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É um sonho e um compromisso
N ão somos exagera-
damente otimistas
como aquele rapaz que, ao
viu-se a gritaria de sempre.
O mundo acabou! O país
vai falir! O país continua
a reportagem Tendências e
Perspectivas 2002 não
pretende servir de plano de
deparar com o que uma indo em frente, e as previ- vôo para ninguém, mas
vaca deixara à sua porta, sões não são tão negras constitui confiável proje-
saiu festejando pela rua a para o ano que vem. ção de cenário. É um servi-
boiada que pensava ter ga- Isso está registrado com ço de EMBALAGEMMARCA
nho. Mas convenhamos muito estilo, talento e es- que já se tornou tradicional
que é difícil ser totalmente forço na reportagem de nos finais de ano.
pessimista e entregar os capa, de responsabilidade A equipe da revista apro-
pontos num país que, pare- de Guilherme Kamio e de veita para agradecer o re-
cendo ter tudo para dar er- Leandro Haberli. Eles não conhecimento de leitores e
rado, acaba dando certo. são futurologistas, nem anunciantes ao seu esfor-
Há um ano faziam-se pro- economistas. Mas sabem ço. É o que nos anima a
jeções de que a economia trabalhar duro e usando a tentar fazer uma publi-
iria caminhar bem, apesar cabeça, ouvindo e inter- cação sempre melhor e,
O mundo não dos percalços. Quando es- pretando o que profissio- quem sabe, um dia, impe-
acabou, e as tes se acentuaram, na for- nais e empresários espe- cável. É um sonho e um
ma de crises como a ener- cializados têm a dizer e compromisso. Boas festas!
previsões não são gética, a da Argentina, a que pode ser útil ao setor Até a próxima.
tão negras para dos atentados de setembro de embalagem ao planejar
o ano que vem e a dos saltos cambiais, ou- o ano que começa. Assim, Wilson Palhares
29sumario 15/12/01 15:03 Page 1
8 ENTREVISTA:
30 AUTO-ADESIVOS Reportagem
redacao@embalagemmarca.com.br
CAIO MATHIESSEN Fórum de empresários Flávio Palhares
GUDMON e executivos do setor flavio@embalagemmarca.com.br
Presidente da Aspac – reafirma a determinação Guilherme Kamio
guma@embalagemmarca.com.br
Associação Paulista da de continuar crescendo Leandro Haberli
Cachaça conta como a leandro@embalagemmarca.com.br
bebida brasileira, com Thays Freitas
thays@embalagemmarca.com.br
qualidade, pode conquis-
tar o mercado externo Colaboradores
Josué Machado e Luiz Antonio Maciel
Diretor de Arte
14 CAPA
Serviço: As principais
tendências e as
Carlos Gustavo Curado
Administração
Marcos Palhares (Diretor de Marketing)
perspectivas da cadeia Eunice Fruet (Diretora Financeira)
de embalagem em 2002
Departamento Comercial
34 PRÊMIOS
Os ganhadores dos
prêmios Fernando Pini
comercial@embalagemmarca.com.br
Wagner Ferreira
Circulação e Assinaturas
e Qualidade Flexo Claudia Regina Salomão
(que, modéstia à parte, assinaturas@embalagemmarca.com.br
beliscamos) Assinatura anual (11 exemplares): R$ 60,00
Público-Alvo
EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que
ocupam cargos técnicos, de direção, gerência
e supervisão em empresas fornecedoras, con-
vertedoras e usuárias de embalagens para ali-
mentos, bebidas, cosméticos, medicamentos,
materiais de limpeza e home service, bem
como prestadores de serviços relacionados
com a cadeia de embalagem.
homenagem
Os Anunciantes do Ano
EMBALAGEMMARCA agradece a todos que a apoiaram em 2001
ecentemente, estive- de alguma publicação segmentada. ramos que seria injusto homena-
entrevista
X
nossos minérios, do nosso petró-
leo, da multiplicidade genética
de nossa fauna e de nossa flora,
a cobiça internacional recai so-
bre outra riqueza: a cachaça. Na
verdade, tal seria o potencial de exportação
da bebida que gente esperta lá fora já tentou
registrar a expressão “cachaça” como marca
– acredite quem quiser – francesa. Por sua
vez, os americanos, grandes especialistas na
criação de barreiras comerciais, classificam
a popular manguaça como “brazilian ron”,
de modo a taxar mais alto as importações.
Por ter aprendido com os franceses, que têm
direito exclusivo ao uso das marcas “cog-
nac” e “champagne” para o destilado e para
o vinho espumante fabricado naquelas re-
giões, e com os portugueses, donos das refe-
rências “porto” e “vinho do Porto”, o gover-
no brasileiro contratou escritórios especiali-
zados para obter mundialmente a marca
“cachaça”, em mais um reforço da luta pelo
DIVULGAÇÃO
dúvida, como expõe nesta entrevista Caio mascavo, na época do Brasil Colônia. Mais
Mathiessen Gudmon, presidente da recém- tarde continuou com essa fama, tornando-se
fundada Aspac – Associação Paulista da Ca- bebida de consumidores de classe social
chaça e gerente geral da BBL – Brazilian mais baixa, devido principalmente ao preço
Beverage & Liquors Ltda. Grande produtor acessível – e produto de baixo preço geral-
e pequeno engarrafador determinado a con- mente deixa muito a desejar quanto à quali-
quistar o mercado externo, ele falou exten- dade. Só agora os produtores estão se cons-
samente sobre o tema e mostra aspectos que cientizando da necessidade de investir em
muitos apreciadores de cachaça talvez des- qualidade, já que, para expandir o mercado,
conheçam. Além da parte contida nestas pá- é preciso conquistar o mercado externo.
ginas, há mais informações na continuação Neste caso, as exigências são bem maiores
da entrevista, na rubrica “Veja mais” do site que aquelas vigentes em nosso país.
www.embalagemmarca.com.br
Não seria interessante trabalhar para ele-
No momento em que tanto se fala na neces- var o nível de exigência do consumidor in-
sidade de o Brasil exportar, um dos terno? Se isso for feito e o consumo
produtos que mais vêm à lembrança de cachaça de qualidade aumentar
das pessoas é a cachaça. Qual o vo- O brasileiro internamente, estará sendo criada es-
lume hoje exportado pelo país e qual paga muito mais cala para poder exportar um produto
a produção total conhecida? aceitável em mercados mais exigen-
A estimativa de produção para o ano
em bares e restau- tes. Afinal, se há grande consumo de
2001 é de 1,3 bilhão de litros, dos rantes para tomar uísque e de vodca importados, que
quais apenas 8 milhões são exporta- uma “ caipiríssima” são muito mais caros do que cachaça,
dos. Em valores, em 1999 as expor- deve haver mercado para um bom
tações corresponderam a algo próxi-
feita de rum ou destilado nacional.
mo a 7,4 milhões de dólares, em uma “ caipiroska”, É lógico. Nós brasileiros temos um
2000, a 8,1 milhões, e em 2001 de- de vodca. péssimo costume: compramos e
verão totalizar 8,5 milhões. consumimos produtos estrangeiros
Comparadas com
porque dá status. Pagamos muito
Qual é a porcentagem exportada a uma autêntica mais caro em bares e restaurantes
granel e a exportada já acondicio- caipirinha, as duas para tomar uma “caipiríssima” feita
nada em garrafas, estojos e outros perdem de longe de rum, ou uma “caipiroska”, de
complementos de embalagem, isto é, vodca. Comparados com uma autên-
com maior valor agregado? em qualidade tica caipirinha ou até com uma ca-
Não possuo esses dados neste mo- chaça de primeira linha, essas duas
mento, mas a exportação a granel é bebidas perdem de longe em quali-
de suma importância para as exportações dade. Além de ser muito mais saborosa, a
brasileiras. Nesse sistema, nossa aguardente boa cachaça é menos agressiva ao organis-
pode ser envasada no exterior por filiais de mo humano.
empresas brasileira, por um custo de frete
mais baixo, tornando nosso produto mais Como um consumidor pode distinguir uma
competitivo no mercado externo, principal- cachaça de boa qualidade de uma ruim?
mente no Mercado Comum Europeu. Ou apenas saber se o produto é bom?
Uma cachaça de má qualidade geralmente
Historicamente, a cachaça virou sinônimo apresenta, entre outros defeitos, acidez ex-
de produto de má qualidade. Até a palavra cessiva, que provoca a tal de “queimação”
que define os consumidores mais entusias- na garganta quando a bebida é ingerida. Ge-
mados é pejorativa: “cachaceiro”, ou “pin- ralmente, o consumidor confunde esse in-
guço”. Por que aconteceu isso? conveniente, acha que está tomando um
Provavelmente devido à origem da bebida, produto de teor alcoólico mais elevado que
que inicialmente era considerada bebida de o convencional. Puro engano! Se a cachaça
escravos, produzida de forma artesanal a é de boa qualidade, a “queimação” não
partir do resíduo da fabricação do açúcar ocorrerá. Não é o álcool que provoca aque-
la sensação, mas sim o ácido acético, quan- rial de primeira qualidade, com embala-
do presente em quantidade excessiva. gem secundária.
Todo produto tem sua classificação de qua-
Qual é a tendência de consumo de bebidas lidade, e a embalagem é um insumo crucial
alcoólicas no mundo? Há alguns anos fala- para isso. Não restam dúvidas de que a ima-
va-se que o ano 2000 seria o ano mundial gem do produto é o primeiro requisito para
da cachaça. Isso vem acontecendo? Quais atrair a atenção do consumidor. Uma emba-
as reais possibilidades de ampliar o volu- lagem de primeira linha, associada a uma
me das exportações de cachaça? garrafa de vidro top, além de rótulos sofis-
A tendência mundial é pelo consumo de be- ticados e fechamentos seguros, como ocor-
bidas alcoólicas mais fracas. Desse modo, re principalmente com a maioria dos whis-
dificilmente teremos um aumento no con- kies e cognacs, valorizarão o produto. É
sumo de cachaça pura, mas sim na forma verdade que temos diversas marcas com
de coquetéis, misturada com sucos de fru- essa roupagem, mas convém não esquecer
tas. Para a cachaça, a grande jogada é in- que em seu interior deverá existir uma be-
vestir maciçamente na caipirinha. bida de alta qualidade.
Esta sim já está sendo considerada a
bebida deste século. Na questão de Vai ser difícil convencer o consumi-
garrafas e de dor brasileiro, que está acostumado
Não faz muito tempo ocorreu o fenô- a ver o preço da cachaça lá em bai-
meno da explosão de consumo de te-
complementos de xo, de que deve pagar mais pelo pro-
quila. Qual a categoria de bebida embalagens temos duto, mesmo que seja melhor. O en-
mais consumida no mundo? muito a aprender. garrafador tem como sair do dilema
A vodca é um dos destilados mais de precisar necessariamente ter cus-
Uma apresentação
consumidos no mundo. A cachaça to alto de produção, para poder me-
vem em segundo lugar. O rum e a te- adequada representa lhorar a qualidade, e preço final bai-
quila são os destilados mais consu- quase 80% do xo, para poder vender?
midos nos Estados Unidos. Aconte- Muitos fabricantes brigam pelo baixo
caminho para uma
ce porém que houve uma grande custo e, com isso, adquirem embala-
queda na produção da matéria-prima venda de produtos gens de baixa qualidade. Na questão
da tequila, e os preços aumentaram. mais caros, mas de garrafas e complementos de em-
Na região do Caribe, devido à dimi- de qualidade balagens em geral, temos muito a
nuição das culturas de cana-de-açú- aprender, pois uma apresentação ade-
car, o rum também sofreu uma que- muito superior quada representa quase 80% do ca-
da de produção e, portanto, um au- minho para uma venda de produtos
mento de preço. Agora então é chegada a mais caros, mas de qualidade muito supe-
hora da cachaça para os americanos, que rior. Eu aconselharia os fabricantes de gar-
diferentemente dos europeus não a consu- rafas e de acessórios de embalagens a rees-
miam em quantidades. É o nosso despertar tudarem sua estratégia de venda, oferecen-
para conquistar um mercado exigente em do produtos mais sofisticados e reduzindo
qualidade e cativo em produtos para consu- as exigências quantitativas nas encomen-
mo humano. Por isso é nosso dever produ- das. Chegou a hora de construir e fixar mer-
zir produtos premium, pois a cachaça é um cados novos e promissores.
dos poucos destilados nobres que atendem
ao consumo humano. De modo geral, a cachaça brasileira tem
qualidade aceitável para ser importada
Aqui entra a importância da embalagem. por países que possuem organismos regu-
Em geral, os engarrafadores de cachaça ladores rigorosos, como Estados Unidos,
dizem que os custos não permitem usar em- Canadá e Alemanha?
balagens dotadas de todos os requisitos de Atualmente, várias empresas brasileiras es-
apresentação e segurança – garrafas per- tão exportando cachaça para esses países. É
sonalizadas, fechamentos pilfer-proof, ró- evidente que elas melhoraram considera-
tulos impressos em várias cores, em mate- velmente os padrões de qualidade, mas ain-
da precisamos percorrer um longo caminho AAspac foi criada com apoio do prefeito da
para chegar ao ponto ideal, produzindo uma cidade, José Machado, tendo em vista o
cachaça premium. Uma parcela considerá- Projeto Piracicaba 2010, que visa exportar
vel da cachaça brasileira ainda não apresen- produtos de qualidade manufaturados no
ta alta qualidade e, certamente, seria repro- município. É uma associação sem fins lu-
vada por alguns organismos estrangeiros. crativos, composta por produtores, engarra-
Teremos de melhorar a qualidade de modo fadores, industrializadores e envelhecedo-
a atender as exigências dos países importa- res de aguardente de cana-de-açúcar exis-
dores, principalmente o Canadá. tentes no Estado de São Paulo. Além de ob-
jetivos corporativos comuns a associações
capa
Perspectivas 2002
O ano que vem traz chances de bons negócios
Guilherme Kamio e Leandro Haberli
m vez de criatividade para traçar pla- dos Unidos. E ainda se assistiu, em 2001, à desvalo-
E nos de marketing ou argúcia para ne- rização cambial e à elevação dos juros. Inevitável: a
tendências e perspectivas 2002
gociar com fornecedores e clientes, o soma dos problemas fez as expectativas positivas
empresariado brasileiro teve é que se irem para o limbo. Previsões de crescimento do PIB
valer de um equilíbrio digno dos saltimbancos para no exercício, entre 4% e 5% há um ano, sucumbiram
atravessar 2001. Há um ano, era impossível prever à dura realidade. De acordo com recente estimativa
que o exercício que está acabando pudesse ser tão do Instituto de Pesquisas Econômicas Avançadas
complicado. O quase-consenso era de que em 2001 (IPEA), o ano fechará com evolução de cerca de
haveria a continuidade dos bons resultados colhidos 1,7% do PIB. Numa análise técnica, vale dizer que
em 2000. Tal quadro era desenhado mesmo com a não haverá avanço econômico em termos reais.
crise argentina e a retração na economia americana Com esse panorama desfavorável, a performan-
já se configurando de maneira inequívoca. ce da cadeia de embalagem, em que se previa um
ILUSTRAÇÕES: PHILIPP MAI – MAI 3D
Focos de apreensão desse nível, que envolvem o ano de crescimento palpável, termina em empate
cenário macroeconômico, são sempre previsíveis. técnico com 2000, em volumes e valores, com recei-
Mas o forçado racionamento de energia elétrica caiu ta em torno de 13 bilhões de reais. Até maio, os ne-
como uma ducha de água fria sobre a atividade in- gócios foram promissores. Depois, despencaram no
dustrial. Para piorar, veio em setembro a instabilida- compasso dos acontecimentos inusitados. A crise do
de provocada pelos atentados terroristas nos Esta- apagão e o efeito Bin Laden foram convidados desa-
Celulósicas: retomada
Apesar dos problemas de ordem perança de que haverá crescimento,
econômica, o ano passa ao largo de e que em 2002 poderá haver uma re-
terminar trágico para as indústrias tomada gradual de cotações, já que
que comandam a produção de emba- os preços do setor já caíram cerca de
lagens derivadas de materiais celu- 40% no período de 1999 para cá.
lósicos. De acordo com as entidades Para os setores mais específicos,
de classe que representam os di- correlatos à Bracelpa, a expectativa
ferentes setores da indústria por crescimento também é grande.
de celulose e papel, foi pos- “Acredito que o próximo exercício
sível “assimilar” os golpes deva ser mais constante, crescen-
sofridos em 2001, como di- te do começo para o fim”,
ria o jargão dos boxeadores. prevê Walter Derani, vice-
Globalizado desde 1970, presidente de Papelcartão
o setor se beneficiou da da Bracelpa.
desvalorização cambial,
que se acentuou no meio do Papelão cresce
ano e que contrabalançou Por sua vez, o presidente
perdas no mercado interno. da Associação Brasileira
“Ela compensou a queda do Papelão Ondulado
de preços e teve o efeito (ABPO), Paulo Sérgio
adicional de desestimular a Peres, espera que 2001
importação”, explica o registre números próxi-
presidente da Associação mos aos excelentes de
Brasileira de Celulose e 2000. “Caso o PIB cresça
Papel (Bracelpa), Boris entre 2,5% e 3%, aguar-
Tabacof. Isso ajudou na damos um crescimento
obtenção de um saldo de de até 5% para 2002”,
1,7 bilhão de dólares na diz Peres. O otimismo se
balança comercial do se- deve ao fato de que,
tor em 2001, um cresci- mesmo com vaivens de
mento de 8,6% em rela- 2001, o desempenho do
ção ao exercício anterior. setor foi significativo –
tendências e perspectivas 2002
Plásticos: tranqüilidade
À exceção do primeiro trimestre, o ção de novas máquinas, campo em que
ano que passou não foi bom para o setor os financiamentos são essenciais.
de transformação de plásticos. O peso Além de acalentado por esperanças
negativo do exercício pode ser medido de solidificação de uma política eficien-
pelo fato de que, segundo Merheg Ca- te de exportações, o pseudo-otimismo
chum, presidente da Associação Brasi- da indústria plástica com relação a 2002
leira da Indústria do Plástico (Abiplast), é reforçado pela aparente tranqüilidade
2001 quebra o crescimento médio de que o setor enfrenta na oferta de resinas,
10% dos últimos dez anos. “Mais que a inclusive o PET. Tal percepção deve-se
crise de energia, o problema argentino aos recentes investimentos das petroquí-
foi gravíssimo para nós”, aponta micas em aumento de capacidade insta-
Cachum. “O reajuste da nafta lada e em tecnologia.
também criou desequilíbrio.”
Contudo, na contramão do Enfim, PET em cerveja?
que se poderia supor, 2002 é Com relação ao PET, por sinal, há a
previsto como bem menos es- expectativa de que, em 2002, o material
tarrecedor. Além da esperança seja, finalmente, empregado pelas cer-
de avanços na economia, o oti- vejarias. Se isso ocorrer, certamente as
mismo se justifica por aspectos previsões de consumo do material
mais palpáveis. Nessa direção, neste ano serão maiores do que as
uma das ações previstas pela projetadas pela Associação Brasi-
Abiplast é o fortalecimento de leira dos Fabricantes de Embala-
parcerias entre transformado- gens de PET (Abepet). A entidade
res e produtores de resinas, estima um crescimento em torno
para evitar qüiproquós como de 6% sobre as 270 000 tonela-
os noticiados em 2001, envol- das de PET consumidas em for-
vendo oferta de commodities ma de embalagens no ano que
como o PVC e o polietileno, e finda. Um ponto positivo em
fazer caminhar a política de ex- 2001, brandido por Alfredo
portação do setor. Sette, presidente da Abepet, é
Sobre a necessidade de me- que foram reaproveitadas
lhorar o saldo da balança co- 89 000 toneladas do material,
tendências e perspectivas 2002
auto-adesivos
O de Empresários e Executivos
do Mercado de Auto-adesi-
vos, realizado dia 13 de no-
vembro no Grand Hotel Mercure, em São
Paulo, comprovou mais uma vez uma das
principais tendências em embalagem: o
crescimento do uso de auto-adesivos e
seu forte potencial de expansão no Brasil.
Promovido pela Sala 21, com patrocínio
da Divisão Fasson da Avery Dennison e
apoio de EMBALAGEMMARCA e da
ABIEA – Associação Brasileira das In-
dústrias de Etiquetas Adesivas, o evento
mostrou também quanto o setor está deci-
dido a aumentar sua participação no mer-
cado de rótulos de embalagens, num mo-
vimento em que as palavras-chave são
qualidade, eficiência e produtividade. Um intervalo para nais da área: os aspectos tributários do
café no Label’02:
troca de cartões e produto/serviço. Celso Gazioli, consultor
Geração de negócios de experiências da PriceWaterhouseCoopers, e Edison
Com a participação de 150 empresários e entre profissionais Aurélio Corazza, diretor jurídico do escri-
executivos do setor, o Label Brasil’02 re- tório Castro, Campos & Advogados, mos-
presentou não só uma oportunidade para traram como os tributos são cruciais para
troca de experiências e networking, mas a indústria de auto-adesivos.
também um instrumento de geração e de- Gazioli focou sua palestra nos tributos
senvolvimento de negócios. Durante o indiretos e na caracterização da indústria
Fórum ficou claro que, hoje, os principais para fins tributários. Corazza apresentou
agentes do setor buscam o caminho da os possíveis impactos da Norma Antielisi-
inovação e da superação de limites, para va para o setor e para a própria atividade
garantir o melhor desempenho das do planejamento tributário. O es-
empresas em si e do segmento clarecimento dessas questões,
em seu conjunto. com expressiva contribuição
Felipe Soto, general ma- dos empresários presentes,
nager da Divisão Fasson da também reflete a postura
Avery Dennison para o Mer- cada vez mais dirigida para a
cosul, abriu os trabalhos, desta- eficiência administrativa no
cando a importância de uma atitude campo da tributação.
conjunta do segmento que antecipe as ne- Nesse cenário, a competitividade exige
cessidades dos clientes e defenda a lide- redução e controle precisos de custos,
rança dos auto-adesivos como solução como demonstrou o professor da FGV
ideal para o consumidor final. Stavros Xanthopoylos. Para ele, já exis-
As duas palestras seguintes abordaram tem instrumentos e tecnologias capazes de
a situação que aflige a todos os profissio- controlar e reduzir custos de modo eficaz
prêmios
As festas gráficas
Abigraf e ABflexo fazem as grandes homenagens de suas áreas
ois importantes acontecimentos realizados recentemente em São Paulo, com abrangência não só nacional,
D mas também internacional, mostraram mais uma vez que, também na área gráfica, a embalagem ganha
importância, como instrumento que é de valorização de produtos e de marcas. Esses dois eventos são as
premiações dadas todos os anos pela Abigraf -- Associação Brasileira da Indústria Gráfica e pela ABflexo --
Associação Brasileira Técnica de Flexografia às empresas que melhor desempenho tiveram em seus segmentos.
Importância crescente
Edição 2001 do Prêmio Pini amplia foco na embalagem
A 11ª edição do Prêmio Fernando Pini de Excelên- Este ano o Prêmio Pini conquistou a certificação ISO
cia Gráfica, cujos vencedores foram conhecidos dia 29 9002, dias antes do desfecho do concurso.
de novembro último, apresentou abrangentes mudanças
em relação às anteriores, e muitas das novidades refe- OS PREMIADOS
rem-se ao segmento de embalagens. Com o intuito de Estes foram os vencedores na área de embalagem:
aumentar o foco do evento, a ABTG (Associação Bra- Rótulos Convencionais - Gráfica Rami, com Vinagre
sileira de Tecnologia Gráfica), organizadora do Prêmio de Álcool, da Vinagre Castelo; Rótulos com Efeitos
desde sua primeira edição, optou em 2001 por dividir o Especiais - Brasilgráfica Indústria e Comércio, com
concurso em doze segmentos. Rótulo e Contra-Rótulo Brandy Domecq 1 000ml, da
O número de categorias foi reduzido, caindo de 62 Allied Domecq Brasil; Etiquetas, Adesivos e Decal-
para 55. Como prova de que o mer- ques - Novelprint, com Figurinhas
cado de embalagens tem importân- Onde Está o Vermelho M&M, da
cia crescente na indústria gráfica, foi Effem do Brasil; Embalagens
criada a categoria embalagens e kits Semi-Rígidas Convencionais -
promocionais. Por outro lado, cate- Kingraf Artes Gráficas em Geral,
gorias como etiquetas, adesivos e com Duplo Duplo, da Chlorophilla
decalques foram fundidas às de ca- Phytocosméticos; Embalagens Se-
tálogos promocionais e de arte, car- mi-Rígidas Convencionais com
tões de visita e papelaria. As empre- Efeitos Especiais - Takano Editora
sas de rótulos auto-adesivos, por sua Gráfica, com Caixa Johnnie Wal-
vez, ganharam um segmento exclu- ker Gold Label, da Leo Burnett Pu-
sivo: produtos para identificação. blicidade; Embalagens de Mi-
Os 1 400 convidados que compareceram ao Olím- croondulados - Jofer Embalagens, com Gradiente, da
pia, casa de espetáculos onde se realizou a festa de pre- Gradiente; Embalagens e Kits Promocionais - Pan-
miação, testemunharam algumas das razões que torna- crom Indústria Gráfica, com Kit Mulher e Poesia por
ram o Prêmio Fernando Pini o mais importante concur- Vinicius de Moraes, da Avon Cosméticos; Embalagens
so do setor no país. Neste ano, 265 trabalhos, produzi- Impressas em Suportes Rígidos Não-Celulósicos -
dos por 83 empresas, sagraram-se finalistas. Foram es- Cia. Metalúrgica Prada, com Tomatelli Peixe Molho
colhidos entre 1 235 peças inscritas, 11% mais do que Pronto para Pizza lata 155 x 178, da Cirio Brasil; Em-
em 2000. A Gráfica Burti foi a empresa mais premiada, balagens Flexíveis - Empax Embalagens, com Liza
FOTOS: DIVULGAÇÃO
com doze troféus, no segmento acondicionamento, do Girassol, da Cargill Agrícola; Sacolas - Antilhas Em-
qual faz parte a categoria de embalagens. No ano pas- balagens Editora e Gráfica, com Sacola G Kopenha-
sado, a líder foi a Takano, que nesta edição empatou em gen, da Chocolates Kopenhagen ; Sacolas - Antilhas,
segundo lugar com a Pancrom, com seis prêmios cada. com Sacola M Suzano, da Antilhas.
resinas
Desejada
independência
OPP corre atrás de auto-suficiência tecnológica em resinas
Almanaque
Força muscular Ângulos variados
Um dos objetos de uso mais pressão”. Quando não existiam O enfoque não é o do envelope en-
comum e de maior comodida- essas coisas, para vaporizar quanto embalagem, nem do selo
de nos dias atuais é o frasco de perfumes usavam-se mesmo enquanto rótulo ou da correspon-
perfume com pump, que, de vaporizadores. A compressão dência enquanto movimentação lo-
acordo com a linguagem técni- de uma bomba de borracha le- gística. No entanto, o livro Selos,
ca, consiste num “sistema aspi- vava ar ao frasco de vidro por Viagens & Envelopes Selos Come-
rante premente e de pré-com- intermédio de um tubo. morativos do Brasil de 1900 a
1942 – Um Capítulo da História
Postal Brasileira, de autoria de
Luiz Antônio Duff Azevedo, pode
ser lido também assim.
É interessante observar, nas repro-
duções dos envelopes que ilustram
o belo volume, a evolução dessa
que provavelmente é a mais presen-
te embalagem no dia-a-dia das pes-
soas e que só começou a ser usada
por volta de 1840. Voltados nos
primórdios apenas para atender à
função primária da embalagem,
Sem perda de caráter que é transportar o conteúdo, logo
começaram a servir como veículo
A aveia é um cereal de alto valor amarela de papel cartão, familiar de propaganda,
nutrititivo que não fortalece ape- a pelo menos duas gerações de marketing e fixa-
nas quem a consome, mas tam- brasileiros, não parou de evoluir, ção de marcas.
bém quem a industrializa em for- sem perder os chamados equities, Vale também
ma pré-cozida, pronta para o con- que numa tradução livre pode- apreciar a luta
sumo. Seria covardia dar o exem- riam ser chamados de “caráter pela pontualida-
plo da poderosa multinacional do produto”. Nas quatro versões de no transporte
aéreo interconti-
que tem por símbolo o pregador da embalagem ao longo desse
nental, quando a
religioso com seu chapéu incon- tempo, o logotipo foi mantido. Em
expressão just-
fundível. No Brasil, a Ferla, da L. 1998 foi introduzida uma foto do
in-time serviria
Ferenczi Ind. e Com. Ltda., de produto pronto para consumo, na melhor das
São Paulo, está completando 50 isto é, appetite appeal. Para co- hipóteses como
anos mais saudável do que nunca. memorar o cinquentenário a mar- exemplo da pro-
Neste meio século, sua caixinha ca recebeu alto-relevo em 2001. palada “pontualidade britânica”.
Do ponto de vista histórico, a gran-
de força do livro está no fato de
abranger um período pouco estu-
dado em nosso país – a Primeira
República – mas de suma impor-
tância para entender o Brasil atual.
O livro foi publicado com apoio
cultural do Banco Mercantil e da
Finasa Leasing. A administração
do projeto é da Kavantan Associa-
dos. O autor é diretor da Wheaton
1959 1995 2001 do Brasil e da Viton Embalagens.