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O Estudante O Tutor
2.1 Textualidade.....................................................................................................................2
4. Bibliografia............................................................................................................................9
1. Introdução
O processo que envolve a construção de sentidos em um texto não é simples, o produtor
recorre a uma série de estratégias visando orientar o seu interlocutor, por meio de marcas
textuais para a construção desses sentidos. É um processo de interação, visto que os sujeitos
estarão envolvidos em representações que incluem desde elementos encontrados na
superficialidade linguística, perpassando por implícitos, até elementos relacionados ao
contexto extralinguístico. É na interação que a realidade será (re)construída. O sujeito fará
uso do material linguístico tendo em vista os seus propósitos, o seu projeto do dizer, para que
esse processo todo seja executado com sucesso é necessário que o produtor tenho um
domínio da articulação sintáctica da textualidade para que possa produzir conteúdos bem
elaborados.
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2. Articulação Sintáctica Do Texto
Podemos definir Articulação sintáctica textual como a construção de um texto respeitando a
articulação ou ligação e não se esquecendo do uso das próprias regras usadas em uma língua
durante a construção das frases que irão constituírem o texto.
Texto - é o nome usado para designar um conjunto de palavras e frases que, juntos, formam
uma unidade que faça sentido e transmitem uma mensagem.
2.1 Textualidade
2.1.1 Sequência Textual
Adam (2008) afirma que para reconhecermos o texto como uma unidade de sentido, torna-se
necessário entendermos a sua construção. Isso significa dizer que todo texto é constituído por
partes, por sequências, as quais evidenciam um plano ou uma estrutura sequencial. O autor
desloca-se, então, para o campo da unidade de sentido e evidencia dois tipos de
agrupamentos:
O autor afirma que é no conjunto das sequências que os sentidos se formam e representa uma
estrutura, ou como:
uma rede relacional hierárquica: uma grandeza analisável em partes ligadas entre si e
ligadas ao todo que elas constituem;
uma entidade relativamente autônoma, dotada de uma organização interna que lhe é
própria, e, portanto, numa relação de dependência-interdependência com o conjunto
mais amplo do qual faz parte (Adam, 2008, p.204).
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A sequência descritiva - para o autor, apresenta-se como a menos estruturada, não possuindo
uma ordem pré-definida na união das proposições-enunciados em macroproposições, por
isso, é mais comumente encontrada em períodos do que, propriamente, em sequências.
Segundo o autor, “quatro macrooperações agrupam nove operações descritivas que geram
uma dezena de tipos de operações descritivas de base” (2008, p.216).
A sequência narrativa - é a que traz a apresentação de “fatos” reais ou fictícios, sendo esses
“fatos” distintos para Adam (2008) como eventos ou ações. O primeiro evidencia a existência
de um agente como preponderante para haver a mudança, e o segundo evidencia a existência
de causas, cujo efeito não seria intencionado pelo agente.
Com base nos autores acima, pode perceber que, a progressão textual é o processo pelo qual o
texto se constrói, com a introdução de informação nova, ligada à informação que já é do
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conhecimento do leitor ou que lhe é fornecida no próprio texto. Num texto não pode haver
apenas repetição de ideias.
Factores de Coerência
Koch e Travaglia (2009), citam alguns fatores que interferem na coerência textual, tais quais
como: conhecimento linguístico, conhecimento de mundo, conhecimento partilhado,
inferências, fatores pragmáticos, situacionalidade, intencionalidade, aceitabilidade,
informatividade, focalização, intertextualidade e relevância. Dos conceitos apresentados
acima, os autores focam naqueles que eles acreditavam ter graves problemas de coerência no
texto.
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O conhecimento de mundo é o conjunto de conhecimento que adquirimos ao longo da vida e
que são arquivados na nossa memória, é muito importante na construção da coerência textual,
mas, além disso, é importante que enunciador e enunciatário tenham certo grau de
conhecimento partilhado. A focalização, quando um texto é produzido, todo o conhecimento
de mundo dos envolvidos nesse assunto vira-se para uma parte desse saber. Isso quer dizer
que os sujeitos envolvidos em uma fala focalizam sua atenção em alguns pontos. O
enunciador busca, a partir de seu texto, voltar as atenções para um devido ponto. Já o
enunciatário tentará interpretar o texto de acordo com relações que consegue fazer entre o
texto e seu conhecimento de mundo.
As inferências elas ocorrem quando algo não está escrito, mas é possível pressupor a partir do
texto. Ou seja, algo que não esteja representado pelo linguístico, mas que seja possível captar
através do conhecimento de mundo. Basicamente se entende por inferência aquilo que se usa
para estabelecer uma relação, não explícita no texto, entre dois elementos desse texto. (Koch
& Travaglia, 1995, p. 70).
A linguística textual passou a se preocupar com o externo ao texto, com sua produção, com
seu enunciador, seu enunciatário e muito mais. A coerência, portanto, passou a ser vista
também de outra forma. Um texto nunca fez sentido sozinho. Aliás, em cada situação, como
já vimos o mesmo texto pode ter um sentido diferente. Sendo assim, provamos a notoriedade
do pragmático nessa discussão. A situacionalidade é um conjunto de fatores que dão
relevância aos assuntos tratados em um texto em determinada situação. Se essa relevância é
pequena, o texto parecerá incoerente, o que poderia impossibilitar ou dificultar o
entendimento do conteúdo do texto.
Segundo Koch (2005), a coesão ocorre quando a interpretação de algum elemento no discurso
é dependente da de outro. Um pressupõe o outro. Um pressupõe o outro, no sentido de que
não se pode ser efetivamente decodificado a não ser por recurso ao outro. (p. 4).
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2.2.2.1 Mecanismos de coesão textual
Coesão por Referência - aquela em que um componente da superfície do texto faz remissão
a outro(s) elemento (s) nela presentes ou inferíveis a partir do universo textual. Ao primeiro,
denomino forma referencial ou remissiva e ao segundo, elemento de referência ou referente
textual” (Koch, 2005, p. 31);
Elipse - ocorre quando a recuperação de um elemento pode ser facilmente processada pelo
contexto, tornando desnecessário um item responsável por essa referência, ou seja, quando
omitimos um termo que já foi apresentado anteriormente e que devido ao contexto criado
pela oração se torna fácil lembrar esta expressão;
Conjunções - são utilizadas quando queremos valorar a ligação entre dois elementos de um
texto. A conjunção “permite estabelecer relações significativas entre elementos ou orações do
texto” (Koch, 2005, p. 21);
2.3.1 Marcadores discursivos
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Para Barreto e Muñoz (1999), os MDs são itens linguísticos que contribuem na estruturação
dos textos escritos e orais, bem como executam a função de conectar os enunciados e
direcionar as inferências produzidas pela utilização dos MDs por parte dos interlocutores.
Essas unidades linguísticas também são responsáveis pela organização estrutural do texto e
da orientação discursiva. Contudo, o espaço ocupado por esses enunciados na gramática
normativa ainda é incipiente. Os conectores servem ao discurso e são responsáveis pela
construção da argumentação e da persuasão, pois convencer o outro não é uma tarefa fácil.
Por isso, o uso dos mecanismos linguísticos, a exemplo dos MDs, da retórica e da persuasão
facilita e suaviza essa empreitada.
São também chamados de articuladores, têm como função articular, conectar, ligar grupos de
palavras; unir frases simples, formando frases complexas; estabelecer nexos lógicos entre
períodos e parágrafos, de modo a construir textos coesos e coerentes.
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3. Conclusão
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4. Bibliografia
Adam, J. M. (2008). A linguística textual: Introdução à análise textual dos discursos. São
Paulo: Cortez.
Barreto, V. D., & Muñoz, I. B. (1999). Gramática Descriptiva de la lengua española: Entre
la oración y el discurso. Madrid: Editorial Espasa.
Koch, I. G., & Travaglia, L. (1995). Texto e coerência. São Paulo: Cortez.
Koch, I. V., & Elias, V. M. (2009). Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo:
Contexto.
Mondada, L., & Dubois, D. (1995). Construção dos objetos de discurso e categorização:
Uma abordagem dos processos de referenciação. São Paulo.