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RESUMO:
Este trabalho discute a possibilidade do uso de uma ferramenta denominada diário de bordo
como fonte de ressignificação para as aulas de química. Normalmente os professores de química
privilegiam os conteúdos e as metodologias nos encontros diários com seus estudantes, entendendo que
isso já é o suficiente para o processo ensino-aprendizagem. No desenvolvimento de um projeto de um
determinado conteúdo introduzimos a idéia de elaboração de um Diário de Bordo pelos estudantes na
busca de obter informações de ordem psicossocial que pudessem nos mostrar como os conhecimentos
adquirem sentido ou não, são incorporados ou não, em função de complexos processos não apenas
cognitivos, mas, sócio-afetivos e culturais”. Os resultados mostram que para além das preocupações
com questões de conteúdos e metodológicas, os professores de química devem abrir um espaço de
reflexão para questões sócio-afetivas e culturais.
INTRODUÇÃO
Em meio a uma torrente de “novas” ações para o resgate da educação básica, a
Secretaria do Estado da Educação de São Paulo, implementa sua proposta curricular
(SEE, 2008), organizada em uma base curricular comum para toda a rede de ensino
estadual.
Esta proposta é disponibilizada a todos os educadores no formato de um
Caderno do Professor, que está organizado por bimestre, por série e por matéria e
indica o conteúdo a ser ministrado aos alunos da rede estadual de ensino.
... “Cadernos do Professor, organizados por bimestre e por
disciplina. Neles, são apresentadas situações de aprendizagem
para orientar o trabalho do professor no ensino dos conteúdos
disciplinares específicos. Esses conteúdos, habilidades e
competências são organizados por série e acompanhados de
orientações para a gestão da sala de aula, para a avaliação e a
recuperação, bem como de sugestões de métodos e estratégias
de trabalho nas aulas, experimentações, projetos coletivos,
atividades extraclasse e estudos interdisciplinares.”
(SEE, 2008)
XV Encontro Nacional de Ensino de Química (XV ENEQ) – Brasília, DF, Brasil – 21 a 24 de julho de 2010
Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química (ED/SBQ) (EC)
Instituto de Química da Universidade de Brasília (IQ/UnB)
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Instituto de Química da Universidade de Brasília (IQ/UnB)
METODOLOGIA
A cada fase (revisão) do processo de construção do aparato ou do artigo
escolar-científico havia uma avaliação e discussão sobre os resultados apresentados
em relação ao padrão estabelecido.
Como parte dos registros das atividades de produção de textos escritos de
comunicação em ciências os estudantes deveriam construir uma série de registros que
acreditassem ser relevantes para compor um Diário de Bordo, o qual teria como
objetivo auxiliá-los na construção das revisões do artigo escolar-científico, e este diário
de bordo deveria ser entregue junto com o documento final, para análise do professor
dentre outras coisas, sobre sua própria prática.
Um ponto relevante foi a da negociação sobre o que poderia e deveria ser
registrado, cabendo ao professor o compromisso do olhar reflexivo independente do
conteúdo apresentado.
Para a homogeneização do sentido e significado do termo Diário de Bordo foi
adotada a orientação fornecida pela FEBRACE (2007).
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao todo foram analisados 11 Diários de Bordo e os resultados e sua discussão
se inicia pelas principais características físicas dos Diários de bordo e seus conteúdos,
pela transcrição de parte da entrevista semi estruturada e dos registros escritos
efetuados que sejam significativos para o artigo em questão. Em seguida faremos
algumas reflexões em relação aos resultados apresentados e em que isso pode
melhorar nossa pratica de sala de aula.
O quadro 1 sintetiza as principais características físicas e conteúdos dos diários
de bordo organizados pelos grupos de estudantes.
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Comentários relevantes
Os estudantes optaram por organizar um questionário com questões que envolviam o
desenvolvimento da tarefa para cada um opinar.
Entender como o professor gostaria que fosse escrito o artigo e de que forma fosse abordado o
tema apresentado. Me ajudou muito no meu vocabulário e na minha escrita em ciências. Foi
possível utilizar o conteúdo em outras matérias também. Encontrar a linguagem correta a ser
usada nos textos e entender o que o professor queria.Ajudou no meu vocabulário, a interpretar
linguagem científica e ajudou também na disciplina de física onde pude relacionar meu
entendimento sobre espectroscópio com meu entendimento sobre ondas eletromagnéticas.
O grupo G exposto no quadro 5 apresentou uma solução criativa para registrar as impressões
dos estudantes, quando elaborou um questionário e submeteu aos seus integrantes. Essas questões
tratavam das dificuldades, do que foi mais prazeroso e como o projeto auxiliou em outras disciplinas.
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Paulo, SP, 1997.
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Texto não publicado.
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de ambientes digitais – a vivência do PROINESP CINTED-UFRGS - Novas
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XV Encontro Nacional de Ensino de Química (XV ENEQ) – Brasília, DF, Brasil – 21 a 24 de julho de 2010