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Ano V • Nº 50 • Outubro 2003 • R$ 6,00

www.embalagemmarca.com.br

STAND-UP POUCH LUTA POR ESPAÇO • ENVASE 2003


Uma forma de agregar valor
E sta edição especial de
EMBALAGEMMARCA
difere das 49 edições ante-
bém de amostragem de
materiais como filmes, pa-
péis especiais e lamina-
dos leitores e dos anun-
ciantes.
É em retribuição a esse
riores, elas todas também ções, é uma forma de re- apoio – traduzido em men-
especiais, em três aspec- forçar o conceito de que os sagens estimulantes e em
tos: na numeração, no ma- materiais e sua utilização número cada vez maior de
terial da capa e na quanti- adequada nas embalagens anúncios – que esta edição
dade de páginas, maior do agregam valor aos produ- tem mais páginas. Assim,
que o habitual. tos e consolidam marcas. o volume de matéria jorna-
Não poderíamos deixar de Quanto à numeração da re- lística é mantido, e os
valorizar o chamado “nú- vista, planejamos conti- anúncios são valorizados,
mero mágico” 50, com nuar a mudá-la, alcançan- na medida em que não são
Esta edição mais uma ação em que a do vários algarismos, veiculados um ao lado do
tem mais páginas revista foi pioneira. Daí numa demonstração de outro nem aglomerados
termos feito, como em que estavam errados aque- em verdadeiros engarrafa-
que o habitual,
oportunidades anteriores, a les que, ao ser lançada a mentos publicitários. Essa
para manter capa desta edição em papel revista, diziam não haver foi outra inovação que EM-
o volume de metalizado (Lamicote LM espaço para ela, pois este BALAGEMMARCA introdu-

informação e 260g/m2, da Brasilcote). já estava congestionado. ziu. Aguardem mais.


A idéia de usar a revista Como prova de que há Até novembro.
valorizar os não só como veículo de in- espaço para todos, conta-
anúncios formação escrita, mas tam- mos com o crescente apoio Wilson Palhares
outubro 2003
Diretor de Redação
Wilson Palhares
palhares@embalagemmarca.com.br

Reportagem
ENTREVISTA:
10 PAULO SÉRGIO PERES
presidente da ABPO
redacao@embalagemmarca.com.br
Flávio Palhares
flavio@embalagemmarca.com.br
Guilherme Kamio
(Associação Brasileira do guma@embalagemmarca.com.br
Papelão Ondulado) Leandro Haberli
comenta novas normas leandro@embalagemmarca.com.br
de acondicionamento de Colaboradores
Josué Machado e Luiz Antonio Maciel
produtos hortícolas
26 STAND-UP POUCH
Cadeia de embalagens
flexíveis vislumbra
Diretor de Arte
Carlos Gustavo Curado
arte@embalagemmarca.com.br

14 CAPA: BRILHO
Acabamentos e efeitos
reluzentes consolidam-se
horizonte favorável aos
“pacotes que ficam em
pé” no mercado interno
Assistente de Arte
José Hiroshi Taniguti

como ferramentas de Administração


Marcos Palhares (Diretor de Marketing)
vendas e ganham
espaço nas gôndolas 36 INTERNACIONAL
Realizadas em Buenos
Aires, Envase 2003 e
Eunice Fruet (Diretora Financeira)
Departamento Comercial
comercial@embalagemmarca.com.br
Alimentek 2003 sina- Karin Trojan
lizaram início de re- Wagner Ferreira
cuperação argentina Circulação e Assinaturas
Marcella de Freitas Monteiro
assinaturas@embalagemmarca.com.br

52 CACHAÇAS
Exposição mostra
que boas embala-
Assinatura anual: R$ 60,00

Público-Alvo
EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que
gens ganham ocupam cargos técnicos, de direção, gerência
e supervisão em empresas fornecedoras, con-
espaço no setor. vertedoras e usuárias de embalagens para ali-
Para ressaltar mentos, bebidas, cosméticos, medicamentos,
benefícios de materiais de limpeza e home service, bem
A capa desta edição foi impressa como prestadores de serviços relacionados
apresentação nobre, com a cadeia de embalagem.
pela Sografe em papel Lamicote LM
EMBALAGEMMARCA
260g/m2 da Brasilcote, em mais uma Filiada ao
ação especial de EMBALAGEMMARCA coordenou o
mostrando concretamente que boas lançamento de marca
embalagens agregam valor ao produto promocional (pág. 55)

3 Editorial 48 Equipamentos Capa impressa em Lamicote LM 260g/m2


da Brasilcote pela Sografe
Uma edição especial que Na área de enchedoras, queda
mostra como agregar valor dos juros ainda não foi sentida Miolo impresso em Couché Mate 90g/m2
da Ripasa pela Congraf

6 Cartas 58 Display
EMBALAGEMMARCA é uma publicação
A opinião, as sugestões e as Lançamentos e novidades – e
mensal da Bloco de Comunicação Ltda.
críticas dos leitores seus sistemas de embalagens Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo
Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP
24 Making of 62 Panorama Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463
ILUSTRAÇÃO DE CAPA: EDITORIA DE ARTE

Nestlé chilena ganha frasco em Movimentação na indústria de FILIADA À


forma de projétil para energético embalagens e seus lançamentos

45 Tintas 65 Painel Gráfico www.embalagemmarca.com.br


Prada lança sistema de Novidades do setor, da criação
O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é
fechamento com lacre protetor ao acabamento de embalagens resguardado por direitos autorais. Não é permi-
tida a reprodução de matérias editoriais publi-
46 Estratégia 66 Almanaque cadas nesta revista sem autorização da Bloco
de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em
Retornáveis são a arma da Coca- Fatos e curiosidades do mundo matérias assinadas não refletem necessaria-
Cola para conter tubaínas das marcas e das embalagens mente a opinião da revista.
nhos Primavera. Idéia fantástica! Flexografia
Mais uma vez, toda a equipe mere-
ce elogios por um trabalho tão pro-
fissional e de altíssima qualidade,
R ecebi EMBALAGEMMARCA de
setembro. Achei a matéria sobre
sempre inovador. Parabéns! Muito flexografia muito boa.
obrigado pela preciosa atenção a Eduardo Sousa
mim dispensada e por oferecer a to- Marketing
dos um trabalho de tão alto nível. Alphaprint
Oswaldo Camargo São Paulo, SP
Assistente Comercial
Coniexpress S/A - Quero Correções
Alphaville – Barueri, SP • Na reportagem “Apelo Notur-
Cada dia melhor no”, publicada em EMBALAGEM-

C aro Palhares
Como tenho feito algumas viagens
Agradecemos os elogios. Ressalta-
mos porém que esse trabalho, como
outras iniciativas de integração da
MARCA nº 49 (setembro de
2003), foi informado que a for-
necedora das tampas plásti-
para as unidades regionais da Câ- cadeia de embalagem em cuja pro- cas utilizadas nas ices da
mara Americana, tenho tido tempo moção a revista é pioneira, não são Flying Brasil seria a Tapon
de colocar a leitura que mais gosto mérito só nosso, mas de todos os Corona. Na verdade, ela é a
em dia, e sem dúvida, como você parceiros que delas participaram. Alcoa, que também desenvol-
bem sabe, embalagem é meu hobby. No caso do Projeto Papelcartão veu o projeto das garrafas de
No fundo, por força de minha vida Design, do qual as caixas de Roli- PET das bebidas. Em tempo:
passada, tenho acompanhado desde nhos Primavera fazem parte, esses o telefone de contato da en-
o início seu excelente trabalho na parceiros, que produziram as em- garrafadora New Age Bebi-
revista EMBALAGEMMARCA, o qual balagens conceituais, foram: Anti- das, não citado na reporta-
sempre me entusiasmou. lhas Soluções Integradas para Em- gem, é (19) 3572-1313.
É ótimo ver que a sua revista está se balagens (caixa de cosméticos),
tornando cada dia melhor, princi- Box Print Grupograf (champagne • A SPP-Nemo, empresa per-
palmente na parte gráfica, pois no de jabuticaba), Brasilgráfica S/A tencente à Suzano Bahia Sul,
conteúdo sempre foi a melhor do (executive kit), Embalagem Santa é uma das mais importantes
mercado. Porém, para um leitor Inês (trenzinho), Jofer Embalagens distribuidoras de produtos
como eu, menos intelectual e mais (chocolate premium), Packing gráficos do Brasil. Diferente-
folheador, as matérias ficavam lon- (design), Rigesa (rolinhos primave- mente do que foi publicado
gas demais, às vezes parecendo ter ra) e Ripasa (papel cartão). pela revista na edição 48 de
imagens de menos. Portanto não EMBALAGEMMARCA, na nota
posso deixar de bisar parabéns e de- Colírio para os olhos “Nordeste na mira-2”, na pági-
sejar que a revista continue sempre
melhorando. Na minha opinião é
hoje a melhor publicação brasileira
M eus parabéns pela qualidade
apresentada na edição Especial
na 48, a distribuidora não atua
no segmento de plásticos.

de embalagem. Um grande abraço Luxo. A diagramação foi muito


do amigo e admirador. bem montada e muito criativa, um MENSAGENS PARA EMBALAGEMMARCA
Sergio Haberfeld colírio paras os olhos de qualquer
Redação: Rua Arcílio Martins, 53
Presidente da Câmara designer. Ficou de primeira.
CEP 04718-040 • São Paulo, SP
Americana de Comércio Lincoln Seiji Koga
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São Paulo, SP Designer Gráfico
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Forma Design
Trabalho sempre inovador São Bernardo do Campo, SP redacao@embalagemmarca.com.br

E screvo com o intuito de parabe-


nizá-los pela revista EMBALAGEM- F ico muito contente de ver a edi-
As mensagens recebidas por carta, e-
mail ou fax poderão ter trechos não es-
senciais eliminados, em função do es-
MARCA de setembro. Ela acaba de ção Especial Luxo de EMBALAGEM-
paço disponível, de modo a dar o maior
chegar às minhas mãos e, com ela, MARCA, uma página mais bonita
número possível de oportunidades aos
a satisfação de ler boas matérias e que a outra. Parabéns!
leitores. As mensagens poderão tam-
me informar com qualidade. Res- Letania Menezes
salto a estratégia da revista ter sido Menezes Comunicação bém ser inseridas no site da revista
colocada na embalagem dos Roli- São Paulo, SP (www.embalagemmarca.com.br).

6 – EMBALAGEMMARCA • out 2003


entrevista

“Seremos favorecidos” m novo empurrão em favor da diminui-

U
ção das perdas de hortigranjeiros, que
chegam a comprometer 30% da produ-
ção brasileira, foi dado no último mês de
maio, quando entrou em vigor no país a
Instrução Normativa Nº 009. Fruto de
uma ação conjunta do Ministério da Agricultura, da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
e do Inmetro, a medida dispõe sobre a padronização
das embalagens e dos métodos de transporte e ar-
mazenamento de frutas, legumes e verduras.
Antiga interessada nesse mercado, que representa
4% de suas entregas, a cadeia brasileira do papelão
ondulado viu na medida uma nova possibilidade de
crescimento e afirmação das vantagens do material
para o acondicionamento de produtos hortícolas.
Presidente da Associação Brasileira do Papelão On-
dulado (ABPO) desde 1995, Paulo Sérgio Peres co-
menta nesta entrevista as perspectivas que se abrem
para o setor com a adoção da nova política de em-
balagens de hortigranjeiros no país. Embora não fa-
çam considerações específicas sobre materiais de
embalagens, as normas deixam claro que todos os
DIVULGAÇÃO

sistemas de acondicionamento terão de garantir hi-


giene e proteção aos produtos hortícolas. “São dois
pontos aos quais as caixas de papelão ondulado se
PAULO SÉRGIO PERES, adaptam perfeitamente”, defende Peres.
Além das explanações sobre hortigranjeiros, o exe-
presidente da ABPO cutivo da ABPO, que está no terceiro mandato à
(Associação Brasileira do frente da entidade, fala sobre as conseqüências da
onda de retração econômica que atingiu o país no
Papelão Ondulado), fala setor. Mas também comenta boas notícias, como a
sobre as oportunidades notória tendência de utilização do material direta-
mente nas gôndolas, via embalagens primárias fei-
que surgem para o setor tas de papelão microondulado e que oferecem aca-
bamentos e impressões bem diferentes das vistas
diante das novas
nas tradicionais caixas de despacho.
exigências de padroniza-
Diante das novas exigências de modernização das
ção das embalagens e embalagens de produtos hortigranjeiros, como fica
dos processos de trans- a importância do setor para os fabricantes de pa-
pelão ondulado?
porte e armazenamento A partir de agora os produtos hortícolas terão de es-
de hortigranjeiros, e tar embalados corretamente. Entre outras coisas,
isso significa que tanto os fabricantes das embala-
comenta o desempenho gens como os produtores terão de estar identifica-
das vendas do material dos. Na parte das embalagens, há basicamente dois
pontos que não poderão deixar de ser atendidos. De
no primeiro semestre um lado, elas terão de ser resistentes. De outro, no

10 – EMBALAGEMMARCA • out 2003


caso das embalagens retornáveis, terão de ser hi-
gienizadas a cada novo uso. Além desses dois pon-
tos, para minimizar o manuseio e o desperdício dos
produtos, as embalagens terão de ser paletizáveis.
Isso é muito importante, pois atualmente estima-se
que a perda dos produtos hortícolas seja de 30%,
basicamente em função das condições não adequa-
das de embalagem e transporte. Sobre a importân-
cia do setor para os produtores de papelão ondula-
do, vale dizer que atualmente os produtos hortíco-
las representam 4% de nossas entregas. Mas há
paises em que esse percentual chega a 20%. Por-
tanto, temos boas perspectivas pela frente.

Com a adoção dessas normas, a briga do papelão


ondulado com outros materiais não tende a se
acentuar no setor de hortigranjeiros?
Acredito que as embalagens de papelão ondulado
são as que estão mais adequadas às disposições
dessa Instrução Normativa. Elas são fabricadas
sob encomenda e especificadas para atender aos
requisitos de resistência e paletização. Além disso,
são recicláveis e biodegradáveis, evitando conta-
minação não só dos produtos, mas também do
meio ambiente. Como se esses diferenciais não
bastassem, o papelão ondulado tem a seu favor as
possibilidades de impressão de alta qualidade, o
que agrega valor aos produtos acondicionados em
embalagens feitas desse material.

Em que lugar o Brasil se situa no ranking mundial


de produtores de papelão ondulado? Como o setor
tem reagido à estagnação econômica do país?
O Brasil é o nono maior produtor de papelão on-
dulado no mundo. De 1995 a 2002, nosso setor
apresentou crescimento constante, sendo que no
ano passado atingimos a expedição de 2 144 mi-
lhões de toneladas. Entretanto, em 2003 nosso ci-
clo de crescimento está sendo quebrado. No pri-
meiro semestre acumulamos uma queda de 14,4%
em comparação ao mesmo período de 2002. Expe-
dimos 906 000 toneladas nos primeiros seis meses
de 2003, contra 1 058 milhão de toneladas no mes-
mo período do ano passado.

O senhor pode falar um pouco sobre a crescente


tendência de diminuição das ondas do papelão? É
possível tornar o papelão ondulado uma nova al-
ternativa celulósica para produção de embala-
gens primárias?
Ultimamente, surgiram novos perfis para as mi-
croondas do papelão ondulado. Isso se deu através
da inclusão das ondas F, G e N, com alturas pro-
gressivamente menores. A onda F, por exemplo, que não afetem o baixo impacto ambiental do pa-
tem 0,75mm de altura. Já a onda G tem 0,50mm; e pelão ondulado. Por outro lado, pode-se usar pa-
a onda N, 0,45mm. Com ondas cada vez mais bai- péis já previamente tratados.
xas, impressões flexográficas sofisticadíssimas po-
dem ser aplicadas no papelão ondulado. Isso am- Qual o principal mercado consumidor de caixas
plia fortemente as aplicações do material para pro- de papelão ondulado hoje no Brasil?
dução de embalagens primárias. Cosméticos, pro- Em um levantamento feito em 2001, constatamos
dutos farmacêuticos, eletroeletrônicos, itens de in- que o setor alimentício é o maior consumidor de
formática, perfumaria, higiene e limpeza, fruticul- embalagens de papelão ondulado no país, com
tura, brinquedos, produtos alimentícios e muitos participação de 32,9%. Em segundo lugar vem a
outros poderão ser vendidos em embalagens área de químicos e derivados, que inclui pro-
primárias feitas de papelão microondulado. dutos de higiene e limpeza, com 8,4% de
Neste último campo, aliás, a última novidade participação. Os setores de avicultura e fruti-
é a onda O, com apenas 0,30mm de altura. cultura ocupam o terceiro lugar nesse ran-
king, consumindo 7,2% de todas as embala-
Qual a taxa de reciclagem do papelão ondu- gens de papelão ondulado produzidas no
lado consumido no Brasil? Brasil. A seguir, vêm os mercados de
As caixas de papelão ondulado des- bebidas e fumos (5,6%), produtos
tacam-se por sua eficiência como Num setor farmacêuticos e perfumaria (4,5%),
embalagem e pelos elevados índices têxteis e vestuário (3,7%), metalur-
de reciclagem já alcançados. Mun-
que mundialmente gia (3,6%) e eletro-eletrônicos
dialmente a indústria do papelão on- tem o compromisso (3,1%). A produção de chapa de pa-
dulado tem o compromisso de cons- de reduzir o pelão ondulado para cartonagens res-
tantemente reduzir o impacto total ponde por 16,3% do nosso setor, e os
causado por suas embalagens ao
impacto ambiental demais segmentos, juntos, conso-
meio ambiente, ao mesmo tempo em causado por suas mem 14,7% do papelão ondulado
que mantém a funcionalidade e a embalagens, a produzido no Brasil.
economia do produto por elas emba-
indústria brasileira
lado. No Brasil, o papelão ondulado, Além da utilização de papelão ondu-
confirmando sua condição de amigo de papelão ondulado lado para embalagens primárias, o
fiel e eterno não agressor da nature- atingiu uma das material vem mostrando impressões
za, atingiu a taxa de reciclagem de maiores taxas de cada vez mais sofisticadas para em-
75%, umas das maiores do mundo. balagens de transporte. Em termos
reciclagem do de custo, essa seria uma tendência
Voltando à área de hortigranjeiros, mundo: 75% restrita a produtos de maior valor
muito se fala sobre a necessidade de agregado?
aumento das exportações brasilei- De maneira geral sim, porém, com a
ras. Para isso, os alimentos precisam ser normal- evolução dos processos, crescem as possibilidades
mente submetidos a embarques em ambientes frios de impressões de qualidade bem diferenciada com
e úmidos. Como anda a produção de papelão on- custos competitivos. Cada vez mais acessíveis, as
dulado destinado a essas condições? tecnologias de impressão sem dúvida ajudam a au-
O Brasil é competitivo quanto a isso, pois no seu mentar o valor agregado dos produtos acondicio-
processo produtivo de papelão ondulado estão nados em papelão ondulado.
contempladas tecnologias para ambientes úmidos,
câmaras frias e produtos congelados. Tais tecnolo- Afora as embalagens, o papelão ondulado apre-
gias resumem-se a tratamentos à base de imper- senta outros usos?
meabilizantes, repelentes a água, colas e tintas es- São inúmeras as utilizações, com destaque para pa-
peciais. Essas soluções são aplicadas nas capas e letes, colméias internas de divisórias e divisórias
no miolo durante o processo de fabricação das em- em si, painéis decorativos, biombos e displays de
balagens de papelão ondulado. É importante sa- supermercado, além de sistemas de proteção e
lientar que todos os produtos destinados a aumen- amortecimento para processos logísticos, urnas em
tar a resistência do papelão ondulado à água de- geral, protetores solares para automóveis, aplica-
vem ser recicláveis ou aplicados em proporções ções para construção civil, entre muitos outros.

12 – EMBALAGEMMARCA • out 2003


reportagem de capa

Sonho
Embalagens metalizadas e brilhantes viram estrelas nas gôndolas
Por Leandro Haberli
o sentido figurado a palavra presas vem se dando conta de que aplicar

N brilho normalmente significa


beleza, prestígio e sofistica-
ção. Trata-se de uma simbo-
logia mais do que presente no mundo dos
camadas reluzentes em cartuchos, rótu-
los, bisnagas e outros acessórios de acon-
dicionamento pode ser uma maneira de
conferir atratividade a custos acessíveis.
produtos de consumo, onde embalagens A fim de mostrar que esses diferen-
com efeitos resplandecentes se tornaram ciais efetivamente geram negócios, além
um eficiente instrumento de marketing. de constituírem uma maneira de garantir
Afinal, soluções de acondicionamento re- proteção extra contra luz, umidade e até
cobertas ou guarnecidas por filmes meta- contrafações, as empresas que oferecem
lizados, acabamentos perolizados, efeitos acabamentos brilhantes e metalizados
iridescentes e holográficos ou aplicações vêm conseguindo pôr em prática um ob-
de hot stamping – dentre outras alternati- jetivo comum à cadeia de embalagem:
vas de decoração de embalagens que lite- deixar claro que vale a pena gastar um
ralmente levam brilho às gôndolas – são pouco mais para obter uma aparência no-
hoje naturalmente associadas pelos con- bre e chamativa.
sumidores à idéia de luxo e requinte.
Mas, ao contrário do que leva a crer a
atual pressão por redução de custos, o to-
que de Midas das embalagens brilhantes
mostra-se cada vez menos restrito ao ni-
cho dos itens de alto valor agregado. Sem
deixar de comparecer nas embalagens de
produtos refinados, o que se percebe é
que, a despeito de quedas nos índices de
consumo, um número crescente de em-

STUDIO AG

14 – EMBALAGEMMARCA • out 2003


DIVULGAÇÃO
STUDIO AG

Foco em promocionais e em nova linha iridescente


Embora sejam apreciadas normal- Metallics, uma das principais chan- em qualquer outro tipo de papel.
mente fora das gôndolas, embala- celas da empresa na área de papéis “Com isso buscamos facilitar o tra-
gens promocionais usadas para dis- brilhantes, já foram usados para dis- balho dos profissionais de embala-
tribuição de brindes institucionais tribuição de presentes de marcas gens, que geralmente necessitam
também vêm recorrendo à diferen- como Chivas Regal e Shiseido. gramaturas mais altas”, informa Ali-
ciação visual possibilitada pelo bri- Sem restrições quanto a fornecer re- ce Ohira, que atua na área de marke-
lho metálico. A VSP Papéis Espe- vestimentos especiais para aplica- ting da empresa. Além do novo ser-
ciais, empresa que representa no ções de ponto-de-venda, a empresa viço, a VSP está lançando a linha
Brasil marcas como a celebrada Ar- implantou recentemente um serviço Geltex Reflejos, composta por pa-
joWiggins, informa que a procura de acoplamento de folhas, que per- péis com brilho iridescente, que
vem crescendo a cada ano nesse ni- mite ao cliente receber os papéis es- também podem ser usados para re-
cho. Revestimentos da linha Curious peciais já empastados em cartão, ou vestimento de embalagens.

“A barreira do custo ainda existe, mas presa que oferece filmes de hot stamping
mesmo fabricantes de produtos de preço e outros acabamentos especiais para o
final relativamente baixo se mostram mercado de embalagens.
cada vez mais dispostos a apostar no im-
pacto visual de um acabamento metaliza- “Privilégio” de muitos
do”, diz Ana Paula Martins, profissional O ramo de higiene pessoal pode ser cita-
de marketing da Brasilcote, um dos prin- do como uma amostra dessa espécie de
cipais fornecedores de papéis metaliza- anseio coletivo por um pouco de requin-
dos do país, com forte atuação no merca- te. Mesmo que incomum entre marcas de
do de embalagens. combate, a utilização de efeitos brilhan-
Para conquistar definitivamente esse tes em produtos como xampus e condi-
nicho, e assim fazer deslanchar o setor, as cionadores deixou de ser exclusividade
empresas que lidam com acabamentos e de embalagens voltadas aos chamados
embalagens brilhantes também lutam happy few. Exemplo recém-chegado nas
para romper a idéia de que empobrecer a prateleiras é a nova linha de tratamento
apresentação é uma forma de aumentar as capilar Elsève Liss-Intense, da L’Oréal.
vendas em tempos de vacas magras. “A Do tipo auto-adesivo e com aparência
procura por nossos serviços aumenta à transparente (no label look), os rótulos do
medida que as empresas se dão conta de produto se destacam por amplas aplica-
que até consumidores de baixo poder ções de hot-stamping, além de uma logo-
aquisitivo procuram aspectos visuais li- tipia dourada da marca L’Oréal. O acaba-
gados à idéia de sofisticação”, fala Rod mento ficou a cargo da FRM, que na área
Abbamonte, diretor da FRM Brasil, em- de perfumes também acaba de participar

out 2003 • EMBALAGEMMARCA – 15


do projeto de embalagem da Colônia Na linha Elsève Liss-Intense, no
Classic, de O Boticário. Além de efeitos label look abusa de hot stamping.
Abaixo, brilho prateado nos cartu-
prateados no cartucho de papel cartão, o
chos e tampa plástica recoberta por
produto conta com tampa plástica reco- filme com aparência de madeira
berta por um filme opaco, detalhe que
confere charmosa aparência de madeira
ao fechamento.

Rótulos também aproveitam


Mas é o segmento de bebidas alcoólicas o
que talvez dimensione com mais fidelida-
de a crescente democratização dos acaba-
mentos brilhantes no mercado de embala-
gens. Produtos como catuabas, conha-
ques e outros drinques à base de aguar-

STUDIO AG
dente e algumas marcas de vinhos de
maior giro compartilham em número

Metalizados não são mais bicho-papão nas gráficas


Os profissionais gráficos, cujas res- Sografe, gráfica que, segundo seus grande bicho-papão das impressões
salvas quanto a projetos envolvendo registros, foi a primeira a imprimir nesse tipo de material, ele explica
laminados metalizados já foram vis- embalagens metalizadas no Brasil. que o surgimento de novas gera-
tas como um obstáculo ao cresci- “Começamos a trabalhar com esse ções de tintas UV, que podem ser
mento desse tipo de material no tipo de material na década de 70, expostas a lâmpadas especiais para
mercado de embalagem, têm se quando recebíamos laminados me- acelerar a secagem, e de tintas oxi-
mostrado receptivos à diversificação talizados pouco resistentes e des- dativas, que secam em contato com
da oferta nacional de filmes e papéis providos de tratamentos”, relembra o ar, tem evitado grande parte dos
no setor. “Antigamente, era preciso Meyer. problemas. “É claro que quem não
revisar o laminado antes mesmo Quanto à dificuldade de absorção tem experiência pode se complicar,
dele ir para a máquina”, afirma To- da tinta na superfície metalizada, mas de uma maneira geral a evolu-
bias Meyer, gerente de produção da que acabou se transformando no ção dos processos facilitou nosso
trabalho”, conclui o gerente da
STUDIO AG

Sografe.
Outro depoimento que corrobo-
ra a melhora de qualidade dos
substratos metalizados no Brasil
é dado por André Victor, da grá-
fica Congraf, que fornece cartu-
chos brilhantes para diversas
empresas do ramo de cosméti-
cos, como Sara Lee, Contém 1g
e Impala. Ele lembra que atual-
mente o material já é fornecido
com primes, de modo que as
gráficas não precisam mais se
preocupar com aplicação de ver-
nizes, nem com outros tipos de
tratamento pré-impressão. “Tam-
bém temos notado que os car-
tões metalizados deixaram de
apresentar problemas de delami-
nação, que antes eram freqüen-
tes”, fala Victor.

16 – EMBALAGEMMARCA • out 2003


crescente o sonho dourado das embala-
gens brilhantes.
“A diferença de preço entre um rótulo
em papel couché e um rótulo metalizado
é irrisória quando comparada ao custo to-
tal do produto e aos resultados que pode
gerar nas gôndolas”, defende Roberto
Gasparini, diretor comercial da Novel-
print, fornecedora de rótulos auto-adesi-
vos que nos últimos anos tem ampliado a
oferta de alternativas metalizadas.

Bebidas alcoólicas na frente


Prova de que esse discurso já é acolhido
pelos fabricantes de bebidas é o sistema
Marcas como
de decoração da garrafa do vinho Chali- Chalise, com
se, que é fabricado pela Vinícola Salton e rótulos produzidos
conta com rótulo metalizado impresso em com papel
Metalcote,
papel Metalcote, uma das marcas da linha da Brasicote, e
de papéis metalizados da Brasilcote. Ou- Piagentini, que
tro caso interessante na área foi o lança- adotou auto-ade-
sivos da Indexflex,
mento, no final do ano passado, da nova demonstram força
linha de vinhos e espumantes da Piagen- do brilho nas
tini. Para demarcar a entrada no segmen- gôndolas de vinhos
to de bebidas finas, os produtos adotaram
uma extensa linha de rótulos auto-adesi-
vos metalizados da Indexflex. O esmero
no acabamento é tal que as impressões
douradas e prateadas dos logotipos “se
assemelham a aplicações de hot-stam-
Rótulos metalizados demarcaram território estratégico no merca-
ping”, nas palavras de Flávio Piagentini, do de ices, onde brigam com transparentes e termo-encolhíveis
diretor de marketing da vinícola.
A explosão das marcas de bebidas ice
também vem se revelando profícua para
os rótulos metalizados. Produtos como
Velho Barreiro Caipirinha Ice, produzido
pela IRB (Grupo Tatuzinho – 3 Fazendas)
e decorado com rótulos da Novelprint,
Johnnie Walker One, da Diageo, e Tea-
cher’s com Guaraná, da Allied Domecq,
são alguns exemplos de que a estrela do
acabamento metalizado está brilhando na
categoria.

Nem todos percebem benefícios


FOTOS: DIVULGAÇÃO

Mas os argumentos de venda desse tipo


de auto-adesivos nem sempre chamejam
como gostariam as empresas que ofere-
cem o diferencial. O departamento de
marketing da Prodesmaq, fornecedora
dos rótulos do Johnnie Walker One e do
Teacher’s com Guaraná, lembra que, em-

18 – EMBALAGEMMARCA • out 2003


Alimentos também resplandecem
Se em mercados como o de cosméticos e perfumes as apli-
cações brilhantes são normalmente empregadas sob o prin-
cípio da sedução visual, na área de alimentos o aspecto da
proteção costuma falar mais alto. Isso não significa, porém,
que a aparência das embalagens metalizadas não tenha fun-
ção mercadológica nesse setor.
"Além da excelência em temos de barreira, o uso de folhas
de alumínio gera um sensível destaque na aparência dos
produtos", diz Otávio Carvalheira, gerente-geral da divisão
de flexíveis da Alcoa, empresa que fortaleceu sua estratégia
brasileira nessa área no final de 2000, quando adquiriu a
Itaipava, um dos principais fabricantes nacionais de embala-
gens flexíveis.
Desde então, a Alcoa vem pondo em prática uma estratégia
de follow sourcing, atendendo no Brasil fabricantes que já
são fornecidos nos Estados Unidos. Exemplos podem ser
vistos em alguns candies da americana Hersheys. Ou-
tros importantes clientes da divisão de flexíveis no
Brasil são a Garoto, cujo chocolate Batom é vendido
em folhas submetidas a processos de gofragem, além
da linha de caldos Maggi, da Nestlé, que utiliza o material la-
minado a substratos celulósicos como embalagem primária.

bora as alternativas metalizadas possam nais gráficos, como observa que quem
ser mais baratas do que os rótulos feitos não se adaptar às exigências pode perder
em filmes transparentes ou termo-enco- irrecusáveis oportunidades. “Não é mais
lhíveis, poucos usuários se mostram dis- concebível evitar esse tipo de projeto em
postos a investir no diferencial. “Muitas função da exigência de técnicas e proces-
empresas ainda associam o recurso ao au- sos produtivos mais complexos”, ele diz,
mento de custo e acabam não explorando com o know-how de quem já produziu
seus benefícios”, avalia a empresa. cartuchos com aplicações de hot-stam-
Apesar disso, gráficas e convertedores ping prateado na famosa linha de cosmé-
de embalagem vêm investindo cada vez ticos anti-sinais Renew, da Avon.
mais em novas tecnologias produtivas
voltadas a projetos e aplicações brilhan- Nova tecnologia de metalização
tes, num movimento que tem ajudado a Não por acaso, o movimento de con-
balizar o crescimento desse mercado. vertedores e gráficas rumo ao mercado de
“Alternativas como o UV a frio e os pro- embalagens brilhantes tem ocorrido em
cessos de secagem química têm se mos- sintonia com a crescente oferta de papéis
trado eficientes para resolver os eventuais metalizados para o mercado de rótulos e
problemas de impressão das embalagens cartuchos. Prova das novas alternativas
metalizadas”, diz Gilson Peixe, diretor de de provimento irrompe na trajetória da
vendas da Igel, convertedora do Sul do Málaga Papéis Metalizados, um dos prin-
país que atualmente imprime cartuchos cipais nomes do setor, ao lado da Brasil-
laminados com papéis e filmes da Brasil- cote. Surgida em 1962 como fabricante
cote para produtos como perfumes e cre- de lantejoulas e outros artigos carnavales-
mes dentais branqueadores. cos, a empresa entrou no ramo de emba- Cartucho de
Bernardo Senatro Neto, da paulista lagens em 1999. anti-sinais da Avon
Bergraf, não só lembra que os acabamen- Numa demonstração de que a abertura tem aplicações
prateadas feitas
tos brilhantes e metalizados deixaram de de leque foi compensadora, a Málaga pela Bergraf
ser uma dor-de-cabeça para os profissio- acaba de colocar em operação uma la-

20 – EMBALAGEMMARCA • out 2003


queadora que metaliza estruturas cartona- DIVULGAÇÃO Embalagem de
celular produzida
das em alto vácuo. Dessa maneira, dis-
pela Lingraf com
pensa-se a etapa de laminação do filme papel metalizado
ou do papel metalizado. “Além de reduzir da Málaga:
custos e prazos, essa tecnologia viabiliza microondulado
também ganha
a metalização de cartões com gramaturas com brilho
mais baixas”, explica Simone Málaga,
executiva da empresa, acrescentando que
a intensidade do brilho pode ser trabalha- Alcoa
da de acordo com o projeto que se pensa (11) 3741-4939
www.alcoa.com.br
desenvolver.
Somadas ao aumento de oferta, novi- Bergraf
(11) 4241-6060
dades como essa podem, segundo ela, in-
bergraf@uol.com.br
jetar novo ânimo no setor. “Esperamos tre outros objetivos, identificar embala-
que o processo de substituição das impor- gens feitas de acordo com as legislações Bracelpa - Associação
Brasileira de Celulose e Papel
tações de papéis e cartões metalizados ambientais, verifica-se o surgimento de (11) 3885-1845
por produtos nacionais seja acelerado”, novas alternativas de material em harmo- www.bracelpa.org.br
diz Simone. Entre os exemplos que já de- nia com a preocupação ecológica.
Brasilcote
monstram essa migração, ela cita a emba- Merecedor de menção é o filme de (11) 4360-6221
lagem de um dos telefones da linha Baby, acetato de celulose da UV Pack Acaba- www.brasilcote.com.br
da antiga Telesp Celular. Produzido com mentos Especiais, empresa que oferece
Congraf
papel cartão metalizado da Málaga lami- grande variedade de aplicações com bri- (11) 5563-3466
nado sobre um cartucho de papelão mi- lho e metalização, incluindo hologramas www.congraf.com.br
croondulado da Lingraf, o produto foi de segurança e um diversificado portfólio
FRM Brasil Comercial
agraciado no ano passado com o prêmio de aplicações em relevo. Abaixo, o pro- (11) 6914-6336
Fernando Pini de Excelência Gráfica. duto aparece recobrindo cartuchos de- frm@frmbrasil.com.br
monstrativos produzidos sobre fundo me-
Igel
Fim do temor ecológico talizado e decorados com aplicações de (51) 3041-8300
Outro argumento em favor das aplicações hot-stamping preto com relevo seco e www.igel.com.br
metalizadas no mercado de embalagens hot-stamping holográfico. “A principal
Indexflex
reside no desligamento da pecha ambien- matéria-prima do filme é a celulose, um (11) 3611-7100
talmente incorreta que já chegou a ser as- recurso natural renovável, obtido de flo- indexflex@indexflex.com.br
sociada a esse tipo de acabamento. Além restas plantadas”, destaca Andréa Prado, Lingraf
dos cartonados metalizados estarem aptos responsável pelo marketing da UV Pack. (11) 6525-9800
a receber o selo Papel Cartão para Emba- Além de inquestionável prova de que www.lingraf.com.br
lagem, criado pela Bracelpa (Associação os efeitos metalizados e brilhantes se Málaga Papéis Metalizados
Brasileira de Celulose e Papel) para, en- consolidam como uma maneira charmosa (11) 3601-4360
de atrair atenções na gôndola, a varieda- www.malapm.com.br
Cartuchos metalizados recobertos
por filmes de acetato de celulose: de de opções envolvendo esse tipo de Novelprint
matéria-prima renovável
acabamento dá razão a uma conhecida (11) 3768-4111
máxima. No mundo das embalagens, de- www.novelprint.com.br

finitivamente, nem tudo o que reluz é Prodesmaq


ouro. Mas para quem é do ramo esse afo- (19) 3876-9300
rismo não precisa ser interpretado como www.prodesmaq.com.br

alerta contra falsas aparências. É muito Sografe


mais um lembrete: “Seja para aumentar a (11) 5522-4655
sografe@terra.com.br
proteção ou gerar um novo fator de deci-
são de compra, os produtos e suas apre- UV Pack Acabamentos Especiais
sentações tendem a demandar um núme- (11) 3641-1055
www.upackacabamentos.com.br
ro cada vez maior de aplicações brilhan-
STUDIO AG

tes”, arremata Bernardo Senatro Neto, da VSP Papéis Especiais


gráfica Bergraf. (11) 3611-9090
designofficepub@uol.com.br

22 – EMBALAGEMMARCA • out 2003


making of

Alvo externo
Design internacional faz energético
chileno ganhar “frasco-projétil”

reqüentemente o design é apontado como

F uma das áreas em que o Brasil tem tudo


para se destacar no motor da globalização
econômica. Essa visão parece ser proce-
dente não apenas ao se considerar o design de produ-
tos, como roupas ou móveis, mas também – por que
não? – os projetos de embalagens. Um bom exemplo
é dado pela DIL Brands. Desde que se internacionali-
zou, em 1996, estendendo seus dotes a clientes chi-
lenos e argentinos, a agência já amealhou mais de
3 000 serviços. Entre eles, um de recente im-
pacto, que mostra o potencial para se trabalhar
com criatividade em outros mercados, foi fei-
to para a subsidiária chilena da Nestlé. Com formato de bala,
A empresa decidiu entrar no nicho de bebidas embalagem consiste
num frasco plástico
energéticas naquele país através de sua marca Bliss. decorado com um rótulo
No entanto, como aqui, a chancela Bliss é familiar a termo-encolhível.
iogurtes e outros produtos lácteos frescos, o que pesou Abaixo, o frasco despido
e sua planta técnica
para se afastar a hipótese inicial de se utilizar a mes-
ma garrafa plástica dos iogurtes no projeto do energé-
tico. Ganhou força, assim, a idéia de criar uma emba-
lagem exclusiva e diferenciada, e foi aí que a DIL
Brands entrou no jogo.

Conceito expresso

62.74
Partindo da premissa de que a embalagem deveria ex-
pressar o conceito de “energia” – afinal, o nome esco-
lhido para o produto foi Bliss Energy –, a equipe da
agência gerou diversas formas associadas à palavra
utilizando modelagens através dos softwares de reali-
dade virtual Maya e Alias Studio. Assim, o cliente po-
deria visualizar cada modelo com alto realismo. “No
início, não sabíamos a qual tipo de embalagem recor-
159.18

rer, já que o segmento de bebidas energéticas se carac-


teriza por latas de 200ml ou 250ml de pequeno cali-
126.95

bre”, conta Fernando Muniz Simas, gerente geral para


Argentina e Chile da DIL Brands.
Dos modelos criados foram pinçadas três opções,
submetidas posteriormente a pesquisas em focus
FOTOS: DIVULGAÇÃO

groups. Numa triagem, sobressaiu o conceito da bala


de revólver. Escolha feita, a agência se debruçou sobre
8.15 7.74

o desenvolvimento industrial da embalagem, em con-


54.00
tatos constantes com convertedores, e sobre os deta-

24 – EMBALAGEMMARCA • out 2003


lhes do design gráfico. Quanto ao primeiro quesito, a
fornecedora chilena BurgoPlast fez o modelo escolhi-
do tomar corpo em um frasco de polietileno de alta
densidade, conjugado a uma tampa em polipropileno
cuja cor remete ao chumbo das cápsulas dos projéteis.
A decoração da peça plástica rendeu um episódio
crucial. Ocorre que a equipe da DIL Brands conside-
rou que um rótulo termo-encolhível geraria grande
apelo à embalagem, mas não sabia se o filme retrátil
iria se amoldar ao seu desenho singular. “Acreditáva-
mos que haveria dificuldade em conseguir um encai-
xe perfeito do filme com a tampa, e precisávamos sa-
ber se o rótulo teria contração suficiente para o deta-
lhe da base, um anel típico das balas”, lembra Simas.
Testes feitos com rótulos de PVC da Edelpa, impres-
sos em seis cores mais o branco, aprovaram a idéia. Modelos alternativos para a embalagem do energético,
Nos detalhes gráficos gravados no rótulo, a marca criados digitalmente com o auxílio dos softwares Maya
Bliss ganhou um formato menor que o utilizado habi- e Alias Studio, foram descartados após pesquisas

tualmente, e na cor preta. Para casar com esse deta-


lhe, o logotipo da Nestlé ganhou tonalidades simila-
res. Na finalização do trabalho, a DIL Brands realizou
diversas provas de cores, a fim de reproduzir com o
DIL Brands
máximo possível de fidelidade as cores associadas a (11) 4191-9711
uma bala de verdade. www.dilbrands.com
flexíveis

Agora o trem vai?


Stand-up pouch ainda briga por maior aproveitamento no Brasil
Por Guilherme Kamio
m meados de 1968, um dire- balagem, hoje sob o nome genérico de

E tor de uma fábrica francesa


de máquinas de envase,
Louis Doyen, obteve a paten-
te de um invento que, ele imaginava, ti-
stand-up pouch, ou “bolsa que fica em
pé”, em tradução livre do inglês, avança
mundo afora como uma locomotiva nas
gôndolas dos supermercados, ora vestin-
nha tudo para dar certo. Registrado do novos produtos, ora substituindo ou-
como doypack, uma abreviação de Do- tras apresentações.
FOTOS: STUDIO AG

yen Pack, o objeto consistia num envol- Para se ter idéia, a consultoria
tório flexível de baixo custo que, por ter Packaging Strategies estima que, de
uma base sanfonada, conseguia manter- 2001 a 2006, o consumo mundial dessas
se em pé. O francês tinha razão. Sua em- embalagens saltará de 11 bilhões para
mais de 24 bilhões de unidades. Além da
estatística, o momentum favorável ao
stand-up pouch, ou SUP, como também
é conhecido no jargão industrial, fica
evidente ao se observar que ele vem
conseguindo sair de seus mercados cati-
vos, os de alimentos e de bebidas, para
conquistar novas searas – entre elas, as
de limpeza doméstica, higiene pessoal,
cosméticos, produtos automotivos e até
do setor farmacêutico.
Isso ocorre não apenas substituindo,
com perceptível valor agregado, outros
tipos de saquinhos plásticos. O stand-up
pouch a cada dia angaria simpatizantes
entre itens tradicionalmente identifica- to unitário se comparado a determinadas Maionese em
stand-up pouch
dos com recipientes como os cartuchos embalagens rígidas ou semi-rígidas, o
encontra grande
de papel-cartão, potes de vidro e latas. stand-up pouch tem grande apelo pela receptividade
“Além de ser atraente em termos de cus- visibilidade que propicia nas prateleiras principalmente na
com sua exposição vertical”, afirma região Sul do país.
Apesar da apresen-
Márcia Rodrigues, da área de desenvol- tação um tanto
vimento de mercado da Itap Bemis. curiosa, com furos
Sérgio Angelucci, diretor comercial para gancheiras,
temperos também
de outra grande convertedora, a Embala- representam
gens Flexíveis Diadema, adiciona que o mercado de bom
SUP pode ser trabalhado sob diversos potencial para os
SUPs
formatos e volumes e acoplar zíperes,
válvulas ou um canudo interno, o que ga-
rante o consumo prático e fracionado de
produtos. “É uma embalagem sintoniza-
da com os novos hábitos de vida, conve-
niente e também segura, uma vez que
pode atender aos mais variados requisi-
tos de conservação”, ele ressalta. “Ade-
mais, vale dizer que o SUP implica numa
logística ‘amigável’, pois permite amplo
aproveitamento de espaços no transporte
e na estocagem”, lembra Maristela Si-
mões de Miranda, diretora comercial da
produtora de máquinas Maqplas.

Benefícios em série
“Costumamos dizer que o stand-up
pouch não é barato, mas sim econômico,
pois mesmo que se pague por ele um
pouco mais do que por outra embala-
gem, ganha-se em custos industriais, em
design, em percepção de valor pelo con-
sumidor”, define Alan Baumgarten, di-
retor da Tradbor, empresa que vende o
serviço de produção de SUPs a muitos
convertedores, os quais podem, assim,
concentrar-se em suas vocações, ou seja,

out 2003 • EMBALAGEMMARCA – 27


Previsão: consumo de stand-up pouches no Brasil*
Segmento 1995 1998 2000 2002 2005
Temperos e condimentos 12 000 17 000 38 000 57 050 68 973
Alimentos secos/Arroz 12 040 21 110 28 810 45 580 46 080
Maionese 21 670 60 200 74 650 86 690 95 359
Molhos/Conservas – 4 000 5 600 8 800 9 240
Café 24 100 46 860 50 860 64 286 75 197
Chocolate/Confeitaria 13 240 16 200 13 200 16 200 18 826

FONTE: ITAP BEMIS *EM UNIDADES (X 1 000)


Snacks – 14 500 14 900 15 600 16 536
Limpeza doméstica – – 4 600 9 000 9 504
Higiene pessoal 1 000 5 150 19 300 43 824 48 206
Pet food – – 48 280 114 300 131 445
Retort pouch – – 1 000 4 700 38 000
Bebidas – – – 15 000 206 200
Outros 4 000 11 000 24 500 37 400 39 284

Total 88 050 196 020 323 700 518 330 802 850
a laminação e a impressão de filmes. SUPs, na primeira metade dos anos 90,
É esse rol de benefícios que vem le- enfrentaram problemas estruturais e de-
vando, há praticamente uma década, a voluções dos supermercados. “Houve
explosão do stand-up pouch no país ser muitos projetos descuidados no início”,
seguidamente alardeada como inevitá- conta Márcia Sato, da área de desenvolvi-
vel. Até agora, porém, trata-se de um ato mento de mercado do escritório local da
que ainda não saiu dos ensaios. A bem Alusa, convertedora chilena que busca
da verdade, o número de SUPs nas lojas abrir o mercado nacional para a solução,
tem crescido nos últimos anos. “Mas uma coqueluche em seu país de origem.
essa presença já poderia ser bem maior”,
atesta Mauro Kernkraut, diretor comer- Receio pesa
cial da Terphane, produtora de filmes de Márcia rememora que muitos pouches Previsões dão
conta de que
poliéster, material importante na compo- delaminavam, foram usados sistemas de
haverá crescimento
sição da estrutura dos stand-up pouches, abertura falhos na área de sucos e houve do uso de stand-up
lembrando que em outros países, mesmo até falta de oferta à época. “Outro pro- pouches no país
em vizinhos sul-americanos, esse siste- blema é que em muitos casos os varejis- mesmo em
segmentos nos
ma de embalagem “já virou o padrão em tas instituíram para os itens em SUPs quais já existe
certos segmentos de mercado”. preços similares ou até maiores que os razoável
Num uníssono, as empresas ligadas à das versões em outras embalagens, o que aproveitamento
dessas embala-
conversão de flexíveis entendem que o criou uma visão distorcida dos pouches gens, como
principal motivo para essa difusão no mercado.” o de pet food
aquém da esperada é o cenário econômi-
co desfavorável dos últimos anos, que
tem freado os investimentos. “Por isso,
as vantagens do stand-up pouch ficam
mais claras para um produto novo, e não
na substituição de uma outra apresenta-
ção, o que implica numa troca de linha
de embalagem”, explica Márcia Rodri-
gues.
Outros aspectos também são lembra-
dos pela profissional da Itap Bemis. Um
deles é o “histórico desfavorável do
stand-up pouch por aqui”. Ocorre que os
primeiros produtos comercializados em

28 – EMBALAGEMMARCA • out 2003


Fechamos
sempre ótimos
DIVULGAÇÃO

Tais fatores ajudaram a


criar certo receio em relação ao
stand-up pouch no país. No en-
tanto, a cadeia de produção e
negócios.
fornecimento dos SUPs não
quer jogar a toalha. Segundo
ela, agora, sem alarme falso, o
stand-up pouch tem tudo para
vivenciar uma curva ascenden-
te. “Creio que é o típico caso
em que a oferta vai multiplicar
a demanda, ou seja, o consumi-
dor fatalmente será seduzido a
partir da disponibilidade de
produtos nessa apresentação,
que irá se avolumar no varejo”,
diz Angelucci, da Diadema.
Esse vaticínio, assinado
embaixo pelos profissionais
ouvidos, não está sendo feito
ao acaso. Primeiramente, con-
corre para ele a expectativa de
uma melhora econômica, já
que o próprio presidente Lula
sinalizou recentemente o “fim
do tempo de vacas magras”.
Na Europa, os Outro ponto para sustentar esse oti-
stand-up pouches mismo relaciona-se aos bens de capital
vêm progressiva-
mente conquistando
necessários à utilização dos SUPs. “Não
novos mercados, há mais dependência exclusiva de equi-
como os de pamentos importados, antes acessíveis TAMPAS 38 MM
cosméticos, higiene A Alcoa tem sempre a solução que a sua empresa
apenas às grandes companhias”, informa
pessoal, bricolagem precisa para o lacre de embalagens plásticas (PET,
e o farmacêutico José Marcos de Souza, gerente de mar-
PVC, PEAD e PP) e embalagens de vidro, em diver-
keting da G.D do Brasil, uma das empre- sos segmentos, como alimentício, temperos,
sas que vêm se movimentando para faci- bebidas, alcoólicos, farmacêutico e químicos.
litar o acesso do empresariado às máqui- 38 MM EXTRA LOK
nas para a produção e o envase do stand- • Bebidas sem gás
envasadas a quente ou a frio.
up pouch (veja quadro). “Como o país já • Lacre Anti-violação.
reúne todos os requisitos técnicos para • Pode ser fornecida
produzir SUPs de alta qualidade e os fa- com ou sem vedante.
bricantes estão se organizando para faci- 38 MM DOUBLE LOK
litar o investimento das empresas que
• Duplo sistema 0800 12 3727
de travamento, www.alcoa.com.br
querem adotar o conceito, a expectativa com maior segurança. Fone: 4195.3727 Ramais:
Luiz Mello: 2315
é muito positiva”, resume Kernkraut. • Para bebidas com gás, Marijosy Silva: 2327
fornecida sempre com vedante. Fábio Spinola: 2336
Salto em todas áreas
De modo detalhado, um estudo realizado
pela Itap Bemis prevê que no período de
2002 a 2005 haverá um crescimento de
TOTALITY

55% no volume de stand-up pouches uti-


lizados no Brasil, num salto de 518,330
milhões de unidades produzidas para
Oferta de máquinas cresce e se diversifica
Fabricantes e distribuidores de máquinas de embalagem Foligati, da área de marketing e comércio exterior da em-
também vêm sinalizando o potencial do stand-up pouch presa. O modelo, que ocupa um espaço reduzido, produz
como negócio. Isso fica claro pelas novidades que têm até oitenta pacotes por minuto e possui um exclusivo
invadido o mercado, sejam elas do tipo form-fill-seal sistema de aplicação de zíper e Eurolock, desenvolvido
(FFS), que formatam, pela própria Masipack. “Desde o seu lançamento, no iní-
enchem e fecham as cio do ano, já vendemos trinta unidades, sendo que de-
embalagens, sejam zesseis delas para exportação”, conta Patrícia.
de corte e solda, que Já na área de equipamentos para corte e solda, a
produzem a embala- Hudson-Sharp lançou re-
gem e a deixam pron- centemente a SUP 750, má-
ta para o envase pos- quina 100% nacional para a
terior. produção de 80 a 140 pou-
No lado das marcas importadas, a G.D do Brasil iniciou ches por minuto, com ou
recentemente a produção nacionalizada do modelo SP- sem zíper. “O equipamento,
220, do tipo FFS, de uma de suas marcas representadas, servo-acionado, é de fácil
a espanhola Volpak. Segundo o gerente de marketing set-up, processa filme em
José Marcos de Souza, já existem cinco unidades sendo plano único e possui desbobinador com eixo motoriza-
fabricadas aqui para clientes locais, e já se planeja a pro- do”, destaca Flávio Antiqueira, da área de vendas inter-
dução de um modelo para o processamento de pouches nacionais da empresa, que tem comemorado o fatura-
retort. “Com a isenção de taxas de importação e as pos- mento com as exportações. Quem também tem vendido
sibilidades de financiamento, nossa meta é vender no um bom número de máquinas para stand-up pouches
mínimo cinco unidades por ano”, ele diz. Flexibilização para o exterior é a Maqplas, que afirma ser a pioneira em
do pagamento também é brandida pela Carlos Wanderley máquinas servo-motorizadas no Brasil e que tem na CSP
& Filhos, que já instalou no país vinte unidades de outra UP 600 a vedete em sua carteira para a produção de
grife espanhola de renome na área de SUPs. Conforme explica sua diretora comercial, Mariste-
FFS para SUPs, a Bossar. “Uma melhora la Simões de Miranda, “é uma máquina de duas pistas,
dos juros deverá estimular o investimen- capaz de produzir até 140 unidades por minuto e aplicar
to nesse tipo de máquina, de alta sofisti- zíper”. Para necessidades de produção menores, a Maq-
cação”, acredita Fausto Alberto, enge- plas oferece uma
nheiro de vendas da distribuidora. versão de pista úni-
Por sua vez, as fábricas nacionais tam- ca, para fechar até
bém estão investindo em máquinas para 70 SUPs por minuto.
SUPs. Na área de FFS, uma novidade é a “É um modelo bem
Ultra-Pouch, da Masipack. É a primeira acessível ao merca-
máquina do tipo FFS para stand-up pouches com cons- do nacional”, afirma
trução vertical de que se tem notícia, segundo Patrícia Maristela.

802,850 milhões. Segundo estimativas mento dos SUPs a quente com a esterili-
desse trabalho, até mesmo os segmentos zação de produtos em processo de auto-
nos quais o stand-up pouch já encontra clave. “É uma tecnologia ainda crua no
boa receptividade, como os de pet food, Brasil, que dá os primeiros passos em
maioneses e cafés, irão escorar o aclive pouches de rações úmidas para gatos”,
(veja o gráfico na página anterior). comenta Márcia Rodrigues. “No exte-
Interessante, contudo, é notar a previ- rior, o retort vem se espraiando para a
são de um salto vigoroso para o merca- área de pescados em conserva, substi-
do de bebidas, no qual o aproveitamento tuindo latas, um tipo de aplicação que
de SUPs é ainda ínfimo. Além disso, os tem tudo para dar frutos no Brasil”, re-
FOTOS MÁQUINAS: DIVULGAÇÃO

fabricantes antevêem o crescimento dos vela Kernkraut.


pouches retort, termo que define um Menos intrincada, a utilização so-
processo em ascensão no mundo todo. mente do enchimento a quente (hot fill),
Voltado especialmente ao acondiciona- de especial apelo para produtos com aci-
mento de produtos não-ácidos, esse pro- dez elevada, como frutas, geléias e ato-
cesso consiste na combinação do enchi- matados, também possui campo aberto

30 – EMBALAGEMMARCA • out 2003


por aqui, pois ainda se restringe ao enva- horizontes para o stand-up pouch. Nos
se de algumas bebidas. “Temos a con- mercados estrangeiros, os SUPs vêm ga-
vicção de que esse processo puxará um nhando simpatia e confiança através
boom no mercado de atomatados, com de novas aplicações, como a
SUPs substituindo latas e cartonadas as- capacidade de irem ao forno de
sépticas”, destaca Márcia Sato, da Alu- microondas para aquecer mo-
sa, propondo um cotejo com que aconte- lhos e alimentos, o acondiciona-
ce no Chile: lá, perto de 70% dos atoma- mento de papinhas infantis,
tados são vendidos em stand-up pou- xampus, soluções intravenosas
ches. hospitalares e cremes para a pele,
entre outras.
Desembarque high-tech São tendências que podem con-
À frente, outra tecnologia em franco de- templar em breve os consumidores
senvolvimento mundial para SUPs, e nacionais. “Imaginamos que, como
que por enquanto ainda não deu as caras o SUP está demorando mais para ga-
no Brasil, é o enchimento asséptico. nhar mercado aqui do que no exterior,
Nela, produtos esterilizados são envasa- talvez no Brasil consigamos queimar
dos em stand-up pouches em ambiente etapas”, sugere Angelucci. O que se des-
controlado, permitindo que se conser- carta, definitivamente, é a noção de que
Home care (acima) é
vem por longo tempo em temperatura os stand-up pouches não decolam no mercado promissor
ambiente, à guisa das caixinhas longa país porque o brasileiro não aprova a para SUPs no país,
vida. “É uma promessa para o acondi- embalagem por questões culturais. assim como o de
atomatados (no lado
cionamento de leites e demais produtos “Existem barreiras mercadológicas,
oposto da página)
lácteos”, opina Kernkraut, da Terphane. mas não de aceitação. O stand-up pouch
Todos esses aportes tecnológicos têm também enfrentou certa resistência ini-
um reflexo claro: a abertura de novos cial nos Estados Unidos, onde hoje cres-
ce a passos largos”, define Kernkraut.
“Para haver crescimento aqui, é preciso
Alusa
‘vender’ bem a solução, ou seja, utilizá-la (11) 5093-6511
adequadamente como ferramenta para www.alusa.cl
agregar valor e alavancar um melhor po- Carlos Wanderley e Filhos
sicionamento dos produtos”, entende (11) 3812-2577
DIVULGAÇÃO

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32 – EMBALAGEMMARCA • out 2003


internacional

O pior já passou
Feiras argentinas renovam expectativa de recuperação econômica
Por Leandro Haberli, especial de Buenos Aires

e na edição de 2001, quando a Argentina estava em

S meio ao colapso econômico que culminaria meses mais


tarde com panelaços e renúncia presidencial, as feiras
conjuntas Envase e Alimentek fizeram jus ao posto de
mais importante encontro sul-americano da cadeia de embalagem e
de máquinas de processamento de alimentos e bebidas, atrás apenas
da brasileira Fispal, não seria num momento de expectativa de re-
cuperação que tais eventos desapontariam. E foi exatamente a es-
perança de um panorama econômico mais ameno a grande marca
de Envase 2003 e Alimentek 2003, realizadas em Buenos Aires, en-
tre 22 e 26 de setembro último.
Organizadas bienalmente pelo Instituto Argentino del Envase,
em conjunto com a União Latino-Americana de Embalagem (Ula-
de), as feiras transcenderam neste ano o saldo positivo representa-
do pelo acréscimo do número de visitantes e expositores. Melhor:
não se resumiram a uma descomunal desova de lançamentos – em-
bora não se ouvissem queixas de uma atípica falta de novidades en-
tre as mais de 40 000 pessoas que circularam
pelos cinco pavilhões e 23 000 metros
quadrados do Centro Costa Salguero,
onde os eventos tiveram vez.
Sobretudo para os expositores
brasileiros – que, apoiados pela Ajuda para chegar lá
Abre (Associação Brasileira de Chefe do Setor de

DIVULGAÇÃO
Embalagem), compareceram Promoção Comer-
em número maior do que se cial e Turismo da
Embaixada do Brasil
costuma notar nas feiras inter- em Buenos Aires,
nacionais do setor –, os eventos Benoni Belli tem en-
argentinos acabaram valendo tre suas principais
funções a coordena-
pela demonstração de que,
ção do fornecimento
apesar dos problemas de informações a
conjunturais, o país vi- empresários brasi-
leiros interessados
em exportar para a
Argentina. Baseado em balanços recentes sobre
o fluxo comercial entre os dois países, ele fala
nessa entrevista a respeito do impacto da crise ar-
gentina nas vendas brasileiras para o país vizinho,
além de comentar a importância do setor de em-
balagens no comércio bilateral entre as duas
maiores economias do Mercosul.

Como tem sido nos últimos anos a evolução


do intercâmbio comercial entre o Brasil e a Ar-
gentina?
O Brasil tem tido sucessivos déficits na balança

36 – EMBALAGEMMARCA • out 2003


zinho abriga diversas oportunidades para a cadeia de embalagens.
comercial com a Argentina desde 1995. No entan-
Para muitos, mesmo que a retomada só ocorra em médio prazo, to, a corrente global de comércio, que é um bom
a Argentina é desde já um potencial mercado consumidor de emba- indicador do dinamismo das transações econômi-
lagens brasileiras. Isso porque, menos por animadores índices de co-comerciais, chegou em 1998 (considerado o
melhor ano desde o início do Mercosul) a quase
consumo e mais pela falta de crédito, o parque industrial do país 15 bilhões de dólares. Naquele ano, exportamos
opera muito próximo de sua capacidade máxima. 6,7 bilhões de dólares para a Argentina e importa-
“Isso pode representar a necessidade de importar produtos finais mos 8 bilhões de dólares. Desde então, houve
uma queda sensível no comércio bilateral, mas o
para suprir a demanda interna”, lembra Benoni Belli, chefe do Se- ano de 2002 foi claramente o pior. Não apenas ti-
tor de Promoção Comercial e Turismo da Embaixada Brasileira na vemos o maior déficit registrado na balança com a
Argentina. Personagem da entrevista publicada no decorrer desta Argentina, da ordem de astronômicos 2,4 bilhões
de dólares, como a corrente global de comércio
reportagem, o diplomata fornece indicadores de que o enfraqueci- atingiu seu ponto mais baixo desde 1995. Em
mento do vizinho não é interessante à aliança comercial que se pre- 2002, vendemos somente 2,3 bilhões de dólares
tende consolidar entre os países formadores do Mercosul. para a Argentina. Esse número, comparado aos
mais de 5 bilhões de dólares exportados para a Ar-
No caso do comércio bilateral entre Brasil e Argentina, nem é
gentina em 2001, dá uma dimensão concreta do
preciso recorrer a dados da balança comercial para perceber isso. impacto da crise argentina sobre o comércio bila-
Como em tantas outras, sabe-se que na área de embalagens a crise teral. Felizmente, esse quadro dá mostras de es-
disseminou por lá a utilização de materiais de menor qualidade, o tar sendo revertido. No primeiro semestre de
2003, o Brasil exportou para a Argentina quase o
que acabou postergando os planos de muitas empresas brasileiras dobro do que no mesmo período do ano passado.
de exportar para a Argentina.
“Foi o nosso caso”, diz Maurício Groke, diretor comercial da Há previsões de quando esses números po-
dem crescer?
Antilhas, um dos expositores brasileiros, que mostrou na feira sua As projeções indicam que em 2003, pela primeira
linha de sacolas, caixas e cartuchos. Ele lembra que, antes do colap- vez em muitos anos, o Brasil pode ter um peque-
so, a idéia era estruturar no Uruguai e na Argentina um entreposto no superávit na balança comercial com a Argenti-
na. A principal razão é o fato de que nossas expor-
para distribuir sacolas diretamente em lojas de confecção e buti- tações estão crescendo em ritmo mais intenso do
ques. Frente às turbulências, o projeto acabou indo para a gaveta.
Integrados, eventos atraíram 40 000 pessoas que as importações. Há sem dúvida espaço para
vendermos ainda mais para a Argentina, de modo
a recuperar o nível de exportações de anos mais
felizes. O crescimento das exportações brasileiras
no primeiro semestre de 2003 é expressivo se
DIVULGAÇÃO

comparado ao primeiro semestre de 2002. Ocor-


re que essa base de comparação pode levar a
equívocos, uma vez que a primeira metade de
2002 foi o pior momento da crise argentina, com
a desorganização na economia, o “corralito”, a
chamada pesificação assimétrica e a retração na
atividade econômica. Comparado à série histórica
“Queremos retomar isso agora”, adianta Groke, que inicialmen- dos primeiros semestres das exportações brasi-
leiras para a Argentina, o resultado de 2003, ex-
te antevê a implantação de um sistema de abastecimento contínuo cetuando o atípico ano de 2002, continua sendo o
para redes brasileiras com lojas na Argentina. “Viemos para nos ex- menor dos últimos 10 anos. Não obstante, os es-
por e para voltar a namorar esse mercado”, diz o diretor da Antilhas. tatísticos e economistas dizem que o importante é
analisar as tendências e, dessa perspectiva, a
melhora é inegável.
Integração com exportadores argentinos- Outros casos
também indicam que as feiras serviram como um proveitoso obser- Em que áreas esse crescimento pode ser mais
acentuado?
vatório de mercado. Para alguns, ficou confirmado que as oportuni- A pauta exportadora do Brasil para a Argentina
dades mais latentes residem no setor exportador argentino. “Aten- tem apresentado poucas mudanças em sua com-
der esse nicho é nossa grande meta na Argentina hoje”, diz André posição geral nos últimos anos. Os manufatura-
dos são a principal categoria de exportação para
Luís Gimenez Giglio, do marketing da Poly-Vac, outra empresa
a Argentina, cerca de 90% do que vendemos
brasileira que marcou presença em Envase 2003. aqui. Tanto os manufaturados quanto os semima-
Ele explica que a estratégia passou a ser analisada devido à pou- nufaturados apresentaram aumento nas exporta-
ca utilização, naquele país, de embalagens plásticas ções. O interessante a notar, contudo, é que o fim
do sistema de conversibilidade do peso gerou um
termoformadas feitas de polipropileno (PP), justamen- processo de substituição de importações na Ar-
te o carro-chefe da Poly-Vac. “Nos supermercados ar- gentina, já que os preços de muitos importados se
gentinos só se vêem embalagens de poliestireno (PS)”, tornaram proibitivos. Passada a fase mais aguda
da crise, chegou-se a um equilíbrio nas taxas de
afirma Giglio. “Como a migração ainda é dificultada câmbio entre Brasil e Argentina. Esse contexto
por custos, centralizaremos esforços no mercado ex- talvez explique por que, em 2003, entre os cem
portador deles”, completa o profissional da Poly-Vac. principais produtos exportados para a Argentina,
55 corresponderam a insumos e bens intermediá-
Embora a linha ascensional do varejo argentino não rios, ou seja, utilizados no processo de substitui-
tenha sido senão esboçada, outros expositores brasilei- ção de importações e na produção argentina des-
ros perceberam que a retomada dos índices de consu- tinada à exportação. Exemplos nesse sentido se-
riam o algodão, o minério de ferro e produtos uti-
mo é factível. Foi o caso da Védat, que atua com fe- lizados na indústria química. Além disso, se so-
chamentos e frascos plásticos para empresas farma- mamos os bens de capital aos insumos e bens in-
cêuticas, de cosméticos e de bebidas. termediários, teríamos quase 70% do valor das
exportações brasileiras no primeiro semestre de
Paulo de Castro, gerente de comércio exterior da empresa, con-
2003. Se tivesse de arriscar um palpite, diria que
ta que há um ano participou de uma feira farmacêutica na Argenti- ainda há margem para vender mais nesse campo.
na cujos resultados foram bem diferentes dos agora obtidos. “O mo- Mas isso não deve limitar ou inibir o empresário
vimento agora foi muito maior, e as pessoas demonstravam real in- brasileiro, que é competitivo em muitos outros se-
tores e poderá expandir seus negócios com a ten-
teresse em fechar negócios”, conta. Isso mostra, segundo ele, que dência de recuperação da economia argentina.
os fabricantes argentinos de medicamentos estão mais abertos aos
padrões de diâmetro de tampas e de bocais utilizados no Brasil. “As Na sua opinião, dada a atual conjuntura eco-
nômica argentina, há mais possibilidades e
diferenças de medidas, que constituíam uma espécie de barreira oportunidades para a importação de produtos
protecionista, vêm desaparecendo aos poucos”, analisa Castro. brasileiros de maior ou menor valor agrega-
Outro indicativo de que a cadeia de embalagem está contornan- do?
Creio que as oportunidades estão crescendo não
do o arrefecimento da indústria argentina foi a pouca repercussão, apenas para a exportação brasileira para o mer-
nos corredores do Costa Salguero, dos problemas que o país enfren- cado argentino, como também para a realização
ta. “Não ouvi comentários sobre a proposta de descontar o valor da de negócios em sentido mais amplo. Ainda que a
corrente de comércio bilateral seja um indicador
dívida externa argentina, feita no mesmo dia em que as feiras foram central para medir o grau de integração entre paí-
abertas ”, observa Sidnei Schilive, do departamento comercial da ses, o universo das relações empresariais entre
Masipack, em referência à oferta feita pelo governo argentino em o Brasil e a Argentina é muito mais abrangente:
encontro do Fundo Monetário Internacional (FMI) como forma de

38 – EMBALAGEMMARCA • out 2003


retomar os pagamentos sus-
inclui investimentos brasileiros na Argentina (se-
pensos desde dezembro de
gundo estimativas, o estoque de investimentos é
2001. “Isso mostra que, inde- hoje de 10 bilhões de dólares), investimentos ar-
pendente do que acontece, a econo- gentinos no Brasil, formação de joint ventures, in-
tegração de cadeias de valor, realização de feiras
mia argentina está caminhando”, diz Schilive, cuja empresa fabrica
onde os empresários podem se conhecer e en-
equipamentos de envase e possui um braço de distribuição e pres- contrar soluções que aumentarão a produtivida-
tação de assistência técnica no país vizinho. de de suas empresas. É necessário, portanto, re-
fletir adequadamente sobre a complexidade da
integração com a Argentina e as múltiplas opor-
Interesses recíprocos- A estratégia de exportação tunidades que se abrem com as associações
argentina pode ser lida como um dos calçamentos que produtivas e a integração de cadeias de valor en-
facilitam essa marcha. Isso fica claro em trajetórias tre empresas, tendo em vista o objetivo de reali-
zar o sonho de transformação da região em uma
como a da Celomat, fabricante argentino de equipa- plataforma de exportação para terceiros merca-
mentos conhecido pelas aplicadoras de válvulas aro- dos. Trata-se de utilizar a integração bilateral
máticas para café acondicionado em embalagens do para passar da exploração das vantagens com-
parativas individuais de cada país à criação con-
tipo almofada. “Estamos sentindo que a economia da junta de vantagens competitivas regionais. As
Argentina está voltando a girar, mas a atuação em paí- chances de alcançar competitividade aumentam
ses como Colômbia, México e, mais recentemente, quando os tecidos produtivos se integram de for-
ma dinâmica, conjugando o que há de melhor em
Brasil, ainda é o grande forte da Celomat”, descreve cada país para ambos ganharem escala e quali-
Airton Campos, representante da marca no país. dade em bens e serviços.
Ex-sócio da fabricante de rotuladoras Bauch &
Em seus contatos com a área de embalagem –
Campos, ele aproveitou a feira para negociar o interna-
especialmente após ter estado nas feiras con-
mento de um novo equipamento da Celomat no Brasil, com o qual juntas Envase e Alimentek – foi possível vis-
atuará na área de prestação de serviços. “A idéia é receber o filme lumbrar algumas tendências para o setor pro-
e fazer a aplicação das válvulas internamente”, explica Campos. dutivo brasileiro de máquinas e embalagens
prontas?
“Depois entregaremos tudo pronto para o cliente usar”, resume, É claro que cada setor tem sua especificidade,
lembrando que o mesmo equipamento pode ser empregado para mas todo empresário, não importa a atividade a
aplicação de figurinhas. “Começaremos com as válvulas, e mais que se dedique, precisa levar em conta o compor-
tamento geral da economia na hora de tomar de-
cisões. Nesse sentido, o empresário brasileiro
MAIS PRESENÇA VERDE E AMARELA está bem informado sobre a conjuntura argentina
e sabe que, apesar da crise, este é um país de
Duas entidades de classe liga- nal. Mas a suposta falta de ex- enorme potencial, com recursos humanos ex-
das à cadeia de embalagem – a periência nem de longe foi um traordinários e com todas as condições de dar a
Abre (Associação Brasileira de empecilho para contatos e veri- volta por cima. Para falar de tendências novamen-
Embalagens) e a Abeaço (Asso- ficação de oportunidades. “Cha- te, desde o último trimestre do ano passado a
economia argentina tem crescido de forma con-
ciação Brasileira de Embalagem maram muita atenção em nosso
sistente, indiferente às incertezas nas negocia-
de Aço) – garantiram, com es- estande as latas expandidas, ções com o FMI e com os credores privados de-
tandes próprios, visibilidade ex- especialmente entre fabricantes tentores de títulos da dívida argentina. Prevê-se
tra para a indústria nacional no de sucos, e os sistemas de fe- um crescimento de cerca de 6% do PIB em 2003,
encontro argentino. chamento para tintas e outros e pelo menos 4% no próximo ano. Os empresá-
rios brasileiros também sabem que a taxa de utili-
No primeiro caso, Luciana Pel- produtos químicos”, conta Sér- zação da capacidade instalada na Argentina é
legrino, diretora executiva da gio Iunis, diretor administrativo muito alta e está quase no limite, em um contexto
Abre, reforça a idéia de que o da Abeaço. de escassez de linhas de crédito para investimen-
mercado argentino é um bom Sobre o último ponto destacado, tos novos. Esse gargalo pode representar a ne-
cessidade de importar produtos para suprir a de-
campo de atuação para a indús- vale lembrar que mais de 40%
manda interna. Isso vale para o setor de máqui-
tria brasileira de embalagens. do mercado argentino de tintas é nas e embalagens prontas e para vários outros. O
“Embora o volume não seja tão dominado por embalagens plás- produto brasileiro na área de embalagens é geral-
grande quanto o nosso, a de- ticas. “Isso ocorre principalmen- mente muito competitivo e de alta qualidade. A cri-
manda é bastante pulverizada”, te devido à falta de praticidade se na Argentina teve o efeito de disseminar a uti-
lização de materiais mais baratos e menos resis-
coteja. “Isso permite alcançar das tampas oferecidas lá”, diz
tentes, mas a recuperação econômica pode re-
um volume maior de vendas.” Iunis. Mas essa não foi a única presentar oportunidades novas para os fabrican-
Já a ida da Abeaço, criada há oportunidade que ele identificou. tes brasileiros, isso sem falar no setor exportador
menos de um ano, acabou en- “Novas leis ambientais estão argentino que precisa de embalagens de padrão
trando para os registros da enti- reabrindo espaço para o aço em internacional para conquistar os mercados lá fora.
dade como sua primeira partici- mercados como o de óleos co- O Senhor poderia citar exemplos de produtos
pação em um evento internacio- mestíveis”, conclui.

40 – EMBALAGEMMARCA • out 2003


tarde atacaremos mercados como o de candies.”
brasileiros que sejam comercializados na Ar-
Outro exemplo de integração entre as cadeias brasi- gentina e que tenham sido importados do jeito
leira e argentina de embalagens pôde ser visto na área que vão para os pontos-de-venda?
de adesivos industriais. Envase 2003 foi a primeira fei- São muitos os produtos brasileiros importados
pela Argentina. Marcas tradicionais no Brasil,
ra de que a Química Madepa, uma das maiores empre- como Garoto e Natura, fazem sucesso junto ao
sas argentinas do setor, participou depois de ter sido consumidor argentino. Vale notar que os empre-
comprada, em abril do ano passado, pela gaúcha Arte- sários brasileiros não somente exportam o produ-
to acabado de forma direta ou por meio de repre-
cola. “Essa fusão faz parte de nossa estratégia de busca sentantes para a Argentina. Muitos constituem
da liderança na América Latina”, diz Alexandre J. As- empresas aqui para importar, montar rede de ven-
tolfi, gerente de mercado da Artecola. “Além da com- dedores e distribuir a mercadoria. Outros come-
çam assim para, em um segundo momento, pro-
pra da Madepa, acabamos de formalizar uma parceria duzirem localmente, no todo ou em parte, os seus
com o grupo suíço Forbo, um dos líderes no segmento produtos. Para se ter uma idéia, a Marcopolo,
de adesivos industriais”, completa o executivo. maior fabricante de carrocerias de ônibus do Bra-
sil, possui uma planta na Província de Córdoba e
anunciou planos para retomar as atividades que
Importância dos saquinhos- Na área de embalagens flexíveis, estavam paralisadas desde o auge da crise. A
a forte disseminação no mercado argentino de soluções como doy- Randon, que fabrica reboques e semi-reboques
packs também gera expectativas nos provedores brasileiros de equi- utilizados em veículos de carga, está na Província
de Santa Fe. Outras empresas de sucesso no
pamentos e insumos. Basta dizer que, nos supermercados de lá, os Brasil, como a WEG, a Praxair, o Banco Itaú, en-
saquinhos de exposição vertical acondicionam grande variedade de tre muitas outras, têm presença na Argentina. A
produtos, ocupando espaços que no Brasil são dominados pelo vi- Ambev já tinha êxito com a cerveja Brahma, mas
agora detém o controle da cervejaria que fabrica a
dro, pelos cartonados e pelos frascos plásticos. Quilmes, cerveja preferida pelos argentinos e com
Para Paulo Gilberto Corrêa de Lima, gerente de vendas da área boa aceitação em outros mercados sul-america-
de cilindros para impressão flexográfica da Plaxair, esse tipo de em- nos. A Petrobras fez uma aposta no mercado ar-
gentino com a compra do pacote completo de ati-
balagem não só reverte boas oportunidades como confere expecta- vos da tradicional empresa de energia Pecom.
tivas peculiares no segmento. “Eu diria que a retomada do consu- Tudo isso demonstra que as empresas brasileiras
mo tem se mostrado mais veloz nesse setor”, ele diz. Opinião seme- estão se internacionalizando como parte da estra-
tégia de ganhar mercados e alavancar seus negó-
lhante tem José Eduardo Sampaio Pinto, engenheiro de vendas da cios. A Argentina, pela proximidade e pelas facili-
Bosch, cuja subsidiária brasileira expôs no pavilhão destinado a so- dades do Mercosul, tem sido o alvo principal das
luções de processamento de alimentos. empresas brasileiras que pretendem ser grandes
jogadores no mercado global.
“Ainda existe capacidade ociosa, mas essa é
uma área em que as empresas argentinas usuá- O senhor citou marcas e empresas que, por
rias de embalagem se mostram mais abertas a seu porte e sua cultura, têm maior desenvoltu-
produtos de valor agregado”, comenta Pinto. ra para exportar. O que o setor de promoção
comercial da Embaixada do Brasil na Argenti-
Tal impressão também era perceptível no estan- na pode fazer por aquelas que não têm a mes-
de da Argencel, representante da brasileira Voto- ma facilidade? Quais os caminhos a seguir
cel na Argentina. Atuando com filmes de poli- para informar-se melhor e entrar em contato?
Estamos preparados a oferecer apoio em diver-
propileno bi-orientado (BOPP), Julio Destin Ros- sas áreas. Na de comércio exterior, fornecemos
si, presidente da empresa, afirma que mercados ao empresário brasileiro interessado em exportar
como o de bebidas já mostram boa recuperação. toda a informação disponível na BrazilTradeNet
(www.braziltradenet.gov.br), rede governamental
“Já conseguimos deixar de vender apenas commo- de comércio exterior de utilização gratuita. Dentre
dities”, comemora. as diversas ferramentas de trabalho, disponibiliza-
Apesar do otimismo generalizado, nada indica mos pela internet estudos específicos, de rápida
elaboração, com informações sobre as condições
que as empresas brasileiras confiam num imediato de acesso de cada produto, conforme sua NCM
restabelecimento do fluxo comercial com a Argen- (Nomenclatura Comum do Mercosul), no mercado
tina. No entanto, a confortadora sensação de argentino. Também temos dados sobre tratamen-
to tarifário, normas alfandegárias, estatísticas de
que o pior já passou acabou sendo a grande
importação, relação de importadores e de entida-
tônica de Envase 2003 e Alimentek 2003. des de classe. A empresa pode solicitar esse tipo
Desse ponto de vista, e se for realmente ver- de apoio através de um simples e-mail, fax ou por
dadeira a idéia de que na economia a pers- via postal. Ademais, o Setor pode auxiliar o em-
presário brasileiro em viagem de negócios à
pectiva de melhora é um dos mais importantes Argentina através da preparação de agendas com
desencadeadores da melhora em si, não há dúvi- importadores e da realização de work-shops ou
das de que dias melho- show-rooms no auditório da Embaixada, que é ce-
dido gratuitamente.
res virão.
tintas

Integridade total
Nova tampa reforça a segurança de tintas para mix machines
m segmento industrial já é conhecido há algum tempo pelo

FOTO: DIVULGAÇÃO
U brasileiro que segura-
mente não pode re-
clamar da falta
de pró-atividade de seus
mercado. Há, contudo, um grande
diferencial brandido pela fabri-
cante: trata-se da única tam-
pa do gênero a possuir um
fornecedores de embala- lacre antiviolações.
gens é o de tintas imobi- “A Safe Mix garante
liárias. Basta reparar no a integridade do produ-
número de soluções to até o ponto-de-ven-
que vêm sendo lança- da, impedindo viola-
das, nos últimos anos, ções, o que dá seguran-
para o acondicionamen- ça para o fabricante e
to desses produtos – ao sua marca e também
que vale registrar serem para o consumidor”, re-
inovações, na maioria dos sume Marcelo Dinhi, da
casos, genuinamente nacio- área de marketing da Prada.
nais. Essa carteira está ga- Segundo ele, o lacre é de fácil
nhando uma nova integrante, que remoção, permitindo a abertura
está sendo revelada por uma tradi- e o fechamento da lata sem que a
cional provedora desse setor, a Prada. tinta espirre. Ademais, por ser transpa-
A companhia metalúrgica aproveitou a con- rente, o batoque possibilita conferir a tonalidade
gregação da cadeia da indústria de tintas, durante a da tinta sem a necessidade de remoção da tampa.
Abrafati 2003 – 8a Exposição Internacional de Forne- Todo o mix de embalagens da Prada para tintas é ca-
cedores para Tintas, ocorrida no início de setembro em paz de incorporar a Safe Mix. Na prática, isso corres-
São Paulo, para lançar a Safe Mix. Trata-se de uma ponde a dizer que a tampa pode ser acoplada a latas nos
tampa dedicada às tintas preparadas no balcão, ou seja, volumes quarto de galão (900ml), galão e 18 litros.
aquelas cujas tonalidades são definidas nas mix machi- Para familiarizar consumidores e lojistas com o uso
nes, no momento da compra. correto do sistema, instruções de uso estão litografadas
na parte metálica do conjunto (como mostra a foto).
Sem violações Esse passo a passo e maiores detalhes sobre o novo
Estruturalmente, o sistema de fechamento consiste produto podem ser conferidos no novo portal da Prada
numa tampa metálica com um batoque plástico agrega- na internet (veja maiores detalhes na seção Panorama
do em seu centro, que facilita a inserção dos pigmen- desta edição).
tos na hora da mistura da tinta. Até aí, parece não ha-
Brasilata Prada
ver novidade, visto que esse tipo de tampa conjugada (11) 3781-8500 (11) 5682-1000
www.brasilata.com.br www.prada.com.br

Menos material, maior resistência


Outra fornecedora de peso de emba- países. No entanto, a novidade ficou ção, que tradicionalmente é utilizado
lagens para o setor de tintas, a Brasi- por conta da lata de 5 litros Plus UN, na fabricação desse tipo de embala-
lata, aproveitou o evento da Abrafati homologada para o envase de produ- gem. A linha Plus UN atende as reco-
para demonstrar em seu estande a li- tos perigosos. Com frisos horizon- mendações para o transporte de pro-
nha de fechamento Plus e a lata Bi- tais, ela é resistente a quedas e con- dutos perigosos, estabelecidas pela
plus, soluções premiadas e que já se some menos matéria-prima, pois dis- Organização das Nações Unidas
encontram patenteadas em diversos pensa o processo de tripla recrava- (normas UN).

out 2003 • EMBALAGEMMARCA – 45


estratégia

Retorno (re)forçado
Coca-Cola aumenta aposta em retornáveis e lança versão de 200ml
s apreciadores de Coca-Cola da. O plano é estender a distribuição a

O podem começar a reservar es-


paço em suas despensas e a
procurar os velhos porta-vasi-
lhames, encostados desde que as embala-
7 000 lojas até o fim do ano. Agora, para re-
forçar o leque de opções em retornáveis, a
companhia está lançando uma versão “ca-
çula”, em garrafinha de vidro de 200ml.
gens descartáveis tomaram, quase por intei-
ro, o mercado de refrigerantes. Acontece Mix popular
que a gigante americana decidiu que, dian- Com a novidade, a série de embalagens re-
te do crescimento das tubaínas, ou “refrige- tornáveis da Coca-Cola agora é composta
rantes regionais”, as embalagens retorná- por versões de 200ml, 290ml, 600ml (ven-
veis são a solução para recuperar mercado e dida só no Paraná), 1 litro e 1,25 litro. To-
rentabilidade. das as medidas têm versões light e com li-
Essa guinada de marketing já mostra re- mão, seguindo a última novidade da com-
flexos no mercado fluminense. Desde panhia. Além delas, também continua em
maio, a Coca-Cola vem abastecendo bares, vidro a versão descartável de 237ml.
padarias e lanchonetes dos subúrbios da re- O alvo primário das versões retornáveis
Série de Cocas gião metropolitana do Rio com garrafas re- é o público de baixa renda, justamente o
retornáveis, com
a “caçulinha”
tornáveis de vidro de 1 litro e de 1,25 litro, mais suscetível ao apelo do preço baixo dos
(última à direita) o popular “litrão”. Essas novas velhas em- refrigerantes regionais. Para a Coca-Cola, a
já incorporada balagens, que estão de visual renovado e in- ligeira queda de vendas registrada nos últi-
corporam anel de seguran- mos dois anos – período no qual sua parti-
ça para facilitar o trans- cipação de mercado desceu da média histó-
porte, já marcam presença rica de 50% – é conseqüência direta da que-
em 4 000 pontos-de-ven- da do poder aquisitivo das classes menos
abastadas, que não têm comprado Coca-
Cola unicamente devido ao preço inatingí-
vel para seus orçamentos. “O objetivo é fa-
zer com que a marca seja acessí-
vel a todos os consumidores”,
afirma Cláudia Colaferro, direto-
ra de marketing da Coca-Cola
FOTOS: STUDIO AG
Brasil. “As embalagens retornáveis benefi- Retornável de consumidores “repatriados”, o complicado
ciam diretamente a classe C, pois exigem 200ml será nó da sua operação brasileira poderá ser
“pocket
um menor desembolso, uma vez que o con- desatado. Apesar de ela ser a terceira em
money”
sumidor, ao longo do tempo, vai pagar ape- volume de vendas no mundo, perdendo
nas pelo líquido”. apenas para Estados Unidos e México,
Na ponta do lápis, o preço menor conse- ocupa apenas a 20a posição em lucrativi-
guido com as retornáveis é explicado de dade global. Por isso, a decisão pelas retor-
maneira simples. Ao possibilitarem vários náveis se fia no exemplo do México, segun-
ciclos de uso, as garrafas de vidro saem da operação mundial em volume de vendas
bem mais em conta que as one-way de plás- e também a segunda em retorno. Naquele
tico, mesmo incluídos os custos com logís- país, 80% das embalagens são retornáveis.
tica e rinsagem dos recipientes, inerentes ao “Cremos que esse retorno da Coca-Cola
sistema. Ademais, conforme explicitado ao vidro levará outras empresas do setor de
pelo presidente da Coca-Cola Brasil, o refrigerantes a seguirem os passos da líder
americano Brian Smith, numa reportagem de mercado, migrando também para as em-
na edição de setembro da revista Exame, balagens do material”, afirma Júlio Barbe-
da Editora Abril, também pesou a favor do, gerente comercial da Cisper, a fabrican-
do incremento em retornáveis o fato de o te dos novos vasilhames da multinacional.
vidro não sofrer, como acontece com O profissional adianta que o setor vidreiro
as resinas plásticas e o alumínio das “tem capacidade e tecnologia para atender a
latinhas, alterações de preço com os um possível boom na demanda”.
humores do câmbio e da cotação do Além das vidrarias, quem provavelmen-
petróleo. A instabilidade dessas va- te também abrirá os braços para a volta em
riáveis, principalmente em 2002, abalou peso das retornáveis serão os distribuidores.
bastante as margens da Coca-Cola. Os cascos poderão funcionar como uma
ferramenta para reconquistar a fidelidade
Prós e contras de bares e lanchonetes, abalada pelas ofer-
Pelo menos por ora essa conta vem fechan- tas do varejo. Esses pequenos estabeleci-
do. O mix de “cocas populares” está che- mentos parecem não ser obstáculo para o
gando ao mercado a um custo atraente: a re- avanço das retornáveis, pois eles geralmen-
tornável de 1 litro é vendida a um preço mé- te possuem uma área de estoque para movi-
dio de 99 centavos, e a versão de 1,25 litro, mentar os vasilhames. Mas, e o auto-servi-
a 1,29 real. Já a caçulinha de 200ml será o ço? Dele, um sinal da cruz é bem provável.
que se costuma chamar no jargão industrial Procurada pela reportagem, a Associação
de “pocket money”, ou moeda de troco: irá Brasileira dos Supermercadistas (Abras)
custar 50 centavos. alegou que “não se pronuncia sobre deci-
Cisper
Olhando à frente, é sabido que a Coca- (11) 6542-8000 sões de fornecedores”. Resta esperar para
Cola aposta que, com preços menores e www.cisper.com.br ver o desenrolar dessa história.

Lançamentos premium sorriem ao vidro


Além do crescimento bancado pela Coca-Cola, o vidro vem se movimentando e ganhando
espaços em outros nichos de bebidas. A AmBev, por exemplo, vem se escorando em gar-
rafas do material para pôr em prática sua estratégia de segmentação de produtos, lançan-
do itens especialmente focados nas faixas A e B de consumidores. Como lembra Júlio Bar-
bedo, gerente comercial da vidraria Cisper, “o primeiro passo nessa direção foi o lança-
mento da Bohemia em garrafa de vidro long neck de 355ml”. Nessa apresentação, essa
cerveja é hoje vendida a um preço cerca de 20% maior que o da líder de mercado Skol.
Logo depois, a companhia lançou a Bohemia escura de 500ml, em garrafa ornada à guisa
de um champanhe. Em seguida, veio a Skol Beats e sua inovadora garrafa long neck “re-
torcida”, cerca de 20% mais cara do que a Bohemia e que já é um sucesso. Agora, a Am-
Bev está novamente inovando ao relançar a cerveja Brahma Light em uma long neck âm-
bar, em substituição à incolor, na qual a bebida era anteriormente comercializada. Trata-se
de uma garrafa long neck modelo AmBev, com a palavra “Light” gravada em relevo.
equipamentos

Ainda à espera
Setor de enchedoras vislumbra retomada só no médio prazo
diminuição dos juros no Bra- Liquimatic, da JHM.

A sil já repercutiu positivamente


em diferentes índices de con-
sumo, mas a perspectiva de
retomada de fôlego da economia em curto
Abaixo, detalhe da
bomba peristáltica

prazo continua disseminando ceticismo


na indústria de embalagens. Como outros
setores que lidam com bens de capital, a
área de equipamentos de enchimento para
produtos líquidos e viscosos, que tem boa
parte de seus negócios atrelada a linhas de
crédito, é um exemplo de cautela quanto a
previsões cor-de-rosa. Apesar disso, são
registrados lançamentos, numa aposta dos cambial inerente a empréstimos no exte-
fabricantes em um processo gradual de rior, não tem impedido o surgimento de
cresimento econômico. novidades no setor de máquinas para en-
“A despeito de uma melhora que já se vase de líquidos e bebidas. Sinalizando
faz perceptível, os índices de consumo uma aposta na abertura de perspectivas
ainda não foram recuperados efetivamen- macroeconômicas mais amenas, os fabri-
te”, diz Rogério Baldauf, diretor-comer- cantes desse tipo de equipamento não dei-
cial da Krones, uma das grandes empresas xaram de lado o cronograma de lança-
da área de equipamentos para linhas de mentos. “Ainda estamos longe do ideal,
bebidas. “Também não se pode dizer que mas precisamos nos preparar para quando
surgiram, para o setor de máquinas indus- a queda dos juros for sentida pelo setor”,
triais, novas linhas de financiamento que conta Júlio César Moleti, diretor da JHM
estimulem a renovação do parque instala- JHM Máquinas.
(11) 4723-3744
do”, ele completa. Sidnei Schilive, dire- www.jhm.com.br
tor-comercial da Masipack, outro nome Krones Longe da máquina
importante da área de equipamentos para (11) 4075-9504 Recentemente a empresa lançou a Liqui-
envase, reforça a tese de que os bons ven- www.krones.com.br matic, equipamento anunciado como a
Masipack
tos não virão sem o respaldo da melhora primeira envasadora nacional de líquidos
(11) 4178-8099
das vendas de seus clientes finais. “A que- www.masipack.com.br que opera sob o princípio de bomba peris-
da dos juros só acrescentará resultados PKB táltica. “Trata-se de um processo de enva-
para o setor de enchedoras quando o vare- (11) 3063-3816 se que permite que o líquido saia do tan-
pkb@wanadoo.fr
jo como um todo reagir”, analisa. que de armazenagem e chegue até a em-
Promáquina
Mas a aversão a endividamentos em (11) 3686-6722 balagem sem passar pela máquina”, defi-
tempos de juros altos, ou mesmo ao risco www.promaquina.com.br ne Moleti. Segundo ele, isso é possível

Alternativas européias ensaiam crescimento no Brasil


Para o mercado de perfumes e cos- Cosmo, a máquina trabalha com cas associadas a comportas de
méticos, a Francesa PKB acaba de uma grande variedade de produtos, membranas, que dispensam articula-
lançar no Brasil um novo equipa- incluindo óleos e produtos espu- ções e oferecem uma configuração
mento de envase, que atua com mantes como cremes de barbear sem zona de retenção. A empresa
frascos com capacidade entre 30ml para aerossóis e sprays. Para gerar afirma ainda que essas característi-
a 50ml, e também pode fazer o fe- assepsia aos processos, o equipa- cas resultam em diminuição dos
chamento dos produtos. Batizada de mento é dotado de bombas cerâmi- custos do equipamento.

48 – EMBALAGEMMARCA • out 2003


graças à utilização de um sistema de role-
tes que gira sobre uma mangueira, empur-
rando o líquido que está à sua frente e su-
gando o que está atrás. Além de maior hi-
giene, tal característica facilitaria a subs-
tituição do produto a ser envasado. “O
uso de mangueiras diferentes dispensa a
lavagem do equipamento na hora de tro-
car o produto a ser envasado”, justifica
Moleti.
VODM-PET, da
Na Krones, além de impulsionadas Krones: precisão nos
tas de filmes termo-seláveis, laminados
pela crença de que as políticas de finan- níveis de enchimento ou aluminizados, a Masipack vem ofere-
ciamento serão mais atraentes no ano que cendo uma embaladora automática verti-
vem, diversas novidades têm surgido para cal cujo sistema de leitura de passo atra-
atender clientes com capital próprio. Den- vés de fotocélulas também promete erra-
tro de sua linha de enchedoras volumétri- dicação de erros. Batizado de MX
cas para frascos de PET, a empresa re- 400 LI, o equipamento foi lançado na
centemente ampliou no mercado expectativa de que se consolide o con-
brasileiro a oferta de alternativas ceito de stick para produtos como iogur-
para envase de refrigerantes. Um tes, geléias, leites condensados e até
dos destaques é o modelo VODM- mesmo cosméticos.
PET, cujo enchimento se dá por No mercado de enchedoras por
medidores de fluxo indutivos. Uma nível, a busca por soluções mais
versão mais simples é a enchedora confiáveis e precisas também
VODM-OR, que não é dotada de tem resultado na oferta de novos
tanque de armazenamento. “O que equipamentos, e, apesar dos juros
une as duas soluções é a grande preci- ainda altos, no fechamento de impor-
são no enchimento”, conta Rogério tantes negócios. A Promáquina re-
Baldauf, diretor-comercial da Krones. centemente instalou um modelo mo-
nobloco de sua nova enchedora-tam-
Tolerância zero padora rotativa por nível na fábrica
Em tempos de luta contra desperdícios de vinagres Castelo. Indicado para
e de crescentes preocupações quanto outros produtos não-carbonatados,
a vender os volumes prometidos, e como sucos e água sem gás, o novo
assim não se sujeitar a reclamações equipamento da empresa opera com
dos consumidores, envases precisos MX 400 LI, da embalagens plásticas, metálicas e de
parecem ter se tornado um diferencial Masipack: de olho vidro, além de contar com bicos de
competitivo importante no mercado de nos sticks enchimento específicos para cada
enchedoras. Para produtos líquidos e pas- tipo de produto.
Modelo monobloco da
tosos acondicionados em embalagens fei- Promáquina: nova
Se a situação econômica do país ainda
aquisição da Castelo inspira prudência frente a fechamento de
financiamentos, os lançamentos do mer-
cado de equipamentos de envase para be-
bidas e outros produtos líquidos servem
para lembrar que o setor produtivo, como
sempre, precisa encontrar caminhos para
driblar os revezes nas vendas e os suces-
sivos períodos de instabilidade. Como
declarou um dos entrevistados, que prefe-
re abrir mão da autoria do trocadilho, é
preciso encher o cliente de argumentos de
venda, para não correr o risco de envasar
prejuízos.

50 – EMBALAGEMMARCA • out 2003


cachaças

Nas exceções, uma


Embora ainda sejam poucos, produtores percebem importância da embal

ais de 10 mil visitantes, mais pouco superior a trinta dias, essas iniciati-

M de 400 marcas apresentadas


por 61 produtores e fornece-
dores. Com esses resultados, a
I Expocachaça – Exposição Internacional
vas podem indicar uma tendência entre os
produtores de cachaça de investir em emba-
lagens mais adequadas à imagem que afir-
mam querer consolidar para a bebida. Esses
da Cachaça, realizada em São Paulo, de 18 destaques são apresentados a seguir.
a 21 de setembro, foi considerada um su-
cesso pelos expositores e pela empresa or- O único caminho
ganizadora, a PR Eventos. Do ponto de vis- Decidido a adicionar valor à cachaça pro-
ta da perspectiva de negócios a curto prazo, duzida desde 1924 para presentear amigos
estimada em aproximadamente 18 milhões (e para consumo próprio) por seu avô, um
de reais, o evento sem dúvida teve êxito. imigrante italiano que fundou a Fazenda
Sob o ângulo da inovação em embala- Muzambinho, no município mineiro de
gens e adição de valor aos produtos expos- mesmo nome, Eduardo Galante seguiu o
tos, o que se viu foi pouco. Na verdade, no único caminho viável: modernizou as insta-
âmbito da feira, foi feito um único anúncio lações da fábrica, estabeleceu rígidos pa-
de lançamento em garrafa diferenciada, drões de qualidade para o produto e capri-
mesmo assim de um protótipo, não estando chou na embalagem.
ainda pronta para comercialização. Porém, Primeiro, transformou o antigo alambi-
aproveitando o clima da Expo Cachaça, que de cobre da fazenda, aquecido com
ocorreram na época lançamentos “por fogo de lenha, tipo “ rabo quente” num
fora”, inclusive o da anunciada garrafa pa- equipamento moderno, dotado de serpenti-
drão criada especialmente pela Saint-Go- Muzambinho: na de aquecimento. Em seguida comprou
adição de
bain Embalagens para a bebida. Por repre- mais três, de mesmo padrão, e instalou uma
valor pela
sentarem um bom volume em período embalagem caldeira para suprir calor a todos. “Com
isso, o aquecimento tornou-se estável e o
produto obtido, regular”, ele conta. Com-
plementou essas providências utilizando
canas colhidas em épocas corretas e dotan-
do o laboratório de controle de qualidade de
equipamentos de ponta.
Galante importou da Escócia 100 tonéis
de carvalho de 200 litros (“cartolas”), onde
envelhece por quatro anos o produto, que
leva a marca Empório Muzambinho, varie-
dade Ouro. “Consegui uma bebida que se
inclui entre as de melhor qualidade e ade-
quada para comercializar como top de li-
nha”, ele diz. Para completar, Galante enco-
mendou à Cristaleria Guanabara uma garra-
fa de formato exclusivo, de 700ml, com
tampa de rosca metálica da Altec. A garrafa
STUDIO AG

é acondicionada numa caixa de papelão


micro-ondulado revestido com papel cou-

52 – EMBALAGEMMARCA • out 2003


tendência
a gem para valorizar a marca

ché brilhante, produzida pela Congraf, que


fez também os rótulos.
Além da Ouro, cujo volume anual de
produção é de 20 mil litros, a empresa pro-
duz a Muzambinho Prata, num total de 200
mil litros, acondicionados em garrafas stan-
dard, de 700ml, da Vidroporto. As tampas
são da Altec, e os rótulos, da Congraf. Velho
Barreiro
Coisa fina mesmo Gold: garrafa
de vidro com
Para valorizar a marca Velho Barreiro, o
banho de
Grupo Tatuzinho levou ao pé da letra seu ouro, como

DIVULGAÇÃO
antigo slogan: “Até a garrafa é coisa fina”. se usa em
Lançou a Velho Barreiro Ouro Edição Es- cosméticos

pecial, envelhecida 10 anos e limitada a 30


mil unidades. A fim de marcar a chegada do
produto ao mercado, o Grupo produto foi programado Altec
(11) 5548-2896
utilizou uma embalagem de para a Anuga, maior feira altectampas@uol.com.br
vidro com banho de ouro, pro- mundial de alimentos e
Congraf
cesso de tratamento utiliza- bebidas, realizada na
(11) 5563-3466
do pela indústria cosmé- Alemanha a partir do www.congraf.com.br
tica em frascos e potes. dia 8 de outubro.
Cristaleria Guanabara
A criação da embala- Acondicionada (21) 3351-7394
gem, uma garrafa de vi- numa garrafa de vi-
dro no tradicional for- dro da Saint-Gobain IVEP
(11) 6463-3368
mato da Velho Barreiro Embalagens, com (18) 652-2875
fornecida pela Cisper, tampa metálica de www.ivep.com.br
foi desenvolvida interna- rosca da Altec, a em-
Luís Bujan
mente, cabendo o pro- balagem tem rótu los (11) 5614-7234
cesso de metalização à de polipropileno
Mega Plast. O dourado transparente, tipo no- Mega Plast
(11) 3621-4599
da garrafa vaza nas áreas label look, fornecido www.megaplast.com.br
transparentes do rótulo pela Prodesmaq. A
Novelprint
da Novelprint, dando a criação do rótulo é do
(11) 3768-4111
impressão de que tam- designer Luís Bujan. www.novelprint.com.br
bém é metalizado. A gar- Caipipira: para
A marca da bebida
Saint-Gobain
rafa tem um atraente esto- drinques, rótulo aparece em destaque na (11) 3874-7211
jo de PET, produzido pela IVEP – Indústria no-label look posição vertical, e a www.sgembalagens.com.br
de Vanguarda de Embalagens Promocio- transparência do rótulo permite a visualiza-
Saverglass
nais, de Penápolis (SP). ção, com “efeito lupa”, de outras frutas bra- + 35 1 21 924 80 60
O C.E.O. do Grupo Tatuzinho, Cesar sileiras e estrangeiras, além de limão, com as saveriberica.bdb@mail.telepac.pt
Rosa, conta que a empresa adotou em rela- quais podem ser preparados drinques utili- www.saverglass.com
ção à Ouro 10 anos o mesmo procedimento zando a Caipipira: caju, carambola, maracu- Vidroporto
dos fabricantes escoceses de uísque: pa- já, cereja, morango e pêssego. Segundo Caio (19) 3581-1999
ciência para esperar a maturação de um Gudmon, diretor da BBL, sondagens de www.vidroporto.com.br

bom produto. “Manter aguardente estocada mercado feitas por parceiros da empresa em
exige tempo e muito capital, mas o resulta- países europeus indicaram boas possibilida-
do final é um produto refinado que vale a des de aceitação para um produto com as in-
pena”, diz. Segundo Rosa, a preocupação discutíveis características de polivalência no
em desenvolver produtos de qualidade visa preparo de drinques com frutas, como a ca-
não só agregar valor às marcas do Grupo chaça. “Nesse aspecto, a bebida típica nacio-
Tatuzinho, mas também abrir novos espa- nal é imbatível, e o nosso produto tem tudo
ços no mercado externo, que hoje responde para dar certo lá fora e aqui dentro também”,
por 4% de suas vendas. ele aposta.

Caipirinha para estrangeiro


De 600ml, só para cachaça
Estão prontos para fornecimento os dois
Conscientes de que, no fundo, o hoje tão
modelos standard de garrafas de vidro des-
decantado interesse de consumidores es-
tinados a substituir os recipientes retorná-
trangeiros pela cachaça reside sobretudo
veis de cerveja de 600ml atualmente utiliza-
no gosto pela caipirinha, os diretores da dos por grande número de pequenos produ-
BBL – Brazilian Beverages & Liquor, cria- tores de cachaça. Como observa André Li-
ram uma marca que procura associar a in- berali, gerente comercial da Saint-Gobain
dicação da bebida para o preparo desse e de Embalagens, empresa criadora da garrafa,
outros drinques com a região de origem, que poderá ser produzida também pelas vi-
Piracicaba, no interior de São Paulo. Assim drarias brasileiras, o novo recipiente man-
FOTOS: STUDIO AG

nasceu a Caipipira, produzida na Fazenda tém o formato tradicional quanto à altura e


Capuava, onde os proprietários, também ao diâmetro da atual garrafa de cerveja, mas
diretores da BBL, plantam cana e produ- inova nas opções de cores (branca, verde e
âmbar) e de fechamento (rosca e coroa).
zem cachaça desde 1887. O lançamento do
54 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
promoção

A cachaça que une


Ação integrada de nove empresas reforça conceito de valor agregado
m resposta àqueles que afir- chaça como instrumento de reforço do

E mam ser a cachaça um “ele-


mento desagregador”, EMBA-
LAGEMMARCA decidiu demons-
trar na prática que a bebida pode ser, justa-
conceito da importância da adição de valor
a essa categoria de produto – se transfor-
masse em oportunidade para a participa-
ção do vários parceiros.
mente, um instrumento de integração – no Assim nasceu, em tempo recorde, e foi
caso, de diferentes elos da cadeia de emba- apresentada no estande da revista na Expo
lagem. Para isso, ao ser convidada a parti- Cachaça, realizada de 18 a 21 de setembro
cipar de uma iniciativa promocional da no ITM Expo, em São Paulo, uma bebida
Prodesmaq, uma das maiores convertedo- com a marca conceitual, fictícia, “Brasil
ras de rótulos auto-adesivos, a revista pro- Cachaça”, como umbrella brand de nada
pôs que a ação – o lançamento de uma ca- menos que oito empresas, além de EMBA-
LAGEMMARCA. (ver a Ficha Técnica).

Seis sentidos
Como está explicado no estojo em que vai
a garrafa, o objetivo da iniciativa foi pro-
mover a cachaça brasileira de qualidade e,
ao mesmo tempo, demonstrar que a emba-
lagem e seus complementos adicionam va-
lor aos produtos, tornando-se um fator de
atração de potenciais consumidores no
ponto-de-venda e de fortalecimento da
imagem de marca.
O que se pretendeu foi explorar da me-
lhor forma os sentidos do consumidor, a
começar pela visão, com os apelos do for-
mato e das cores do estojo, do perfil da
garrafa, do visual dos rótulos, da tampa
metálica e do tom dourado e atraente da
bebida. O sentido do tato é estimulado
pelo acabamento do estojo, pela pega da
garrafa e pela textura acetinada do rótulo.
Ao retirar a tampa da garrafa, o consumi-
dor pode sentir o aroma especial e suave
de uma cachaça de pura cana-de-açúcar,
destilada pela BBL – Brazilian Beverages
& Liquor e envelhecida por dois anos nas
adegas de sua centenária Fazenda Capua-
va, de Piracicaba, no Estado de São Paulo.
STUDIO AG

O texto do estojo, que procura a sinto-


nia com o tom institucional utilizado nas
embalagens de bebidas, finaliza com uma
referência aos demais sentidos: “Nessa
viagem de prazer, você vai poder ouvir o

56 – EMBALAGEMMARCA • out 2003


som único da bebida ‘cantando’ ao sair do tada”, puramente promocional.
gargalo e se acomodando no cálice. E, ao Ao coordenar a ação promocional, EM-
bebê-la, além de pôr em campo o paladar, BALAGEMMARCA procurou, mais uma vez,
você satisfará um sexto sentido, que ne- ir além de sua Missão Editorial, que é su-
nhum animal além do ser humano possui: prir os profissionais da cadeia de embala-
a consciência do que está desfrutando.” gem com informações úteis. Como tem
Pela reação do público que degustou a feito em outras oportunidades, a revista se
bebida no estande da revista na Expo Ca- colocou, nesta ação, como instrumento
chaça, o produto e seu sistema de embala- também material de integração dos dife-
gem teriam tudo para ser um hit de vendas, rentes elos da cadeia de embalagem. É por
não tivessem sido feitos em “edição limi- essa e outras razões que seu slogan é
“Mais que uma revista”.
FICHA TÉCNICA
Adesivos ..................................................................................... Avery Dennison (19) 3876-7424
Cachaça....................................................................................... BBL – Brazilian Beverages & Liquor (19) 3421-4268
Garrafa de vidro 750ml .............................................................. Saint-Gobain Embalagens (11) 3874-7482
Impressão dos estojos .............................................................. Embalagem Carton Pack (51) 559-3900
Projeto visual dos rótulos e do estojo..................................... Packing Design (11) 3168-9195
Papel couché Image Label (rótulo) e papel cartão
Acácia Art Royal textura Skin 350g/m2 (estojo) ..................... Ripasa S/A Celulose e Papel (11) 3491-5212
Rótulos auto-adesivos e rotuladora......................................... Prodesmaq (19) 3876-9300
Tampas e máquina recravadora ............................................... Altec Tampas (11) 6422-0143
Coordenação .............................................................................. EMBALAGEMMARCA (11) 5181-6533
Cisne lança sal líquido Lançamentos da Mocinha
A Refinaria Nacional
Já estão nos supermercados os dois
de Sal, proprietária da
novos lançamentos da Nestlé:
marca de sal Cisne,
Moça Fiesta, nos sabores framboe-
lançou o Cisne Líqui-
sa e torta de limão, e Mocinha
do, único sal em
Mini. As latas de Moça Fiesta, pro-
spray do País. O
duzidas pela Rojek, trazem estam-
produto é distribuí-
pas com cores vibrantes. Para a
do em embalagem
caixa de papel cartão de Mocinha
de 250ml, o equiva-
Fiesta, produzidas pela Ibratec, fo-
lente a 2500 porções.
ram criados dois persona-
A embalagem foi de-
gens: o ícone da mocinha
senvolvida pela Ofi-
em versão infantil e seu
cina d’ Design, o
amiguinho. Os flow packs
molde é da Formol-
de alumínio de 15g são pro-
de, o frasco de PP
duzidos pela Alcan Packa-
é da Vidraço e o
ging. O design das embala-
sleever de BOPP
gens é da Pandesign.
da Propack.

Gatorade agora em lata Borboletas e flores ilustram


lata de Omo Cores
Referencial de qualidade e decorada, disponíveis nas
único detergente em pó versões 1 kg e 500g. Além
desenvolvido para roupas de estampar suas obras
coloridas, Omo Cores lan- nas embalagens, Romero
ça, a partir de outubro, em Britto estilizou o logotipo
todo o Brasil, uma edição de Omo. A edição limitada
especial e limitada de latas do produto traz ilustrações
e embalagem ilustradas de animais, flores e cora-
com obras de Romero Brit- ções com cores vivas, uma
to, o mais bem-sucedido característica do artista,
pintor brasileiro no exterior. que tem sinergia com o
A edição limitada de Omo produto, desenvolvido para
Cores by Romero Britto a lavagem de roupas colo-
contará com dois modelos ridas. As embalagens de
colecionáveis de latas re- aço são fabricadas pela
A AmBev acaba de lançar o isotônico Gatorade em lata dondas e uma embalagem Metalgráfica Itaquá.
de alumínio, produzida pela Latasa. A nova embalagem
da bebida tem 340ml e está disponível no sabor tange-
rina. Rio de Janeiro, Recife e Curitiba serão as primei-
ras cidades a receber a nova opção de embalagem.
O layout da lata foi desenvolvido no Brasil pela Usina
do Desenho em parceria com a equipe de marketing de
Gatorade e será utilizada em toda a América Latina.
Com a aparência de suada, a embalagem traz, abaixo
da logomarca, as palavras “reidrata, repõe e reabaste-
ce”. Gatorade também está disponível no mercado nas
embalagens de vidro (473ml) e Sport Bottle (591ml).

58 – EMBALAGEMMARCA • out 2003


Del Valle em embalagem numerada
A Sucos Del Valle coloca no mercado A tiragem é limitada: 294 mil embala-
sua primeira “Safra Especial”, no sa- gens. É a primeira vez no mundo
bor mix laranja com mel. A grande que a Tetra Pak numera suas emba-
novidade fica por conta das embala- lagens. O produto também está dis-
gens: pela primeira vez as caixas de ponível em latas de 335ml da Crown
um litro da Tetra Pak são numeradas. Cork. O design é da Packing.

MELHORAMENTOS TEM NOVAS EMBALAGENS


A Melhoramentos a característica de
Papéis modificou as ecologicamente cor-
embalagens de toda reto. As embala-
sua linha de produ- gens são pioneiras
tos (papel higiênico também na adoção
Fofura e Sublime, do sistema de aber-
toalhas de papel tura Abre-Fácil (fiti-
Kitchen, guardana- lho vermelho que
pos Lips e Kitchen e envolve a embala-
lenços de papel gem). A agência
Softy`s), visando fa- que coordenou toda
cilitar para o consu- a criação e produ-
midor a associação ção das novas em-
entre produto e fa- balagens da linha
bricante. Nas novas de produtos da Me-
embalagens o nome lhoramentos é a
da empresa é im- SPOK Design. Os
presso em tamanho fornecedores das
maior, o que dá embalagens flexí-
mais visibilidade à veis são a Zara-
marca. Outra novi- plast, a Regmar e a
dade é a inserção Mazda e dos cartu-
de um selo que chos a Boxprint e a
confere ao produto Emibra.
Rígidos e flexíveis ao mesmo tempo
Para reforçar o apelo flow packs, convertidas e alguns consumidores,
em gôndola e dar maior pela Zaraplast. Segundo principalmente as mães,
praticidade aos consu- Adriana Sutile, gerente acham mais prática a
midores, a Nutrimental de produto da Nutrimen- versão refil”, ela diz. Os
está mudando a apre- tal, os potes são bem rótulos dos produtos,
sentação de sua Fari- aceitos pelos consumi- fornecidos pela para-
nha Láctea e de seu dores, que os conside- naense Ingra, também
mingau infantil Nutrilon. ram higiênicos, seguros mudaram. Eles agora
Os produtos, apresenta- e possíveis de serem estão mais lúdicos e co-
dos em potes plásticos reaproveitados. “Mas loridos.
da catarinense Forza, por serem produtos de O projeto de redesenho Hikari tem
estão ganhando emba-
lagens-refil, na forma de
consumo diário, a rotati-
vidade é muito grande,
visual ficou a cargo da
Komatsu Design.
embalagens
metalizadas
A Hikari está ampliando sua li-
nha de Misturas para Bolo com
o lançamento de três novos sa-
bores: Cenoura, Limão e Bauni-
lha. As novas embalagens me-
talizadas apresentam formato
retangular e um novo layout
que destaca o produto na
TRADIÇÃO EM SACHÊS E FLOW PACKS gôndola. Cada sabor é identifi-
O tradicional fermento biológico ção da marca, além de variadas re- cado mais facilmente, com as
Fleischmann tem novidades para ceitas culinárias em seu verso. O matérias-primas aplicadas ao
ampliar sua visibilidade nos pon- produto é encontrado em duas fundo. Em primeiro plano, o
tos-de-venda. São novas embala- versões: a seca instantânea, ven- destaque é a foto de uma fa-
gens, assina- dida em sachês embalados a vá- tia de bolo, seguida do logo
das pela cuo, e a fresca, em tabletes, co-
da Hikari e de um splash sobre
as características do produto.
Haus Design, mercializada em flow packs. As
No verso, o modo de preparo
que desta- embalagens são convertidas pela
tem o passo tem o passo a
cam a tradi- Santa Rosa.
passo ilustrado e receitas de
coberturas.
As embalagens são fabricadas
em BOPP e PE metalizado pela
Shellmar Embalagens, com la-
yout da Pilon Comunicações.

Novas embalagens Assolan


A M Design criou as novas para a assinatura da marca.
embalagens da linha Assolan. Juntamente com o slogan
A comunicação visual feita “Casa Limpa”, aparece na
pela agência atingiu a lã de nova embalagem um ícone de
aço, as esponjas e os panos. uma casa vermelha acompa-
Os códigos de cor tradicio- nhada de uma seta, que indi-
nais – amarelo e vermelho – ca movimento. A logomarca
foram mantidos, e novos tra- foi redesenhado e ganhou
ços propiciaram renovação nova tipologia e inclinação.

60 – EMBALAGEMMARCA • out 2003


DOIS TIPOS DE EMBALAGENS PARA CEREAIS
Três anos após sua chegada ao Bra- de 400g e os cereais de Arroz e Ar-
sil, a Gerber amplia sua oferta de roz com Banana, em latas de 225g.
produtos com o lançamento de linha Os bags serão de 200g, nos sabo-
de cereais infantis: os preparados res de Arroz e Arroz com Banana, e
instantâneos Farinha Láctea, Arroz e de 300g para a Farinha Láctea.
Arroz com Banana. As latas são fabricadas pela Sono-
Fabricados pela All Brands, no Pa- co, os bags pela Shellmar, e os rótu-
raná, os cereais chegam aos pontos- los pela Gráfica 43.
de-venda em duas versões de emba-
lagem: lata e bag. En-
quanto as latas estarão
disponíveis para todos
os mercados e canais,
o bag terá distribuição
concentrada no peque-
no varejo e um preço
mais baixo. A Farinha
Láctea Gerber poderá
ser encontrada em lata

Revitalizada e estendida
A tradicional marca Leite de Rosas, sol, de 165ml, é vendido em tubo
que irá completar 75 anos em 2004, metálico da Tubocap, com tampa
está pondo em prática um projeto de da Mecaplastic e válvula da Válvula
revitalização de sua identidade vi- de Precisão. Já o Roll-On, de 50ml,
sual, num trabalho assinado pela DIA tem frasco, tampa e esfera da Glo-
Comunicação de Marketing. Foram balpack. Por sua vez, o Creme tem
desenvolvidas embalagens seguindo pote de 55g e tampa da Tecmax.
várias linhas criativas, testadas em Itens mais conhecidos da linha, o Hi-
pesquisas qualitativas. As escolhidas dratante Corporal e o Hidratante Fa-
trazem uma modernização significati- cial para pele mista e oleosa têm
va em relação às antigas, com traços frascos e tampas da Oxyplas, en-
mais femininos e sofisticados. Para- quanto o Hidratante Facial para pele
lelamente, a renovação é também o normal e seca tem pote com tampa
mote para o lançamento de três da Megaplast. Os rótulos e contra-ró-
versões de desodorante com a tulos de todos os produtos, exce-
chancela Leite de Rosas: Ae- tuando a versão aerossol,
rossol, Roll-On e são da fluminense
Creme. O Aeros- Makton.
Com cartão...
A Novelprint acaba de entrar para
Aço em portal
o grupo de empresas cadastradas reformulado
no programa do Cartão BNDES, Tradicional provedora de embalagens
que amplia as possibilidades para de aço, a Prada acaba de reformular
micro, pequenas e médias empre- o seu web site. Agora, o portal corpo-
sas terem acesso a crédito rápido rativo da internet da empresa oferece
e barato com recursos do BNDES. ao visitante dois caminhos: produtos
químicos ou alimentos. Desse modo, Na temperatura
...máquinas à mão as embalagens específicas para cada
certa
Com isso, a empresa quer refor- aplicação são apresentadas separa-
Com um conceito econômico, o Mi-
çar as vendas de suas aplicadoras damente. O portal também ganhou
nichiller Acqualine é a novidade da
de rótulos auto-adesivos Novel- conteúdo: histórias da empresa e da
York para o resfriamento contínuo
Tech. As compras realizadas com própria lata de aço, uma área institu-
de moldes usados na fabricação de
o Cartão podem ser parceladas cional que expõe as políticas de qua-
embalagens por sopro ou extrusão.
em 12 vezes iguais, com atraente lidade e de distribuição e até uma
O equipamento, que opera sozinho
taxa de juros (em setembro, era brincadeira interativa, para o internau-
através de resfriamento ultra-rápido
de 1,64% ao mês). Maiores deta- ta desenhar um esboço de embala-
com água gelada, é acoplado dire-
lhes: (11) 3768-4111 ou em gem. Uma newsletter com notícias do
setor e de empresas clientes está tamente às linhas de produção de
www.novelprint.com.br.
prevista para ser inaugurada em bre- embalagens e, segundo a York, ga-
ve. Mais adiante, a Prada pretende rante economia com energia elétrica
Seguimento 1
instalar um sistema de e-commerce por trabalhar com compressor Scroll.
Em continuidade ao que já acon-
dentro do site. Ele possui, ainda, controle micro-
tecera com sua fábrica de Vinhe-
www.prada.com.br processado com alarme de falhas di-
do (SP), a Coim Brasil recebeu ofi-
versas, controle de pressão de con-
cialmente o certificado ISO
densação e indicação digital das
9001:2000 para sua unidade de
funções, entre outras características.
Novo Hamburgo (RS). A empresa
O Minichiller está disponível nas ca-
já se prepara para obter a ISO
pacidades de 7,5TR e 10TR.
14000 no início de 2004.
(11) 3837-6700
www.yorkbrasil.com.br
Seguimento 2
Quem também conquistou o certi-
ficado é a Mecalor, indústria de
Forte apelo para pequenas produções
Sistemas de Água Gelada e Proje- Aproveitando a ocasião da 1a edição
tos para Ensaios Climáticos. A da Expo Cachaça, realizada de 18 a 21
empresa recebeu o ISO de setembro em São Paulo, a E-Pa-
9000:2000. Em 1997, a Mecalor cking/ Bauch & Campos apresentou
obtivera a ISO 9001. seu mais novo lançamento, a Rottec
Semi-Automática. Trata-se de uma
Recém-nascida aplicadora de rótulos e contra-rótulos
Flex Label é o nome da mais nova auto-adesivos para garrafas de 8mm a
fornecedora de soluções auto- 80mm de diâmetro. Compacto, o equi-
adesivas. A empresa informa tra- pamento tem forte apelo para peque-
balhar com diversos materiais, nas produções. Sua capacidade máxi-
entre eles BOPP e papéis couché, ma de aplicação é de até 800 unida-
e baseia suas impressões em let- des por hora. O estande da empresa
terpress 6 cores e 4 cores plana. ainda destacou o sistema de envase
Maiores informações podem ser Milli M-20, do Grupo Realiza, ideal
conseguidas pelo telefone para o envase de pequenos volumes
(11) 6606-2399 ou pelo com precisão e limpeza na operação.
e-mail flexlabel@uol.com.br. (11) 4781-2359
www.epackinggroup.com

62 – EMBALAGEMMARCA • out 2003


Destaque com efeitos perolados
Em consonância com a tendência de produzidos pela empresa, sejam mono
uso de cores fortes em embalagens ou multicamadas.
dos mais variados produtos no Brasil e (11) 4723-4700
na Europa, a Cebal Brasil está lançan- www.cebalbrasil.com.br
do novas opções de cores peroladas
para suas bisnagas plásticas. A em-
presa desenvolveu pigmentos que,
quando aplicados ao processo de ex-
trusão das embalagens, resultam em
cores peroladas, de vigoroso impacto
visual. Conforme explica Valdivo Be-
galli Jr., gerente de marketing da Ce-
bal Brasil, as novas cores podem ser
aplicadas em todos os tubos plásticos

Aplicadora com perfil versátil


Lampo é o nome do novo sistema ção, trata-se de um equipamento que
de impressão e aplicação de etique- oferece alta qualidade de impressão
tas auto-adesivas da italiana Cicres- e velocidade de aplicação para mar-
pi que a Comprint está trazendo ao car, codificar e rotular embalagens,
Brasil. De acordo com a representa- com um baixo custo de investimento.
É especialmente indicado para linhas
de produção de pequenas e médias
velocidades. Há duas versões de
operação: a estática, que aplica eti-
quetas através de um sopro de ar,
com o objeto parado, e a dinâmica,
que pode realizar aplicações em ve-
locidades mais rápidas, com o produ-
to em movimento, através de um
braço aplicador.
(11) 3371-3371 • www.comprint.com.br

Para sacolas não virarem malas


A Brademaq está apresentando ao americanos. O acessório pode ser
mercado o acessório Parch, para a adaptado a qualquer máquina de
produção de sacolas plásticas com corte e solda, nacional ou importa-
alças reforçadas em máquinas de da, com fácil instalação.
corte e solda. Além de fortalecer as (11) 4427-4823
sacolas, através de um reforço in- www.brademaq.com.br
terno nas alças, o acessório
permite economizar matéria-
prima. O consumidor, por
sua vez, ganha sacolas mais
práticas e resistentes. Se-
gundo a Brademaq, o Parch
é uma tecnologia difundida
na Europa e nos Estados
Unidos, e já vem sendo im-
plementada em países sul-
Movimentações no mercado de ribbons
Convertedora e fabricante de fitas Mendes, afirma que a aquisição con-
para impressão por transferência tér- solida a posição da empresa como lí-
mica, também conhecidas como rib- der do mercado de ribbons na Améri-
bons, a IImak Brasil oficializou a com- ca do Sul. “Aumentaremos nossa ca-
pra da Seal Eletrônica. Sediada em pacidade de produção e nossa flexibi-
Manaus (AM), a nova empresa do lidade nas negociações”, diz Mendes.
grupo IImak passará a dedicar-se ao “O produto Seal será oferecido agora
segmento de integração de soluções, com o padrão de atendimento e a efi-
deixando de atuar como convertedora ciência logística da IIMAK”, completa.
e distribuidora de ribbons. O diretor www.iimak.com.br
comercial da IImak Brasil, Marcos (21) 2493-3060

Tudo (ou quase) sobre cores


Para resolver problemas de incom- presa, o produto segue as normas
patibilidade da cor impressa com a internacionais ISO 12647 e ISO
cor previamente aprovada no moni- 2846, que dispõem sobre a diferen-
tor do computador, a Editora J.J. ça entre as cores da tela e as co-
Carol acaba de lançar uma coleção res impressas em processos como
de livros acompanhada de um CD flexografia, rotogravura e off-set
com mais de 300 000 combinações plana e rotativa. Seis volumes de-
e tabelas de cores. Segundo a em- verão compor a coleção, mas, por
enquanto, só dois foram lançados:
Offset Plana 1 (em papel couché) e
Offset Plana 2 (em papel cartão).
Além das tradicionais escalas de
cores, o material apresenta dezes-
seis cores especiais, diversos tons
pastéis, tons de cabelo, tons de
pele, entre outros tópicos freqüen-
tes no dia-a-dia das agências e
gráficas.
www.truecolorsytem.com.br
(11) 3871-1888

Nacionalização em vista
A Windmoeller & Hoelscher do Bra- tos e à ampliação de programas de
sil aproveitou o Seminário de Flexo- financiamento entre seus clientes.
grafia, realizado pela Abflexo entre Uma das impressoras que serão
os últimos dias 11 e 13 de setem- fabricadas no Brasil é a Primaflex
bro, para divulgar o início da fabri- CM, máquina que opera em oito
cação no Brasil de alguns modelos cores, possui troca rápida de
de impressoras que atualmente são camisas e é destinada a bandas
importados e distribuídos pela em- média e estreita.
presa. Segundo comunicado, a na- www.wuhdobrasil.com.br
cionalização visa à redução de cus- (11) 4066-7800
Almanaque
Masculina e feminina Futebol e
Ao contrário do que muitos podem pen-
sar, a globalizada marca LU de biscoi- merchandising
tos, trazida ao Brasil há pouco tempo Futebolistas e outros atletas brasi-
pela Danone, não é o nome ou o apelido leiros que hoje ganham fortunas
de uma mulher. Na verdade, faz menção posando como garotos-propagan-
a um casal, os franceses Jean-Romain da têm uma espécie de patrono no
Lefévre e Isabelle Utile, cujos biscoitos, craque que imortalizou uma das
mais belas jogadas do futebol: a
vendidos numa confeitaria aberta em
bicicleta. A “pedalada” no ar se tor-
1846 na cidade de Nantes, ganharam
nou a marca registrada do centroa-
fama de finas iguarias. LU é a junção
vante Leônidas da Silva, considera-
das iniciais de seus sobrenomes. do o primeiro grande ídolo do fute-
bol brasileiro. Costumava-se dizer
Histórico tônico barriga-verde que, nos anos quarenta, somente
Os xaropes fortificantes merecem uma página especial nos percalços da in- três pessoas eram capazes de reu-
dústria farmacêutica brasileira. Um deles, o Sadol, lançado em 1924 pelo La- nir multidões no país: Getúlio Var-
boratório Boettger e depois repassado ao Laboratório Catarinense, que o co- gas, o cantor Orlando Silva e o
próprio Leônidas. O apelido “Dia-
mercializa com sucesso até hoje, possui uma história das mais ricas. Com a
mante Negro”, ganho pelo atacan-
ajuda do fabricante, contamos aqui alguns dos episódios da vida do produto.
te, virou marca de cigarros, de ba-
Postulante misterioso las, de um relógio e do chocolate
Há cerca de 40 anos, em época de campanha eleitoral, a população de um que até hoje tem forte apelo de
município do interior do Paraná começou a se preocupar com um misterio- vendas. Pelo contrato com a Lacta,
so candidato, surgido do nada. Na verdade, tudo não passou de uma confu- o craque recebeu a então polpuda
são. Com a profusão de santinhos dos candidatos e partidos políticos soma de 3 contos de réis. Foi um
e de inscrições em muros, porteiras e pedras, o povo pen- dos primeiros futebolistas a ter au-
tomóvel no país. No último dia 6
sou que o slogan publicitário “Tome Sadol”,
de setembro, internado com Mal
inscrito em rochas, aludisse a um
de Alzheimer numa clínica geriátri-
certo postulante de nome “Tomé
ca próxima à capital paulista (cus-
Sadol”. Até descobrirem a verdade,
teada por um de seus ex-clubes, o
os candidatos de verdade chegaram
São Paulo, registre-se, dada a rari-
até a discutir estratégias para competir
dade do gesto), Leônidas comple-
com o tal “Tomé”...
tou 90 anos de idade.
Curioso conselho amigo
Por muito tempo o Sadol foi comercializado em frasco de vidro. E não à toa,
já que o Laboratório Catarinense possuía uma vidraria própria. Todavia, Ney
Osvaldo Silva Filho, presidente da farmacêutica, recebeu uma notícia ruim
no fim dos anos 70. Ao visitar a subsidiária de uma grande vidraria estran-
geira para propor uma parceria tecnológica, descobriu que sua vidraria esta-
va bem ultrapassada. Não valeria a pena mantê-la funcionando. Curiosamen-
te, o diretor da vidraria multinacional lhe sugeriu que, em vez de injetar ca-
pital na atualização das linhas de vidro, com-
prasse máquinas injetoras para fabricar embala-
gens plásticas. Assim nasceu, em 1982, a AB
Plast, braço do Laboratório Catarinense que
produz os frascos plásticos com o mesmo de-
senho dos originais de vidro que, desde en-
tão, acondicionam o Sadol.

66 – EMBALAGEMMARCA • out 2003


SIG Combibloc – Eras siderais
na tecnologia de embalagem

2003
SIG Combibloc é a
primeira a dar
forma exclusiva às
embalagens
cartonadas
(combishape)

1930
SIG Combibloc é
a primeira
fornecedora
européia de 1993
embalagens SIG Combibloc
cartonadas para introduz a primeira
bebidas (Perga) 1978
SIG Combibloc tampa para
introduz a primeira embalagens
máquina de envase cartonadas assépticas
asséptica, de alta (combiTop)
produção, com
1962 capacidade para
SIG Combibloc 10.000 embalagens/hora
1985
introduz a primeira SIG Combibloc
embalagem envasa os primeiros
cartonada produtos alimentícios
pré-formada com pedaços em
(Blocpak) embalagens
cartonadas assépticas

Como uma das líderes mundiais na fabricação de embalagens cartonadas


assépticas, há décadas estabelecemos, continuamente, padrões através
das nossas soluções em embalagem. Uma nova era sideral se inicia
com a inovadora embalagem cartonada combishape, que oferece
uma diversidade de formas exclusivas e quase ilimitadas. Com ela
nasce uma nova estrela no universo das embalagens, criando
possibilidades e oportunidades de mercado totalmente novas.
Confira você mesmo: www.sigcombibloc.com

SIG Combibloc do Brasil Ltda


SIG Combibloc Rua Iguatemi, 192 - cj. 14
01451-010 – São Paulo – SP
Tel. +55 (11) 31 68 40 29
Fax +55 (11) 31 68 40 18
www.sigcombibloc.com

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