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Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO

Campus Avançado Chopinzinho-PR

Disciplina: Língua Portuguesa


Professora Mestra: Andriele de Chaves Bortolin
Acadêmica: Jociele Luiz
Resenha Crítica: Texto, textualidade e textualização de Maria da Graça Costa Val
(COSTA VAL, Maria da Graça. Texto, textualidade e textualização. IN: CECCANTINI, J.L. Tápias; PEREIRA,
Rony F.; ZANCHETTA JR., Juvenal. Pedagogia Cidadã: cadernos de formação: Língua Portuguesa. v. 1. São Paulo:
UNESP, Pró-Reitoria de Graduação, 2004. p. 113-128.)

Maria da Graça aborda através do artigo a forma como a produção de textos no


decorrer do tempo sofreu alterações, até se tornar oque conhecemos hoje. Segundo a
autora, se olharmos um pouco mais atrás será possível perceber que, entendia-se como
texto apenas os escritos que empregavam uma linguagem cuidada e se mostravam
“claros e objetivos”. Já não se pensa mais assim.
Na atualidade qualquer interação em que se faça o uso da linguística falada ou
escrita, que surja dentro das interações e comunicações humanas onde haja uma
interlocução (Ex.: uma aula, uma enciclopédia, a fala de uma criança, uma conversa
pelo telefone), pode ser considerada uma construção textual. Ou seja, uma produção
linguística que pareça incompreensível, inadequada, inaceitável, para um determinado
grupo, pode ser perfeitamente entendida e considerada sem qualquer problema por
outros em outra situação. Isso acontece segundo a autora porque nenhum texto tem
sentido em si mesmo, por si mesmo; e que todo texto pode fazer sentido para os
interlocutores certos.
Sobre a textualidade a autora trás um conceito definido por Robert-Alain de
Beaugrande e Wolfgang Dressler, no livro Introduction to Text Linguistics, de 1981,
como o conjunto de características que fazem com que um texto seja um texto, e não
apenas uma sequência de frases ou palavras. Oque quer dizer que não vamos entender a
textualidade como algo que está nos textos, mas como um componente do saber
linguístico das pessoas, e que é preciso que o indivíduo possua algum conhecimento
acerca do assunto a ser discutido para que consiga interagir com os demais
interlocutores.
A respeito da textualização a autora compreende como uma forma de
introduzir o leitor no tema que será discutido, ou seja, abordar o assunto de forma que o
leitor/alocutário consiga compreender com mais facilidade, produzindo então a
coerência, coesão entre outros mecanismos necessários para o entendimento do assunto,
texto entre outros. A diversidade de interpretações acontece porque cada texto pode ser
textualizado de maneiras diferentes por diferentes ouvintes ou leitores.
Para a autora a coerência está ligada com a capacidade de processar os
conhecimentos e informações do ouvinte ou leitor, isto é, a coerência nada mais é do
que a forma como o ouvinte vai compreender aquilo que foi textualizado e a maneira
como ele vai harmonizar as informações e ideias obtidas a partir da leitura, fazendo com
que haja uma conexão com os demais interlocutores. A autora compreende que a
coerência utiliza da contextualização para atingir seus leitores e permitir um maior
índice de compreensão, o contexto tem o objetivo de direcionar para quem, para o que, e
para onde o texto foi produzido. Quando os recursos linguísticos que um texto utiliza
são percebidos como integrados num todo, os interlocutores então o entendem como
coerente.
Já a coesão, de acordo com a compreensão da autora, é co-construída pelos
interlocutores, sua relação somente é estabelecida pelo leitor ou ouvinte. A coesão não é
uma característica que vem pronta no texto, mas é um princípio de textualização que as
pessoas aplicam aos textos que falam, ouvem, escrevem e leem com o intuito de atribuir
sentido à sequência de palavras e frases com que deparam. E ainda segundo a autora são
válidos, e frequentes em práticas linguísticas cotidianas e descontraídas, alguns usos que
a gramática escolar tradicional condena. Para ela a coesão textual pode se valer de
diferentes recursos e de diferentes usos desses recursos; a escolha adequada depende de
para quem e para quê se fala ou escreve, e em que tipo de situação.
A autora apresenta um texto coeso e coerente para trazer ao leitor a
compreensão do assunto que se propôs a abordar. Levando o interlocutor ao
entendimento que a reflexão sistemática sobre o poder coesivo e expressivo do sistema
verbal e da construção textual, na leitura e na escrita de gêneros diversos, pode
representar uma contribuição decisiva para o desenvolvimento das habilidades de
textualização dos alunos.
E que todas as produções linguísticas não têm nem deixam de ter sentido, não
são boas nem más, nem certas nem erradas, desde que levem em conta seus objetivos e
expectativas, os conhecimentos, crenças e valores que partilham bem como as
circunstâncias em que as produções ocorrem.
O artigo procura explicar de modo simples os elementos importantes para a
construção de um texto com sentido e, como esse sentido é construído pelo leitor com
base no seu conhecimento acerca do tema abordado; sendo extremamente importante a
contextualização para uma melhor abordagem e assimilação dos leitores.
Com base na leitura do artigo foi possível a compreensão de que a autora fez
uso de uma linguagem formal, no entanto de maneira que facilitasse a leitura. As
explicações trazidas a respeito dos temas abordados no artigo foram suficientes e claras
para o entendimento da abordagem apresentada.
Com a leitura foi possível compreender os conceitos de texto, textualidade e
textualização de forma mais ampla. A linguagem e as exemplificações utilizadas pela
autora tornaram possível o entendimento que a textualidade é o conjunto de
características e as ideias expressas que aparecem encadeadas na superfície textual
capaz de garantir que algo seja percebido como texto, e é ela que nos permite uma boa
produção textual. Também se entendeu que todo texto é um ato comunicativo, visto que
ele só é produzido em função de uma motivação inicial, um desejo de dizer ou expressar
algo. A compreensão da textualização através do artigo é a de que ela nada mais é do
que passar para um texto escrito aquilo que se esta ouvindo de uma maneira que faça
sentido naquela ocasião. Compreendemos também que para ser considerado um texto a
linguagem escrita ou falada deve ser coerente. Nem todo texto tem um sentido em si, o
sentido e a compreensão dele vai depender de para qual público e para que circunstância
ele foi produzido.

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