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21-09-2021
Inter-relação entre comunicação e linguagem. Funções da linguagem. Linguagem e pensamento.
Interlocutores – pessoas envolvidas no processo de comunicação
Comunicação implica um emissor e um recetor, entre eles é passada uma mensagem, uma informação. No âmbito
da linguagem temos 3 grandes tipos e a linguagem é uma via de comunicação. Comunicação é qualquer forma de
passar informação entre emissor e recetor, a linguagem é uma forma de passar informação.
Linguagem oral, gestual e escrita – temos 3 grandes tipos de linguagem e várias formas de comunicação
Nós dominamos a linguagem oral e escrita, mas a gestual (diferente da comunicação não verbal) à partida não
dominamos.
O que torna então a comunicação humana, em humana? O que a faz variar das outras espécies?
● A intenção
● a estrutura da linguagem associada à ideia de criatividade (inventamos palavras e depois já sabemos o que
significa e isso torna-nos criativos porque podemos conjugar sons de muitas formas possíveis, mesmo dentro da
língua portuguesa conseguimos criar novas palavras).
● a parte biológica, como espécie, temos vindo a distinguir-nos de outros animais, temos capacidades que outras
espécies não têm. Estamos constantemente a evoluir enquanto espécie e a nossa própria biologia vai-se adaptando
aos desafios do meio. Também nos torna únicos ao nível da comunicação humana.
Com os confinamentos, podíamos estar isolados, mas havia formas de comunicar uns com os outros através das
tecnologias, enviávamos e recebíamos informação. Isto mostra que somos mesmo seres sociais, mesmo isolados,
arranjamos formas de comunicar. Comunicar, para além de passar uma mensagem ajuda-nos a estar integrados
numa comunidade, e isto é algo que faz parte de nós, somos influenciados e influenciamos os outros. Estas formas
de comunicação evoluem ao longo dos tempos e contextos, há coisas que se mantém e há coisas novas, enquanto
seres humanos conseguimos fazer evoluir formas de comunicação e linguagem, e enquanto espécie mais ainda.
A comunicação:
Pode ser intencional – mesmo que nós digamos qualquer coisa de uma forma não tão intencional, podemos
na mesma revelar intenção. É um aspeto central da comunicação humana. Ex: tentamos esconder alguma
coisa, mas na verdade está subentendido que temos algo a esconder
Interno-externo, individual-coletivo – se tivéssemos uma ideia e não tivéssemos ainda comunicado, a ideia
seria só nossa (interna/individual). Se for partilhada, passamos para o exterior, passa a ser externo,
partilhamos com alguém. Algo que é individual passa depois a ser coletivo.
Comunicação como uma via socio-histórica de representações do mundo – antes de nós, já havia
comunicação. Até que ponto a forma como comunicamos, molda a forma com pensamos sobre o mundo?
Será que a sustentabilidade ambiental é algo dos nossos tempos? Não é. Estas palavras têm relevo hoje,
mas há uns anos não tinham assim tanto. O significado que damos a determinadas palavras não é o mesmo
que se dava antes. Temos informação que vem dos antepassados (sobretudo informação escrita).
Via de interação e influencia – perante um comportamento socialmente desajustado a comunicação é
essencial. Mesmo sem falar conseguimos influenciar a comunicação, o que outras pessoas fazem. Há várias
formas de através da comunicação verbal e não verbal, influenciar alguém. Exemplo do Hitler: a forma como
erguia o braço. Exemplo do Cristiano Ronaldo: apenas com gestos consegue influenciar muita gente.
O próprio espaço físico influencia a comunicação, ex: gabinete de psicologia deve ter um ambiente que
transmita paz, que não seja escuro, que seja insonorizado. O espaço físico depende do nosso modelo de
intervenção, no modelo médico usa-se mais a secretária, no modelo mais construtivista utiliza-se mais sofás. Estes
elementos mostram também que tipo de psicólogos nós somos. Elemento que nunca deve faltar num consultório:
lenços. Devem estar à mostra para o cliente perceber que é normal, que acontece com outras pessoas e não só com
ele, e o psicólogo deve pegar na caixa de lenços e dar ao cliente. Não precisa de dizer nada, só o simples facto de dar
a caixa de lenços demonstra que “estou aqui, pode chorar, é normal”.
No espaço, se existirem janelas pode trazer algum desconforto no sentido de ser visto por outras pessoas ou
distração no caso das crianças, mas também pode acabar por ser algo relaxante se a visão for um espaço verde, mas
deve existir uma cortina para tornar tudo mais acolhedor e confiante.
Em Espanha (Pontevedra) há uma escola que as salas são todas em vidro e não havia distrações das crianças.
Será que a forma como nós falamos tem impacto na forma como nós pensamos? Se tem impacto, então tem
impacto na realidade que as pessoas constroem… faz-me ver a realidade sob uma certa perspetiva.
28-09-2021
Funções da comunicação e linguagem. Síntese e esclarecimento de dúvidas sobre os conteúdos abordados
até ao momento.
Conclusões do vídeo visualizado na aula
- a nossa língua vai ter impacto na forma como nós pensamos. Cada língua tem um método de contagem diferente.
Um dos exemplos é a questão das cores: o azul. Para uma língua bastava dizer “azul”, para outra tinham que
complementar as várias tonalidades de azul (azul-claro, azul-escuro), tem a ver com a perceção e a perceção é um
processo cognitivo.
“O” “A”, tem a ver com determinadas características da nossa língua. Para nós pode ser “o sol” e noutra língua pode
ser “a sol”.
Principal conclusão: a linguagem é um processo criativo. Temos um potencial inato para emitir imensos sons, para
falar várias línguas e quando aprendemos uma determinada língua, podemos inventar palavras novas, recorrer a
metáforas. A língua está associada à nossa perceção dos nossos conhecimentos/aos nossos processos cognitivos, às
nossas representações sobre o mundo. Para nós psicólogos é muito importante ter em conta o modo como o cliente
organiza o seu discurso, como fala sobre a sua vida e os seus problemas, as metáforas que utiliza, etc. A
comunicação é mais ampla que a linguagem.
Temos muitas línguas e tantas formas de representar o mundo. Mesmo dentro do nosso país temos diferentes
palavras para as mesmas coisas.
Esta relação entre a linguagem e os processos cognitivos/pensamento ficou designada como a Hipótese da Sapir-
Whorf – tem sido muito debatida, alvo de muitas discussões porque a grande questão que se coloca é : até que
ponto a forma como nós pensamos é influenciada pela língua? Qual é a melhor língua para pensar? Em que língua
pensamos melhor?
Há uma conclusão que é válida para toda a gente que é: a linguagem está associada aos processos cognitivos (e isto
é inegável)
- A nossa linguagem tem impacto nas nossas representações sobre o mundo e inclusive sobre as nossas memórias ,
por exemplo: as falsas memórias (dizemos tantas vezes alguma coisa que acabamos por acreditar mesmo que
aconteceu, não é com má intenção, é fruto da linguagem), podem não ser 100% válidas e são influenciadas pela
linguagem.
- Linguagem e cognição como processos independentes – processos que se articulam uns com os outros, não são
mutuamente exclusivos
- Pensar como discurso coberto/interno – falar com nós próprios. Não deixa de ser um discurso que utilizo para mim
próprio, mas que serve algum propósito, organiza as nossas ideias, as nossas ações. O pensamento também é uma
forma de construir conhecimento, a forma como pensamos sobre determinado assunto.
Aliada a esta questão da ligação entre linguagem e processos cognitivos há um campo que é a
psicolinguística, que junta a linguística com a psicologia, é interdisciplinar, mistura várias áreas científicas e a grande
preocupação é perceber a relação entre a linguagem e a cognição. (No moodle temos um artigo que aborda isto)
- Estuda os processos de codificação e descodificação – codificar (criar determinadas regras e sinais que
temos que saber descodificar) descodificar (é necessário para nós compreendermos)
A psicologia básica está centrada nos processos psicológicos básicos (atenção), tenta testar teorias, hipóteses,
recorre a estudos experimentais. A psicologia aplicada tem a ver com a aplicabilidade de alguma teoria.
Ao nível da comunicação e linguagem. A questão de o homem ser um ser biopsicossocial, temos também
características sociais e internas e tudo está em comunicação. A comunicação e linguagem são importantes para o
relacionamento interpessoal atual e desenvolvimento/legado do ser humano. Importância que a comunicação e
linguagem assume no nosso dia a dia.
Comunicação é a mais ampla, existem várias formas de comunicação (verbal e não verbal). A linguagem é mais
especifica, é uma das formas de comunicação e dentro disto temos sinais, regras que temos que dominar e aprender
(oral, escrita e gestual).
O que nos torna diferentes dos animais que nos permite dominar a linguagem?
A nível biológica há diferenças entre o ser humano e outros animais, mas não conseguimos especificar quais são
essas diferenças.
Reformulando… indique duas características que tornam o ser humano diferente de outros animais e que favorecem
a linguagem. – Biológica, temos um potencial para a diversidade de sons que conseguimos produzir, a nível da
maturação cerebral e diferenças cerebrais relativamente a outras espécies e o aparelho fónico que possibilita
diversidade de sons. Intenção, criatividade, raciocínio (tem que ver com a complexidade dos processos cognitivos do
ser humano)
12-10-2021
Perspetivas teóricas sobre comportamentos comunicativos e aquisição da linguagem oral.
Fala Dirigida á Criança -> “cantar”, gesticular, prosódia, tom de voz, repetições, salientar sons (vogais),...
-> ajuda a criança:
-> a estabelecer um vínculo
-> na aprendizagem associativa
-> na linguagem (destacar determinados sons)
-> Feedback (o que dizemos á criança irá desencadear uma reação nela, e
essa reação causará uma reação em nós)
-> Prosódia (entoação, ritmo e acento da linguagem)
Contingência Temporal -> tempo de respostas a um determinado comportamento
-> ex: criança emite som e o cuidador reage logo
Perspetivas Enquadradas em equilíbrio Nurture-Nature
Piaget
Vygotsky -> Zona do Desenvolvimento Proximal
Bruner ->
Cazden -> input linguístico
Snow
As primeiras palavras da crianças tendem a ser objetivas e diretas (mama, papa, avó,...)
Aquisição da linguagem: primeira infância
Primeira infância – período que vai dos 0 aos 13, associa-se à creche. Também vai estar ligado ao estádio sensório-
motor, portanto temos de falar de sentidos, do corpo em desenvolvimento, incluindo a linguagem.
Perspetivas – vão estar mais integradas numa ou noutra. Prendem-se muito com as visões de nature e nurture.
Nature – tem a ver com nosso potencial genético, potencial inato, nascemos com potencial para. O ser humano
pelas suas características tem potencial para a linguagem.
Nurture – interação que temos com os nossos contextos de vida, com o meio envolvente.
Isto moldou a psicologia em geral e está muito presente na nossa sociedade. O nosso potencial genético interage
com o meio ambiente.
Caso dos meninos selvagens mostra que se uma criança só ouve a voz dos animais e não a voz humana, claro que um
dia terá dificuldade em falar como os seres humanos porque o estímulo voz humana é central para o
desenvolvimento. Não havendo esse estímulo é mais difícil a criança recuperar.
Perspetiva nature
Para as crianças bilingues, aprender duas línguas não é confuso. Crianças que quando estão a ouvir duas línguas
depois demoram mais tempo para começar a falar do que crianças que só ouvem uma língua? Ou começam a falar
ao mesmo tempo ou não há grande diferença.
Ele ignora completamente a perspetiva nurture? Não. Embora se enquadre mais na nature, não desvaloriza o
contexto. Temos que conseguir identificar elementos universais e singulares das línguas.
Há tipos de vínculos que a literatura já distinguiu: Vínculo seguro, vínculo inseguro ambivalente,
inseguro evitante e vínculo desorganizado.
Estes têm impacto no nosso desenvolvimento e nas relações que estabelecemos com os outros.
Importância do vínculo – criam-se modelos de interação afetiva de como eu me relaciono com os outros. Este
vínculo que é criado tem impacto a longo prazo por causa das questões da segurança e do modelo.
Vínculo seguro – é confiante e confia nos outros. Isto vem desde a 1ª infância. Implica que enquanto bebé, o bebé
aprende que se chorar vai ter alguma resposta, um cuidador que é responsivo, atento. Tem impacto no facto de eu
me sentir confortável para arriscar. Isto é importante porque é um bebé que um dia vai arriscar.
Vínculo inseguro ambivalente – reações ou respostas do cuidador são contraditórias. Desenvolve a ideia de “com
que que eu posso contar’”, esta ambivalência é uma insegurança no sentido de eu ter uma necessidade e não ter
100% certeza de que alguém me vai ajudar a resolver, vou ser bastante receoso em relação à obtenção de resposta.
Está relacionado com perturbações alimentares. É importante no desenvolvimento da linguagem porque vemos
algum receio da criança, já não está segura de arriscar, criança não tem certeza. Verificamos algum
amedrontamento nas primeiras vocalizações e muito dependente do reforço do outro. Se tento falar e o outro não
me responde, da próxima vez já não sei se vou falar… preciso que “validem” o que estou a fazer. (linguagem
desenvolve-se na mesma, mas são mais retraídas, tem a ver com o uso que é feito da linguagem)
Vinculo inseguro evitante - as suas necessidades podem ou não ser respondidas, e quando não são a criança fica
chateada; visão mais defensiva, criança fica chateada porque teve uma necessidade e não responderam, então evita.
Se me faz sofrer, prefiro evitar.
Vínculo desorganizado – característico da carência de cuidados. Surge quando a criança aprende que quem é o
cuidador não cuida, mais visível em situações extremas. Estas crianças tendem a ser muito mais retraídas ao nível da
linguagem e a apresentar situações que podem condicionar o seu desenvolvimento cognitivo. Vê-se quando a
criança foge de determinado cuidador em desespero.
Estes 4 tipos foram identificados através de experiências através da situação estranha, criança a brincar sozinha,
cuidador entrava e via-se como criança reagia. Estes vínculos têm impacto ao nível de desenvolvimento e ao nível da
linguagem
Fala dirigida à criança
Falar para a criança entender, parece que temos mais entoação e alteramos o som de algumas vogais. Usamos
intencionalmente. Ajuda a criança em termos de afeto, é útil para a aquisição da linguagem. Esta fala demonstra que
o adulto é visto como uma figura chave, figuras significativas, ajuda a estabelecer um vínculo com essas pessoas. Por
outro lado, este cantar (prosódia) e gesticular ajuda a prestar atenção a determinados sons e palavras, ajuda
inclusive na aprendizagem associativa, associar determinados gestos a uma palavra. O feedback tem a ver com
questão de reforço e punição, o que fazemos com a criança vai ter uma reação nela, que continuara a ter uma
reação em nós próprios. A maneira como eu reajo vai ter um impacto naquilo que a criança está a fazer. Ajuda a
perceber que comunicação é internacional que acompanha a interação e a linguagem. A prosódia acaba por ser
importante porque chama a atenção a determinados sons. Há palavras que vamos repetir e quanto mais vezes
repetirmos a criança tenta imitar. O tom de voz terá um efeito que pode ajudar a compreender a mensagem.
relacionada com imitação e condicionamento.
Quanto mais nós falarmos mais estamos a enquadrar a linguagem e estimular a criança a falar. A mãe falar
para a barriga vai ter impacto devido à questão dos sons e também ao facto de marcar de alguma forma,
torna mais familiar a voz humana e ajuda a criança a compreender que falar faz parte do nosso dia a dia
O quanto nós falamos com a criança tem impacto no vocabulário. O contar histórias é importante porque
estamos a colocar a criança em contacto com palavras diferentes.
Díade (relação a dois, pai-filho, mãe-filha) esta qualidade da fala nesta relação que se estabelece a dois é
importante e motiva a criança a participar.
Contingência temporal tem a ver com o tempo de resposta, quanto tempo demoramos a responder à
criança. Está também relacionada com a eficácia dos reforços. Reforço e punição são tao mais eficazes
quanto mais imediato for porque se não se reforçar na hora, depois não sabe o que esta a ser reforçado. Ex:
criança faz os trabalhos de casa, na aula seguinte professor verifica e vê que fez os trabalhos de casa.
Transmite emoções positivas e facilita associação a sons e objetos. Tendemos a aproximar-nos daquilo que
gostamos e afastar daquilo que não gostamos. Quando criança aprende a relacionar os objetos às emoções,
tende depois a querer aproximar ou evitar essas situações.
Se falarmos para a criança estamos também a instigá-la a comunicar connosco e envolvê-la na nossa
interação.
Atenção a linguagem, aos sons, inclusive a nossa boca quando estamos a falar.
Quanto mais ouvir falar, mais vou perceber o que surge com frequência e isso ajuda a perceber melhor
especificidades gramaticais da língua.
Perspetivas enquadradas em equilíbrio Nurture – Nature
Vygotsky - Zona de desenvolvimento proximal – distancia entre aquilo que criança já consegue fazer e aquilo
que ainda não consegue, mas vai chegar lá.
Piaget - diz que aquisição da linguagem não é só genético nem da interação do meio.
Vygotsky – podemos exprimir o que pensamos e linguagem pode tornar se racional. Há interação entre nature e
nurture e essa interação ajuda a dar significado, compreender a mensagem e isso é importante para o nosso
próprio pensamento. Destaca as funções simbólicas da linguagem
Bruner – corpo em movimento e todas essas componentes que são importantes para adquirir linguagem, mas
precisamos da interação em sociedade para poder aprender
Cazden – aquilo que é dito, a forma como é dito. A quantidade do input linguístico tem impacto no
desenvolvimento da linguagem- conteúdo é importante e como é dito também.
Estes autores mostram que não é só uma coisa ou outra, mas temos que valorizar ambas.
19-10-2021
Caracterização das etapas de pré-linguagem e primeira linguagem, considerando o desenvolvimento
linguístico durante a primeira infância.
Consoante as perspetivas podemos encontrar termos diferentes. Termo aquisição associa-se à perspetiva
nature, quando é mais nurture é desenvolvimento da linguagem. O termo que ficou mais popular em termos de
investigação é aquisição da linguagem.
- a partir deste processo a criança apropria-se da linguagem humana, não é só aprender o português, é eu fazer
uso, da minha própria autonomia do português. Criança esta numa fase de descoberta e tudo o que descobre vai
apropriar-se para usar nas suas interações, é um processo mais de agência, criativo, ativo.
Nós assumimos um papel ativo da criança no sentido em que está atenta a tudo o que se está a passar, esta a
processar informação e espera-se que tenha a sua própria agência em produzir sons e palavras. Isto está
relacionado com os direitos da criança, porque esta alinhado com o facto de a criança não ser um ser passivo
que só come e dorme, mas sim como ser ativo.
Durante a gestação
Sabemos que a questão dos sons dentro da barriga o bebé já ouve os sons e é importante ouvir sons que
serão mais familiares, nomeadamente voz da mãe e do pai e outras figuras familiares que terão interação
mais próxima, porque um processo que ocorre ainda a nível intrauterino tem a ver com a familiaridade com
sons e vozes.
Há muitas vezes uma atenção do feto às músicas e às histórias
Não descuidar aquilo que é o período em que o bebé está na barriga porque ele já se está a desenvolver a nível
da linguagem.
AO nível da 1ª infância vamos falar de 2 principais etapas:
- pré-linguagem entre o 0 e aproximadamente a1 ano de idade, caracterizado pelo facto de a criança ainda não
emitir uma palavra, mas já assume comportamentos comunicativos.
- primeira linguagem entre 1 ano de idade até aos 3 anos, caracterizado pelas primeiras palavras da criança,
tentativas da criança em formular frases e de adquirir mais palavras. Também tem a ver com uso intencional das
palavras e sons para alcançar determinados propósitos, uma delas é o “não”.
- a partir dos 3 anos de idade, educação pré-escolar, aumento do vocabulário, palavras mais complexas, mais
longas, cada vez mais é desnecessário complementar as palavras com gestos, falam sem necessidade de apontar
seja para onde for, associa palavras a objetos
Pré-linguagem a nível dos comportamentos comunicativos é o choro, o riso, suspiro, comportamentos que a criança
utiliza e servem para comunicar com o outro.
Pré-formas de linguagem – antes de dizermos uma primeira palavra, já estamos a emitir uns sons que querem dizer
alguma coisa, são tentativas de interação, não configuram é uma palavra, mas já têm algum significado (huuumm,
criança faz quando quer comer). Galrear – produzir vários sons diversos, de forma aleatória, mas são tentativas.
Primeira linguagem vemos as primeiras palavras.2 anos são caracterizados pela explosão de vocabulário, rápido
processamento das palavras que ouve, embora aprendam a palavra mas não aprendem o significado e vemos
também palavras imprecisas, por isso as crianças apontam para ver se o adulto consegue perceber o que querem
dizer. O “não” entra rapidamente no vocabulário da criança, oposição, teimosia das crianças e para isso utilizam
linguagem. Período entre 2 e 3 anos caracteriza-se pela tentativa da criança construir frases cada vez mais completas
e teimosas para aquilo que elas querem. Desenvolvimento da linguagem acompanha outras áreas do
desenvolvimento humano e permite à criança afirmar a sua posição.
Período da linguagem a partir dos 3 anos, mais precisão linguística, crianças ficam chateadas se tentamos infantilizar
a criança, grande atração por histórias, porque dá vida às palavras, utiliza prosódia ou entoação para salientar ideias.
Este período é fascinante, mas nível de maior mestria da linguagem, quer utilizar linguagem para dra vida às
histórias, entrar mundo fantasia.
A partir das 6 semanas – questões do arrulho, sons para acalmar por exemplo.
A partir das 16 semanas – riso intencional, risos contagiantes dos bebés, pode ou não ser dirigido, criança pode não
ter consciência porque está a rir, mas tem a ver com a forma como nós adultos reagimos, por isso é quase que
intencional.
Entre as 16 semanas e 6 meses – brincadeiras vocais e ecolalia, fazer eco de determinado som, repetição contínua de
um som, muito centrado nas vogais, tem prolongamento (auauau)
Entre os 6 e 10 meses – balbucio ou lalação. Enquanto a ecolalia é centrada nas vogais, a lalação já junta uma
consoante e uma vogal (lalala, papapa). A nível da lalação tende a surgir mais bababa, papapa, sons que não
impliquem enrolar a língua. Isto mostra como o nosso corpo influencia os sons que conseguimos emitir.
Começamos com sons que acompanham comportamentos comunicativos, ainda não têm sentido mas já têm
significado
Palavras antes de surgir já começamos a emitir sons, juntamos vogais e depois já juntamos consoante vogal e depois
já sai primeira palavra. (só temos de perceber, não precisamos de saber as idades)
ser capaz de distinguir o que é a voz humana de outros sons que não são da voz humana
criança começa a distinguir os ritmos de diferentes idiomas. Criança muitas vezes tem olhar fixo em alguma
coisa, tudo o que é estranho, criança está atenta.
Fala dirigida à criança facilita fragmentação de frases em palavras, criança presta atenção às partes, não a
tudo.
Informação distributiva – sons que tendem a surgir junto uns aos outros. Começa primeiro pelas vogais e
depois é que junta consoante-vogal.
Balbúcio-lalação
- Lalação é oportunidade para controlar sistema articulatório, experimentar e ganhar controlo sobre aparelho fónico.
- sem a lalação dificilmente conseguimos produzir primeira palavra. Primeira palavra surge com o controlo da lalação
Criança ser capaz de reconhecer e tentar reproduzir alguns sons; lexical – desenvolvimento das palavras que
a criança começa a compreender e depois tenta produzir; semântico –
Criança começa pelo desenvolvimento fonológico, atenta aos sons, avança para lexical quando surgem as
primeiras palavras e começa a tentar produzir e depois evolui para o desenvolvimento semântico, usa as
palavras e sons com intenção. utiliza com intenção determinadas palavras. Todo este desenvolvimento ocorre já
desde a 1ª infância. (pode sair em teste para distinguir os 3) (atribua o desenvolvimento fonológico, lexical e
semântico às fases)
Pré-linguagem – fonológico
- estilo referencial (comidas e brinquedos) – tem a ver com aquilo que a criança quer
É muito objetivo, criança pode ver e tenta chamar, não falamos de conceitos abstratos.
Entre os 18 e os 24 meses tem vocabulário com cerca de 50 palavras, temos mapeamento rápido, ouvimos e
identificamos rapidamente palavras novas para o nosso vocabulário, entramos no desenvolvimento lexical,
aumentar as palavras. Relação entre adulto e criança é essencial para continuidade do desenvolvimento da
linguagem e também facilitado pela riqueza lexical e sintática do cuidador. Muitas vezes a criança já é capaz de
adivinhar palavras com determinado significado para comunicar, fazer inferências para adivinhar qual será a
palavra.
02-11-2021
Associações da plasticidade cerebral e maturação cerebral com a aquisição da linguagem oral. Aquisição da
linguagem oral e desenvolvimento de competências literácitas no caso específico de bilinguismo.
Pré-linguagem (0-1 anos): a criança ainda não disse as primeiras palavras, mas já está a comunicar.
Comportamentos comunicativos (sons para comunicar, atenção dirigida – dirige a atenção através do
contacto ocular)
A partir do momento em que a criança diz as primeiras palavras, já estamos na primeira linguagem (1-2 anos).
Primeiras palavras (apelo a necessidades) – As primeiras palavras encaixam-se em dois estilos: referencial
(pessoas, animais) e expressivo (objetos, comida).
Desenvolvimento semântico (significado e aplicação correta do vocabulário no contexto) está relacionado com o
mapeamento rápido (só ouço uma vez a palavra e consigo repeti-la) e “explosão” de vocabulário (já consegue
repetir várias palavras). Depois, por tentativa e erro, vai tentar aplicá-las nos contextos.
QUESTÕES sobre o capítulo anterior:
Minhas:
1. O “language acquisition device” (LAD) encaixa-se numa perspetiva nature, nurture, ou equilíbrio nature-
nurture da aquisição da linguagem? Justifique.
Turma:
1 Quais as características da fala dirigida à criança e porque é que importante para o desenvolvimento da
linguagem?
Primeiras tentativas de querer falar, por isso, não só capta a atenção, como também incentiva a criança a falar.
Em termos etários (0-1 ano a pré-linguagem, 1 a 3 anos a primeira linguagem) e em termos das características
(comunicam mas não são propriamente palavras; a partir do 1 ano surgem as primeiras palavras, e também as
primeiras frases mas muito simples).
Nurture – Skinner
Basta ouvir a palavra uma vez, e a criança já tenta repetir a palavra. Associa-se à explosão do vocabulário.
Perspetivas mais recentes já contemplam a dinâmica entre nature e nurture. Se virmos a palavra aquisição da
linguagem está mais associada à perspetiva nature.
10. Concorda com a afirmação: “o desenvolvimento da linguagem começa durante a gestação?” Justifique.
Durante a gestação, já há a discriminação sonora – da voz humana em relação aos sons não humanos, mas
também as vozes das figuras significativas em relação a outras vozes. Mesmo as músicas que ouviam durante a
gestação.
11. Caracterize o desenvolvimento da linguagem na primeira infância (duas etapas – pré-linguagem, e primeira
linguagem).
12. O que surge primeiro, a ecolalia ou a lalação? Justifique. A ecolalia surge primeiro.
https://www.youtube.com/watch?v=G2XBIkHW954
A linguagem tem um período crítico. Período para aprender novas línguas: até aos 7 anos.
Estudo: Como é que os bebés processam os sons. Os bebés podem discriminar os sons de todas as línguas.
Quando é que esses bebés só discriminam certos sons, como os adultos? Por volta de um ano. O que acontece
entre os 8 e 12 meses? Estão a ouvir os adultos, e a tirar estatísticas. O inglês tem muitos r e ls, e o japonês tem
uma série de sons intermédios. Ouvir a estatística da distribuição dos sons é característico dos bebés até uma
certa idade. Questão dos bilingues – têm que ouvir duas distribuições distintas. O que acontece? Se estiverem
em contacto com adultos que falam outra língua (12 sessões), ficam com a mesma performance que os nativos
dessa língua. E se for por TV ou áudio? Não tem os mesmos resultados. É preciso a presença de um adulto a
falar.
MEG – Dispositivo que permite medir a precisão dos processos cerebrais que atuam na linguagem. Descobriram
que há áreas específicas – área auditiva e adjacentes, coordenação, causalidade (uma área ativa a outra, por ex.).
Em que consiste o mecanismo estatístico para o desenvolvimento da linguagem? Tem que ver com a frequência
– sons mais comuns que o bebé ouve.
Na primeira infância, há um período crítico de plasticidade cerebral (até ao 1 ano) se adapta e readapta. Ainda
se estão a especificar certas funções. Associada a esta facilidade de aprender novas línguas.
Movimentos políticos, sociais sobre quando introduzir uma nova língua continuam a debater estas questões. À
medida que a investigação evolui neste campo, vamos acompanhando experiências, estudos-piloto no pré-
escolar (crianças expostas a inglês e mandarim).
Bilingues: começam por usar palavras numa língua ou outra por tentativa e erro, até acertar no contexto. Aos 2,
3 anos, começam as birras, e pode começar a desafiar as regras – fala numa língua no contexto errado de
propósito, para provocar.
Temos primeiras experiências de escrita. Linguagem oral permite contar uma história, mas ler não sabem.
Pegam num livro e fazem de conta que leem. Brincadeiras comuns neste período são os fantoches.
Ideia da conservação do objeto – já existe nesta idade. Até que ponto tenho conservada a imagem do objeto?
Nesta fase, já não preciso de ver o objeto para falar ou reconhecer o objeto. Jogo de esconder a bola.
05-11-2021
Conceito de literacia emergente. Associações com linguagem oral
Conclusões do vídeo
» Períodos críticos
» Até aos 8-10 meses vamos estar atentos a características universais da língua
» Depois vamos focar nas características especificas da língua
» Aquisição a linguagem acompanhada o desenvolvimento cerebral
» Potencial da plasticidade cerebral na 1º infância – auge da plasticidade cerebral
» Para uma língua se manter viva temos de falá-la
» é mais difícil um adulto aprender línguas porque a plasticidade cerebral é mais reduzia do que quando
somos crianças
» é necessário haver um vínculo afetivo e interação humana no 1º ano de vida para aprendermos uma
linguagem
Animismo
• Atribuição de vida a objetos inertes
• Ainda sem perceber transformação do objeto
• Pensamento mágico
Egocentrismo
• Monólogos
• Frases sem direção a alguém
• Ainda sem descentrar da perspetiva pessoal nem conceber pontos de vista diferentes do seu
Linguagem
• Porquês?
» A idade dos porquês é importante para satisfazer as suas curiosidades e desafiar as regras
• Maior domínio articulatório
• Verbos no presente e no passado
• Frases progressivamente mais extensas
• Narrar acontecimentos
• Usar a linguagem para resolver problemas
Literacia emergente – é um processo de exploração inicial da leitura e da escrita que surge pela
observação dos adultos e pela consciência de que ler e escrever é importante no dia a dia
• Exploração inicial da leitura e da escrita
• Observação de adultos a ler e a escrever
• Brincar como via de descoberta e socialização
• Consciência fonológica -> estarmos cientes dos sons (Dimensão 1 da literacia imergente)
o Sons da fala
o Sílabas, palavras, rimas
o Competência metalinguística -> ligado ao pensar e refletir sobre a língua
• Aspetos figurativos da escrita ou consciência do impresso -> evolução do desenho da criança (Dimensão
2 da literacia imergente)
o De garatujas (rabiscos) a caracteres diferenciados
o Compreensão/Exploração das convenções do código escrito (escrever da esquerda para a direita e
de cima para baixo)
o Conhecimento e reprodução inicial das letras
• Funcionalidade da escrita (Dimensão 3 da literacia imergente)
o Funções de suportes escritos
o Porquê? Para quê?
ₒ “Ir para a escola”; “Escrever a carta ao Pai Natal”; “Usar o telemóvel”; “Para a minha mãe
ficar contente”
09-11-2021
Análise crítica de um artigo científico sobre literacia emergente e discussão no grupo-turma. Análise de um
caso prático de exemplo.
Análise do Artigo “LITERACIA EMERGENTE: “É DE PEQUENINO QUE SE TORCE O PEPINO!””
(apontamentos no moodle)
1ª parte aula estivemos a ver o que caracteriza 2ªa infância do 3 aos 6, o estádio pré-operatório de Piaget e que
há 3 grandes características do desenvolvimento cognitivo (egocentrismo e animismo), esta associado às formas
que a criança usa para brincar (jogo simbólico), dar voz aquilo que não tem voz e egocentrismo (dificuldade de
criança assumir a perspetiva do outro e ver que os outros podem ter ideologias diferentes. Percebemos que
estas características estão ligadas à linguagem de várias formas, nomeadamente para o aumento do vocabulário,
prosódia (criança na sua expressão oral vai utilizar vários tons de voz, adequar a maneira como se exprime, de
acordo com a mensagem que quer passar), vai também construir um diálogo mais comprido, mais detalhado.
Este ponto é sobre o que caracteriza a linguagem na segunda infância.
Sobre o artigo “Literacia emergente”
É antes da entrada na escola, na escola falamos sempre de um processo formal de ensino aprendizagem,
este processo decorre das situações naturais da criança e nas interações que já tem com outras crianças e
adultos. A exigência que temos com crianças em pré-escolar não é a mesma do que crianças que já estão na
escola.
Surge na interação com outras pessoas e a partir do brincar com objetos, nomeadamente objetos que
associamos à leitura e escrita (livro, lápis, etc).
Porquê que a literacia emergente é importante? Dá-nos as bases essenciais para criar bases para a
linguagem e escrita no futuro. Permite desenvolvimento de competências centrais ao sucesso escolar
seguinte.
Definição do conceito: processo contínuo, progressivo e em constante desenvolvimento; processo dinâmico,
interativo e experiencial. Associada com outras áreas de desenvolvimento, Ex: desenvolvimento cognitivo,
sócio emocional, motor. Estão todas interligadas.
Podemos associar este processo ao brincar e jogar. Até que ponto brincar é importante para
desenvolvimento da criança? Muito importante. Desenvolver e aprimorar competências de linguagem oral e
de literacia emergente.
Quando falamos de literacia emergente falamos em mais do que linguagem oral. Literacia emergente está
relacionado com linguagem oral, mas é mais do que isto, é descobrir para que serve ler e escrever. É
diferente também da literacia porque muitas vezes está ligada com a alfabetização. Literacia emergente
estamos a especificar para que serve ler e escrever, criança ainda não entrou na escola. Literacia por si só é
mais ampla, mais abrangente.
Temos que adequar os programas aos contextos e também adequar às características dessa faixa etária.
Caso isto não aconteça pode haver perigos, como por exemplo: quando não regulamos estas praticas,
podemos criar experiencias de insucesso e também o afastamento da criança quanto à leitura, escrita e à
escola. Reduzir a motivação para aprender a ler e a escrever.
Primeira parte da aula – leitura e análise de um artigo que está no Moodle: Gomes & Lima Santos (2005): “Literacia
emergente: é de pequenino que se torce o pepino!”
1) Literacia. Processo, contínuo e progressivo, em constante desenvolvimento, mas que, apesar de fortemente
ancorado e potenciado pelos contextos não escolares, vai encontrar as suas fundações na instrução formal
que se recebe na escola. A literacia, ao traduzir a capacidade de compreender, de produzir e de usar com
eficiência e eficácia a linguagem escrita, vai inevitavelmente apelar às competências de leitura, de escrita e
de cálculo, competências estas ensinadas e aprendidas no decurso da alfabetização. Ao contrário da
linguagem falada, que surge de forma espontânea com o crescimento e maturação do organismo humano,
em interação com o desenvolvimento psicossocial, o domínio da linguagem escrita resulta de um esforço
deliberado, exigindo uma instrução gradual e sistemática, isto é, uma aprendizagem.
2) Literacia emergente (LE). A LE, também designada por Literacia Precoce – que se caracteriza por ser um
processo fundado em experiências, práticas e interações com a linguagem escrita, experiências, práticas e
interações estas que, se positivas, fundam e permitem o desenvolvimento de competências da fala, da
leitura e da escrita em idade pré-escolar. A literacia emergente, conceptualizada e operacionalizada em
termos dos conhecimentos, das capacidades e das atitudes de leitura, de escrita e de cálculo adquiridas
pela criança na ausência de uma instrução formal, tem vindo a assumir um papel primordial na prevenção
de dificuldades e, até mesmo, de perturbações da linguagem escrita, que tão frequentemente se observam
no decurso da escolarização. LE remete-nos para os conhecimentos, as capacidades e as atitudes que se
constituem como precursores desenvolvimentais da linguagem escrita e que têm lugar antes do seu
ensino formal. LE enquanto processo dinâmico, interativo e experiencial (conceito de aprendizagem
experiencial – através da descoberta, curiosidade, etc.)
5) Pressupostos da LE:
o a literacia é um processo desenvolvimental contínuo, com início nos primeiros anos de vida
e na ausência de uma instrução formal;
o o desenvolvimento da literacia ocorre à medida que a criança usa a fala, a leitura e a escrita,
quer em situação de jogo quer em situação de interação com outras crianças e com adultos;
o Linguagem falada
o Linguagem descontextualizada
o Conhecimento geral
o Compreensão de textos
Atitudes: forte motivação para a linguagem escrita, traduzida, por exemplo, em frequentes solicitações de leitura em
voz alta ou em frequentes produções de pré-escrita, até uma elevada persistência em explorar a linguagem escrita,
como instrumento de fazer sentido. Outras: vontade de ouvir histórias, de desenhar e de escrever, a curiosidade
sobre palavras e letras, o gosto por canções, poemas e rimas, o desejo de brincar e jogar com a linguagem, o
interesse em saber como as diferentes línguas funcionam e suas especificidades.
(ii) interativa, através de interações significativas, contextuais e com sentido entre a criança e outras crianças e
adultos;
(iii) semiótica, através de atividades, de práticas e de interações que promovam a construção do significado;
(iv) ecológica, através do envolvimento direto dos diferentes agentes/atores que fazem parte da vida da criança,
bem como da análise das inter-relações e/ou dos processos que existem entre esses atores e o meio.
Programas devem ser adequados às características da faixa etária e contexto de atuação (na zona de
desenvolvimento proximal da criança). Há uma série de perigos se não for feita essa adequação: cria experiências de
insucesso e afastamento da criança quanto à leitura, escrita e escolar, reduzindo a motivação para aprender e a sua
autoestima. Atuação deve ser o mais precoce possível.
Importância do contexto familiar e pré-escolar, em termos de quantidade e qualidade. As crianças aprendem com a
qualidade da interação, mais em termos lúdicos. Quantidade moderada.
Temos mais contacto com letras impressas à máquina, e também em termos de motricidade fina, a criança no pré-
escolar tem mais a capacidade de escrever com letras impressas à máquina do que com letras cursivas.
Programas de literacia emergente: podem ser implementados por psicólogos? O nosso trabalho é muito de uma
intervenção indireta ou de consultoria (o nosso alvo é a criança, mas não atuamos diretamente com a criança,
atuamos com os agentes educativos e família). Em termos de desenvolvimentos das atividades, espera-se que sejam
outros agentes educativos e os pais. O nosso papel é trabalhar com pais e agentes educativos na preparação das
atividades de literacia (mais de apoio), no cronograma, e na avaliação do programa.
Caso de David: tem 5 anos, gosta de ver TV e jogar Playstation, não gosta de desenhar, a mãe tem tentado com que
ele desenha letras.
- Importante mudar de estratégia. Ex. ver um filme com legendas, para motivá-lo a ler. Se gosta de legos, por que
não escrever com legos?
- Quando é visto como uma obrigação e uma tarefa, não estimula a aprendizagem.
- Depois, exigir do filho que escreva nos espaços designados (em cadernos com espaços para letras), é demasiado
exigente para a sua idade.
- Papel do psicólogo: perceber o que é feito pelo educador de infância e se está adequado. O educador tem que
clarificar à família o que é feito no jardim de infância.
16-11-2021
Análise de casos práticos: Aplicação de conhecimentos relativos ao desenvolvimento de competências
linguísticas e literácitas, questões éticas e deontológicas, reflexão e debate no grupo-turma.
Caso David
“O David acabou de celebrar cinco anos. Em casa, o que mais gosta de fazer é ver televisão, jogar play-
station e fazer construções de legos com a mãe. Contudo, a mãe está preocupada por David não gostar de
desenhar. Comprou quadros para giz e marcadores, está atenta quando o filho os utiliza e tenta ensinar-
lhe as letras do alfabeto. Desenha pontos para passar por cima e conseguir desenhar letras, bem como
desenha linhas horizontais espaçadas para o filho fazer as letras do mesmo tamanho. No entanto, David
cansa-se rapidamente e, com frequência, afasta-se para ver televisão ou pede para “desenhar mais logo”.
Preocupada com a transição que se aproxima para o ensino básico, a mãe sugere ao educador de infância
que se desenvolvam fichas no jardim de infância e se ensinem as letras. O educador de infância, inseguro
quanto ao que fazer, pede ajuda ao psicólogo.”
Porque é que o educador de infância foi pedir ajuda ao psicólogo?
(...)
Continuação do caso David.
CASO: Gustavo
Gustavo tem 5 anos, e frequenta o pré-escolar. Gustavo aguarda o nascimento de uma irmã, o qual está
previsto para setembro. Os pais pediram ajuda ao psicólogo para perceber se o filho reúne condições para
a entrada condicionada (prévia aos 6 anos) no Ensino básico. Será que é demasiado para o Gustavo, tendo
em conta que terão o nascimento de uma filha? Poderá ter problemas de adaptação à escola?
Poderia ser importante para o psicólogo estar com a criança, perceber as suas expetativas, ansiedades, etc.
As crenças do próprio psicólogo – até que ponto podemos ser imparciais nos casos que atendemos? Todos
nós temos estereótipos e preconceitos, e como controlamos a situação de forma mais ou menos neutra –
há muitas perspetivas sobre a entrada condicionada. Não é algo consensual na literatura, há
posicionamento diferentes na sociedade. Quando um caso levanta suscetibilidades ou provoque em nós
algum tipo de emoção ou crença, temos que estar conscientes desse enviesamento, e pode até equacionar
reencaminhar o caso para outra pessoa caso haja interferências na qualidade de resposta que vamos dar.
Também podemos recorrer à supervisão de outros com mais experiência (que trabalha naquele contexto,
mas que tem mais experiência) e à intervisão (pedir apoio dos pares) para discutir o caso com alguém e
partilhar ideias, práticas, etc.
Também é importante perceber junto do educador de infância porque é que recomenda a sua entrada na
escola.
Quem é que toma a decisão da entrada condicionada? São os pais. O psicólogo deverá transmitir a
informação (os prós e contras) dessa opção. O código deontológico diz que nós devemos respeitar a
liberdade e dignidade da pessoa, e por isso, nunca devemos dizer ao cliente o que deve fazer. É algo que é
complexo, por exemplo, na área da “orientação vocacional” onde se espera que, fazendo um teste, a
pessoa saiba imediatamente para que curso vai.
A literatura emergente pode ter um papel ao nível do desenvolvimento da criança nesta matéria. Seria
central entender em termos de linguagem oral e escrita, como está o Gustavo, mas também do ponto de
vista emocional, se está preparado para lidar com a vinda da pessoa. Como está a criança do ponto de vista
desenvolvimental? Como está a criança em termos de desenvolvimento cognitivo, emocional, e da literacia
emergente? Em termos de LE, tem um poder explicativo enorme no seu sucesso a nível escolar.
Temos que pedir a informação ao educador de infância, com o consentimento dos pais, para perceber
como está o Gustavo ao nível cognitivo e da LE. Se estiverem incompletos, poderá justificar-se fazermos
uma avaliação da LE. Essa avaliação poderá trazer informação nova e organizada aos pais. O nosso papel é
1) ajudar e organizar a informação para entrar já ou não na escola; 2) como está o Gustavo em termos de
desenvolvimento? Que informação temos, e qual a que nos falta?
Se demonstrasse dificuldades de LE, ficando um ano no pré-escolar, terá mais tempo para desenvolver
essas competências. Contudo, no próprio pré-escolar, teria que haver um trabalho sistemático e intensivo
para promover essas competências.
E se o Gustavo está preocupado com o nascimento da sua irmã? Como é que os pais se sentem sobre a
situação? Também é um ponto importante, ter empatia com os pais. É importante ter a opinião deles
sobre a situação, e até saber alguns prós e contras para a vivência dos próprios pais.
Questões de adaptação a uma nova situação familiar: como é que lidaria com o novo elemento, estando na
pré-escolar ou na escola? As rotinas vão mudar, e é importante perceber como é que ajudaríamos o
Gustavo a ajustar-se a ambas as situações.
Pode haver um risco de estagnação se o Gustavo está motivado e tem bons níveis de LE e se se mantiver
no pré-escolar. Até se pode manter no pré-escolar, mas o educador de infância teria que ajustar as
atividades para continuar a estimular a LE.
Todas as dimensões estão interligadas, quer o desenvolvimento cognitivo, quer o desenvolvimento sócio
emocional. Tem que ser promovida uma visão integrada de tudo.
Tipos de perguntas (caso): identifique uma reflexão que se levanta com a análise deste caso (e.g., será que
é o psicólogo que tomará esta decisão?) e outra parte será o que o psicólogo faria neste caso (cruzando
com os conhecimentos desta UC, como a comunicação, fases da linguagem oral, LE, etc.).
- Uma das primeiras questões sobre as quais devemos refletir é se as práticas no contexto familiar serão adequadas
à faixa etária.
A intenção da mãe é positiva, nunca devemos colocar a culpa porque isto alimenta distanciamento, pode é
não estar a saber como lidar, e não tem essa obrigação.
Há praticas que são pouco adequadas (prática de ligação dos pontos, à semelhança do que dizia Vygotsky,
não está na zona de desenvolvimento proximal, é uma tarefa demasiado exigente para a criança. É
natural a criança fazer umas letras grandes e umas pequenas, faz parte desta fase. A criança ainda mal
segura o lápis, quanto mais conseguir fazer as letras direitinhas. Temos várias práticas que estão
desajustadas porque esto a exigir demasiado para aquilo que a criança é capaz de fazer.
Se tivéssemos peças de legos com letras, a criança já gostaria mais de fazer as atividades. Devemos estar
atentos aos que a criança gosta de fazer. Mesmo com a playstation, aproveitar as tarefas que ele gosta
para ele estar mais motivado. Quando tentamos gerar alguma mudança nunca é suficiente pensar nas
atividades que a pessoa não gosta, devemos focar-nos mais na parte em que a criança gosta. O que se
verifica são os programas de televisão que a criança vê. Um menino de 5 anos a ver o babyTV deve ser
motivo de preocupação. Convém que sejam programas que desenvolvam e desafiem a criança. A TV não
precisa de ser logo vista como um inimigo, devemos ver quantas horas e o que vê.
Devíamos refletir até que ponto estas práticas estão a surgir num momento espontâneo de brincar, ou
estão a ser forçadas. Nesta altura o que se espera é que a criança brinque. Não é esperado que a dado
momento no contexto familiar, se comece uma espécie de “aula”.
O exercício de ligação de pontos, até que ponto poderá ser um exercício demasiado exigente, sobretudo
se forem de passar por cima de letras.
Quando não são os pais a pedir ajuda, mas é outra pessoa, devemos refletir porque foi um profissional
que pediu ajuda. Um dos motivos é que naquela instituição existe muito espírito de equipa, enquanto
psicólogos devemos ter cuidado com isto devido à confidencialidade. O educador de infância e outros
profissionais vêm o psicólogo como alguém a quem recorrer para ajudar.
Quando trabalhamos em equipa, psicólogos podem assumir um papel de colaborador ou especialista e
perito. Especialista posiciona-se como alguém que sabe mais do que, colaborador tem conhecimentos
diferentes que se complementam.
O educador de infância pede ajuda ao psicólogo “inseguro”, ele tem ideias mas não tem certeza qual
será o melhor caminho. Esta é uma parte que com o educador o psicólogo tinha que esclarecer, uma
das razoes é que o educador já pode ter sentido dificuldade de comunicação com a mãe, outra é porque
para alem desta mãe, outros pais já incentivaram a fazer estas fichas e educador não sabe o que fazer.
Isto não está escrito no texto, temos que refletir para chegar a conclusões.
Se for no sentido das dificuldades de comunicação com a mãe, uma vez que se trata de competências
de ajuda, nós como psicólogos devíamos tentar perceber como o educador está a responder a esta mãe,
se há ataque e contra-ataque.
Se fosse uma questão de grupo, vários pais a dizer que querem as fichas, o psicólogo poderia sugerir
que o educador fizesse uma reunião para esclarecer o assunto, com o objetivo de perceberem que pais
e educador estão preocupados com o mesmo, construir uma aliança entre educador e pais. Por vezes as
pessoas têm crenças muito enraizadas do que deve ser feito e outras vezes. Tinha que ficar claro se
estes pais têm interesse no conhecimento, teria que ser passada informação numa espécie de
newsletter, partes praticas que outros pais já façam.
O educador pode sentir que o David tem algumas dificuldades e o educador pode propor aos pais se
faria sentido uma avaliação e o psicólogo pode perceber se há algum tipo de problemas. Não parece ser
este o caso, mas poderia ser e o nosso papel era despistar para depois decidir se fazíamos algo ao nível
da remediação ou da prevenção.
Sobre o teste
- 1ª parte verdadeiro e falso, vale 8 valores (é sempre pedido para quando encontrarmos uma afirmação falsa,
reformularmos)
- 2ª parte – questões diretas e questão de desenvolvimento relacionada com um caso que teremos de analisar,
sobre linguagem oral e literatura emergente. É esta a parte que vale mais.
Reflexão que se levanta a partir da análise deste caso. Será que é o psicólogo que deve tomar conta deste caso? O
que nós faríamos nesta situação. Devemos aplicar conceitos que aprendemos nesta UC.
Pergunta vai suscitar questões éticas, relacionadas com a liberdade e dignidade da pessoa e temos que aplicar a
matéria à análise do caso, algo como a literatura emergente, etc. Professora não espera senso comum nem
opiniões.
- este caso levanta questões relativas a crenças do próprio psicólogo, ate que ponto conseguimos ignorar e ser
imparciais no atendimento dos casos que fazemos. Cada um tem as suas crenas e ideologias, estereótipos e a
questão que se coloca é como controlamos. Como é que de alguma forma tínhamos que controlar as convicções e
crenças do psicólogo. Conseguimos filtrar, anular estas crenças? Então como lidamos com elas? Quando percebemos
que um caso despoleta em nós determinadas reações, devemos reconhecer as nossas crenças e enviesamentos.
Perante um caso destes, devemos parar para pensar e refletir se conseguimos controlar ou será melhor encaminhar.
Caso consigamos lidar, devemos ter noção que necessitamos de supervisão e intervisão.
- temos de ver como está a criança em termos de desenvolvimento e também da literacia emergente. Se não
avaliarmos a literacia emergente podemos estar a perder informação que é pertinente para antever a entrada na
escola.
Poderíamos aqui na primeira parte contactar o educador de infância, temos que ter consentimento dos pais que
foram quem nos pediu ajuda. Pode acontecer que educador já tenha alguns indicadores que ajudem a perceber
como está o estado do ponto d evista cognitivo, emocional, etc, e da literacia emergente. Esta avaliação pode ajudar
a montar prós e contras de cada um destes percursos e trazer informação nova e organizada para os pais. O nosso
papel não passa por dizer o que vão fazer, mas si ajudar a organizar informação, pros e contras da entrada já a
escola, pros e contra não entrada já na escola e outra coisa sobre o estado do ponto de vista do desenvolvimento.
Que informação falta, pode ajudar-nos a montar argumentos pros e contras. Nesta avaliação se percebêssemos que
o Gustavo apresentava baixos níveis de literacia emergente, nos pros e contras podíamos dizer, se entrar já na escola
um contra é que pode apresentar dificuldades na escola porque ainda não desenvolveu todas as competências.
Ficando mais um ano no pré-escolar, à partida desenvolve melhor as competências, mas não é condição que garanta
que vai desenvolver melhor essas competências. No próprio pré-escolar tem de haver um trabalho mais intensivo
para desenvolver melhor essas competências.
Se o Gustavo estiver desanimado e preocupado com o nascimento da irmã… os pais deviam refletir sobre isto, os
pais é que estão a pedir ajuda, o cliente são os pais.
Adaptação a um novo ambiente familiar. Como Gustavo poderia lidar com nascimento irmã se estivesse já na escola
ou se ainda não estive. Conclusões: dar espaço aos pais para refletir como eles próprios viveriam nos dois casos e dar
espaço ao Gustavo para ver como receberia a irmã estando no pré-escolar ou não estando.
23-11-2021
Não esquecer as perguntas que fomos fazendo ao longo das aulas, são importantes.
Bebés não aprendem, são muito pequenos Aprendizagem ocorre ao longo da vida, ex: ainda no
período gestacional e primeiros dias de vida, já ocorre
aprendizagem
Bebés não comunicam Comunicação é verbal e não-verbal. Comunicam
através do choro ou sorriso (comportamentos
comunicativos), marcam período pré-linguagem.
Importante distinção entre comunicação e linguagem.
Ouvir duas línguas é confuso para a criança começar a Ouvir duas línguas é benéfico e natural. Há períodos
falar. sensíveis que permitem à criança perceber
especificidades de duas ou mais línguas, percebê-las e
começar a falá-las.
Aprender a ler a escrever começa na escola. Começa nas interações com adultos/outras pessoas
que leem e escrevem e começa também na interação
com materiais (literacia emergente).
Literacia emergente não começa só no pré-escolar. No pré-escolar já há uma curiosidade mais aguçada
para ler e escrever,
Devemos falar com os bebés como se fossem adultos. A fala dirigida à criança (prosódica, prolonga sons
vocálicos e relaciona-se com vínculo afetivo e emoções
positivas) é importante porque envolve a criança na
interação social e cria curiosidade para a criança
começar a falar.
“A criança está no 1º ano, essas dificuldades vão Deve identificar-se desde cedo eventuais dificuldades e
passar, ainda está a crescer”. atuar para as superar no imediato, no sentido de
prevenir problemas futuros e promover competências,
desenvolvimento positivo.
Os meninos selvagens, não tendo ouvido pessoas a falar, não aprenderam a falar, temos uma vertente mais nature
que nos dá equipamento necessário para falar, mas o contexto também é importante, privados deste aparelho
linguístico, dificilmente vamos falar, não é apenas nature nem nurture mas temos que ter os dois.
Caso Diana
O pedido que chega é para perceber se em termos de desenvolvimento a filha está a ter desenvolvimento dentro do
que é expectável e também se o facto de ouvir várias línguas está a ser prejudicial para a criança.
Aproxima-se uma altura de transição para a criança, ainda que os pais não refiram, deduz-se que será uma
preocupação para quando entrar no pré-escolar, isto pode justificar o momento deste pedido de ajuda.
O facto de não ter irmãos pode significar que é primeira filha, isto pode estar na base da preocupação dos pais,
parece não existir interação com outras crianças no contexto familiar. Isto é importante porque se fosse 2ª ou 3ª
filha, não surgia este tipo de preocupação. Como é a primeira filha, torna estas preocupações legitimas.
O facto de a menina ter começado a falar aos 20 meses, o normal seria os 12 meses. Nos bilingues, será normal falar
só com esta idade.
Há várias hipóteses que justificam o motivo do pedido.
Perante este caso, que indicadores temos que mostrem que de alguma forma estamos perante um desenvolvimento
normativo ou com alguma dificuldade?
Criança tem contacto com a língua portuguesa de forma presencial, mas também via Skype. Em termos quotidianos
a criança interage com a língua portuguesa em contexto familiar, caso fosse só via Skype, podia nem sequer
conseguir.
Algo que é central é a idade. “Criança junta duas a três palavras”, é problemático ou não? Não, (vemos através do
esquema dos ppt). A idade dá-nos um quadro de referência que mostra o que caracteriza determinada faixa etária.
Criança juntar duas ou três palavras, está alinhado com a fala telegráfica importante ao nível do desenvolvimento da
linguagem que é esperado.
Há a questão da interação com outras crianças… nesta fase, é muito possível que criança primeiro esteja a perceber
qual a língua que os outros falam e só depois é que interage. Também a observação é uma excelente via de
aprendizagem e sendo observadora pode aprender muito a observar.
Quem pede ajuda são os pais, é a nossa fonte de contacto. É importante abordar a perspetiva dos pais, conhecer o
que pensam e depois mostrar o que é esperado nesta faixa etária e o que estamos a observar. Mesmo assim seria
importante conhecer a criança e eventualmente também conhecer a ama (sempre com o consentimento dos pais)
para conhecer também a perspetiva dela, do ponto de vista sociocultural que atividades faz com a criança e ver se
meninos belgas daquela faixa etária apresentam o mesmo. Isto permitiria aos pais ficar com um feedback mais
integrador, não apenas baseado nos relatos dos pais, mas também baseado na criança e em alguém que passa muito
tempo com a criança. Isto retira-nos um pouco a postura de perito, especialista, de alguém que sabe tudo…
avaliação integradora
Se estivéssemos com a criança, estaríamos atentos a vários indicadores de desenvolvimento, seriamos bastante
observadores, como é a criança quando nos conhece sendo estranhos, como é que vai responder ou processar
informação oral “senta-te aqui, será que ela senta?”, será que ela nos responde também em português? Nesta
interação temos que observar parte verbal da criança, se ela compreende as instruções, se compreende a linguagem
oral e por outro lado se ela se exprime, se diz palavras em português. Nesta interação deve haver adequação à faixa
etária, portanto não deve ser um contexto de consulta como se fosse para um adulto, deve haver uma sala adaptada
para a criança, com tapetes, alguns brinquedos que permitem criar interação com a criança.
Também era importante fazer uma observação naturalista, observar a criança no seu contexto diário, observá-la em
casa, na ama… na impossibilidade de estar presente no contexto, através de vídeos para perceber como é a criança
nesse contexto com quem já conhece e como é a interação.
Quando analisamos um caso podemos pensar nos fatores protetores e nos fatores de risco.
Alfabetização
Como decorre o processo formal de ensino-aprendizagem da leitura e da escrita?
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Vias de comunicação
Processos necessários à autonomia e cidadania
Sob influência de conhecimentos linguísticos prévios
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Modelo ascendente e métodos sintéticos/fónicos
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Foco no 1.º ano de escolaridade
Correspondência grafema-fonema
Letras – Sílabas – Palavras de crescente extensão
Letras impressas e cursivas, maiúsculas e minúsculas
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Automaticidade da leitura (descodificar com automaticidade)
Precisão, velocidade e prosódia
Palavras por minuto (ppm)
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Foco no 3.º e 4.º ano de escolaridade
Extração de significado e inferências
Interpretação de diferentes tipos de texto
Papel ativo e construção de sentidos