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Márcia Mendonça, no glossário CEALE, nos diz que o texto é uma forma de

comunicação que se expressa através de palavras, frases, parágrafos e outras


formas de linguagem que ajudam a expressar ideias, sentimentos e
informações. Ele é utilizado para comunicar mensagens entre duas ou mais
pessoas e é formado por um conjunto de elementos que interagem para
produzir um sentido. Dentro de um texto, existem diversos tipos de linguagem e
estilos de escrita, que devem ser aprendidos e aplicados adequadamente de
acordo com o contexto e o objetivo. Além disso, o texto também produz sentido
a partir da interação entre quem o produz e o leitor/ouvinte, o que significa que
as intenções do autor podem ser interpretadas de maneiras diferentes por cada
um. A professora ainda amplia, dizendo que o texto é a forma de comunicação
escrita mais complexa, pois exige do leitor a capacidade de interpretar e
entender as pistas fornecidas pelo autor. Essa interpretação não ocorre da
mesma maneira para todos os leitores, pois cada um deles traz suas
experiências particulares para a leitura, o que pode mudar ou ampliar o
significado que se deseja transmitir. 

Por isso, o texto é considerado um sistema de signos que permite a produção e


a recepção de um significado único e coerente, abrindo possibilidades para a
comunicação entre os seres humanos. Os textos orais, por exemplo, possuem
características próprias de sua modalidade, que podem ser interpretadas
erroneamente pelo interlocutor. É possível inferir que, na verdade, essas
características são recursos coesivos importantes para a produção do texto oral,
os quais indicam a direção do discurso e ajudam nas trocas comunicativas.
Assim, pode-se concluir que a oralidade é uma forma de comunicação que deve
ser considerada como um todo, e não fragmentariamente. 

É importante que o leitor/ouvinte reconheça os elementos estruturantes do


texto, tais como a intenção do autor, a organização do texto, a sequência de
ideias, os recursos linguísticos e retóricos, bem como a análise de forma e estilo
de escrita. Assim, o leitor/ouvinte conseguirá compreender o texto a partir dos
seus sentidos e interpretações, interpretando-o a partir de suas próprias
crenças, valores e experiências. Da mesma forma devemos pensar na produção
de um texto, a intenção comunicativa de quem o escreve e o contexto
sociocultural em que ele se insere são extremamente relevantes, pois
influenciam diretamente a escolha das estratégias e pistas a serem empregadas.
Além disso, o produtor e o leitor/ouvinte devem estar cientes das expectativas
estabelecidas para que haja uma compreensão eficaz do que foi escrito. 

Roxane Rojo, no glossário CEALE, ressalta o fato de um texto ou enunciado ser


“irrepetível”, uma vez que, sendo o mesmo texto, o fato de estar em um novo
contexto terá modificações em suas relações de sentido. Rojo nos diz que as
mudanças nos meios de comunicação, o acesso às tecnologias digitais e da
informação provocaram uma diversificação e um distanciamento dos meios
impressos e significativas mudanças na produção, forma, leitura e circulação dos
textos. Daí surgem os novos gêneros discursivos que convocam novos
letramentos a partir de uma nova configuração, a da multiplicidade de semioses
– a multimodalidade. O texto multimodal não está, apenas para o verbal escrito,
mas sim, está em relação com outras modalidades de linguagem, pois são textos
multissemióticos, levando o letramento escolar a novos desafios.

Fiad e Val, nos dizem que na produção de textos orais e escritos, o processo de
construção do discurso envolve a aquisição de conhecimentos sobre a língua,
sobre a cultura e sobre as práticas discursivas, como a argumentação, a
narrativa, o discurso de opinião, o discurso científico, entre outras. É necessário
considerar também o conhecimento sobre o contexto em que o discurso será
produzido. Esse conhecimento inclui informações sobre a situação em que se
produz o discurso (quem fala, para quem fala, por que fala, sobre o que fala,
onde e quando fala) e sobre as intenções que o sujeito tem ao produzir o
discurso. 

Em uma produção oral, na qual ocorrem em concomitância: o planejamento e a


produção, temos traços próprios como a hesitação, a pausa e a autocorreção
que fazem parte dos elementos que constroem o sentido do texto, levando em
consideração o contexto, principalmente por ser dinâmico e mudar no decorrer
da interação. Diferentemente da escrita, na qual é possível um planejamento da
produção, a mudança de ideia e a reconstrução, a correção, o acréscimo de
informações, ou seja, a reescritura, quando necessária.

O contexto, portanto, começa a ganhar dimensão e, claro, vamos abordá-lo


também. Esse é o nosso próximo tópico. Vamos a ele?

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