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Índice
1. Introdução..................................................................................................................4
1.1. Objectivos...............................................................................................................4
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1.1.1. Objectivos Gerais:...............................................................................................4
4. Conclusão.................................................................................................................18
5. Referências Bibliográficas.......................................................................................19
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1. Introdução
O dinamismo do léxico não se atém à simples renovação lexical, entendida como mero
aparecimento e desaparecimento (em relação ao uso) de lexemas. Na verdade, esta
capacidade revela-se no caráter gerativo da formação do léxico, assim compreendida
quer por visões sintaticocêntricas, quer por visões lexicalistas, bem como na capacidade
de o falante produzir e interpretar lexemas nunca antes produzidos ou recebidos (usando
uma formulação chomskyana). Esse dinamismo revela-se, de modo mais agudo, por
exemplo, nos matizes semânticos dos produtos, na variabilidade morfológica
apreensível através de regras e inferências, ou nos constrangimentos e compatibilidades
que regem a combinação de afixos e bases. Esse dinamismo intriga-nos, de modo que
procuramos os seus mecanismos. As bases da produtividade que lhe subjazem
localizam-se na própria conceção gerativa de linguagem e apoiam-se em evidências
psicolinguísticas.
1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivos Gerais:
Com este trabalho pretende chamar-se a atenção dos professores para a urgência de
apelarem à activação consciente do léxico mental bilingue dos seus alunos, de modo a
que estes possam vir a desenvolver uma competência lexical progressivamente mais
sólida.
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1.1.3. Metodologias do trabalho
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2. O léxico mental: o léxico ou os léxicos?
Após termos indagado alguns dos problemas que advêm da delimitação do léxico como
um objeto mental, equacionamos outras questões relativas à extensão do léxico, desta
vez concernentes a opções conceptuais de alguns quadros teóricos da linguística. Já
apontámos que uma das diferenças entre o léxico e a gramática reside no grau de
abstração que algumas correntes, nomeadamente a gramática generativa standard,
atribuem a um e a outro domínio. O grau de abstração da gramática é encarado como
maior do que o grau de abstração do léxico. A gramática opera com regras ou padrões,
que são abstrações por excelência, enquanto o léxico, não obstante o seu carácter
abstrato advindo do carácter mental, é muitas vezes descrito como uma lista de itens, e
não de regras ou padrões, inscrita na memória de longo prazo.
Uma conceção que se destaca das duas anteriores foi desenvolvida trata-se do
mecanismo de tripartite lexical licensing, que substitui o late lexical, em que o léxico é
concebido como a collection of stored associations among fragments of disparate
representations.
Há ainda a considerar uma terceira conceção em torno do léxico, o léxico contém não
apenas as formas existentes, mas também as formas potenciais, como pretende
Bauer.Esses lexemas potenciais apenas são possíveis se se conceber o léxico de acordo
com um full-entry model, dado que os lexemas potenciais não são gerados na sintaxe.
Do exposto, conclui-se que o termo léxico pode ser entendido em aceções divergentes,
reconhecidas por Aronoff e resgatadas por Gaeta.Um léxico apresenta-se como
listagem dos itens irregulares de Bloomfield,um léxico,emerge como domínio de
lexemas potenciais, que, sendo potenciais, têm de ser construídos através de padrões ou
paradigmas que, obviamente, não são irregulares. Regressaremos a esta distinção a
propósito da formação de palavras (secção 3).
memória de longo prazo ou não. Desta definição advêm duas conceções possíveis:
Luque Durán explica este conceito como “una realidad mental paralela a otra realidad
física que conocemos como mundo (externo e interno)”. De acordo com o autor, esta
última é formada por duas componentes: as unidades, elementos cristalizados,
particulares, únicos e discretos, e as redes que são as várias relações (de substituição,
coaparição, inclusão, oposição, etc.) estabelecidas entre as diferentes unidades, a
capacidade para relacionar formas com significados utilizas adecuadamente
sechama competencia léxica.
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da memória semântica (conceitos) com a informação (fonológica, morfológica,
sintática, semântica, entre outras) transmitida pelas unidades lexicais é essencial ao ato
comunicativo e reflete a atividade associativa habitual no input e output linguísticos.
Do exposto em cima advêm muitos problemas para a compreensão das unidades que
cabem no léxico. Se é pacífica a decisão de integrar no léxico itens não construídos, já a
integração, ou não, de itens construídos tem sido motivo de grande polémica e de
nutrição de muita teorização linguística, como analisaremos nos capítulos 2 e 3 do
presente volume.
Dentro dos itens não construídos, há ainda a decidir se apenas as palavras fazem parte
do léxico ou se também os morfemas afixais se inserem naquele domínio. Em algumas
propostas da morfologia lexicalista, que discutiremos nas secções 2.2.2 e 3.1.2, palavras
e afixos têm lugar no léxico como entradas lexicais autónomas. Os argumentos que
fundamentam esta posição condensam-se a seguir:
a) Os afixos ostentam entre si as mesmas relações semânticas que são tecidas entre
as palavras, tais como a sinonímia (e.g. os sufixos -ment- e -ção em relaxamento
e relaxação, a antonímia (e.g. os prefixos sub- e super- em substrato e
superstrato ou ene es- em empalhar e espalhar), a hiponímia/hiperonímia (e.g.
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os próprios elementos hiper- e hipo- nos lexemas aqui usados) ou a polissemia
(e.g. o afixo -ão que gera nomes agentivos, como saltão, e nomes eventivos,
como abanão).
b) Tanto as palavras como os afixos possuem uma categoria lexical (e.g. o sufixo-
idade possui a categoria lexical N, uma vez que a sua anexação a bases
adjetivais gera nomes) e quadros de subcategorização responsáveis por
constrangimentos na atualização co-textual (e.g. o sufixo -idade marca os nomes
como de género feminino).
c) Tanto as palavras como os afixos participam das estruturas X-barra. Selkirk
(1982) aponta que os sufixos assumem propriedades de núcleos sintáticos em
estruturas núcleo-complemento (e.g. avaliador de exames, em que de exames é o
complemento do agentivo protagonizado pelo sufixo -dor).
Num volume cujo título encerra uma formulação que pode suscitar interrogações e
celeuma, por atribuir ao léxico o estatuto gramatical, ou seja, o estatuto de domínio
organizado, é necessário dedicar espaço à problematização das diversas
conceptualizações em torno de léxico e de gramática. Este espaço será ocupado
inicialmente por aceções genéricas relativas a estes conceitos, de modo a que se obtenha
a sua clarificação enquanto termos técnicos da linguística atual.
O termo léxico advém do grego lexikon (biblion) (livro) de palavras, derivado de lexis
palavra, correlato do verbo falar. O termo gramática tem igualmente origem no grego,
grammatikē (tekhnē) (arte) das letras, proveniente de gramma, grammat- letra do
alfabeto.
A origem etimológica de ambas as palavras faz incidir essa luz no significado que tanto
léxico quanto gramática foram adquirindo ao longo dos estudos linguísticos. Para
ilustrarmos essa variação no significado dos dois termos, podemos recorrer ao
vocabulário português e latino de Raphael Bluteau que publicado entre 1712 e 1728, e
contrapor as informações aí colhidas às noções que hodiernamente a linguística tem de
léxico e de gramática.
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«Derivase do Grego Gramma, que quer dizer Letra, a Grammatica das Lingoas, e o
primeiro degrao das letras. He a porta, porque se entra a todas as ciencias, e o
fundamento de todas as Artes Liberaes, disciplinas nobres. Dividese a Grammatica, em
artificial, Historica, propria. A Grammatica artificial ensina o concerto, disposiçaõ das
letras, com que escrevemos, a ortografia, propriedade das palavras, que falamos. A
gramatica historica, propria se ocupa no conhecimento dos lugares, obras dos
historiadores, poetas, na explicaçaõ do que neles por antiguidade, diferença da lingua
està escuro e duvidoso, principalmente nas tres linguas hebraica, grega e latina em
umas e outras, na própria de cada hum ensina a gramatica a pronunciaçaõ das
letras,declinaçaõ dos nomes, a conjugaçaõ dos verbos, a construiçaõ das partes da
Oraçaõ, o som, & accento diverso das palavras, a distinçaõ das Vogaes, consoantes, a
ordem de fallar com propriedade, pureza, policia. Crates, Embaixador de Attalo foi o
primeiro, que trouxe a Roma a Arte da gramatica. Polemon a ensinou publicamente; por
isso foi chamada Arte de Polemon.
No seu Tratado da Vaidade das ciencias diz Agrippa, que as regras da Grammatica e do
falar correcto não tem outro fundamento, que a vontade dos Antigos e que o mais
erudito gramatico se veria muito embaraçado se achara obrigado a dizer a razão porque
Jupiter faz Jovis no genitivo, Iter, Itineris. O mais antigo livro de ramatica em latim e o
de Despauterio, em Grego o de Gaza, em Hebraico o de Kimhi.
O percurso acerca das aceções de léxico e gramática que temos vindo a explorar é um
percurso desconstrutivo e, por isso, apoia-se num trajeto que tem início no léxico e na
gramática externos (os manuais que compilam o conhecimento interno) e fim no léxico
e na gramática internos (o conhecimento mental). No entanto, este não é o trajeto
fenomenológico real, no caso das línguas maternas e também das línguas 2 adquiridas
em contexto real e não artificial, ainda que muitas vezes os falantes escolarizados o
tomem como verdadeiro. Como já implicámos através das referências a Saussure, um
manual como um dicionário ou uma gramática não preexistem ao conhecimento interno
da língua. Os manuais são antes o resultado desse conhecimento, compactado e
sistematizado de um modo que pode até nem coincidir com a sua formatação mental.
Sob o ponto de vista fenomenológico, a formulação correta será, pois, o trajeto que vai
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do léxico e da gramática internos aos correspondentes externos. O trajeto inverso é aqui
utilizado com um intuito desconstrutivista, como dissemos, para esclarecer que o objeto
de estudo da linguística não é constituído pelo léxico e pela gramática externos, mas sim
pelos internos. Se a linguagem é um fenómeno mental, é na mente que encontramos o
léxico e a gramática primeiros. Os produtos externos que deles se possam construir são
extensões, aqui necessariamente secundarizadas, daqueles.
O mais óbvio problema dos manuais (gramáticas ou dicionários) reside na sua extensão,
sendo este problema de três tipos:
Uma obra lexicográfica ou gramatical, por muita qualidade que tenha, não atingirá
nunca a completude nem organizacional nem extensional do conhecimento mental que
pretende descrever. No caso dos dicionários, não se trata apenas do problema da
extensão numérica de entradas e da extensão e qualidade dos dados contidos nas
mesmas entradas, que já focámos.Trata-se sobretudo da complexidade de organização
em rede que o conhecimento lexical mental constrói, que, mesmo com a hodierna
capacidade de hipertextualização explícita digital, os atuais produtos lexicográficos não
atingem.
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3.1.1. Modelos de reconhecimento visual de palavras
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A rota fonológica converte diretamente grafemas em fonemas, fornecendo um output
fonológico através de um sistema de conversão grafema-fonema regular. A rota lexical,
por sua vez, é constituída de duas sub-rotas (razão pela qual se afirma que o modelo de
dupla rota é, na verdade, composto de três rotas): uma rota lexical semântica, ou
indireta, e uma lexical não semântica, ou direta. A rota lexical não semântica funciona
através da identificação, no léxico do indivíduo, da representação ortográfica de uma
palavra. O léxico ortográfico é ligado com o léxico fonológico, a partir de cuja
representação fonológica o sistema fonêmico pode produzir um output. A rota lexical
indireta, por sua vez, trabalha com o acesso ao sistema semântico: a identificação de um
item no léxico ortográfico possibilita a identificação do seu significado no sistema
semântico, que envia ativação ao léxico fonológico para a produção do output. Dessa
maneira, na rota lexical, o acesso ao significado pode influenciar na leitura.
Uma característica importante desse modelo é que, na rota lexical, a ativação não
percorre o caminho entre os léxicos ortográfico e fonológico e o sistema semântico
unidirecionalmente: os três componentes podem tanto se excitar ou se inibir
mutuamente. Afirmam que conexões excitatórias e inibitórias bidirecionais estão
presentes entre os componentes da rota lexical, com exceção da ligação entre os léxicos
ortográfico e fonológico, que possuem conexões entre si apenas excitatórias. Dessa
forma, o sistema semântico pode influenciar o acesso no léxico ortográfico e no léxico
fonológico, assim como a ativação no léxico fonológico pode ser repassada para o
sistema semântico.
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o enfoque não cai sobre mecanismos ou rotas diferentes de processamento, mas sobre os
diferentes tipos de informação que são processados.
Nesse modelo, o leitor constrói uma representação coerente do texto a partir do input
linguístico e da ativação de representações na rede. O processamento ocorre em ciclos,
que correspondem aproximadamente a frases descrevem três níveis de elaboração no
texto. O primeiro é um nível linguístico, no qual palavras e sentenças do texto são
identificadas. Esse nível envolve o reconhecimento de palavras e seus subprocessos,
assim como a análise das palavras em suas funções nas sentenças. O segundo nível é o
de análise semântica, em que o significado de palavras deve ser combinado em
proposições, que são interligadas em uma rede chamada microestrutura. A
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microestrutura é constituída de proposições, formadas através das palavras do texto e de
sua organização sintática, e das relações de coerência entre essas proposições.
O texto-base representa o conteúdo expresso pelo texto, mas garante apenas sua
compreensão superficial. Para uma compreensão mais profunda, é necessária a
construção de um modelo mental da situação (situation model) que é descrita pelo texto
Esse modelo envolve aquilo que é expresso pelo texto mais as relações que são inferidas
a partir daí, e depende tanto da informação fornecida pelo texto quanto da sua
integração com o conhecimento e as metas de compreensão do leitor.
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antonímia) classificadas em relações categóricas e funcionais. As relações funcionais se
dividem em relações que representam atividades expressas por um predicado verbal e
relações descritas por conhecimento situacional ou scripts. Esse conhecimento causal é
importante para uma variedade de tarefas semânticas, incluindo a compreensão de
leitura textual.
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4. Conclusão
O estudo possibilitou ver que, apesar de ficar claro que o processamento léxico-
semântico desempenha um papel em modelos de reconhecimento de palavras, ainda não
está claro qual é esse papel na leitura proficiente, e a relação desse componente com
variações em características psicolinguísticas como regularidade, lexicalidade e
concretude. É necessário investigar como a utilização do componente léxico-semântico
na leitura de palavras modifica-se durante o desenvolvimento linguístico. Além disso,
dado que idiomas diferentes podem demandar estratégias distintas por partes dos
leitores a generalização dos resultados de estudos em inglês deve ser interpretada com
cautela, sendo importante desenvolver estudos específicos sobre o português.
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5. Referências Bibliográficas
Aro, M., & Wimmer, H. (2003). Learning To Read: English in Comparison to Six More
Regular Orthographies. Applied Psycholinguistics, 24(4), 621-35.
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Bryant (Orgs.), Handbook of Children's Literacy (pp. 313-318). Dordrecht: Kluwer
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Christopher, M. E., Miyake, A., Keenan, J. M., Pennington, B., DeFries, J. C.,
Wadsworth, S. J., Willcutt, E., & Olson, R. K. (2012). Predicting word reading and
comprehension with executive function and speed measures across development: a
latent variable analysis. Journal of experimental psychology. General, 141(3), 470-488.
doi:10.1037/a0027375
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