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INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA – ISTA

________________________________________________________________
Criado pelo Decreto nº 24/07 do Conselho de Ministros, em 07 Maio de 2017
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
CURSO DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO

LÍNGUA PORTUGUESA

CLASSES DAS CONJUNÇÕES E LOCUÇÕES

CAXITO – 2023
INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA

CLASSES DAS CONJUNÇÕES E LOCUÇÕES

Trabalho apresentado como requisito necessário para a


avaliação no curso de Psicologia de Trabalho na cadeira
de Língua Portuguesa, orientado pelo profº. Pedro
Menezes.

GRUPO Nº ____
1º ANO
Turma: ÚNICA
PERÍODO: TARDE

CAXITO – 2023
INTEGRANTES DO GRUPO Nº
DEDICATÓRIA

Este trabalho primeiramente dedicamos aos nossos familiares, por toda a ajuda,
competência e dedicação, que mesmo com todos os imprevistos que passou, nunca deixaram
de estar connosco até nos momentos de angústia.

Dedicamos, além destes a todos os professores que lutam diariamente pela educação e
que na maioria das vezes não veem seu esforço reconhecido
AGRADECIMENTOS

A todos os que, de alguma forma, contribuíram, encorajaram e ajudaram-nos durante a


investigação, os nossos reconhecidos e francos agradecimentos.

A todos que contribuíram direta e indiretamente com as suas palavras e acções.


RESUMO

Este trabalho de caracter investigativo tem como importância fazer uma análise das classes
das conjunções e locuções. Como sabemos as conjunções portanto, são palavras que possuem
o efeito de ligação, mas não de palavra com palavra, como as preposições, mas de oração com
oração. Dentro do nosso trabalho não esquecemos em trazer conhecimentos sobre locuções
onde segundo alguns conceitos estabelecidas por varias gramaticas prescritas por autores que
as locuções. Esta comunicação analisou o uso e das tradicionalmente denominadas
“conjunções e locuções” quanto à articulação entre orações nucleares e satélites e entre
diferentes partes do texto. Tais ocorrências reais foram retiradas de textos técnicos. A análise
apoiou-se em pontos da teoria funcionalista que reinterpreta a articulação entre orações,
considerando o “enunciado em camadas”. A investigação buscou evidenciar como tais
articulações cumprem funções comunicativas específicas, valorizando a participação do
falante na organização do seu enunciado. O trabalho ofereceu uma visão geral sobre alguns
condicionamentos de algumas conjunções e locuções, revendo a classificação tradicional de
conjunções e locução e propondo um tratamento próximo de advérbio conjuntivo.

Palavras - Chave: Conjunção; Locução.


SUMÁRIO

DEDICATÓRIA.........................................................................................................................4

AGRADECIMENTOS...............................................................................................................5

RESUMO....................................................................................................................................6

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................1

1.1- Importância do tema.....................................................................................................2

1.2- Objectivos:...................................................................................................................2

1.2.1- Geral..........................................................................................................................2

1.2.2- Específicos................................................................................................................2

1.3- Justificativa...................................................................................................................2

2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.........................................................................................3

2.2- CLASSIFICAÇÃO DAS CONJUNÇÕES......................................................................3

2.3- CLASSIFICAÇÃO DAS CONJUNÇÕES COORDENATIVAS.......................................4

2.3.1- Conjunções Coordenativas Aditivas.........................................................................4

2.3.2- Conjunções Coordenativas Adversativas..................................................................5

2.3.3- Conjunções Coordenativas Alternativas...................................................................5

2.3.4- Conjunções Coordenativas Conclusivas...................................................................5

2.3.5- Conjunções Coordenativas Explicativas...................................................................6

2.3.6- Conjunções Subordinativas.......................................................................................6

2.4- CLASSIFICAÇÃO DAS CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS......................................6

2.4.1- Conjunções Subordinativas Causais..........................................................................7

2.4.2- Conjunções Subordinativas Comparativas................................................................7

2.4.3- Conjunções Subordinativas Concessivas..................................................................7

2.4.4- Conjunções Subordinativas Condicionais.................................................................8

2.4.5- Conjunções Subordinativas Conformativas..............................................................8

2.4.6- Conjunções Subordinativas Consecutivas.................................................................8


2.4.7- Conjunções subordinativas finais..............................................................................8

2.4.8- Conjunções subordinativas modais...........................................................................8

2.4.9- Conjunções subordinativas proporcionais.................................................................8

2.4.10- Conjunções subordinativas temporais.....................................................................9

2.5- O QUE SÃO LOCUÇÕES..................................................................................................9

2.5.1- Locuções Prepositivas.............................................................................................12

2.5.2- Locuções Conjuntivas.............................................................................................12

2.5.3. -Locuções Verbais...................................................................................................12

3- CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................13

4- BIBLIOGRAFIA..................................................................................................................14
1. INTRODUÇÃO

Um dos problemas que podemos notar no tratamento dado pelos compêndios de


gramática à classificação de orações e das conjunções que podem introduzi-las está na pouca
clareza das explicações fornecidas e na frequente mistura de critérios em seus estudos.

As conjunções e locuções conjuncionais são palavras invariáveis que ligam duas


orações ou elementos de uma frase, pertencendo a uma classe fechada de palavras. Estas
podem ser correlativas ou não correlativas: se são correlativas, introduzem cada um dos
elementos coordenados; se não são correlativas só surgem a introduzir o segundo elemento.
As conjunções unem elementos ou orações em um mesmo enunciado. Elas podem ser
coordenativas ou subordinativas, dependendo da relação de independência ou de dependência
entre os elementos unidos por elas.

Finalmente, os critérios que levam os autores a classificarem uma determinada


conjunção/locução conjuntiva como coordenativa explicativa ou subordinativa causal não são
explicitados claramente.

Nossa proposta é, então, reexaminar essas questões a partir do estudo do


comportamento sintático, em ocorrências interoracionais, das conjunções/locuções, que
introduzem orações com ideias de causa e explicação. Para isso, é necessário compreender os
processos sintáticos da coordenação e da subordinação, ponto de partida para a classificação
das conjunções/locuções.

Além de fazermos uma análise de diversas obras constantes da bibliografia deste


trabalho, tivemos de lançar mão de ocorrências das conjunções/locuções já citadas.

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1.1- Importância do tema

O presente tema é de estrema importância para o estudo da língua portuguesa e para a


própria comunicação, visto que é com estes elementos que podemos organizar e falar
adequadamente. Portanto, sendo elas importantes, as conjunções têm função muito parecida
com a das preposições, pois, sem elas, usaríamos frases inteiras, fechadas e soltas, o que
causaria perda de sentido. As conjunções então, permitem a união de frases, complementando
e ampliando seu sentido

1.2- Objectivos:

1.2.1- Geral

 Compreender o conceito de conjunções e locução.

1.2.2- Específicos

 Descrever os grupos que compõe as conjunções;


 Identificar os tipos de conjunções segundo as gramaticas apresentadas;
 Classificar os elementos constituintes das conjunções subordinadas e coordenativas;
 Apresentar alguns pressupostos sobre locuções.

1.3- Justificativa

A escola do tema surge da necessidade de podermos compreender o estudo da Língua


Portuguesa concretamente sobre conjunções e locuções.

Deste modo, buscamos por intermedio de gramaticas de autores entender as funções


da classe das conjunções e locuções para que possamos aumentar o nível de conhecimento
sobre o tema em questão.

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2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Segundo Rocha Lima (1989, p. 160) diz que “conjunção é um vocábulo que relaciona
elementos da mesma natureza (substantivo + substantivo, adjectivos + adjectivos, oração +
oração) ou orações de natureza diversa, das quais a que começa pela conjunção completa a
outra ou lhe junta uma determinação.” O autor distingue as conjunções coordenativas das
subordinativas, explicando que as coordenativas relacionam termos ou orações de idêntica
natureza ao passo que as subordinativas ligam duas orações, uma das quais completa o sentido
da outra.

De acordo este autor, conjunção é o tipo de palavra que exerce a função de ligação
entre termos de mesma função sintática de uma oração, ou entre duas orações, estabelecendo
relações de coordenação ou de subordinação. Ou seja, é a classe de palavras que une
elementos ou orações em um mesmo enunciado, deixando o discurso mais fluido e
estabelecendo relação de sentido entre esses elementos ou orações conectados.

No entender (BECHARA, Moderna Gramática Portuguesa, 1989, p. 32), as


conjunções são vocábulos gramaticais cuja função é reunir ou relacionar orações em um
mesmo enunciado. Quando houver duas ou mais palavras com a função de conjunção,
dizemos que se trata de uma locução conjuntiva. As conjunções e locuções conjuntivas têm o
objetivo de unir duas ou mais orações ou palavras.

2.2- CLASSIFICAÇÃO DAS CONJUNÇÕES

As conjunções são classificadas com base na relação de dependência ou de


independência estabelecida entre os elementos ou as orações unidos por elas.

Essa classe de palavras pode ser dividida em e conjunções coordenativas e conjunções


subordinativas, e cada uma dessas classificações possui suas subdivisões conforme a estrutura
e o sentido determinado.

Quando duas orações são independentes entre si e podem ser completamente


entendidas uma sem a outra, dizemos que são orações coordenadas, ou seja, elas estão
ordenadas em conjunto, embora não necessariamente precisem estar juntas. Logo, as
conjunções coordenativas são responsáveis por juntar essas orações independentes no mesmo
enunciado, como no exemplo anterior.

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Por reunirem termos independentes, as conjunções coordenativas podem juntar termos
menores do que uma oração, contanto que tenham a mesma função dentro do enunciado.
Assim, podem juntar substantivos, adjetivos, advérbios, verbos, orações etc.

Segundo Bechara (1999, p. 107) na sua observação em relação às “coordenadas”


somente elas têm a “missão de conector” porque podem reunir unidades independentes
menores que a oração, desde que do mesmo valor funcional dentro do mesmo enunciado, tais
como: dois substantivos, dois pronomes, um pronome e um substantivo, dois adjetivos, dois
advérbios, dois verbos, duas preposições.

De acordo com este autor, as subordinativas apresentam uma oração como elemento
integrante ou modificador de outra denominada “principal”, sendo por essa razão,
subdivididas: em conjunções integrantes e conjunções subordinativas adverbiais ou
circunstanciais. (BECHARA, 1999, p. 107).

2.3- CLASSIFICAÇÃO DAS CONJUNÇÕES COORDENATIVAS

Na perspectiva de (PERINI, 1996), recebem sua classificação de acordo com a relação


que estabelecem entre os termos que são ligados por elas. É importante ressaltar que a
conjunção coordenativa não se altera com a mudança de construção em uma frase, pois ela
liga elementos independentes. As conjunções coordenativas podem ser aditivas, adversativas,
alternativas, conclusivas e explicativas.

2.3.1- Conjunções Coordenativas Aditivas

Estabelecem relação de adição entre as orações ou os termos conectados. Como


exemplos de conjunções aditivas, temos “e” (para sentido positivo), “nem” (para sentido
negativo), entre outros.

Exemplos:

 Era uma pessoa brincalhona e ativa.


 Corria e brincava e cantava.
 Não estava feliz nem triste.

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2.3.2- Conjunções Coordenativas Adversativas

Estabelecem relação de oposição entre as orações ou os termos conectados. Como


exemplos de conjunções adversativas, temos “mas”, “porém”, “todavia”, “contudo” e “senão”
(quando possui significado de “mas”), entre outros.

 Não gostava dele, porém tinha um bom convívio.


 Não falava, mas gritava desesperadamente.
 Sabia de muitas coisas, contudo não foi capaz de resolver aquele enigma.

2.3.3- Conjunções Coordenativas Alternativas

Estabelecem relação de alternância entre as orações ou os termos conectados. Essa


alternância pode dizer respeito à incompatibilidade ou à equivalência entre eles. Como
exemplo de conjunções alternativas temos o “ou”. Dependendo do contexto, temos também as
conjunções alternativas “já”, “bem”, “talvez”, “ora”, entre outras. Elas podem ou não aparecer
repetidas entre os termos que ligam.

Exemplos:

 Vamos resolver isso ou não nos encontramos mais.


 Ora ficava interessado, ora ficava disperso.
 Talvez a fruta esteja madura, talvez ainda esteja verde.

Embora não seja consenso entre os gramáticos, alguns consideram, ainda, mais dois
tipos de conjunções coordenativas: as conclusivas e as explicativas.

2.3.4- Conjunções Coordenativas Conclusivas

Estabelecem relação de conclusão entre as orações ou os termos conectados. Como


exemplos de conjunções aditivas, temos “pois”, “portanto”, “logo”, “assim”, “então”, entre
outros.

 Eu saí de casa atrasado, logo, perdi o voo.


 Era muito gulosa, então, não sobrou comida.
 O céu estava muito escuro, portanto, ia chover.

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2.3.5- Conjunções Coordenativas Explicativas

Estabelecem relação de explicação entre as orações ou os termos conectados. Como


exemplos de conjunções aditivas, temos “pois”, “porque”, “porquanto”, “que”, entre outros.

Exemplos:

 Bebeu toda a água, porque tinha muita sede.


 Amava o verão, pois sempre ia para a praia.
 Era uma criança muito tímida, porquanto a família toda era assim.

Para saber mais sobre como usar e quais as classificações dessas conjunções, acesse:
Conjunções coordenativas.

2.3.6- Conjunções Subordinativas

Quando temos uma oração sendo dependente da outra, ou seja, quando uma oração
depende de outra para ser entendida, dizemos que ela é uma oração subordinada à outra (que
passa a ser a principal). Assim, a conjunção que liga a oração subordinada à oração principal
chama-se conjunção subordinativa.

2.4- CLASSIFICAÇÃO DAS CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS

As conjunções subordinativas podem ser integrantes ou adverbiais. As conjunções


coordenativas estabelecem relações de igualdade entre dois elementos da frase ou entre
orações independentes. As conjunções subordinativas integrantes iniciam as orações
substantivas, que são aquelas que possuem, em relação à oração principal, função de sujeito,
objeto direto, objeto indireto, predicativo, aposto, agente da passiva ou complemento nominal.
Temos como exemplo “que” e “se”.

Conjunções Coordenativas
Classificação Conjunções Significado Exemplo
Aditivas E, nem Ideia de adição, Rosas e girassóis são as
acréscimo. flores preferidas de Ana.
Adversativas Mas, porém, Ideia de oposição. Cláudio fez suco, mas não
todavia, contudo bebeu.
Explicativas Porque, pois, Ideia de explicação, Ande depressa, pois está
porquanto justificativa. atrasado.

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Conclusivas Portanto, por isso, Ideia de conclusão. Estudei muito, por isso
pois, logo consegui boas notas.
Alternativas Ou; quer...quer Ideia de opção, Ou vamos à escola de
exclusão. ônibus, ou de bicicleta.

Exemplos:

 Só era possível se você estivesse lá.


 Eles gostariam que tudo fosse perfeito.

As conjunções subordinativas adverbiais, por sua vez, introduzem orações


subordinadas adverbiais e são subdivididas em causais, comparativas, concessivas,
condicionais, conformativas, consecutivas, finais, modais, proporcionais, temporais e
integrantes.

2.4.1- Conjunções Subordinativas Causais

Iniciam orações com relação de causa, motivo da oração principal. São conjunções
subordinativas causais “que”, “porque”, “como”, entre outras.

 Como não havia estudado, foi mal na prova.

2.4.2- Conjunções Subordinativas Comparativas

Iniciam orações com relação de comparação com a oração principal. Podem


estabelecer relação de igualdade, superioridade ou inferioridade. São conjunções
subordinativas comparativas “como”, “qual”, “mais que”, “menos que”, entre outras.

 Exibia o seu conhecimento como um pavão exibindo sua cauda.


 Cozinhar é melhor que pedir comida.
 Desenhou algo menos impactante do que costumava fazer.

2.4.3- Conjunções Subordinativas Concessivas

Iniciam orações que se mostram obstáculo para as ideias da oração principal. São
conjunções subordinativas concessivas “ainda que”, “embora”, “se bem que”, “apesar de
que”, entre outras.

 Adorava dançar, ainda que não ouvisse música com muita frequência.

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2.4.4- Conjunções Subordinativas Condicionais

Iniciam orações que exprimem condições necessárias para realizar o que se declara na
oração principal ou fato (real ou suposto) que contradiz o que foi expresso na oração
principal. Como exemplos, temos “se”, “caso”, “sem que”, “uma vez que”, “contanto que”,
entre outros.

 Se fizer muito sol, vamos passear.


 Ficaremos em casa a não ser que faça sol.

2.4.5- Conjunções Subordinativas Conformativas

Iniciam orações que exprimem conformidade com as orações principais. São


conjunções conformativas “como”, “conforme”, “segundo”, entre outras.

Exemplo: Fomos correr pela manhã conforme havíamos combinado.

2.4.6- Conjunções Subordinativas Consecutivas

Iniciam orações que são consequência daquilo que foi expresso nas orações principais.
Como exemplos, temos “tanto que”, “tal qual”, entre outros.

Exemplo: Ela treinou tanto durante todos aqueles anos, que conquistou o campeonato.

2.4.7- Conjunções subordinativas finais

Iniciam orações que são finalidade do que foi descrito na oração principal. São
exemplos “para”, “a fim de”, entre outros.

Exemplo: Ela treinou muito durante todos aqueles anos para conquistar o campeonato.

2.4.8- Conjunções subordinativas modais

Iniciam orações que exprimem o modo pelo qual se executou o fato expresso na
oração principal. São exemplos “sem que”, “de modo que”, entre outros.

Exemplo: Não poderia apresentar-se sem que ensaiasse muito.

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2.4.9- Conjunções subordinativas proporcionais

Iniciam orações que exprimem algo que ocorre, aumenta ou diminui na mesma
proporção do que se exprime na oração principal. São exemplos “à medida que”, “tanto
quanto”, “quanto mais”, “quanto menos”, entre outros.

Exemplos:

 Quanto mais nervoso ficava, menos conseguia falar.


 Era tão boa líder quanto seu pai.

2.4.10- Conjunções subordinativas temporais

Iniciam orações que exprimem o tempo em relação ao que é dito na oração principal.
Podem ter relação de tempo anterior, posterior, frequentativo (ou seja, repetido) e
concomitante. Como exemplos temos “antes que”, “primeiro que”, “depois que”, “quando”,
“assim que”, “desde que”, “sempre que”, “a cada vez que”, “enquanto”, entre outros.

 Não falou nada antes que terminasse o dever.


 Depois que se alimentou, foi fazer exercícios.
 A porta abre-se automaticamente sempre que alguém chega perto.
 Enquanto chovia, ele lia o texto com atenção.

Enfim, vale lembrar que algumas conjunções subordinativas, como “que”, “como”,
“porque”, “se”, entre outras, podem pertencer a mais de uma classe gramatical. Nesse caso, é
necessário atenção, pois seu valor depende do contexto em que se inserem, passível de
ambiguidade.

2.5- O QUE SÃO LOCUÇÕES

A locução, porém, entra em uma seara mais comentada no âmbito da Gramática


Tradicional. Em geral, as obras que mais modernamente tratam do status das locuções o
fazem pelo viés das fronteiras entre classes de palavras que, a par de apresentarem itens
lexicais simples, apresentam também conjuntos considerados como locuções advérbios,
preposições e conjunções. Para esses estudos em português, ver especialmente Leitão de
Almeida 1995; Bomfim 1988 e 1999; Dias 1984 e 1995, Lemle 1984; Lobato 1989 e 1995;
Pontes 1992.

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Na realidade, o próprio termo que denomina tais grupos já traz uma série de problemas
no que tange à sua definição; tais problemas costumam ser amenizados diante de questões
como a delimitação entre classes e a inclusão de locuções em outras classes que não as que
lhes dão nome.

As definições de locuções abrigadas nos compêndios da gramática tradicional, os


quais servem a estudantes e a boa parte dos professores de língua portuguesa, mesclam
informações semânticas e sintáticas. Levando em conta dois manuais clássicos da Gramática
Tradicional, vemos um tipo de comportamento diferenciado no tratamento das locuções

Cunha e Cintra (1985) consideram diversos tipos de locuções em sua gramática. As


locuções prepositivas e conjuntivas funcionam como verdadeiros conectivos, e sua
classificação dependerá do último elemento na verdade, aquele que indicará o tipo de conexão
que está sendo realizada gramaticalmente: quando o último elemento for uma conjunção, será
uma locução conjuntiva; quando for preposição, será uma locução prepositiva. Os autores
chegam a denominar as locuções prepositivas de preposições complexas, mesma terminologia
adotada por Quirk et. al. (1985) para a língua inglesa, e Perini (1996) para a língua
portuguesa, como veremos adiante.

As outras locuções mencionadas por Cunha e Cintra são as adjetivas (ex. de anjo, sem
coragem); as adverbiais (em silêncio, à noite); as pronominais (cada qual, todo aquele que) e
as verbais (podem vir, foi-se alargando).

As locuções conjuntivas ocorrem quando duas ou mais palavras juntas exercem função
de conjunção. Muitas vezes, são conjunções acompanhadas de preposições e pronomes
relativos. “Para que”, “desde que”, “apesar de”, “no entanto”, “por mais que” são apenas
alguns dos diversos exemplos de locuções conjuntivas.

As outras locuções mencionadas por Cunha e Cintra são as adjetivas (ex. de anjo, sem
coragem); as adverbiais (em silêncio, à noite); as pronominais (cada qual, todo aquele que) e
as verbais (podem vir, foi-se alargando). (CUNHA, 1985 , p. 121).

Rocha Lima (1999) não menciona o termo quando trata de verbos, deixando apenas
claro que existem inúmeros auxiliares no português, dando como exemplos querer, estar, ficar
e ir, mencionando que tal grupo de verbos se junta a formas nominais para produzir tempos
compostos.

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O autor menciona a palavra “locução” quando se refere a apenas duas classes de
palavras: advérbios e preposições. No capítulo de advérbios, considera que “duas ou mais
palavras que funcionem como um advérbio constituem uma locução adverbial: às vezes, às
cegas, às claras, às escondidas, de propósito, de frente, de repente, por atacado, por milagre,
etc.”.

No entanto, deixando de lado uma tendência comum entre gramáticos, não menciona
locuções para outros tipos de modificadores, os adjetivos. No capítulo de preposições,
considera que “locuções prepositivas são duas ou mais palavras que desempenham o papel de
uma preposição. Nessas locuções, a última palavra é sempre preposição.

Exemplos: ao lado de, antes de, adiante de, de acordo com, com respeito a, por causa
de, graças a, etc”. Tampouco aqui há menção sobre o caso de locuções que pertencem a outra
classe de conectivos, as conjunções. Em vez disso, Rocha Lima inclui, nos exemplos
apresentados, tanto as conjunções individualmente quanto aquelas que se compõem de mais
de um item.

Lemle (1984), ao analisar advérbios e preposições, propõe que haja apenas uma classe
rotulada de preposição, que poderia ser intransitiva (os primeiros) ou transitiva (as segundas).
A autora se refere a uma definição funcional de “locução”, em que essa poderia ser
classificada diferentemente de acordo com a posição ocupada na oração. Cita a expressão a
cavalo, que tanto poderia ser uma locução adjetiva (um homem a cavalo) quanto adverbial
(chegou a cavalo).

Sem entrar em detalhes da análise de Lemle, é importante notar sua preocupação em


procurar outros modos de classificação. Vale dizer também que a análise de Lemle traz como
vantagem o fato de mostrar um comportamento semelhante entre os grupos das preposições e
de alguns advérbios, e sugere uma classificação elegante e econômica. Porém, como já
argumentei anteriormente (Dias 1995), essa abordagem, embora tenha a semântica como
embasamento de união, focaliza uma característica sintática, a qual, por si só, acreditamos não
ser suficiente para a categorização.

Lobato (1995) faz longa argumentação para comprovar a posição clássica de que
adiante é classificado como advérbio e o conjunto adiante de mim como um sintagma
preposicional. Não era intento da autora discutir a questão das locuções. Contudo, podemos
ver, pela análise, que o grupo adiante de é o introdutor do sintagma preposicional,

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funcionando sintaticamente como uma preposição e, consequentemente, pertencente a essa
última classe de palavras. O que de certa forma enfraquece os argumentos de Lobato é que a
autora, ao tentar responder à pergunta de como pode um advérbio expressar uma relação
(função típica de preposições, e não, de advérbios), se vale da semântica do item lexical
adiante.

No entanto, existem inúmeros pares análogos, o que faz supor uma análise geral para o
fato de haver uma “coincidência” entre advérbios/ grupos adverbiais e preposições: fora/ fora
de, embaixo / embaixo de, antes/ antes de, na frente/ na frente de, em cima/ em cima de, ao
lado/ ao lado de, etc.

2.5.1- Locuções Prepositivas

2.5.2- Locuções Conjuntivas

2.5.3. -Locuções Verbais

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3- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Embora a presente investigação realize estudos preliminares sobre o assunto, pode-se


comprovar que a atenção dispensada às “locuções conjuntivas” está longe de receber um
tratamento unânime entre os autores. A gramática tradicional ao definir “locução” considera
apenas um nível de articulação- a entre orações.

Quanto à relação dessas locuções com os estudos de Dik (1989, 1990), pode-se
concluir que elas podem ser satélites de predicação, satélites proposicionais, ou atuar no nível
ilocucionário. Para o analista é pertinente descobrir quais níveis implicam diversos aspectos
da articulação de orações, estendendo suas considerações para o discurso como um todo, para
sua natureza e suas funções e o conteúdo comunicativo em que foi criado.

Conjunções formam a classe de palavras que estabelecem relações de sentido entre


elementos da oração. Podem ser classificadas como coordenativas ou subordinativas.

Conclui-se que várias conjunções apresentam a mesma forma. Que, por exemplo, pode
usar-se para exprimir ideias de causa, de fim, de consequência, entre outras. O contexto
permite determinar-lhes o sentido na situação textual.

Nossa conclusão mais importante, no entanto, é a de que não devemos vincular o


processo sintático usado para ligar duas orações ao significado das orações. Isto não invalida
um possível um estudo semântico que procure fazer a diferença entre causa e explicação.
Apenas, propusemo-nos a separar os níveis de análise.

Entretanto, no dicionário de Crystal (1988, p. 342), locução é o “termo usado na


Gramática tradicional indicando um conjunto de duas ou mais palavras que funcionam como
uma só entidade, como se, combinadas, formassem um elemento novo.”

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Enfim, nosso trabalho procurou, assim, centrar-se nas características sintáticas das
conjunções/locuções abordadas, partindo desse ponto para sua classificação como
coordenativas ou subordinativas.

4- BIBLIOGRAFIA

BECHARA, E. (1989). Moderna Gramática Portuguesa (33ª ed.). São Paulo: Cia. Ed.
Nacional.

BECHARA, E. (1999). Lições de Português pela análise sintática (37ª ed., Vol. 11). (B.
GRIFO, Ed.) Rio de Janeiro: Lucerna: Lucerna.

BOMFIM, E. (1988) Advérbios. São Paulo: Ática

CRYSTAL, D. (1988). Dicionário de Linguística e Fonética. Rio de Janeiro: Jorge Zahar


Editor.

CUNHA, C. &. (1985 ). Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Ed.
Nova Fronteira.

DIAS, M.C. (1984). Uma proposta de tratamento automático das locuções prepositivas no
português. Dissertação de Mestrado. PUC-Rio.

DIK, S. (1989). Theory of functional Grammar. Dordrecht: Foris Publications.

LEITÃO DE ALMEIDA, M.L. (1995). Aqui e agora. In: : J.HEYE (org.). Flores Verbais. Rio
de Janeiro, Departamento de Letras, PUC-Rio.PERINI, M. (1996). Gramática descritiva do
português. São Paulo: Ed. Ática. PERINI, M. (1996). Gramática descritiva do português. São
Paulo: Ed. Ática.

LEMLE, M. (1984). Análise Sintática. São Paulo: Ed. Ática.

LOBATO, L. (1989). Advérbios e preposições, sintagmas adverbiais e sintagmas


preposicionais. In: Delta: 101-120.
14
ROCHA LIMA, C. H. (1989). Gramática Normativa da Língua Portuguesa (30ª ed.). Rio de
Janeiro: José Olympio.

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