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Estrutura textual

TEXTUALIDADE
Conceito de texto
O vocábulo texto, da mesma família de textura, têxtil, vem do latim textum,
com o significado de: tecido, teia, o que está entrelaçado.
Texto é qualquer realização da linguagem humana transmitindo um
sentido e um objectivo comunicativo.
Partes de um texto
As três partes de um texto

Introdução
Desenvolvimento
Conclusão
Introdução
A introdução tem funções de apresentar o que se vai desenvolver,
de atrair a atenção e de prender o interesse dos) leitor(es) ou
ouvinte(s). É uma parte nuclear do texto.
Cabe à introdução desencadear nos leitores uma reação de “amor à
primeira vista”, ou, se tanto não conseguir, de suscitar neles
posturas de respeitoso acolhimento.
Como introduzir um texto?

A inclusão de algo original na introdução, adequado ao


contexto, como um exemplo, um facto a propósito, um
provérbio, uma pequena citação, uma breve história,
poderão ser aquele grão de sal a quebrar a rotina e a
aguçar a curiosidade do leitor.
Desenvolvimento
O desenvolvimento é a parte do texto necessária à compreensão do que foi
anunciado de modo sintético na introdução. É, portanto, o lugar próprio
para decompor o texto em tantas partes quantas necessárias para a sua
clara apreensão; o local para particularizar o que, de modo genérico, foi
proposto ao leitor; o espaço para esclarecer, para a argumentação –
discussão, para a apresentação de exemplos.
Progressão temática
Estratégias de progressão:

 1. Frase-síntese seguida de frase ou frases de desenvolvimento – as que esclarecem o


conteúdo da frase-síntese. É a técnica de escrever em pirâmide invertida, ou seja,
escrever em primeiro lugar o mais importante, geralmente usada na estrutura de uma
notícia.
 2. Processo inverso ao de 1.: exposição de elementos ou partes ou exemplificações,
seguida de frase(s)-síntese.
Conclusão
A conclusão é uma síntese que deve destacar – com vivacidade e
concisão – o essencial do que foi dito, de modo a que perdure na
memória do destinatário. Uma boa conclusão é bem diferente de uma
simples repetição descolorida.
 Em princípio é vedado à conclusão acrescentar qualquer nova ideia (a
não ser se no âmbito do exposto, se brevemente apresentada, se o bom-
senso do autor pressentir que o destinatário aí a aceitará como pertinente.
TEXTUALIDADE
É o conjunto de propriedades que uma manifestação da linguagem humana
deve possuir para ser um texto.
De maior ou menor extensão, um texto é uma unidade – sonora ou
gráfica – que transmite um conteúdo informativo através dos mecanismos
de uma língua.
Para que esta unidade de sentido se vá construindo e mantenha, há factores
que contribuem para esta interacçaõ:
1. Factores pragmáticos

São factores relacionados ao processo


sociocomunicativo do texto, isto é, ao contexto
interacional. Por isso, podem ser considerados
como factores de ordem externa ao texto.
São factores pragmáticos os seguintes:

 a) Informatividade: é a capacidade que um texto tem de informar um leitor, ou seja, dizer alguma
coisa. Um texto não pode informar nem mais nem menos daquilo que corresponde às expectativas do
leitor. Neste sentido, um texto, para ser uma unidade com valor comunicativo, tem de ter um conteúdo
com um mínimo de imprevisibilidade.
 b) intencionalidade: é o querer dizer do autor com o fim de atingir determinado objectivo. Um texto
deve revelar a existência de um plano com um objectivo a atingir. A intencionalidade indica a “direcção
de sentido”, isto é, perceber para quem está a dizer o que está a dizer e por que razão.
 c) Aceitabilidade: é a acção do receptor, voltada a reconhecer o texto como relevante e actuar
cooperativamente no sentido de procurar atribuir sentido à palavra do autor. Neste sentido, o leitor
envida o texto.
Factores pragmáticos
 d) Situacionalidade: é o contexto interlocutivo em que se realiza o texto. Um texto
deve ter um mínimo de relação com o contexto em que emerge. Dependendo da
Situacionalidade, os textos podem adquirir diferentes sentidos.
 e) intertextualidade: são as relações de dependência existentes entre os textos. O
reconhecimento de um texto depende do conhecimento de outros textos. De forma
implícita ou explícita, todo texto traz referências a outros enunciados d cadeia verbal,
citando-os, reafirmando-os, completando-os, negando-os, questionando-os, ilustrando-
os, parafraseando-os, parodiando-os.
2. Factores centrados no texto

São factores relacionados à organização das partes do texto. Portanto, são factores de ordem interna.
a) Coesão: Coesão é a ligação das palavras entre si, segundo regras ou mecanismos da gramática. A coesão
actua ao nível superficial das palavras. Neste contexto, funciona como a forma das palavras numa cadeia
discursiva.
b) Coerência: é a ligação lógica das ideias de uma frase ou texto. É o nível profundo das palavras: o
conteúdo. “a coerência é um princípio de compreensão e interpretação do texto, caracterizado por tudo de
que o processo aí implicado possa depender, inclusive a própria produção de textos, à medida que o
produtor quer que seja entendido e o constitui para isso.
Relação entre coesão e coerência

Apesar de alguns autores considerarem coerência e coesão níveis diferentes


de análise. Koch e Travaglia (1991), citados por Hartamann e Sebastião,
afirmam que existe uma relação de dependência entre coesão e coerência
porque “a coerência é estabelecida a partir da sequência linguística que
constitui o texto, isto é, os elementos da superfície linguística é que servem
de pistas, de ponto de partida para o estabelecimento da coerência”.
Coerência textual
a) Coerência lógico-conceptual (interna ao texto)
b) coerência pragmático-funcional (externa ao
texto)
Coerência textual ou discursiva

Há coerência textual ou discursiva (também chamada coerência


conceptual) quando o que é transmitido pelo texto corresponde àquilo que
os destinatários aceitam como a organização do mundo “normal” – o mundo
em que as pessoas realmente vivem, se relacionam e trabalham.
Na ficção, a mensagem é aceite activando mecanismos de cumplicidade ou
reciprocidade entre quem fala/escreve e quem ouve/lê.
Princípios fundamentais da coerência

 RELEVÂNCIA
 NÃO CONTRADIÇÃO
 NÃO REDUNDÂNCIA OU TAUTOLOGIA

 NOTA: a pontuação é decisiva para a coerência de uma frase ou texto. Um texto


mal pontuado é difícil de perceber ou torna-se mesmo incompreensível.
Estrutura do parágrafo
Quando se muda o parágrafo, não se muda o
assunto. O assunto, a rigor, deve ser o mesmo, do
princípio ao fim da redação. A abordagem, porém,
pode mudar. E é aqui que o parágrafo entra em
acção. A cada novo enfoque, a cada nova
abordagem, haverá novo parágrafo.
PARÁGRAFO
A que critérios podemos recorrer
para dividir um texto em
parágrafos?
O parágrafo deve isolar áreas do texto que, tratando do
mesmo tema, apresentam uma unidade de sentido. Ele
desempenha, assim, um papel importante para o próprio
leitor, ao indicar-lhe que vai transitar de uma unidade de
sentido para outra.
O que encontramos com
frequência no início de um
parágrafo?
Frequentemente, encontramos no início do parágrafo:

 Indicações relativas ao espaço e / ou ao tempo (que constituem,


por vezes, mudanças relativamente ao espaço e tempo
anteriores);
 Mudanças de nomes de pessoas ou locais;
 Elementos que articulam ou retomam informação de um
parágrafo precedente.

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