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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciência de Educação


Curso de Licenciatura em Biologia

Elementos da Comunicação

Nome do aluno: 31231263

Gaza,Março de 2023
UNIVERSIDADE ABERTA ISCED
Departamento de Ciências de Educação
Curso de Licenciatura em de Biologia

Elementos da Comunicação

Trabalho de Campo a ser


submetido na Coordenação do
Curso de Licenciatura em Ensino de
Biologia da UnISCED.
Tutor:Eduardo Paulino Notisse

Nome: 31231263

Gaza,Março de 2023

I
Índice
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 3

2.OBJETIVOS ................................................................................................................................ 4

2.1.Objetivo geral ........................................................................................................................ 4

2.2.Objetivo Especifico ............................................................................................................... 4

3.Elementos Essenciais Do Processo De Comunicação ................................................................. 5

4. Algumas Definições Importantes ................................................................................................ 6

5. As Funções Da Linguagem ......................................................................................................... 7

6. Comunicar/Argumentar .............................................................................................................. 8

7. Algumas Estratégias De Comunicação ....................................................................................... 9

8. Funções Da Retórica ................................................................................................................. 10

9. Alguns Conselhos De Vieira ..................................................................................................... 10

10. Conclusão................................................................................................................................ 11

11.REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 13

II
1. Introdução
A comunicação é uma atividade imanente à prática do professor. Assim, o profissional de qualquer
área do conhecimento que tenha sido atraído a assumir o desafio de ensinar, de algum modo, já o
fez pelo fato de ser, naturalmente, um bom comunicador. Trata-se,portanto, de uma competência
inerente à atividade do professor e que é aprimorada ao longo de anos de experiência didática.
Estamos tratando, então, de uma competência que se constrói de maneira muito particular, a partir
de experiências muito variáveis: o que pode funcionar para um professor pode não funcionar para
outro, o que é eficaz com uma determinada classe pode não ser com outra, um determinado tipo
de assunto pode aceitar um tipo de tratamento e ser menos adequado a outro. Não há uma fórmula
pronta disponível que possa ser sacada a qualquer momento no sentido da aplicação das técnicas
de comunicação. Contudo, é possível isolar de maneira mais ou menos esquemática os
elementos constitutivos da prática comunicacional.

Reconhecer os elementos comuns da comunicação, suas funções e seus modos de funcionamento


pode ser proveitoso ao professor no sentido de poder incorporar esse conhecimento à sua prática
já constituída. O reconhecimento da sistematização de tais elementos pode funcionar de modo a
fazer com que o professor possa criar instrumentos próprios de auto-avaliação e de aprimoramento
de sua atividade, no sentido, inclusive, de uma sua melhor organização e planejamento. Assim, o
presente artigo pretende introduzir alguns conceitos básicos da teoria da comunicação, suas formas
de sistematização e as implicações desta na construção de estratégias argumentativas. Para tanto,
serão apresentados, também, alguns elementos básicos da retórica e da teoria da argumentação
com vistas a oferecer um instrumental que possa orientar, minimamente, o planejamento do
professor em sua prática comunicacional. Paralelamente, busca-se, ainda, a construção de uma
discussão sobre alguns aspectos da comunicação e da linguagem priorizando a relativização de
algumas crenças e valores, inclusive quanto à idéia de correção e de adequação.

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2.OBJETIVOS
2.1. Objetivo geral
 O objectivo geral do trabalho è de abordar sobre elementos da Comunicação

2.2. Objetivo Especifico


 Elementos Essenciais Do Processo De Comunicação
 Algumas Definições Importantes
 As Funções Da Linguagem
 Comunicar/Argumentar
 Algumas Estratégias De Comunicação
 Funções Da Retórica
 Alguns Conselhos De Vieira

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3.Elementos Essenciais Do Processo De Comunicação
O que é comunicar? Basicamente, significa interagir, estabelecer um contato que tem por objetivo
transmitir informações, buscar entendimento e compreensão. A comunicação, nesse sentido, é,
como já dito, constitutiva da atividade do professor. Este, contudo, pode dizer verdades sem que
estas tenham o efeito de verdades ou até não aparentem ser verdades. O sucesso de sua
comunicação dependerá do modo como trabalha os elementos que a constituem.
A teoria tradicional da comunicação (VANOYE, 2007.) estabelece que esta deva se processar a
partir, basicamente, de sete elementos:
A origem da mensagem é denominada de fonte; o responsável pela transmissão da informação
proveniente desta fonte, seja pela linguagem verbal (oral ou escrita) ou por qualquer outro sistema
de códigos, é entendido como sendo o emissor;
A informação a ser transmitida, que é veiculada pelo sistema de códigos manipulado pelo
emissor, é denominada de mensagem;
O elemento a que se destina a mensagem (um indivíduo, grupo ou auditório) é denominado
genericamente como sendo o receptor;
o campo de circulação da mensagem deve ser entendido como sendo o canal de comunicação,
este é o responsável pelo deslocamento espacial e/ou temporal da mensagem; aquilo que veicula a
mensagem e que é trabalhado pelo emissor,
o sistema de signos, é compreendido como sendo um código, o qual pode ser verbal ou não verbal,
o primeiro utiliza-se da palavra falada e/ou escrita e o segundo pode ser constituído pelos mais
variados meios e técnicas;
O sistema de comunicação se completa com o elemento ao qual a mensagem se refere, que pode
corresponder a objetos materiais ou a aspectos abstratos que compõem a situação ou o
contexto da comunicação, a esse elemento dá-se o nome de referente.
A recepção da mensagem não significa, necessariamente, a sua compreensão. Pode haver falhas
de comunicação em qualquer um dos níveis acima mencionados, por exemplo, a mensagem pode
ser recebida, mas não compreendida, quando o emissor e o receptor não possuem signos em
comum; ou quando a comunicação é restrita, pois poucos são os signos em comum. A comunicação
pode ser eficiente quando há uma completa compreensão dos signos emitidos, contudo, não basta
que o código seja comum para que se realize uma comunicação satisfatória. Outras variáveis que
incidam sobre os

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outros elementos da comunicação podem atrapalhar o seu sucesso. Alguns problemas
podem, por exemplo, ser originados de interferências indesejáveis na transmissão da
mensagem, a esse tipo de problema dá-se o nome de ruído.
A perturbação da comunicação originária de uma desorganização da mensagem caracteriza aquilo
que se entende por entropia, já a repetição indevida de informações durante o processo de
comunicação leva o nome de redundância.

4. Algumas Definições Importantes


O estabelecimento dos elementos essenciais da comunicação e de seu sistema é feito a partir do
entendimento pressuposto de alguns conceitos importantes. O primeiro deles é o de linguagem.
Esta pode ser entendida como sendo um código, já que este pode ser definido como um conjunto
de regras para um sistema de signos que permite a construção e a compreensão de mensagens. A
linguagem verbal é, pois, um dentre muitos outros códigos. Trata-se, portanto, segundo o lingüista
Émile Benveniste (cf. VANOYE, 2007.), de um sistema de signos socializado. Isso significa dizer
que a linguagem se constitui como um conjunto de signos que se determinam em suas inter-
relações, ou seja, um conjunto no qual os seus termos integrantes não significam nada por eles
próprios,mas todos significam em função dos outros. Nesse caso, portanto, o sentido de um termo
na linguagem é constituído em função do contexto em que ele ocorre.
As línguas são, portanto, casos particulares de um fenômeno geral que é a linguagem e constituem-
se como o objeto primordial do interesse de um campo de estudos que se denomina de lingüística
geral, a qual trabalha, grosso modo, no sentido de descrever e investigar tanto as características
comuns quanto as variáveis das diferentes línguas.
Um dado importante sobre a linguagem verbal e que contribui para o entendimento de sua
especificidade é o fato de esta ser um tipo de código, dentre vários,que pode falar dos próprios
signos que constituem o seu sistema ou mesmo referir-se a outros signos. Esse caráter meta-
referencial da linguagem verbal possibilita, ainda, a criação de “jogos” com os seus signos e suas
significações. Daí o caráter de abertura
inventiva que a linguagem verbal permite.
Mas, se a linguagem é um “sistema de signos”, resta o entendimento do que seja o signo. Este deve
ser pensado a partir da compreensão da relação entre três termos: o significante, o significado e o
referente. O elemento “material” do signo (sonoro ou escrito), perceptível sensorialmente, é o que
se entende por significante. O elemento conceptual, não perceptível, a idéia geral do que aquele

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dado material pode significar é entendido como sendo o significado. Já o referente é o objeto real
ao qual remete o signo
numa determinada instância de enunciação. Assim, como exemplifica Vanoye,
[...] no caso do signo mesa, diversos significantes (um som, ou melhor, uma combinação de sons
ou uma combinação gráfica, etc.) correspondem a um significado (o conceito de mesa) que, por
sua vez, designa uma classe de referentes (mesa de um só pé, mesa redonda, mesa baixa, etc.). Em
outros casos, um mesmo significante pode remeter a vários significados (por exemplo, o
significante folha remete aos significados ‘folha de árvore’ e ‘folha de papel’); é o contexto que
elimina a ambigüidade. (VANOYE, 2007.)
Este entendimento do signo permite a compreensão do seu caráter convencional e, portanto, aponta
para a arbitrariedade da linguagem. O signo é convencional já que entre o significante o significado
não há outra ligação senão o acordo (implícito ou explícito) que se estabelece entre os usuários de
uma mesma língua. A significação construída a partir desse acordo, portanto, é o que garante a
ligação entre o significante, significado e o referente. Esse processo de construção de significação
pode ser entendido como pertinente a uma qualidade mais abrangente entendida como sendo o
processo simbólico. Ao usarmos uma determinada palavra para nos referirmos a um determinado
objeto (seja animado, inanimado ou abstrato) designado por esse nome, não há nada no
próprio objeto que se relacione com o signo verbal que foi usado para designá-lo. É pelo
uso que o processo de representação simbólica se estabelece.

5. As Funções Da Linguagem
Dos elementos do processo comunicacional derivam as funções de linguagem. Quem estabeleceu
o quadro destas funções foi o lingüista Roman Jakobson (cf. VANOYE, 2007.).A função centrada
no emissor, que exprime a sua atitude em relação ao conteúdo da mensagem e ao contexto de
comunicação é designada como função expressiva, responsável por caracterizar textos em que a
presença de quem o produz se faz marcante, por meio da expressão de seus juízos, sentimentos,
posicionamentos críticos, opiniões etc.
A função centrada na figura do destinatário da mensagem é aquela designada como sendo a
conativa. Textos em que se processa a construção da imagem do leitor,geralmente com o intuito
argumentativo, de persuasão, são aqueles orientados, portanto,pela função conativa da linguagem.
Já a função referencial é aquela centrada no referente e marca textos que se pretendem
informacionais, mais objetivos e menos marcados por comentários ou juízos. Para fazermos uma

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redução esquemática, cada uma das funções acima mencionadas seria centrada, respectivamente,
na primeira, segunda e terceira pessoas do discurso. Podendo esta última ser entendida, de uma
maneira mais geral,como aquele elemento a respeito de que se fala.
A função conhecida como função fática é aquela voltada ao canal de comunicação, refere-se a tudo
o que numa mensagem serve para efetivar, manter ou testar o contato com o destinatário da
mensagem. Esta função caracteriza textos que servem para instaurar uma comunicação ou
funcionam para facilitá-la. A função metalingüística é aquela voltada ao próprio código, é aquela
utilizada para criar explicações que visam precisar a própria linguagem. Essa função é comum em
textos explicativos e que propõem a construção de definições e o estabelecimento de conceitos. A
função poética da linguagem é aquela que revela o caráter de jogo da linguagem, voltando-se aos
próprios signos que a constituem. Essa função está presente em textos que valorizam a informação
pela forma como a mensagem é trabalhada linguisticamente. Vale salientar que o esquema destas
funções serve apenas como um guia, não deve ser entendido a partir de um paradigma normativo.

6. Comunicar/Argumentar
Como dissemos acima, comunicar significa interagir, estabelecer um contato que tem por objetivo
transmitir informações, buscar entendimento e estabelecer a compreensão. Para que o
entendimento e a compreensão aconteçam não basta apenas que o discurso seja claro, mas também
é preciso que o discurso de quem comunica seja convincente, portanto,quem comunica também
deve buscar o convencimento. Assim, comunicar é já, de certa maneira, argumentar.
A argumentação, ou o convencimento, é também uma das funções primordiais da linguagem. Esta
foi, como se sabe, uma das funções que mais receberam atenção dos teóricos ao longo da história.
Antes mesmo do desenvolvimento das teorias contemporâneas sobre a comunicação e sobre a
linguagem de uma forma geral, o que se objetivava no estudo da linguagem era o seu aspecto
argumentativo, capaz de convencer e demover pessoas em suas posições e influenciar em suas
atitudes. A esse ramo de estudo da linguagem e da comunicação dá-se o nome de retórica.
Do próprio sentido etimológico da palavra argumentação podem ser depreendidos os sentidos
positivo e negativo que o termo retórica tem recebido desde os tempos da Grécia antiga. O termo
argumento, que vem do latim argumentum, tem em sua raiz temática o termo argu-, que significa
“fazer brilhar”, este termo também está presente em termos como argúcia ou argentum (que
significa prata). A argumentação é, portanto, o processo por meio do qual a linguagem, seja falada
ou escrita, faz brilhar uma idéia, uma opinião. Assim, uma tese que, em princípio, poderia ser

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considerada fraca ou pouco convincente, passa a se tornar forte e, portanto, crível, depois de ganhar
brilho, de se tornar evidente e aceitável por meio da argumentação. Esse é o sentido positivo da
idéia de argumentação, tornar forte uma tese que era tida como fraca: em outros termos, a tese
pode ser até verdadeira, mas se não parecer aceitável, convincente, poderá ser descartada pelo
destinatário da mensagem. Já o sentido negativo da retórica é aquele que entende por retórico o
discurso que se pretende brilhante, mas que não se sustenta numa tese que seja genuinamente forte.
O sentido negativo da retórica é, portanto, aquele que se associa à idéia de um discurso cheio de
ornamentos, mas que é, no fundo, vazio. O sentido pejorativo de retórica é aquele que se associa à
idéia de um discurso empolado, pedante, mas que não tem conteúdo.

7. Algumas Estratégias De Comunicação


A idéia de Reboul de que a história da retórica termina quando começa parece fazer ainda mais
sentido quando nos deparamos com formulações como a que nos oferecem Baldwin, Rubin e
Bommer ao tratarem da comunicação empresarial como uma das habilidades gerenciais a serem
desenvolvidas, consideram o seguinte: As pessoas se convencem a alinhar suas atitudes e
comportamentos com os de uma outra pessoa por três razões principais. Aristóteles foi o primeiro
a articular esses três elementos da persuasão, que mudaram muito pouco desde aqueles tempos da
antiga Grécia. Em primeiro lugar, somos persuadidos pela credibilidade pessoal, ou etos, de um
orador. Em segundo lugar, reagimos aos apelos emocionais, ou patos, de uma
mensagem. Por fim, somos estimulados pelos argumentos lógicos, ou logos, que dão suporte a
uma posição. (BALDWIN et al., 2008, p. 43) As estratégias de comunicação devem estar
centradas, segundo os autores, nestes três elementos do discurso. A estratégia focada no ethos deve
visar a construção da credibilidade pessoal do emissor. Deve reforçar o seu caráter salientando o
seu conhecimento de causa na área de atuação, o seu caráter ético e profissional, além de dar
relevância aos valores compartilhados com o seu auditório. A estratégia focada no pathos, ou no
receptor do discurso do orador, deve buscar despertar as emoções dos ouvintes de
modo a fazê-los concordar com a mensagem. As duas técnicas mais eficazes que podem ser usadas
para se trabalhar a emoção do auditório são: a técnica da justiça e a técnica de contar histórias. A
primeira confia na tendência universal do homem de tratar o outro como ele próprio é tratado. A
segunda aposta na possibilidade de o público reconhecer-se
na história, identificar-se à situação e ser convencido pelo arrebatamento emocional causado pela
história e não propriamente pela lógica da argumentação. Outra estratégia importante reside na

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utilização do argumento baseado no exemplo, que pode tanto favorecer o trabalho com o pathos
no sentido de aproximar o auditório ao caso tratado, quanto como pode servir de elemento a ser
usado pelo logos. Este, por seu turno, pode ser trabalhado pelos dois caminhos mais naturais de
construção de um discurso argumentativo: pela via dedutiva ou pela via da indução. Ambas devem
vir acompanhadas de evidências. Pela primeira via, parte-se de uma proposição genérica em
direção às evidências particulares; pela segunda, parte-se de evidências, de casos
particulares, para a proposição de generalizações e conclusões. Além dessas estratégias básicas,
vale, ainda, o uso de argumentos baseados na experiência, nas relações de causa e efeito, nos dados
quantitativos e qualitativos (dados estatísticos, por exemplo) e os argumentos baseados na
autoridade. Em outros termos, vale o retorno ao porto seguro dos lugares de argumentação.

8. Funções Da Retórica
Olivier Reboul estabelece, pelo menos, quatro funções primordiais da retórica. A primeira,
inerente ao próprio discurso argumentativo, é a função persuasiva. A segunda seria aquela centrada
na competência do orador de interpretar o discurso do outro e de usar essa interpretação em favor
de sua argumentação, trata-se, pois, da função hermenêutica da retórica. A terceira delas seria a
função heurística, uma vez que o discurso argumentativo não serve apenas para transmitir uma
informação e para criar persuasão,mas também tem a função de descoberta. Por fim, Reboul aponta
para a função pedagógica da retórica, que é, sem dúvida, a primordial para a atividade docente. De
certa maneira, a função pedagógica é constitutiva da natureza da retórica, pois pela argumentação
procura-se, de certo modo, a condução do interlocutor ou do auditório.
Como considera Reboul, “em todo caso, os professores, quase sempre sem saberem, fazem
retórica” (REBOUL, 2000, p. xxii).

9. Alguns Conselhos De Vieira


Padre Vieira, grande orador do século XVII, em seu conhecido “Sermão da Sexagésima”, oferece-
nos alguns passos que deve seguir qualquer um que queira construir um texto persuasivo. Segundo
Vieira, o texto (oral ou escrito) que se pretende argumentativo deve:
1. Tratar de uma só matéria;
2. Defini-la para que se conheça;
3. Dividi-la para que se distinga;
4. Prová-la com a escritura (leia-se argumento);

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5. Confirmá-la com o exemplo;
6. Amplificá-la com: causas; efeitos; circunstâncias; conveniências; apresentar inconveniências
que devem ser evitadas; responder às dúvidas; adiantar os possíveis argumentos contrários e
refutá-los.

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10. Conclusão
A partir do que foi discutido nesse artigo, é possível considerarmos que a linguagem é apenas um
meio de transmissão de pensamento? Ou, então, que a linguagem é apenas mais um código? As
respostas a essas perguntas devem ser negativas se enxergarmos a linguagem, e a língua de uma
maneira específica, sob a perspectiva interacionista da comunicação que aqui procuramos
construir. Sob esse escopo, a língua deve ser pensada como algo que é construído e reconstruído
no processo de interação. Do mesmo modo, o sujeito deve ser pensado como aquele que se constrói
e se completa por meio de seu discurso, de sua linguagem.
Nesse sentido, é possível dizer que a linguagem não transmite pensamentos, mas é responsável
pela constituição deles, por torná-los possíveis. Portanto, segundo uma visão interacionista da
linguagem, esta não deve ser vista sob uma perspectiva representacional, como sendo porta-voz
de pensamentos, ou sob um ponto de vista mais neutro que procure defini-la como se fosse apenas
um código manipulável. É possível depreender da linguagem uma certa noção de código, mas esta
não é suficiente para defini-la.
Sob esta perspectiva de linguagem, a comunicação não deve ser entendida apenas como um
processo que faz uso da linguagem, mas, sim, ela existe na e para a linguagem. A comunicação
não deve ser entendida, então, apenas como o resultado de um processo de transmissão de
informações de um emissor a um receptor, mas enquanto interação humana. Sob essa perspectiva,
o sujeito se constitui na linguagem na medida em que interage com o outro.
A linguagem, nesse sentido, extrapola certo entendimento primeiro de comunicação como simples
processo de transmissão de mensagens e passa a ser vista de acordo com a idéia de um trabalho
simbólico que institui e promove a mediação das relações sociais. Assim, a linguagem suporta
também aquilo que não é dito, aquilo que é sugerido, além de valores éticos e morais que lhe são
externos. Essa concepção nos abre as portas para podermos falar sobre as relações entre linguagem
e poder e sobre heterogeneidade lingüística.

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11.REFERÊNCIAS
BALDWIN, Timothy T.; RUBIN, Robert; BOMMER, William. Desenvolvimento de habilidades
gerenciais. Tradução de Arlete Simille Marques. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
REBOUL, Olivier Reboul. Introdução à retórica. Tradução Ivone Castilho Benedetti. São Paulo:
Martins Fontes, 2000.
VANOYE, Francis. Usos da linguagem: problemas e técnicas na produção oral e escrita. São
Paulo:
Martins Fontes, 2007.

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