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www.embalagemmarca.com.

br
Seleção natural também em feiras
N
asceu de sugestões, ao nos propormos a servir de que atendidas determinadas
queixas, críticas e veículo para a reportagem, exigências, como boa orga-
elogios de exposi- que sintetiza o pensamento nização tanto por parte dos
tores, bem como de bastan- de expositores e de alguns promotores quanto do lado
te reflexão pela equipe da dos principais organizadores dos expositores, periodicida-
revista, a idéia de realiza- desse tipo de evento. EMBA- de adequada, foco e outras
ção da reportagem de capa LAGEMMARCA considera que mais. Por isso, como indica a
Wilson Palhares desta edição, sobre o tema feiras de negócios são um reportagem, o setor de even-
das feiras relacionadas com bom meio de comunicação, tos deverá passar por uma
Feiras podem o setor de embalagem no e sempre deu seu apoio àque- acomodação e, como ensi-
trazer resultados Brasil. Dada sua dimensão, las que, a seu critério, são nou Darwin, só os mais aptos
positivos, desde é evidente que o assunto não importantes para o setor. sobreviverão.
se encerra aqui e pode ainda Porém, sem querer ensinar Relevada a questão de que
que atendidas
dar margem a muita discus- nada a ninguém, entende- quem diz isto pode ser visto
determinadas
são, na busca de visão cada mos que feiras são apenas como parte interessada, outro
exigências, como vez mais clara e capaz de mais uma das alternativas fato é que feiras têm duração
boa organização contribuir para o fortaleci- de mídia disponíveis no mer- curtíssima, de alguns dias
tanto por parte mento do setor brasileiro de cado. Sem dúvida podem num ano (ou em mais de
dos promotores embalagem. trazer resultados positivos às um), enquanto a necessidade
quanto do lado De nossa parte, queremos empresas e aos profissionais de comunicação o ano intei-
dos expositores deixar clara nossa posição que delas participam – desde ro. Até setembro.
nº 84 • agosto 2006
Diretor de Redação
Wilson Palhares
palhares@embalagemmarca.com.br

14 Plásticas
Predilecta lança nova linha de
ketchups combinando frascos
39 Café
ABIC lança programa de cate-
gorização de cafés com aplica-
Reportagem
Flávio Palhares
de PET com rótulos nobres ção de selos nas embalagens flavio@embalagemmarca.com.br
Guilherme Kamio

16 Metálicas
Tampas com anéis não-vazados
e latinhas de quarto de litro
guma@embalagemmarca.com.br
Leandro Haberli Silva
leandro@embalagemmarca.com.br
são novidades da Rexam Diego Meneghetti
redacao@embalagemmarca.com.br

20 Reportagem de capa:
proliferação das feiras
Expositores e organizadores 40 Decoração
Pigmentos orgânicos ganham
Departamento de Arte
Carlos Gustavo Curado (Diretor de Arte)
arte@embalagemmarca.com.br
debatem cenário dos even- força entre as empresas espe- José Hiroshi Taniguti (Assistente)
tos de embalagem no Brasil cializadas em pintura de vidro
Administração

44 Tecnologia Marcos Palhares (Diretor de Marketing)


Especialista aborda o cenário Eunice Fruet (Diretora Financeira)
da falsificação de produtos e
tecnologias para evitá-la Departamento Comercial
comercial@embalagemmarca.com.br

46
Karin Trojan
Celulósicas Wagner Ferreira
Klabin investe em caixas de
transporte com fácil abertura Circulação e Assinaturas
para reposição de gôndolas Marcella de Freitas Monteiro
Raquel V. Pereira

48 Celulósicas
Setor de papelão ondulado busca
difundir padrão mundial para
assinaturas@embalagemmarca.com.br
Assinatura anual: R$ 99,00

Público-Alvo
embalar hortifrutigranjeiros
EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais
que ocupam cargos de direção, gerência

32 Entrevista:
Claudio Czapski 50 Fechamentos
Reaceso o interesse pelas tam-
pas esportivas no mercado de
e supervisão em empresas integrantes da
cadeia de embalagem. São profissionais
envolvidos com o desenvolvimento de
Superintendente da ECR Brasil águas minerais engarrafadas embalagens e com poder de decisão colo-
fala da ascensão das caixas cados principalmente nas indústrias de bens
shelf-ready nos EUA e na Europa de consumo, tais como alimentos, bebidas,

38 Medicamentos
Acopladas a frascos, cápsulas
56 Índice de Anunciantes
Relação das empresas
que veiculam peças
cosméticos e medicamentos.

Filiada ao
de aroma camuflam odores publicitárias nesta edição
desagradáveis de medicamentos

3 Editorial
A essência da edição do mês, nas palavras do editor Impressão: Congraf Tel.: (11) 5563-3466

6 Espaço Aberto EMBALAGEMMARCA é uma publicação


Opiniões, críticas e sugestões de nossos leitores mensal da Bloco de Comunicação Ltda.
Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo
8 Display Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP
Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463

18 Internacional Filiada à
Destaques e idéias de mercados estrangeiros
ILUSTRAÇÃO DE CAPA: INLAB DESIGN

28 Panorama www.embalagemmarca.com.br
Movimentação no mundo das embalagens e das marcas
O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é
52 Conversão e Impressão resguardado por direitos autorais. Não é per-
mitida a reprodução de matérias editoriais
Produtos e processos da área gráfica para a produção de rótulos e embalagens
publicadas nesta revista sem autorização
da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões
58 Almanaque expressas em matérias assinadas não refle-
Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens tem necessariamente a opinião da revista.
Espaço Aberto Coco entre as marcas que figuram na

A
CA
cabei de receber a EMBALAGEMMAR-
e não posso deixar de parabenizar
matéria “O apito já trilou nas gôndolas”,
publicada à página 14 da edição de maio
(81) da revista. Gostaríamos, no entanto,
vocês por uma edição tão completa: de fazer uma pequena retificação. Por
bonita, com ótimos textos e de um apuro ser uma bebida rica em sais minerais
difícil de encontrar. A revista mostra que e potássio, a Kero-Coco é considerada
a união de boa embalagem e conteúdo é repositora natural dessas substâncias,
infalível. mas não é um “repositor energético”,
Cecilia Etchecoin como publicado.
Assessora de imprensa Rohm and Haas Alexandre Gonçalves
Temas Comunicação FSB Comunicações
São Paulo, SP Assessoria de Imprensa da Kero Coco

P arabéns por mais uma edição de


EMBALAGEMMARCA e sobretudo pelo
São Paulo, SP

aniversário dessa conceituada publica- CORREÇÃO


ção. Fantástica a idéia das fotos do
Esclarecimento passado x presente (edição 82), ficou As embalagens da Skol Redondaço
A Amcor White Cap do Brasil
Ltda. esclarece aos leitores da revista
excelente.
André Laguzzi
(“Do tamanho da expectativa”, EMBA-
LAGEMMARCA nº 82, página 18) foram
Gerente de Inovação desenvolvidas pela MeadWestvaco
EMBALAGEMMARCA que a matéria e Desenvolvimento em papel cartão e montadas na Jofer
“Uma a menos em tampas”, veicula- Antilhas Soluções Integradas Embalagens. O design é da F/Nazca.
da na edição de julho/2006 (n° 83), para Embalagens
pág. 26, não condiz com a realidade Santana de Parnaíba, SP MeadWestvaco Sistemas
dos fatos. Não há qualquer veracidade de Embalagens
na informação de que os negócios no Edição latina (11) 3048-9386
Brasil serão interrompidos. A Silgan
Holdings Inc., na qualidade de nova
controladora da Amcor White Cap,
P arabéns pela edição de EMBALAGEM-
MARCA em castelhano. É uma importante
F/Nazca
(11) 3059-4800

está muito otimista também com o iniciativa, e certamente trará grandes fru- Jofer Embalagens
potencial da aquisição em andamento tos à revista e ao setor de embalagem. (18) 3643-4000
no Brasil e certamente isto resultará André Mozetic
em novos promissores investimentos Diretor, Greenfield Business Promotion
no território nacional. Recife, PE
A reportagem a que se referiu essa Mensagens para
revista menciona somente a aquisição O Boticário e Kero Coco
dos negócios da Amcor White Cap
EMBALAGEMMARCA
na Europa. O fato é mais abrangente
pois inclui a aquisição dos negócios
G ostaria de lhes informar que há um
erro na matéria “Ciência com Glamour”
Redação: Rua Arcílio Martins, 53
CEP 04718-040 • São Paulo, SP
da Amcor White Cap na Europa, Ásia publicada na edição de maio 2006 (n.º Tel (11) 5181-6533
e América do Sul. A Amcor White 81 pág. 24). A embalagem Nanoserum Fax (11) 5182-9463
Cap do Brasil, agora suportada pela Anti-sinais (item 14 da pág. 26) é fabri-
Silgan Holdings Inc., maior empresa cado pela Rexam e não pela Globalpack redacao@embalagemmarca.com.br
de embalagens metálicas para ali- como citado na revista. As mensagens recebidas por
mentos nos Estados Unidos, continua Janaina Queiroz carta, e-mail ou fax poderão
sua ascensão com investimentos e Assistente comercial ter trechos não essenciais
aprimoramento tecnológico dos seus Rexam
eliminados, em função do espa-
produtos. Demais detalhes sobre esta São Paulo, SP
transação poderão ser encontrados no ço disponível, de modo a dar
site www.silganclosures.com. o maior número possível de
Donato de Hyppolito
Gerente Geral Brasil
E m primeiro lugar, parabenizamos a
revista EMBALAGEMMARCA pela sua qua-
oportunidades aos leitores. As
mensagens poderão também ser
Dilciney T. Zagato lidade editorial, importância no segmen- inseridas no site da revista
Gerente Comercial to de embalagens e serviços prestados (www.embalagemmarca.com.br).
Amcor White Cap do Brasil ao leitor. Ficamos felizes ao ver a Kero-

6 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


Diferenciação nos
grãos e na decoração
Vidro acondiciona e auto-adesivo
decora novo Café Iguaçu Gourmet
CCL Label do Brasil
Paladares exigentes já assim maior retenção (19) 3876-9300
encontram nas gôndolas do aroma e do sabor. www.ccllabel.com.br
o Café Iguaçu Gourmet, Em conformidade com
Owens-Illinois do Brasil
produzido pela Cia. o diferencial do produto, (11) 6542-8000
Iguaçu de Café Solúvel. para as embalagens, www.oidobrasil.com.br
Trata-se de uma com- foram escolhidos potes
Rex Design
binação de grânulos de de vidro de 100 gramas, (11) 3862-5121
alta qualidade produzi- fabricados pela Owens- www.rexnet.com.br
dos a partir da técnica Illinois e decorados por
chamada “Freeze Dried”, auto-adesivos da CCL
processo em que o extra- Label do Brasil em papel
to de café concentrado laminado prata, criados
é seco a frio, permitindo pela Rex Design.

Identificação
facilitada
Latas dos molhos Pomarola Rojek
ganham novo visual (11) 4447-7900
www.rojek.com.br
Para que o consumidor identificasse
os produtos com maior facilidade nas Usina Escritório
gôndolas, a Unilever optou por refor- de Desenho

FOTOS: DIVULGAÇÃO
(11) 5571-6788
mular as embalagens de toda a linha www.usinadesenho.com.br
de molhos Pomarola, tarefa realizada
pela Usina Escritório de Desenho.
Dentre as alterações, Daniella Brilha,
gerente de atomatados da Cica,
à qual pertence a linha, destaca a Brasilgrafica Knorr encaixota
inserção de informações sobre os (11) 4133-7777
www.brasilgrafica.com.br
frango assado
benefícios proporcionados à saúde
pelo produto. Impressas por litografia,
Cartuchos embalam novo
Usina Escritório
de Desenho
sabor de caldo culinário
as latas de aço são fornecidas pela
(11) 5571-6788 A Knorr, marca pertencente à Divisão de
Rojek, assim como as tampas, feitas www.usinadesenho.com.br
do mesmo material. Alimentos da Unilever, lança mais um pro-
duto exclusivo. Trata-se do Caldo de Frango
Assado, que, ao lado das versões Galinha,
Carne, Costela, Picanha e Camarão, formam a
linha de caldos especiais. O produto é resulta-
do de pesquisas realizadas com consumido-
res, que elegeram o sabor como ideal para ser
usado em receitas de tortas de frango. Para
acondicionar a variante, foram usados cartu-
chos impressos em off-set pela Brasilgrafica.
O design é da Usina Escritório de Desenho. A
Unilever não divulgou o fornecedor do papel
laminado que embala as barras.

8 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


Yes, nós temos banana
Garrafa destaca licor “for export”
Garrafas da Saint-Gobain com pescoço
alongado e corpo bojudo estão entre as Daftar
(11) 6950-3211
apostas da Cia. da Banana para diferenciar www.daftar.com.br
no mercado externo seu recém-lançado licor
de banana. Produzido em Iguape, litoral sul Saint Gobain
(11) 3874-7988
de São Paulo, o produto é feito com bana- www.saint-gobain.com.br
na nanica e álcool de cereais. Está sendo
SetPrint
embarcado para Estados Unidos e Europa,
(11) 2133-0007 Suavidade

AÇÃO
em garrafas de 750 mililitros e 700 mililitros, www.setprint.com.br
em alta

DIVULG
respectivamente. A bebida é
Regnus Indústria Gráfica
oferecida em embalagem
Design Absoluto

FOTOS:
(11) 4057-4130
única ou em kit, contendo www.regnus.com.br cria para Comfort
uma garrafa grande, uma
Rubi A linha de amaciante de roupa Comfort,
miniatura de 50 mililitros e 5515-7308
taças de cristal. Impressos www.embalagensrubi.com.br da Unilever, ganhou uma nova variante:
pela SetPrint com tecnologia Comfort Fácil Enxágüe, que corta a espu-
digital, os rótulos tiveram seu ma, amacia e perfuma em um único enxá-
design a cargo da agência Alpla güe. As embalagens foram criadas pela
(11) 4141-5535 Design Absoluto, que usou o conceito de
Daftar. Cartuchos de
www.alpla.com.br
papel cartão, da comunicação “liberdade e suavidade”,
gráfica Regnus, Color-G que transmite os benefícios de se ter um
(11) 2273-4666 produto que elimina etapas no processo
embalam cada
www.colorg.com.br
garrafa. As de lavagem das roupas. As embalagens
caixas de Design Absoluto de PEAD de 500 mililitros e de 1,8 litro
(11) 3071-0474 são fornecidas pela Alpla, assim como as
embarque, www.designabsoluto.com.br
de papelão tampas de rosca que as fecham. Auto-
ondulado, adesivos, os rótulos são da Color-G.
são da
Embala-
gens Rubi.

Mochilas mais organizadas


Novo estojo de polipropileno da Faber-Castell, Flipbox
organiza linha de lápis de cor garantindo ordenação
A lista de material escolar conta em pé. O sistema de fechamento é Embraplas
com uma novidade da Faber- por travas, evitando que os lápis se (19) 3208-0299
www.embraplas.com.br
Castell. Trata-se da Flipbox, estojo espalhem quando são transporta-
de polipropileno (PP) desenvol- dos na mochila. O Flipbox é ven- Gad’ Design
vido para a linha de lápis de dido com doze lápis de cor, todos (11) 3040-2222
www.gad.com.br
cor da empresa. Produzido pela revestidos por esferas antidesli-
Embraplas, de Campinas (SP), o zantes. O conjunto é comerciali- Suzano
estojo foi desenhado pela Gad’ zado num cartucho impresso em 0800 055 5100
www.suzano.com.br
Design. Graças a um apoio na off-set pela própria Faber-Castell,
parte traseira, a Flipbox pode ficar com papel cartão da Suzano.

10 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


Requinte para poucos
A 550 reais a unidade, Conhaque Martell XO
chega ao Brasil em garrafas da Saint-Gobain

Dragon Rouge Chega ao Brasil a nova versão do Martell XO,


www.dragonrouge.com conhaque da francesa Martell, prestigiada fabrican-
te de destilados finos. Importada pela Pernod
MBF France
www.mbf-plastiques.fr Ricard Brasil, a bebida vem armazenada em
garrafa de vidro da Saint-Gobain francesa,
Saint-Gobain
rotulada com papel auto-adesivo impresso
www.saint-gobain.
com em off-set com detalhes em hot stamping
dourado. Tampas da MBF France com-
pletam o frasco, cujo design foi criado
pela agência parisiense Dragon Rouge.
O preço médio ao consumidor no Brasil
deverá ser de 550 reais a garrafa.

Asas com mais Uma cor para


autonomia de vôo cada variedade
Flying Horse ganha versão Big, Aurora redesenha linha Varietal
vendida em latas de 473 mililitros
Rexam A Cooperativa Vinícola
A GlobalBev colocou no mercado a (21) 2104-3300 Aurora inovou na con-
nova versão do energético Flying Horse. www.rexamcan.com.br
cepção visual de uma
Antes comercializada somente em latas de suas linhas de vinhos
de alumínio de 250 mililitros, a bebida mais consagradas no
agora está disponível também numa nova varejo, a Aurora Varietal.
embalagem de 473 mililitros, que ganhou As margens dos rótulos
o nome de Big Flying. As latas são for- e as cápsulas do sistema
necidas pela Rexam, que desenvolveu o de fechamento ganha-
design original da lata de 250 mililitros, ram uma cor para
adaptando-o para o novo tamanho. cada variedade. Os
Igel Embalagens
(51) 3041-8300 rótulos dos vinhos
www.igel.com.br
brancos receberam
Saint Gobain as cores laranja e
(11) 3874-7482 amarela. Nos tin-
www.sgembalagens.com.br
tos, as variações
Owens-Illinois vão do vermelho ao
(11) 6542-8000 roxo. Os rótulos de
www.oidobrasil.com.br
papel auto-adesivo
Plano Global Design são impressos pela
(54) 3451-4160 Igel Embalagens,
as garrafas são
fornecidas pela
Saint-Gobain e pela
Owens-Illinois, e
FOTOS: DIVULGAÇÃO

o projeto visual é
da Plano Global
Design.

agosto 2006 <<< EmbalagemMarca <<< 11


Guinada na identidade visual de uma trintona
Aos 30 anos, marca Vasenol de hidratantes corporais é completamente repaginada
Produzida pela Unilever, a linha o formato dos frascos, produzi- Seaquist Closures dos Estados
Vasenol de cuidado com a pele dos pela Brasalpla, e das tampas, Unidos (há planos de que a filial
Baumgarten
(47) 321-6666 adotou novas embalagens. A por enquanto importadas da brasileira assuma o fornecimento).
www.baumgarten.com.br mudança é uma das mais Os rótulos auto-adesivos são da
radicais na história da Baumgarten. Outra mudan-
Brasalpla
(11) 4141-5535 marca, que che- ça foi a ampliação da
www.brasalpla.com.br gou ao Brasil em capacidade dos frascos,
Seaquist Closures
1976. As emba- que passou de 187 mili-
(11) 4143-8909 lagens antigas, litros para 200 mililitros.
www.seaquistclosures.com com ombros deli- “Buscamos embalagens
neados, deram mais modernas, que
lugar a um design mantivessem a funciona-
diferenciado. O lidade”, destaca Elisson
destaque é a Dias, gerente de marke-
integração entre ting de Vasenol.

Fé na alma carioca Design Inverso


Contra a gripe
(e no apelo da bossa) (47) 3441-7766 e a mesmice também
www.designinverso.com.br
Para vender lá fora, cachaça catarinense Novo layout destaca cor laranja em
explora antigos ícones do Rio de Janeiro Gráfica 43 cartuchos do Calcium Sandoz
(47) 3221-1200
Com embalagens alusivas ao Rio de Janeiro Para se destacar no mercado
dos anos 50 e 60, a cachaça Canabacana, Grafimax OTC (over the counter,
(47) 3323-2317
produzida pela catarinense Multidrink, está ou livres de pres-
sendo lançada na Ásia e na Europa. Os primei- Saint-Gobain crição médica), a
ros lotes já chegaram a Cingapura, Malásia e (11) 3874-7644
Novartis relança o
www.saint-gobain.com.br
Filipinas. O projeto de embalagem e a marca Calcium Sandoz em
foram criados pela agência Design Inverso. nova embalagem.
Com referências aos calçadões de Ipanema, O suplemento vita-
à bossa nova, ao Pão de Açúcar e à praia de mínico, composto
Copacabana, os cartuchos, por vitamina C e
com janelas para visualizar a cálcio, ganhou
garrafa, foram impressos pela cartucho redese-
Gráfica 43. “A idéia desse Emepê Indústria nhado pela agên-
projeto gráfico é propor- Gráfica cia Mad House,
cionar a consumidores (11) 3826-8300 que substituiu a
de outros lugares do
ÃO

Magistral Impressora cor branca por


VULGAÇ

mundo a experiência Industrial tons alaranja-


(41) 2141-0408
de estar no Brasil”, dos. A caixa é
FOTOS: DI

www.magistralimpressora.
resume Marcelo com.br impressa em
Schramm, um dos off-set pela
Mad House Pack Works
designers responsá- Emepê Indústria
(11) 6607-4391
veis pelo visual da www.madhouse.com.br Gráfica e pela Magistral
Canabacana. A garrafa Impressora Industrial e acondiciona
é da Saint-Gobain, e os um tubo plástico – cujo fornecedor não
rótulos são impressos foi revelado – com dez comprimidos
pela Grafimax. efervescentes.

12 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


Sinal de mudança
Tintas para sinalização viária ganham baldes de PP
Metalúrgica Barra do
Piraí É através da embalagem que dos pela Metalúrgica Barra
(11) 2168-0063 a Indutil Tintas quer chamar do Piraí. A mudança também
www.mbp-stabile.com.br a atenção para a reformu- quer ressaltar o apelo ecoló-
New Growing Design lação de seu principal pro- gico do produto, elaborado à
& Branding duto, a Acquaplast, tinta base de água.
(11) 4226-4493
utilizada na demarcação e na
www.newgrowing.com
sinalização viárias, agora
com maior aderência. Para
destacar a evolu-
ção sem exce-
der os custos,
a agência New
Growing Design

FOTOS: DIVULGAÇÃO
& Branding optou
por adotar baldes
de polipropileno
decorados em
serigrafia, forneci-

Para homens, apelo high-tech


Nova linha Bozzano aposta em tubos com toque futurista
O lançamento da grife B- sos em letterpress. Com ares
Effects, de produtos capilares futuristas, as embalagens
masculinos, marcou o iní- pretendem conquistar o publi-
Alcan Embalagens
do Brasil cio da estratégia da Revlon co masculino ressaltando o
(11) 5503-0809 com sua divisão Bozzano conceito de alta tecnologia
www.alcan.com.br
Professional. A linha é com- empregada na formulação
Crown posta por quatro itens – gel dos produtos. A agência
(11) 5054-4014 de média e alta fixação, cola responsável pelo projeto é a
www.crowntampas.
com.br e creme modelador. Todos Ahhh!Design. Quem fornece
são acondicionados em tubos as tampas flip-top, de polipro-
laminados da Alcan, impres- pileno, é a Crown.
plásticas >>> alimentos

Proposta requintada
Novos ketchups aliam praticidade do frasco de PET ao charme do hot-stamping

Q
uem topou com o estande da Predi- buem de forma positiva para que não ocorra
lecta na APAS 2006, mais recente esse acúmulo.”
edição da feira da Associação Pau- “Buscamos criar na variedade Premium um
lista de Supermercados, percebeu atrativo mais requintado para o consumidor
a agitação provocada pelas novas embalagens exigente”, diz Byczyc. “Através de uma pro-
da linha de ketchup da empresa, exibidas no dução diferenciada, com maior concentração
evento ainda como mock-ups. As versões reais de tomate, o produto é destacado também
dos recipientes chegarão ao varejo em agosto. por sua embalagem, a começar pelo frasco de
Fabricados em PET, com moldes fornecidos PET translúcido.” Uma apresentação requinta-
pela Lorenpet, e soprados na própria Predi- da busca dar competitividade ao produto frente
lecta, os frascos ganharam um perfil sinuoso. a ketchups importados. O rótulo, à guisa dos
“A embalagem possui um formato que lhe deu de vinhos, possui fundo preto e gravações em
mais movimento, equilíbrio e praticidade”, hot-stamping, com design sóbrio e elegante.
comenta Rogério Byczyk, gerente de marke- As tampas também têm cor preta.
ting da Predilecta. “Apesar de ela ser curvilí- O desembarque das novas embalagens
nea, todo o produto sai com facilidade”. no varejo será acompanhado de ações de
Composta por cinco variedades – Tra- marketing criadas regionalmente e direcio-
dicional, Hot, Premium, Light e Goiachup nadas ao público de cada Estado. Segundo
(ketchup de goiaba) – a linha traz pigmen- a Predilecta, o lançamento consolida o fato
tação na tonalidade do produto em todos de o frasco de PET ser uma realidade em
os frascos, à exceção do Premium, que ketchup e condimentos no país. (DM)
apresenta paredes transparentes. Os rótulos NOBREZA – Visual da versão Premium,
auto-adesivos são resultado de uma parceria com hot stamping no rótulo negro, visa
aproximação com marcas importadas
entre a Interpack e a SetPrint. Sua arte foi
criada pela própria Predilecta, seguindo Indeplast Lorenpet
(11) 6806-5000 (12) 3185-4444
a estratégia de verticalização produtiva www.indeplast.com.br www.lorenpet.com.br
da indústria alimentícia. Já as tampas
flip-top foram desenvolvidas em poli- Interpack SetPrint
(19) 3451-2229 (11) 2133-0007
propileno (PP) injetado pela Indeplast, www.interpack.ind.br www.setprint.com.br
em ação exclusiva para a Predilecta.
“Elas são mais longas que as anteriores e TERMINAÇÃO – Tampas flip-top, da
Indeplast, têm desenho diferenciado,
foram projetadas para dar apoio perfeito à mais alongado que o das tradicionais
altura total das terminações das pré-formas de
PET, de 28 milímetros, permitindo que haja um
encostamento perfeito com o anel dos gargalos
dos frascos”, detalha Evandro Ferreira, coorde-
nador comercial da Indeplast.
FOTOS: DIVULGAÇÃO

Outros trunfos
Os profissionais envolvidos no projeto desta-
cam ainda a inovação no bico dosador, que pos-
sui sistema exclusivo de encaixe com a tampa.
“Há uma característica construtiva no bico
que dificulta o acúmulo de resíduo do produto
dosado”, ressalta Ferreira. “Além disso, sem
saliências e com alto brilho, as tampas contri-

14 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


metálicas >>> bebidas

Sobre anéis e anãs


Tampas com argolas preenchidas, ideais para promoções, e minilatas, cada
vez mais requisitadas pelo consumidor, são novidades da Rexam no Brasil

I
ndústrias nacionais de
bebidas sedentas por novas
Rexam
opções de marketing com (21) 2104-3300
embalagens de alumínio www.rexamcan.com.br
podem esfregar as mãos. Maior fabri-
cante de latas para bebidas do Brasil,
a Rexam acaba de anunciar a naciona-
lização de duas tendências mundiais
na área: tampas com anel não-vazado,
capazes de receber impressão a laser
de números ou desenhos, e a lati-
nha de 250 mililitros.
Com as argolas fechadas, as
novas tampas oferecem às marcas
novas oportunidades de comunica- VEÍCULOS
ção e de promoções com latinhas. Para Argolas fechadas
sustentar seu lançamento, a Rexam permitem gravações a
laser para promoções e
adquiriu conjuntos de impressão a comunicação de marca
laser para a gravação das peças. “Com
essa inovação a lata terá um papel

AÇÃO
ANÃ – Latinha de quarto de litro (à esq.,
ladeada pelas de 355 e de 473 mililitros):

DIVULG
opção para lanches e consumo em trânsito

FOTOS:

16 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


Apesar do sucesso, a Festa acabou
Poucos talvez recordem, já que Brahma e a criação da AmBev.
ela viveu apenas por alguns Enquanto durou, a cervejinha fez
meses. Lançada em abril de a festa: em três meses vendeu
1999, a cerveja Antarctica 5 milhões de unidades, o que a
Festa, em latinha com o então Antarctica projetava para um
inédito volume de 237 mililitros, semestre inteiro. A latinha, na
sumiu de cena no final daque- ocasião, também era da Rexam,
le mesmo ano, quando se deu a mesma que está lançando uma
a compra da Antarctica pela nova minilata no país. (FP)

mais ativo nas promoções dos nos-


sos clientes, principalmente naquelas
do tipo ‘achou, ganhou’”, situa Paulo
Dias, gerente de marketing da Rexam.
“Ademais, a impressão a laser dife-
rencia produtos e poderá passar diver-
sas mensagens para o consumidor.”
Segundo o executivo, a Rexam será
capaz de fabricar inicialmente até 4
milhões de unidades diárias das novas
tampas, e com um atrativo: enquanto
na Rexam européia um máximo de
nove caracteres pode ser impresso em
cada anel, na operação brasileira a
capacidade será de 16 caracteres.

Minilata em alta
Por sua vez, a latinha de 250 milili-
tros pinta como uma ferramenta para
as indústrias de bebidas atingirem
novas faixas de consumo e de preço.
Veja-se o que ocorre no mercado
norte-americano, onde minilatinhas
similares, de 8 onças líquidas – 237
mililitros, volume já utilizado tempos
atrás em edições limitadas de bebidas
no Brasil (veja quadro) –, transforma-
ram-se numa febre de dois anos para
cá nos mercados de sucos prontos e
de refrigerantes. “Elas respondem à
crescente busca por controle de por-
ções, são ideais para refeições ligeiras
e práticas para o consumo em movi-
mento”, afirma Stephanie Baxter,
diretora de comunicação corporativa
da Coca-Cola canadense, num artigo
sobre minilatinhas publicado em abril
no site brandchannel.com. Não à toa,
a Coca-Cola já está testando a latinha
de quarto de litro da Rexam no mer-
cado brasileiro. (GK)
Pote de PET chega aos croutons
Mercado francês abre espaço à apresentação inovadora
Croutons em potes de PET. novas embalagens têm design
Trata-se da aposta da Cam- mais moderno e possibilitam
pbell européia em sua marca fácil fechamento após a aber-
Liebig Crousti’Top de crou- tura”, diz Gregory Chabidon,
tons, comercializada na Fran- gerente da marca Liebig na
ça. Segundo a Campbell, os Campbell. Fabricados pelo pro-
potes de 300 gramas, da ingle- cesso ISBM (Injection Stretch
sa RPC Blackburn, garantem Blow Molding), os potes de PET De vendedora a adubo
maior frescor e integridade ao são decorados com rótulos ter- Nos EUA, embalagem compostável
produto em relação às tradicio- moencolhíveis da Fuji. para kiwis debuta na rede Wal-Mart
nais embalagens plásticas flexí- +44 (0) 1254 682-298 Os kiwis orgânicos da marca Oppenheimer
veis de croutons. “Ademais, as www.rpc-blackburn.co.uk agora chegam à seção de frutas das lojas
americanas da rede Wal-Mart em embala-
gens totalmente compostáveis. Os berços
das frutas são fabricados pela canadense
Earthcycle a partir de polpa moldada origi-
nária do refugo produtivo de óleo de palma
na Malásia. O material é certificado para o
contato com alimentos pelo FDA, principal
órgão de vigilância sanitária americano. Dis-
posto em aterros de compostagem, degra-
da-se em menos de três meses. Envolvendo
a bandeja, o filme transparente NatureFlex,
da Innovia, é derivado da celulose e também
compostável. O rótulo, de papel, é impresso
com tintas à base d’água e adesivo atóxico.
+1 (604) 899-0928 • www.earthcycle.com
(11) 5053-9945 • www.innoviafilms.com

Uma marca a mais em PowerFlex Copa foi barbada


Novas bebidas funcionais aderem à garrafa sem painéis da Amcor
para a Gillette
Uma das mais novas adeptas das garrafas
PowerFlex, da Amcor – garrafas de PET Lata expandida de gel de barbear
do tipo panel-less, isto é, sem painéis de demonstrou jogada criativa
dilatação, para envase a quente (veja A Copa do Mundo da Alemanha acabou
maiores detalhes sobre a tecnologia em inquestionavelmente com gosto amargo
EMBALAGEMMARCA nº 79, março de 2006) para o Brasil, mas rendeu criativas
– é a americana MD Drinks, através das embalagens de ocasião mundo afora.
bebidas funcionais Function. Curiosi- Uma delas, no Reino Unido, foi a
dade: uma das variantes dessa linha, a lata de aço expandida para o gel de
Urban Detox, propõe-se a curar ressa- barbear Mach3 TurboGel, da Gillet-
cas. Ela o faz a partir de uma fórmula te. Através de uma tecnologia de
que revigora o fígado dos efeitos do expansão por ar, a Crown Aerosols
álcool e estimula o sistema imunológi- Europe criou um perfil que simula
co. “O desenho panel-less das garra- os gomos de uma bola de futebol.
fas, sem estrias nas paredes, garantiu Além de chamar a atenção nos
uma rotulagem sem imperfeições à pontos-de-venda, as saliências
linha”, diz o fisiologista Alex Hughes, na superfície facilitam o manu-
um dos proprietários da MD Drinks. seio da lata pelo consumidor.
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18 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


reportagem de capa >>> feiras

Um jogo que não depen


S
ob diferentes critérios de avaliação,
o mercado nacional de feiras de
Ante a proliferação das feiras de
negócio equipara-se aos mais embalagem, bons resultados
avançados do mundo. Só a exigem seleção e planejamento
cidade de São Paulo abriga cerca de
90 000 eventos por ano, dos quais Pela equipe de
expressiva parte é composta por feiras. EmbalagemMarca
Entre as exposições internacionais, aquelas
com força para movimentar empresas e cadeias
produtivas de todo o planeta, estima-se que 160
sejam realizadas a cada ano no país. Das áreas
tradicionais às mais avançadas, o calendário
nacional é tão diversificado quanto o de
países com enorme expertise no ramo.
Também relevante é a importância econô-
mica das feiras. Dos cerca de 8 bilhões de
reais gerados pela indústria brasileira de
turismo no ano passado, 2,6 bilhões de
reais são atrelados ao turismo de negó-
cios – em 2005, somente São Paulo
recebeu 4,3 milhões de profissionais.
Por tudo isso, o Brasil saltou recen-
temente da 21ª para a 14ª posição
no ranking da Internacional Con-
gress and Convention Association
(ICCA), que avalia os principais
centros mundiais de exposições de
negócios.
A despeito desses e de outros
indicativos positivos, quem par-
ticipa de feiras de negócios com
freqüência no Brasil provavelmen-
te já se acostumou a ouvir, ou até a
corroborar, críticas sobre nível de
resultados, estrutura e organização
desse tipo de evento. Pelo menos
nas feiras da área de embala-
gem, a insatisfação existe. Posto
de lado o fato de que São Paulo,
o maior centro expositor da Amé-
rica do Sul, deixa a desejar em
termos de espaços de exposição,
de localização, de acesso, de esta-
cionamento e de transporte, possivelmente
o aspecto que mais incomoda a cadeia do
packaging diz respeito à proliferação das feiras
de negócio ligadas ao setor.
Não se trata de questionar a importância

20 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


de apenas de sorte
estratégica dos eventos e exposições. Além de Colacril, fabricante de bases auto-adesivas para
ocasião propícia para relacionamento e for- produção de rótulos que também acumula gran-
talecimento de imagem, sabe-se que as feiras de experiência em feiras de embalagem. “Em
constituem em todo o mundo um tipo de mídia muitos casos, o preço cobrado pelo metro qua-
complementar útil para a divulgação de produ- drado no Brasil chega a ser mais alto do que o
tos. Mesmo assim, parcela não desprezível de valor observado no exterior”, compara Gaspar.
empresários e executivos da área de embala-
gem alerta que elas vêm sendo realizadas em Outros sinais de insatisfação
quantidade excessiva, tornando-se muitas vezes Também sobram queixas para a postura de
repetitivas. alguns organizadores, que se mostrariam mais
“O alto número de feiras realizadas no Brasil interessados em locar espaço de exposição do
dificulta o anúncio de novidades”, atesta André que em cuidar dos aspectos relativos a planeja-
de Marco, gerente de produto da Suzano Papel mento e organização dos eventos.
e Celulose, tradicional expositora de eventos de “As feiras por segmento acabam se sobre-
embalagem. Essa situação, ele diz, pode levar pondo, e nem sempre as empresas participam
à perda de interesse por determinados eventos. pelo retorno direto”, pontua Rogério Baldauf,
“Sempre inovamos e trazemos tendências, mas diretor comercial da filial brasileira da alemã
há casos em que o visitante se decepciona com Krones, produtora de maquinário para emba-
a falta de lançamentos”, completa o profissional lagens de líquidos e tradicional expositora de
da Suzano. feiras de embalagem.
Falta de foco e retorno aquém do desejável Esta última observação pode ser interpreta-
ajudam a engrossar o caldo de desconten- da da seguinte maneira: além de comprometer
tamento. No primeiro caso, nem sempre a divulgação de novidades e a relevância de
os visitantes têm o perfil esperado pelo muitos eventos, a proliferação das feiras leva
expositor. Atendentes e promotores, por muitos expositores a participar delas preocu-
exemplo, já estão acostumados à presença pados antes em evitar a imagem negativa de
de visitantes preocupados apenas em dispu- não estar presente (leia-se “boatos sobre fusões
tar brindes, os famosos “sacoleiros”, ou de ou a saúde financeira da empresa”), do que em
pessoas sem relação alguma com a área de mostrar e captar tendências de mercado.
atuação da empresa. A conseqüência final da Baseada na opinião de diversos profissio-
falta de critérios e planejamento pode ser a nais de embalagem, alguns ouvidos nesta repor-
frustração do expositor. tagem, outros ao longo de quase duas décadas
“Os investimentos são pesados, mas a de experiência acumulada por seus diretores
divulgação nem sempre é boa”, constata na cobertura desse tipo de evento, a equipe
Valdir Arjona Gaspar, diretor presidente da de EMBALAGEMMARCA vê-se na contingência

O vigor do mercado brasileiro de


eventos de negócio em números
 O Brasil recentemente saltou da 21ª para a 14ª posição no ranking da
Internacional Congress and Convention Association (ICCA)
 A cidade de São Paulo abriga cerca de 90 000 eventos por ano, e recebeu
em 2005 4,3 milhões de profissionais
 Mais de 160 exposições internacionais são realizadas por ano no país
 Dos 8 bilhões de reais gerados pela indústria brasileira de turismo no ano
passado, 2,6 bilhões de reais são atrelados ao turismo de negócios

agosto 2006 <<< EmbalagemMarca <<< 21


Seis dicas para ajudar a atingir as metas
Na tentativa de auxiliar o expo- minuciosa antes de participar de com clientes e visitantes são
sitor a otimizar o retorno do uma feira. Treinamento adequa- bastante úteis para garimpar os
investimento feito numa feira de do dos profissionais que atende- eventos mais confiáveis.
negócios, EMBALAGEMMARCA enu- rão os visitantes e a escolha da  Analise o impacto que o
merou seis considerações que localização do estande podem investimento em determina-
podem evitar frustrações. fazer toda a diferença. Neste da feira terá nos negócios da
 Defina os objetivos que último ponto, especialistas lem- empresa. Isso é fundamental
devem ser alcançados na feira. bram que um estande pequeno até para decidir o tamanho do
O investimento em espaço de bem localizado pode ser mais estande.
exposição pode privilegiar a eficiente do que o contrário.  Confronte os resultados
divulgação de um lançamento,  Saiba selecionar as feiras obtidos com o investimento feito
o aumento das vendas de pro- corretas. Entre em contato com  Lembre-se que a feira não
dutos já tradicionais, ou sim- organizadores para entender o se restringe aos dias em que se
plesmente o fortalecimento de perfil do público, obter informa- realiza. O trabalho começa bem
marca. A análise custo x benefí- ções sobre outros expositores antes, informando potenciais
cio dependerá da determinação e até para checar as revistas clientes sobre os benefícios de
de metas para os objetivos e órgãos de imprensa que o visitar seu estande, e só termi-
escolhidos. evento costuma atrair. Enquetes na bem depois, acompanhando
 Elabore uma estratégia ou mesmo conversas informais os contatos realizados.

de concordar com a opinião generalizada de segmento de feiras de negócios, que no merca-


que as feiras de embalagem se multiplicaram do brasileiro de embalagem atua com as marcas “Em muitos
demasiadamente no Brasil. Procurando estar FCE, Food Pack e Tecnobebidas. Porém, o casos, o preço
presente nos eventos mais importantes do setor, executivo acredita que, ao contrário dos expo- cobrado pelo
a sensação de excesso intensifica-se na equipe sitores, os visitantes dos eventos de embalagem metro quadrado
de tempos em tempos. realizados no Brasil não estão insatisfeitos com
no Brasil chega
Em junho último, por exemplo, foram feitas, a proliferação das feiras. “No lado dos compra-
a ser mais alto
somente em São Paulo, três feiras diretamente dores, é importante que os eventos ocorram em
ligadas à indústria de embalagens: ExpoPrint, intervalos curtos”, considera Joris. do que o valor
Fispal Tecnologia e Luxe Pack. Pode-se justi- Segundo o diretor da VNU, foi constatado observado no
ficadamente argumentar que um evento não é que, em média, um terço do público total das exterior”
comparável a outro, e que cada qual é voltado feiras feitas pela empresa no Brasil nunca as
Valdir Arjona Gaspar,
a um mercado específico (gráfico; linhas de havia visitado antes. Para o visitante de primeira diretor presidente
acondicionamento e processos industriais; e viagem, ele argumenta, os eventos devem ser da Colacril
embalagens de luxo, respectivamente). Mas, feitos todos os anos, “ainda que o expositor não
considerando que em maio último parte da tenha novidades para mostrar”. Joris observa
indústria de embalagem já havia se reunido nas ainda que as datas escolhidas para as feiras
feiras FCE, voltadas aos setores farmacêutico devem atender aos ciclos dos mercados. As “As feiras por
e de cosméticos, e que no final de abril havia feiras FCE, por exemplo, acontecem em maio, segmento
sido promovida pela Alcantara Machado a Bra- pois as empresas de embalagens e matérias-pri-
acabam se
silpack, percebe-se que, num espaço de aproxi- mas de fármacos e cosméticos teriam naquela
madamente dois meses, algumas empresas se época lançamentos para o segundo semestre sobrepondo,
viram participando de três, quatro ou até cinco do ano. “Alguns expositores realmente pedem e nem sempre
feiras. Embora o público de cada uma delas seja para que as feiras aconteçam a cada dois ou as empresas
distinto, situações assim levam os expositores a três anos. Não é, porém, o caso da indústria de participam pelo
reivindicar maior planejamento no cronograma embalagens para cosméticos, que tem lança- retorno direto”
das feiras. mentos todos os anos.”
“Esse tipo de pedido realmente ocorre”, Consolidada como a maior referência em Rogério Baldauf,
diretor comercial
confirma Joris van Wiiki, diretor da VNU feiras de embalagem do mercado brasileiro, a
da Krones
Business Media, grupo com presença global no Fispal Tecnologia integra o cardápio de eventos

22 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


anuais do setor. Por isso, a questão da periodici-
“Trata-se de uma dade também causa certa polêmica entre exposi-
mídia fantástica, tores e organizadores do evento. Flavio Corrêa,
mas estamos presidente-executivo da Fispal, entende que “a
reavaliando a eficiência de um evento de proporções interna-
cionais ou regionais está ligada primeiramente
estratégia de
às necessidades dos visitantes”. Ele também
participar de um ressalta a mudança de postura da Fispal, que
evento como não quer mais ser vista como uma “vendedora
a Fispal todos de metros quadrados”. Corrêa afirma: “Não nos
os anos” posicionamos apenas como um palco, mas sim
como uma empresa que se preocupa com os
Eduardo Eisler,
diretor de resultados de seus clientes.”
desenvolvimento Embora reconheçam que a Fispal Tecnolo-
de negócios gia encontrou seu nicho, alguns de seus grandes
da Tetra Pak expositores afirmam que a solicitação de que ela
se torne bienal é antiga. “Trata-se de uma mídia
fantástica, mas estamos reavaliando a estraté-
gia de participar de um evento como a Fispal
todos os anos”, revela Eduardo Eisler, diretor
“Para que o de desenvolvimento de negócios da Tetra Pak,
cronograma principal cliente da Fispal Tecnologia. Basta
de pesquisa e dizer que a multinacional sueca de cartonadas
desenvolvimento assépticas vem investindo nas maiores áreas de
exposição da feira, onde estandes conjugados
das empresas
têm capacidade para receber centenas de clien-
gire em torno tes ao mesmo tempo e expor linhas inteiras de
de uma feira, é embalagem. Ademais, a Tetra Pak monta há
desejável que ela anos uma enorme estrutura móvel na área exter-
aconteça entre na do Parque de Exposições do Anhembi, onde
intervalos longos” oferece apresentações musicais de grande porte
para convidados.
Ângela Mormul, “Fazemos nossa própria feira. Não adota-
gerente de marketing
mos essa estratégia por considerar a Fispal mais
da Huhtamaki
importante do que as outras”, assinala o diretor
da empresa. Além do quesito periodicidade,
Eisler ressalta que a reavaliação dos investi-
mentos da Tetra Pak na Fispal Tecnologia foi
impulsionada pela ausência de empresas impor-
“Sempre inova- tantes do setor de embalagens na edição deste
mos e trazemos ano. “Entendo os motivos”, limita-se a dizer
tendências, mas o executivo. As baixas mais comentadas nas
há casos em que rodinhas de corredor foram as da Dixie Toga e
da Klabin. Procuradas para expor os motivos da
o visitante se
não participação, as duas empresas preferiram
decepciona com
não se pronunciar.
a falta de Enquanto alguns expositores reivindicam
lançamentos” a mudança de periodicidade da Fispal, outros
André de Marco,
optam por uma saída mais prática. É o caso
gerente de produto da Huhtamaki, multinacional do mercado de
da Suzano Papel embalagens plásticas para alimentos, que deci-
e Celulose diu alternar sua participação nas edições da Fis-
pal Tecnologia. Desse modo, investimentos em
área de exposição só são feitos nessa feira nos projetos atrasados ou acelerados apenas em
anos pares. Segundo Ângela Mormul, gerente função das datas de determinado evento.
de marketing da subsidiária brasileira da Huhta- Ainda que de forma gradual, esse tipo de
maki, a decisão é antiga. “Consideramos a Fis- filosofia começa a ser implantado no Brasil.
pal uma boa feira de relacionamentos, mas não O mérito pode ser atribuído à já menciona-
nos preparamos para apresentar lançamentos da Expoprint. Ocorrida recentemente em São
nela”, ela conta. Paulo, a estréia dessa feira gráfica trouxe ao
Face à dificuldade de encontrar lançamen- mercado brasileiro o conceito de feiras quadrie-
tos relevantes, quem garimpa novidades nos nais – a segunda edição da Expoprint já está
eventos brasileiros de embalagem às vezes tem planejada para 2010. Ligia Amorim, diretora-
a impressão de que esse tipo de posicionamento geral da Messe Frankfurt Feiras, que organi-
vem sendo assumido por um número crescente zou a Expoprint em parceria com os Agentes
de expositores. A situação leva à pergunta: o Fornecedores de Equipamentos e Insumos para
que faz, afinal, uma empresa ligada à cadeia a Indústria Gráfica (Afeigraf), informa que a
de embalagem voltar todo seu cronograma de periodicidade de quatro anos é considerada
pesquisa e desenvolvimento a uma feira de ideal pelos empresários do setor de máquinas
negócios, como acontece nos Estados Unidos para indústrias gráficas.
e na Europa? “É um intervalo de tempo suficiente para
que a indústria tenha novidades tecnológicas
A força dos intervalos longos significativas para mostrar”, diz Ligia, acres-
Obviamente a periodicidade não é um fator iso- centando que o tempo de negociação de gran-
lado. Mas, entre as exposições de embalagem des máquinas é lento, e sua vida útil, longa,
consolidadas como as maiores em seus países e com média de dez anos. Com essa estratégia, a
regiões, parece haver uma tendência de alarga- Expoprint busca consolidar-se como a principal
mento dos intervalos entre suas edições. feira de seu setor. A concorrente mais próxima
Exemplo na ordem do dia é o da espanhola é a tradicional Fiepag, feira gráfica realizada
Hispack, que passou de bienal para trienal em no Brasil desde 1967. Também promovida pela
sua última edição, realizada no primeiro trimes-
tre de 2006, em Barcelona. Para especialistas,
mudanças dessa natureza são comuns em feiras
de negócios realizadas em todo o mundo, e
TENDÊNCIA – Na Europa, visam, além de encaixar o evento no calendário
dificilmente grandes internacional ou local de feiras, dar mais tempo
eventos da área de para que as empresas preparem lançamentos.
embalagem acontecem
todos os anos. Até então
Aliás, poucos eventos europeus da área de
bienal, a espanhola embalagem são realizados anualmente. Entre as
Hispack (primeiro logo de feiras bienais podem ser citadas a Label-Expo
cima para baixo) tornou-
Europe, da área de rótulos, que é intercalada com
se trienal este ano. A
alemã Drupa é quadrie- a versão americana feita em Chicago nos anos
nal. A Interpack e o salão pares, e o tradicional salão francês Emballage, EXEMPLOS QUE PODERIAM SERVIR DE INSPIRAÇÃO
Emballage são realizados, Em algumas feiras alemãs, basta apresentar
que acontece também nos anos pares, em Paris. credencial de visitante para usar, sem custos
respectivamente, a cada
três e dois anos No lado das feiras trienais há marcas como a adicionais, o transporte público local. Abaixo, público
prestigia feira americana: a palavra-chave é foco
alemã Interpack, considerada por muitos a mais
importante feira de embalagens do mundo. A
também alemã Drupa, principal evento gráfico
do planeta, que movimenta parte expressiva
do mercado global de conversão, impressão e
acabamento de embalagens, vai além, sendo
realizada uma vez a cada quatro anos.
Em todos esses casos, os expositores empe-
nham esforços enormes para planejar a divulga-
ção de seus lançamentos durante as feiras. Não
é raro ouvir, por exemplo, depoimentos sobre

24 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


Alcantara Machado, a Fiepag passará a ser rea- que, mediante a falta de meio metro de cabo
lizada em conjunto com a Brasilpack. de rede para que um dos computadores de seu
Pode-se argumentar que a multiplicação estande fosse ligado à internet, a prestadora de
de eventos de embalagem tem explicação na serviços de telecomunicação cobrou 100 reais
extensão geográfica do país, que leva à neces- para resolver o problema. O metro desse cabo é
sidade de regionalização das feiras. O suces- vendido por 2 reais nas lojas especializadas.
so de feiras como Fispal Nordeste, Embala “Os expositores costumam concluir que
Nordeste e Interplast, esta realizada no sul do os organizadores de feiras de negócio só estão
país, demonstra haver demanda no Brasil para interessados em locar espaços, que os fornece-
eventos regionalizados. Mas isso não parece dores estão sempre à espera de uma oportunida-
diminuir a necessidade de otimizar os grandes de de extorquir o expositor de última hora, e que
eventos, realizando-os com intervalos maiores as empresas de infra-estrutura, bem...quem sabe
quando necessário. o que diabos esses caras fazem?”, pergunta-se o
canadense Barry Siskind, consultor empresarial
O gargalo da infra-estrutura na área de feiras e eventos, em artigo publicado
Quem participa de eventos regionais também recentemente na revista Feira & Cia.
relata queixas que vão da dificuldade de firmar A questão é se o quadro de desconfiança
contratos e realizar pagamentos, à falta de pavi- vale mais como exceção ou regra. Alguém
lhões com infra-estrutura adequada e facilidade poderia lembrar que muitos problemas obser-
de acesso, inclusive a aeroportos. Os aborreci- vados em eventos de grande porte situam-se no
mentos dos expositores advêm em grande parte terreno do imponderável, e que, de modo geral,
do nível de serviços das empresas terceirizadas. os expositores ficam satisfeitos com o nível de
Casos triviais servem para ilustrar situações de atendimento dos organizadores. Mas o consul-
despreparo ou, pior, má-fé. Um dos expositores tor canadense defende ser preciso “criar víncu-
de um evento recente de embalagem contou los mais fortes entre expositores, organizadores,

Críticas de quem expõe, e a visão de quem organiza


Periodicidade Falta de foco
 O que dizem os expositores:  O que dizem os expositores:
As feiras por segmento se sobrepõem. A quantidade Muitas vezes o perfil do público
excessiva de eventos dificulta a apresentação de tem pouca relação com a área de
novidades. Um número crescente de grandes atuação da empresa
empresas do setor de embalagens deixa de
expor em eventos tradicionais, enquanto outras  O que dizem os organizadores:
acabam participando apenas para evitar a
imagem negativa de não estar presente – e As feiras evoluíram, estão cada vez
não para captar ou mostrar tendên- mais segmentadas. Isso permite
cias de mercado às empresas alcançar seu público-
alvo de maneira eficiente
 O que dizem os organizadores:
Para os visitantes, é importante que as feiras aconteçam todos
os anos, ainda que os expositores não tenham novidades efe-
tivas para mostrar. Os eventos devem atender aos ciclos dos
mercados. Algumas áreas, como a de embalagens para cosmé-
ticos, são pródigas em novos desenvolvimentos, justificando a
baixa periodicidade entre as feiras dedicadas a elas

26 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


fornecedores e empresas de infra-estrutura”.
No lado específico dos organizadores, há
margens para abordar a questão da transparên-
cia dos números divulgados nos balanços dos
eventos, a começar pelos índices de visitação.
Vale lembrar que há auditorias de audiência
para mídia impressa, rádio e TV. Até sites na
internet têm sistemas de medição de visitas. Por
que não fazer auditoria do público das feiras,
que também constituem uma mídia para divul-
gação de empresas e produtos?
Seja como for, há quem diga que o mercado
de feiras está se transformando a olhos vistos.
Para esses, até pouco tempo atrás, organizar
uma feira era sinônimo de lucros fáceis. “Hoje
os expositores precisam medir os resultados e
fazer avaliações baseados em números reais”,
enfatiza Luiz Fernando Pereira, diretor da Gre-
enfield Business Promotion, que organiza as
feiras Embala. Egresso da Fispal, ele avalia
que nos últimos anos a competitividade cresceu
muito no setor, de modo que só grandes organi-
zadores conseguirão sobreviver. A boa notícia
é que esse processo seletivo deve chegar mais
cedo ou mais tarde às feiras em si, suprimindo
o inchaço dos segmentos em que se constata
número excessivo de eventos de negócio.

Retorno abaixo
do esperado
 O que dizem os expositores:
Os investimentos são altos,
mas os resultados nem
sempre são bons. O metro
quadrado de uma feira de
embalagem chega a custar
mais caro no Brasil do que na
Europa e nos Estados Unidos

 O que dizem os organizadores:


O setor passa por um processo sele-
tivo no Brasil. Só eventos que trazem
bons resultados a seus expositores
sobreviverão. O alto custo das áreas
ILUSTRAÇÕES: INLAB DESIGN

de exposição se deve aos valores exi-


gidos por quem gerencia os pavilhões
de exposição, e não às margens de
lucro dos organizadores
CORREÇÃO Se o freguês tem sempre a razão...
Visual das marcas próprias convence boa parte dos consumidores
Amcor White Cap Qual a importância das embalagens estudo, consumidores de marcas
do Brasil mantém atividade para o sucesso dos produtos de marca próprias geralmente comparam mais
Por um equívoco na tradução de um própria do varejo brasileiro? Uma pes- preços entre marcas (66%) do que de
comunicado à imprensa em inglês, quisa da LatinPanel, em divulgação produtos entre lojas (55%), ao contrário
anunciamos erroneamente na se- pelo Comitê de Marcas Próprias da daqueles que disseram não comprar
ção Panorama de nossa edição an- Associação Brasileira de Supermerca- marca própria, que preferem avaliar os
terior (pág. 26, “Uma a menos em dos (Compro/Abras), aponta que ela preços dos itens preferidos entre lojas
tampas”) que, após a aquisição de é grande. As embalagens ponteiam a (70%) do que entre as marcas (58%).
sua operação européia pela ame- satisfação do público com as chan- “Isso prova que o consumidor de
ricana Silgan Holdings, a Amcor celas dos supermercados, tendo sido marca própria é mais fiel à loja e que
White Cap encerraria as atividades
consideradas muito boas ou boas os demais são mais leais às marcas
de sua subsidiária brasileira. Na
por 66% dos ouvidos pelo estudo – à tradicionais”, entende Neide Montesa-
verdade, a Amcor White Cap do Bra-
frente dos quesitos qualidade (63%), no, uma das coordenadoras do
sil continua a operar normalmente
no mercado nacional de tampas exposição (62%), preço (58%) e varie- Compro. Veja outros resulta-
para embalagens. dade (52%). De acordo com o mesmo dos do mesmo estudo:

 Entre junho de 2005 e março deste ano o


Depósito confirmado aqui... número de pessoas que declararam comprar
A Braskem depositou no fim de julho produtos de marca própria aumentou 9,5%,
sua segunda patente em nanotecnolo- passando de 58% pra 63,7% nas pesquisas da
gia no Brasil. Ela consiste em um novo LatinPanel
processo para a produção de nanocom-
pósitos de polipropileno e polietile-  Os tíquetes desses consumidores são em
nos. Desenvolvida em parceria com a média 13% mais caros que os dos clientes não-
Universidade Federal do Rio Grande adeptos das marcas próprias, pois a compra de
do Sul (UFRGS), a inovação aumentará itens básicos de marca própria lhes estimula a
barreiras de embalagens de alto de- comprar supérfluos (principalmente de mercearia
sempenho, aumentando a vida útil e e de higiene e limpeza)
Embalagens
preservando características como aro-  86% do consumo de marcas de marcas
próprias:
ma e crocância de cafés e salgadinhos, próprias estão concentrados nas sem
entre outros produtos. regiões Sul e Sudeste decepção

...E lá fora também


Além disso, a primeira patente em na-
Idéias locais, referências mundiais
notecnologia da Braskem, referente à Site europeu realça latas de aço projetadas no Brasil
produção de um polipropileno aditivado Desenhada pela Packing Design e
com nanocompósitos e depositada no produzida pela CBL com chapa da
Brasil em 2005, ganhou escala inter-
CSN, a lata expandida de aço da
nacional. A petroquímica quer lançar
Caipirinha Veritas, da Agrivale, consta
sua primeira nanoresina no país entre o
final deste ano e o início de 2007. como um dos cases mais acessados
do Steel For Packaging, site cria-
Latas rendem novos prêmios do pela Associação de Produtores
A Ploc Off VP do café Toleno, na cate- Europeus de Aço para Embalagens
goria Alimentos, e a Bat-plus da ração (APEAL) para estimular insights.
para cães filhotes Croc Baby, na catego- Outras latas brasileiras – como a da
ria Decorativa/Promocional. Essas duas tinta Suvinil Tinturatto (da Prada), a
latas renderam prêmios à Brasilata no da Suvinil Color Test (da CBL), a dos
congresso LatinCan’ 2006, promovido
FOTOS: DIVULGAÇÃO

molhos Cica (Metalgráfica Rojek) e a


pela Associação Latino-Americana de da Coral Dulux Plus (da Brasilata) tam-
Fabricantes de Embalagens Metálicas e
bém são destacadas no mesmo sítio.
realizado em San Juan (Porto Rico). Veritas: ibope alto
www.steelforpackaging.org

28 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


Edição: Guilherme Kamio

Elegância duradoura nas lojas


Novidade da DuPont evita acúmulo de pó em frascos
A DuPont Embalagens e prática, as embalagens
Polímeros Industriais está ganham resistência em
lançando uma nova família longo prazo à atração de
de modificadores de alta sujeira e pó, ficando com
performance para políme- aparência atrativa ao con-
ros, a Entira. O primeiro sumidor nas lojas. Segundo
lançamento da linha é a DuPont, o Entira AS pode
o Entira AS. Desenvol- ser aplicado em embala-
vido pela DuPont-Mitsui gens de itens de higiene e
Polychemicals, uma joint- beleza, eletrônicos, bebidas
venture entre a DuPont e a e alimentos. Informações
japonesa Mitsui Chemicals, podem ser obtidas atra-
o modificador tem como vés do e-mail produtos.
principal característica ofe- brasil@bra.dupont.com
recer propriedade anties- ou pelo site www.entira.
tática às embalagens. Na dupont.com.

“Será preciso investir em mais matéria-prima


como PVC e alumínio para produzir embalagens,
uma vez que, para suportar o picote, elas terão
de ser confeccionadas em tamanhos maiores”
Marco Pacileo, diretor de operações da Boehringer Ingelheim do Brasil, em depoimento
ao DCI, sobre um movimento de antecipação dos laboratórios à aprovação do projeto
de lei nº 7029/2006 (fracionamento obrigatório de medicamentos).
O setor farmacêutico diz que a medida elevará o custo unitário de produção dos
medicamentos em 30% – e será difícil repassar o aumento ao consumidor.

Maduros projetos verdes


Livreto mostra como adequar embalagens a norma ambiental
Acaba de ser publicado pela Associação
Brasileira de Embalagem (ABRE) o Inte-
gração de Aspectos Ambientais no Pro-
jeto de Desenvolvimento da Embalagem,
livreto que aborda meios de prevenir ou
minimizar impactos ambientais das emba-
lagens a partir da adequação à norma
ABNT ISO/TR 14.062:2004. Fruto do
trabalho do Comitê de Meio Ambiente da
ABRE, o volume é redigido por Luciana
Pellegrino, diretora executiva da entidade,
e impresso em papel sintético da Vitopel
produzido com polipropileno da Suzano
Petroquímica. Informações sobre o docu-
mento podem ser obtidas com a ABRE.
Ambiente é tema de obra da ABRE (11) 3082-9722 • www.abre.org.br
entrevista >>> Claudio Czapski

Ganha a rede,
ganha o consumidor

N
o fim de maio, foi realizado em Estocolmo, rias. Isso garante uma importante redução de mão-de-obra
na Suécia, o ECR Europe Conference & em todo o processo logístico e principalmente em reposição
Marketplace, importante evento de promo- de gôndola. Também implica em menor manuseio das
ção do ECR – sigla em inglês de Efficient mercadorias, portanto em menores danos a elas. Resumo
Consumer Response (Resposta Eficiente da ópera: essas embalagens propiciam maior qualidade de
ao Consumidor), um movimento mundial unindo indús- produto e menor custo operacional. É por isso que seu uso
trias, varejistas e seus parceiros de negócio para a busca de cresce nos Estados Unidos e na Europa.
práticas e padrões que reduzam custos e aumentem a efi-
cácia da rede de abastecimento de bens de largo consumo. Trata-se de uma solução viável à realidade brasileira?
Um dos debates mais calorosos da conferência ateve-se às Veja só: algumas pesquisas revelam que as frotas de veí-
shelf-ready packages, ou embalagens prontas para a gôn- culos de carga trafegam no Brasil com apenas dois terços
dola, numa tradução livre do inglês. São caixas de papelão da capacidade permitida. Com os vários formatos de
ondulado cujas dimensões permitem melhor utilização no embalagens existentes, uma vez que as caixas de papelão
transporte das mercadorias e no espaço de exposição de na maioria das vezes são fabricadas sem padrões e sob
venda. Funcionam como módulos de reposição para gôn- medida para cada produto, não é possível aproveitar todo o
dola, pois geralmente contam com tampas de fácil retirada, espaço útil dos caminhões. A falta de padrão prejudica toda
transformando-se em displays. Tendo acompanhado o even- a logística do produto, tanto no armazenamento quanto na
to, o superintendente da Associação ECR Brasil, Claudio exposição nas prateleiras. Arrumar as gôndolas torna-se um
Czapski, explica a EMBALAGEMMARCA como soluções desse verdadeiro quebra-cabeça. Além da ausência de padrões, o
tipo podem mudar a distribuição de produtos no Brasil e que atual modelo exige que os repositores retirem os produtos
transformações do varejo vêm estimulando sua adoção. das caixas de papelão para acomodá-los nas gôndolas. A
embalagem pronta para a gôndola é viável ao Brasil, mas
Por que as shelf-ready packages, caixas de transporte pron- requer estudos. Porque lá fora a mão-de-obra é cara e o
tas para a gôndola, foram tão discutidas no mais recente capital é barato, e aqui a lógica é inversa. Só pelo aspecto
congresso da ECR Europa? Quais os principais benefícios de redução de custo operacional, de custo de mão-de-obra,
dessas embalagens? talvez a embalagem não se justifique. Porém o aspecto de
As embalagens prontas para a gôndola estão em voga por- preservação dos produtos, de estancamento de perdas, pode
que fazem todo sentido diante das buscas de eficiência e ser uma componente mais importante.
de redução de custos do movimento de Resposta Eficiente
ao Consumidor. O conceito de shelf-ready packaging diz Aqui, como lá fora, existem diversos formatos de varejo
respeito a caixas padronizadas e adequadas à proteção no – lojas de vizinhança, supermercados, hipermercados. Qual
despacho e também ao ambiente de venda, podendo ir às a validade das embalagens prontas para a gôndola para
gôndolas organizando e apresentando as embalagens primá- cada um desses modelos?

O superintendente da Associação ECR Brasil explica


como novas embalagens de transporte, em voga na
Europa e nos EUA, poderão dar maior dinamismo à
cadeia de abastecimento de produtos no Brasil
DIVULGAÇÃO

32 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


entrevista >>> Claudio Czapski

Esse é um ponto importante. No Brasil há uma grande força As caixas prontas para a gôndola provam ser mais eficien-
do pequeno varejo, daqueles estabelecimentos atendidos tes para a cadeia de abastecimento, mas também são mais
por atacados ou por distribuidores e que compram peque- sofisticadas, portanto mais caras que as caixas de despacho
nas quantidades. Pode ser que essas pequenas quantidades tradicionais, genéricas. Como incentivar a implantação
não justifiquem todo o sistema de desmontagem de caixas, dessas embalagens sem alimentar conflitos entre os elos da
toda a sofisticação das embalagens prontas para a gôndola. cadeia sobre quem deve arcar com seus custos?
Talvez essas caixas sejam mais adequadas ao grande varejo Aqui, como em qualquer lugar, sempre serão inevitáveis as
e menos adequadas ao varejo menor, no qual hoje uma parte discussões sobre quem deve recair o ônus de novos inves-
dos serviços prestados pelos atacadistas e distribuidores é timentos. E também existe todo um trabalho burocrático,
a de desmontar as embalagens de despacho, de logística, e administrativo, inerente a qualquer reformulação de mode-
montar paletes e até caixas de entrega com sortimento misto. los da cadeia de produção. Rever processos desse tipo sem-
Essa equação deve ser analisada: para quem o shelf-ready pre incide em desembolsos. Cada cadeia precisa estudar até
packaging faz sentido e para quem ele não faz. que ponto a mudança é benéfica. Para frutas, legumes e ver-
duras, por exemplo, experiências internacionais com caixas
A ascensão do conceito de shelf-ready packaging no exte- shelf-ready têm revelado grandes vantagens. Os produtos
rior está ligada a transformações de perfil do varejo? de FLV chegam às lojas com maior qualidade, com índice
Sim. As embalagens prontas para a gôndola têm se mostrado bem menor de avarias. A redução de perdas, nesse caso, é
ideais para o modelo do hard discount, que cresce vertigino- interessante para o produtor e para o varejista também.
samente na Europa e nos Estados Unidos. É o varejo basea-
do em operações enxutas, com lojas de 500 a 1 000 metros Algumas indústrias ou redes de varejo não tendem a achar
quadrados e com uma média de 700 SKUs, principalmente que as novas caixas são somente vantajosas aos fornecedo-
de marcas próprias de alta qualidade. O hard discount res de embalagens?
prioriza a logística mais eficiente possível, por isso foi das Acredito que não. Não se trata simplesmente de mudar
operações que mais cedo aderiram às shelf-ready packages por mudar. Trata-se de mudar mediante benefícios que
lá fora. É muito comum você ver, nos ambientes das lojas ultrapassam os custos de investimento necessários. São
européias de hard discount, paletes com embalagens do tipo ganhos em toda a operação logística, até a gôndola, pos-
shelf-ready. Tiram-se as tampas das caixas e o consumidor síveis de serem quantificados. Oferece-se maior qualidade
vai pegando os produtos diretamente dos paletes. de produto ao consumidor, num ganho qualitativo que tem
que ser valorado. Se há benefício para o consumidor lá
O modelo de hard discount ainda não pegou no Brasil, na ponta, isso é bom tanto para a indústria quanto para o
onde por ora só existem operações do chamado soft dis- comércio no sentido logístico. A questão é muito mais de
count, lojas de vizinhança com apelo econômico, mas ainda como compartilhar o custo. O que não se pode, e é o que
com jeitão de supermercado. O desenvolvimento do hard foi discutido no congresso europeu, é a indústria dizer ao
discount por aqui tende a acelerar a adoção das caixas varejo “ok, vou fazer, mas por sua causa, então você paga
prontas para a gôndola? a conta”. E o varejo retrucar: “não, não pago, então me
Certamente. No entanto, como já ressaltei, a atratividade entregue o produto do mesmo jeito”. É aquela velha dis-
das embalagens prontas para a gôndola atende a uma série cussão que já conhecemos...
de fatores interligados. É todo um processo que estimula
esse tipo de adoção, todos os detalhes do modelo de abaste- A Klabin, que é associada da ECR Brasil, está investindo
cimento de produtos. no desenvolvimento de caixas prontas para a gôndola (veja

PRATICIDADE – Com estruturas especiais, que as transformam em displays para produtos, caixas de papelão do tipo shelf-ready garantem
agilidade na reposição de gôndola. Abaixo, exemplos de caixas criadas para stand-up pouch de creme dental e blister de escova dental
FOTOS: DIVULGAÇÃO

34 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


entrevista >>> Claudio Czapski

reportagem na pág. 46). Qual a importância, em sua visão, consumidor é uma expectativa mundial e permanece como
da integração dos fornecedores de embalagens aos grupos um caminho a ser mais bem trabalhado pelas indústrias.
de discussão sobre ECR? Ainda há dificuldade de se obter dos idosos respostas mais
Muito importante. Temos uma série de oportunidades de eficientes. Calcula-se que hoje existam 60 milhões de idosos
ganho de eficiência ligadas à padronização, à modulação e na Europa. Em 2025 esse contingente será de 87,5 milhões.
aos tamanhos das embalagens, e que impactam desde nas Em minha opinião, o fabricante de embalagem não deverá
embalagens de logística até nas unidades de venda. Outra mais ser somente um fornecedor de produto, e sim um pro-
coisa: como cresce cada vez mais a vedor de know-how, assessorando
consciência ambiental, temos que dis- cada vez mais a indústria e o comér-
cutir o que se fazer com descarte, reu- “É muito comum você cio para a implantação de melhores
tilização, compactação, processo de produtos frente a desafios como o
fabricação de embalagens. Temos de envelhecimento da população.
estar todos engajados. Não temos mui-
ver, nos ambientes das
tos associados da área de embalagens Falemos de outro tema importante
talvez por falha nossa. Não fazemos lojas européias de hard para o movimento de ECR. Até pouco
muito marketing, não temos esforço tempo atrás a tecnologia de identifi-
sistemático de captação de empresas. discount, paletes com cação por radiofreqüência (RFID)
Somos muito mais reativos. A Klabin prometia revolucionar a organização
se interessou e participa há bastan- embalagens do tipo das cadeias de distribuição. Todavia,
te tempo de nossas discussões. Mas parece que muito daquele rebuliço
seria ótimo ter maior participação de arrefeceu. O senhor faz a mesma
empresas de embalagem. Poderíamos
shelf-ready. Tiram-se as leitura da situação?
até formar grupos de trabalho para As discussões sobre RFID ainda são
discutir questões sobre embalagem tampas das caixas e o palpitantes, mas de fato esfriaram um
dentro da cadeia de abastecimento. pouco. Ocorre que lá atrás acredita-
consumidor vai pegando va-se num certo ritmo de implanta-
Afastemo-nos da discussão sobre cai- ção da tecnologia, mas, no momento
xas de transporte. Que outras ten- os produtos diretamente dos testes reais, entre varejistas e for-
dências do varejo o senhor notou na necedores, foi verificada uma série
Europa e de que modo elas têm afeta-
do o negócio de embalagens?
dos paletes” de conflitos entre normas, padrões
e esclarecimentos. Mas a RFID está
Além do hard discount, uma outra avançando. É um caminho sem volta.
forte tendência na Europa é a do chamado varejo de especia- Quem está mais avançado nessa questão é o Wal-Mart, que
lidades. São lojas diferenciadas, com alimentos orgânicos e começou a implantá-la com seus 100 maiores fornecedores
artesanais de alta qualidade, produtos regionais e itens com e agora parece já estar partindo para os 600 maiores fornece-
apelo à vida saudável. É importante notar que nesse varejo dores. Já se nota uma queda muito expressiva nos custos de
proliferam embalagens especiais, muitas delas amigáveis ao toda a tecnologia envolvida. Como se previa desde o início,
ambiente, e que compõem preços de produtos geralmente a adoção se dará primeiro no mundo logístico e depois no
acima da média de mercado, mas que os clientes se dispõem ambiente de loja. Aquele horizonte que nós tínhamos no
a pagar. São exemplos desse modelo as parisienses Fauchon início, de cinco a oito anos para difusão de RFID no mundo
e Hédiard e as inglesas Fortnum & Mason e Harrods. Aqui logístico, tende a ser cumprido.
no Brasil esse modelo ainda dá os primeiros passos. Ele
figura em negócios como o Empório Santa Maria e a Casa E para o ambiente de loja?
Santa Luzia, por exemplo. A adoção maciça em ambiente de loja, em nível de itens,
deve acontecer em quinze anos. Novos setores, dos quais
Notamos que outro debate no congresso da ECR Europa foi não se cogitava interesse anos atrás, estão entrando de
o do progressivo envelhecimento do consumidor. Que papel cabeça no RFID – até mesmo a indústria bélica, com o
caberá às embalagens, dentro do conceito de ECR, frente a Departamento de Defesa americano utilizando a tecnologia
tal projeção? na logística de equipamento de guerra e de suprimento de
O que se colocou no congresso é que as embalagens deverão retaguarda. O aumento do interesse estimula o fortalecimen-
ser cada vez mais fáceis de manusear, de abrir e de serem to de padrões e gera massa crítica, ajudando a derrubar os
lidas pelo público da terceira idade. O envelhecimento do preços dos componentes tecnológicos.

36 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


plásticas >>> medicamentos

Cheiro de lucro
Aromas encapsulados tornam medicamentos de
forte odor mais agradáveis aos consumidores

D
ourar a pílula. A expressão, nasci-
da das antigas técnicas utilizadas
por médicos para quebrar a repul-
sa de pacientes a medicamentos
e que, por extensão, hoje vale às tentativas
de tornar qualquer coisa ou situação menos
intragável, cai bem a um recente lançamento
da Süd-Chemie. As cápsulas Aroma-Can da
multinacional química alemã permitem realçar
produtos farmacêuticos e nutricionais de odor

FOTOS: DIVULGAÇÃO
forte através da liberação de agradáveis aromas
no interior das embalagens. “Medicamentos
baseados em óleos animais e sais naturais,
por exemplo, tornam-se bem mais atrativos”,
ilustra Rodrigo Macaferri Rodrigues, gerente OLFATO cadas com a tecnologia de aromas encapsulados
Óleos de peixe e
de vendas e marketing da divisão Süd-Chemie CompelAroma, da americana ScentSational
vitaminas com forte odor
Performance Packaging para a América do podem ser perfumados Technologies. Dois aromas-padrão estão dis-
Sul. Via importações, as cápsulas já podem ser pelas cápsulas Aroma- poníveis: limão e laranja. Todavia, diferentes
adquiridas por indústrias brasileiras. Can (realce no topo) odores podem ser desenvolvidos. As cápsulas
Os casulos perfumantes para frascos foram ScentSational Technologies se enquadram nos requisitos do FDA ameri-
criados pela área de cápsulas dessecantes da +1 (215) 886-7777 cano para o contato com drogas e alimentos e
scentsationaltechnologies.com
Süd-Chemie. A propósito, Rodrigues ressalta podem ser inseridos nas tampas de frascos com
que novos projetos podem combinar dispositi- Süd-Chemie os mesmos equipamentos de aplicação de cáp-
vos antiumidade – argila bentonítica ou sílica (12) 3953-2288 sulas dessecantes, sob mesma velocidade. De
comercial@sued-chemie.com.br
gel – com os aromas. “Têm-se, assim, uma acordo com a Süd-Chemie, as cápsulas não se
embalagem com dois papéis ativos”, ilustra o Wizzard restringem a produtos “cheirosos”. Podem até
+1 (954) 678-4155
executivo da Süd-Chemie. Produzidas em poli- ser um diferencial de marketing para medica-
www.wizzardsoftware.com
propileno, as cápsulas Aroma-Can são embar- mentos inodoros como aspirina. (GK)

Posologia em alto e bom som


Embalagem “falante” para medicamentos pode ganhar novos mercados
Lançada há quase quatro anos nos formato parecido ao dos tubos de
Estados Unidos, a Rex, uma “embala- vitaminas efervescentes, a Rex grava
gem falante” para medicamentos éti- falas num chip descartável embutido
cos, promete ganhar maior popularida- na sua base, e é oferecida nas ver-
de. Sua dona, a companhia americana sões industrial (para laboratórios, com
de softwares Wizzard, fechou novos bulas pré-gravadas) e de varejo – os
O
GAÇÃ

contratos de distribuição – deixando alvos são deficientes visuais, idosos


DIVUL

no ar a possibilidade da chegada do e analfabetos. Para tais usuários, as


produto a mercados como o brasileiro gravações são feitas acoplando-se a
– e afirma estar em vias de lançar embalagem a uma base com micro-
uma versão aperfeiçoada, capaz de fone. Um botão na lateral do frasco
acondicionar fármacos líquidos. Com reproduz as mensagens. CHIP – Falas gravadas

38 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


marketing >>> cafés

Os tipos certos
Numa continuação a programa de qualidade,
símbolos nas embalagens categorizam cafés

T
radicional, Superior e ela terá caráter educativo, ajudando-o
Gourmet. Essas três cate- a descobrir as diferenças entre cafés,
gorias guiam a nova certifi- inclusive entre marcas de um mesmo
cação de produtos lançada fabricante. Por sua vez, as indústrias
pela Associação Brasileira da Indústria poderão posicionar melhor suas famí-
de Café (ABIC). Caberá às embalagens lias de produtos, adequando-as a cada
informar ao consumidor a qualidade de faixa de consumo. Para o varejo, a
cada produto, por meio dos Símbolos certificação promete valor adicionado,
de Qualidade ABIC. Segundo a entida- elevando os resultados comerciais das
de de classe do setor cafeicultor, a sim- seções de cafés nas lojas. Os símbolos
bologia dá continuidade ao Programa já estão presentes nas embalagens de
de Qualidade do Café (PQC), lançado vinte marcas de café torrado e moído.
no fim de 2004, e é uma evolução Segundo Nathan Herszkowicz, diretor-
natural do Selo de Pureza ABIC, cria- executivo da ABIC, o PQC não avalia
do em 1989 e utilizado até hoje nas somente o processo de fabricação, mas
embalagens de cafés. Os Símbolos, a qualidade global do café, inclusive de
elaborados pela Seragini/Farné, con- sua embalagem. “O objetivo é ampliar
sistem em rosáceas, cujas seis pétalas o consumo de café no Brasil a partir
trazem em seu interior definições de da melhoria contínua da qualidade do
tipo da bebida, sabor, aroma, moagem, produto”, afirma o dirigente. A meta do
corpo e torração. Uma estampa anexada setor em 2006 é fazer o mercado cres-
traz ainda a informação do tipo de grão cer para 16,5 milhões de sacas, ou 6% a
empregado. mais em relação a 2005. (GK)
De acordo com a ABIC, a catego-
ABIC Seragini/Farné
rização é vantajosa para consumidor, (21) 2516-8595 (11) 2101-4300
indústria e varejo. Junto ao público www.abic.com.br www.seraginifarne.com.br
FOTOS: DIVULGAÇÃO

INDICADOR – A partir de quesitos, selo da


ABIC define padrão do café acondicionado
vidro >>> decoração

A nova onda orgânica


Frascos de perfumes e cosméticos exploram novas alternativas de pigmentação

S
empre atentas ao avanço de outros

FOTO: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY


materiais sobre seus territórios, as
vidrarias que atendem fabricantes
de cosméticos e perfumes têm per-
cebido que a competitividade de seus produtos
está cada vez mais atrelada às técnicas de
decoração e pintura das embalagens de vidro.
Provavelmente nunca em sua história a indús-
tria vidreira do Brasil apostou tão alto nisso.
Num cenário em que novos pigmentos podem
significar fôlego extra para as vidrarias na
disputa com o plástico e outros materiais de
acondicionamento, a expressão do momento é
“pintura orgânica”.
Disseminadas há bem mais tempo no merca-
do de impressão, tintas produzidas com pigmen-
tos orgânicos vêm ganhando espaço crescente
na pintura de frascos de vidro usados por fabri-
cantes de perfumes e cosméticos. A versatilidade
dessa alternativa de decoração de embalagens,
que atribui outro significado ao termo normal-
mente associado a lavouras cultivadas sem insu-
mos químicos, ajuda a explicar a tendência.
Enquanto as tintas tradicionais, produzidas
na maioria das vezes com componentes metá-
licos, conferem ao vidro cores uniformes e
opacas, os pigmentos orgânicos, cujo uso come-
çou a se intensificar entre as vidrarias brasilei- SEGMENTAÇÃO – Quasar perfumes do país. No início de 2005, a empresa,
ras há cerca de dois anos, permitem explorar Fire, de O Boticário, usa que sempre pintou suas próprias embalagens,
pintura orgânica para
superfícies com degradês e efeitos translúcidos. se diferenciar do Quasar fundou a Wheaton Decor para atuar no ramo de
“Com a tinta orgânica, a embalagem de vidro é tradicional, vendido em decoração de frascos de vidro. A unidade tem
frascos com tom azulado
efetivamente decorada, e não apenas pintada”, CNPJ próprio, e ganhou fôlego com a compra,
define Marcos Antoniassi, gerente de negócios há cerca de um ano, da operação de pintura de
da Akzo Nobel. vidro da Megaplast. Helder Landy, diretor da
Fabricante de especialidades químicas, a Wheaton Decor, explica que o ponto alto do
empresa fornece tintas orgânicas para as princi- negócio foi a aquisição de um equipamento de
pais vidrarias e empresas de pintura de vidro do pintura orgânica produzido pela italiana Metal3.
país. A despeito da boa aceitação, a estratégia “Estamos apostando muito alto no crescimento
é recente. Há apenas três anos a Akzo Nobel da demanda por pintura orgânica”, diz Landy
atua com tintas para decoração de embalagens A possibilidade de gradação dos matizes e
de vidro. “É um segmento novo no Brasil, que a maior variação de cores já fazem despontar
tem grande potencial de crescimento”, avalia o previsões de que a pintura orgânica dominará o
gerente de negócios da empresa. mercado de decoração de embalagens de vidro.
As boas perspectivas são ressaltadas na No Brasil, porém, a técnica ainda responde por
estratégia de outras empresas. É o caso da vidra- pequena parcela do setor. Mas outros fatores,
ria Wheaton, líder no mercado de cosméticos e como a transparência dos pigmentos, poderão

40 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


fazer a pintura inorgânica, que representa a
maior parte dos pedidos de decoração de emba-
lagens de vidro para perfumes e cosméticos,
perder espaço para os pigmentos orgânicos.

Segmentações
Na visão do diretor da Wheaton Decor, técnicas
mais aprimoradas de pintura de embalagens de
vidro vêm sendo favorecidas pelas crescentes
estratégias de extensão de linhas adotadas pelos
fabricantes de perfumes e cosméticos. Muitas
segmentações são lançadas sob marcas guar-
da-chuva cujas embalagens adotam o mesmo
molde dos produtos principais. Para diferen-
ciar umas das outras, entra em cena a pintura
PRESTAÇÂO DE SERVIÇO Para ele, a grande vantagem desse tipo de apli-
orgânica, capaz de personalizar produtos e
Produzidos na Itália,
marcas. Exemplo disso vem do perfume Quasar frascos da colônia cação é otimizar a exploração dos elementos já
Fire, bem-sucedida segmentação do tradicional Eternus chegaram ao consagrados de uma marca forte, entre os quais
Quasar, uma das mais importantes marcas no Brasil em apresentação está o formato do molde de sua embalagem.
flint, e foram pintados
portfólio de O Boticário. Na versão mais recen- pela Wheaton Decor
Ambos pintados pela Wheaton Decor, os
te, a pintura vermelha em degradê, feita pela frascos do Quasar Fire e do Linda Brasil foram
Wheaton Decor, substituiu o tom azulado dos produzidos pela própria vidraria Wheaton. Mas
frascos do Quasar tradicional. a empresa de decoração do grupo Wheaton
Outra amostra do potencial de destaque da também pinta embalagens fabricadas por outras
pintura orgânica vem da colônia Linda Brasil, vidrarias. É o caso do frasco do perfume
também do O Boticário. Neste caso, o frasco Eternus, recém-lançado pela Água de Cheiro.
foi pintado de verde e amarelo, numa forma Importadas da vidraria italiana Bormioli Rocco,
de diferenciar a extensão de linha do Linda as embalagens chegaram aqui em apresentação
tradicional. “Não se trata de uma maneira de flint, isto é, sem acabamento, e foram coloridas
economizar no desenvolvimento de um novo em degradê por processo de pintura orgânica
molde”, ressalva o diretor da Wheaton Decor. pela Wheaton Decor. O projeto contou ainda
com aplicações de serigrafia.

Atrito
No mercado de bebidas, aliás, a tradicional seri-
grafia não tem motivos para considerar a pintu-
ra orgânica uma ameaça. Como explica Carlos
Alberto Ansolin, diretor da Deda Decorações,
especializada em pintura de garrafas de bebida,
nesse setor as linhas apresentam alta veloci-
dade e “muito atrito”. Tais características, ele
diz, praticamente inviabilizam o uso de tintas
orgânicas no mercado de bebidas. “As garrafas
batem muito”, comenta Ansolin. “Esse tipo de
pigmento não apresenta a resistência ideal”,
completa o diretor da Deda Decorações.
Entre os projetos recentes da empresa des-
taca-se a vodca Cristal, produzida pela Château
Lacave. Fechada com tampas da Guala Closures
DESTAQUE – Com o e fornecida pela Saint-Gobain, a garrafa rece-
mesmo molde do Linda beu uma aplicação especial de serigrafia, que
tradicional, versão Brasil
recebeu pigmentos substitui os rótulos e contra-rótulos do produto.
orgânicos em degradê A Deda Decorações também foi responsável

42 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


pela pintura das garrafas da Bohemia Confraria, INEXPLORÁVEL
cerveja premiun da AmBev que estreou no Velocidade e atrito
das linhas de bebidas
ano passado como edição especial. As vendas inviabilizam pintura
foram satisfatórias, e o produto deve voltar ao orgânica no setor. Ao
mercado neste inverno, nas características gar- lado, garrafa de vodca
traz aplicações especiais
rafas com visual de cerâmica. O efeito é obtido de serigrafia. A cerveja
com uma tinta esmalte especial, que se funde Bohemia Confraria, por
na superfície do vidro, tornando-o fosco. (ver sua vez, adotou técnica
que deixa o vidro com
EMBALAGEMMARCA 73, setembro de 2005).
visual de cerâmica
As garrafas da Bohemia Confraria também são
fornecidas pela Saint-Gobain.
Casos assim sugerem que as técnicas de Akzo Nobel
(11) 4712-6466
decoração de embalagens de vidro assumiram
caráter estratégico. Para as vidrarias, os incre- Deda Decorações
mentos visuais da pintura orgânica e a criati- (41) 3399-3397
vidade atrelada a métodos mais tradicionais,

CHÂTEAU LACAVE
Guala Closures
como serigrafia, significam fôlego extra na dis- (11) 4166-2400
puta com outros materiais de acondicionamen- www.gualaclosures.com.br

to, especialmente os termoplásticos. No lado Saint-Gobain

JULIO SOARES/DIVULGAÇÃO
das perfumarias, das indústrias de bebida e dos (11) 3874-7482
fabricantes de cosméticos, as novas tendências www.sgembalagens.com.br

DIVULGAÇÃO
decorativas estão abrindo interessantes possi- Wheaton Decor
bilidades de diferenciação visual, contribuindo (11) 4355-1997
www.wheatonbrasil.com.br
para que suas marcas e produtos ganhem mais
destaque nos pontos-de-venda. (LH)

agosto 2006 <<< EmbalagemMarca <<< 43


tecnologia >>> segurança

Impor barreiras sempre


Indústria já deve estar voltando enquanto falsificadores vão, aconselha especialista

C
om as falsificações em quer produto – refrigerantes, lubrifi-
alta, as indústrias mais e cantes, cabos extensores.
mais buscam salvaguardar
seus negócios através de Quais as diferenças básicas entre as
tecnologias de autenticidade aplicadas várias tecnologias de embalagem para
às embalagens. Não à toa, soluções proteção de marcas hoje oferecidas?
antipirataria ocuparão um local espe- Todas as tecnologias focam a segurança,
cial (o Brand Protection Center) na variando da baixa a muito alta. A dife-
Pack Expo International 2006, feira rença elementar reside no quão difícil é
que acontecerá de 29 de outubro a 2 para os falsificadores emular ou copiar
de novembro em Chicago, Estados exatamente a embalagem. Grosso modo,

DIVULGAÇÃO
Unidos. Presença certa por lá, o ame- existem três grandes categorias de ferra-
ricano Dave Sayers, supervisor de mentas para proteção de marcas para
marketing de Sistemas de Segurança OLHO VIVO – Segundo Sayers, piratas estão incorporar às embalagens. Há as tecno-
mais sofisticados e atentos às embalagens
da 3M, falou a EMBALAGEMMARCA logias visíveis a olho nu e aquelas invi-
sobre a situação atual do negócio Essa ameaça já é tratada pelos gover- síveis, que se revelam somente através
da contrafação e o que as indústrias nos e pela indústria de modo eficaz? de ferramentas passíveis de serem utili-
podem fazer para proteger seus bens O rigor legal é inconsistente em todo zadas em campo. A última categoria é a
mais importantes – suas marcas – da o mundo e as punições são beliscões das tecnologias forenses, que requerem
pilhagem dos piratas. comparados aos prejuízos. Aqui nos ferramentas geralmente só encontradas
Estados Unidos, o presidente Bush em laboratório. Combinar tecnologias é
Qual é a atual situação da falsificação protocolou em março o H.R. 32, um a melhor solução. Sobrepor dispositivos
de produtos no mundo? pacote de revisões do estatuto crimi- visíveis, invisíveis e forenses dificulta
Para entender a seriedade do problema, nal adicionando confiscos, destruições muitíssimo a cópia por falsificadores.
examinemos as perdas que ele repre- de falsificações e restituições ao rigor
senta para o comércio mundial. Em pré-existente – prisões de até 20 anos e Que conselho o senhor daria às empre-
1982, a falsificação era um negócio de multas de até 15 milhões de dólares aos sas procurando integrar dispositivos de
5,5 bilhões de dólares. Em 2005, esse piratas. É um bom começo, que pode autenticação às embalagens?
número atingiu 535 bilhões de dóla- estimular um padrão mundial antipi- Um programa compreensivo de pro-
res, e a expectativa é que ele chegue a rataria. Indústrias também podem ser teção de marcas é essencial. Embora
1,329 trilhão de dólares em 2010. mais agressivas. Como muitas vezes é a aplicação de holografia, outras tec-
difícil mensurar perdas, pode ser duro nologias ópticas e filmes especiais nas
Que fatores vêm contribuindo para o justificar investimentos em combate, embalagens seja um bom começo, ela
aumento das falsificações? mas deve-se olhar os falsificadores deve ser apoiada com rastreamento,
Um deles é a internet. Embora tenha como concorrentes, e não geradores de mensuração, investigação e coerção. O
gerado meios de legitimar cadeias pro- um custo extra de embalagem. primeiro passo é examinar a cadeia de
dutivas, o anonimato faz da internet distribuição do produto e determinar
um fórum ideal para a operação dos Ainda é possível falar de mercados em quais pontos se faz necessária a
falsificadores. Por exemplo, é sim- mais e menos vulneráveis à pirataria autenticação. A partir disso fica claro
ples criar um site vendendo produtos de produtos? quais tecnologias são mais benéficas. O
canadenses que, na verdade, vêm do Não. Antes, a noção era de que apenas programa antipirataria ideal é pró-ativo,
outro lado do mundo e são ilegítimos. produtos de luxo e de altas margens, com atualizações tecnológicas periódi-
A avançada tecnologia hoje disponível como roupas, medicamentos e eletrô- cas. A idéia é sempre manter passos à
– computadores, scanners, impressoras nicos fossem vulneráveis. Porém, os frente dos falsificadores, elevando cada
laser – também facilita cópias de emba- falsificadores estão percebendo que vez mais as barreiras que eles precisam
lagens com qualidade. podem lucrar com praticamente qual- transpor. (GK)

44 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


celulósicas >>> transporte

Só proteção é pouco
Menores perdas, redução de custos, velocidade nas reposições de gôndola,
melhor exposição no varejo. Novas caixas da Klabin prometem tudo isso

V
isite um supermercado europeu ou
americano e elas estarão lá, presen-
tes em grande parte das prateleiras,
sinalizando um modelo de gestão
mais econômico, conveniente e vendedor das
cadeias de distribuição de vários produtos. São
as embalagens do tipo shelf-ready, ou retail-
ready, caixas de transporte que, além de prote-
gerem mercadorias em processos de movimen-
tação e armazenagem, funcionam como módu-
los de reposição de gôndola. Maior produtora
brasileira de caixas de papelão ondulado, a
Klabin nacionalizou a idéia e lançou, meses
atrás, uma linha de embalagens-display. Agora,
numa aproximação ainda maior ao conceito de
shelf-ready que grassa no varejo internacional, MUTAÇÃO
as caixas da Klabin são capazes de acoplar um Sistema de fácil
abertura com fita
sistema de fácil abertura, o Easy Open. transforma caixas
Além da maior agilidade nas reposições, em displays para
por poderem ir direto às prateleiras, as emba- alimentação de
gôndolas
lagens-display da Klabin têm um trunfo na
minimização de perdas, por garantirem menor
manuseio de produto. Evitam que o repositor
tenha que retirar, um a um, os produtos das
caixas, para então dispô-los nas gôndolas. O
FOTOS: RICARDO CUNHA

mecanismo prático de abertura promete reduzir


ainda mais os refugos. Isso porque a abertura
das caixas de despacho genéricas, nos super-
mercados, é geralmente feita com estiletes,

Interesse também do varejista


Adoção de caixas shelf-ready de papelão está nos planos do Grupo Pão de Açúcar
Se tendem a estimular parcerias a empresa analisa formas de ção é adotar futuramente as
mais sinérgicas entre indústrias dimensionar prateleiras nas caixas-display e depois levar
e redes de varejo, as caixas de lojas, adequando-as às caixas- parceiros ao nosso CD (Centro
transporte do tipo shelf-ready, display, e de gerir a mão-de-obra de Distribuição), para que eles
prontas para a gôndola, também do sistema. “Nossa intenção percebam as vantagens dessas
atiçam os supermercadistas que é fazer a lição de casa para embalagens, como a redução
trabalham com marcas próprias. depois podermos orientar forne- de perdas e o fortalecimento
O Grupo Pão de Açúcar já con- cedores”, afirma Iorley Lisboa, de marca”. O Pão de Açúcar já
duz um estudo para adotar as gerente do departamento de estuda essa implantação com o
caixas shelf-ready nos produtos Desenvolvimento de Embalagens apoio de alguns fabricantes de
com sua chancela. Atualmente do Pão de Açúcar. “Uma inten- embalagens.

46 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


facas ou tesouras, muitas vezes provocando
avarias nas embalagens primárias – e conse-
qüentes devoluções aos fabricantes. “Os con-
sumidores estão mais exigentes e não toleram
produtos danificados, o que obriga as indústrias
a investir cada vez mais na qualificação dos
seus repositores”, comenta Robson Alberoni,
gerente de planejamento de mercado da área de
embalagens da Klabin. “O sistema Easy Open
proporciona economia com essa mão-de-obra
ou sua alocação em outras tarefas.”
O sistema de fácil abertura das embalagens
da Klabin é baseado numa fita de orientação
que, destacada no ponto-de-venda, produz um
corte limpo nas caixas (veja a imagem na pág.
anterior). Segundo Alberoni, os alvos iniciais
das caixas com Easy Open serão os setores
alimentício e de higiene pessoal. Juntos, esses
dois mercados respondem por cerca de 50%
do consumo de caixas de embarque no Brasil,
nas estimativas da Associação Brasileira do
Papelão Ondulado (ABPO).
A Klabin estuda cada produto para persona-
lizar as embalagens-display, levando em conta
tanto questões estruturais – dimensões adequa-
das às gôndolas, necessidade ou não de berços
para aninhar cada unidade de produto, estrutu-
ras para fazer mercadorias deslizarem para a
fronte das caixas de acordo com o giro – quanto
de decoração. Algumas marcas de sabonetes,
óleos vegetais, pipoca, farinhas e detergente em
pó já utilizam embalagens-display da Klabin.
“Esses clientes já perceberam que, pela expo-
sição direta nas gôndolas, as caixas se transfor-
mam em ferramentas poderosas para divulgar
marcas e atrair o olhar do consumidor nos
pontos-de-venda”, diz Alberoni. “A absorção
dessas funções pelas embalagens de transporte
é uma tendência irrefreável”. (GK)
Klabin
(11) 4588-7215
www.klabin.com.br

VERSATILIDADE – Projetos da
Klabin ajustam embalagens-display
aos mais diferentes produtos. Ao lado,
exemplo para garrafas de bebidas
celulósicas >>> hortifrutigranjeiros

Cosmopolitismo ajuda
Movimento mundial, padronização de caixas intercambiáveis de papelão
ondulado acena ao aumento das exportações de itens hortifrutigranjeiros

D
ada a delicadeza dos produtos,
gerar maior eficácia na cadeia de
suprimento de hortifrutigranjeiros
é uma preocupação perene para

FOTOS: DIVULGAÇÃO
agricultores, operadores logísticos, varejistas
e, claro, fornecedores de embalagens. Não
foi por outra razão que a indústria mundial
de papelão ondulado decidiu criar, no ano
passado, o Common Footprint Standard, um
conjunto de padrões para as caixas utilizadas
no chamado setor de FLV (frutas, legumes e
verduras). Difundir o conceito no Brasil, sob
o nome Sistema Modular de Embalagens, se
tornou um cavalo de batalha da Associação
Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO). “O
padrão concorre não só às reduções de perdas
no mercado interno, mas também ao aumento
das exportações”, resume Paulo Peres, presi-
dente da ABPO e da Associação Brasileira de
Embalagens (ABRE).
Além de determinar dimensões-padrão de
largura e de comprimento das embalagens de

FONTE: ABPO
Sistema Modular - Designação de Embalagens
papelão ondulado para o setor hortícola – fixa-
das de modo a facilitar seu uso nos tradicionais
Níveis 1 2 3
paletes de 1,2 metro por 1 metro e de 1,2 metro
por 80 centímetros (veja tabela ao lado) –, o Designação ABPO/M-1 ABPO/M-2 ABPO/M-3
Sistema Modular também determina o tama-
Dimensões externas
nho e o posicionamento exatos das travas de referenciais (mm)
600 X 400 400 X 300 300 X 200
empilhamento das caixas. “Assim, as caixas se
tornam intercambiáveis em qualquer parte do AJUSTES FINOS – Dimensões padronizadas buscam facilitar disposição das caixas
mundo, facilitando os embarques internacio- nos paletes já utilizados pela agroindústria. Tabela da ABPO estabelece três níveis
nais”, diz Peres.
manuseio;
Penca de vantagens – otimiza a ventilação, o resfriamento ou o
Em distribuição em eventos e feiras de negócio congelamento;
do setor de embalagens ou da agroindústria, um – confere plena estabilidade à paletização
folheto da ABPO lista uma série de vantagens e alta resistência ao empilhamento;
atribuídas ao Sistema Modular de Embalagens. – torna possível a formação de carga
Além de colocar as caixas a par das normas e mista, atendendo as necessidades dos produto-
práticas internacionais, o Sistema apresenta os res, dos atacadistas e dos varejistas;
seguintes benefícios, nos dizeres do prospecto: – evita a propagação de pragas entre
– protege produtos dos choques e das ava- lavouras pela eliminação de reutilização das
rias mecânicas; embalagens;
– reduz as perdas pela diminuição do – contribui com a preservação ambiental

48 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


porque as embalagens de papelão ondulado
biodegradam-se rapidamente e têm alta taxa
de reciclagem;
– agrega valor aos produtos no ponto-
de-venda pela alta qualidade de impressão e
veicula a marca do produtor através de toda a
cadeia de suprimento;
– e protege a saúde dos consumidores,
pois cada embalagem é utilizada nova e limpa
uma única vez.
De acordo com o presidente da ABPO, a
conformidade com o Sistema Modular propicia
reduções de custos em todas as fases da cadeia
de abastecimento. “Os ganhos acontecem com
as reduções da área de armazenamento e do
custo de frete e pelas eliminações do frete de
retorno, dos procedimentos de controle e ras-
treamento de cada embalagem e da higieniza-
ção típica dos sistemas de caixas retornáveis”,
resume Peres. Boa parte dos 35 fabricantes de
embalagens de papelão ondulado associados à
ABPO estão aptos a desenvolver projetos sob
o conceito de Sistema Modular. Uma lista dos
fornecedores pode ser acessada na página da
Internet da entidade de classe. (GK)

ABPO
(11) 3831-9844
www.abpo.org.br

MISTURAS – Caixas padronizadas também eliminam


dores de cabeça nas formações de embarques mistos
fechamentos >>> águas minerais

Saúde é o que interessa.


O resto não tem pressa
Difusão das sport caps contribui para amenizar a guerra de
preços entre águas minerais sem gás, valorizando o mercado

D
e alguns meses para cá, a demanda empresa. Combinando peças de polietileno
pela Sports-Lok, tampa esportiva de alta densidade (PEAD) e de polipropi-
para águas minerais sem gás da leno (PP), a Sports-Lok tem no seu bico
Alcoa CSI, aumentou consistente- com válvula push-pull (“empurrar-puxar”,
mente. Às clientes mais antigas, como Coca- vertendo-se do inglês) um poderoso apelo.
Cola Femsa (água Crystal Sport), Petrópolis O consumidor pode acioná-lo com a boca,
Paulista, Ouro Fino e Águas Prata, vieram se manejando a garrafa com apenas uma
somar recentemente engarrafadoras de diver- mão. A tampa conta com dois lacres:
sas regiões do país. Água Mineral Santa um na própria base da tampa, que
Catarina, Timbu, Água Nobre, Pedra Azul, se acopla ao gargalo da garrafa
Ibirá, Lebrinha, Rinco e Mineradora Ijuí são de PET, e um sobre o bico. Uma
algumas delas. Muitos vêem nessa onda o sobretampa recobre a válvula, dis-
efeito de um trabalho da Associação Brasileira pensando o uso de lacres termoen-
da Indústria de Águas Minerais (ABINAM) colhíveis sobre o fechamento.
em prol da valorização de produtos e mar- Toda a sofisticação, como
cas. O esforço tem motivo. Paralelamente não poderia deixar de ser, faz da
à explosão do consumo interno, que de 1 Sports-Lok uma tampa de preço
bilhão de litros, em 1995, já deve superar os diferenciado – o que, diante da
6 bilhões de litros este ano, muitos engarrafa- chamada “comoditização” do mer-
dores enveredaram pelas guerras de preços. O cado de águas, criou entre muitos a
nivelamento por baixo não só tem reprimido visão de um acessório de custo proi-
o aumento do faturamento interno, mas tam- bitivo. Por que esse estigma vem
bém das exportações, num exemplo típico de caindo por terra? “Desenvolvemos
prata da casa mal-aproveitada. “A água low uma máquina de custo bastante atra- GAÇÃO
FOTOS: DIVUL

price terá vida curta”, vaticina Carlos Alberto ente para a aplicação da Sports-
Lancia, presidente da ABINAM. Lok”, conta Rodolfo Haenni, coor-
Sucesso mundial, por efetivamente incre- denador de marketing da Alcoa CSI
mentar a percepção de valor de uma bebida para a América do Sul. “Isso é o que
com campo restrito para inovações, calçando mais vem contribuindo para a adoção
tendências de marketing como os atendi- da tampa por muitas marcas pequenas e
POPULARIZAÇÃO
mentos ao consumo em movimento (on-the- Pedra Azul, uma das
go) e àquele realizado em meio a práticas mais recentes adeptas da
de esportes, a tampa esportiva (sport cap) Sports-Lok da Alcoa CSI
(acima). Tampa pode ser
chegou ao Brasil no início de 2001. Foi fornecida em várias cores
quando a Alcoa CSI iniciou a importação da
Sports-Lok. Antevendo um grande potencial
para o fechamento no mercado nacional e
em países vizinhos, a Alcoa CSI nacionali-
zou sua produção em 2003. Hoje, a tampa é
fabricada na unidade de Alphaville (SP) da

50 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


FOTOS: DIVULGAÇÃO

COMPETIÇÃO médias, desmistificando seu custo inacessí- Trata-se de uma tampa esportiva igual-
Thumb’Up, da Bericap, vel.” De acordo com Haenni, um outro fator mente construída em PEAD e PP, porém
tem sobretampa sempre estruturada em duas peças – ao contrário da
poderá aumentar ainda mais a atratividade
unida ao bico.
O consumidor destaca da solução no futuro. Produzida no Brasil solução da Alcoa CSI, de três peças. Já utili-
um lacre (1); depois, somente no diâmetro de 28 milímetros, a zada em países europeus por águas da Nestlé
pode retirar a Sports-Lok já é encontrada também no diâ- (Aquarel e Vittel) e da Danone (Evian), a
sobretampa (2) e
recolocá-la (3) utilizando metro de 26 milímetros nos Estados Unidos. Thumb’Up traz como principal diferencial em
apenas uma mão “O diâmetro menor é uma tendência, porque relação à Sports-Lok o fato de sua sobretampa
(no diagrama) propicia economia significativa em matéria- permanecer sempre unida à base por meio de
prima na construção do gargalo das garrafas”, uma extensão. Isso permite que todo o acio-
diz o profissional da Alcoa CSI. No Brasil, a namento da tampa seja feito apenas com um
migração para o diâmetro menor, porém com polegar, no movimento do sinal de “positivo”
tampas convencionais, vem sendo puxada com a mão. Daí o nome Thumb’Up – expres-
pelas águas da Schincariol. O atual cenário, são em inglês para o popular sinal. “A união
favorável às importações, coloca a Sports-Lok permanente das peças facilita o descarte e
de 26 milímetros ao alcance das engarrafado- evita a ingestão acidental da sobretampa por
Alcoa CSI
(11) 4195-3727 ras locais. Se houver escoamento considerá- crianças”, destaca Luiz Henrique Penchiari,
www.alcoa.com.br vel, a Alcoa CSI pode estudar a viabilidade da gerente comercial da Bericap brasileira.
produção local da tampa. Apresentada às empresas nacionais no
Bericap
(15) 3235-4500 congresso da ABINAM do ano passado, rea-
www.bericap.com Rival pode aparecer lizado em Salvador, a Thumb’Up tem grandes
O câmbio valorizado, aliás, acena com a chances de debutar no mercado já no próximo
estréia no mercado brasileiro de águas mine- verão, ventila Penchiari. De início, a tampa
rais de uma emergente rival da Sports-Lok. seria trazida para cá das unidades francesa e
A solução atende pelo nome Thumb’Up, e turca da Bericap. Com massa crítica, poderia
foi lançada pela Bericap à ocasião da feira de ser nacionalizada – a Bericap tem fábrica em
negócios alemã Interpack 2005, realizada em Sorocaba (SP). “É um plano difícil de ser con-
maio do ano passado. cretizado em curto prazo, mas as condições
para importação são muito atraentes”, diz o
gerente comercial da Bericap. Lançada no
diâmetro de 30 milímetros, a Thumb’Up logo
ganhou versões de 28 e de 38 milímetros, e
acaba de chegar ao diâmetro de 26,7 milíme-
tros. Penchiari ressalta que a base e a sobre-
tampa da Thumb’Up podem ser fornecidas em
diversas cores, com a sobretampa translúcida
CONQUISTAS ou opaca. Vale dizer, aliás, que diferentes
Importantes marcas colorações já estão sendo trabalhadas por
de águas já utilizam a
alguns usuários nacionais da Sports-Lok da
Tuumb’Up na Europa
Alcoa CSI. (GK)

agosto 2006 <<< EmbalagemMarca <<< 51


Para chinês ver Baldes mais atraentes aos olhos
A DuPont Imaging Technologies foi Fabricante de embalagens plásticas investe em rótulos in-mold
recentemente reconhecida por sua
excelência no fornecimento de chapas A Fibrasa iniciou a produção de

STUDIO AG – ANDRÉ GODOY


para impressão flexográfica. A empresa baldes industriais de polipropile-
recebeu dois prêmios da entidade que
representa o mercado de impressão
no decorados com in-mold labels
na China. A escolha foi feita com base (IML) – rótulos fundidos a recipien-
na avaliação dos próprios impressores tes plásticos no interior do molde,
daquele país. Na categoria impres- no momento do sopro ou injeção
são flexográfica, a DuPont foi a única
da embalagem. A nova operação
fabricante de chapas mencionada – os
outros ganhadores eram fornecedo- surge a reboque do investimento
res de equipamentos e impressoras. da Fibrasa em um robô para o pro-
Fabricante de chapas de impressão cesso, de uma marca italiana, e do
feitas com fotopolímeros, a DuPont
estabelecimento de uma parceria
Imaging Technologies tem na indústria
de embalagens flexíveis um de seus com a Gráfica Rami, de Jundiaí (SP),
principais mercados consumidores. fabricante dos rótulos. Segundo conservas. “A tecnologia IML propi-
Leonardo Souza Rogério de Castro, cia impressões em altíssima resolu-
CtP: mais em alta...
diretor comercial da Fibrasa, os bal- ção, em até seis cores, e resulta em
Na avaliação da Heidelberg, os inves-
timentos nos departamentos de pré- des com IML são indicados para a baldes mais atraentes aos olhos do
impressão visando substituir sistemas comercialização de produtos como consumidor final”, argumenta Castro.
convencionais de processamento de tintas, maionese, margarina, óleo e (11) 5051-2984 • www.fibrasa.com.br
fotolitos por equipamentos de CtP
(Computer-to-Plate) continuam na
crista da onda. A avaliação é baseada Ainda dá tempo para o Fernando Pini
no fato de que a empresa recente-
mente vendeu sua 500ª Suprasetter Inscrições para prêmio da ABTG encerram-se em setembro
no mundo.
O tradicional Prêmio Brasileiro a premiação acontece no dia 28 de
...do que nunca de Excelência Gráfica Fernando novembro, no espaço Expo Barra
Com foco no mercado de médias e Pini, promovido pela Associação Funda, em São Paulo. A jornalis-
grandes tiragens, esse equipamento
da Heidelberg produz chapas térmicas
Brasileira de Tecnologia Gráfica ta Renata Ceribelli, da TV Globo,
utilizando uma tecnologia laser pecu- (ABTG), está chegando a sua 16ª comandará a cerimônia, que tam-
liar. A empresa não revela detalhes, edição. As inscrições podem ser bém terá show do cantor pernam-
limitando-se a informar que ela foi feitas até o dia 15 de setembro, bucano Alceu Valença.
desenvolvida para proporcionar melhor
através do site da ABTG. Este ano, (11) 6097 6700 • www.abtg.org.br
qualidade de gravação e máxima pro-
dutividade. No Brasil, vinte unidades
da Suprasetter haviam sido vendidas
até a Expoprint 2006 - feira gráfica O poder das chapas mais em conta
que ocorreu em São Paulo, em junho
último -, mas a Heidelberg acredita que Gráfica mineira compra máquina suíça e reduz custos produtivos
o evento deverá desencadear novas A Gráfica e Editora O Lutador, de Belo
negociações em breve.
Horizonte, comprou um CtP Xpose!
Lucratividade UV para chapas convencionais,
A Xerox Corporation anunciou lucro desenvolvido pela empresa suíça
de 26 centavos de dólar por ação para Lüscher e comercializado no país pela
o segundo trimestre de 2006 e uma
Gutenberg. “Com o novo equipamen-
receita total de 4 bilhões de dólares
no período. A receita total cresceu to, pretendemos aumentar a nossa
1% no segundo trimestre. As receitas produtividade, com uma redução de
financeiras e de pós-venda, que juntas custos no processo de gravação de
representam aproximadamente 75%
chapas de 50%”, diz José Raimundo
da receita total da Xerox, cresceram
2%, em parte devido ao crescimento da Costa, diretor administrativo da
de 4% dos negócios de pós-venda empresa, que é voltada ao mercado
com sistemas digitais. editorial.
(11) 3225-4400 • www.gutenberg.com.br

52 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


Solidariedade
Funcionários da International Paper Mais um pulo-do-gato do RFID
(IP) e de suas subsidiárias Chamflora
RR etiquetas lança no Brasil nova tecnologia de radiofreqüência
e Vinson promoveram nova edição
de sua já tradicional campanha do A tecnologia de identificação por Brasileira de Supermercados
agasalho. Três entidades assisten- radiofreqüência (RFID, na sigla em (Abras). Focada no controle do
ciais do interior paulista receberam
inglês) deu mais um passo rumo fluxo de produtos por toda a
mais de 2 000 peças de vestuário e
cobertores. ao mercado brasileiro de emba- cadeia de suprimentos, a RR
lagens. A RR Etiquetas recente- Etiquetas impulsionou sua estraté-
Balanço mente lançou o que define como gia com RFID no final do ano pas-
A Klabin obteve lucro de 261,7 milhões
a primeira etiqueta UHF 900 MHz sado, quando fechou parceria com
de reais no primeiro semestre de
2006, 19% a mais do que no mesmo EPC fabricada no Brasil. O anúncio a argentina Ingenería & Packaging,
período do ano passado. No resulta- foi feito em evento promovido em que atua há mais de 20 anos no
do do segundo trimestre do ano, a São Paulo, na sede da Associação ramo de sistemas de identificação
companhia registrou lucro líquido de
e etiquetagem de produtos. Desde
97,8 milhões de reais, um acréscimo
de 9% sobre o mesmo período de então, a empresa vem investindo
2005. A geração de caixa foi de 356 em aplicações de RFID voltadas ao
milhões de reais no semestre, e de varejo. Composta por uma etiqueta
169,2 milhões de reais no trimestre. EPC (Electronic Product Code), um
Atualização chip, antenas ativadas por radiofre-
Gerentes de manutenção, engenhei- qüência, um leitor de dados e um
ros e técnicos ligados à área de sistema de gestão, a tecnologia é
manutenção mecânica, elétrica e reconhecida por possibilitar ganhos
instrumentação foram o alvo do 5°
nas práticas de reabastecimento e
Seminário de Manutenção, promovi-
do pela Associação Brasileira Técni- agilidade na leitura de itens, com
ca de Celulose e Papel (ABTCP). O melhorias na produtividade e
evento ocorreu nos dias 19 e 20 de rastreabilidade.
julho último, na Votorantim Celulose e
(11) 6525-9000
Papel, em Jacareí (SP).
www.rretiquetas.com.br
Unidos pela bola
Encerrada em julho, a quarta edição
do campeonato de futebol society Hora de arrumar as malas
promovido pela KSR Distribuidora,
unidade de negócios da Votorantim
Aproxima-se a data do principal evento de rotulagem do ano
Celulose e Papel (VCP), consolidou- Tudo pronto para a Labelexpo da equipe de EMBALAGEMMARCA, o
se como o mais importante progra- Americas 2006, que acontece evento contará também com ampla
ma de relacionamento da empresa.
Durante três meses e 102 jogos, times
entre os dias 11 e 14 de setembro programação de conferências
de 86 clientes da KSR e cerca de próximo, em Chicago. Um dos sobre tendências e tecnologias
1000 “atletas” disputaram o título. Na principais encontros de negócios produtivas na área de rótulos. Na
final, a equipe da LaborPrint venceu a da cadeia global de rótulos e deco- primeira noite da feira também será
Prol Editora Gráfica.
ração de embalagem, que em 2005 realizada a cerimônia de premiação
Campanha de peso movimentou cerca de 60 bilhões do Label Industry Global Awards,
A Suzano Papel e Celulose deu iní- de dólares, a feira deverá reunir considerado o principal prêmio da
cio a uma campanha de mídia para mais de 450 expositores e 13 000 indústria mundial de rótulos.
todas as suas linhas de produtos.
visitantes. Com cobertura in-loco No Brasil: (11) 3218-7911
Abordando produtos como os papéis
cartão TP Polar e TP Hi-Bulky, além da
linha Reciclato, de papéis reciclados,
os anúncios contemplam 26 veículos
impressos de circulação nacional. A
campanha vai até o final do ano, e é
focada nos mercados de embalagens,
propaganda e marketing, gráfico, edi-
torial e varejo.

54 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


Simplicidade operacional
Ryobi investe no mercado de ¼ de folha
Representada no Brasil pela Intergrafica Print & Pack
(IPP), a Ryobi está apostando na versatilidade de
sua impressora 784 para aumentar participação no
mercado nacional. Oferecendo a simplicidade ope-
racional de um equipamento ¼ de folha, a 784 conta
com colocação semi-automática de chapas e ajuste
de registro vertical, lateral e diagonal, dando conta
da maior parte dos trabalhos rodados em máquinas
de folha inteira. O sistema em “v”, de 5 cilindros, é
outro diferencial do modelo, destaca Antonio Furlan,
supervisor de vendas da IPP. Para ele, a nova aposta
da Ryobi é capaz de gerar grande economia para as
gráficas. A máquina é quatro cores, opera com qua-
tro trocas de pinças durante o processo e alcança
velocidade de 15 000 folhas/hora.
(11) 5522-5999 • www.ipp-group.net

Corrida por atualização


PMA realiza fórum gráfico em São Paulo
Gerida pela Heidelberg, a Print Media Academy (PMA)
vai realizar no final de agosto o 2º Fórum Heidelberg
para Executivos. Com um módulo que enfatiza suces-
são e troca de gerações no comando administrativo de
empresas gráficas, o curso também tratará de temas
como gerenciamento, estratégia, marketing, concor-
rência, recursos humanos e organização. O programa
foi desenvolvido em parceria entre a PMA de São
Paulo e da Alemanha. “Conhecimento técnico isolado
não é mais suficiente para gerenciar uma gráfica com
sucesso. A escolha certa da estratégia e a atualiza-
ção do conhecimento também são fatores decisivos”,
ressalta Dieter Brandt, presidente da Heidelberg do
Brasil e América do Sul. A ser realizado no Hotel Gran
Estanplaza, em São Paulo, o evento exigirá o desembol-
so de 2 230 reais por participante.
(11) 6618-1477 • www.br.heidelberg.com
Anunciante Página Telefone Site
3M 4ªcapa 0800 16 10 12 www.3m.com/br/autenticidade
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Wheaton 25 (11) 4355-1800 www.wheatonbrasil.com.br

56 >>> EmbalagemMarca >>> agosto 2006


No mundo globalizado de intensa concorrência, as marcas precisam gerar
diferencial, ganhar relevância, seduzir e emocionar o consumidor. Nesse
contexto, tanto a revista EmbalagemMarca como a Narita Design têm
participado na construção e no fortalecimento de diversas marcas líderes,
ajudando-as a ampliar seu campo de ação e marcar presença no cotidia-
no de seus consumidores.
Focada no design de marcas e embalagens, a Narita Design busca estar
sempre na vanguarda da informação, nos mercados nacional e interna-
cional, além de acompanhar todas as edições de EmbalagemMarca, pois
desde a sua criação a revista vem ocupado um importante papel, trazendo
tendências, apresentando as movimentações do setor, novas tecnologias
e insights diversos. É uma publicação que contribui para o fortalecimento
dos vários segmentos envolvidos no mercado de embalagens.
Almanaque

FOTOS: DIVULGAÇÃO
Animais em extinção nos rótulos
Quando se pensa em um animal presente
em rótulos de cervejas nacionais, as
imagens que geralmente vêm à cabeça
são as dos pingüins da Antarctica, e do
touro, da Caracu. Os pingüins passaram
a integrar os impressos colados nas gar-
rafas da bebida em 1935, e continuam
lá até hoje. O touro da Caracu também
é veterano: está no rótulo desde 1899,
embora tenha sido modernizado. Mas
outros rótulos estamparam animais. É o
caso da Becker, que trazia uma águia, da
Porter, que tinha como símbolo um gato,
e da Cerveja Preta Elefante, todas da
Brahma. Outros animais que passearam
por rótulos de cerveja foram o tucano Agradecimentos ao
(Amazônia, da Cervejaria Germânia), colecionador Carlos
o urso (Alaska, da Refrigerantes Quintella e seu site
Xereta), a vaca (Vacca, da gaúcha mundodacerveja.com
Vitellio Gazapina), e novamente o que nos cedeu as
elefante (cerveja preta da Serramalte). imagens dos rótulos

A força do Profeta VOCÊ SABIA?


Líder mundial em venda de refrige- e a Síria. A bebida que faz referência A tecnologia da caneta esfe-
rantes, a gigante Coca-Cola só não é direta à cidade sagrada onde nas- rográfica, inventada em 1935
a primeira em uns poucos países, a ceu o profeta Maomé foi criada na pelo húngaro Laszlo Biro, foi
vendida ao francês Marcel
maioria deles no Oriente Médio, onde França por um imigrante tunisiano,
Bich, que deu seu sobrenome
as nações árabes vêem os Estados e tem um forte argumento de venda:
à marca. Como pretendia
Unidos, sede da multinacional, como 20% do dinheiro obtido com o comér-
exportar para os Estados
o “Grande Satã”. Com isso, a versão cio de Mecca-Cola são destinados à
Unidos, o H do final foi supri-
muçulmana de um refrigerante de caridade, sendo que metade vai para mido. Em inglês, bich tem a
cola, a Mecca-Cola, nada de braçadas instituições na Palestina, o que é des- pronúncia parecida com bitch,
em países como os Emirados Árabes tacado na embalagem. um pesado palavrão.

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O “Swoosh”, logotipo da
Nike, representa as asas da
deusa grega Vitória. O logo
foi criado por uma estudante
de design recém-formada,
Caroline Davidson, em 1971.
Ela recebeu 35 dólares
pelo trabalho.

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