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O texto e suas propriedades

O QUE É UM TEXTO
A palavra texto provém do latim textum, que
significa tecido, entrelaçamento. (...) O texto
resulta de um trabalho de tecer, de entrelaçar
várias partes menores a fim de se obter um
todo inter-relacionado. Daí poder falar em
textura ou tessitura de um texto: é a rede de
relações que garantem sua coesão, sua
unidade”. (INFANTE, Ulisses. Do texto ao
texto. Curso prático de leitura e redação.
Editora Scipione. São Paulo. 1991
“Um texto não é simplesmente uma seqüência
de frases isoladas, mas uma unidade
lingüística com propriedades estruturais
específicas”. (KOCH, Ingedore G. Villaça. A
Coesão Textual. São Paulo: Contexto, 1989. p.
11)
Um texto bem construído e, naturalmente, bem
interpretado, vai apresentar aquilo que
Beaugrand e
Dressier chamam de textualidade, conjunto de
características que fazem, de um texto, e não
uma seqüência de frases. Esses autores apontam
sete aspectos que são responsáveis pela
textualidade de um texto bem constituído:
FATORES LINGÜÍSTICOS: coerência, coesão,
intertextualidade;
FATORES EXTRALINGUÍSTICOS
Aceitabilidade Informatividade Situacionalidade
Intencionalidade.
COERÊNCIA

É a possibilidade de se estabelecer um sentido


para o texto. Ou seja, é a compatibilidade
entre ideias e conceitos que permite ao leitor
acompanhar a continuidade de um raciocínio
em desenvolvimento.
COESÃO
Sistema de “amarração textual” com elos e
nós que operam no interior do texto,
costurando o sentido e, dessa forma,
permitindo o trânsito fácil do leitor pelos
termos e conceitos já referidos ou por referir
sem perder o fio da meada.
INTERTEXTUALIDADE
È a relação explícita, pressuposta ou
subentendida, que um texto estabelece com
outros textos (clássicos e de domínio público)
que trataram do mesmo tema. Esse diálogo
com textos conhecidos e consagrados
fortalece a construção da argumentação,
garantindo consistência ao ponto de vista do
autor.
INTENCIONALIDADE

O objetivo central do texto deve ficar bem


claro para o leitor. Este objetivo pode se
mostrar, no texto, por meio da argumentação
fundamentada em provas, exemplos e
ilustrações utilizadas para convencer o leitor
da tese defendida pelo autor.
ACEITABILIDADE
Os fatos e opiniões presentes no texto devem
ser racionais, verossímeis e,
preferencialmente, inquestionáveis, a fim de
que o convencimento e/ou a adesão à tese
ocorra sem muita resistência pelo leitor, o
qual normalmente concede- “crédito de
confiança” ao autor, até que se prove o
contrário, isto é, até afirme algo
completamente inaceitável no texto.
SITUACIONALIDADE
Refere-se à pertinência e adequação ao
contexto em que um texto deve ser
produzido. A situacionalidade tem a ver com o
tema deve ser abordado (com graça e
seriedade), com o grau de formalidade da
linguagem (nível culto da língua) a ser usada,
com a variante (padrão escrita) exigida pelo
contexto de avaliação e ao registro (boa
elaboração estilística) a ser adotado pelo
autor na construção do texto.
INFORMATIVIDADE
Tem a ver com a quantidade das informações
mobilizadas e distribuídas ao longo do texto.
Um texto será mais informativo, quanto mais
imprevisível for para o leitor. Do mesmo
modo, ele será menos informativo, quanto
mais conhecido se mostrar ao leitor. Por essa
razão, convém sempre balancear informações
velhas (conhecidas) com informações novas
para a elaboração do texto.

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