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Viagens que adensam a qualidade

m seus quase seis co que, sem pretensão de para o salão Emballage, em

E anos de atuação no
mercado (mais seis
meses de planejamento que
ser professoral, busca iden-
tificar rumos possíveis da
economia e dos negócios,
Paris, e em abril próximo
irão à Interpack, novamente
em Düsseldorf.
consumiu para ser lança- em especial os relacionados Para alguns, essa movimen-
da),EMBALAGEMMARCA à cadeia de embalagem. tação pode parecer passeio,
acumulou respeitável ban- Dentro do esforço para mas é trabalho em que se
Wilson Palhares co de dados. Hoje, esse da- identificar caminhos e de- adensa a qualidade editori-
tabase possibilita, primeiro, tectar inovações está a par- al, se amplia o relaciona-
No esforço para fundamentar com conteúdo ticipação crescente em mento e o volume de infor-
identificar rumos e cada vez mais denso as re- eventos nacionais e interna- mação em nível global e se
detectar inovações portagens e os artigos pu- cionais. Nestas, em outu- alimenta a ambição de fa-
blicados regularmente na bro, mal uma parte da equi- zer uma publicação cada
está a participação
revista. pe retornara da Label Expo vez mais útil aos profissio-
crescente em
Em segundo, serve para ali- em Chicago, outra arruma- nais de embalagem. Sem o
eventos nacionais cerçar um trabalho que, va as malas para a Pack atrevimento de intitular-se
e internacionais. nas edições de dezembro, Expo, na mesma cidade, “líder”, “a maior”, ou “a
Isso faz parte do se transforma em útil docu- meio tempo em que alguém melhor”, EMBALAGEMMAR-
empenho de fazer mento de consulta. Trata-se regressava da feira K, em CA continua se empenhando
uma revista cada de Tendências e Perspecti- Düsseldorf. Ainda em no- para melhorar sempre.
vez mais útil vas, um balanço/prognósti- vembro, mais dois partirão Até dezembro.
nº 63 • novembro 2004
Diretor de Redação
Wilson Palhares
palhares@embalagemmarca.com.br

8 28
Reportagem de capa: Design
Reportagem
Cremes Dentais Na 6ª Semana Abre do Design redacao@embalagemmarca.com.br
Diante de boas perspectivas de Embalagem, o destaque foi Flávio Palhares
para um mercado estagnado a força vendedora do branding flavio@embalagemmarca.com.br
em inovações Guilherme Kamio

42
de embalagem, K’2004 guma@embalagemmarca.com.br
fornecedores se Na cobertura da grande Leandro Haberli Silva
movimentam feira mundial da cadeia de leandro@embalagemmarca.com.br
plásticos, a boa presença
Diretor de Arte
das empresas brasileiras

16
Carlos Gustavo Curado
Making Of arte@embalagemmarca.com.br

50
O passo-a-passo da criação Entrevista:
da capa desta edição, com a Assistente de Arte
Vice-presidente da Abief,
José Hiroshi Taniguti
integração de vários parceiros Rogério Mani fala sobre o mer-
cado de embalagens flexíveis, e Administração

20
Internacional a participação da entidade na K Marcos Palhares (Diretor de Marketing)
Jones Soda amplia estratégia Eunice Fruet (Diretora Financeira)

58
de “publicar” fotos dos con- Reciclagem Departamento Comercial
sumidores a Químico cria sistema de comercial@embalagemmarca.com.br
suas novas lavagem de embalagens de Karin Trojan
multipacks lubrificantes Wagner Ferreira
Circulação e Assinaturas

60
Aço Marcella de Freitas Monteiro

24
Cartonadas Indústria gaúcha reposiciona assinaturas@embalagemmarca.com.br
Tetra Pak quer difundir alternati- seu achocolatado através Assinatura anual: R$ 90,00
va de impressão mais nobre em da utilização de lata com Público-Alvo
caixinhas longa vida de leites tampa prática EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que
ocupam cargos técnicos, de direção, gerência
e supervisão em empresas fornecedoras, con-
vertedoras e usuárias de embalagens para ali-
A capa desta edição foi impressa pela Antilhas em Papelcartão Art Premium Novo
mentos, bebidas, cosméticos, medicamentos,
250g/m2, da Ripasa, termolaminada com filme Prolam® aplicado pela Lamimax. materiais de limpeza e home service, bem
como prestadores de serviços relacionados
3 Editorial com a cadeia de embalagem.
A essência da edição do mês, nas palavras do editor Filiada ao
22 Internacional
Destaques e idéias de mercados estrangeiros

64 Display
Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens Esta revista foi impressa em Papelcartão
66 Panorama
Art Premium Novo 250g/m2 (capa) e papel
Image Mate 90g/m2 (miolo), fabricados pela
Ripasa S/A Celulose e Papel, em
Movimentação na indústria de embalagens e seus lançamentos harmonia com o meio ambiente.
70 Painel Gráfico Impressão: Congraf Tel.: (11) 5563-3466
Novidades do setor, da criação ao acabamento de embalagens Laminação: Lamimax Tel.: (11) 3644-4128
Filme da laminação: Prolam Tel.: (11) 3611-3400
74 Almanaque
EMBALAGEMMARCA é uma publicação
Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens
mensal da Bloco de Comunicação Ltda.
Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo
Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP
Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463

32 Investimentos Filiada à
Inaugurada no país fábrica de impressão de rótulos heat transfer

34 Pirataria www.embalagemmarca.com.br
Selo de segurança elimina falsificações de autopeças O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é
38 Consolidação
resguardado por direitos autorais. Não é permi-
tida a reprodução de matérias editoriais publi-
Com a compra da PP Print, Sol PP fortalece atuação em rótulos de BOPP cadas nesta revista sem autorização da Bloco
39 Curtas de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em
matérias assinadas não refletem necessaria-
Materiais, equipamentos e processos de decoração, identificação e rastreabilidade mente a opinião da revista.
reportagem de capa >>> cremes dentais

Cenário sorridente, um
ecentemente, o ministério da Saúde

R divulgou um dado alarmante: 40%


FOTOS: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

dos brasileiros encontram-se à mar-


gem do consumo de itens básicos
de higiene bucal. Na ponta do lápis, esse índi-
ce resulta num contingente de 72,8 milhões de
indivíduos, praticamente o dobro da população
da Argentina. Analisado por outra embocadu-
ra, a dos negócios, o anúncio mostra o poten-
cial de crescimento para as vendas de cremes e
géis dentais no país.
Some-se a isso a sensação de bons ventos
para a economia, importante no desempenho
desse segmento – no último decênio, o setor
sempre deslanchou em anos de atividade aque-
cida, como no 1995 de euforia do Real, com
evolução de 24,5% em volume de vendas, con-
forme revela um monitoramento da AC
Nielsen – e o cenário à frente é sorriden-
te. O ano passado já foi bom para o
setor, com faturamento de 1,197 bilhão
de reais, 17% a mais que em 2002, e a
Abihpec – Associação Brasileira da In-
dústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e
Cosméticos espera que as vendas do
produto cresçam ao menos 10% em
2004. Também concorre para a ex-
pectativa de um boom dos dentifrícios
o Brasil Sorridente, programa de governo
que já iniciou a distribuição gratuita de escovas
Por Guilherme Kamio e cremes a 30% dos usuários do sistema públi-
co de saúde bucal, cerca de 12,5 milhões de
pessoas, e que pretende aumentar gradativa-
mente o número de contemplados.
Indícios de aquecimento Os fornecedores de embalagens do setor
também aguardam com grande expectativa a
do mercado nacional de confirmação desse cenário positivo. Mas não
cremes e géis dentais só pelos previsíveis maiores volumes de entre-
gas decorrentes do aquecimento do consumo.
movimentam fornecedores Para boa parte deles, uma grande alta das ven-
das pode acarretar um natural amadurecimento
de embalagens, que do mercado, desviando o foco das guerras de
preços que atualmente o assolam – e que, inva-
esperam maiores apostas riavelmente, vêm restringindo investimentos
dos fabricantes em embalagens mais práticas,
da clientela em convenientes e atraentes. “Infelizmente o qua-
dro do mercado de creme dental vem levando
apresentações inovadoras à ‘commoditização’ de suas embalagens”, re-

8 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004


m convite para inovações
sume Walter Schalka, diretor-executivo da Di-
xie-Toga, uma das grandes fornecedoras na-
cionais de tubos laminados, as bisnagas cujas
paredes são formadas por camadas de polieti-
leno e alumínio que acondicionam 99% dos
cremes dentais do país. Ele lembra que os cre-
mes nacionais, em linhas de combate com pre-
ço médio na casa do 1 real, são os “mais bara-
tos do mundo, sem paralelo nem em países
asiáticos”.

Nem as líderes
“As marcas com maior valor agregado teriam
como repassar custos incrementais decorrentes
de inovações e para elas temos disponíveis
uma ampla gama de materiais, terminações e
tampas”, aponta Marcio Azevedo, gerente de
marketing da Alcan Packaging Cebal, outra
força da seara de tubos laminados e detentora
da conta da Unilever, segunda maior produto-
ra de creme dental do país, só atrás de outra
multinacional, a Colgate-Palmolive. “Mesmo
assim a demanda seria pequena, pois o consu-
midor é bastante sensível às variações de preço
dos cremes dentais”, ele pondera.
O crescimento da concorrência, entretanto,
pode vir a ser um motor de inovações. Embo-
ra as três principais marcas nacionais de cre-
mes dentais – Colgate, Sorriso e Close Up –
detenham perto de 80% do mercado, segundo
dados de 2003 da AC Nielsen, operações pe-
quenas e médias de cremes dentais vêm sendo
abertas no país nos últimos anos. O mesmo
instituto de pesquisas calcula já existirem no
Brasil, hoje, quinze fábricas, produtoras de 23
marcas e 112 versões de cremes e géis dentais,
números engrossados no passado recente.
“Marcas regionais e de médio porte têm surgi-
do às pencas nos últimos dois anos”, confirma
um profissional da área de embalagens que
pede para não ser identificado.
E esses médios e pequenos negócios têm
vingado, querem aumentar seu quinhão de
mercado e são operações atraentes. Prova
disso é a recente venda, sem valores revelados,
da pernambucana Bonamil, dona da marca de
creme dental 100% Branco, para a gaúcha
Condor, uma das cinco maiores fabricantes de

novembro 2004 <<< EmbalagemMarca <<< 9


escovas dentais do país. A compradora preten-
de se valer da presença de seus produtos em
300 000 pontos-de-venda no território nacional
para ampliar o negócio de creme dental e afir-
ma já ter adquirido novas máquinas para au-
mentar sua produção.
Embora seja marca emergente, o 100%
Branco é comercializado em tubos laminados
da Alcan Packaging Cebal e da Dixie Toga,
exatamente os mesmos das líderes de mercado.
Do mesmo modo, o visual estampado em suas
embalagens também é muito parecido ao dos
CARTEIRA – Alcan
grandes players. “É um quadro que nos leva a Packaging Cebal afirma
trabalhos com hot stamping, cold foil e uma
indagar se não pode ocorrer com os cremes fornecer tubos a cerca série de decorações de apelo. Tais investimen-
dentais uma situação semelhante à deflagrada de 60% dos fabricantes tos dependem exclusivamente dos clientes”,
locais de dentifrícios
pela garrafa de PET no mercado de refrigeran- ressalta Schalka. Ele exemplifica com os tubos
tes”, suscita Guilherme Arcuri, diretor co- laminados do tipo stand-up, que param em
mercial da Simbios-Pack, distribuidora pé nas gôndolas, atualmente fornecidas
para o Brasil de uma das principais chance- pela Dixie Toga para as linhas de cremes
las de máquinas envasadoras para tubos de infantis de seu maior cliente blue chip da
creme dental do mundo, a sueca Norden. “O área, a Colgate-Palmolive.
pequeno e médio empresariado têm se cons- Por sua vez, Antônio Assis, gerente de
cientizado de que para brigar no mercado de contas da Alcan Packaging Cebal, divulga
creme dental é preciso investir em maquiná- que a empresa disponibiliza tubos do tipo
rio de ponta, e nossos projetos para essa clien- “non-foil”, formados por laminados com
tela têm aumentado nos últimos anos”, desta- barreira interna em EVOH em vez da de
ca o profissional (a propósito, ele relata se en- alumínio, que garante as mesmas pro-
contrar em conversas para fornecer máquinas priedades, porém com superfícies brancas ou
para um novo atuante da área de creme dental, translúcidas, ideais para géis dentais colori-
a se instalar no Nordeste). dos, e deposita esperança nos laminados pig-
Trata-se de mais um indicativo de que o mentados, chamados “designer web”.
aprimoramento das embalagens não é conse- Um desenvolvimento em andamento é o
NICHO – Bisnaga lamina-
lho fortuito às marcas líderes. “Possuímos todo da do tipo stand-up, da
Dual Tube, um tubo com outro em seu interior,
o aporte tecnológico e know-how para realizar Dixie Toga, é usada pela destinado a produtos que exigem que duas for-
Colgate somente em sua mulações sejam mantidas em compartimentos
linha de géis para
separados até o momento de uso. Nos Estados
o público infantil
Unidos já existem dentifrícios de sucesso des-
se gênero, que combinam um gel de branquea-
mento e outro anticárie, só “unidos” quando o
tubo é apertado. “Essas e outras tecnologias
inovadoras têm sido de maior interesse do
APOSTAS – Cartuchos de
recentes lançamentos da
mercado de cosméticos e cosmecêuticos, face
Unilever exigiram da ao valor agregado desses produtos em relação
Brasilgráfica uso de hot aos dentifrícios”, relata Azevedo.
stamping (acima) e da cor
preta (abaixo)
Cartuchos mais nobres
Todavia, merece registro que, apesar de inci-
pientes, inovações em embalagens de cremes
dentais já estão ocorrendo – talvez até influen-
ciadas pela maior presença de produtos impor-
tados nas gôndolas nacionais (veja quadro so-
bre Crest). Bons exemplos são os cartuchos de
papel cartão de recentes lançamentos da Unile-
10 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004
À MÃO – Cartuchos importados sofisticados, como
o do Aquafresh, podem ser produzidos no Brasil
Líder americana
volta ao Brasil
Certa de que pode cavar um os tu-
bom nicho de negócios em bos das concor-
meio ao domínio da Unilever rentes locais. A volta da
e da Colgate em cremes den- Crest está sendo viabilizada
tais, a Procter & Gamble, por uma parceria da P&G
sem muito alarde, acaba de com a Marcas Internacio-
ver, os cremes Close Up Eucalyptus Mint e recolocar no varejo a Crest, nais, empresa que já traz os
Close Up Whitening. O primeiro se vale da cor marca líder do mercado snacks Pringles para o país.
preta, pouco usual no segmento. O segundo americano, onde lhe gera re- Especula-se que, dependen-
apresenta detalhes metálicos em hot stamping. ceita anual de 1 bilhão de dó- do do desempenho, a P&G
“O hot stamping ajuda a mostrar que o produ- lares. Ela passeou por aqui, poderá até investir na fabri-
to tem valor agregado”, define Priya Patel, ge- via importações, em meados cação da Crest no Brasil.
rente de categorias da Unilever, apontando o dos anos 90, mas a opera-
papel fundamental da embalagem frente ao ção foi abortada
alto custo de se realizar permanentes ações com a disparada do
para manter marcas na mídia e na mente dos dólar. As importa-
ções recomeçaram e
consumidores. “O consumidor precisa saber
o produto custa em média
por ela o que é novo, pois de outra maneira ele
14 reais – quase o do-
não percebe as diferenças para tomar sua deci-
bro do preço das mar-
são na hora da compra.” Patel destaca ainda,
cas premium nacionais.
no cartucho do Whitening, a presença de uma
Só que a P&G aposta num di-
“escala de brancura”, que auxilia o usuário a
ferencial: os tubos de Crest
visualizar a evolução do branqueamento de contêm 175g, bem mais que
seus dentes.
Célio Coelho de Magalhães, gerente de plásticos”, ele entende, lembrando de um ser-
marketing da Brasilgráfica, a fornecedora ex- viço dessa natureza que a Brasilgráfica fez me-
clusiva dos cartuchos que acondicionam os ses atrás para a marca Pepsodent, também da
dentifrícios da multinacional anglo-holandesa, Unilever, mas voltada à exportação.
aplaude a aposta do cliente em hot stamping – Investir em embalagem, porém, não está na
“a primeira vez que isso acontece numa emba- ordem do dia somente nas indústrias usuárias.
lagem de Close Up” – e avisa que o parque Ocorre que, com o histórico de concentração
gráfico nacional reúne todas as condições para do mercado de dentifrícios em poucas mãos,
implementar todos os tipos de decorações co- somado à entrada de novas operações nos últi-
mumente vistas em cartuchos de cremes den- mos anos, o mercado vem se queixando de es-
tais importados, tais como metalizações em cassez de tubos laminados. “Pelos meus cálcu-
geral, detalhes holográficos e uso de tintas rea- VÔO – Condor comprou
a 100% Branco e planeja los, esse gap pode ser de até 30 milhões de uni-
tivas, fluorescentes e até com odor. “Outra aumentar produção dades mensais”, diz um executivo de compras
possibilidade de impacto é o uso de cartuchos que pede para se manter no anonimato. “Os pe-
quenos e médios negócios consumidores de tu-
bos laminados não enfrentam hoje problemas
de fornecimento, mas têm incerteza quanto à
oferta dessas embalagens se turbinarem suas
produções, o que vem inibindo planos de cres-
cimento”, ele emenda.
“Por outro lado, é preciso também ter em
mente que as máquinas necessárias para a pro-
dução e impressão de tubos laminados são ca-
ríssimas, e não temos como investir sem ga-

12 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004


rantias da clientela”, comenta Walter Schalka, ALTERNATIVA – Para via-
anunciando que a Dixie Toga acaba de incor- bilizar a entrada de seu
Gel Chocolate
porar uma nova, moderna e custosa impresso- no mercado,
ra da Ko-Pack à sua planta de tubos. Ele infor- Natuflora
ma que a Impressora Paranaense, braço do recorreu às
bisnagas plásticas
grupo focado na produção de cartuchos, inclu- da C-Pack
sive os consumidos pela Colgate-Palmolive, desenvolvendo, a demanda por tubos é alta e
também é constante foco de investimentos. temos projetos de instalações de novas máqui-
nas em andamento. Mas não podemos revelar Aisa
+41 (24) 4820 110
Nordeste será pólo nomes de possíveis novos players desse mer- www.aisa.com
Schalka lembra também que a Dixie Toga, cado neste atual estágio”, confirma Alain Du-
Alcan Packaging Cebal
numa joint-venture com a finlandesa Huhta- mani, diretor de marketing da suíça Aisa, des-
(11) 4723-4700
maki, inaugurou no início do ano, em Parnami- tacada fabricante mundial de máquinas forma- www.cebalbrasil.com.br
rim (RN), a Laminor, negócio dedicado à pro- doras de tubos laminados e com forte presença
Betts
dução do laminado consumido na produção no Brasil. (11) 3601-3312
dos tubos, a qual irá substituir importações Sintoma da demanda reprimida de tubos www.betts-usa.com
dessa matéria-prima e dará maior fôlego à pro- laminados é que pequenos produtores, sem
Brasilgráfica
dução desses recipientes no país, além de gerar massa crítica para entrar na carteira das forne- (11) 4133-7777
divisas com exportações. De início, a fábrica, cedoras dessas embalagens, vêm recorrendo a www.brasilgráfica
que consumiu 50 milhões de reais em investi- uma alternativa criativa: o uso de bisnagas
C-Pack
mentos, irá produzir 30 milhões de metros plásticas. Exemplo é o da Natuflora, que em (11) 5562-8671
quadrados desse material por ano, substituindo junho lançou seu Gel Dental sabor Chocolate www.c-pack.com.br
suas importações. em tubo plástico produzido pela C-Pack. “O
Dixie Toga
É também no Nordeste, em Suape (PE), tubo plástico oferece características técnicas (11) 6982-9497
que a Alcan Packaging Cebal está construindo similares às do laminado, mas é somente justi- www.dixietoga.com.br
sua segunda planta no país, para atender a Uni- ficável para cremes dentais de maior valor
Globalpack
lever, que está transferindo para aquela região agregado e de produção contida, pois o tubo la- (11) 5641-5333
a produção de seus dentifrícios, bem como ou- minado apresenta maior economia de escala”, www.globalpack.com.br
tros clientes. Ao mesmo tempo, a Betts, gran- admite Fábio Yassuda, diretor comercial da C-
Laminor
de nome mundial da área de tubos laminados Pack. “Um cliente com produção mensal de (11) 5516-2000
que fincou bandeira próximo a São Paulo cer- 200 000 ou 300 000 unidades não interessa ao
Simbios-Pack
ca de quatro anos atrás, vem continuamente fornecedor de laminado, e é isso o que tem tra- (11) 5687-1781
declarando em comunicados oficiais o interes- zido clientes para nós”, salienta o executivo, simbios-pack@simbios-
se em expandir seus negócios no Brasil. Co- informando existirem atualmente mais dois pack.com.br
menta-se, ainda, que uma empresa de capital projetos de fornecimento em negociações no
nacional estaria mapeando oportunidades para mercado de creme dental.
entrar no mercado de tubos laminados. “O Outra fabricante de tubos plásticos, a
mercado de cremes dentais brasileiro está se Globalpack, não tira pedidos na área de denti-
frícios há cerca de dois anos, mas se mostra re-
ceptiva a atendê-la novamente. “É algo possí-
vel, até pelo fato de o mercado estar abrin-
do espaço para novas marcas”, afirma o
diretor comercial Fábio Fróes Marcelo,
lembrando que a Globalpack inclusive for-
neceu, no passado, bisnagas plásticas coextru-
dadas do tipo stand-up e tampas à líder Col-
gate para o mercado nacional e expor-
tações. Como se vê, o crescimento do
mercado, com um maior pluralismo de
produtos, marcas e embalagens, só tem a
contribuir para promover num número cres-
COLORIDOS – Designer Web é a linha de laminados cente de pessoas – e de companhias – largos
pigmentados da Alcan Packaging Cebal sorrisos.
14 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004
making of >>> capa

Uma ação de
O passo-a-passo da criação de uma capa de revista que é uma embalagem
capa desta edição de EMBALAGEM-

A MARCA, que provavelmente cha-


mou a atenção pelo brilho, pela
bela imagem digital (não, não é
foto) de um creme dental com marca fictícia
e pela alta qualidade de impressão, tem um
objetivo maior do que apenas surpreender.
Como vem ocorrendo desde maio deste ano,
as capas da revista procuram demonstrar os
recursos do papel cartão, dos processos, insu-
mos e ferramentas que possibilitam criar
embalagens capazes de causar impacto no
ponto-de-venda e despertar nos consumidores NÃO É FOTO – Ilustração digital,
o desejo de comprar. impressa em Papelcartão Art
A exemplo do ocorrido em inúmeras opor- Premium Novo 250g/m2, da
Ripasa, termolaminado pela
tunidades anteriores, ao transformar suas ca-
Lamimax com filme Prolam Prata
pas, suas páginas internas e seus próprios invó-
lucros em amostras de embalagem e de dife- com excelente resultado. Isso é fundamental
rentes materiais, a revista desenvolveu a pre- na medida em que nesse lado da capa são vei-
sente capa integrando os parceiros fornece- culados os anúncios das chamadas segunda e
dores, todos eles participantes da cadeia de terceira capas. Tanto quanto o restante da pu-
embalagem. A meta principal é mostrar con- blicação, eles devem apresentar qualidade in-
cretamente o alto nível de desenvolvimento e o questionável. Do lado em que foram impres-
potencial que o setor alcançou no Brasil. sos a capa propriamente dita e o anúncio da
Foi uma caminhada que, como todas, co- quarta capa, o papel cartão foi termolaminado
meçou com o primeiro passo: o fornecimento pela Lamimax com filme Prolam Prata, da
do substrato. Para isso foi escolhido o Papel- Prolam, parceira de EMBALAGEMMARCA, jun-
cartão Art Premium Novo 250g/m2, da Ripa- to com a Ripasa, nas ações de capas especiais
sa, que permite impressão também no verso, com papel cartão.

1 2 CONCEPÇÃO – A imagem
de capa desta edição foi
feita pela R3F Digital
Design com o software
Lightwave de modela-
gem e animação em
terceira dimensão. Ao
lado, quadros mostram
seqüência de criação do
objeto: wireframe
(imagem 1), volume (2),
3 4 wireframe com volume
(3) e textura aplicada (4)

16 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004


“MARCA PRÓPRIA” – Como
Dentro da programação dessas ações es- no desenvolvimento de um
tava pautada uma capa de papel cartão, apro- produto verdadeiro, dife-
priado para embalagens, com acabamento rentes texturas foram criadas
para o cartucho do creme
metalizado. Quando a revista estudava qual dental EMBALAGEMMARCA
o tema mais adequado, recebeu a visita de
Flávio Eduardo Cassiano, diretor da R3F Di-
gital Design, para a apresentação de um soft-
ware de modelagem e animação em terceira
dimensão (veja o quadro). Trata-se do Light-
wave, para o qual a empresa oferece consul-
toria, suporte e treinamento modular, além
de um curso de design de embalagens exclu-
sivo no país. criada nesta ferramenta, e tanto o tubo como
o estojo existem apenas virtualmente.
Do briefing à criação Cassiano conta que, dado o briefing para
Na demonstração ficou claro ser um progra- criação do creme dental com a “marca pró-
ma extremamente adequado para o desenvol- pria” EMBALAGEMMARCA, ele tratou de ad-
vimento de design de embalagem, capaz de quirir no mercado vários produtos da catego-
expressar as idéias de forma eficiente e com ria, para estudo de formatos e equities. “Co-
grande impacto visual. EMBALAGEMMARCA meçamos a ‘brincar’ com a logomarca da
propôs então a criação da capa desta edição, revista sobre eles, melhorando a produção até
sobre cremes dentais, com a composição em o resultado final”, ele recorda. “Como a con-
que acabou sendo impressa. Foi totalmente cepção da idéia foi bem trabalhada, finaliza-
mos rapidamente esta etapa”. e ex-aluno da R3F. PASSO-A-PASSO – Entre
A fase de impressão da frente e do verso a montagem digital e a
No passo seguinte, mais técnico e no saída das máquinas,
qual são exigidos conhecimentos de fotogra- da capa, feita pela Antilhas pelo processo off- avaliações de prelo e
fia, direção de arte e manejo do Lightwave, set, começou com uma reunião de seu pessoal acompanhamento
técnico com os designers da R3F, na condição intensivo do resultado
foram aplicados os mesmos princípios de final. Todas essas
captação de luz da fotografia convencional. de fornecedora, e de EMBALAGEMMARCA etapas ficaram a cargo
Com ajustes de câmera (distância focal, tipo como cliente. “O grande desafio do trabalho da Antilhas, responsável
era imprimir num substrato não absorvente no pela impressão da
de lente e abertura de diafragma), o resulta-
capa desta edição de
do foi uma imagem de extremo realismo. sistema off-set convencional”, relata André
EMBALAGEMMARCA
Na etapa seguinte, o departamento de arte Laguzzi, gerente de desenvolvimento da em-
de EMBALAGEMMARCA encaminhou à R3F o presa. “Em flexografia tal impressão não
layout da capa para a inserção da imagem e apresenta grandes problemas, mas em off-set
posterior tratamento. Por se tratar de uma im- a história é outra”, ele diz. “Tanto é que
pressão especial em substrato metalizado, fo- mesmo gráficas bem equipadas muitas vezes
ram separados os canais que isolariam o efei- recusam trabalhos desse tipo, por temor de re-
to da capa em áreas específicas. Os designers sultados insatisfatórios.”
digitais que trabalharam a imagem foram o A partir daquela primeira reunião, os con-
diretor da R3F Flávio Cassiano, especialista tatos para informação, esclarecimentos e
em Lightwave, e Eduardo Baroni, publicitário ajustes correram entre os designers e a gráfi-

Design de embalagem com efeitos de blockbuster


O Lightwave é uma fer- software um poderoso embalagens. A possibili- lidade, simulando inclu-
ramenta de modelagem aliado dos designers in- dade de fazer previews sive diferentes mate-
e animação 3D popular dustriais, inclusive realistas de produtos e riais e texturas, facilita
na Europa e nos Esta- aqueles dedicados ao embalagens em mode- a visualização de resul-
dos Unidos, usado em desenvolvimento de los digitais de alta qua- tados e a correção de
áreas que extrapolam defeitos antes mesmo
em muito o segmento da produção de um
de embalagens. É usa- REALISMO: Com Lightwave, previews mock-up.
fiéis de produtos e embalagens
do, por exemplo, na No Brasil, a R3F Digital
criação de efeitos espe- Design, com sede em
ciais dos grandes block- São Paulo, é a repre-
busters de Holywood, sentante homologada
na produção de videocli- pela norte-americana
pes, games, comerciais NewTek, proprietária
e animações. do software, e a única
A infinidade de recur- consultoria em compu-
sos e a sofisticada in- tação gráfica no país
terface gráfica do dedicada exclusivamen-
Lightwave tornam o te ao Lightwave.

18 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004


Antilhas dos a adequar perfeitamente o arquivo ao
(11) 4152-1100 processo de impressão. Feito isso, foi enca-
www.antilhas.com.br
minhada por meio eletrônico uma prova di-
Congraf gital para EMBALAGEMMARCA, que a apro-
(11) 5563-3466 vou sem restrições.
www.congraf.com.br
Nesse meio tempo, enquanto o departa-
Lamimax mento de arte da revista montava sobre a ima-
(11) 3644-7865 gem virtual o layout final da capa, na Antilhas
lamimax@uol.com.br
eram realizadas pelo menos três reuniões com
Prolam a área de produção, nas quais ia sendo com-
(11) 3611-3400 plementada em pormenores a ficha técnica
www.prolam.com.br
ca. “Afinou-se então a sintonia relacionada descritiva do produto. As chapas foram pro-
com linguagem do software, extensão de ar- R3F Digital Design duzidas, por fornecedor terceirizado, em sis-
(11 ) 6674-4073 tema CtP (Computer to Plate) e serviram para
quivos, separação de cores e outros pormeno- www.r3f.com
res indispensáveis”, conta Alexandre Krieck, imprimir as provas de prelo, utilizadas como
analista de produto da Antilhas. Ficou defini- Ripasa referência de cor na impressão. Nesta, foram
(11) 3491-5010
do nessas reuniões que na impressão seria uti- usadas tintas e vernizes especiais.
www.ripasa.com.br
lizado calço de tinta branca (quinta cor) para Exceto controles mais rígidos do que em
eliminar o efeito metálico nas áreas em que trabalhos convencionais, a impressão trans-
não era desejado. correu sem problemas, numa Roland 706, de
Apresentado o layout em eps (encapsula- seis cores mais verniz em linha. Terminada a
ted post service) pela R3F, o departamento impressão, a Antilhas encaminhou as capas
de pré-impressão da Antilhas montou a ima- para a Congraf, que imprimiu o miolo e fez
gem utilizando a plataforma Illustrator, pas- o acabamento da revista. Comentários serão
sando a fazer retoques minuciosos, destina- benvindos.
Ampliação nas caixas
Depois da garrafa, multipack traz o clique do consumidor
estratégia de criar vínculos emo- rior geladas por mais tempo e com um for-

A cionais com o consumidor para


reforçar a imagem de uma marca
tem nos refrigerantes canadenses
Jones Soda um case que, embora recente,
mato que facilita o armazenamento na gela-
deira. Trata-se de uma solução de pro-
priedade da Graphic Packaging Corporation,
a companhia criada em agosto de 2003 após
pode ser considerado clássico. Em 1996, o a fusão entre a Graphic Packaging Internatio-
fundador e CEO da empresa, Peter van Stolk, nal e a Riverwood, duas gigantes com negó-
teve uma idéia original: usar suas garrafas cios em multipacks.
long neck como ferramenta interativa, para Seguindo a mesma mecânica aplicada ao
gerar identificação com o público, através da trabalho com os rótulos das garrafas, as mul-
impressão de fotos enviadas pelos próprios tipacks irão utilizar as fotos, enviadas à gale-
consumidores em seus rótulos. A iniciativa ria da fabricante por correio comum ou pela
foi um sucesso, e permitiu à empresa crescer Internet, por meio de uma “presença rotati-
no mercado dos Estados Unidos, para onde va”. As sete fotos presentes nas caixas serão
mudou sua sede pouco depois. Agora, a Jo- regularmente trocadas, para atender ao máxi-
nes Soda está dando um passo adiante nessa mo as “centenas de milhares” de fotos que,
estratégia, copiada posteriormente por diver- segundo a empresa, lhes são enviadas anual-
sos fabricantes de bebidas. Os instantâneos mente. “A indústria de bebidas é muito com-
dos consumidores também poderão ser vis- petitiva, então esforçamo-nos em nos conec-
tos em suas novas multipacks. tar com nosso consumidor de um modo que
As recém-lançadas embalagens acondi- nenhuma outra companhia consegue”, afir- Graphic Packaging Co.
cionam doze garrafas dos refrigerantes da ma Peter van Stolk. “Acredito que com nos- +1 (770) 644-3000
marca, e são do tipo “fridge pack” – construí- sa embalagem única e com nossa conexão www.graphicpkg.com

das com uma estrutura especial de papel car- com o público, continuamos a criar uma es-
tão que mantém as embalagens em seu inte- tratégia avançada.”
INSTANTÂNEOS – Acima, os
rótulos das garrafas com as
fotografias tiradas pelos con-
sumidores: sucesso consolida-
FOTOS: JONES SODA CO.

do. Novas multipacks, abaixo,


seguem a estratégia

20 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004


Fenômeno “Super Size Me”?
Atendendo a um pedido do FDA informação sobre o valor nutricio-
americano por informações nutri- nal total da embalagem quanto
cionais mais claras e completas por porção. Ademais, as embala-
nas embalagens de pequenas di- gens informarão, em seu frontal,
mensões, a Kraft Foods está lan- quantas porções trazem.
çando novas etiquetas com da-
dos para seus snacks e bebidas.
Diz a empresa que elas irão faci-
litar aos consumidores o controle
de suas dietas, pois até agora as
tabelas dos produtos traziam
apenas a informação sobre o va-
lor nutricional por porção, e não
do conteúdo total da embalagem.
Se o produto é para consumo in-
dividual, a etiqueta irá trazer in-
formações sobre o conteúdo total
da embalagem. Se o produto é
tipicamente consumido por mais
de uma pessoa, conterá tanto a

Bolsa “de couro” rende prêmio


A Embalagem Cartonada do embalagem é assinado pela
Ano na Europa acaba de ser Landor Associates, o papel car-
eleita pelo prêmio Pro Car- tão utilizado é o Incada Silk, da
ton/ECMA Carton Awards. É sueca Iggesund Paperboard, e
Cerveja com guaraná um cartucho com formato de a confecção foi feita pela Mo-
O nome e a fórmula são exóticos: a Bud- bolsa de mão criado para o del PrimePac.
weiser B-to-the-E (BE) é a nova cerveja chocolate Imagine, da
da Anheuser-Busch que pretende se po- Kraft Foods. Quando
sicionar como “bebida de vanguarda”, aberto, ele se transfor-
para um público adulto exigente. É um hí- ma num conveniente
brido de cerveja e energético: possui ca- prato de servir. A su-
feína, ginseng e extrato de guaraná em perfície da embalagem
sua fórmula, e também teor alcoólico su- possui aparência e to-
perior – de 6,6%. Quanto ao sabor, a BE que de couro, o que foi
apresenta toques de amora, framboesa e conseguido graças a
cereja. Será comercializada em latinhas trabalhos de relevo
de alumínio com perfil slim de 10 onças mais a aplicação do
líquidas (aproximadamente 300ml), forne- verniz Iriodin, da
cidas pela Crown Cork & Seal. Merck. O design da

Vinhos com Romero Britto


A vinícola californiana Britto. “Romero trabalha uma experiência singu-
Knightsbridge Fine Wi- consistentemente para lar para os atuais aman-
nes anunciou que irá reinterpretar o sentido tes da arte e do vinho”.
utilizar nos rótulos de da arte e seu papel na A vinícola já utilizara,
alguns de seus produ- vida contemporânea”, em anos anteriores, ró-
tos e em peças de mer- afirma Joe Shapiro, tulos com arte de outros
chandising obras do CEO da Knightsbridge. dois consagrados artis-
aclamado artista plásti- “Esperamos trabalhar tas pop, Guy Buffet e
co brasileiro Romero com ele para construir Andy Warhol.

22 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004


sistemas >>> cartonadas assépticas

Caixinha porta-retrato
Tetra Pak quer difundir processo de impressão mais nobre para leites
eite é uma bebida naturalmente associada à

L vida. E nada mais natural que as embalagens


nas quais o produto é vendido explorem essa
ligação, com desenhos e cores vibrantes e
imagens apelativas. Um incentivo a essa noção está
sendo posto em prática pela Tetra Pak, maior fornece-
dora de embalagens para esse mercado. É que a mul-
tinacional de origem sueca acaba de anunciar um pla-
no para difundir entre sua clientela na área de leites
um sistema de decoração mais burilado para suas car-
tonadas assépticas: o Photo Process.
“Trata-se de uma alternativa à impressão flexográ-
fica tradicional que utilizamos para decorar nossas
caixinhas”, explica Eduardo Eisler, diretor de desen-
volvimento de negócios da Tetra Pak. Segundo ele, o
Photo Process garante maior sofisticação gráfica às
embalagens longa vida. Abre-se a possibilidade de se
trabalhar com uma gama maior de cores, que ganham
mais vida, os tons são realçados e a superfície das cai-
xinhas apresenta maior brilho. Os benefícios mais vis-
tosos do novo processo, porém, é que são eliminados
problemas de registro de detalhes complexos, como UPGRADE –
Confepar
degradês, e a reprodução de imagens passa a ter qua- aproveitou o lança-
lidade fotográfica. “É um implemento que tem tudo mento do Photo
para acabar com o paradigma mercadológico de que Process para reno-
var visual de sua
embalagem de leite deve priorizar o branco ou cores
linha Polly
neutras”, afirma o dirigente da Tetra Pak.

Tecnologia brasileira de reciclagem seduz espanhóis


Anunciada em dezembro de 2005. Bancada pela fabricante (SP). Outras envolvidas nesse
2003, a tecnologia de separa- espanhola de papéis Nesa, ela negócio, de 10,5 milhões de
ção do alumínio e do plástico das custará 6 milhões de euros e reais e a ser inaugurado no iní-
embalagens cartonadas assépti- será capaz de processar de 10 cio de 2005, são a Alcoa e a
cas por plasma, totalmente na- a 12 toneladas anuais de caixi- Klabin. O diferencial da tecnolo-
cional, será exportada para a Es- nhas. O acordo para a transfe- gia de reciclagem por plasma é a
panha. Desenvolvida por meio de rência de tecnologia foi fechado separação efetiva do alumínio e
uma parceria entre a Tetra Pak, pela TSL Ambiental, prestadora do plástico das caixinhas longa
a Universidade de Campinas de serviços de engenharia am- vida para a reciclagem, o que
(Unicamp) e o Instituto de Pes- biental e uma das parceiras da não acontecia nos métodos ante-
quisas Tecnológicas (IPT), ela Tetra Pak na construção, em riormente conhecidos. Assim, é
FOTOS: DIVULGAÇÃO

será implantada numa fábrica na andamento, da primeira planta esperado que o valor de merca-
cidade de Valencia, prevista para com tecnologia de separação por do das caixinhas pós-consumo se
iniciar operações em agosto de plasma do país, em Piracicaba valorize em até 30%.

24 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004


O Photo Process resulta em impressões com 48 li- Klabin
(11) 3046-5800
nhas por centímetro. De acordo com a Tetra Pak, já
www.klabin.com.br
está em fase experimental a impressão com 54 linhas
Plano Propaganda
por centímetro, que tornará possível um detalhamento www.planopropaganda.com.br
ainda maior das imagens nas embalagens. Para auxi-
liar a impressão mais nobre, o processo também utili- Tetra Pak
za um papel diferenciado, do tipo clay coated, mais (11) 5501-3200
www.tetrapak.com.br
branco e uniforme que o tradicional, fornecido pela
TSL Ambiental
Klabin, parceira da Tetra Pak. (11) 3049-4444
Detalhe: as impressões com qualidade fotográfica www.tslambiental.com.br
já são utilizadas pela grande maioria dos clientes da
Tetra Pak no mercado de sucos prontos. A introdução
em leites se deu através de produtos especiais, de alto
valor agregado, como o Shefa Premium, o Batavo
Sensy e o DaMatta Zylow, entre outros. O momento,
INÍCIO – Leites especi-
agora, é de massificação do processo, estendendo-o a
ais, como o Shefa
todo o mercado. Eisler trabalha com a expectativa de Premium, foram os
que isso ocorra em três anos. Um dos mais recentes la- primeiros a receber o
ticínios a aderir ao Photo Process é a paranaense Con- Photo Process

fepar, em sua linha de leites Polly, que está chegando


ao mercado com visual reformulado – trabalho da Pla-
no Propaganda. “As novas caixinhas têm, nitidamen-
te, maior apelo vendedor”, atesta Cleverson Machado,
da área de marketing da Confepar.
design >>> semana abre

Branding: um novo desafio


Com o aumento da competitividade, nem mesmo as marcas
líderes têm garantido seu lugar ao sol. Cabe à indústria de
embalagens ajudar em seu reposicionamento e consolidação
Por Liliam Benzi
encidas praticamente todas as bar- para direcionar as doze palestras apresentadas

V reiras tecnológicas, a indústria de


embalagem tem à sua frente o desa-
fio de ajudar na consolidação das
marcas. Esse trabalho, denominado branding,
durante a 6ª Semana ABRE do Design de Em-
balagem, realizada na Casa Rhodia, em São
Paulo, nas manhãs de 26 a 29 de outubro. A re-
levância do branding foi reforçada na palestra
já faz parte do dia-a-dia da indústria nacional e de Margareth Ikeda Utimura, do Latin Panel,
tem se manifestado em duas situações distintas. que apresentou recente pesquisa sobre a reto-
Na primeira, empresas de médio e pequeno mada gradual no consumo de marcas líderes.
porte, com pouca ou praticamente nenhuma A pesquisa, realizada em 6 300 domicílios
verba para publicidade, apostam na embalagem brasileiros com 62 categorias de produtos, mos-
como canal de veiculação e propagação da tra que o mercado brasileiro mudou significati-
marca. Empresas com mais recursos finan- vamente entre 1990 e 2000. Estas mudanças
ceiros também utilizam essa ferramenta combi- causaram forte impacto, principalmente, no
nada e inserida dentro de uma ação mais abran- consumo das marcas líderes, que perderam
gente de marketing/comunicação. 52% de sua participação de mercado. Outro
O fato é que a embalagem é elemento aces- dado importante é que, em 74% das categorias
sível e relativamente barato para vencer o prin- de produtos pesquisadas, os três principais fa-
cipal desafio do branding – criar uma alma para bricantes perderam boas fatias do bolo.
a marca. Como diz Luís Castellari, coordena-
dor do Comitê de Design da Associação Brasi- Migração de classes
leira de Embalagem (ABRE), trata-se de criar Por outro lado, o reaquecimento da economia
“uma real personalidade com a qual o consumi- tem levado a uma situação mais favorável: a re-
dor se identifique – e isso está diretamente li- dução das classes D e E e sua migração para a
gado à emoção, à embalagem, ao design e à classe C. “A classe C já compra praticamente
percepção da marca”. os mesmos produtos das classes A e B; o que
Pela importância do tema, a ABRE o elegeu diferencia é o volume e a freqüência das com-
pras”, analisa a pesquisadora. Essa migração já
Semana ABRE do Design de
Embalagem: casa cheia todos os dias apresenta sinais positivos: entre janeiro e agos-
to de 2004, reverteu-se o quadro de queda de
vendas de marcas líderes, em comparação com
o mesmo período do ano anterior. Na verdade,
50% das empresas donas dessas marcas ganha-
ram participação em valor.
Uma das estratégias adotada pelos líderes e
respaldada pela embalagem foi trabalhar com
produtos premium price, cerca de 10% mais ca-
ros que a média do mercado. Mesmo assim,
não há garantia de lealdade. O setor com maior
FOTOS: DIVULGAÇÃO

índice de fidelidade à marca é o de produtos de


limpeza, com 43%; nas bebidas, esse índice cai
para 31%, e em higiene pessoal, para 8%. Em
alimentos praticamente não há lealdade.

28 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004


para as embalagens
Para situações como essa, Ricardo Miglia- um café a US$ 2,50, quando o preço de merca-
no, membro do conselho consultivo do POPAI do gira ao redor de US$ 0,50.
Brasil, diz que o branding é importante uma O que as pesquisas não dizem é que tanto
vez que: assegura a independência, segura o melhor será a performance do produto, e conse-
preço, aumenta o valor, estabelece a diferença e qüentemente de sua embalagem, quanto mais o
garante o futuro do produto/negócio. “Embora consumidor defender a marca e tiver um víncu-
as marcas sejam um capital simbólico, elas po- lo emocional com ela. É esse o sentido do tra-
dem ser o maior patrimônio de uma empresa.” balho empreendido pela Pernod Ricard do
Ele completa dizendo que, “antes, ter uma Brasil na vodca Orloff. Segundo Thiago Ber-
marca forte era uma opção; hoje é uma vanta- sou, gerente de produto da empresa, para legi-
gem competitiva”. Como exemplos de uso da timar seu segundo lugar no mercado brasileiro
embalagem na estratégia de branding, Migliano de vodcas, a marca Orloff precisou ser reposi-
cita os cases Coca-Cola e Starbuck. No caso da cionada, e a sua embalagem, reformulada e ali-
Coca-Cola ele ressalta o desenvolvimento de nhada aos valores atuais da categoria. “A saída
uma embalagem para cada ocasião de consumo foi encomendar uma pesquisa que ajudou a en-
– garrafas plásticas e de vidro, lata e post mix. tender melhor o que os consumidores de vodca
Já o Starbuck direcionou sua comunicação para pensam de Orloff.”
além de uma loja de café. Suas embalagens tra- Seus resultados estão literalmente estampa-
balham o slogan “uma experiência de café”. dos na nova garrafa de Orloff, cujos design e
Esse posicionamento permite à empresa vender transparência valorizam os atributos do produ-
to e o põem num patamar de modernidade. A sos e na valorização da embalagem foi apresen-
marca, que praticamente introduziu essa cate- tado por Carlos Liguori, sócio diretor da Peni-
goria de bebidas no Brasil nos anos 60 e que foi na Alimentos, líder na venda de especiarias e
drasticamente sacudida pela invasão dos im- temperos para o atacado. “Chegamos a um
portados na década de 70, ganhou novo fôlego. ponto em que precisávamos agregar valor ao
Na indústria de alimentos, a receita para o produto para distribuí-lo em novos canais,
sucesso não é muito diferente. “É preciso en- como a venda direta ao consumidor final”, re-
tender os anseios do consumidor e criar marcas vela o empresário. A saída veio pela reformula-
que toquem seu coração”, sintetiza Sérgio ção das embalagens de forma a valorizar e re-
Bianchini, da Kraft Foods. “E o significado e os posicionar cada grupo de produtos.
benefícios dessa marca devem ser traduzidos Outro mercado que responde bem ao uso da
pela embalagem, com emoção.” embalagem para reforçar a marca é o de produ-
O dia-a-dia do trabalho de Bianchini, com tos de limpeza doméstica e higiene pessoal. Fá-
marcas e embalagens, é pautado pela manuten- bio Avari, gerente de marketing, negócios e
ção da relação marca/consumo/tradição, de inovação da Bombril, provou isso ao contar o
modo a criar tal associação na mente e no in- case de sua palha-de-aço. “Neste e em outros
consciente do consumidor. Em marcas como produtos procuramos, via embalagem, agregar
Club Social, Tang, Royal e Sonho de Valsa, a à marca valores como proteção ao meio am-
Kraft também se vale dos benefícios do design biente, inovação e tecnologia.”
aliados às estratégias de comunicação. Segundo ele, lançar novos produtos é fácil;
“o duro é lançar algo novo que agregue valor e
Vínculo direto que não fira a aura da marca”. Analisando seus
Mas como as empresas com verba mais reduzi- consumidores, a Bombril procura entender
da trabalham essas estratégias de branding? A como conciliar a sua lealdade com a elasticida-
resposta vem da palestra de Eduardo Rizzo, de, muitas vezes imposta por contingências
coordenador de produto da Marilan, quarto econômicas.
maior fabricante de biscoitos do país. “A emba- Situação semelhante é vivenciada pelo Gru-
lagem é o nosso principal vínculo com o consu- po Friboi, proprietário da marca de sabonetes Na exposição, podiam
ser vistos cases de 31
midor e um dos principais elementos para a Albany. Para Moacir Sanini, diretor comercial agências filiadas
construção da marca”, ele diz. e de marketing da empresa, a continuidade es- ao Comitê de Design
Há pouco tempo, a empresa nadava contra
a maré. Enquanto 68% do mercado de biscoitos
usavam embalagens de até 250 gramas, na Ma-
rilan 80% delas eram tamanho família, ou seja,
com mais de 250 gramas. Para aumentar sua
participação nas regiões Sul e Sudeste, era pre-
ciso promover um reposicionamento de preços,
saindo do patamar muito popular. Com emba-
lagens com valor agregado e benefícios percep-
tíveis para o consumidor, a Marilan deu a volta
por cima. “Procuramos sofisticar, sem elitizar
para não excluir nosso consumidor fiel”, conta
Rizzo. “Como dizemos no interior, criamos
embalagens que provocam a salivação, que nos
grandes centros chamam de appetite appeal.”
Hoje a Marilan exporta para mais de cin-
qüenta países e já aparece com 3% no Top of
Mind. Em 1999 sequer era citada. “Não temos
dúvidas de que essa ascensão se deve às novas
embalagens que reposicionaram a marca Mari-
lan no mercado nacional”, finaliza o coordena-
dor de produto da empresa.
Outro case sustentado na escassez de recur-
30 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004
tratégica da marca, ao longo de extenso perío-
do de tempo, contribui, e muito, para uma van-
tagem competitiva sustentável, “além de criar
capacitações e habilidades verdadeiramente ex-
clusivas”.
Sanini alerta, contudo, para o perigo de am-
pliar muito a posição estratégica de uma marca,
especialmente para atender às pressões em bus-
ca do crescimento. Segundo ele, os esforços
para crescer podem chegar a debilitar uma es-
tratégia ao obscurecerem a exclusividade e
criarem a necessidade de se fazer concessões.
“Por incrível que pareça, as maiores barreiras à
boa estratégia de marca são geralmente criadas
dentro da própria corporação.”

Nacionalização e agilidade
Na empresa O Boticário, Lígia Baruque, geren-
te de desenvolvimento de embalagem, diz que
a importância da embalagem na consolidação
da marca levou inclusive a uma mudança mais
radical: um processo de nacionalização dos
componentes de embalagem que permitiu ter
mais agilidade nos desenvolvimentos e, conse-
qüentemente, na percepção da marca.
Todos os projetos têm como ponto de parti-
da a missão da empresa de ser reconhecida por
seus colaboradores, parceiros, clientes e merca-
do onde atua como uma importante referência
em beleza. “É isso tudo, além de fazer com que
nossas ações para a preservação da vida estabe-
leçam uma forte identificação com a socieda-
de”, ela explica. “Traduzimos essa intenção nas
embalagens de forma a fidelizar nossos clientes
e assegurar o crescimento e a rentabilidade de
nosso negócio.”
A 6ª Semana ABRE do Design de Embala-
gem contou ainda com a palestra de Rossana
Costa, que apresentou o case da Kidspage, em-
presa que iniciou a comercialização, no Brasil,
de camisetas para pintar. Nesse caso as embala-
gens tiveram um papel fundamental para apre-
sentar a marca e o novo conceito de produto ao
mercado.
Além das palestras, as dezenas de profissio-
nais que visitaram diariamente o evento tive-
ram a oportunidade de ver a exposição monta-
da com cases de 31 das 44 agências de design
de embalagem filiadas ao Comitê de Design. A
6ª Semana ABRE do Design de Embalagem foi
patrocinada pelas empresas Avery Dennison,
Fispal, Ibratec, Indusplan, Novelprint, Rigesa,
Ripasa, Sinimplast, Suzano e Tetra Pak.
O pulo do heat transfer
Nova planta produtiva e rótulos mais baratos impulsionam o sistema no país
Por Leandro Haberli

tecnologia heat transfer de rotula- plano é conquistar com seus heat transfers

A gem de embalagens ainda não deu


provas definitivas de ter deslan-
chado no Brasil, mas os crescen-
tes investimentos em modernização e
10% do mercado de rotulagem da América do
Sul. Para isso, a empresa confia em
uma de suas vantagens estratégi-
cas: a fábrica de Cachoeirinha si-
aumento da capacidade produtiva tua-se próxima a países que são
permitem supor que o sistema con- potenciais consumidores
quistará cada vez mais es- de rótulos heat transfer,
paço por aqui. Entre as como Uruguai e Argenti-
estratégias que eviden- na.
ciam as boas perspec- Baseada em rotula-
tivas de crescimento doras equipadas com
dessa alternativa de bobinas de papel im-
decoração e identifi- presso por rotogravura
cação de embalagens, e cilindros de transfe-
é muito provável que a rência que produzem
mais expressiva já posta em prática calor e pressão, a tec-
no país tenha sido recentemente anunciada no nologia heat transfer se caracteriza
Rio Grande do Sul, por uma empresa chama- No Brasil, os rótulos por fundir o substrato dos rótulos na superfí-
da Technopack. heat transfer se cie das embalagens, de modo a transferir todo
concentram nos
Conhecida por importar e distribuir rótu- o layout para os frascos. “Além de uma deco-
lubrificantes
los e rotuladoras do grupo Dinacal, líder do automotivos. Mas a ração resistente e durável, esse tipo de rotula-
mercado global de heat transfer, a companhia tecnologia também gem garante acabamento livre de rugas e bo-
gaúcha inaugurou em outubro último o que começa a ser usada em lhas”, descreve o diretor da Technopack.
embalagens alimentícias
define como a primeira fábrica brasileira de e de cosméticos Segundo estimativas da própria empresa,
impressão de rótulos com a tecnologia heat o mercado de rotulagem do Mercosul movi-
transfer. Situada no município de Cachoeiri- menta 500 milhões de reais por ano. Desse to-
nha, região metropolitana de Porto Alegre, a tal, a tecnologia heat transfer já representaria
fábrica está em atividade desde o ano passa- 4%, ou 20 milhões de reais. Mas, com a inau-
do, mas só recentemente recebeu sua princi- guração da nova fábrica, a Technopack espe-
pal máquina de impressão, elevando sua ca- ra reduzir custos e ampliar a carteira de clien-
pacidade produtiva para mais de 800 milhões tes no Brasil e no Mercosul. Os planos in-
de rótulos por ano. cluem fazer o faturamento saltar dos atuais 12
milhões de reais para 50 milhões de reais por
Sem rugas e sem bolhas ano.
“Até 2003, quando começamos a nacionalizar O otimismo é baseado em vantagens que
a produção dos rótulos, o mercado brasileiro vão além do acabamento livre de bolhas. Se-
de heat transfer era inteiramente abastecido gundo o diretor da empresa, outras caracterís-
por produtos importados”, diz Geraldo Nu- ticas do sistema heat transfer de rotulagem
nes, diretor da empresa. O investimento mais são garantia de limpeza, “já que o processo
recente foi de 6 milhões de reais, e faz parte não atrai sujeira do ambiente”, e facilidade de
FOTOS: DIVULGAÇÃO

de uma estratégia mais ampla. Já em 2005 a reciclagem dos frascos. Ainda de acordo com
Technopack pretende ampliar novamente a Nunes, esta última particularidade se explica
fábrica, investindo mais 7 milhões de reais. O porque, diferentemente de outros processos
de decoração, o rótulo heat transfer não preci-
32 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004
sa ser retirado da embalagem na hora da reci- tencialmente concorre com todos os demais
clagem. Faz parte dela, no mesmo material. Technopack sistemas de rotulagem, incluindo auto-adesi-
www.technopack.com.br
Estima-se que o maior mercado consumi- (51) 470-6889 vos, termoencolhíveis, etiquetas de papel e
dor de heat transfer no Brasil seja o de óleos in-mold labels. Confiante nas vantagens do
automotivos, onde conhecidas marcas já mi- heat transfer, a empresa não está investindo
graram para o sistema. Mas a tecnologia tem apenas na impressão dos rótulos: a aposta é
crescido em outros setores, com destaque também na fabricação de rotuladoras e de-
para o de cosméticos e alimentos. mais equipamentos, nacionalmente. “A pers-
Em termos práticos, os projetos de alta pectiva de crescimento também é grande por-
produtividade quase sempre recomendam que que, fora dos Estados Unidos, existe apenas
as rotuladoras sejam integradas às linhas de uma empresa que fabrica rótulos heat trans-
produção. Entre as possibilidades de acaba- Instalados na fábrica de fer”, informa Nunes. “Trata-se da argentina
Cachoeirinha (RS), novos
mento, vale dizer que as bobinas de papel po- Multicolor, que tem pouca penetração no
equipamentos elevaram
dem ser impressas em até oito cores, “com a capacidade produtiva mercado brasileiro.”
qualidade fotográfica e múltiplas tonalida- da Technopack para 8
des”. Também é possível explorar tintas ter- milhões de rótulos heat
transfer por ano
mocromáticas (que podem brilhar ou se tor-
nar ocultas de acordo com a variação da tem-
peratura) e fluorescentes. Além disso, os rótu-
los heat transfer podem receber acabamentos
holográficos, ajudando a minimizar riscos de
contrafação.
Por tudo isso os executivos da gaúcha
Technopack acreditam que a tecnologia po-
Um freio na pirataria
Selos de segurança ajudam produtora de autopeças a combater falsificação
os cálculos do Sindipeças (Sindi-

N cato Nacional das Indústrias de


Componentes para Veículos Au-
tomotores), a indústria nacional
de autopeças fechará 2004 com um fatura-
mento de pouco mais de 14 bilhões de dóla-
res. Quase 5% desse montante, algo próximo
a 700 milhões de dólares, serão movimenta-
dos pelo mercado de peças falsificadas, con-
trabandeadas e recondicionadas ou remanu-
faturadas sem nenhum critério. Foi com essa
banda podre que a subsidiária brasileira de
uma das maiores fabricantes mundiais de
componentes para sistemas de freio de cami-
nhões e ônibus, a WABCO, se viu envolvida
em julho de 1999. A empresa começou a

DIVULGAÇÃO
receber uma série de queixas de seus distri-
buidores e consumidores sobre seus jogos de
reparo para freios. Por meio de investiga- EXCLUSIVIDADE – Tecnologia dos selos de segurança com
ções, a empresa descobriu que caíra na ma- holografia e imagem retrográfica é segredo industrial da 3M

lha da pirataria e que sua marca, utilizada in-


devidamente, entrara como contribuinte de diz o Sindipeças.
um triste índice – dos acidentes automobilís- As saída para o problema foi encontrada
ticos com vítimas no país, cerca de 30% são por meio de um investimento em embala-
causados por sistemas de freio falsificados, gem: o uso de um sofisticado selo de segu-
rança da 3M nas cartelas dos jogos de repa-
ro. “Erradicamos totalmente a pirataria des-
ses produtos”, diz Reynaldo Contreira, dire-
tor de vendas da WABCO Freios Brasil.
Agora, para ampliar sua segurança – e a dos
consumidores finais também –, a empresa
está expandindo a presença do selo da 3M
para as embalagens de seus conjuntos de
freios e válvulas.

Duas imagens
A solução consiste numa
etiqueta auto-adesiva que
“combina a beleza da ho-
lografia com a segurança
de imagens ocultas retro-
refletivas”, como explica
Eduardo Salles, executivo de
vendas e marketing da Divisão de Siste-
mas de Autenticidade da 3M do Brasil. Em

34 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004


outras palavras, o selo recebe a impressão de
um holograma com a logomarca da empresa
usuária e, ao mesmo tempo, também de uni-
dades refletoras, que formam uma espécie de
marca d’água invisível sob condições nor-
mais. Tal imagem, chamada “retrograma”,
só é revelada com a aplicação de um feixe de
luz especial. Qualquer tentativa de adultera-
ção dos selos torna-se evidente, pois afeta a
gravação em retroflexão, alterando o forma-
to da imagem secreta. Uma vez removidos,
eles não podem ser reutilizados, pois são
propositalmente danificados. Os selos pos-
suem ainda numeração controlada.
A 3M é detentora exclusiva da tecnologia
envolvida nos selos, protegida por segredo
industrial. “É uma solução eficaz na luta
contra a pirataria não só do setor de autope-
ças, mas de tantos outros que amargam pre-
juízos com a concorrência desleal de merca-
dorias falsificadas”, classifica Eduardo Sal-
les. A satisfação da WABCO é evidente. Até
o fim de 2004, a empresa irá colocar em prá-
tica uma terceira fase de adoção dos selos,
em componentes ainda não contemplados,
informa o gerente de reposição da fabrican-
te, Albano Lopes. Os valores dos investi-
mentos não são revelados. “Basta dizer que
a compensação veio rápido, com o fim da
falsificação e a garantia de segurança ao
consumidor final”, conclui Lopes.

DUPLA – Exemplo da 3M mostra, acima, a holo-


grafia na etiqueta. Abaixo, a mesma etiqueta, sob
luz especial, revela a imagem retrográfica oculta

3M Sindipeças
(19) 3838-6916 (11) 3848-4848
www.3m.com.br www.sindipecas.org.br
Maior iBOPPe
De olho na alta do consumo dos rótulos de BOPP, Sol adquire a PP Print
ojões espocaram em setembro na mes laminados e rótulos em polipropileno

R sede do Grupo Sol, em Barueri


(SP). Motivo: o fechamento da
compra da PP Print, tradicional
fabricante mineira de rótulos plásticos. Com
bi-orientado (BOPP), nos quais já atuamos
desde 2002 com a Sol PP”, explica Rogério
Mani, diretor do Grupo Sol, que no entanto
prefere não revelar o valor do negócio.
a aquisição, a Sol PP, braço do Grupo dedi- Sol PP Localizada em Varginha (MG), a PP
cada à conversão de rótulos, passa a contar (11) 4441-6800 Print fica próxima a uma fábrica de filmes
www.solpp.com.br
com capacidade instalada de cerca de 500 de BOPP da Polo, sua antiga controladora.
toneladas mensais em rótulos e laminados. Polo Com a política firmada nos últimos anos de
(11) 3706-8201
“O objetivo é dar continuidade ao cresci- www.poloind.com.br
priorizar a produção de filmes, a Polo deci-
mento na participação dos mercados de fil- diu sair do negócio de conversão.
A compra da PP Print, detalha a Sol, é
uma antecipação do programa de investi-
mentos que estavam previstos para 2005. Na
sua planta paulista não haveria espaço para
suportar a estratégia de crescimento em rótu-
NO BOLSO – Engarrafadores los planejada pela empresa. Hoje, os rótulos
de Coca-Cola são alguns dos e laminados respondem por quase 30% do
principais clientes que a Sol
conquista através da PP Print
faturamento da Sol, índice que deverá saltar
para 50% com a incorporação da PP Print. Já
para o próximo ano, assinala Mani, a inten-
ção é que essa taxa sofra um incremento de
15% a 20%.

Projeto de realocação
Na planta da PP Print estão alocadas uma
DIVULGAÇÃO

impressora rotográfica de oito cores e duas


flexográficas, uma de quatro e outra de seis
cores. A empresa tem capacidade para pro-
duzir cerca de 250 toneladas mensais de ró-
tulos, sendo que pouco mais da metade des-
se volume destina-se à indústria de bebidas,
especialmente a franqueados da Coca-Cola.
De acordo com o Grupo Sol, a tendência
é que no futuro as operações de rótulos se-
jam totalmente alocadas na unidade recém-
adquirida. Barueri ficaria encarregada so-
mente da produção dos filmes consumidos
pela empresa. Por ora, a planta mineira con-
tinuará a operar sob o nome PP Print. “Lá,
buscaremos intensificar a participação junto
a clientes atuais de rótulos e ampliar a pro-
dução de filmes laminados voltados para o
segmento alimentício”, informa o executivo
da Sol PP.

38 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004


Markem amplia família Cimjet Latin American Label
A Markem, fornecedora de siste- cadoras de etiquetas ao lançar, Summit no Brasil
mas de codificação, ampliou a sua nos Estados Unidos, o novo mode- Os organizadores da LabelExpo, a
linha Cimjet de impressoras e apli- lo Cimjet 200. O novo equipamento mais importante feira ligada à cadeia
é indicado para quem não necessi- de rotulagem, que tem edições nos
ta de todas as funcionalidades dos Estados Unidos, na Europa e na
demais integrantes da família. Ásia, estão de olho no mercado lati-
A Cimjet 200 imprime códigos de no-americano.
barra, grafismos e dados variáveis, Vão organizar no Brasil a próxima
e está preparada para aplicar até edição do Latin American Label
trinta etiquetas por minuto em cai- Summit, congresso dirigido a con-
xas e embalagens múltiplas agru- vertedores da região. O evento ocor-
padas com filmes termoencolhí- rerá nos dias 17 e 18 de maio de
veis. Uma vantagem desse produ- 2005, em São Paulo.
to é a capacidade de armazena- www.labelsummit.com
mento de informações, o que dis-
pensa o uso de um computador no Prêmio Automação
EAN 2004 para RR
chão de fábrica.
www.markem.us/cimjet200
No Brasil: 0800-132020 Em evento agendado para dia 17
(11) 5641-8949 de novembro, a RR Etiquetas re-
cebe o Prêmio Automação EAN

Termoencolhíveis em expansão Brasil, na categoria suprimentos. A


empresa é premiada pelo sexto
No último dia 28 de outubro, em São de mostrar o seu potencial de comuni- ano consecutivo.
Paulo, ocorreu o 1º Workshop de cação nas gôndolas.
Shrink Label, organizado pela conver- O evento, acompanhado com exclusi-
tedora argentina Zanniello, pela STM, vidade por EMBALAGEMMARCA, é ape- Label’05 põe o foco
fabricante brasileira de aplicadoras de
rótulos e de túneis de calor, e pela
nas mais um indício de que a presen-
ça dos rótulos termoencolhíveis deve
no setor de bebidas
Klöckner-Pentaplast, multinacional for- crescer no Brasil nos próximos anos. No dia 23 de novembro, os profis-
necedora de filmes plásticos. Além da forte investida que a Zanniel- sionais ligados à cadeia de rótulos
A iniciativa reflete a parceria das três lo vem fazendo sobre as empresas auto-adesivos têm a oportunidade
empresas no intuito de fortalecer a que tradicionalmente atendem esse de se aprofundar em questões que
participação dos rótulos termoencolhí- mercado no país (a empresa já está relacionam a sua indústria com a
veis no mercado sul americano, e fornecendo para a Danone do Brasil, de bebidas. Nesse dia ocorre o 4º
teve o intuito de passar a designers e e diz ter outros projetos grandes enca- Fórum de Rótulos e Etiquetas
usuários de embalagens informações minhados), há rumores de que pelo Auto-Adesivas – Label’05, no No-
técnicas sobre esse sistema de rotula- menos um grande convertedor local votel Center Norte, em São Paulo.
gem, mostrando os cuidados básicos de rótulos auto-adesivos iniciará, em Com estudos de casos internacio-
que devem ser tomados no desenvol- breve, uma operação com ter- nais e nacionais, a idéia do evento
vimento de projetos, como a escolha moencolhíveis. é trazer a convertedores de rótu-
do filme adequado para cada fim e a www.zanniello.com.br los e usuários finais informações e
necessidade de distor- + 54 (0) 2322-466220 experiências que possam orientar
ção da arte final para www.stmachine.com.br a indústria do auto-adesivo a apro-
um bom resultado (11) 6191-6344 veitar as grandes oportunidades
após o encolhimento. www.kpafilms.com existentes no mercado de bebidas.
Além disso, foram (11) 4613-9978 www.sala21.com.br
apresentados exem- (11) 3032-6329
plos de produtos que
utilizam esse tipo de NO BRASIL – A Zanniello,
empresa argentina, já tem
rótulo, como forma grandes clientes por aqui

novembro 2004 <<< EmbalagemMarca <<< 39


feira >>> K 2004

Inovação e negócios
Empresas brasileiras marcam boa presença na feira mundial do plástico
Por Wilson Palhares, de Düsseldorf

eixados de lado o ufanismo e o otimis- versas, o consumo global de produtos plásticos, que

D mo ingênuo, quem teve oportunidade


de circular pelos dezoito pavilhões da
Feira Internacional do Plástico e da
Borracha – K 2004, o grande evento mundial do
somou 221 milhões de toneladas em 2003, deverá
chegar a 250 milhões de toneladas em 2010.
Diferentes prognósticos apontam também para
relativa segurança nesse campo para o Brasil, que
setor, realizado entre 20 e 27 de outubro último em está prestes a atingir a auto-suficiência no abasteci-
Düsseldorf, na Alemanha, pôde constatar que a mento. No entanto, uma solução que certamente
cadeia do plástico no Brasil oferece boas razões não pode ser encontrada no evento é a da questão
para alimentar prognósticos positivos. Bastaria dos preços do insumo, que afeta negativamente
lembrar que durante aqueles oito dias mais de todos os segmentos utilizadores de seus derivados
3 000 profissionais e empresários do setor originá- como matéria-prima, caso das embalagens plásticas
rios do Brasil visitaram o evento, para pôr-se a par rígidas e flexíveis (ver entrevista na página 50).
dos mais recentes desenvolvimentos e inovações Para amenizar o quadro, os sinais são de que os
registrados no mundo em termos de tecnologia, preços do petróleo estão entrando em queda.
matérias-primas, processos, equipamentos e As exportações são vistas como saída para a
serviços relacionados à área. crise de rentabilidade que atinge aqueles dois seg-
Pelo depoimento de vários deles, ouvidos por mentos, e isso explica em parte a presença de
EMBALAGEMMARCA, na média a cadeia brasileira marcas brasileiras no evento que a cada três anos
do plástico se nivela ao que há de mais avançado serve de barômetro, bússola e radar dos rumos da
em países de ponta. Para reforçar o otimismo há o cadeia do plástico no mundo. Este ano, em sua 18ª
fato de que, apesar da pressão de preços sobre a edição, a K acolheu, em 151 126 metros quadra-
fonte que nutre toda a cadeia – isto é, a indústria do dos de área, 2 921 empresas expositoras (51% de
petróleo –, o mercado é comprador. As projeções fora da Alemanha). Delas, excluídas associações
indicam que a demanda se manterá em marcha ba- industriais, publicações e multinacionais com
tida pelo menos até 2007 e, segundo previsões di- subsidiárias no Brasil, doze eram brasileiras.

40 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004


Das sintéticas entrevistas com represen-
tantes desses expositores apresentadas logo
adiante emana um sentimento de otimismo
que, de resto, era tangível entre os participan-
tes da feira em geral. Na verdade, todos disse-
ram ter detectado entre os visitantes de seus
estandes a disposição de investir, a qual se tra-
duziu não só em intenções de fazer negócios,
mas em vendas fechadas ainda no período de
DIVULGAÇÃO

exposição. Unânime também nesses depoimen-


tos é a convicção de que, seja para exportar, seja
para atuar no mercado interno, é cada vez mais
fundamental estar em sintonia com os avanços da
tecnologia e em contato com o mundo empresarial
em termos globais.

Instrumentos adequados
Para isso, na medida em que oferecem uma visão
abrangente das inovações e da possibilidade de
realizar negócios, os eventos internacionais são
apontados como instrumentos muito adequados
(não por menos o lema da K 2004 foi “Visão –
Inovação – Negócios”). No caso específico da K,
lembrou Werner Mathias Dornscheidt, presidente
e CEO da empresa organizadora do evento, a Mes-
se Düsseldorf GmbH, a composição da feira refle-
te exatamente o que aconteceu no mundo nos últi-
mos três anos. “Nesse período, ocorreram impor-
tantes reestruturações e mudanças regionais, cujos
efeitos agora se tornam visíveis”, ele disse. “Da
edição anterior da feira, em 2001, para esta, o nú-
mero de expositores estrangeiros cresceu em mais
de 100, para 1 831, enquanto o de exibidores ale-
mães caiu de 1 162 para 1 090.” Sem surpresa, o
maior crescimento foi de asiáticos – de 255 para
373. São números que, por si sós, dimensionam o
tamanho da concorrência em nível global e de
onde ela virá com mais força.
No entanto, como lembraram alguns entrevis-
tados, essas oportunidades não devem induzir ao
comodismo de aguardar a realização de eventos
internacionais para atualizar-se. Igualmente indis-
pensável é utilizar a internet e os veículos de co-
municação especializados. Num mundo em que,
por força da competição em velocidade eletrônica,
as inovações são incorporadas imediatamente às
matérias-primas, aos processos, aos equipamentos
e aos serviços, o caminho para a sobrevivência
pode ser sintetizado em duas necessidades: estar
informado e, na medida que o capital permite,
equipado com o que houver de mais avançado. É,
em síntese, o que se pode depreender dos exem-
plos e depoimentos a seguir.
Venda no primeiro dia
Dado o fato de sua participação na K ter
introduzido a Rulli Standard Indústria e
Comércio de Máquinas, de Guarulhos
(SP), nos mercados europeu, norte-ame-
ricano e asiático, quinze anos atrás, a
empresa nunca mais deixou de participar

STUDIO AG – ANDRÉ GODOY


do evento, sendo esta a quinta oportuni-
dade. Desta vez, apresentou em seu es-
tande uma co-extrusora COEX-3, de três
camadas, com capacidade de produção
de 450 quilos de filme por hora. Graças
à colocação de um anel de ar automáti-

Para café e granulados co, o equipamento, que propiciava uma


variação de espessura próxima a 5% nos
Mais um material concorrente para o vidro (e para a lata de filmes, reduziu esse índice à metade, isto
aço), este na área de alimentos. Em seu estande na K 2004, a é, a 2,5%. “Trata-se de um importante
Polibrasil Resinas S/A apresentou um desenvolvimento do ma- avanço tecnológico e um expressivo atri-
terial plástico que está em grande foco no momento, o polipro- buto competitivo”, argumenta Luís Car-
pileno (PP), produzido pelo processo ISBM (Injection Stretch los Rulli, diretor comercial da empresa.
Blow Molding). No caso, trata-se de um PP monocamada, po- “Poucas máquinas européias, mesmo
rém com bi-orientação que dá ao material alto brilho, barreira e alemãs, oferecem desempenho seme-
transparência maiores do que os propiciados pelo polipropileno lhante ao da COEX-3”, ele afirma. A má-
convencional. quina é equipada com uma bobinadeira
Direcionado ao mercado de café solúvel e a produtos granula- GAP de última geração, que permite em-
dos em geral, o material foi apresentado na feira já na forma bobinamento sem contato do filme com o
de produto acabado, isto é, de pote com o produto, selado, tambor central. Uma das vedetes do pa-
tampado e rotulado. O desenvolvimento foi feito pela Polibrasil vilhão 17 da Messe Düsseldorf, a máqui-
em conjunto com a Miliken (aditivo), a Aoki (equipamento), a Po- na foi vendida no primeiro dia da feira, de
lipet (transformação) e a Geraldisco (lacre selante). O nome do onde seguiria para o Canadá.
fornecedor de café não foi revelado, pois seria uma empresa Rulli Standard
que vai adotar o pote para sua marca. Maurício B. Lucena, da (11) 6486-0006 • www.rullistandard.com.br
área de serviços técnicos da Polibrasil, afirma que o shelf-life
do pote para café solúvel já está comprovado, mas ainda não
foi possível testar o limite, já que o material foi desenvolvido há
muito pouco tempo. Segundo ele, a receptividade ao lançamen-
to foi muito boa na feira.
“Tradicionalmente a Polibrasil participa da K como expositora,
por ser o evento mais importante do setor em nível mundial,
atendendo aos objetivos de relacionamento com clientes e de re-
forço de imagem da empresa”, diz Lucena. A presença da mar-
ca brasileira em Düsseldorf é explicada por ele por duas razões
básicas. A primeira é que, “estando presentes no grande ponto
de inovação, referência mundial em tudo que se relaciona a plás-
ticos, conseguimos fazer as novidades apresentadas em todos
os segmentos chegarem a diferentes unidades da empresa e,
daí, aos clientes”. Em segundo, a Polibrasil participa também
para colocar-se como ponto de apoio aos clientes presentes na
feira. “É uma excelente oportunidade para estabelecer contatos
e trocar idéias com profissionais do mundo inteiro”, considera o
executivo da Polibrasil. “É nesses contatos que se identificam
tendências e oportunidades.”
Polibrasil: (11) 3345-5960 • www.polibrasil.com.br

42 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004


Ganho de produtividade
Com forte atuação em exportações, a marca Ciola
de equipamentos para a produção de filmes de poli-
propileno verticais e planos esteve presente pela
quinta vez consecutiva na K, em Düsseldorf. “Nossas
participações nesta que é a maior feira mundial do
setor de plásticos trouxeram, invariavelmente, bons
resultados, embora nem sempre imediatos”, relata
Aldo Ciola Filho, diretor da AC Mack Indústria e Co-
mércio, fabricante das máquinas. Em seu amplo es-
tande montado em Düsseldorf, a empresa apresen-
tou em operação uma novíssima Mega 1000 Advan-
ced (foto), que produz filmes de polipropileno de
600mm a 1000mm de largura. Em relação ao mo-
delo anterior, a máquina apresenta significativo ga-
nho de produtividade: tem capacidade de produção
de 90 quilos por hora, contra 70kg/h antes. A qua-
lidade do filme produzido na Mega 1000 Advanced
também melhorou, já que seu índice de tolerância a
variação foi reduzido a aproximadamente 8%.
Na feira de Düsseldorf, a Ciola apresentou também
– não fisicamente, mas por meio de catálogos e fo-
lhetos – sua máquina plana (para cast film) Horizon,
nos modelos 1000, 1200 e 1500. Segundo a em-
presa, “por ser um equipamento compacto o Cast-
Film Horizon é simples de ser operado, ocupando
pouco espaço se comparado aos equipamentos simi-
lares e, em razão da disposição de seus componen-
tes, é de fácil manutenção”. A capacidade de produ-
ção dos diferentes modelos, de filmes com largura
variável de 1 000mm a 1 500mm, vai de 150kg/h
a 400 kg/h.
Acreditando na possibilidade de fechar negócios ain-
da na feira, Aldo Ciola Filho lembrou que “os índices
de visitação da K são muito altos, e o melhor é que
são visitas qualificadas”. Em sua opinião, “quanto
maior a participação de empresas brasileiras em fei-
ras especializadas melhor”, pois isso mostra a força
do país em diferentes segmentos. “É importante lem-
brar que o Brasil ocupa o sexto lugar no ranking de
fabricantes mundiais de máquinas para processa-
mento de plástico.”
AC MACK (Ciola): (11) 4591-1245 • www.ciola.com.br
Wutzl, tecnologia para o Primeiro Mundo
Ao final de sua primeira participação na K, mas abrangem embalagens de cosméticos
em 2001, a Wutzl Sistemas de Impressão e tampas plásticas em geral. Em sua se-
localizada em Guarulhos, próximo a São gunda participação no evento a empresa
Paulo, fez um balanço dos resultados do teve por objetivo principal encontrar re-
evento que surpreenderam seus executi- presentantes no exterior, a fim de ampliar
vos e os levaram a retornar este ano. Se- a participação das exportações no fatura-
gundo o engenheiro Robert Wutzl, sócio mento, hoje em torno de 10%. “Estamos
diretor da empresa, a expectativa naquela fazendo uma seleção muito rigorosa, pois
ocasião era estabelecer contatos visando já perdemos máquinas vendidas para ou-
a exportar para países em que as exigên- tros países”, conta Robert Wutzl. Ele res-
cias de tecnologia fossem menos rígidas salta que o Brasil está bem situado em
do que em países de economia mais de- nível internacional no que se refere a tec-
senvolvida. “Pensávamos em Iraque, Rús- nologia, destacando que, no caso específi-
sia, Turquia”, ele conta. “Para nossa sur- co de sua empresa, é primeira no país no
presa, fruto daquela participação, hoje ex- ramo de equipamentos de tampografia
portamos para a Holanda, para os Esta- com certificação ISO 9001 e, “pela segun-
dos Unidos, para a Austrália e, claro, para da vez, o único fabricante com essa condi-
aqueles países também”, ele conta. ção presente na K”.
Dona de um portfólio com aproximada- No estande da Wutzl em Düsseldorf esta-
mente oitenta modelos de máquinas de va presente também sua coligada Rodec,
heat-transfer, hot-stamping e tampogra- fornecedora de produtos para impressão
fia, a Wutzl está presente no mercado utilizados naqueles sistemas.
brasileiro há mais de trinta anos, com Wutzl/Rodec
foco em sistemas de impressão e decora- (11) 6475-4243 • www.wutzl.com.br
ção. Entre outras aplicações, esses siste- (11) 6468-9077 • www.wutzl.com.br/rodec

IMAGENS: DIVULGAÇÃO
Ipiranga faz três lançamentos mundiais de PEAD
Beneficiada como outras fornece- ro direcionado ao segmento de so- segmento de alto volume, como
doras pelo mercado demandante, pro para embalagens de detergen- bombonas e tambores de 100 a
pela segunda vez consecutiva a Ipi- tes, tensoativos e cosméticos, além 240 litros e tambores elanenados
ranga Petroquímica participou da de bombonas para produtos quími- de 200 litros.
K, onde fez três lançamentos mun- cos e agroquímicos. Características Na participação anterior da Ipiran-
diais de polietileno de alta densida- destacadas: excelente resistência ga na K, em 2001, “o objetivo foi
de para sopro: GD 5160, GD 5250 ao impacto, boa rigidez e resistên- mostrar ao mundo a empresa, que
e GV 0350. cia ao tensofissuramento. Já o GD era praticamente desconhecida”,
A primeira, um homopolímero, foi 03250 apresenta alta massa mo- segundo relata Jayme Lucchese
desenvolvida para a fabricação de lar. Esse copolímero, que segundo o Moura, gerente de desenvolvimento
recipientes de pequeno volume, em fabricante oferece excelente resis- e especialidades. “Em nossa avalia-
processo injeção-sopro. Na área de tência química e alta resistência ao ção, o resultado foi muito além das
embalagem, é indicada para tampas impacto, foi desenvolvido para o expectativas”, ele conta. Já no iní-
injetadas, bisnagas, bocais de cre- cio da atual edição da feira, “os
me dental, frascos para sucos, resultados do investimento ante-
bebidas lácteas e recipientes de rior puderam ser sentidos, com
uso geral com capacidade de até visitas em grande quantidade – e
2 litros. A empresa destaca, de ótima qualidade, além da ex-
entre suas características, a boa celente receptividade aos três
resistência a empilhamento e a lançamentos”.
impacto, além de elevada produti- Ipiranga:
vidade. A GF 5250 é um copolíme- (51) 3216-4449 • www.ipq.com.br

44 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004


Alto brilho da Braskem
Nos dois estandes que montou na K, com um total
de 510m2 de área, a Braskem introduziu no merca-
do internacional importante inovação, que permite o
uso do polipropileno (PP) na produção de garrafas de
alto brilho e transparência pelo processo ISBM (In-
jection Stretch Blow Molding). Essa nova aplicação
do PP é voltada sobretudo para bebidas não gaseifi-
cadas, como sucos, isotônicos, água mineral e chás,
além de produtos de higiene pessoal e limpeza, como
detergentes e xampus. A tecnologia consumiu mais
de um ano de pesquisas, tendo sido desenvolvida em
parceria da Braskem com a Packpet (transforma-
dor), a Sidel (equipamentos de sopro) e a Milliken,
que entrou com o aditivo clarificante ao qual se deve
a melhora do desempenho da resina, isto é seu alto
brilho e sua transparência.
“Esse lançamento é resultado de uma estratégia
adotada pela empresa de oferecer aos clientes no-
vas alternativas tecnológicas e soluções diferencia-
das de acordo com as suas necessidades”, disse Luiz
de Mendonça, vice-presidente responsável pela Uni-
dade de Poliolefinas da Braskem. Já o responsável
pelos negócios de polipropileno da empresa, Luís Fel-
li, afirmou que “todos os avanços alcançados ao lon-
go desse desenvolvimento indicam que a a embala-
gem de PP ISBM é muito competitiva em função de
sua combinação única de propriedades”. A
garrafa feita com a nova resina é mais re-
sistente que o PP convencional, suporta
empilhamento de até 2 metros (três vezes
mais que o outro) e é, segundo a Braskem,
10% mais barata que uma de mesma ca-
pacidade de conteúdo produzida em vidro,
material com o qual concorrerá direta-
mente num primeiro momento. O embate
seguinte deverá ser com as cartonadas
STUDIO AG

assépticas, campo em que a vantagem de


preço seria ainda maior.
A receptividade do produto na feira inter-
nacional do plástico foi extraordinária, se-
gundo Edison Terra Filho, diretor de marke-
ting corporativo poliolefinas da Braskem.
Num dos dois estandes sempre lotados da
empresa na Messe Düsseldorf, ele citou que
essa receptividade foi “compatível com o am-
biente contagiante da feira”. A propósito, re-
gistrou ser “impressionante a maneira como a
indústria de transformação do plástico se inseriu e
marcou presença para investir em competitividade e
para manter o parque brasileiro em nível mundial”.
Braskem: (11) 3443-9061 • www.braskem.com.br
Milliken: (11) 3043-7944 • www.milliken.com
Packpet: (11) 4198-7750
Sidel: (11) 3783-8800 • www.sidel.com.br
Policarbonatos Um polímero amigo do ambiente
investe em imagem A PHB Industrial S/A, de Serrana (SP), apresentou em seu estan-
Expor a marca e agregar para a empresa de na Messe Düsseldorf o Biocycle, matéria-prima para a substi-
a imagem de corporação de porte mundial. tuição de plásticos obtida a partir da cana-de-açúcar. Com a sigla
Esse foi o principal objetivo da Policarbona- PHB, de polihidroxibutirato, o Biocycle foi desenvolvido a partir de
tos do Brasil S/A ao participar, pela quin- 1992 numa parceria do Centro de Tecnologia da Coopersucar com
ta vez consecutiva, da K. “Registramos re- o IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Pau-
sultados logo no início da feira”, afirma lo. É produzido numa joint-venture de duas empre-
Francisco M. Catalan, diretor superinten- sas familiares atuantes no setor sucro-alcooleiro,
dente da empresa, que exporta 50% de a Irmãos Biagi, de Serrana, e o Grupo Bal-
sua produção. Apesar desse expressivo ín- bo, com duas usinas em Sertãozinho, tam-
dice, e de ser a única produtora de resinas bém em São Paulo. Suas principais aplica-
de policarbonato da América Latina, a pro- ções ocorrem na produção de plásticos de uso rá-
dução da Policarbonatos representa ape- pido, como embalagens descartáveis.
nas 1% do total mundial. Ainda assim, di- O Biocycle nasce por efeito da fotossíntese da cana-
vide mercado com os grandes fabricantes de-açúcar, sintetizada a partir da transformação do
mundiais, que são a GE e a Bayer, com os gás carbônico, disponível na atmosfera, da água no solo, da energia
asiáticos e com a norte-americana Dow. solar e de insumos agrícolas. Depois de industrializada, a cana-de-
“Hoje, graças à rede de distribuição que açúcar se transforma em sacarose e fibra. A sacarose, por sua vez,
montamos ao longo destes anos, dirigi- é transformada em um biopolímero, o PHB. Vale dizer que é um po-
mos para países da Europa 80% de nos- límero natural obtido com uso apenas de insumos naturais. Em con-
sa produção”, conta Catalan. Para ele, “a tato com um ambiente biologicamente ativo, isto é, onde ocorre pre-
K é a maior feira mundial do setor, que sença de bactérias e fungos, associado à temperatura e à umidade,
para a área de plásticos não tem nada é transformado novamente em gás carbônico. Daí o nome, que sig-
igual; quem puder não deve deixar de es- nifica ciclo de vida e que tem extraordinário apelo em mercados for-
tar presente”. mados por consumidores de forte consciência ambiental.
Policarbonatos do Brasil: Sylvio Ortega Filho, coordenador geral do projeto, destaca três de-
(71) 634-9900/9950 les: a Europa Ocidental, devido à crescente movimentação em tor-
www.policarbonatos.com.br no de temas ecológicos; os Estados Unidos, pela preocupação com
a redução do consumo de petróleo; e o Japão, onde a falta de es-
paço e o esforço para a redução do volume de lixo são cruciais. No
estande da PHB Industrial na K o movimento de interessados era
intenso. “Trata-se de uma feira organizada, à qual as pessoas vêm
de forma organizada”, ressalta Ortega. “Em nosso caso”, ele con-
ta, “Uma parte expressiva dos visitantes veio programada para vi-
sitar o estande. São visitas tanto de pesquisadores quanto de inte-
DIVULGAÇÃO

ressados no produto, profissionais de empresas globais, de fatura-


mentos enormes.” Biocycle: (16) 3987-9000 • www.biocycle.com.br

A Inbra não perde a chance de atualizar-se – e de vender


Tendo nas exportações a importan- 500 toneladas/mês, das quais cer- gundo Eber Luchinio de Souza,
te parcela de 15% de seu fatura- ca da metade vai para países da Eu- vendedor técnico. “Além dessa
mento, a Inbra Indústrias Químicas ropa, e o restante, para os Estados possibilidade”, diz Eber, “é uma
Ltda., de São Paulo, participa como Unidos, a Ásia e os parceiros do enorme oportunidade que se apre-
expositora da K há sete edições, Brasil no Mercosul. senta a cada três anos de atualiza-
mais de vinte anos. Seu principal Na K, além desse produto a Inbra ção em novas tecnologias, idéias e
produto oferecido ao mercado ex- apresentou os estabilizantes para tendências.”
terno é óleo de soja epoxidado, um PVC Plastabil e Markstab e o ace- Inbra:
co-plastificante, ou plastificante se- lerador Plastabil. O objetivo princi- (16) 3987-9048
cundário para PVC. A empresa em- pal da empresa na feira alemã foi www.inbra.com.br
barca para o exterior, em média, ampliar e acelerar as vendas, se- www.biocycle.com.br

46 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004


Masterbatch para efeito perolizado
Líder do mercado brasileiro de
concentrados de cor e aditivos,
a Cromex apresentou na K
2004, com forte repercussão,
o masterbatch de CaCO3 e/ou
Ti02, que produz efeito peroli-
zado nas embalagens de poli-
propileno bi-orientado (BOPP).
Tal efeito é obtido por meio de
tecnologia de aditivação de
uma carga inorgânica com ca-
racterísticas especiais somada
à bi-orientação do BOPP. Para cos, por isso a Cromex não
demonstrar o produto, a Cro- poderia ficar de fora”, disse
Carnevalli, um dos mex levou a seu estande de Edgard Perez Jr., gerente co-
centros de atenção 105m2 em Düsseldorf dez pro- mercial da empresa. Aliás, a
fissionais da empresa. participação da Cromex na
Pela oitava vez presente como exposito-
A presença da Cromex na feira feira se dá sem interrupção
ra na K, desta vez num estande de
alemã atende à estratégia de, desde a edição de 1989, sen-
354m2, a Carnevalli levou a Düsseldorf
sendo uma empesa regional do esta, portanto, a sétima
uma equipe de oito pessoas para apre-
com forte presença na Améri- vez. “Sempre obtivemos bom
sentar sua linha de equipamentos de so-
ca Latina, projetar-se global- retorno em todos as vezes
pro. Na feira, lançou a Polaris COEX 7
mente. Além de atender todos que expusemos e, como em
PA 1200, uma co-extrusora de sete ca-
os países do continente, a em- todas elas, recebemos este
madas, com multibarreira para oxigênio.
presa está presente na Euro- ano visitas e consultas de
Destinada a embalagens para gêneros
pa, no Oriente Médio, na Ásia profissionais de empresas de
alimentícios, a máquina permite extensa
e na África. As exportações vários países, com boas pers-
combinação de filmes, como polietileno
respondem hoje por aproxima- pectivas de fechar negócios”,
(PE), poliamidas (PA) e EVOH, além dos
damente 20% da produção, de relata o executivo.
adesivos. Segundo Wilson Miguel Carne-
7 000 toneladas/mês. Cromex
valli, diretor da empresa, “muito versá-
“A K é o evento mundial mais (11) 3856-1000
til, esse é um equipamento de alta tec-
importante da área de plásti- www.cromex.com.br
nologia, tanto que é o único na feira com
capacidade para sete camadas, enquan-
to as concorrentes são de cinco”. De
fato, era um dos centros de atenções no
pavilhão 16 do evento.
Fala o setor
Na opinião de Carnevalli, “estar presen- “Desde 1970 participo de
te na K é obrigatório, pois reforça muito todas as edições da K,
a imagem da empresa”. Para ele, as por ser a mais importan-
duas feiras mais importantes do setor te feira internacional para
são a K, em nível internacional, e a Bra- a indústria do plástico e
silplast, em âmbito regional. Ele conside- da borracha. A feira apresen- magnitude, especialmente
ra também que as empresas brasileiras ta tecnologia de ponta, bem porque sua importância ultra-
deveriam ter presença maior em even- como os mais recentes pro- passa a mera realização de
tos internacionais, embora reconheça cessos e desenvolvimentos de negócios.”
que “falar é fácil”, ante o elevado custo produtos derivados de políme- Merheg Cachum, presidente
e as dificuldades. Dentre estas destacou ros. Na condição de presiden- da Abiplast – Associação Bra-
a falta de apoio oficial e a excessiva bu- te da Abiplast e da Aliplast, sileira da Indústria do Plástico
rocracia. sempre encorajei a presença e da Aliplast – Associação La-
Carnevalli em larga escala de empresas tino-americana da Indústria
(11) 6413-3811 • www.carnevalli.com brasileiras em feiras desta do Plástico

48 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004


entrevista >>> Rogério Mani

“As vendas cresceram, e os


problemas de caixa também”
ice-presidente da Associação Brasileira da In- de automatização que contribuem para flexibilizar a produ-

V dústria de Embalagens Plásticas Flexíveis –


Abief, Rogério Mani esteve à frente da comi-
tiva de setenta profissionais ligados à entidade
que visitaram, em outubro último, a Feira In-
ternacional do Plástico e da Borracha – K 2004. Além de suas
ção e aumentá-la. Mas, infelizmente muitos deles ainda não
são acessíveis às indústrias do setor por questões de custo.

Quais as inovações mais significativas?


Não diria que existe uma inovação mais significativa, mas
impressões sobre o evento alemão, considerado um dos prin- que os detalhes incorporados nas máquinas e equipamentos
cipais pontos de encontro mundiais dos fornecedores de so- fazem a diferença. A inclusão dos robôs nas linhas de produ-
luções para a cadeia de embalagens, Mani comenta nesta en- ção foi sem dúvida um item que também chamou muito a
trevista o atual cenário do mercado de embalagens flexíveis. atenção de quem teve a oportunidade de visitar a K neste ano.
Impossível, portanto, que o executivo não se ativesse aos su-
cessivos aumentos das matérias-primas derivadas do petró- O senhor acredita que os avanços tecnológicos incorporados
leo, que somaram 60% nos últimos nove meses, e ao proces- aos equipamentos, na medida em que aumentam a produtivi-
so de achatamento das margens de ganho que aflige o seg- dade da indústria convertedora, poderão contribuir para
mento representado pela Abief. A seguir, Mani, também di- contrabalançar as perdas causadas ao setor pelo aumento
retor do Grupo Sol, descreve os reflexos da alta dos insumos dos preços das matérias-primas derivadas do petróleo?
nos índices brasileiros de consumo de embalagens flexíveis, De certa forma sim, mas o problema é a indústria converte-
e ainda fala sobre os mecanismos e ações de que o Brasil dora conseguir investir nesses avanços tecnológicos. Vale
dispõe para diminuir o ritmo dos aumentos das matérias-pri- lembrar que o setor de transformação de embalagens flexí-
mas derivadas do petróleo. veis é composto por cerca de 700 empresas, a maioria delas
de pequeno e médio porte. Muitas, portanto, acabam espre-
Se for possível sintetizar, quais as principais tendências que midas entre os fornecedores de resina, que impõem aumen-
o senhor observou na feira K, no que se refere a embalagens tos, e seus cliente diretos, que não aceitam qualquer repasse.
e, mais especificamente, a embalagens flexíveis? Essas empresas já estão fazendo um grande esforço para au-
Não restam dúvidas de que duas vertentes deverão ser segui- mentar a captação de capital de giro, a fim de fazer frente
das pelas embalagens plásticas em geral: cor e forma. A pro- aos seus compromissos. Mas, infelizmente, investir em mo-
fusão de novos pigmentos que foram apresentados na edição dernização tornou-se algo impensável no momento.
deste ano da feira nos faz crer que a embalagem realmente
virou um item de moda, acompanhando de perto as tendên- A ABIEF levou uma comitiva de aproximadamente setenta
cias para as várias estações. Em termos de forma, os shapes pessoas à K. A presença de brasileiros ligados à ABIEF na
exclusivos e diferenciados tornam-se elementos de diferen- feira foi maior do que em anos anteriores?
ciação no ponto-de-venda. Especificamente no caso das Apesar da retração financeira da maioria das empresas, a
embalagens plásticas flexíveis, a bola da vez são os sistemas presença dos associados da ABIEF na K foi mais significa-

Rogério Mani, vice-presidente da Abief, comenta a


feira alemã K e as possibilidades de o setor de
embalagens flexíveis contrabalançar o aumento de
preço das matérias-primas derivadas do petróleo

50 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004


entrevista >>> Rogério Mani

tiva do que em anos anteriores. Embora descapitalizados, os midor final nem de longe foi afetado por ele. Em outras pa-
empresários brasileiros sabem quanto é importante manter- lavras, aumentamos nossas vendas, pois houve um reaqueci-
se atualizado tecnologicamente, antecipando-se às várias mento do consumo, mas estamos com sérios problemas de
tendências do mercado internacional. Especialmente porque caixa. Todo mês temos que bater na porta de nossos clientes,
muitos deles já vêm a exportação como uma saída bem viá- para negociar um possível aumento – e na maioria das vezes
vel para a crise no mercado doméstico. não somos bem sucedidos. Na velocidade em que esses au-
mentos vêm ocorrendo, a situação de boa parte das empre-
No total, foram à K mais de 3 000 sas começa a dar sinais de enfermi-
brasileiros. Como pode ser inter- “Na velocidade em dade. O capital de giro já se foi faz
pretada essa presença? algum tempo.
Como disse anteriormente, o em- que os aumentos das
presário brasileiro está suficiente- Lá fora o processo de alta dos insu-
mente maduro para reconhecer a
importância de fazer parte de um ce-
matérias-primas vêm mos tem sido igualmente negativo
para o setor de embalagens flexí-
nário internacional e respirar as no- veis?
vidades tecnológicas e mercadoló-
ocorrendo, a situação de Creio que o mercado internacional
gicas. E isso não é de agora. Ano a também está sofrendo com esses au-
ano a presença brasileira em even- boa parte das empresas mentos contínuos, mas de uma for-
tos como a K, a PackExpo e a Inter- ma mais equacionada. Até porque
pack aumentam. Só tivemos uma do mercado de embalagens as petroquímicas não saem mês a
queda de participação nos eventos mês impondo novos preços para
realizados logo após o 11 de setem- flexíveis começa a dar seus produtos. A força dos converte-
bro. E repito: essa participação in- dores não permite tal situação. Nor-
ternacional só tende a se fortalecer, malmente, nos mercados externos,
uma vez que o empresário quer
sinais de enfermidade. trabalha-se através de contratos, ou
mesmo estreitar sua relação com seja, os preços são pré-determina-
empresas internacionais que pos- O capital de giro dos por 120 a 180 dias, com corre-
sam ser potenciais clientes ou ções futuras.
mesmo potenciais parceiros em suas já desapareceu há
negociações internacionais. Na opinião do senhor, quais os me-
algum tempo” canismos e ações de que o Brasil
A atual taxa de ociosidade do setor dispõe para diminuir o ritmo dos
de embalagens flexíveis, de 10%, revela-se baixa na compa- aumentos das matérias-primas derivadas do petróleo?
ração com a da indústria de plásticos em geral (25%). Essa Na ABIEF acreditamos que o governo poderia ter um papel
situação se deve a eventuais dificuldades de investimentos importante nessas negociações. Afinal, os aumentos são de-
produtivos? Ou estaria ligada ao simples aumento da de- sencadeados pela Petrobras. Por isso mesmo, estamos ten-
manda por embalagens flexíveis no país? tando mostrar às autoridades os prejuízos que o setor vem
Eu diria que está mais ligada a um aquecimento da deman- sofrendo, e como eles poderão afetar a atividade industrial e
da, sentido principalmente neste segundo semestre. Mas isso a economia como um todo. Chegamos até a cogitar algum
não significa que o setor está financeiramente saudável. tipo de incentivo governamental que viabilize as importa-
Continuamos amargando aumentos continuados no preço da ções de resina. Em paralelo, continuamos a promover reu-
matéria-prima, sem conseguir repassá-los. Também é neces- niões nas quais todos os elos da cadeia possam participar.
sário considerar que os volumes vendidos são cada vez Acreditamos que esta também é uma forma de mostrar que
maiores, mas a rentabilidade tem registrado queda constan- vai chegar um momento em que não haverá bons clientes
te. Por outro lado, o setor convive ainda com alguns equipa- para as petroquímicas.
mentos antigos e com baixa produtividade. Portanto, esses
dois fatores somados, aquecimento e baixa produtividade, Vem se observando nos últimos tempos a tendência, entre os
explicam a menor ociosidade. fornecedores de resinas, de oferecer especialidades, para
fugir da comoditização. De que forma isso tem afetado as
Em que medida a alta das matérias-primas, que somou 60% margens dos convertedores?
nos últimos nove meses, tem influenciado os índices brasi- As especialidades só ajudam os convertedores, uma vez que
leiros de consumo de embalagens flexíveis? podemos agregar valor às nossas embalagens. O problema é
Como não conseguimos repassar esses aumentos, o consu- que novamente as petroquímicas estão oferecendo essas es-
52 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004
entrevista >>> Rogério Mani

pecialidades a preços pouco competitivos, muitas vezes su- tipo camiseta, as sacolas plásticas convencionais e filmes
periores aos praticados no mercado internacional. Tal práti- stretch e shrink. Só não exportamos mais por não termos
ca inviabiliza qualquer inovação. preços e custos competitivos.

Uma área onde se notam grandes avanços é a de filmes para Há notícias de que a China está investindo fortemente para
rótulos. A gama de produtos oferecidos pelos laminadores é tornar-se em poucos anos o principal país exportador de
cada vez maior. Seria a mesma tendência de busca por es- embalagens flexíveis. Ante a agressividade comercial que se
pecialidades e agregação de valor? observa nos chineses em outras
Sem dúvida. Os filmes para rótulos Do ponto de vista áreas, isso pode vir a ser uma
termoencolhíveis ou auto-adesivos ameaça para o setor que a ABIEF
garantem maiores margens de ga- tecnológico o Brasil está representa?
nho. Mas produtos assim só se tor- Certamente. E aí voltamos ao entra-
narão um boom no mercado nacio- ve competitivo imposto pelos cons-
nal, a exemplo do que já ocorre no
preparado para enfrentar tantes aumentos no preço da resina.
exterior, quando os convertedores Se estamos com a nossa sobrevivên-
sentirem firmeza em investir. Para a agressividade comercial cia ameaçada, como podemos ter
isso o setor precisa ter garantias de fôlego para exportar? Chegamos a
que o fantasma do aumento contí- de países como a China. um ponto em que, se não houver um
nuo de preços deixará de assombrar envolvimento efetivo de toda a
suas planilhas de custo. Mas talvez os converte- cadeia petroquímica, não apenas
deixaremos de nos inserir no con-
Recentemente, até por falta de in- texto internacional, como deixare-
formação adequada, a questão am-
dores e demais elos da mos de existir no mercado domésti-
biental tem colocado a indústria do co. Precisamos trabalhar com pre-
plástico numa situação complicada. cadeia de embalagens ços alinhados no mercado interno e
Já surgiram, por exemplo, leis ata- externo. Precisamos, urgentemente,
cando o uso de sacolas plásticas flexíveis não tenham desonerar as exportações.
nos supermercados. Quais as res-
postas da indústria para esse tipo estrutura financeira para O Brasil está preparado para en-
de problema? frentar essa ameaça?
A principal delas é a utilização de
materiais de rápida degradação. Al-
superar essa ameaça Do ponto de vista tecnológico, te-
mos todas as condições de competir
gumas empresas associadas à ABIEF já estão fazendo um em pé de igualdade. Mas talvez não tenhamos estrutura fi-
trabalho muito sério nesse sentido, colocando no mercado nanceira para tal. O que consigo enxergar no momento é
produtos feitos à base de resinas biodegradáveis, que já re- que, se não repassarmos os aumentos acumulados, devemos
ceberam o aval de marcas famosas como O Boticário, Gru- nos preparar para uma diminuição de estoques e, conseqüen-
po Pão de Açúcar e Natura. temente, de redução de produção. São medidas que definiti-
vamente inviabilizariam boa parte das nossas estratégias de
Diversas entidades de classe vêm afirmando que uma maior exportação.
participação das embalagens na balança comercial brasi-
leira é factível. A própria ABIEF decidiu colocar em práti- Em mercados mais desenvolvidos e aquecidos que o brasi-
ca um programa de incentivo às exportações do segmento leiro, registra-se tendência de crescimento do uso de emba-
de embalagens flexíveis. Que resultados a entidade teve até lagens flexíveis, em substituição às rígidas. Essa tendência
agora e quais produtos o senhor acredita terem maior po- ocorre também no Brasil?
tencial de vendas internacionais? Sim. Um bom exemplo é a aparição de embalagens stand-up
Embora não possa medir os resultados em números, sabe- pouch em mercados que até pouco tempo eram dominados
mos que o VIPE ABIEF – ferramenta de incentivo às expor- pelas embalagens rígidas. Esperamos que a indústria de fle-
tações, cujo objetivo é criar condições imediatas para a ex- xíveis cresça em volume cerca de 10% este ano.
portação de embalagens plásticas flexíveis através da equi-
paração do preço das resinas aos níveis internacionais – está Em que categorias de produtos o senhor diria que a substi-
tendo impacto muito positivo no caixa das empresas que se tuição de embalagens rígidas pelas flexíveis é mais acen-
propuseram a exportar. Hoje os produtos brasileiros com tuada?
maior penetração no mercado internacional são as sacolas Em alimentos e bebidas de maneira geral, e em alimentos
54 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004
entrevista >>> Rogério Mani

prontos e semi-prontos em particular. Bom exemplo são os O BOPP versão matte é sem dúvida um material novo, que
retortable pouches, e as embalagens flexíveis para bebidas ainda tem um longo e promissor caminho a percorrer. Ele foi
especiais, como sucos prontos para beber e isotônicos. São introduzido no segmento de snacks e está ganhando adeptos
segmentos em que o surgimento de novos sistemas de aber- diariamente. Se existirem inovações, elas devem concentrar-
tura/fechamento reforçam a portabilidade da embalagem e se na redução de espessura dos filmes.
facilitam o chamado consumo nômade – em trânsito. Fora
desses dois segmentos-chave, também é possível perceber Fala-se muito no potencial nacional para os retortable pou-
algum movimento de adoção de no- ches, seguindo uma tendência inter-
vos tipos de embalagens flexíveis Ainda não existe o risco nacional, o que abriria uma disputa
pela indústria de higiene pessoal e dessas embalagens flexíveis com la-
limpeza doméstica. de haver problemas de tas de aço e de alumínio. Já obser-
vamos um lançamento pioneiro des-
Outra tendência de que se ouve fa- sa natureza na área de pescados.
lar muito, esta no campo da produ-
suprimento de resinas Qual a sua projeção para essa
ção, seria a de aumento do uso de questão?
equipamentos de banda estreita, to- no mercado interno. Trata-se de uma embalagem que a
mando mercado de embalagens médio e longo prazo certamente
produzidas em máquinas de banda Por outro lado, muitos conquistará uma fatia significativa
larga. Isso ocorreria devido à ne- dos alimentos prontos para consu-
cessidade de tiragens menores para convertedores estão na mo. A tecnologia ainda não está a
atender a multiplicidade de marcas pleno vapor no Brasil, talvez por
e de submarcas dos produtos, para questões de custo, e pela própria in-
suprir segmentos de mercado cada
iminência de enfrentar certeza da reação do consumidor.
vez mais focados. Tal informação é Mas quando começar a ser reconhe-
verdadeira? falta de estoque. É cida será uma embalagem de suces-
A especialização e o foco em tira- so absoluto, a exemplo do que ocor-
gens menores, em produtos com mais um reflexo dos re no Japão e em outros países
alto valor agregado, é sem dúvida desenvolvidos há tanto tempo.
uma tendência para a indústria de contínuos aumentos
embalagem como um todo. Todos Produtos tradicionalmente vendidos
buscam diferenciar-se, tornando-se
mais competitivos, e não há dúvidas
das matérias-primas em cartuchos cartonados têm mi-
grado para embalagens flexíveis.
de que uma maneira de atingir esses objetivos é investir em Que mercados o senhor destacaria para demonstrar o inver-
extensões de linha. Nesse sentido, os equipamentos de ban- so desse movimento, ou seja, o assédio de outros materiais a
da estreita de fato têm se mostrado uma boa alternativa para categorias em que as flexíveis até então eram absolutas?
a indústria de embalagens flexíveis, pois permitem o desen- Felizmente não me lembro de nenhum exemplo de caminho
volvimento de pequenas tiragens. contrário ao flexível. Na verdade, todas as estatísticas refor-
çam essa tendência de migração para o flexível, apontando-
Poucos meses atrás, o senhor disse que poderia haver pro- o como a embalagem que terá o maior crescimento em par-
blemas de suprimento de resinas no mercado interno caso ticipação, tanto por novas aplicações quanto pela substitui-
as petroquímicas optassem por aproveitar o cenário de pre- ção de materiais mais tradicionais.
ços altos no mercado internacional e exportar mais do que
o excedente. Isso está ocorrendo? Em termos de sistemas de impressão, fala-se muito no Brasil
Ainda não. Quem está na iminência de ter problemas de es- sobre o avanço da flexografia. Esse movimento de expansão
toque são os convertedores. Os aumentos constantes estão vem de fato ocorrendo?
tendo reflexos nos estoques, que poderão estar seriamente Sem dúvida. A verdade é que a impressão flexográfica evo-
comprometidos em pouco tempo. luiu tanto que mesmo especialistas encontram dificuldade
em diferenciá-la de uma impressão em rotogravura, por
O polipropileno bi-orientado (BOPP) se tornou nos últimos exemplo. Com o aumento do número de cores, esse sistema
anos a “bola da vez” em materiais para embalagens flexí- não deixa nada a desejar para outras técnicas. Além disso, a
veis, tendo avançado significativamente em áreas como ró- flexografia apresenta redução de custos e flexibilidade de
tulos, embalagens de sabonetes e snacks. Quais as próximas produção. Por tudo isso, é o sistema de impressão que mais
perspectivas de expansão desse material? se consolidou na indústria de embalagens flexíveis.
56 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004
reciclagem >>> lubrificantes

Lavagem ecológica
Solvente promete estimular reciclagem de embalagens de óleos lubrificantes
undamentado na ação de catadores etapa inicial da reciclagem de plásticos como

F e cooperativas, e ainda muito ca-


rente de iniciativas de coleta sele-
tiva, o modelo brasileiro de reci-
clagem enfrenta outras dificuldades além da
o PEAD, as embalagens precisam estar lim-
pas. Trata-se, no caso dos lubrificantes, de
uma dificuldade extra, já que o sistema con-
vencional de lavagem exige uma etapa de se-
falta de legislação sobre descarte e destinação paração do óleo e da
adequados dos resíduos. No caso específico água, além de uma es-
das embalagens, um obstáculo bem menos vi- PERDA - Cerca de tação de tratamento
sível, mas que mal gerenciado pode se trans- 400 000 litros de de efluentes (ETE).
óleo residual são
formar num gargalo para os processos de re- descartados por
“A lavagem à base
ciclagem, é a eliminação dos restos do produ- ano no Brasil de água e detergente
to originalmente acondicionado. Pode parecer não é prática, e acaba
um mero detalhe, mas a limpeza das embala- desencorajando a reci-
gens usadas muitas vezes encarece a recicla- clagem de embalagens
gem, podendo desesti- plásticas de óleo lubrifi-
mular ações de rea- cante”, avalia Fábio Ri-
proveitamento. beiro, químico respon-
Tal situação é ve- sável por uma empresa
rificada no mercado especializada em reci-
de óleo lubrificante, clagem, a FBR.
que consome 730 mi- Após ter participado
lhões de embalagens de um seminário em São Paulo
por ano no Brasil. Esti- sobre as principais oportunidades do mercado
ma-se que 1 000 tonela- brasileiro de reciclagem, Ribeiro desenvolveu
das de polietileno de um novo método de lavagem de embalagens
alta densidade (PEAD) usadas de óleos lubrificantes. Em vez de água
usado para a produção e sabão, utiliza-se no processo um solvente
de embalagens plásticas chamado hexano. Trata-se, segundo o quími-
desse tipo de produto co, do mesmo produto empregado na extra-
acabem parando todos os ção de óleo da semente de soja. “É um sol-
anos em lixões Brasil afo- vente comum à indústria de óleos, mas pouco
ra. Além de representar explorado para fins de reciclagem”, ele diz.
um desperdício de 1,2 mi- Uma das vantagens do processo é a facili-
lhão de reais, custo aproximado de 1000 tone- dade de separar o óleo lubrificante do solven-
ladas de PEAD no mercado brasileiro de reci- te. Para isso, basta submeter a solução a pro-
clagem, o descarte inadvertido desses produ- cessos de destilação, que consistem na expo-
tos leva ao ambiente mais de 400 000 litros de sição dos resíduos a diferentes temperaturas.
óleo lubrificante por ano. Isso acontece por- De acordo com o químico criador do proces-
que o volume residual médio do produto por so, essa técnica é mais simples do que a re-
embalagem é de 20ml. querida para a separação do óleo misturado à
água com detergente. “Com ela, as indústrias
Dificuldade extra de reciclagem não precisam investir em
Segundo especialistas em reciclagem, uma ETEs”, fala Ribeiro. “Além disso, tem cresci-
das principais causas dessa situação de perda FBR Reciclagem do o número de empresas especializadas em
é a dificuldade de lavagem dos frascos usa- (51) 649-3160 fazer processos de destilação de óleo lubrifi-
www.fbrreciclagem.com.br
dos. Antes de entrar na máquina de moagem, cante dissolvido em hexano.”

58 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004


achocolatados >>> aço

Espaço com aço


Lata versátil rende a achocolatado melhor posição nas lojas
gaúcha CBS Alimentos vinha en- a lata com fechamento plástico Ploc Off de

A frentando um problema com seu


achocolatado Supercau, marca for-
te no Sul do país, onde chega a
todos os 547 municípios do Rio Grande do
400g, da Brasilata – nova versão dessa emba-
lagem, com diâmetro de abertura maior, de
99mm. Com a nova apresentação, o achoco-
latado ganhou lacre de segurança, abertura fá-
Sul e também às praças do litoral catarinense cil e, nas palavras do executivo da CBS,
até a fronteira com o Paraná. Segundo a em- maior apelo visual também. “Optamos por li-
presa, o pote plástico de 400g no qual o pro- tografar a lata em vez de usar rótulo de papel,
duto fora lançado, no início de 2002, não fa- pois a visibilidade na gôndola é muito supe-
vorecia sua colocação nos melhores espaços rior”, ele argumenta. “Ganhamos em imagem
do varejo. “Trabalhamos com gerenciamento e posicionamento, pois agora o Supercau está
de categoria e percebemos que, na layoutiza- exposto na faixa premium dos supermerca-
ção, o varejista colocava o Supercau numa dos.” O produto renovado foi lançado em
faixa inferior da prateleira”, afirma Alessan- agosto, na feira AGAS – Associação Gaúcha
der Bellaver, gerente de marketing da CBS. de Supermercados. Lá, atingiu venda de
Decidiu-se, então, fazer o produto migrar 5 000 caixas (cada uma com 24 unidades) du-
para a lata de aço, mais especificamente para rante os três dias do evento.

RENOVAÇÃO –
FOTOS: DIVULGAÇÃO

Supercau ganhou
abertura prática
(veja seqüência de
abertura ao lado) e
decoração litográfica

Brasilata
(11) 3611-8122
www.brasilata.com.br

60 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004


CONGRAF

62
CONGRAF

63
Bubbaloo tem novo sabor em flow pack
Através de pesquisas cado de chicles os sabores “ex-
com jovens de 8 a 14 traídos” de frutas tropicais brasi-
anos de idade, a Cad- leiras, típicas de seu cotidiano. A
bury Adams detectou empresa resolveu então lançar o
que faltavam no mer- Bubbaloo Salada de Frutas, que
já vem com os sabores “mistura-
dos”. As novas gomas de mascar
são embaladas em flow packs
produzidos pela Inapel.
Gloss para
Assolan adota rótulos auto-adesivos estações quentes
A nova linha de saponáceos cremo- cas da família de produtos e o Mas- A Chlorophylla está lançando
sos Assolan chega ao mercado nas cote Assolan. uma linha de gloss com as cores
versões Pinho, Limão e Marine com que prometem ser a moda na pri-
rótulos auto-adesivos da Novelprint. mavera-verão: rosa e marrom.
O design da embalagem tem cores A embalagem primária, em poli-
que facilitam a diferenciação das propileno, é fabricada pela Ipel.
suas variantes na gôndola. Os rótu- A caixa de papelão é da Serze-
los seguem o padrão gráfico de toda graf, com design desenvolvido
a linha de produtos Assolan. As co- pela Chlorophylla.
res são as mesmas dos frascos, po-
rém em tons diferentes. Os frascos e
os rótulos foram criados pela agência
MDesign, mantendo as característi-

Private labels no mercado de cachaças


O fenômeno das marcas próprias che- couché pela Set Print. Eles são deco-
gou, quem diria, ao segmento de ca- rados com o desenho da fachada do
chaças. O Bar Mercearia São Roque, bar, feito com aquarela e bico de
de São Paulo, está investindo num ró- pena, e também com fotos do interior
Papelão ondulado
tulo próprio da bebida. Para isso con- do estabelecimento, de autoria da fo-
para frutas
tratou uma empresa especializada em tógrafa Sheila Farah. “Porém, com o
A Paraibuna Embalagens desenvol-
construção de marcas, a Neat, que passar do tempo, a idéia é renovar as
veu um sistema de embalagens de
cuidou do planejamento visual da re- fotos, chamando outros profissionais papelão ondulado para atender o
cém-lançada Cachaça Mercearia São para o projeto”, diz Sheila, que tam- mercado fruticultor, composto por
Roque. Um dos destaques do produto bém é diretora da Neat – Construção caixa, bobina ondulada, bandeja de
são os rótulos, produzidos em papel de Marcas. polpa moldada e tampa pallet. Todo
o sistema é projetado e desenvolvi-
do de acordo com as necessidades
de cada cliente ao embalar, paleti-
zar e resistir ao empilhamento e à
umidade.
Segundo a empresa, as caixas ga-
rantem a conservação do produto,
ocupam menor área de armazena-
mento, evitam disseminação de fun-
gos e recebem tratamento do papel
miolo e das capas interna e externa.

64 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004


Turma da Mônica, frente e verso
Com o objetivo de agregar valor à seu código de cores preservado.
marca, a Kimberly-Clark do Brasil As embalagens de polietileno são
desenvolveu novas embalagens fornecidas pela Canguru e pela Ro-
para as linhas diurna e noturna das taplas, com desenho da Oz Design.
fraldas Turma da Mônica, que ga-
nharam um padrão azul claro na for-
ma de um céu suave, com nuvens
que remetem à idéia de maciez.
Para comunicar os novos benefícios
das fraldas, é utilizado o verso das
embalagens e um selo frontal, com
os dizeres “Toque Suave”, em alu-
são à nova cobertura externa do
produto. Para a linha noturna, a
embalagem ganhou um céu mais
escuro e estrelado, e também teve

Bertin lança desinfetante de 500ml


A divisão higiene e limpeza do
Grupo Bertin amplia sua linha de
atuação com o lançamento da
embalagem de 500ml do desinfe-
tante Brisa, antes comercializado
apenas em recipiente de 2 litros.
O novo frasco facilita o manuseio e
favorece consumidores que utilizam
o produto em menor quantidade. O
produto pode ser encontrado nas
versões Lavander, Pinus e Citric.
O layout das embalagens é da
agência Nosso Design. Os frascos
de PET são da Plastifica.

Gatorade muda rótulos


A Gatorade está adotando um novo ilustrações explorando a prática de
posicionamento de marca, visando esportes. Na garrafa de vidro o
popularizar ainda mais o consumo novo logotipo ganhou destaque es-
de bebidas isotônicas no Brasil. pecial, com sua aplicação em um
Novos rótulos para Gatorade, que fundo gráfico. Os rótulos de BOPP
pela primeira vez foram criados no perolizado monocamada são pro-
Brasil, também fazem parte do pro- duzidos pela Inapel. As garrafas de
jeto. Para a garrafa de PET, com vidro são da Owens-Illinois e as de
tampa esportiva, foram trabalhadas PET, da Amcor. O trabalho foi de-
senvolvido pela Oficina d’Design.
Mudança Novo palete para tambores
Em outubro, a SIG Combibloc, fornece-
A área de logística da Unipac está
dora de soluções em embalagens car-
lançando um novo modelo de palete
tonadas assépticas (caixinhas longa
plástico para o transporte de tambo-
vida), mudou-se para um novo escritó-
rio em São Paulo. “É mais um passo res. Fabricados por termoformagem,
importante para a expansão da com- os paletes possuem a dimensão-
panhia no país”, diz Achim Lubbe, di- padrão de 1,2m por 1,2m e compor-
retor geral da SIG Combibloc para a tam até quatro tambores de 200 li-
América do Sul. Para maiores informa- tros. Seu desenho atualizado permi-
ções, o novo telefone da empresa é o te transportar apenas um tambor na
(11) 2107-6744. região central. O produto é retorná-
vel, passível de empilhamento e, se-
Mais uma loja gundo a Unipac, também é de fácil
A Caixasnet, fornecedora de caixas de
limpeza.
papelão ondulado que iniciou como
(11) 4166.4260 • www.unipac.com.br
loja virtual em 2001, inaugurou sua
terceira unidade física, no bairro do
Tatuapé, em São Paulo. O propósito do
negócio é vender, em pronta-entrega,
O começo da Novelis
modelos padronizados de caixas em A Alcan anunciou que a companhia preciso”, declarou Brian Sturgell,
poucas unidades. O telefone da nova a ser criada com o desmembra- CEO da nova companhia, expli-
loja é (11) 6675-9666. mento de seu negócio de produtos cando que o nome se baseia nos
laminados de alumínio terá o nome conceitos de “novidade”, “velocida-
Desistência Novelis. “O nome representará de” e “precisão”. A oficialização da
O grupo Owens-Illinois definiu a ven- nossa nova abordagem de negó- nova companhia está condicionada
da de suas operações em embalagens
cio, a oportunidade para a mudan- à aprovação governamental e dos
plásticas sopradas nos Estados Uni-
ça e nossa ênfase de atendimento acionistas no final do ano. Se tudo
dos, América do Sul e Europa para a
rápido ao mercado e desempenho correr conforme as expectativas, a
também americana Graham Packa-
ging Corporation por aproximadamen- Laminados de alumínio – Novelis deverá iniciar suas opera-
te US$ 1,2 bilhão. A O-I, notória como mercado mundial ções em 1º de janeiro de 2005, re-
vidraria, não sairá totalmente dos presentando a maior companhia
plásticos. “Continuaremos ativos em de produtos laminados do mundo
fechamentos e produtos de saúde”, em receitas de vendas e volume
disse Steve McCracken, CEO da O-I. de produção (veja o quadro ao
lado). O escritório executivo da
Ataque nos EUA Novelis ficará nos Estados Unidos
A subsidiária americana da alemã Hen-
e ela atuará em quatro continen-
kel anunciou que fechou um acordo
tes, com 38 instalações operacio-
para a compra da Sovereign, líder no
nais em 12 paises e mais de
FONTE: ALCAN

fornecimento de adesivos especiais e


selantes nos Estados Unidos. O negó- 13 000 funcionários.
cio gira em torno de US$ 575 milhões. www.alcan.com

Plano completo
Após vender recentemente sua divisão
Abeaço tem novo presidente
de filmes de embalagens para um gru- Numa assembléia realizada da Companhia Siderúrgica
po de investidores, a belga UCB fe- em 28 de setembro a Asso- Nacional (CSN). Elio Cepol-
chou seu projeto de desinvestimentos ciação Brasileira de Embala- lina, membro do Conselho
com a venda total da divisão química gem de Aço (Abeaço) ele- Consultivo da Prada e vice-
(Surface Specialties) para a Cytec. A geu Luís Fernando Martinez presidente da Associação
UCB se concentra, agora, na área far- seu novo presidente. Marti- Brasileira de Embalagens
macêutica. O negócio de filmes já está nez, 39 anos, é engenheiro (Abre), permanecerá como
operando no Brasil sob o novo nome metalurgista e diretor comer- vice-presidente da entidade.
Innovia Films.
cial para o mercado interno www.abeaco.org.br

66 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004


Retortable pouches com 8 cores Unilever é a campeã do 14º
A Alusa, empresa chilena de embalagens flexíveis, anuncia Top Of Mind
que é a primeira empresa da América do Sul a confeccio- A 14ª edição do Top Of Mind, prêmio organizado pelo jor-
nar embalagens flexíveis do tipo retortable – confecciona- nal Folha de S. Paulo para determinar as marcas mais
das para suportar processo de esterilização térmica sob al- lembradas pelos consumidores brasileiros, viu a Unilever
tas temperaturas em autoclave com pressão compensada sair como grande vencedora de 2004. Além de ter arreba-
– impressas em até 8 cores pelo processo de rotogravura. tado o prêmio Top Performance 2004, com seu sabonete
Para viabilizar o lançamento, a empresa investiu cerca de Lux, a multinacional anglo-holandesa venceu também
2 milhões de dólares em tecnologia de ponta, entre equi- nas categorias sabão em pó, com Omo; margarina, com
pamentos para confecção dos pou- Doriana; sorvete, com Kibon; desodorante, com Rexona;
ches e stand-up pouches pré-forma- e maionese, com Hellmann’s. Na principal disputa, o Top
dos e equipamentos de controle de of Top, que avalia a marca de maior recall entre as diver-
qualidade. “As grandes vantagens da sas categorias, mais uma vez Omo dividiu o prêmio com
utilização desse tipo de embalagem, Coca-Cola. Em chocolates, ganhou a Nestlé. Ao todo, fo-
uma substituta perfeita da lata, são ram 38 categorias premiadas. Para fazer a pesquisa, o
de marketing, com diferenciação do
Datafolha foi às ruas entre 17 e 19 de agosto último para
produto, fácil manuseio e abertura e
identificar os nomes de produtos e empresas mais lem-
segurança ao consumidor”, explica
brados. Foram entrevistadas 5 120 pessoas. O levanta-
Márcia Sato, do escritório brasileiro
mento tem margem de erro de dois pontos percentuais,
da Alusa. “Dependendo da estrutura,
para mais ou para menos, e é desenvolvido a partir de
a embalagem pode ser levada ao
respostas espontâneas, ou seja, não são dadas opções
forno de microondas”.
aos entrevistados. O resultado completo da pesquisa está
(11) 5093-6511 • www.alusa.cl
em www.folha.com.br/especial/2004/topofmind.
Chance de negócios na China
O aquecimento econômico na China tria de máquinas de embalagens na
já está fazendo surgir, naturalmente, China tem florescido, e espera-se que
projeções positivas para a indústria ela se desenvolva numa taxa anual
de embalagem. De acordo com os or- de mais de 20%”, diz a direção do
ganizadores da feira Interfood Shang- evento. “No entanto, as indústrias de
hai, realizada de 12 a 15 de outubro processamento de alimentos e de
na China, o país já é o segundo máquinas de embalagens chinesas
maior importador de máquinas de ainda estão atrás das do resto do
embalagens no mundo, atrás apenas mundo.” Calcula-se que haverá
dos Estados Unidos. Nos últimos 670 000 alocações de novas máqui-
anos, o país vem gastando anual- nas de embalagem nas indústrias chi-
mente em média 2 bilhões de dólares nesas em 2005, e o ritmo não deverá
com esse tipo de equipamento. “Gra- diminuir cedo: para 2010, a estimativa
ças ao apoio governamental, a indús- é de 930 000 novas alocações.

Riopol: mais informações na Internet


A Riopol, maior empreendimento propeno e 540 000 toneladas de poli-
gás-químico em construção na etilenos.
América Latina, está em sua fase Para facilitar o contato com os dife-
final de execução. Quando for con- rentes stakeholders, a empresa criou
cluída, a Riopol produzirá, anual- uma nova página na Internet, mais
mente, cerca de 520 000 toneladas informativa que a anterior
de eteno, 75 000 toneladas de 0800 7078898 • www.riopol.com.br

Politeno completa 30 anos


No último dia 30 de setembro a Poli- 90, partindo assim para o desenvolvi-
teno, uma das maiores petroquímicas mento de resinas de maior valor, de-
de segunda geração do país, comple- senvolvidas de acordo com necessi-
tou 30 anos. Sediada no Pólo Petro- dades específicas dos clientes. Nos
químico de Camaçari (BA), a compa- últimos anos, após a implantação de
nhia surgiu para operar no nicho dos um Programa de Qualidade Total, a
polietilenos, largamente utilizados na empresa ganhou 22 premiações em
produção de embalagens flexíveis e diversas áreas. Hoje, a Politeno em-
rígidas. Foi a Politeno que inaugurou prega cerca de 250 funcionários e
a primeira planta de polietileno li- suas duas plantas industriais têm,
near do país, na década de juntas, capacidade instalada para
a produção de 360 000 toneladas
de resinas por ano.
0800 7040110 • www.politeno.com.br

Mais um investimento no Mercosul


A fabricante de adesi- meira fora aberta na sa área já é de 28%.
vos industriais Coim Colômbia, onde a Coim Recentemente, a em-
Novacote Brasil acaba detém 54% de partici- presa investira 9 mi-
de abrir um escritório pação no mercado de lhões de dólares na du-
em Buenos Aires, na adesivos para lamina- plicação de sua planta
Argentina. É a segunda ção de embalagens fle- de Vinhedo (SP).
filial da companhia na xíveis. Na Argentina, o (19) 3876-9650
América do Sul. A pri- share da empresa nes- www.coim.com.br
Na Wheaton do Brasil acompanhamos a trajetória da
EmbalagemMarca desde seu lançamento, e a cada
edição nos surpreendemos com sua qualidade editorial
e gráfica. Se fosse para definir em poucas palavras, di-
ria que é uma publicação muito séria e de total credibil-
idade. Suas matérias têm conteúdo, são relevantes e
sempre bem fundamentadas. É também importante di-
zer que a revista chega a quem nos interessa. Medimos
isso da forma mais direta que existe: em visita às indús-
trias de cosméticos, perfumaria e produtos farmacêuti-
cos, que são o nosso público-alvo, vemos sempre Em-
balagemMarca sobre as mesas dos executivos e empre-
sários. E todas as vezes em que o nome da Wheaton do
Brasil é citado em suas páginas há repercussão. É sinal
de que a revista alcança o público e é efetivamente lida.
Na Alemanha, off-set levou vantagem
Destoando da tendência que se
anuncia no mercado brasileiro de
embalagens, em que a flexografia
parece estar dando passos cada vez
mais largos rumo ao reinado do off-
set, um dos principais convertedores
alemães de cartuchos cartonados, o
Kappa Packaging Group, está colo-
cando em prática sua estratégia de
focar neste último sistema de im-
pressão, descontinuando em alguns
casos as operações envolvendo má-
quinas de flexo. Isso ficou claro em
uma das mais recentes aquisições
da empresa, a seis cores KBA Rapi-
da 142. Segundo a fornecedora da
solução, a também alemã KBA–
Koenig & Bauer AG, a compra do
equipamento decorre de decisão to- Oude Pekela, região de Groningen,
mada no início do ano passado pela e tem capacidade para imprimir 10
convertedora de cartuchos de migrar 000 cartões/hora, com espessuras
das impressoras flexográficas para que podem variar entre 0,35mm e
as off-set. Customizada, a Rapida 1,7mm.
142 acaba de ser instalada na uni- www.kba-print.com
dade da Kappa situada na cidade de No Brasil (11) 6121-5277

Integrando a cadeia de cartonados


Uma oportunidade de discutir a média Corporativa, da revista Exa-
necessidade de sinergia entre as me, o evento também se debruçou
empresas atuantes no desenvolvi- sobre a crescente preocupação do
mento de embalagens cartonadas. impacto ambiental no processo de
Com esse objetivo, a Box Print desenvolvimento de embalagens.
Grupograf organizou no início de Segundo Sergio Damião Lopes,
outubro último seu 1º Fórum de coordenador do Fórum, mais de
Soluções Integradas. Entre outros 300 pessoas prestigiaram o encon-
temas, o evento, patrocinado pelas tro. “Foi uma iniciativa pioneira e
empresas Allplas, AlphaColor, inovadora”, comemora ele.
Avery Dennison, Fabracor, Ofag, www.boxprint.com.br
Pinuspel e Promax, debateu as (11) 5505 2370
exigências de qualidade para for-
necimento de embalagens, novas
tecnologias de auto-adesivos e
tendências de design para cartu-
chos de alimentos, cosméticos e
remédios. Finalizado com apresen-
tação do conferencista Max Geh-
ringer, conhecido pela coluna Co-
Sem rixa com os hermanos Feiras gráficas: negócio em expansão
No início de outubro último a Bra-
celpa – Associação Brasileira de O segmento de feiras de negócios
Celulose e Papel anunciou que está dando novas provas de que as
Brasil e Argentina renovaram o perspectivas de crescimento do mer-
acordo de complementaridade cado gráfico estão entre as melhores
para papéis de imprimir e escre-
dos últimos anos. A 37ª edição do
ver. Firmada com a Asociación de
Fabricantes de Celulosa y Papel de Congresso e Exposição Anual de Ce-
la República Argentina, a parceria lulose e Papel - ABTCP 2004, que
foi iniciada em 1999 e, renovada aconteceu entre os dias 18 e 21 de
desde então, teve agora seu pra- outubro último, obteve a maior visita-
zo de duração ampliado para três
ção de sua história: 16 500 pessoas.
anos. A cerimônia foi realizada na
Com comitivas internacionais vindas
chancelaria argentina, em Buenos
Aires, e contou com a presença do de países como Finlândia, Estados
embaixador brasileiro na Argenti- Unidos, Canadá, Chile e Colômbia, o
na, Mauro Luiz Vieira, e do embai- evento também cresceu na área de
xador argentino no Brasil, Juan exposição, alcançando a marca de 7,3
Pablo Lohlè.
mil metros quadrados.
Mais uma da Drupa 2004 Resultados como esse ajudam a en-
Uma das maiores vendas conjun- tender o crescente interesse do setor
tas da história da feira alemã foi pelo mercado de exposições e even- realização da exposição, a Afeigraf
anunciada em outubro último. A tos de negócio. A Associação dos contará com a colaboração da Messe
gráfica PMP Print, presente na
Agentes Fornecedores de Equipamen- Frankfurt Eventos. Segundo Elaine Al-
Nova Zelândia e na Austrália, ad-
tos e Insumos Para a Indústria Gráfica meida, responsável pelo grupo de tra-
quiriu durante o evento, realizado
na Alemanha em maio deste ano, – Afeigraf, mais jovem entidade repre- balho que atua na organização da Ex-
uma linha completa de rotativas Li- sentativa da cadeia gráfica brasileira, poprint, a feira não concorrerá com
thoman, da MAN Roland, uma das acaba de anunciar o lançamento de nenhum evento já promovido para o
principais fabricantes de rotativas sua própria feira no Brasil. A primeira setor no Brasil. “Queremos apresentar
do mundo. A instalação dos equi-
edição da Expoprint, como o evento uma nova proposta, que venha ao en-
pamentos, que serão usados prin-
cipalmente para imprimir catálogos foi batizado, está planejada para acon- contro das necessidades do mercado
e encartes de jornais, só deverá tecer em 2006, em São Paulo. Para a gráfico”, diz ela.
acontecer em 2005.

CtP japonês na IMESP VCP lucra mais com vendas internas


Distribuidora exclusiva da Fujifilm
Impulsionado pelo mercado interno, o de papéis bateram recorde de receita,
Electronic Imaging no mercado na-
cional, a Microservice venceu licita- lucro da VCP - Votorantim Celulose e atingindo 491 milhões de reais, alta de
ção para fornecer à Imprensa Ofi- Papel (VCP) cresceu 21% no terceiro 20% sobre o terceiro trimestre de
cial do Estado de São Paulo trimestre deste ano, alcançando a 2003. Em volume, a evolução foi de
(IMESP) um sistema CtP semi-au- marca de 205 milhões de reais. As 15%, atingindo 156 mil toneladas. Já a
tomático Fujifilm com capacidade
vendas domésticas foram responsá- receita com celulose evoluiu 5%, che-
de gravação de 32 chapas por
hora, a 2400 dpi. A licitação foi rea- veis por 60% da receita líquida, contra gando a 220 milhões de reais. O re-
lizada no dia 2 de setembro último. 50% no trimestre anterior. O resultado cuo nos preços da celulose foi parcial-
confirmou a projeção dos analistas de mente compensado pelo aumento da
Tudo sobre cores que o cenário de recuperação econô- produção da unidade de Jacareí (SP),
A ABTG lançou sua Cartilha de Ge-
mica redirecionaria uma maior parcela inaugurada no fim de 2003. Apesar da
renciamento de Cores. O material
da produção da empresa ao mercado maior capacidade, a VCP prevê ven-
reúne instruções para a implanta-
ção desse sistema de gerencia- interno. Os resultados positivos são der 830 mil toneladas de celulose este
mento, desde os requisitos básicos também explicados pela ampliação da ano. Em 2003 a empresa negociou
até a aplicação dos perfis de fluxo fabricação de papel em detrimento da 850 mil toneladas do produto.
de trabalho. A cerimônia de lança- de celulose – cujos preços internacio- www.vcp.com.br
mento foi realizada na sede da em-
nais recuaram no trimestre. As vendas (11) 3269-4000
presa, em São Paulo.

72 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004


Almanaque
Das telas de garrafões para as
sandálias foi um passo
Fundada em 1971 na cidade de que a Grendene, percebendo
Farroupilha (RS), a Grendene como a produção das telas
começou como fabricante de te- para garrafões se parecia
las plásticas protetoras para muito com a das sandálias, de-
garrafões de vinhos. No fim da cidiu criar uma versão nacio-
década de 70, nal das Fisher-
um dos direto- man. Sob o
res da empresa, nome Melissa,
Pedro Grende- ela foi lançada
ne, foi aprovei- no fim de 1979.
tar o verão eu- A sandália da
ropeu na Rivie- Grendene virou
ra Francesa, febre: era mais
onde reparou barata e até du-
que a sandália rava mais que o
Apelos ao apelo
feita de tiras de plástico calça- produto inspirador. Nos anos Um dos produtos nacionais que
da por todos os pescadores da 80, chegou-se a vender 25 mi- mais apelaram ao apelo de reu-
região, chamada Fisherman, lhões de pares da Melissa num tilização de sua embalagem de
estava virando moda na Euro- único ano. O calçado, que está vidro em campanhas de mer-
pa. O calçado logo chegou às completando 25 anos em 2004, chandising foi a célebre Geléia
butiques de São Paulo e do Rio, segue firme e forte: ainda ven- de Mocotó Inbasa. Os trintões e
e, como no Velho Mundo, tor- de quase 1 milhão de pares mais velhos devem lembrar do
nou-se uma febre no Brasil. Daí anualmente. reclame televisivo cuja mensa-
gem final era: “A criança fica
O cantil aqui Você sabia? com a geléia; a mãe, com o
copo”. A menção à embalagem
virou xingamento * Skol vem de skål, ou
pôde ser vista em várias outras
Muito tempo atrás era comum ver “taça” em dinamarquês. A
peças publicitárias do produto,
palavra é usada como sau-
franceses carregando seu boucaut, como na que é reproduzida
dação na hora do brinde,
um primitivo cantil feito de couro acima, do início dos anos 80.
como “saúde” no Brasil
de bode (bouc, em francês). Na No começo da década de 90, a
Espanha, ele ganhou o nome de * Os óculos Ray-Ban foram Inbasa – Indústria Brasileira de
bocoy. Quando chegou ao Brasil, desenvolvidos na década de Alimentos foi comprada pela
essa “embalagem” sofreu duas 30 para proteger a visão Arisco, pouco depois adquirida
modificações: passou a ser feita dos pilotos de caças ame- pela Refinações de Milho
pelos colonos com couro de tatu e ricanos dos raios solares Brasil, que por sua vez foi in-
a ser chamada, carinhosamente, corporada pela Unilever em
* Jipe é o som da pronún-
de bocó. O bocó não tinha tampa 2000. Hoje, a marca Inbasa,
cia em inglês das iniciais
e ficava sempre aberto. Daí seu G.P., de general purpose – que dizem já ter pertencido a
nome passou também a ser “uso geral”, como os car- Roberto Marinho, da Rede Glo-
utilizado para designar a pessoa ros 4x4 eram chamados nos bo, é mera coadjuvante na
boba, palerma, sempre pasma anos 40. Daí jeep, que vi- embalagem do produto: apare-
e de boca aberta. rou jipe, aportuguesado. ce, discretamente, num canto
Jeep é também o nome do dos rótulos da agora rebatizada
cachorro do Popeye. Geléia de Mocotó Arisco.

74 >>> EmbalagemMarca >>> outubro 2004

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