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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura de Biologia

Elementos da Comunicação

Gabriel Gabriel Charles:51230782

Chimoio, Março, 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura de Biologia

Elementos da Comunicação

Gabriel Gabriel Charles:51230782

Trabalho do campo a ser submetida na


Coordenacao do Curso de Licenciatura de
Biologia da UniSCED

Chimoio, Março, 2023


Índice
1.Introdução 4

1.1. Objectivos 5

1.1.1.Geral 5

1.1.2.Específicos 5

1.2.Metodologias 5

2.Historial da Comunicação 6

2.1.Componentes da Comunicação 7

2.2.Comunicação 8

2.3.Elementos da Comunicação 9

2.4.Algumas definições importantes 10

2.5.As funções da linguagem 11

2.6.Comunicar/Argumentar 12

3.Conclusao 13

4.Referencias Bibliográficas 14
1.Introdução
O presente trabalho é da cadeira de Técnicas de Expressão do curso de Licenciatura em Ensino
de Biologia e aborda sobre Elementos da Comunicação. É útil frisar que comunicação é uma
actividade imanente à prática do professor. Assim, o profissional de qualquer área do
conhecimento que tenha sido atraído a assumir o desafio de ensinar, de algum modo, já o fez
pelo fato de ser, naturalmente, um bom comunicador. Trata-se, portanto, de uma competência
inerente à actividade do professor e que é aprimorada ao longo de anos de experiência didáctica.

Estamos tratando, então, de uma competência que se constrói de maneira muito particular, a
partir de experiências muito variáveis: o que pode funcionar para um professor pode não
funcionar para outro, o que é eficaz com uma determinada classe pode não ser com outra, um
determinado tipo de assunto pode aceitar um tipo de tratamento e ser menos adequado a outro.
Não há uma fórmula pronta disponível que possa ser sacada a qualquer momento no sentido da
aplicação das técnicas de comunicação. Contudo, é possível isolar de maneira mais ou menos
esquemática os elementos constitutivos da prática comunicacional.

Reconhecer os elementos comuns da comunicação, suas funções e seus modos de funcionamento


pode ser proveitoso ao professor no sentido de poder incorporar esse conhecimento à sua prática
já constituída. O reconhecimento da sistematização de tais elementos pode funcionar de modo a
fazer com que o professor possa criar instrumentos próprios de auto-avaliação e de
aprimoramento de sua actividade, no sentido, inclusive, de uma sua melhor organização e
planejamento.

Assim, o presente trabalho pretende introduzir alguns conceitos básicos da teoria da


comunicação, suas formas de sistematização e as implicações desta na construção de estratégias
argumentativas. Para tanto, serão apresentados, também, alguns elementos básicos da retórica e
da teoria da argumentação com vistas a oferecer um instrumental que possa orientar,
minimamente, o planejamento do professor em sua prática comunicacional. Paralelamente, busca
-se, ainda, a construção de uma discussão sobre alguns aspectos da comunicação e da linguagem
priorizando a relativização de algumas crenças e valores, inclusive quanto à ideia de correcção e
de adequação.

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A presente pesquisa esta estrutura em introdução, desenvolvimento e conclusão, na introdução
faz referencia do assuntos a serem abordados no trabalho e no desenvolvimento o autor trata com
mais rigor o tema e por fim na conclusão o autor da as considerações finais.

1.1. Objectivos

1.1.1.Geral
 Conhecer os elementos de Comunicação;

1.1.2.Específicos
 Identificar os elementos de comunicação

 Mencionar os elementos de comunicação;

 Descrever a comunicação e argumentação

1.2.Metodologias
A base da pesquisa para a efectivação do presente trabalho é bibliográfica, o autor recorreu a
livros, teses, artigos e outros documentos publicados que contribuem na investigação do tema
proposto na pesquisa. Não bastou apenas realizar uma revisão bibliográfica que não irá contribuir
no desenvolvimento, os autores adquiriram conhecimentos significativos que colaboram com a
evolução do trabalho. Com forma de tornar a pesquisa mais rigorosa as outras fontes foram
identificadas através de pesquisas no Google academia, Google livros, nas bibliotecas, em
catálogos, editoras, revistas, teses e artigos, que serão devida referenciadas.

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2.Historial da Comunicação
Os homens das cavernas, com seu cérebro rudimentar, deviam se comunicar através de gestos,
posturas, gritos e grunhidos, assim como os demais animais não dotados da capacidade de
expressão mais refinada.

Com certeza, em um determinado momento desse passado, esse homem aprendeu a relacionar
objectos e seu uso e a criar utensílios para caça e protecção e pode ter passado isso aos demais,
através de gestos e repetição do processo, criando assim, uma forma primitiva e simples de
linguagem.Com o tempo, essa comunicação foi adquirindo formas mais claras e evoluídas,
facilitando a comunicação não só entre os povos de uma mesma tribo, como entre tribos
diferentes. As primeiras comunicações escritas (desenhos) de que se têm notícias são das
inscrições nas cavernas 8.000 anos a.C.

O povo sumério, considerada a uma das mais antigas civilizações do mundo, já ocupava a região
da Mesopotâmia quatro séculos antes de Cristo. Essa civilização foi a primeira a usar o sistema
pictográfico (escritas feitas nas cavernas, com tintas).

Esse tipo de escrita era utilizada, também, pelos egípcios que, em 3100 a.C., criaram seus hierós
glyphós ou “escrita sagrada”, como os gregos as chamavam.

Esse tipo de escrita era, além de pictórica, ideográfica, ou seja, utilizava símbolos simples para
representar tantos objectos materiais, como ideias abstractas. Utilizava o princípio do ideograma
(sinal que exprime ideias) no estágio em que deixa de significar o objecto que representa, para
indicar o fonograma referente ao nome desse objecto.

Uma das mais significativas contribuições dos sumerianos está ligada ao desenvolvimento da
chamada escrita cuneiforme. Nesse sistema, observamos a impressão dos caracteres sobre uma
base de argila que era exposta ao sol e, logo depois, endurecida com sua exposição ao fogo. De
fato, essa civilização mesopotâmica produziu uma extensa actividade literária que contou com a
criação de poemas, códigos de leis, fábulas, mitos e outras narrativas. É a língua escrita mais
antiga das que se têm testemunhos gráficos. As primeiras inscrições procedem de 3000 a.C.

Um estágio moderno da comunicação humana foi a descoberta da tipografia (arte de imprimir),


pelo alemão Johann Gutemberg, em 1445. Essa invenção multiplicou e barateou os custos dos

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escritos da época e abriu a era da comunicação social. (BALDWIN, 2008)

2.1.Componentes da Comunicação
São componentes do processo de comunicação: o emissor da mensagem, o receptor, a mensagem
em si, o canal de propagação, o meio de comunicação, a resposta (feedback) e o ambiente onde o
processo comunicativo acontece.

Com relação ao ambiente, o processo comunicacional sofre interferências do ruído e a


interpretação e compreensão da mensagem fica subordinada ao repertório (crenças, modo de ser,
comportamentos) do receptor.

Em relação à forma, a comunicação pode ser verbal, não-verbal, gestual e mediada.

Verbal – Comunicação através da fala propriamente dita, formada por palavras e frases. Tem
suas dificuldades (timidez, gagueira, etc.), mas ainda é a melhor forma de comunicação.

Não-verbal – Comunicação que não é feita por palavras faladas ou escritas. Usam-se muito os
símbolos (sinais, placas, logótipos, ícones) que são constituídos de formas, cores e tipografias,
que combinados transmitem uma ideia ou mensagem.

Linguagem corporal corresponde a todos os movimentos gestuais e de postura que fazem com
que a comunicação seja mais efectiva. A gesticulação foi a primeira forma de comunicação. Com
o aparecimento da palavra falada os gestos foram tornando-se secundários, contudo eles
constituem o complemento da expressão, devendo ser coerentes com o conteúdo da mensagem.

A expressão corporal é fortemente ligada ao psicológico, traços comportamentais são


secundários e auxiliares. Geralmente é utilizada para auxiliar na comunicação verbal, porém,
deve-se tomar cuidado, pois muitas vezes a boca diz uma coisa, mas o corpo fala outra
completamente diferente (BALDWIN, 2008).

Comunicação mediada - processo de comunicação em que está envolvido algum tipo de aparato
técnico que intermédia os locutores.

Toda essa inovação nas formas de comunicação, fez com que a humanidade passasse a viver de

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uma forma totalmente nova, onde as fronteiras físicas deixam de ser obstáculos à comunicação
constante entre os povos. Formas que até alguns anos eram impensáveis, passam a fazer parte do
nosso dia-a-dia.

Um universo novo se apresente e, se os horizontes se alargam, perde-se o controle da informação


próxima e garantida. Chegamos à exacerbação da informação (que é diferente do conhecimento),
através dos meios electrónicos, dos quais a internet é a campeã. Nesse universo tecnológico
predomina a sapiência humana, suas qualidades, mas também, suas mazelas. Cabe às pessoas
que se comunicam, fazê-lo de forma a utilizar as informações como fonte de troca para aquisição
do conhecimento e usá-las com sabedoria.

2.2.Comunicação
A comunicação é uma actividade imanente à prática do professor. Assim, o profissional de
qualquer área do conhecimento que tenha sido atraído a assumir o desafio de ensinar, de algum
modo, já o fez pelo fato de ser, naturalmente, um bom comunicador. Trata-se, portanto, de uma
competência inerente à actividade do professor e que é aprimorada ao longo de anos de
experiência didáctica.

Estamos tratando, então, de uma competência que se constrói de maneira muito particular, a
partir de experiências muito variáveis: o que pode funcionar para um professor pode não
funcionar para outro, o que é eficaz com uma determinada classe pode não ser com outra, um
determinado tipo de assunto pode aceitar um tipo de tratamento e ser menos adequado a outro.
Não há uma fórmula pronta disponível que possa ser sacada a qualquer momento no sentido da
aplicação das técnicas de comunicação. Contudo, é possível isolar de maneira mais ou menos
esquemática os elementos constitutivos da prática comunicacional.

Reconhecer os elementos comuns da comunicação, suas funções e seus modos de funcionamento


pode ser proveitoso ao professor no sentido de poder incorporar esse conhecimento à sua prática
já constituída. O reconhecimento da sistematização de tais elementos pode funcionar de modo a
fazer com que o professor possa criar instrumentos próprios de auto-avaliação e de
aprimoramento de sua actividade, no sentido, inclusive, de uma sua melhor organização e
planejamento.

Assim, o presente artigo pretende introduzir alguns conceitos básicos da teoria da comunicação,

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suas formas de sistematização e as implicações desta na construção de estratégias argumentativas.
Para tanto, serão apresentados, também, alguns elementos básicos da retórica e da teoria da
argumentação com vistas a oferecer um instrumental que possa orientar, minimamente, o
planejamento do professor em sua prática comunicacional. Paralelamente, busca-se, ainda, a
construção de uma discussão sobre alguns aspectos da comunicação e da linguagem priorizando
a relativização de algumas crenças e valores, inclusive quanto à ideia de correcção e de
adequação (REBOUL, 2000).

2.3.Elementos da Comunicação

O que é comunicar? Basicamente, significa interagir, estabelecer um contacto que tem por
objectivo transmitir informações, buscar entendimento e compreensão. A comunicação, nesse
sentido, é, como já dito, constitutiva da actividade do professor. Este, contudo, pode dizer
verdades sem que estas tenham o efeito de verdades ou até não aparentem ser verdades. O
sucesso de sua comunicação dependerá do modo como trabalha os elementos que a constituem.

A teoria tradicional da comunicação (VANOYE, 2007.) estabelece que esta deva se processar a
partir, basicamente, de sete elementos: a origem da mensagem é denominada de fonte; o
responsável pela transmissão da informação proveniente desta fonte, seja pela linguagem verbal
(oral ou escrita) ou por qualquer outro sistema de códigos, é entendido como sendo o emissor; a
informação a ser transmitida, que é veiculada pelo sistema de códigos manipulado pelo emissor,
é denominada de mensagem; o elemento a que se destina a mensagem (um indivíduo, grupo ou
auditório) é denominado genericamente como sendo o receptor; o campo de circulação da
mensagem deve ser entendido como sendo o canal de comunicação, este é o responsável pelo
deslocamento espacial e/ou temporal da mensagem; aquilo que veicula a mensagem e que é
trabalhado pelo emissor, o sistema de signos, é compreendido como sendo um código, o qual
pode ser verbal ou não verbal, o primeiro utiliza-se da palavra falada e/ou escrita e o segundo
pode ser constituído pelos mais variados meios e técnicas; o sistema de comunicação se completa
com o elemento ao qual a mensagem se refere, que pode corresponder a objectos materiais ou a
aspectos abstractos que compõem a situação ou o contexto da comunicação, a esse elemento dá-
se o nome de referente.

A recepção da mensagem não significa, necessariamente, a sua compreensão. Pode haver falhas

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de comunicação em qualquer um dos níveis acima mencionados, por exemplo, a mensagem pode
ser recebida, mas não compreendida, quando o emissor e o receptor não possuem signos em
comum; ou quando a comunicação é restrita, pois poucos são os signos em comum. A
comunicação pode ser eficiente quando há uma completa compreensão dos signos emitidos,
contudo, não basta que o código seja comum para que se realize uma comunicação satisfatória.
Outras variáveis que incidam sobre os outros elementos da comunicação podem atrapalhar o seu
sucesso. Alguns problemas podem, por exemplo, ser originados de interferências indesejáveis na
transmissão da mensagem, a esse tipo de problema dá-se o nome de ruído. A perturbação da
comunicação originária de uma desorganização da mensagem caracteriza aquilo que se entende
por entropia, já a repetição indevida de informações durante o processo de comunicação leva o
nome de redundância.

2.4.Algumas definições importantes

O estabelecimento dos elementos essenciais da comunicação e de seu sistema é feito a partir do


entendimento pressuposto de alguns conceitos importantes. O primeiro deles é o de linguagem.
Esta pode ser entendida como sendo um código, já que este pode ser definido como um conjunto
de regras para um sistema de signos que permite a construção e a compreensão de mensagens. A
linguagem verbal é, pois, um dentre muitos outros códigos. Trata-se, portanto, segundo o
linguista Émile Benveniste (VANOYE, 2007.), de um sistema de signos socializado. Isso
significa dizer que a linguagem se constitui como um conjunto de signos que se determinam em
suas inter-relações, ou seja, um conjunto no qual os seus termos integrantes não significam nada
por eles próprios, mas todos significam em função dos outros. Nesse caso, portanto, o sentido de
um termo na linguagem é constituído em função do contexto em que ele ocorre.

As línguas são, portanto, casos particulares de um fenómeno geral que é a linguagem e


constituem-se como o objecto primordial do interesse de um campo de estudos que se denomina
de linguística geral, a qual trabalha, grosso modo, no sentido de descrever e investigar tanto as
características comuns quanto as variáveis das diferentes línguas.

Um dado importante sobre a linguagem verbal e que contribui para o entendimento de sua

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especificidade é o fato de esta ser um tipo de código, dentre vários, que pode falar dos próprios
signos que constituem o seu sistema ou mesmo referir-se a outros signos. Esse carácter meta-
referencial da linguagem verbal possibilita, ainda, a criação de “jogos” com os seus signos e suas
significações. Daí o carácter de abertura inventiva que a linguagem verbal permite.

Mas, se a linguagem é um “sistema de signos”, resta o entendimento do que seja o signo. Este
deve ser pensado a partir da compreensão da relação entre três termos: o significante, o
significado e o referente. O elemento “material” do signo (sonoro ou escrito), perceptível
sensorialmente, é o que se entende por significante. O elemento conceptual, não perceptível, a
ideia geral do que aquele dado material pode significar é entendido como sendo o significado. Já
o referente é o objecto real ao qual remete o signo numa determinada instância de enunciação.
Assim, como exemplifica Vanoye,

[...] no caso do signo mesa, diversos significantes (um som, ou melhor, uma combinação
de sons ou uma combinação gráfica, etc.) correspondem a um significado (o conceito de
mesa) que, por sua vez, designa uma classe de referentes (mesa de um só pé, mesa
redonda, mesa baixa, etc.). Em outros casos, um mesmo significante pode remeter a
vários significados (por exemplo, o significante folha remete aos significados ‘folha de
árvore’ e ‘folha de papel’); é o contexto que elimina a ambiguidade. (VANOYE, 2007,
pag. 26)

Este entendimento do signo permite a compreensão do seu carácter convencional e, portanto,


aponta para a arbitrariedade da linguagem. O signo é convencional já que entre o significante o
significado não há outra ligação senão o acordo (implícito ou explícito) que se estabelece entre
os usuários de uma mesma língua. A significação construída a partir desse acordo, portanto, é o
que garante a ligação entre o significante, o significado e o referente. Esse processo de
construção de significação pode ser entendido como pertinente a uma qualidade mais abrangente
entendida como sendo o processo simbólico. Ao usarmos uma determinada palavra para nos
referirmos a um determinado objecto (seja animado, inanimado ou abstracto) designado por esse
nome, não há nada no Próprio objecta que se relacione com o signo verbal que foi usado para
designá-lo. É pelo uso que o processo de representação simbólica se estabelece.

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2.5.As funções da linguagem

Dos elementos do processo comunicacional derivam as funções de linguagem. Quem estabeleceu


o quadro destas funções foi o linguista Roman Jakobson (VANOYE, 2007.). A função centrada
no emissor, que exprime a sua atitude em relação ao conteúdo da mensagem e ao contexto de
comunicação é designada como função expressiva, responsável por caracterizar textos em que a
presença de quem o produz se faz marcante, por meio da expressão de seus juízos, sentimentos,
posicionamentos críticos, opiniões etc.

A função centrada na figura do destinatário da mensagem é aquela designada como sendo a


conativa. Textos em que se processa a construção da imagem do leitor, geralmente com o intuito
argumentativo, de persuasão, são aqueles orientados, portanto, pela função conativa da
linguagem. Já a função referencial é aquela centrada no referente e marca textos que se
pretendem informacionais, mais objectivos e menos marcados por comentários ou juízos. Para
fazermos uma redução esquemática, cada uma das funções acima mencionadas seria centrada,
respectivamente, na primeira, segunda e terceira pessoas do discurso. Podendo esta última ser
entendida, de uma maneira mais geral, como aquele elemento a respeito de que se fala.

A função conhecida como função fáctica é aquela voltada ao canal de comunicação, refere-se a
tudo o que numa mensagem serve para efectivar, manter ou testar o contacto com o destinatário
da mensagem. Esta função caracteriza textos que servem para instaurar uma comunicação ou
funcionam para facilitá-la. A função metalingüística é aquela voltada ao próprio código, é aquela
utilizada para criar explicações que visam precisar a própria linguagem. Essa função é comum
em textos explicativos e que propõem a construção de definições e o estabelecimento de
conceitos. A função poética da linguagem é aquela que revela o carácter de jogo da linguagem,
voltando-se aos próprios signos que a constituem. Essa função está presente em textos que
valorizam a informação pela forma como a mensagem é trabalhada linguisticamente. Vale
salientar que o esquema destas funções serve apenas como um guia, não deve ser entendido a
partir de um paradigma normativo.

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2.6.Comunicar/Argumentar

Como dissemos acima, comunicar significa interagir, estabelecer um contacto que tem por
objectivo transmitir informações, buscar entendimento e estabelecer a compreensão. Para que o
entendimento e a compreensão aconteçam não basta apenas que o discurso seja claro, mas
também é preciso que o discurso de quem comunica seja convincente, portanto, quem comunica
também deve buscar o convencimento. Assim, comunicar é já, de certa maneira, argumentar.

A argumentação, ou o convencimento, é também uma das funções primordiais da linguagem.


Esta foi, como se sabe, uma das funções que mais receberam atenção dos teóricos ao longo da
história. Antes mesmo do desenvolvimento das teorias contemporâneas sobre a comunicação e
sobre a linguagem de uma forma geral, o que se objectivava no estudo da linguagem era o seu
aspecto argumentativo, capaz de convencer e demover pessoas em suas posições e influenciar em
suas atitudes. A esse ramo de estudo da linguagem e da comunicação dá-se o nome de retórica.

Do próprio sentido etimológico da palavra argumentação podem ser depreendidos os sentidos


positivos e negativo que o termo retórico tem recebido desde os tempos da Grécia antiga. O
termo argumento, que vem do latim argumentum, tem em sua raiz temática o termo argu-, que
significa “fazer brilhar”, este termo também está presente em termos como argúcia ou arguentes
(que significa prata). A argumentação é, portanto, o processo por meio do qual a linguagem, seja
falada ou escrita, faz brilhar uma ideia, uma opinião.

Assim, uma tese que, em princípio, poderia ser considerada fraca ou pouco convincente, passa a
se tornar forte e, portanto, crível, depois de ganhar brilho, de se tornar evidente e aceitável por
meio da argumentação. Esse é o sentido positivo da ideia de argumentação, tornar forte uma tese
que era tida como fraca: em outros termos, a tese pode ser até verdadeira, mas se não parecer
aceitável, convincente, poderá ser descartada pelo destinatário da mensagem. Já o sentido
negativo da retórica é aquele que entende por retórico o discurso que se pretende brilhante, mas
que não se sustenta numa tese que seja genuinamente forte. O sentido negativo da retórica é,
portanto, aquele que se associa à ideia de um discurso cheio de ornamentos, mas que é, no fundo,
vazio. O sentido pejorativo de retórica é aquele que se associa à ideia de um discurso empolado,
pedante, mas que não tem conteúdo.

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3.Conclusão
Chegado a este extremo conclui-se que a comunicação, nesse sentido, é, como já dito,
constitutiva da actividade do professor. Este, contudo, pode dizer verdades sem que estas tenham
o efeito de verdades ou até não aparentem ser verdades. O sucesso de sua comunicação
dependerá do modo como trabalha os elementos que a constituem.

A teoria tradicional da comunicação estabelece que esta deva se processar a partir, basicamente,
de sete elementos: a origem da mensagem é denominada de fonte; o responsável pela
transmissão da informação proveniente desta fonte, seja pela linguagem verbal (oral ou escrita)
ou por qualquer outro sistema de códigos, é entendido como sendo o emissor; a informação a ser
transmitida, que é veiculada pelo sistema de códigos manipulado pelo emissor, é denominada de
mensagem; o elemento a que se destina a mensagem (um indivíduo, grupo ou auditório) é
denominado genericamente como sendo o receptor; o campo de circulação da mensagem deve
ser entendido como sendo o canal de comunicação, este é o responsável pelo deslocamento
espacial e/ou temporal da mensagem; aquilo que veicula a mensagem e que é trabalhado pelo
emissor, o sistema de signos, é compreendido como sendo um código, o qual pode ser verbal ou
não verbal, o primeiro utiliza-se da palavra falada e/ou escrita e o segundo pode ser constituído
pelos mais variados meios e técnicas; o sistema de comunicação se completa

4.Referencias Bibliográficas
BALDWIN, T. (2008): Desenvolvimento de habilidades gerências. Tradução de Aríete Simille
Marques. Rio de Janeiro: Elsevier, 1.ed.

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REBOUL, O. (2000): Introdução à retórica. Tradução Ivone Castilho Benedetti. São Paulo:
Martins Fontes, 1.ed.

VANOYE, F. (2007): Usos da linguagem: problemas e técnicas na produção oral e escrita. São
Paulo: Martins Fontes, 1.ed.

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