua expressão. A língua é um
sistema de signos, histórica e socialmente construídos, que
possibilita aos seres humanos dar significado ao mundo e à rea-
lidade que os circunda.

A língua é uma forma de expressão própria de um grupo social. Para interagir, o


grupo social utiliza um conjunto de símbolos que são codificados e decodificados,
ganhando sentido no ato de sua utilização. Sendo assim, no ensino pré-escolar, um
trabalho intenso com a linguagem oral se torna imprescindível.

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Nas creches e na educação infan-
til, devem ser estimuladas práticas
dessa forma de comunicação e de
interação humana, o que é possí-
vel com a proposição de rodas de
conversa ou com incentivo nos mo-
mentos de avaliação, a fim de que a
criança possa expressar livremente
sobre o que percebeu e como no-
tou a ação educativa proposta em
sala, ou ainda, no decorrer da aula,
encorajando, assim, a participação
do aluno por meio de levantamento
de hipóteses e de reflexões a respei-
to de um tema proposto em aula.

A escola se apropria da linguagem falada, ou oral, a fim de se estabelecer, para ter


sentido, em outras palavras, a linguagem oral é essencial no processo ensino-apren-
dizagem. E, para construir conhecimento, a criança utiliza os códigos da linguagem
oral. Todavia, é óbvio que essa linguagem não é a única utilizada no processo educa-
tivo, como iremos verificar a seguir.

As Linguagens Verbal e Não-Verbal


Além da linguagem verbal, outros meios podem ser utilizados para criar a comuni-
cação, por exemplo, gestos e expressões, que compõem uma linguagem corporal e
são elementos necessários à interação das crianças durante o seu desenvolvimento,
dando significado e apoio à linguagem oral dos bebês e das crianças.

Ao contrário da verbal, a linguagem não-verbal não utiliza a palavra escrita ou falada


para existir. Essa linguagem é a que faz uso de imagens, símbolos, tom de voz, sons,
gestos, expressões faciais ou corporais e de outras possibilidades de códigos que
não usem a palavra como suporte para a comunicação.

Observe as imagens a seguir:

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Figura 2 – Exemplos de linguagens não-verbais
Fonte: Reprodução
#ParaTodosVerem: a imagem retrata diferentes exemplos de linguagens não-verbais. Cada exemplo é represen-
tado por uma imagem separada, ilustrando diferentes formas de comunicação não verbal. Na primeira imagem,
uma pessoa está fazendo o gesto de “silêncio”, colocando o dedo nos lábios. Na segunda imagem, há uma placa
de trânsito que indica a proibição de retorno. Na terceira imagem, há uma placa de proibido fumar, com a figura
de um cigarro vetado por um “X” vermelho. Na quarta imagem, há um sinal de trânsito representando uma in-
terseção com um semáforo. Esse sinal é usado para controlar o fluxo de veículos e pedestres em cruzamentos,
indicando quando parar (luz vermelha), quando prosseguir com cautela (luz amarela) e quando avançar (luz
verde). Fim da descrição.

Ressalte-se que um semáforo e suas cores, uma placa de trânsito, uma expressão de
silêncio, um pedido de “não fume” são imagens que possuem um significado social-
mente construído, bem como comunicam ideias e informações, tratam-se de tex-
tos não-verbais que fazem parte de nosso cotidiano. Dessa maneira, quando lemos
textos, nesse caso, lemos o mundo, pois podemos substituir a palavra texto pela
palavra mundo. Aliás, é sempre bom lembrar que a linguagem verbal é um fenômeno
exclusivamente humano.

No que se refere a isso, Paulo Freire (1989) diz que lemos o mundo antes mesmo de
lermos a palavra. A seguir, leia o que ele afirma a respeito da importância do ato de
ler, como também de como a leitura acontece:

[...] processo que envolvia uma compreensão crítica do ato de ler, que não
se esgota na decodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita,
mas que se antecipa e se alonga na inteligência do mundo. A leitura do mun-
do precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não pos-
sa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se
prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua
leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto
FREIRE, 1989, p. 9

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Segundo Freire (1989), a leitura das linguagens verbal e não-verbal se estabelece
em um processo dialético, no qual a leitura do mundo precede a leitura da palavra.
O autor vai além, dizendo que, para uma leitura crítica de um texto ser alcançada, é
necessária a percepção do texto e do contexto em que foi escrito ou lido.

Sublinhe-se que as linguagens verbal e não-verbal são fenômenos que se apresen-


tam concomitantemente; quando estamos envolvidos em um processo de comu-
nicação, essas linguagens misturam-se de forma consciente e inconsciente. É uma
comunicação mista, que faz uso simultâneo da linguagem verbal e da linguagem
não-verbal, apropriando-se de palavras, imagens e expressões ao mesmo tempo.

A linguagem corporal é um importante desdobramento da linguagem não-verbal.


Muitas das comunicações interpessoais são baseadas nessa linguagem. No início
da vida, o bebê interage com seu cuidador e comunica-se por meio de uma lingua-
gem corporal e sonora, mas sem o uso da palavra. É um complexo sistema cujos sig-
nos são gestos, expressões faciais, posturas e movimentos corporais que expressam
desejos, impulsos e os primeiros pensamentos.

Importante
A escola não pode se abdicar dessas formas de leitura para a
construção do conhecimento e para o desenvolvimento hu-
mano. É nessa interação ativa, mediante as linguagens verbal
e não-verbal, que podemos significar e ressignificar o mundo à
nossa volta de forma crítica.

E, a instituição escolar tem como função, ao trabalhar a variedade verbal, incentivar


a linguagem falada, escrita e a leitura da palavra, como veremos no tópico a seguir.

As Linguagens Oral e Escrita


Sendo a linguagem um sistema de sinais utilizado pelo homem para expressar seus
pensamentos, ideias e emoções, tanto na forma falada quanto na forma escrita, ela
tem, na escola, um lugar fértil para o seu desenvolvimento. O trabalho com a lin-
guagem escrita é iniciado na Educação Infantil e desenvolve-se por todo o Ensino
Fundamental; já o trabalho com a linguagem oral, é plenamente contemplado desde
a Educação Infantil, pois é uma linguagem que surge no início da vida e passa a ser
utilizada no cotidiano das crianças.

A respeito disso, o RCNEI indica que o trabalho com as linguagens é um eixo básico
no trabalho com a Educação Infantil:

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A aprendizagem da linguagem oral e escrita é um dos elementos impor-
tantes para as crianças ampliarem suas possibilidades de inserção e de
participação nas diversas práticas sociais. O trabalho com a linguagem se
constitui um dos eixos básicos na educação infantil, dada sua importância
para a formação do sujeito, para a interação com as outras pessoas, na
orientação das ações das crianças, na construção de muitos conhecimen-
tos e no desenvolvimento do pensamento.
BRASIL, 1989, p. 108

O texto dessa citação evidencia como é importante o trabalho com as linguagens


oral e escrita. É por meio delas que a criança consegue se inserir no mundo cultural
dos adultos, construir novos conceitos, ampliar o seu repertório de conhecimentos e
de relações sociais, os quais, por seu turno, ampliam e permitem a participação ativa
dos indivíduos nas práticas sociais.

Assim, ler e escrever são ações fundamentais na escola, entretanto, a experiência


com a escrita, inicia-se antes da fase escolar. A criança, ao brincar com diversos
riscadores, enquanto cresce e se desenvolve, vai percebendo, paulatinamente, que
pode imprimir coisas em certas superfícies, riscando, desenhando ou escrevendo.
As possibilidades são infinitas e podem acontecer, por exemplo, quando ela brinca
de grafar na areia ou na terra com seu dedo, ou mesmo em uma interação direta,
quando brinca com lápis e papel.

Luria (2005) se refere a uma pré-história da escrita da criança, com o aparecimento


de uma relação funcional da produção de linhas e rabiscos nas brincadeiras infantis.
De maneira intuitiva, ela faz rabiscos para nomear coisas, criando novas hipóteses de
escrita, até que, na escola, ela poderá sistematizar esse conhecimento, aprendendo
a representação correta da letra e, consequentemente, da palavra escrita, dominan-
do, vagarosamente, os signos, fazendo uso da escrita para se comunicar, registrar
e representar graficamente coisas e ideias. Quanto a isso, observe a Figura a seguir:

Figura 3 – Grafismo/garatujas
Fonte: Reprodução
#ParaTodosVerem: A imagem retrata diferentes exemplos de grafismos ou garatujas. A figura mostra três tipos
diferentes de representações de grafismos ou garatujas. Fim da descrição.

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Desses grafismos ou garatujas nascerão o desenho e, posteriormente, a escrita da
criança. Esses momentos de experimentação inicial da escrita são fundamentais
para o seu desenvolvimento pleno. Nesse sentido, o ambiente escolar deve incenti-
var esses momentos, para que, de fato, a criança venha a se apropriar dessa forma
de linguagem. Para a aprendizagem da escrita, é necessária uma intervenção direta
do adulto, no caso da escola, do docente.

Importante
O contato com a escrita deve acontecer o quanto antes. Mes-
mo que a criança ainda não domine esse tipo de linguagem, ela
iniciará o longo caminho da aprendizagem da escrita, criando
hipóteses de escrita. Assim, dominará naturalmente essa varie-
dade linguística.

Destaque-se que a escrita e a leitura da palavra são processos que se desenvolvem


paralelamente e a ampliação de uma está ligada à da outra. Sua prática na escola é
muito diversificada e depende da concepção pedagógica do professor. De forma
geral, essa prática objetiva a compreensão e o domínio dos signos da comunica-
ção escrita, a aprendizagem das regras e do encadeamento lógico dessa linguagem,
para, assim, alcançar a alfabetização e o letramento, do qual trataremos em outro
momento oportuno.

Além disso, o mundo cultural que permeia o desenvolvimento infantil será decisivo
na aprendizagem da escrita. Japiassu (2004) pode nos ajudar a refletir sobre a influ-
ência sociocultural no desenvolvimento da escrita da criança:

E, de fato, desde o rabisco sem intencionalidade de representação até


a representação gráfico-plástica propriamente dita podemos claramen-
te identificar aspectos visuais invariantes no processo de apropriação do
desenho como sistema semiótico de representação por parte do sujeito.
Evidentemente a criança precisa encontrar-se imersa em um ambiente
no qual o lápis e o papel, por exemplo, sejam parte do “kit de ferramen-
tas” culturalmente disponibilizado a ela - e em efetivo uso por parte dos
membros mais experientes do seu meio social. Esses objetos e seus sig-
nificados culturais (lápis, papel etc.) convidam explicitamente o sujeito a
usá-los de um modo muito preciso. O seu significado cultural, desse pon-
to de vista, só pode ser efetivamente apropriado através da participação
guiada do sujeito no meio social no qual ele se encontra imerso.
JAPIASSU, 2004, n.p.

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Sem dúvidas, os estímulos socioculturais são fundamentais ao desenvolvimento
da escrita da criança, e um ambiente estimulador pode contribuir para o processo
de sua aquisição. Certamente, o sucesso dessa aquisição dependerá da conduta do
educador, o qual tem o papel de guiar a participação da criança nesse processo,
como se refere o autor.

As Linguagens Artísticas
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte, linguagem.

Traduzir-se uma parte


na outra parte
– que é uma questão de vida ou morte –
será arte?

Ferreira Gullar

O homem sempre se expressou por intermédio da Arte; esta está presente na vida
do ser humano desde os tempos pré-históricos, quando ele ainda vivia nas cavernas.
A Arte, enquanto um signo, pode ser entendida como uma linguagem ou como múl-
tiplas linguagens. Dança, teatro, música e imagem são as quatro grandes linguagens
artísticas, que, na contemporaneidade, se apresentam de forma híbrida, misturan-
do-se e formando novas linguagens artísticas.

A teoria geral dos signos, conhecida como Semiótica, ensina-nos que um signo é
aquilo que representa alguma coisa para alguém. Uma fotografia de um coração,
uma escultura ou desenho de um coração, a palavra coração, o gesto simbólico de
um coração, ou qualquer outra representação, são signos que representam o cora-
ção, um dos órgãos do corpo humano.

Martins, Picosque e Guerra (2010), autoras que estudaram o ensino e a aprendiza-


gem da Arte, falam a respeito dela enquanto signo e construtora de novas lingua-
gens expressivas:

Nossa penetração na realidade, portanto, é sempre mediada por lingua-


gens, por sistemas simbólicos. O mundo, por sua vez, tem o significado
que construímos para ele. Uma construção que se realiza pela representa-
ção de objetos, ideias e conceitos que, por meio dos diferentes sistemas
simbólicos, diferentes linguagens, a nossa consciência produz.
MARTINS; PICOSQUE; GUERRA, 2010, p. 32

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Figura 4 - Prática de arte
Fonte: Freepik

E elas continuam afirmando que:

A arte é uma forma de criação de linguagens – a linguagem visual, a lin-


guagem musical, a linguagem do teatro, a linguagem da dança e a lingua-
gem cinematográfica, entre outras.
MARTINS; PICOSQUE; GUERRA, 2010, p. 35

Portanto, as autoras nos mostram que o ser humano é um ser simbólico que, me-
diante os signos, interpreta e pode ressignificar o mundo à sua volta. Ele penetra na
realidade mediado pelas diferentes linguagens, entre elas, a Arte.

A Arte é uma maneira de expressar nossos sentimentos e ideias. Por in-


termédio da linguagem da Arte, atribuímos sentidos particulares aos fe-
nômenos do mundo e também podemos dar novos significados a esses
fenômenos. Por outro lado, o objeto artístico pode nos comunicar coisas,
ideias e sentimentos, oportunizando novas leituras do mundo, novas visões,
novas possibilidades estéticas.

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Em relação ao processo ensino/aprendizagem da Arte, os documentos oficiais acer-
ca da educação brasileira, apontam-na como área de conhecimento. Por exemplo, o
RCNEI a compreende como linguagem e forma de conhecimento. A Arte, enquanto
linguagem e conhecimento, pode contribuir para o desenvolvimento infantil, desde
que seu ensino respeite o modo de perceber, sentir e pensar próprio de cada fase de
desenvolvimento da criança.

O conhecimento de mundo construído pela


criança deve ocorrer de maneira significativa,
e a Arte é um dos instrumentos para que isso
aconteça, já que ela está presente em seu co-
tidiano com intensidade.

Sendo assim, a interação da criança com as


diferentes linguagens artísticas acontecerá
de forma espontânea, ou ainda, pela interven-
ção do professor; nesse caso, com o objetivo
de garantir que ela vivencie e reflita sobre as
questões artísticas, oferecendo condições
para o seu desenvolvimento cognitivo, como
também oportunidades para ela formular
suas hipóteses e elaborar conceitos.

Talvez, a linguagem gráfica seja a mais estimu-


lada na escola. O desenho da criança, inicial-
mente, mistura-se à linguagem escrita. Letras,
desenhos e números são fartamente mescla-
dos na expressão gráfica das crianças; suas
garatujas, a princípio, são um misto represen-
tacional de hipóteses de letras e desenhos para
nomear coisas; mais adiante, dessa mistura fa-
zem parte as hipóteses de grafia dos números.

Essa expressividade infantil se dá por fases ou etapas relacionadas ao desenvolvi-


mento da criança. Japiassu (2004) se refere a importância da observação desse de-
senvolvimento em etapas no trabalho do professor.

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Se o(a) professor(a) estiver atento às produções gráfico-plásticas dos seus alunos,
ele(a) poderá acompanhar os ritmos pessoais de cada criança e identificar eventuais
fases comuns a toda sua turma de educandos. Mas, não basta entender os mecanis-
mos psicomotores, cognitivos, afetivos e histórico-culturais enredados no grafismo
infantil; é preciso oferecer um ambiente de aprendizado desafiador e estimulan-
te aos alunos que busque: (1) valorizar sua expressão psicográfica; e (2) promover
avanços nos processos singulares de apropriação e (co)laboração do sistema de
representação do desenho (JAPIASSU, 2004).

A observação e a compreensão das fases do desenvolvimento infantil, certamen-


te, facilitarão o processo ensino/aprendizagem, permitindo uma melhor adequação
das proposições pedagógicas de ensino das linguagens artísticas ao que a criança
é capaz de realizar em determinada fase de seu desenvolvimento. Assim, também,
possibilitará ao professor uma melhor compreensão das produções artístico/ex-
pressivas realizadas pelas crianças.

Linguagens e a Comunicação na
Sala de Aula
Fazemos uso da linguagem para nos comunicar; as interações sociais humanas se
baseiam em processos comunicacionais. Nas situações de ensino/aprendizagem,
em uma sala de aula, o processo básico é o da comunicação entre indivíduos.

Os aprendizes constroem conhecimento a partir do que ouvem, vêem, tocam,


leem ou debatem em aula. São os órgãos dos sentidos os canais de comuni-
cação que possuem. O conhecimento desse processo permite aperfeiçoar a
comunicação interpessoal.

Paulo Freire pode nos ajudar a compreender melhor a questão. O autor entende a
educação como uma prática que busca autonomia dos envolvidos no processo e que
é baseada no diálogo. Veja o que ele escreve a respeito do ofício de ser professor:

A tarefa coerente do educador que pensa certo é, exercendo como ser


humano a irrecusável prática de inteligir, desafiar o educando com quem
se comunica e a quem comunica, produzir sua compreensão do que vem
sendo comunicado. Não há inteligibilidade que não seja comunicação e
intercomunicação e que não se funda na dialogicidade. O pensar certo,
por isso, é dialógico e não polêmico.
FREIRE, 1996, p. 21

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Freire (1996) aponta para um pensar assertivo do educador, que é um pensar de
forma dialógica, em uma construção conjunta entre educando e educador. Segundo
o autor, o diálogo em igualdade de expressão é essencial. Podemos observar, tam-
bém, que é mediante a comunicação que alcançamos a inteligibilidade, ou seja, que
conseguimos que os docentes possam ser bem entendidos e que suas aulas sejam
claras e façam sentido aos educandos.

Entendidos o ensino e a aprendizagem como processos educacionais, vamos, agora,


aclarar o conceito de comunicação. Para que se estabeleça uma comunicação entre
pessoas são necessários alguns elementos básicos: um emissor; um receptor; uma
mensagem, que é um conjunto organizado de ideias em forma verbal ou não verbal;
e um veículo para transmitir a mensagem. Observe o elemento gráfico a seguir, so-
bre o processo de comunicação humano:

Veículo
Contexto Contexto
Fonte Mensagem Receptor

Codifica Decodifica

A Interpreta Ruído Interpreta B


Decodifica Codifica
Veículo

Receptor Mensagem Fonte


Contexto Contexto

Retroalimentação

Figura 5 – Gráfico aspecto cíclico do processo comunicacional


Fonte: Acervo do Conteudista
#ParaTodosVerem: a imagem retrata um gráfico que representa o aspecto cíclico do processo comunicacional.
O gráfico é composto por uma série de elementos visuais e setas, formando um ciclo contínuo. No centro do
gráfico, há um círculo que representa o processo comunicacional como um todo. Esse círculo está dividido em
várias seções, cada uma representando uma etapa específica do processo. Fim da descrição.

Ao contemplarmos o gráfico, logo percebemos o aspecto cíclico do processo co-


municacional, no qual o indivíduo ora é receptor ora é fonte de uma mensagem
qualquer. A forma dialógica como se apresenta a comunicação nos remete a uma di-
mensão democrática do fenômeno, em que A e B representam pessoas que querem
se comunicar e, constantemente, trocam seus papéis como receptores e fontes da
comunicação.

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Quando apenas um dos elementos é emissor e o outro é apenas receptor,
não podemos falar de um processo de comunicação pleno, mas sim de um
processo de transmissão de mensagem ou informação. processo, esse, in-
coerente com o objetivo da educação. Esta presume diálogo entre as par-
tes como forma de retroalimentação da comunicação, que permite à fonte
verificar a eficácia da comunicação, garantindo, assim, que a mensagem,
que é uma forma organizada e lógica de ideias e sensações, chegue a seu
destino e seja percebida pelo receptor.

Observamos também, no gráfico, que, para iniciar um processo de comunicação, A


tem que interpretar, codificar e emitir uma mensagem e, em seguida, escolher um
veículo, meio pelo qual acontece a comunicação, para emitir sua mensagem. Por
sua vez, B, estimulado pela mensagem, decodifica-a, interpreta-a e codifica uma
resposta, para emiti-la em forma de uma nova mensagem, por intermédio de um
veículo por ele escolhido, completando o ciclo e estimulando uma nova mensagem
em um processo comunicacional entre humanos.

Alguns fatores influenciam e modificam o processo de comunicação. Ao interpre-


tar uma mensagem ou código, fazemo-lo conforme as experiências anteriores que
tivemos; a interpretação de uma mensagem ou código passa por valores e crenças
que estão internalizados nos indivíduos e que foram construídos histórica e social-
mente. Esse fator modifica a percepção das mensagens recebidas. Outro fator a
ser considerado são os possíveis ruídos – fatores de interferência – ocorridos em
qualquer momento do processo de comunicação. Também, merece destaque o
contexto como elemento que exerce influência sobre o processo de comunicação;
a conjuntura em que está inserida a comunicação pode alterar sua eficácia.

Importante
A escolha correta do veículo é importante para que a comunica-
ção produza o efeito desejado. É preciso analisar qual o veículo
mais apropriado ao tipo de comunicação pretendida e ao seu
destinatário; é também necessário considerar as preferências
do receptor.

18
A escolha acertada do código é também fundamental para a boa recepção, pois é
preciso que ele seja conhecido por todos os participantes do processo de comu-
nicação. As habilidades comunicativas de codificação, como falar e escrever, e de
decodificação, como ouvir e ler, são exigidas na escola e objetivam promover situ-
ações de aprendizagem. Contudo a aprendizagem é dependente das experiências
anteriores do aprendiz e do conhecimento que ele traz como bagagem. Certamen-
te, o receptor que ouve, vê, lê e discute as mensagens ou informações que chegam
até ele, ou seja, que assume uma postura crítica diante dessas mensagens, prova-
velmente, fará uma interpretação melhor delas do que aquele que simplesmente as
recebe passivamente.

Signo, Significante e Significado


Para melhor entendermos a linguagem humana como um processo de comunicação
e representação de ideias, objetos, sentimentos, etc, iremos, inicialmente, conceitu-
ar os termos signo, significante e significado e refletir sobre eles. Para tanto, teremos
como fundamento a obra de Ferdinand Saussure (2006), sistematizador dos termos
signo, significante e significado em sua teoria linguística. Veja a seguir:

Signo

Um signo é uma unidade formada por um estímulo físico e uma ideia. O estí-
mulo físico é o significante e a ideia é o significado. Significante e significado
são dois lados de uma mesma unidade: o signo. Entende-se a existência de
um signo, quando há uma associação de um significado a um significante.
Um signo é um fenômeno que representa algo que não está presente. Um
exemplo é o desenho de um cigarro atravessado por uma linha transversal;
por meio dele se sabe que, naquele local, é proibido fumar. O signo linguísti-
co é a unidade de uma língua e compreende a relação entre um significante,
palavra escrita ou falada, com um significado, uma ideia ou conceito.

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Significado

O significado é o sentido que atribuímos a uma imagem, palavra ou ges-


to, ou seja, a um signo qualquer. O significado que um indivíduo confere a
um significante tem um caráter pessoal e social, isto é, depende de suas
próprias experiências e das influências socioculturais. Uma palavra pode
gerar diversas interpretações quando ouvida por diferentes pessoas; sua
compreensão depende da entonação da voz de quem fala, do contexto em
que ela foi emitida e de outras situações. Essa configuração determina a
compreensão que se tem da palavra, escrita ou falada.

Significante

O significante é o próprio objeto ou fenômeno da representação; é o es-


tímulo físico que, possivelmente, despertará um conceito no receptor. No
caso de uma comunicação visual, a imagem é o suporte da comunicação, o
significante; no caso da comunicação verbal, as palavras, na forma escrita
ou oral, são os significantes, e as ideias ou conceitos a elas associados são
os significados. A língua escrita ou falada se constitui de uma sucessão or-
ganizada de fonemas (sons), representados, na escrita, por letras que se as-
sociam a determinados significados dentro de uma lógica compartilhada.

Saussure (2006) traz, em sua obra, dois outros conceitos importantes para melhor
compreendermos a teoria linguística por ele explicitada. Eles formam os princí-
pios da teoria linguística: o primeiro princípio é o da arbitrariedade do signo; e o
segundo, é o da linearidade do significante. Observe o que o autor escreve acerca
desses princípios:

Quanto ao primeiro princípio:

O laço que une o significante ao significado é arbitrário ou então, vis-


to que entendemos por signo o total resultante da associação de um
significante com um significado, podemos dizer mais simplesmente: o
signo é arbitrário.
SAUSSURE, p. 81, 2006

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Para o autor, o signo é arbitrário e sua forma independe do conceito ou significa-
do que ele carrega. O conceito que associamos à palavra “mesa” não tem relação
direta com a grafia da palavra “mesa”, nem com a junção de signos linguísticos em
sequência ou com os fonemas que a formam – “m-e-s-a”. Nesse sentido, a fala e a
escrita da palavra são convenções humanas criadas historicamente, em que a rela-
ção signo/significado é arbitrária, mostrando que as formas gráficas da palavra não
representam diretamente o significado do fenômeno.

Quanto ao segundo princípio:

O significante, sendo de natureza auditiva, desenvolve-se no tempo,


unicamente, e tem as características que toma do tempo: a) represen-
ta uma extensão, e b) essa extensão é mensurável numa só dimensão:
é uma linha.
SAUSSURE, p. 84, 2006

Aqui, observamos a diferenciação entre um significante auditivo, sons diversos que


formam a palavra falada, e o significante visual, imagens diversas, a palavra escrita.
O significante auditivo, ou seja, a palavra falada pelo ser humano recebe influências
históricas, sociais e regionais.

Existem registros de que os seres humanos falam mais de 6 mil línguas dife-
rentes; criamos diferentes linguajares para expressarmos um determinado
conceito ou nomearmos determinada coisa, cada nação tem uma ou mais
de uma língua com a qual seu povo se comunica.

E, ainda, convém lembrar que, com o passar dos anos, a língua se modifica; falamos
hoje, século XXI, de forma bem diferente de como se falava no século XIX. Pense-
mos, ainda, nos diferentes sotaques que a nação brasileira possui: o sotaque nordes-
tino, que difere do sulista, que difere do sotaque mineiro, que difere de outros. Mas,
mesmo assim, a unidade linguística é preservada, sempre mantendo uma ordem,
uma linha de desenvolvimento.

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A Linguagem e a Cultura Humana
Entendemos por cultura, o conjunto dos valores intelectuais e morais que dão ori-
gem às tradições e costumes de um povo em um período específico. Flexível e di-
nâmica, a cultura compreende desde fatores religiosos até os científicos, incluindo
técnicas, vestuário, alimentação, mitos, padrões éticos e estéticos, uma gama de
fenômenos e condutas humanas singulares de cada grupo social.

A linguagem é fator de destaque nos processos culturais. A linguagem possui duas


funções básicas: a representativa e a comunicativa. Temos em Vygotsky um grande
estudioso da linguagem. Veja o que o pesquisador A. Pino aponta sobre a teoria de
Vygotsky:

Em Vygotsky, a função representativa é função da linguagem, junto com


a função comunicativa, como veremos depois. A razão é simples: a fun-
ção representativa é o que define o signo; portanto, é a função específica
dos sistemas sígnicos, como a linguagem.
PINO, 1995, p.5

Sendo a representação uma possibilidade de desdobramento do real, construindo


seu equivalente simbólico, no caso da linguagem, a palavra é o signo e sua função
comunicativa garante o desenvolvimento da cultura e as trocas culturais.

As crianças, no início da infância, são exclusivamente simbólicas. Ao se desenvol-


verem, tornam-se capazes de entrar em um mundo real criado pelos homens, um
mundo com certo ordenamento e lógica adulta, porém repleto de símbolos, oscilan-
do, assim, entre o real e o simbólico/cultural. Observe o que Pino diz a respeito da
passagem do mundo simbólico para o mundo real vivida pela criança:

Entretanto, esta passagem não é simples obra da criança nem mero efei-
to das suas relações com o real, mas abertura dela, cada vez maior, ao
mundo simbólico construído pelos homens. Esta abertura só ocorre pela
apropriação, por parte da criança, das várias formas de mediação semió-
tica, em particular a linguagem.
PINO, 1995, p.3

Para adentrar no mundo cultural, usamos, como chave, a linguagem, seja ela qual for:
falada, gestual, de sinais ou escrita. A linguagem tem função mediadora nas intera-
ções sociais. O mundo real, criado pelos homens, é cultural e simbólico.

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Podemos afirmar que os humanos cria-
ram múltiplas linguagens. Entre essas,
não podemos nos esquecer da lingua-
gem das máquinas ou do computador,
que consiste em um conjunto de signos
e de regras, com um encadeamento ló-
gico, que compõem uma sequência de
instruções que podem ser decodifica-
das e executadas por um computador.
Esses são os seus programas, criados
pelos homens. E, além desses, há, ainda,
a internet, que disponibiliza ambientes
virtuais de comunicação e transmissão
de informações digitalizadas.

Igualmente, podemos lembrar a linguagem matemática, dos números e equações,


as linguagens midiáticas, etc. Ainda lembremo-nos da Linguagem Brasileira de Si-
nais (LIBRAS), fundamental para aqueles que possuem uma necessidade educativa
especial, como as pessoas com dificuldade auditiva e da própria fala. Enfim, são
inúmeras as linguagens e línguas humanas.

Educação e linguagem têm papel fundamental no desenvolvimento humano; são


criações do homem que se formataram ao longo da história humana. A escola pode
ser entendida como um espaço em que a criança vivencia a passagem do uso de
uma linguagem provinda do seu cotidiano para o conhecimento de uma linguagem
própria da língua culta de uma nação, isto é, aquela submetida às regras que mantém
a unidade linguística tanto na forma escrita como na falada.

Reflita
Na Educação Infantil e no Ensino Fundamental I, as práticas de
leitura e de escrita estão ligadas à alfabetização e ao letramento,
tópicos dos quais trataremos na próxima unidade da disciplina.
Encerramos esta Unidade deixando uma pergunta para você
responder: a Linguagem é um fenômeno biológico ou cultural?

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Atividades de Fixação

1 – Observe a imagem a seguir e, após analisá-la, assinale a alternativa que apre-


senta a afirmação correta relacionada a ela.

Fonte: JAPIASSU, R. O. V. Do desenho de palavras à palavra do desenho. Disponível em:


<https://www.monografias.com/pt/trabalhos913/desenho-palavras-palavra/desenho-pala-
vras-palavra2.shtml#xconsidera>. Acesso em: 07/07/2023.

a. Para a aprendizagem da escrita, não é necessária uma intervenção direta do


professor.
b. Desses grafismos ou garatujas nascerão o desenho e, posteriormente, a escrita
da criança.
c. Esses momentos de experimentação inicial da escrita são dispensáveis para o
pleno desenvolvimento da escrita.
d. A escola deve esperar que esses momentos de experimentação aconteçam, pois
a escrita é natural do ser humano.
e. A criança se apropria da linguagem gráfica espontaneamente.

2 – Segundo o conteúdo teórico apresentado na Unidade, a interação entre as pes-


soas acontece por meio da comunicação e esta utiliza a linguagem para se concre-
tizar. Em relação à sua forma, a linguagem pode ser:
a. Lida ou escrita.
b. Verbal ou escrita.
c. Falada ou ouvida.
d. Verbal ou não-verbal.
e. Não-verbal ou icônica.

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Atividades de Fixação

3 – Ferdinand Saussure (2006) foi o teórico sistematizador dos termos signo,


significante e significado em sua teoria linguística. Como o autor conceitua o
termo signo? Assinale a alternativa que responde corretamente a essa pergunta.
a. Entende-se a formação de um signo, quando há uma associação de um signifi-
cante ao signo.
b. Signo é o elemento gráfico associado a um significante.
c. Signos apenas existem na concepção idealista do termo.
d. Um signo é formado por uma ideia e uma ação consciente.
e. Signo é a unidade formada por significante e um significado.

4 – Segundo Vygotsky, a linguagem possui duas funções básicas. Quais são elas?
Assinale a alternativa que responde corretamente a essa pergunta.
a. Função inatista e cognitivista.
b. Função ambientalista e comunicativa.
c. Função representativa e cumulativa.
d. Função representativa e comunicativa.
e. Função mediadora e cumulativa.

Atenção, estudante! Veja o gabarito desta atividade de fixação no fim


deste conteúdo.

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Material Complementar

Leituras
A Relação Significante e Significado em Saussure
https://bit.ly/3sqMxs4

Signo Linguístico
https://bit.ly/3EdCOaU

26
Referências

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamen-


tal. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Secretaria de Educa-
ção Fundamental, Brasília: MEC/SEF, 1998. 3 v.

FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Pau-
lo: Autores Associados: Cortez, 1989.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São


Paulo: Paz e Terra, 1996.

JAPIASSU, R. O. V. Do desenho de palavras à palavra do desenho. (2004) Disponível


em: <https://pedagogiaaopedaletra.com/artigo-do-desenho-de-palavras-a-palavra-
-do-desenho>. Acesso em: 27/08/2012.

MARTINS, M. C., PICOSQUE, G., GUERRA, M. T. Teoria e prática do ensino de arte: a


língua do mundo. São Paulo: FTD, 2010.

PINO, A. Semiótica e cognição na perspectiva histórico-cultural. Disponível em:


<http://www.pessoal.utfpr.edu.br/paulo/Semiotica%20e%20cognicao%20na%20
perspectiva%20historica.pdf>. Acesso em: 23/08/2012.

SAUSSURE F. Curso de linguística geral. Organização: BALLY, C.; SECHEHAYE, A.


Tradução: CHELINI, A. e outros. 27. ed. São Paulo: Cultrix, 2006.

VYGOTSKY, L. S. LURIA, A. R. LEONTIEV, A. N. Linguagem, Desenvolvimento e


Aprendizagem. 9. ed. Trad. Maria da Penha Villalobos. São Paulo: Ícone, 2005.

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Gabarito

Questão 1
b) Desses grafismos ou garatujas nascerão o desenho e, posteriormente, a escrita
da criança.

Questão 2
d) Verbal ou não verbal.

Questão 3
e) Signo é a unidade formada por significante e um significado.

Questão 4
d) Função representativa e comunicativa.

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