Conceito, Elementos de Comunicação e Acto de Comunicar

TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL

TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO

AULANO. 1

Contextualização

A comunicação é um factor fundamental para o desenvolvimento humano e o avanço das

civilizações. Vários outros: a descoberta do fogo, a divisão do trabalho, as máquinas, as
tecnologias… contribuem, mas, acima de tudo, a evolução dos meios de receber comunicação e
de se comunicar, de registar o conhecimento e do desenvolvimento da escrita e fonética é que se
impõem como basilares.

Por outras palavras, para progredir, o homem necessita comunicar e, quanto mais avançada for a
capacidade de comunicação de um conjunto de indivíduos (uma tribo, um país, etc.), mais rápida
será a sua progressão. Refira-se que a capacidade de comunicação de um conjunto de
indivíduos é decorrente da sua cultura, portanto a comunicação e a cultura estão interligadas e
uma impulsiona a outra.

Neste sentido da interligação entre a comunicação e a cultura, importa referir que as mensagens
trocadas só são cognitivas porque lhes são atribuídos significados, e estes significados dependem
da cultura e do contexto em geral que rodeiam quem está a comunicar. Nisso, diz-se que a
comunicação é um processo social.

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SOUSA, Jorge Pedro. Elementos de teoria e pesquisa da comunicação e dos media. 2a Edição
Revista e Ampliada. Porto,2006.
PRIETO, Guillermo Ballenato. Comunicação eficaz: teoria e prática dacomunicação humano.
Escolar Editora. Lisboa, 2014 (obra original publicado em 2013).
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A comunicação não é privilégio exclusivo do homem. Acontece que muitos seres vivos dispõem
de sistemas de comunicação, em alguns casos mais rudimentares e noutros verdadeiramente
sofisticados. Eles relacionam-se graças ao facto de poderem comunicar uns com os outros.

“A necessidade que o ser humano tem de comunicar levou-o a desenvolver, ao longo da história,
sistemas muito diversos que lhe permitem enviar sinais à distância, sem que seja preciso que o
emissor e o receptor tenham de estar presentes no mesmo local” (PRIETO, 2014, P. 24).

Alguns desses sistemas:

 sinais de fumo (antigamente);

 papel de imprensa;
 correio e telégrafo;
 rádio e televisão;
 sistemas de gravação de imagem e som;
 digitalização da informação;
 desenvolvimento da internet;
 telefonia sem fios;
 satélites;

Conceitos

Sobre o conceito de cultura, é importante aludir que, inserido no mundo natural, o homem criou
um mundo artificial. Essa segunda natureza criada pelo homem recebe o nome de cultura. Neste
sentido, cultura é todo o fazer humano que pode ser transmitido de geração a geração. Portanto,
a linguagem é um elemento da cultura de um povo.

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SOUSA, Jorge Pedro. Elementos de teoria e pesquisa da comunicação e dos media. 2a Edição
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PRIETO, Guillermo Ballenato. Comunicação eficaz: teoria e prática dacomunicação humano.
Escolar Editora. Lisboa, 2014 (obra original publicado em 2013).
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Comunicação

Pode-se falar da comunicação para se referir tanto à acção como ao efeito de comunicar. Ela
implica algum tipo de relação ou de união entre as partes, que se ligam ou correspondem, de
alguma forma.

A raiz etimológica da palavra comunicação é a palavra latina communicatione, que, por

sua vez, deriva da palavra commune, ou seja, comum. Communicatione significa, em
latim, participar, pôr em comum ou acção comum. Portanto, comunicar é,
etimologicamente, relacionar seres viventes e, normalmente, conscientes (seres
humanos), tornar alguma coisa comum entre esses seres, seja essa coisa uma informação,
uma experiência, uma sensação, uma emoção, etc. (Sousa, 2006. P. 22).

“Podemos defini-la como um processo de transmissão e recepção de sinais – ideias, mensagens,

dados – através de um código – um sistema de signos e de regras – que é comum tanto ao
emissor como ao receptor” (PRIETO, 2014, p.35).

O ser humano possui a capacidade de dotar os objectos, as ideias e os acontecimentos de

significado. Codificamos e descodificamos mensagens, num processo que tem uma certa carga
de subjectividade. Trata-se de significados que se conseguem a partir de elementos muito
diferentes:

 sensações e percepções;
 motivações e desejos;
 emoções e sentimentos;
 pensamentos e ideias;
 opiniões e crenças;
 atitudes e valores;
 comportamentos e experiências.

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A comunicação é a base essencial de sociabilidade. Onde quer que os homens tenham

tido que estabelecer relações duradouras, a natureza das redes de comunicação que se
instituíram entre eles, assim como as formas que tomaram e a eficácia que atingiram
determinaram, em grande medida, as oportunidades de aproximação ou de integração
comunitária, assim como as possibilidades de reduzir tensões ou resolver conflitos que
surgiam (M’BOW, 1980).

O homem nasceu com predisposição para a comunicação em diversos níveis em que ela pode
acontecer. Pela sua própria natureza, o ser humano tem uma necessidade de exprimir seus
sentimentos, seja por meio do choro, dos gestos, do cantar, de posicionar o corpo, entre outras
várias formas.

É importante referir que a comunicação é mais um comportamento do ser humano, mas também
se deve entender que qualquer comportamento também é comunicação e que esta, por sua vez,
afecta o comportamento.

De um determinado ponto de vista, todos os comportamentos e atitudes humanos e mesmo não

humanos, intencionais ou não intencionais, podem ser entendidos como comunicação (SOUSA,
2006).

Acto de comunicar

O acto de comunicar é bastante antigo. Aliás, tão antigo quanto à existência do homem. É graças
à comunicação que o ser humano conseguiu desenvolver as formas mais complexas de
interacção e convivência. Acontece que, o pensamento, a linguagem e o comportamento
encontram estreitamente ligados.

Comunicar é fundamental para que possamos estabelecer relacionamentos, fugir da solidão,

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também para que nos tornemos mais gente. Para atestar a importância da comunicação, na
construção de relacionamentos, a história da Torre de Babel é um bom exemplo.

Aquele que fala, que escreve e que comunica, de certa forma, exerce um poder de influência
sobre os outros. Trata-se, porém, dum poder que é preciso saber administrar. É que as palavras
criam realidades, despertam ideias, fomentam atitudes, fazem aflorar emoções e suscitam
comportamentos em que as recebe (PRIETO, 2014).

Elementos da comunicação

A comunicação é um processo complexo no qual intervêm várias componentes. Os principais

elementos envolvidos são: emissor-codificador, código, mensagem, canal, contexto, receptor-
descodificador, filtros, feedback-reacção-resposta.

 Emissor-codificador: é o ponto de partida, a pessoa que comunica. É a origem da

mensagem e, por sua vez, será o receptor da resposta.
 Código: conjunto de regras, sistema de signos, símbolos e regras, comum ao emissor e ao
receptor, que lhes permite formular e entender as mensagens, codificá-las e descodificá-las.

– A acção de codificação implica a transformação da “informação” até se tornar numa

mensagem transmissível.

– Descodificar implica traduzir e interpretar a “informação” recebida, seguindo o processo

inverso ao da codificação.

 Mensagem:núcleo de informação; são os conteúdos elaborados e preparados para

serem transmitidos.

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 Canal: qualquer das vias ou meios através dos quais se emite a mensagem e se
transmite a “informação” – voz, telefone, imagem, escrita, correio, modem… pode
ser principalmente auditivo – oral – ou geográfico – visual.
 Contexto: situação concreta em que se realiza a comunicação.
 Receptor-descodificador: destinatário da comunicação, recebe a mensagem e pode,
por sua vez, emitir uma resposta.
 Filtros: ruídos, barreiras, interferências, enviesamentos, obstáculos que dificultam a
comunicação e impedem que a mensagem chegue de forma correcta ou adequada.
 Feedback: resposta, reacção, informação de retorno. Tem origem no receptor e
permite ao emissor avaliar se houve algum erro na comunicação e ir regulando
progressivamente o processo.

Objectivos da comunicação

Quando comunicamos, podemos querer atingir metas muito diferentes, porém há dois objectivos
fundamentais que uma comunicação eficaz deveria alcançar: clareza e harmonia – entendida
como o equilíbrio e a boa relação entre as partes.

Trata-se de objectivos ligados. Entretanto, a harmonia pode ser relegada para o segundo plano.
Porém, uma comunicação clara, mas que não persiga ou não alcance, além, disso, a ligação e a
manutenção de uma adequada relação com o interlocutor, pode interferir na continuidade da
referida relação e limitar ou criar obstáculos a possíveis comunicações futuras (PRIETO, 2014).

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