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MÓDULO III

COMUNICAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE
GRUPOS EM FORMAÇÃO
Objectivos Gerais

• Compreender a dinâmica formador-formandos-objeto de aprendizagem,


numa perspetiva comunicacional;

• Compreender os fenómenos psicossociais, nomeadamente o de


motivação e de liderança nos grupos em contexto de formação;

• Gerir diferentes grupos de trabalho;

• Reconhecer a importância do mediador de grupos de trabalho.


Sessão 1
• Comunicação pedagógica
• Características, Tipos e Funções da Comunicação
• Fatores inibidores/potenciadores do relacionamento interpessoal e
comunicacional
• Estilos de comunicação
• Eficácia e Eficiência da comunicação: Estratégias de atuação
Comunicação
Comunicação

A palavra “comunicação” tem origem no termo latino


“communicare”, que significa “entrar em relação com”
ou “pôr em comum”.

Comunicar é entrar em relação com o outro e neste


processo partilhar ideias, experiências e sentimentos.
Características da Comunicação
Fenómeno Todos os interlocutores são
As relações estruturam- Bilateral e agentes activos apesar de
se e desenvolvem-se Circular terem diferentes papéis
Fenómeno
através da comunicação Bilateral e
Circular

Estruturadora
das relações Universal
interpessoais
Universal
A interacção /comunicação é
uma troca de mensagens e é
partilhada por todos ainda
Os nossos comportamentos Inevitáve
que possa assumir diferentes
Inevitável formas
enviam continuamente l
informações aos outros
Comunicação

Todos nós nascemos com uma capacidade de comunicar e de nos


relacionar com os outros,

mas

o modo de comunicar e as linguagens utilizadas, são específicas de


cada indivíduo e são nos transmitidas pelas pessoas que nos rodeiam.
Comunicação
• O modo como nós comunicamos resulta de um processo
contínuo de aprendizagem.

• E cada um de nós integra este processo na sua individualidade,

em função das suas características pessoais, necessidades e


desejos.
Comunicação
• A comunicação é a transmissão de uma mensagem a uma ou mais
pessoas ou entidades

• A comunicação pressupõe dinâmica entre indivíduos ou grupos e o


sua principal finalidade é permitir interação.

• Assente neste processo de comunicação estão um conjunto de


técnicas verbais e não verbais que influenciam o ambiente
comunicacional.
Elementos da Comunicação

Emissor
É neste elemento que se inicia o processo de comunicação.

É quem emite, quem transmite, quem comunica.

O emissor pode ser um indivíduo, uma empresa ou instituição.


Elementos da Comunicação
Receptor
É a quem se destina a comunicação

É a quem é dirigida a intenção de comunicar por parte do emissor

É quem recebe a mensagem

Poderá ser um único indivíduo, elementos de um grupo, funcionários


de uma empresa ou público em geral
Elementos da Comunicação
Meio ou Canal

É o suporte utilizado para que um Emissor possa comunicar com o


Receptor
Elementos da Comunicação

Código

É composto por símbolos e por sinais, entendido por ambas as partes.


Esses sinais formam uma linguagem e tornam compreensível as ideias
que se desejam transmitir.
Elementos da Comunicação

Mensagem
É o que se tenta transmitir ou comunicar. É aquilo que é transmitido
através do meio.
Elementos da Comunicação

Feedback
Resposta do receptor à mensagem enviada pelo emissor
Elementos da Comunicação

Contexto (referente)
É o assunto da mensagem
Elementos da Comunicação
Ruídos
Tudo o que interfere com o processo de comunicar ao ponto de o
prejudicar. Existem ruídos internos e externos:

• Os internos ocorrem nas fases de codificação ou descodificação da


mensagem

• Os externos ocorrem no canal de transmissão da mensagem


Elementos da Comunicação
Funções da Comunicação
Função de Informar
É considerada a base da comunicação. É a função mais
dominante e que se encontra no maior número de mensagens.

Esta é a função responsável pela propagação dos conhecimentos.

Através dela formulamos os nossos juízos e as nossas opiniões


acerca do outro e acerca da realidade em que estamos inseridos

Exemplos
notícias jornalísticas, as informações técnicas e científicas
Função de Persuadir
Função que se relaciona com a necessidade de ajustar atitudes e
comportamentos de uns em relação a outros, ambos inseridos num
mesmo contexto social.

O emissor procura influenciar, seduzir, desafiar, convencer ou mandar


no receptor provocando nele uma dada reação.

Esta função pode dirigir-se:


à inteligência (visando provocar uma acção) ou
à afectividade (visando mobilizar à participação)
Exemplos
Publicidade, …
Função de Educar
É a função que ajuda a transmitir conhecimento previamente
adquirido por outros.

É a passagem de uma herança cultural, social e intelectual que o


indivíduo vai apreendendo e tomando como sua.

Exemplos
Ensino escolar, formação, …
Função de Socializar
Esta função está relacionada com a anterior. Através desta função
imprime-se nos indivíduos uma identidade cultural e social, que
viabiliza uma maior assimilação e consequente aceitação das normas
e regras da sociedade.

Exemplo
Aprender a distinguir entre o certo e errado, ...
Função de Distrair
Esta função varia entre culturas, mas refere-se ao lazer e ao lúdico.

Exemplos
Cinema, Museus, …
Tipos de Comunicação
Tipos de Comunicação

Comunicação Escrita
Oral
Verbal

É dinamizada pela linguagem (palavras, estrutura e sentido) e tem


origem na compreensão partilhada de símbolos
Tipos de Comunicação

Forma oral
Comunicação Ex: diálogo entre duas pessoas, rádio, televisão
Verbal
Forma escrita
Ex: jornais, livros, cartazes
FACTORES BLOQUEADORES DA COMUNICAÇÃO VERBAL

1) Monopolizar o diálogo
2) Ser muito insistente e teimoso
3) Fazer observações irreflectidas
4) Contradizer-se nas suas intervenções
5) Interromper as pessoas
6) Não dizer a verdade
7) Corrigir o interlocutor perante outras pessoas
8) Usar frases feitas, lugar comuns, “chavões”
9) Falar na primeira pessoa do plural
10) Ser confuso na expressão das ideias
11) Utilizar linguagem muito técnica
12) Falar com “segundo sentido”
13) Tentar encurralar os outros
FACTORES BLOQUEADORES DA COMUNICAÇÃO VERBAL

14) Exagerar nas afirmações que faz


15) Responder a uma pergunta com outra pergunta
16) Generalizar demasiadamente
17) Falar sem conhecimento de causa
18) Falar mais para si do que para os outros (ouvir-se a si próprio)
19) Tirar conclusões antes do tempo
20) Queixar-se constantemente
21) Levantar constantes dificuldades
22) Falar com mau humor
23) Mudar constantemente de tema
24) Dar respostas evasivas
25) Utilizar demasiadamente bengalas no discurso (exemplo:
portanto, pronto, etc.)
Tipos de Comunicação

Comunicação Ritmo e
Expressões Gestos Postura Movimentos
Intensidade
Não-verbal

Quando comunicamos, o que passa para o nosso receptor não são


apenas palavras mas também mensagens que não são verbais. A
comunicação não verbal tem naturezas diversas e pode por si suportar
uma transmissão de mensagens de forma eficaz
Tipos de Comunicação
Comunicação
Não-verbal
Linguagem Cinésica – forma de comunicação alimentada pela nossa
herança cultural e que envolve gestos e movimentos do corpo
Tipos de Comunicação
Comunicação
Não-verbal
Linguagem Paralinguística – Para além da linguagem, ou seja, envolve,
características tais como o tom, o volume, a fluidez, as pausas, as
“bengalas” do discurso e o silêncio.
Tipos de Comunicação
Comunicação
Não-verbal
Linguagem Proxémica – forma como nos colocamos espacialmente em
relação aos outros. A distância a que estamos dos outros é cultural, mas
também social porque depende da relação que temos e da natureza da
comunicação.
Tipos de Comunicação
Comunicação
Não-verbal
Aparência Física – forma como nos apresentamos perante os outros. O
que vestimos, as cores que usamos, etc.
Tipos de Comunicação
Comunicação
Não-verbal
Contacto físico – a forma como interagimos com os outros é uma forma
de comunicar porque exprime sentimentos. Esta forma de o “corpo
falar” varia inevitavelmente entre culturas
FATORES BLOQUEADORES DA COMUNICAÇÃO NÃO- VERBAL

1) Bocejar com frequência


2) Utilizar expressões faciais (franzir o sobrolho, sorriso amarelo, etc.)
sem dizer nada
3) Manifestar nervosismo ou impaciência (suspiros, irrequietude,
transpiração, etc.)
4) Não olhar o interlocutor
5) Revelar desinteresse (fazer desenhos, olhar à volta)
6) Encolher os ombros frequentemente
7) Tamborilar com os dedos
8) Aproximar-se exageradamente do interlocutor
9) Sorrir sarcasticamente
10) Revelar distanciamento em relação ao interlocutor
11) Ser insensível, não reagir ao que o
interlocutor diz
FATORES BLOQUEADORES DA COMUNICAÇÃO NÃO- VERBAL

12) Distrair-se enquanto o interlocutor fala


13) Não estar quieto, mexer-se constantemente
14) Revelar apatia em relação ao interlocutor
15) Olhar frequentemente para o relógio
16) Falar muito alto
17) Gesticular abundantemente
18) Pestanejar frequentemente
19) Revelar presunção
20) Manter um rosto inexpressivo
21) Olhar de esguelha
22) Cerrar os punhos
23) Fixar o olhar no interlocutor
24) Corar constantemente
25) Utilizar um tom de voz monocórdico
Barreiras à Comunicação
Interlocutores

Mensagem

Canal

Código

Contexto
Barreiras à Comunicação
Ao nível dos Interlocutores
• Incapacidades físicas – sobretudo ao nível auditivo e visual

• Saúde Física ou Mental – o cansaço ou a doença física ou mental,


podem reduzir a disponibilidade para interagir com o outro

• Nível de conhecimento revelado ou percepcionado pelos outros


pode conduzir ou não à atribuição de credibilidade
Barreiras à Comunicação
Ao nível dos Interlocutores

• Poucas habilidades comunicacionais


• Dificuldade em verbalizar o que quer ou pensa
• Dificuldade em descodificar as mensagens vindas de outros
Barreiras à Comunicação
Ao nível dos Interlocutores

• Quadros de referência distintos – diferentes experiências de vida


podem criar diferentes quadros de referência e estes colidirem com
outros quadros de referência.
Barreiras à Comunicação
Ao nível dos Interlocutores

• A aparência pode constituir uma barreira à comunicação se não se


adequa ao nosso quadro mental e social

• Mecanismos pessoais, psicológicos e sociais de distorção


Barreiras à Comunicação
Ao nível da Mensagem

• A fluência e a cadência – forma como os interlocutores se exprimem


e como articulam o seu discurso e o ritmo
Barreiras à Comunicação
Ao nível da Mensagem

• Complexidade e a sobrecarga das mensagens – os termos e o


excesso de informação podem ser barreiras porque dificultam a
compreensão
Barreiras à Comunicação
Ao nível da Mensagem

• Inadequação da mensagem – pode ser em termos de tempo ou do


tipo de mensagem
Barreiras à Comunicação
Ao nível do Canal

• Ruído – produzido aquando da transmissão de uma mensagem


Barreiras à Comunicação
Ao nível do Código

• Os códigos de linguagem precisam de se adequar entre interlocutores


para que a descodificação e consequente compreensão sejam
possíveis.
Barreiras à Comunicação
Ao nível do Contexto

• Desconhecer os contextos pode implicar não se conseguir comunicar


eficazmente ou ser incapazes de descodificar as mensagens.

• Podem estar envolvidas áreas tais como:


o Educação
o Cultura
o Crenças
o Normas Sociais
Barreiras à Comunicação
Ao nível do Contexto

o Educação – Se e quando princípios são dados como certos e


absolutos sem dar tolerância a outras realidades
Barreiras à Comunicação
Ao nível do Contexto

o Cultura – é a origem de cada um de nós e dá orientações normativas


às formas de pensar, de sentir e de agir.
Barreiras à Comunicação
Ao nível do Contexto

o Crenças – formas de pensar aceites e geralmente incontestáveis por


uma comunidade.

As crenças influenciam também ritmos de vida pessoal e social, estilos de vida,


escolhas de parceiros, decisões de vida ou de morte, pessoal ou de familiares.
Barreiras à Comunicação
Ao nível do Contexto

o Normas Sociais – balizam comportamentos. Providenciam segurança


e previsibilidade nas relações entre os actores sociais.

As sociedades tendem a adotar mecanismos de controlo e de sanções para o


cumprimento das mesmas.

As normas sociais, através do processo de socialização, informam os seus


actores da forma como devem agir a diferentes níveis.
Barreiras à Comunicação
Comunicação Defensiva
É também uma barreira à comunicação. Acontece quando ao comunicar antecipamos
Causas
ou percepcionamos uma ameaça ou ataque.Percepções Internas
- Avaliação - Sensação de estar sob
T. Wells construiu -umControlo ataque
modelo para descrever esta situação
- Manipulação - Baixa auto-estima
- Neutralidade - Medo
- Superioridade - Hipersensibilidade
- Certeza
Comunicar Defensivamente

Resultado
Silêncio
Legalismo
Contra-ataque
Criação de diversões
Barreiras à Comunicação
Comunicação Defensiva

Causas Descrição Correção


Especificidade / Ser
Avaliativo Generalizar o problema e a sua descrição Descritivo
Controlador Querer impor pontos de vista e valores Resolução participada

Manipulador Honestidade, clareza,


Dissimula para que os outros o aceitem
objetividade
Neutral Não ter e/ou demonstrar interesse Empatia, interesse

Superior Demonstração de superioridade Igualdade


Ter Certeza Dar a entender que sabe tudo e não deseja Abertura a
mudar ou aceitar outras opiniões alternativas
Eficácia e Eficiência da comunicação:
Estratégias de atuação
Comunicação Pedagógica
Comunicar de forma Pedagógica. Como?
1. Seja cordial com os Formandos

2. Procure criar uma relação de empatia

3. Não pré-avalie os formandos

4. Trate os participantes pelo nome

5. Escute sem interromper

6. Esteja disponível, atento e seja tolerante

7. Fale de uma maneira simples, clara e concisa

8. Adapte a mensagem a quem se destina


Comunicar de forma Pedagógica. Como?
9. Faça sugestões em vez de dar ordens

10. Oriente o diálogo com perguntas;

11. Faça Perguntas sugestivas

12. Dê reforços positivos com frequência

13. Use meios audiovisuais

14. Estimule a comunicação bidireccional

15. Utilize a informação de retorno


Comunicar de forma Pedagógica. Como?
16. Seja sensível às mensagens não-verbais sem se distrair com elas.
Estas podem dar-lhe pistas sobre a recepção da comunicação

17. Aceite outros pontos de vista. A diversidade conduz geralmente à


criatividade e à inovação se bem conduzida pelo formador
Escuta Activa
1. Pare de falar;
2. Preste atenção;
3. Aproxime-se do interlocutor;
4. Dê feedback gestual e mímico;
5. Observe a linguagem corporal do formando;
6. Procure o objectivo de comunicação do formando;
7. Estabeleça empatia;
8. Não avalie ninguém pela sua aparência;
9. Respeite os silêncios dos outros;
10. Responda ou argumente a todas as questões colocadas.
A Relação Pedagógica

Formador deverá atender às características individuais dos


elementos do grupo e, também, às características e dinâmica
do próprio grupo

Formandos Formador Grupo


A Relação Pedagógica

A personalidade, as formas comunicacionais, as crenças, as


expectativas, as funções e os objectivos de cada um são
determinantes para o estabelecimento da relação pedagógica.

A relação com os formandos, deverá ser positiva e o formador deve


ajudar os formandos a tornarem-se mais conscientes das suas forças
e de como ultrapassar as suas fragilidades.
A Relação Pedagógica

Informação sobre o Grupo

É importante que o Formador se muna do maior número de


informações sobre o grupo ao qual vai dar Formação: Quem são eles?
Idade, Função, Porque estão ali, nível de motivação, etc.
A Relação Pedagógica

Informação sobre o Grupo

Toda esta informação, permitirá ao Formador servir os interesses do


próprio grupo, moldar a sua mensagem, adequando-a à população
alvo com a qual vai trabalhar.
A Relação Pedagógica
A Apresentação
A forma como a apresentação for realizada determinará o estado de
espírito e expectativas dos participantes para o resto da Formação.
Paralelamente, a apresentação definirá a forma com a audiência
interpretará e reagirá ao que for dito.
A Relação Pedagógica

Empatia

Capacidade para compreender e colocar-se no lugar do outro

Assertividade

Capacidade de transmitir os nossos direitos sem “ferir" os direitos dos


outros.
A Relação Pedagógica

A assertividade é uma forma comportamental de comunicar que


significa afirmar, quer verbal, quer gestualmente, o que queremos,
sentimos e pensamos, dando simultaneamente espaço de afirmação
ao outro.

A assertividade é um comportamento que habilita cada um a agir no


seu interesse, defender-se sem ansiedade excessiva, expressar os
seus sentimentos de forma honesta e adequada fazendo valer os
seus direitos sem negar os dos outros.
Estilos de Comunicação
Agressivo | Passivo | Manipulador | Assertivo
Exercício Estilos de Comunicação

Características
Relacionamento Interpessoal
Comportamentos recorrentes
Impacto na formação
Exemplos
Estilos de Comunicação

• Agressivo
• Passivo
• Manipulador
• Assertivo

Todos nós usamos estes estilos e nem sempre somos tão


assertivos como poderíamos pensar.
Estilo Agressivo

• Utiliza comportamentos agressivos com o intuito de fazer valer os seus


objectivos, ainda que implique submissão e humilhação do interlocutor

• Procura dominar os outros e as situações em que se encontra através de


ataques e intimidações

• Neste processo desvaloriza e ignora os outros e as suas opiniões

• Tende a duvidar da eficácia e/ou da sua capacidade de resolver


construtivamente os problemas
Estilo Agressivo
• Por norma, são críticos e controladores que antecipam possíveis ataques
com comportamentos que podem levar à humilhação de terceiros

• Neste estilo estão patentes, por exemplo, os seguintes comportamentos:

– Ser sarcástico
– Ser hostil
– Falar alto
– Interromper os outros
– Gestos altivos
– Olhar intenso
– Não cooperar
Estilo Passivo
• Transmite, por norma, uma ideia de inferioridade

• Tem uma atitude de submissão perante os outros e perante os


acontecimentos e situações em que se encontra

• Evita o conflito/confronto a todo o custo e, por isso, evita comunicar


quando está em desacordo

• Desiste facilmente quando é desafiado e tem um comportamento auto-


depreciativo
Estilo Passivo
• Tem dificuldade em se afirmar e afirmar as suas necessidades, permitindo
que os desejos e necessidades dos outros sejam mais importantes

• Não sendo capaz de alcançar os seus objetivos, acaba por ficar com
sentimentos de culpa, ressentimentos e auto-imagem negativa

• Sente-se muitas vezes incompreendido e espera que sejam os outros a


entender o que quer, pensa e sente
Estilo Passivo
• Este estilo é uma forma de evitamento social

• Neste estilo estão, por exemplo, patentes os seguintes comportamentos:

– Nervosismo
– Voz fraca ou sumida
– Postura inibida
Estilo Manipulador
• Utiliza uma linguagem camuflada para alcançar os seus objectivos

• Por norma, quando expressa intenções, utiliza uma linguagem pouco


directa

• Recorre à insinuação como forma de manipular


Estilo Manipulador
• Apela à emoção para conseguir o que pretende (chantagem emocional)

• Neste estilo estão patentes os seguintes comportamentos:

– É um “actor” nas relações com os outros


Estilo Assertivo
• Tem capacidade de afirmação, respeitando e promovendo a afirmação
dos outros

• Este afirmação envolve opiniões, vontades e sentimentos

• Transmite uma impressão de respeito por si e pelos outros

• Considera os seus desejos, necessidades e direitos como iguais aos dos


outros
Estilo Assertivo
• O assertivo ganha influenciando, ouvindo e negociando.

• Conduz ao sucesso sem retaliação e encoraja relacionamentos honestos


e abertos

• Neste estilo estão patentes, por exemplo, comportamentos:

– Simples, firmes e directos

– Auto-afirmação
Estilos e Eficiência
Estilo Agressivo – é eficaz pela imposição

Estilo Passivo – é pouco eficaz pela negação de si próprio

Estilo Manipulador – é pouco eficaz pela não implicação nas relações com
os outros

Estilo Assertivo – é eficaz porque é transparente nas atitudes e linguagem,


consegue afirmar-se e tem capacidade de negociação “saudável”
Exercício Auto-Diagnóstico
Comunicação Assertiva
A base para uma comunicação pedagógica

Algumas características que ajudam a comunicar de forma assertiva e pedagógica

Auto-Estima

Determinação

Empatia

Adaptabilidade

Auto-Controlo

Tolerância à Frustração

Sociabilidade
Comunicação Assertiva
A base para uma comunicação pedagógica

Auto-Estima

Uma vez que a assertividade pressupõe auto-afirmação é importante aprender a


aceitar as nossas características de forma a desenvolver a nossa auto-estima, sem
pessimismos ou presunções

Determinação

É o resultado do tempo dedicado, energia e força de vontade para levar a cabo os


nossos objectivos
Comunicação Assertiva
A base para uma comunicação pedagógica

Empatia
Consiste na capacidade de nos colocarmos no lugar do outro

Adaptabilidade
Ser capaz de adaptar a comunicação ao interlocutor

Auto-Controlo
Ser capaz de controlar as nossa emoções ao ponto de não interferir com o outro
Comunicação Assertiva
A base para uma comunicação pedagógica

Tolerância à Frustração
Prende-se com a nossa resistência aos aspectos negativos da vida e da
comunicação. É ser capaz de gerir, sem excessos, tensões e conflitos nas relações
interpessoais

Sociabilidade
Ter gozo em comunicar com os outros
Comunicação Assertiva
Técnicas para desenvolver comunicação assertiva

Técnica de Auto-Afirmação

Desenvolve-se em quatro etapas (DESC)

• (D) Descreve – descrever o comportamento do outro de forma precisa e objectiva

• (E) Expressa – descrever o que sente e pensa em relação ao comportamento do outro

• (S) Especifica – propor uma forma realista de alterar o comportamento do outro

• (C) Consequências – dizer quais as consequências positivas da alteração de comportamento


Comunicação Assertiva
Técnicas para desenvolver comunicação assertiva

Técnica do Disco Riscado

Visa repetir a nossa resposta, tantas vezes quantas as necessárias, sem nos
justificarmos ou atacarmos os nossos interlocutores. Esta técnica é
particularmente eficaz com um interlocutor manipulador
Comunicação Assertiva
Técnicas para desenvolver comunicação assertiva

Técnica do Edredão

Consiste em responder a cada intervenção do nosso interlocutor com “é


verdade” sempre que se trata de algo indiscutível, ou “é possível” sempre
que o interlocutor emite uma opinião
Sessão 2
• A motivação e o formador como agente motivacional
• A liderança: tipos, o que envolve ser formador-líder
A Motivação na Formação
Motivação

O que é a motivação?

Motivação é uma força ou tensão capaz de desencadear e manter uma


acção, canalizando o comportamento para um determinado fim (Nuttin)

O conjunto de factores que respondendo a certas necessidades de algum


modo desenvolvem o interesse para a acção (Maslow)
Motivação

Todas as acções tendem para a concretização de um objectivo ainda


que possa ser de forma inconsciente
Fontes de Motivação
Fontes de Motivação Descrição

Instintos Quando se reage impulsivamente a fim de se obter algo que dê prazer


Podem funcionar como condicionantes da acção e derivam de
Hábitos
aprendizagens sociais, culturais e educacionais
Internas

Atitudes Mentais Dirigem a motivação de modo a obter-se algo que valorize o ego.
Por ex: Quando se pretende dar provas de afirmação e auto-estima

Ideais Quando se estabelecem padrões e, a partir destes, objectivos

Prazer | Gosto Resulta de um reflexo automático e é do domínio do inconsciente

Personalidade Formador Influencia o contexto de aprendizagem e facilita quando há empatia


Externas

Influência Meio O Meio social e familiar influenciam o tipo de motivações

Influência Momento A situação emocional do momento influencia o tipo de motivações

Objecto em Si As características do objecto podem funcionar como fonte de motivação


Indicadores de Motivação
Maehr identificou cinco padrões de comportamento considerados indicadores de
motivação em contexto educativo

Indicadores de
Explicação
Motivação
A escolha entre um conjunto de possibilidades de uma ação, é um primeiro
Direcção
indicador de motivação
Ocorre quando concentramos a atenção na mesma tarefa ou no mesmo
Persistência
acontecimento durante um período de tempo
Motivação
Verifica-se quando após uma interrupção há um retorno espontâneo
Contínua

Actividade Refere-se ao nível de actividade mantida pelo indivíduo

Funciona principalmente quando as variações no nível de realização não são


Realização
explicáveis em termos de capacidades, competências ou factores fisiológicos
Motivação

Em qualquer acção de formação poderão surgir formandos:


... Motivados
... Motivação nula ou praticamente inexistente
... Desmotivados ou contrariados
Motivação

Formador tem que conseguir motivar ao


... Criar vontade de estar e participar
... Criar capacidade para que se predisponham a fazer mais
... Captar a atenção dos formandos para os assuntos da formação
... Relacionar a formação com a experiência dos formandos

O Formador tem de ser capaz de manter motivados os formandos que já estão


motivados e encontrar forma de motivar os restantes.
Motivação
Como motivar adultos para a formação

Estar Motivado

Antes de procurar motivar os formandos, o formador tem de estar, ele


próprio motivado.

O formador deve mostrar confiança e segurança


Motivação
Como motivar adultos para a formação

Motivação Inicial

Mostrar interesse pelos motivos que levaram os formandos a


frequentarem a acção de formação,
Perceber o que esperam aprender com o curso,
Saber quais as suas experiências anteriores

A experiência pessoal é valiosa para as acções de formação, pois a sua partilha


permite que os formandos se impliquem na formação
Motivação
Como motivar adultos para a formação

Ser Expressivo

Ser expressivo na comunicação. Adequar a comunicação não verbal à


verbal.

Deve sempre que possível mudar o tom, o ritmo e a cadência do seu


discurso, aumentando assim a probabilidade de atenção e interesse dos
formandos
Motivação
Como motivar adultos para a formação

Olhar para todos

O Formador deve olhar para todos os formandos. O olhar deve mostrar


interesse no formando – na pessoa que é e no que tem para partilhar
Motivação
Como motivar adultos para a formação

Apelar à
Participação

Sempre que o formando participa implica-se e responsabiliza-se pela


sua aprendizagem

Ao participar demonstra interessa pela formação ao formador, mas


também aos restantes formandos
Motivação
Como motivar adultos para a formação

Adequação da
Mensagem

Deve adequar-se a mensagem aos destinatários.

Por exemplo, se o grau de escolaridade for baixo, a linguagem utilizada deverá ser
simples. O formador deverá ter mais cuidado com estrangeirismos ou palavras
muito técnicas.
Motivação
Como motivar adultos para a formação

Usar o Humor

Sempre que possível usar o humor de forma moderada e sempre


contextualizado
Estratégias Motivacionais
Princípios Psicopedagógicos

O formador deve:
• Passar a ideia de conjunto das tarefas/assuntos a aprender
• Fazer uma ponte com os conhecimentos e as habilidades a
adquirir com os já adquiridos;
• Dirigir a atenção dos formandos para os elementos novos da
tarefa/assunto a aprender;
• Promover a participação dos formandos;
Estratégias Motivacionais
Princípios Psicopedagógicos

O formador deve:
• Nos primeiros momentos orientar os formandos e progressivamente
reduzir essa orientação. Desta forma, os formandos vão-se
responsabilizando pela sua aprendizagem;
• Promover condições que desenvolvam a capacidade de transferência
de conhecimentos e habilidades a novas situações;
• Recorrer a exemplos do quotidiano para reforçar e complementar as
explicações teóricas, criando assim bases de aprendizagem que
facilitem o processo de assimilação e compreensão
Estratégias Motivacionais
Princípios Psicopedagógicos

O formador deve:
• Dar feedback e em tempo real
• Desenvolver nos formandos a capacidade de se auto-avaliarem;
• Criar um clima afectivo propício à aprendizagem;
• Avaliar as aprendizagens dos formandos e consequente eficácia do
desempenho do formador
Estratégias Motivacionais
Planificação das Sessões

Com o intuito de promover a motivação em cada formação, existem


alguns princípios que devem ser seguidos na planificação das
sessões:

• Definir os objectivos gerais da formação, deixando abertura para


eventuais alterações

• Extrair dos objectivos gerais, objectivos específicos, sempre de


acordo com os formandos e o programa
Estratégias Motivacionais
Planificação das Sessões

Com o intuito de promover a motivação em cada formação, existem


alguns princípios que devem ser seguidos na planificação das
sessões:

• Prever os conhecimentos base a partir dos quais vai basear a


formação

• Dar a matéria por blocos sequenciais

• Eleger actividades para fazer durante as sessões


Estilos de liderança e os seus
efeitos na prática pedagógica
Liderança

"A liderança, é pois, um fenómeno de influência interpessoal exercida


em determinada situação através do processo de comunicação
humana, com vista à comunicação de determinados objectivos.”

White e Lippit (1939) caracterizaram a liderança em termos de estilo de comportamento do líder.


Liderança

Estilos de Liderança:

Autocrática

Democrática

Liberal
Exercício Estilos Liderança
• Caracterizar os Estilos de Liderança
• Atitudes, formas de pensar e estar de cada estilo de liderança
• Tarefas | Decisões | Participação | Ambiente | Produtividade
• Vantagens e Desvantagens de cada Estilo
• Efeitos na Formação
• Exemplos
• Quando o Estilo funciona
• Quando o Estilo não funciona
Estilo Autocrático
• O formador regula a decisão em função dos objectivos, dos
conteúdos e dos métodos de trabalho.

• Fixa as directrizes sem qualquer participação do grupo.

• O líder determina os materiais necessários e as técnicas para a


execução das tarefas e comunica uma de cada vez, à medida que são
necessárias para o grupo.

• Envolve-se na decisão, mas não nas tarefas. Há um distanciamento


devido ao seu estatuto
Estilo Autocrático
• Pouco tolerante ao erro e a interacções fora do programado

• Ausência de reforços positivos

• Controla a rede de comunicação estabelecida

• Age continuamente como avaliador e orientador


Estilo Autocrático

Efeitos na Formação

• Inexploração dos contributos individuais ao nível da expressão e


criatividade individual
• Ambiente pouco propício a gerar motivação
• Ambiente propício a gerar conflito, ainda que latente
• Há uma performance elevada em termos de produção
Estilo Liberal
• O formador apresenta o programa mas afasta de si a decisão
relativamente aos métodos de trabalho a utilizar.

• Os elementos do grupo têm liberdade completa para tomar as


decisões, dividir as tarefas e escolher os companheiros, com a
participação mínima do líder.

• Situa-se fora do grupo e não intervém em situação de choque de


ideias

• O líder não regula nem avalia o que se passa no grupo, apenas faz
alguns comentários sobre a actividade do grupo, se questionado.
Estilo Liberal
Efeitos na Formação

• A comunicação pode chegar a ser anárquica


• Este sistema de liderança pode gerar desmotivação e
descontentamento crescente
• Sem uma liderança firme o grupo de formação tende a desvincular-
se
• Risco de os objectivos definidos não serem cumpridos
• Baixa produtividade
Estilo Democrático
• O poder de decisão é partilhado.

• As directrizes são debatidas e decididas por todos, sendo o papel


do líder o de assistir e de estimular.

• O grupo esboça as necessidades e as técnicas para atingir os


objectivos, solicitando aconselhamento técnico ao líder, quando
necessário.

• As tarefas ganham uma nova dimensão à medida que se sucedem


os debates.
Estilo Democrático

• O ambiente é propício a uma comunicação aberta e eficaz

• O líder apoia, explora as valências de cada um, é empático e


intervém apenas em situações de conflito mais relevantes

• O líder é objectivo

• Quando critica e elogia, limita-se aos factos


Estilo Democrático
Efeitos na Formação

• Ambiente positivo e gerador de motivação


• Grupos são tendencialmente coesos
• À semelhança do estilo autocrático, neste estilo de liderança, a
produtividade também é elevada, mas com recurso à criatividade
do grupo estes podem alcançar soluções inovadoras
Comportamento
O comportamento de um Formador-líder envolve:

Planificar;

Informar;

Avaliar;

Controlar;

Motivar;

Orientar o grupo.
Sessão 3
• Caracterização do grupo de formação
• O Papel do Formador e do Formando no Grupo
• Tipificação de Formandos e Estratégias de Atuação no Grupo
• Processos de mediação, dinâmicas de grupo e gestão de conflitos
• Ergonomia: Como preparar a sala de formação
O Grupo
Conjunto de pessoas ligadas por inter-relações, com uma certa
consciência de pertença e certas formas de cultura que lhe são
comuns.

O grupo aparece como uma totalidade psico-social, com uma


estrutura própria e é profundamente diferente do somatório das
pessoas que o constituem.
O Grupo

Um Grupo:

1. Tem uma estrutura

2. Permanece por um período de tempo

3. Emite sentimento de pertença e coesão

4. Tem e obedece a um conjunto de normas próprias


Grupos em Formação

Pode classificar-se os grupos em formação, segundo dois factores:

Considera-se um
grupo artificial Como estes grupos se
estabelecem por um
Natureza tempo determinado e
geralmente curto
surgimento não
depende da vontade
dos seus membros Classificam-se de
momentâneos
(escolheram inscrever-se, Duração
mas não escolheram os
restantes participantes)
Os Papéis no Grupo de Formação
O Papel do Formador
Função de Produção

Traçar um plano de formação e transmiti-lo;

Garantir que os objectivos foram compreendidos e aceites pelos diversos


membros do grupo e dirigir o grupo para o esforço de os atingir;

Procurar atingir a concretização dos planos e objectivos com recurso a


actividades e tarefas.
O Papel do Formador no Grupo
Função de Facilitação

O Formador deve estabelecer um conjunto de normas de


funcionamento e de conduta por forma a orientar o desempenho dos
membros do grupo e a gerir os meios necessários à concretização dos
objectivos do grupo.
O Papel do Formador no Grupo
Função de Regulação

É função do formador gerir o grupo e as suas dinâmicas, a


comunicação estabelecida, as trocas interpessoais e os conflitos
existentes.
Esta regulação por parte do formador procura salvaguardar a coesão
e a cooperação dentro do grupo.
Papéis do Formando no Grupo
Cada um dos membros que compõem esse grupo, desempenha:

Papéis de tarefa - Facilitam o movimento da equipa para a execução da

tarefa;

Papéis de manutenção - Funcionam para manter a equipa coesa,

trabalhando como uma unidade;

Papéis individuais - Satisfazem as necessidades particulares de cada um.


Tipificação de Atitudes do Formandos
e Estratégias do Formador
Tipos de comportamentos dos
formandos

Formando com Intervenções Inoportunas


Interrompe sistematicamente com assuntos que podem ou não
ter que ver com o tema

Estratégia:
Interromper com resumos;
Fazer perguntas directas aos outros participantes, dando-lhes
oportunidade de participar;
Procurar obter maior participação dos outros.
Tipos de comportamentos dos
formandos

Vivo activo
Formando bem-disposto, muito participativo

Estratégia:
Apreciar a sua colaboração;
Pedir-lhe para fazer ele próprio resumos;
Interromper com cuidado
Fazer perguntas repentinas a outros elementos.
Tipos de comportamentos dos
formandos

Manipulador
Procura manipular os outros membros do grupo e monopolizar
os conteúdos do programa

Estratégia:
Reformular as intervenções
Reafirmar a importância de outros participarem
Perguntar ao grupo se têm a mesma opinião
Tipos de comportamentos dos
formandos

Divagador
Formando que se alonga nas suas intervenções não dando
oportunidade a outros de participar

Estratégia:
Quando parar para respirar, agradecer a sua colaboração;
Perguntar qual o assunto a que se refere concretamente;
Retomar uma afirmação dele e continuar
Tipos de comportamentos dos
formandos

O que faz à parte


O que procura fazer algo por intermédio de outros

Estratégia:
Fazer uma pausa de silêncio, direcionando a atenção do grupo
para ele.
Pedir-lhe a opinião directamente
Tipos de comportamentos dos
formandos

O que se expressa com dificuldade


Tem dificuldade em dizer o que pensa e o que sente de forma
estruturada

Estratégia:
Ajudá-lo, recorrendo à técnica da reformulação: " O XXXX Quer
dizer que...”
Evitar que caia no ridículo.
Tipos de comportamentos dos
formandos

O tímido
Raramente participa e/ou interage com o grupo

Estratégia:
Convidá-lo a participar, questionando-o com algo simples
Reforçar positivamente as suas intervenções
Tipos de comportamentos dos
formandos

O teimoso
Dificuldade em aceitar outras ideias e geralmente atrasa o grupo
ao não ceder no seu ponto de vista

Estratégia:
Dizer, por exemplo, "fixámos a sua opinião, temos de avançar".
Agir de modo seguro, mas ter o cuidado de não o melindrar.
Tipos de comportamentos dos
formandos

O que pede a opinião ao formador


Interrompe com questões que nem sempre têm que ver com o
tema ou podem vir em alturas menos oportunas.

Estratégia:
Por sistema não dar seguimento com respostas concretas;
Enviar para o grupo.
Tipos de comportamentos dos
formandos

O Sabotador
Coloca em causa tudo de um modo geral. É tanto mais difícil
lidar com este tipo de formando quanto maior for a sua
agilidade intelectual

Estratégia:
Não agir de forma pessoal, mas expôr claramente os efeitos
que as intervenções podem ter no grupo e na formação
Tipos de comportamentos dos
formandos

O Distraído
Formando com a mente ocupada com coisas que não têm que
ver com a formação ou formando que está constantemente a
conversar com outros

Estratégia:
Controlar, olhar com frequência para o formando
Pedir para repetir a última coisa ouvida na sala
Tipos de comportamentos dos
formandos

Embirrento
Procura a discussão e antagonismo podendo chegar ao ataque
pessoal

Estratégia:
Solicitar a opinião ao grupo para evitar manipulação
Dizer: " O que pensa o XXXX da questão em discussão. O que
lhe diz a sua prática/experiência?"
Tipos de comportamentos dos
formandos

O Desinteressado
Não participa por desinteresse total

Estratégia:
Interrogá-lo sobre a sua opinião e experiências
Levá-lo a dar exemplos e a expressar-se
Tipos de comportamentos dos
formandos

Formando Excepcional
Participações que enriquecem o grupo. Dá opiniões bem
formadas e fundamentadas

Estratégia:
Utilizar as suas intervenções para enriquecer a dinâmica de grupo
Estruturação dos Grupos
As cinco fases
Fase Grupo Nominal
Fase Nominal

Os membros ainda não se conhecem.

Existe um sentimento de ansiedade colectiva e um “alerta” dos


mecanismos de defesa.

Cada formando tenta perceber o outro através de formas de falar,


de vestir, a profissão que tem, entre outros.

Existe um intervalo de confiança que permite avaliar os


comportamentos adequados pela observação dos outros
Fase Grupo Fusional
Fase Fusional

Fase em que se estabelece confiança entre os membros e se


quebram as primeiras defesas.

Nesta fase o grupo tem necessidade de unanimidade, de


consenso e de integração.

A entrega pessoal na discussão e nas tarefas não é ainda total


devido à necessidade de integração e consenso
Fase Grupo Conflitual
Fase Conflitual

Os formandos entregam-se mais ao projeto e às tarefas e


procuram defender as suas ideias, entrando assim em conflito.

As personalidades mais fortes confrontam-se e podem, por vezes


entrar em conflito. Nesta fase pode surgir subgrupos.
Fase Grupo Unitário
Fase Unitária

Fase de tolerância entre membros. O grupo já é um grupo


amadurecido e os elementos aceitam que existam personalidades
e ideias diferentes, aproveitando isso para solucionar problemas e
realizar tarefas.

O grupo forma uma unidade de funcionamento


Fase Grupo Operativa
Fase Operativa

O grupo estrutura-se de acordo com responsabilidades e papéis.


Todos são co-participantes na realização de tarefas, avaliam o
progresso do grupo, controlam o funcionamento e tendem a
eliminar as tensões negativas.

O grupo entra em “velocidade cruzeiro” ao aproveitar as


capacidades de cada membro para ser mais produtivo.

Nesta fase desenvolvem-se mecanismos de defesa social ou


defesa de grupo
Dinâmicas de grupo e de gestão
de conflitos
O Conflito
Independentemente do tipo de conflito enfrentado existem as seguintes formas de o
gerir ou atingir a sua resolução

Acção Descrição
Evitar As partes tendem a evitar situações de conflito efectivo ou latente.

Desactivar Desactivam o conflito ao recuarem nas suas posições

Ganhar-Perder: uma das partes é mais forte que a outra (em


Implica tomada de argumentos, hierarquia, …)
decisão e
consequente
Enfrentar

acção por parte do Perder-Perder: nenhuma das partes perde e nenhuma ganha, há
indivíduo. Desta impasse
posição podem
resultar três Ganhar-Ganhar: as partes encaram a resolução do conflito de forma
situações: coerente. Estes procuram apenas a resolução do conflito e não um
vencedor da “batalha”
O Conflito

Formador

Mediador
O Conflito em Formação
Resolução de divergências em formação

Perante uma situação de conflito, o formador deve:

• Falar de forma serena e calma;

• Não impor as suas ideias, mas propô-las;

• Revelar empatia e disponibilidade para chegar a uma solução de


consenso.

• Dizer com frequência "eu compreendo...”;


O Conflito em Formação
Resolução de divergências em formação

Perante uma situação de conflito, o formador deve:

• Ter atenção à gestão do tempo;

• Adaptar o programa, conteúdo, documentação, exercícios ao


grupo em questão;

• Manter-se discreto, útil e eficaz.


O Conflito em Formação
Resolução de divergências em formação

Na relação pedagógica, o Formador também poderá evitar "situações


de conflitos” ao provocar mudanças de ritmo ao longo da formação

Podem utilizar, para isso:


• Diferentes meios e técnicas pedagógicas;
• Audiovisuais;
• Exercícios;
• Casos, jogos;
Ergonomia em Formação
Cuidados a ter na preparação das salas de formação

A Ergonomia é a ciência que procura estudar e compreender as


interacções entre o Homem e os outros elementos integrantes num
sistema de trabalho, com o objectivo de optimizar as condições do
Homem

Pode ser:
Física – adequação dos espaços e equipamentos
Cognitiva – processos mentais e interacções
Organizacional – sistemas, estruturas, comunicação
Ergonomia em Formação
Cuidados a ter na preparação das salas de formação

Ambiente
Luminoso

Formação

Ambiente Ambiente
Climático Físico
Ergonomia em Formação
Cuidados a ter na preparação das salas de formação

Luminosidade

• Luz insuficiente pode provocar desconforto e tensão nos


formandos
• Luzes Brilhantes podem levar a ofuscamento

Sem a luz adequada os olhos tendem a ficar cansados (olhos vermelhos,


a chorar, piscam mais, perda de nitidez) e pode causar cefaleias, náuseas
e irritabilidade
Ergonomia em Formação
Cuidados a ter na preparação das salas de formação

Ambiente Climático

• A má ventilação da sala de formação pode originar fadiga, calor ou


frio, stress, irritabilidade, distração
Ergonomia em Formação
Cuidados a ter na preparação das salas de formação

Ambiente Físico

• O lugar de formação deve ter em atenção o conforto e segurança dos


formandos. A principal peça de mobiliário é a cadeira:

• As cadeiras devem ser arredondadas para evitar pressões na parte


posterior da coxa para não provocar alterações circulatórias

• As cadeiras devem ser reguláveis


Ergonomia

Dimensões Corporais

Para uma boa postura


A cabeça e pescoço devem estar em posição reta
• Região lombar apoiada no encosto da cadeira.
• Espaço entre a dobra do joelho e a extremidade final da cadeira:
• Ângulo de 90º para as dobras do joelho e do quadril
• Pés apoiados no chão ou use um descanso para os pés
Bibliografia
McGrath, J.E. (1984), Groups, Interaction and Performance. London: Prentice-Hall
Gleitman, H. (1993), Psicologia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian
Moreland, R.L.; Levine, J. M. (1990). Progress in small group research. Annual Review
Psychology
Adair, Jonh (1998). A gestão eficiente de uma equipa. Publicações Europa América. Lisboa.
Crawley, J.(1992). Conscrutiven Conflict Manegement. British Library Cataloguing in
Publication Data. London.
Fachada, M. Odete (2001). Psicologia das Relações Interpessoais. (3a edição). Edições Rumo,
Ida Lisboa.
Pinto, Avelino.(1998). A Dinâmica do Relacionamento Interpessoal. Colecção Formar
Pedagogicamente. CNFF/IEFP.
Pinto, Avelino.(1998). A Dinâmica do Relacionamento Interpessoal - Roteiro de Animação
Pedagógica. Colecção Formar Pedagogicamente. CNFF/IEFP.
Equipa de Formadores da SEIES.(2000). Iniciação ao Conflito em Pedagogia. Colecção Formar
Pedagogicamente. CNFF/IEFP.
Princípios de PNL
(Programação
Neurolinguística)
Para os formadores entenderem a PNL
ajuda a compreender quem têm na sua
sala e podem tirar partido para
adequar melhor as suas formações
Programação Neurolinguística
A PNL surgiu na década de 70, na Universidade da Califórnia.

Dois investigadores partiram do seguinte pressuposto:


Se todos os seres humanos têm os mesmos recursos internos,
então é possível “programar” as pessoas para serem altamente
notáveis em alguma área, recorrendo a recursos linguísticos e a
comunicações não-verbais.
Programação Neurolinguística
A PNL serve para reprogramar a nossa estrutura com vista a sermos
uma melhor versão de nós mesmos ou de outros (pela observação e
estudo de técnicas que funcionam e não funcionam) e fá-lo da
seguinte forma:

... Perceber como pessoas geniais em algum contexto organizam o


seu mapa mental, emocional e físico (quase sempre de forma
inconsciente), para terem a performance de excelência

… Codificar esse procedimento de forma a que outras pessoas


possam aprender e produzir resultados próximos, idênticos ou
melhores.
Programação
Neuro

comportamentos
É o nosso
comportamento - Sãos os nossos
forma como processos
organizamos as nossas mentais - forma
ideias e acções que como usamos os
produzem resultado nossos sentidos
esperados e para entender o
inesperados que nos rodeia

PNL

Linguística
Sãos as nossas palavras -
forma como usamos a
nossa linguagem e como
isso nos influencia e aos
que nos rodeiam
Programação Neurolinguística

“A PNL é prática. Trata-se de um conjunto de modelos, habilidades e


técnicas que nos permitem pensar e agir com mais eficiência no
mundo. O objetivo da PNL é ser útil, oferecer mais opções de escolha
e melhorar a qualidade de vida. “

O’connor e Seymour, Introdução à PNL


Programação Neurolinguística
A informação do exterior é recepcionada, manipulada e descodificada
através de três formas:

Visual – capacidade de recordar, criar e transformar imagens


Auditiva – capacidade de recordar palavras e sons e criar novos
Cinestésica – sensações corporais, emoções, cheiros e sabores
PNL e Ensino
Pode ser útil em várias esferas do ensino ao:
• Alterar as ideias limitadoras que os formandos têm sobre si de forma
a potenciar os recursos que já têm
• Modelar os padrões linguísticos utilizados que têm também como
propósito ativar a potencialidade ilimitada de recursos
• Expor continuamente a ambientes propiciadores de melhoria nas
áreas a desenvolver
• Utilizar a comunicação como ferramenta de estímulo
• Lidar com o exemplo de outros
PNL e Ensino
Existem algumas ferramentas que se podem usar para contrariar padrões
linguísticos de natureza negativa, por exemplo:
Dicas de Auxiliares Neurolinguísticos

Cuidado com… Sempre que puder, substitua por:


Falar no negativo Substitua por afirmações positivas
Mas (anulação) E (somatório, feedback)
Vou tentar Vou fazer, Não vou fazer
Devo; Tenho que; Preciso, Quero, Decido, Vou
Espero Acredito
Acho Sei

Reti ra do de www.i ns ti tutoda a t.com.br


"Uma mente que se abre a uma nova ideia
jamais retorna ao seu tamanho original"
Albert Einstein
Inteligência Emocional

“Capacidade de reconhecer os nossos sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerirmos


bem as emoções em nós e nas nossas relações.”
(Goleman, 1998)
A Inteligência Emocional

Envolve quatro processos

Consciência de si próprio e dos outros


1. Processo da Autoconsciência ou do Autoconhecimento;
2. Processo da Consciência Social ou da Compreensão das Relações com os Outros;

Acção sobre si próprio e sobre os outros


3. Processo de Autogestão;
4. Processo de Capacidades Sociais ou de Gestão das Relações com os Outros

Cada um destes processos subdivide-se num conjunto de competências


A Inteligência Emocional
Empatia
Autoconsiência Compreensão
Emocional Organizacional
Autoavaliação Orientação para o
Autoconfiança serviço
Auto- Consciência
conhecimento Social

IE

Capacidades
Auto Gestão
Autocontrolo Sociais Desenvolvimento Outros
Transparência Liderança Inspiracional
Adaptabilidade Catalisador de Mudança
Orientação para Influência
resultados Gestão de Conflitos
Iniciativa Trabalho em equipa e
Optimismo Cooperação
Importância da IE

Liderança Comunicação

Tomada de Gestão da
Decisão Mudança
Criatividade e
Motivação Inovação

Construção de
Equipas
Atitudes do Formador
Emocionalmente Inteligente:
Estimula nos formandos o sentimento de pertença

Encoraja o formando a um crescimento contínuo das pessoas

Cria um clima que estimula os desafios e a criatividade

Cuida da sua equipa

Inspira entusiasmo

Respeita as diferenças individuais e as diversidades culturais

Valoriza múltiplas perspectivas


Compreender Emoções e
Expressões Faciais
O que são Emoções?
Emoção é uma reacção a um acontecimento real ou
imaginário que envolve:

• Mudanças Fisiológicas

• Tendências Comportamentais

• Experiência Real ou Subjectiva


Tipos de Emoções
Emoções Primárias ou Universais
Tipos de Emoções
Emoções Primárias ou Universais

São aquelas que nós sentimos primeiro em resposta a uma situação.


São respostas automáticas e não pensadas.

Estas emoções podem aparecer e desaparecer muito rapidamente


dando lugar a outras emoções classificadas como secundárias

Exemplo
se somos ameaçados, podemos sentir
medo, ou se ouvimos uma novidade
podemos reagir com surpresa.
Tipos de Emoções
Emoções Secundárias ou Sociais

Aparecem depois das emoções primárias. São reacções


consequentes das primeiras emoções.

As emoções secundárias podem manifestar-se sozinhas,


simultaneamente (estar com vergonha e ciúmes ao mesmo tempo)
ou faseadamente (passar do orgulho para culpa)
Expressões Faciais

“Existem algumas expressões faciais particulares que correspondem a


um conjunto de emoções fundamentais” (Ekman)

São manifestações comportamentais das emoções


São amplamente manifestadas e reconhecidas
São inatas

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