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APOSTILA

LÍNGUA PORTUGUESA- LINGÜÍSTICA – 2008

NOME:_____________________________________________CURSO: DIREITO

O estudo da língua materna pode ser considerado em duas perspectivas distintas: como
sistema cujos mecanismos estruturais e funcionais se procura identificar e descrever, ou como
instrumento de comunicação, meio de troca de mensagens entre as pessoas, conforme se
observa no esquema a seguir.

Como seres concebidos na e pela linguagem, somos capazes de comunicar-nos com sucesso
mesmo que não saibamos descrever os mecanismos utilizados para efetivar essa comunicação.
Não se pode negar, entretanto, que o aprimoramento teórico é fundamental para que nos
desenvolvamos comunicativamente, utilizando com propriedade e correção a língua em
diferentes contextos
Esse estudo tem caráter metalingüístico, ou seja, usa-se a linguagem para explicar a própria
linguagem, fato que apresenta implicações positivas e negativas. As negativas ficam por conta
da permanente influência que o falar cotidiano, coloquial, exerce sobre os outros níveis de
formalidade, e da conseqüente "contaminação" que nos dificulta, às vezes, fazer as escolhas
adequadas às diferentes situações de comunicação. As implicações positivas dizem respeito à
permanente possibilidade de auto-aprimoramento, já que vivemos e nos movemos regidos pela
linguagem.
Assim sendo, a mobilização para o autodesenvolvimento depende da importância que cada um
de nós confere à própria proficiência lingüística, seja para ler e ouvir de forma mais
compreensiva os outros e, por extensão, o mundo, seja para falar ou escrever com mais
propriedade, dando voz a nossos pensamentos e sentimentos. Se essa proficiência constituir uma
prioridade, estará criada uma saudável necessidade, cuja satisfação dependerá, basicamente, de
um olhar atento e reflexivo sobre os fatos lingüísticos, do exercício continuado da leitura, e da
escrita e da consulta a boas gramáticas, manuais instrucionais e dicionários. Mas dependerá,
sobretudo, da consciência de que se trata de um processo lento, permanente, inesgotável e, não
obstante, promissor, já que é sempre possível aprimorar o idioleto.
Na busca do auto-aprimoramento, muitos aspectos podem ser considerados, alguns dos quais
apresentamos a seguir.
O texto: uma unidade comunicativa
Até recentemente, os estudos lingüísticos limitavam-se à competência lingüística, ou seja, aos
conhecimentos gramaticais. Com o tempo, tais limites se revelaram inadequados, ficando
evidente que, além do conhecimento de regras de estrutura frasal (gramática) e de um léxico,
outras habilidades são necessárias para uma comunicação eficiente, pela simples razão de que
não interagimos por frases isoladas, mas por textos, unidades de comunicação que incluem,
entre outros, um componente referencial (conhecimento do mundo compartilhado por
falante/ouvinte); um componente pragmático (domínio de práticas correntes na comunidade
falante, em consonância com padrões e estratégias aceitas em situações específicas de
comunicação); um componente textual (capacidade de identificar, receber e produzir textos
bem formados).

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Embora todos nós, alfabetizados e proficientes, sejamos capazes de reconhecer um bom texto -
e talvez por isso mesmo - nem sempre sabemos como defini-lo. Uma definição possível seria:

Um texto bem formado é uma unidade comunicativa estruturada de forma a manifestar


determinada intenção discursiva do autor.

Analisando: antes de tudo, um texto bem formado é uma unidade comunicativa, com começo,
meio e fim, que pretende comunicar algo a alguém. Sendo uma unidade, constitui uma
estrutura, ou seja, não é qualquer seqüência de idéias faladas ou escritas, mas sim um conjunto
organizado de acordo com regras compartilhadas por quem fala/escreve e ouve/lê. Assim como
tijolos, cimento, areia e um pedreiro dispostos lado a lado não fazem uma parede, também o
material lingüístico, sozinho, não constitui um texto. É necessária uma certa combinação, uma
distribuição correta e proporcional da matéria-prima para haver um produto. E essa
combinação ainda não é suficiente porque, como o pedreiro precisa conhecer a utilidade e a
função do que faz para fazê-lo bem, também o autor do texto deve ter uma determinada
intenção, que sustenta, direciona e justifica a escolha dos materiais, sua disposição e
acabamento. Este objetivo é a intenção discursiva que move o autor. Por isso, entende-se que
a tudo que dizemos/escrevemos subjaz uma intenção.

O ato de argumentar
Se nada do que escrevemos ou dizemos é neutro, e se nossas intenções se expressam, no mais
das vezes, por meio de argumentos, é forçoso admitir que a argumentação é uma constante em
nossa vida, seja no discurso do publicitário, do sindicalista, do político, do poeta, do pai, da
criança. Assim, é fácil entender por que a Retórica, ou "arte da argumentação", vem sendo
objeto de interesse há milênios: ainda na Antigüidade Clássica, Aristóteles propunha a primeira
sistematização das estratégias retóricas; no Renascimento, Abade Giraud afirmava que "a arte
de argumentar consiste em provar algo que parece duvidoso, usando como recurso algo
considerado verdadeiro", sugerindo falar diferentemente, de acordo com as diferenças entre os
ouvintes, em termos de idade, educação, posição, hábitos. Hoje, os estudos sobre a
argumentação ganham novo impulso, e as técnicas de convencimento interessam especialmente
a segmentos dela dependentes, como o da publicidade, da política e da mídia em geral.
No passado ou na atualidade, argumentar significa provocar a adesão do ouvinte às teses que
apresentamos a seu julgamento, significa seduzi-lo com recursos de efeito lógico ou psicológico
que se produzem no encontro dos mundos de referência do locutor e do ouvinte, por meio de
condições de verossimilhança e aceitabilidade.
A língua culta padrão e a argumentação
A aceitabilidade de nossos argumentos depende também de conhecimentos gramaticais
específicos. Sem esquecer as possibilidades que a variação lingüística oferece - como a
linguagem coloquial, regional técnica, por exemplo-, em muitas situações uma boa
argumentação depende do domínio da língua culta padrão, especialmente escrita.
Como o nome indica, esta variedade lingüística segue as normas de uma gramática altamente
padronizada, restrita a um número relativamente pequeno de falantes que tiveram o privilégio
de adquiri-la, seja por meio de leitura quantitativa e qualitativa, seja pelo esforço sistemático
de aprender. Nesse sentido, aprender a norma culta do idioma implica procedimentos
semelhantes aos utilizados ao se estudar uma língua estrangeira, idéia muito bem sintetizada
pelo eminente gramático Evanildo Bechara quando afirma que o falante de língua materna deve
tornar-se um poliglota em seu próprio idioma.
O padrão culto do idioma, além de ser uma espécie de marca de identidade, constitui recurso
imprescindível para uma boa argumentação. Ou seja: em situações em que a norma culta se
impõe, transgressões podem desqualificar o conteúdo exposto e até mesmo desacreditar o autor.
A gramática de um idioma pode ser descrita - e, portanto, estudada - em níveis distintos, mas
sempre inter-relacionados, alguns deles a seguir apresentados.
• Nível ortográfico

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Deste fazem parte todos os aspectos relacionados à grafia (abreviaturas, parônimas e
homônimas, uso de letras, hífen) e à acentuação das palavras.
• Nível morfossintático
A morfologia é a parte da gramática que dá conta da forma das palavras, enquanto a sintaxe
diz respeito às regras de combinação das palavras e orações de uma língua. É difícil demarcar
seus limites. As flexões verbais (que são do âmbito da morfologia), por exemplo, só existem
devido à necessidade de o verbo se adequar ao sujeito da estrutura em que ele se encontra
(questão de concordância verbal, sintática). Como ilustração, observemos que na frase "Quantas
partes contém esse relatório?" deve ser usada a flexão verbal "contém" (singular), e não sua
homônima "contêm" (plural), porque o sujeito é "este relatório", e não "partes". A escolha é
sintática, e a conseqüência é morfológica. E mais: a marca da flexão/concordância é gráfica...
mas esta já é outra história, que apenas confirma a indissociabilidade entre os diferentes
componentes dos proferimentos lingüísticos.
Para fins didáticos, entretanto, as obras especializadas separam morfologia e sintaxe. A
primeira, além da formação, estrutura e flexão das palavras, descreve tudo o que concerne às
categorias gramaticais (por exemplo: gênero de substantivos e adjetivos, conjugações verbais),
enquanto a sintaxe estuda aspectos mais complexos, como concordância, regência, uso e
colocação de pronomes, uso do acento indicativo de crase.
• Nível sintático-semântico
Em sentido amplo, a semântica trata do sentido das palavras que formam o léxico de uma
língua, em todos os seus aspectos, como relações semânticas em geral, semelhanças e diferenças
de sentido entre os vocábulos, usos denotativo e conotativo da linguagem.
A melhor receita para desenvolver a competência semântica é ler, em quantidade e qualidade.
Vale também consultar obras especializadas e dicionários para resolver problemas específicos.
Mas é fundamental ter consciência dos diferentes léxicos: o grande léxico da língua, patrimônio
social, bem comum recebido por herança, virtualmente ao alcance de todos; os léxicos dialetais
e grupais; os léxicos particulares, individuais. Cada vocabulário particular compreende um
vocabulário ativo, formado pelas lexias que usamos no dia-a-dia, e um vocabulário passivo,
constituído por aquelas que reconhecemos semanticamente porém não utilizamos.
Mais do que em relação a qualquer outro dos itens de estudo comentados, o enriquecimento do
vocabulário - seja pela incorporação de novos vocábulos ao nosso léxico, seja pela transposição
das palavras do vocabulário passivo ao ativo - depende sobretudo da vontade e do esforço de
cada um.
Concluindo sem encerrar
Assim como a língua que nos constitui desde sempre - na História coletiva ou na história
pessoal - não se deixa jamais apreender/aprender/prender por completo, assim também as
reflexões sobre ela resultam incompletas e parciais. O que é muito bom, já que sempre
estaremos desafiados a descobri-la um pouco mais. Fica o convite.

Como elaborar resumos


O resumo tem por objetivo apresentar com fidelidade idéias ou fatos essenciais contidos num
texto. Sua elaboração é bastante complexa, já que envolve habilidades como leitura competente,
análise detalhada das idéias do autor, discriminação e hierarquização dessas idéias e redação
clara e objetiva do texto final. Em contrapartida, dominar a técnica de fazer resumos é de grande
utilidade para qualquer atividade intelectual que envolva seleção e apresentação de fatos,
processos, idéias, etc.
O resumo pode se apresentar de várias formas, conforme o objetivo a que se destina. No
sentido estrito, padrão, deve reproduzir as opiniões do autor do texto original, a ordem como
essas são apresentadas e as articulações lógicas do texto, sem emitir comentários ou juízos de
valor. Dito de outro modo, trata-se de reduzir o texto a uma fração da extensão original,
mantendo sua estrutura e seus pontos essenciais.
Quando não há a exigência de um resumo formal, o texto pode igualmente ser sintetizado de
forma mais livre, com variantes na estrutura. Uma maneira é iniciar com uma frase do tipo: "No
texto ....., de ......, publicado em......., o autor apresenta/ discute/ analisa/ critica/ questiona .......
tal tema, posicionando-se .....". Esta forma tem a vantagem de dar ao leitor uma visão prévia e

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geral, orientando, assim, a compreensão de que segue. Este tipo de síntese pode, se for
pertinente, vir acompanhada de comentários e julgamentos sobre a posição do autor do texto e
até sobre o tema desenvolvido.
Em qualquer tipo de resumo, entretanto, dois cuidados são indispensáveis: buscar a essência
do texto e manter-se fiel às idéias do autor. Copiar partes do texto e fazer uma "colagem", sob a
alegação de buscar fidelidade às idéias do autor não é permitido, pois o resumo deve ser o
resultado de um processo de "filtragem", uma (re)elaboração de quem resume. Se for
conveniente utilizar excertos do original (para reforçar algum ponto de vista, por exemplo),
esses devem ser breves e estar identificados (autor e página).
Uma seqüência de passos eficiente para fazer um bom resumo é a seguinte:
a. ler atentamente o texto a ser resumido, assinalando nele as idéias que forem parecendo
significativas à primeira leitura;
b. identificar o gênero a que pertence o texto (uma narrativa, um texto opinativo, uma
receita, um discurso político, um relato cômico, um diálogo, etc.
c. identificar a idéia principal (às vezes, essa identificação demanda seleções sucessivas,
como nos concursos de beleza...);
d. identificar a organização - articulações e movimento - do texto (o modo como as idéias
secundárias se ligam logicamente à principal);
e. identificar as idéias secundárias e agrupá-las em subconjuntos (por exemplo: segundo
sua ligação com a principal, quando houver diferentes níveis de importância; segundo
pontos em comum, quando se perceberem subtemas);
f. identificar os principais recursos utilizados (exemplos, comparações e outras vozes que
ajudam a entender o texto, mas que não devem constar no resumo formal, apenas no
livre, quando necessário);
g. esquematizar o resultado desse processamento;
h. redigir o texto.
Evidentemente, alguns resumos são mais fáceis de fazer do que outros, dependendo
especialmente da organização e da extensão do texto original. Assim, um texto não muito longo
e cuja estrutura seja perceptível à primeira leitura, apresentará poucas dificuldades a quem
resume. De todo modo, quem domina a técnica - e esse domínio só se adquire na prática - não
encontrará obstáculos na tarefa de resumir, qualquer que seja o tipo de texto.
1. Resumos são, igualmente, ferramentas úteis ao estudo e à memorização de textos escritos.
Além disso, textos falados também são passíveis de resumir. Anotações de idéias significativas
ouvidas no decorrer de uma palestra, por exemplo, podem vir a constituir uma versão resumida
de um texto oral.

TEXTO – Leitura e reflexão


O gigolô das palavras
Luís Fernando Veríssimo
Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do Farroupilha estiveram lá em casa numa mesma
missão, designada por seu professor de Português: saber se eu considerava o estudo da
Gramática indispensável para aprender e usar a nossa ou qualquer outra língua. Cada grupo
portava seu gravador cassete, certamente o instrumento vital da pedagogia moderna, e andava
arrecadando opiniões. Suspeitei de saída que o tal professor lia esta coluna, se descabelava
diariamente com suas afrontas às leis da língua, e aproveitava aquela oportunidade para me
desmascarar. Já estava até preparando, às pressas, minha defesa ("Culpa da revisão! Culpa da
revisão !"). Mas os alunos desfizeram o equívoco antes que ele se criasse. Eles mesmos tinham
escolhido os nomes a serem entrevistados. Vocês têm certeza que não pegaram o Veríssimo
errado? Não. Então vamos em frente.
Respondi que a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação e que deve ser
julgada exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para evitar
os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma questão de uso, não de
princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer
"escrever claro" não é certo mas é claro, certo? O importante é comunicar. (E quando possível
surpreender, iluminar, divertir, mover... Mas aí entramos na área do talento, que também não

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tem nada a ver com Gramática.) A Gramática é o esqueleto da língua. Só predomina nas línguas
mortas, e aí é de interesse restrito a necrólogos e professores de Latim, gente em geral pouco
comunicativa. Aquela sombria gravidade que a gente nota nas fotografias em grupo dos
membros da Academia Brasileira de Letras é de reprovação pelo Português ainda estar vivo.
Eles só estão esperando, fardados, que o Português morra para poderem carregar o caixão e
escrever sua autópsia definitiva. É o esqueleto que nos traz de pé, certo, mas ele não informa
nada, como a Gramática é a estrutura da língua mas sozinha não diz nada, não tem futuro. As
múmias conversam entre si em Gramática pura.
Claro que eu não disse isso tudo para meus entrevistadores. E adverti que minha implicância
com a Gramática na certa se devia à minha pouca intimidade com ela. Sempre fui péssimo em
Português. Mas - isso eu disse - vejam vocês, a intimidade com a Gramática é tão indispensável
que eu ganho a vida escrevendo, apesar da minha total inocência na matéria. Sou um gigolô das
palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional.
Abuso delas. Só uso as que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente
traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto
passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na sua
vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que outros já
fizeram com elas. Se bem que não tenho o mínimo escrúpulo em roubá-las de outro, quando
acho que vou ganhar com isto. As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas.
Algumas são de baixíssimo calão. Não merecem o mínimo respeito.
Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão
ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a
deferência de um namorado ou a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria a sua patroa
! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público,
alvo da impiedosa atenção dos lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente,
incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias pra saber quem é que
manda.

O SENTIDO DAS PALAVRAS NA LINGUAGEM JURÍDICA


A clareza das idéias está intimamente relacionada com a clareza e precisão das palavras
consoante.
No Direito, é ainda mais importante o sentido das palavras porque qualquer sistema jurídico,
para atingir plenamente seus fins, deve cuidar do valor nocional do vocabulário técnico e
estabelecer relações semântico-sintáticas harmônicas e seguras na organização do pensamento.
Três são os tipos de vocabulário jurídico: unívocos, equívocos e análogos.
Unívocos: são os que contêm um só sentido. A codificação vale-se deles para descrever delitos
e assegurar direitos, e.g.: furto (art. 155 CP - subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia
móvel); roubo (art. 157 CP - subtrair, para si ou para outrem, coisa móvel alheia mediante grave
ameaça ou violência, depois de reduzir a resistência da pessoa); matuo (art. 1.256 CC -
empréstimo oneroso de coisas fungíveis); comodato (art. 1.248 CC - empréstimo gratuito de
coisas não fungíveis).
São unívocas, ainda, palavras pertencentes ao jargão do profissional do Direito:
ab-rogar (revogar totalmente uma lei);
derrogar (revogar parcialmente uma lei);
ob-rogar (contrapor uma lei a outra);
repristinar (revogar uma lei revogadora).
Bom de lembrar que a repristinação não é automática, pois não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência nos termos do art. 20, § 30 da LICE.
Equívocos: são os vocábulos plurissignificantes, possuindo mais de um sentido e sendo
identificados no contexto.
Direito Processual: apreender judicialmente bem em litígio.
Seqüestrar
Direito Penal: privar alguém de sua liberdade de locomoção.
Linguagem usual: exercer fascínio sobre alguém para beneficio próprio.
Seduzir

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Direito Penal: manter conjunção carnal com mulher virgem, menor de dezoito anos e maior de
catorze, aproveitando-se de sua inexperiência ou justificável confiança.
O profissional do Direito deve empreender bastante esforço semântico ao usar as palavras
plurissignificativas. Para tanto, não deve empregar acepções que não pertençam ao jargão
jurídico, ou, se o forem, mas tiverem natureza equívoca, devem ser acompanhadas de
especificadores que resguardem o sentido pretendido.
Análogos: são os que não possuindo étimo comum, pertencem a uma mesma família ideológica
ou são tidos como sinônimos.
Resílição (dissolução pela vontade dos contraentes)
Resolução (dissolução de um contrato, acordo, ato jurídico)
Rescisão (dissolução por lesão do contrato)
A precisão vocabular contribui para a eficiência do ato comunicativo jurídico.

A estruturação do parágrafo
(Parágrafo-padrão )
O parágrafo-padrão é uma unidade de composição constituída por um ou mais de um
período, em que se desenvolve determinada idéia central, ou nuclear, a que se agregam outras,
secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela.
Tópico frasal
A idéia central do parágrafo é enunciada através do período denominado tópico frasal
(também chamado de frase-síntese ou período tópico). Esse período orienta ou governa o resto
do parágrafo; dele nascem outros períodos secundários ou periféricos; ele vai ser o roteiro do
escritor na construção do parágrafo; ele é o período mestre, que contém a frase-chave. Como o
enunciado da tese, que dirige a atenção do leitor diretamente para o tema central, o tópico frasal
ajuda o leitor a agarrar o fio da meada do raciocínio do escritor; como a tese, o tópico frasal
introduz o assunto e o aspecto desse assunto, ou a idéia central com o potencial de gerar idéias-
filhote; como a tese, o tópico frasal é enunciação argumentável, afirmação ou negação que leva
o leitor a esperar mais do escritor (uma explicação, uma prova, detalhes, exemplos) para
completar o parágrafo ou apresentar um raciocínio completo. Assim, o tópico frasal é
enunciação, supõe desdobramento ou explicação.
A idéia central ou tópico frasal geralmente vem no começo do parágrafo, seguida de outros
períodos que explicam ou detalham a idéia central.
Exemplos:
Ao cuidar do gado, o peão monta e governa os cavalos sem maltratá-los. O modo de tratar
o cavalo parece rude, mas o vaqueiro jamais é cruel. Ele sabe como o animal foi domado,
conhece as qualidades e defeitos do animal, sabe onde, quando e quanto exigir do cavalo. O
vaqueiro aprendeu que paciência e muitos exercícios são os principais meios para se obter
sucesso na lida com os cavalos, e que não se pode exigir mais do que é esperado.
A distribuição de renda no Brasil é injusta. Embora a renda per capita brasileira seja
estimada em U$$2.000 anuais, a maioria do povo ganha menos, enquanto uma minoria ganha
dezenas ou centena de vezes mais. A maioria dos trabalhadores ganha o salário mínimo, que
vale U$$112 mensais; muitos nordestinos recebem a metade do salário mínimo,. Dividindo
essa pequena quantia por uma família onde há crianças e mulheres, a renda per capita fica
ainda mais reduzida; contando-se o número de desempregados, a renda diminui um pouco
mais. Há pessoas que ganham cerca de U$$10.000 mensais, ou U$$ 120.000 anuais; outras
ganham muito mais, ainda. O contraste entre o pouco que muitos ganham e o muito que poucos
ganham prova que a distribuição de renda em nosso país é injusta.
Tópico frasal desenvolvido por enumeração.
Exemplo:
A televisão, apesar das críticas que recebe, tem trazido muitos benefícios às pessoas, tais
como: informação, por meio de noticiários que mostram o que acontece de importante em
qualquer parte do mundo; diversão, através de programas de entretenimento (shows,
competições esportivas); cultura, por meio de filmes, debates, cursos.
Tópico frasal desenvolvido por descrição de detalhes
É o processo típico do desenvolvimento de um parágrafo descritivo:

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Era o casarão clássico das antigas fazendas negreiras. Assobradado, erguia-se em
alicerces o muramento, de pedra até meia altura e, dali em diante, de pau-a-pique (...) À porta
da entrada ia ter uma escadaria dupla, com alpendre e parapeito desgastado.(Monteiro
Lobato)
Tópico frasal desenvolvido por confronto.
Trata-se de estabelecer um confronto entre duas idéias, dois fatos, dois seres, seja por meio
de contrastes das diferenças, seja do paralelo das semelhanças. Veja o exemplo:
Embora a vida real não seja um jogo, mas algo muito sério, o xadrez pode ilustrar o fato de
que, numa relação entre pais e filhos, não se pode planejar mais que uns poucos lances
adiante. No xadrez, cada jogada depende da resposta à anterior, pois o jogador não pode
seguir seu planos sem considerar os contra-ataques do adversário, senão será prontamente
abatido. O mesmo acontecerá com um pai que tentar seguir um plano preconcebido, sem
adaptar sua forma de agir às respostas do filho, sem reavaliar as constantes mudanças da
situação geral, na medida em que se apresentam. (Bruno Betelheim, adaptado)
Tópico frasal desenvolvido por razões
No desenvolvimento apresentamos as razões, os motivos que comprovam o que afirmamos
no tópico frasal.
As adivinhações agradam particularmente às crianças. Por que isso acontece de maneira
tão generalizada? Porque, mais ou menos, representam a forma concentrada, quase simbólica,
da experiência infantil de conquista da realidade. Para uma criança, o mundo está cheio de
objetos misteriosos, de acontecimentos incompreensíveis, de figuras indecifráveis. A própria
presença da criança no mundo é, para ela, uma adivinhação a ser resolvida. Daí o prazer de
experimentar de modo desinteressado, por brincadeira, a emoção da procura da surpresa.
(Gianni Rodari, adaptado)
Tópico frasal desenvolvido por análise
É a divisão do todo em partes.
Quatro funções básicas têm sido atribuídas aos meios de comunicação: informar, divertir,
persuadir e ensinar. A primeira diz respeito à difusão de notícias, relatos e comentários sobre a
realidade. A segunda atende à procura de distração, de evasão, de divertimento por parte do
público. A terceira procura persuadir o indivíduo, convencê-lo a adquirir certo produto. A
quarta é realizada de modo intencional ou não, por meio de material que contribui para a
formação do indivíduo ou para ampliar seu acervo de conhecimentos. (Samuel P. Netto,
adaptado)
Tópico frasal desenvolvido pela exemplificação
Consiste em esclarecer o que foi afirmado no tópico frasal por meio de exemplos:
A imaginação utópica e inerente ao homem, sempre existiu e continuará existindo. Sua
presença é uma constante em diferentes momentos históricos: nas sociedades primitivas, sob a
forma de lendas e crenças que apontam para um lugar melhor; nas formas do pensamento
religioso que falam de um paraíso a alcançar; nas teorias de filósofos e cientistas sociais que,
apregoando o sonho de uma vida mais justa, pedem-nos que “sejamos realistas, exijamos o
impossível”. (Teixeira Coelho, adaptado)
Exercícios
1.Grife o tópico frasal de cada parágrafo apresentado. Não deixe de observar como o autor
desenvolve.
a) “O isolamento de uma população determina as características culturais próprias. Essas
sociedades não têm conhecimento das idéias existentes fora de seu horizonte geográfico. É o
que acontece na terra dos cegos do conto de H.G. Welles. Os cegos desconhecem a visão e
vivem tranqüilamente com sua realidade, naturalmente adaptados, pois todos são iguais. Esse
conceito pode ser exemplificado também pelo caso das comunidades indígenas ou mesmo
qualquer outra comunidade isolada.”(Redação de vestibular)
b) “O desprestígio da classe política e o desinteresse do eleitorado pelas eleições
proporcionais são muitos fortes. As eleições para os postos executivos é que constituem o
grande momento de mobilização do eleitorado. É o momento em que o povão se vinga,
aprovando alguns candidatos e rejeitando outros. Os deputados, na sua grande maioria,
pertencem à classe A. É com os membros dessa classe que os parlamentares mantêm relações

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sociais, comerciais, familiares. É dessa classe com a qual mantêm maiores vínculos, que sofrem
as maiores pressões. Desse modo, nas condições concretas das disputas eleitorais em nosso país,
se o parlamentarismo não elimina inteiramente a influência das classes D e E no jogo político,
certamente atua no sentido de reduzi-la.” (Leôncio M. Rodrigues)
2. Apresentamos a seguir alguns tópicos frasais para serem desenvolvidos na maneira
sugerida.
a) Anacleto é um detetive trapalhão. (por enumeração de detalhes: forneça a descrição física
e psicológica do personagem).
b) As novelas transmitidas pela televisão brasileira são muito mais atraentes que nossos
filmes. (por confronto)
c) As cidades brasileiras estão se tornando ingovernáveis. (por razões)
d) Há três tipos básicos de composição: a narração, a descrição e a dissertação. (por análise)
e) Nunca diga que algum ser humano é uma ilha: tudo que acontece a um semelhante nos
atinge. (por exemplificação)
Exercícios
1. Desenvolva também estes tópicos frasais dissertativos:
a) A prática do esporte deve ser incentivada e amparada pelos órgãos públicos.
b) O trabalho dignifica o homem, mas o homem não deve viver só para o trabalho.
c) A propaganda de cigarros e de bebidas deve ser proibida.
d) O direito à cultura é fundamental a qualquer ser humano.
2. Desenvolva os tópicos frasais seguintes, considerando os conectivos:
a) O jornal pode ser um excelente meio de conscientização das pessoas, a não ser que
b) As mulheres, atualmente, ocupam cada vez mais funções de destaque na vida social e
política de muitos países; no entanto
c) Um curso universitário pode ser um bom caminho para a realização profissional de uma
pessoa, mas...
d) Se não souber preservar a natureza, o ser humano estará pondo em risco sua própria
existência, porque...
e) Muitas pessoas propõem a pena de morte como medida para conter a violência que existe
hoje em várias cidades; outras, porém
f) Muitos alunos acham difícil fazer uma redação, porque.
g) Muitos alunos acham difícil fazer uma redação, no entanto
h) Um meio de comunicação tão importante como a televisão não deve sofrer censura, pois
i) Um meio de comunicação tão importante como a televisão não deve sofrer censura,
entretanto
j) O uso de drogas pelos jovens é, antes de tudo, um problema familiar, porque
l) O uso de drogas pelos jovens é, antes de tudo, um problema familiar, embora

Tipos de Dissertação
Existem dois tipos de dissertação: a dissertação expositiva e a dissertação
argumentativa. A primeira tem como objetivo expor, explicar ou interpretar idéias; a segunda
procura persuadir o leitor ou ouvinte de que determinada tese deve ser acatada. Na dissertação
argumentativa, além disso, tentamos, explicitamente, formar a opinião do leitor ou ouvinte,
procurando persuadi-lo de que a razão está conosco.
Na dissertação expositiva, podemos explanar sem combater idéias de que discordamos. Por
exemplo, um professor de História pode fazer uma explicação sobre os modos de produção,
aparentando impessoalidade, sem tentar convencer seus alunos das vantagens das vantagens e
desvantagens deles. Mas, se ao contrário, ele fizer uma explanação com o propósito claro de
formar opinião dos seus alunos, mostrando as inconveniências de determinado sistema e
valorizando um outro, esse professor estará argumentando explicitamente.
Para a argumentação ser eficaz, os argumentos devem possuir consistência de raciocínio e
de provas. O raciocínio consistente é aquele que se apóia nos princípios da lógica, que não se
perde em especulações vãs, no “bate-boca”estéril. As provas, por sua vez, servem para reforçar

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os argumentos. Os tipos mais comuns de provas são: os fatos-exemplos, os dados estatísticos e o
testemunho.

Como fazer uma dissertação argumentativa


Tema: Nenhum homem é uma ilha

1. Transforme o tema em uma pergunta: Nenhum homem é uma ilha?


2. Procure responder essa pergunta, de um modo simples e claro, concordando ou
discordando (ou, ainda, concordando em parte e discordando em parte): essa resposta é o seu
ponto de vista.
3. Pergunte a você mesmo, o porquê de sua resposta, uma causa, um motivo, uma razão para
justificar sua posição: esse será seu argumento principal.
4. Agora, procure descobrir outros motivos que ajudem a defender o seu ponto de vista, a
fundamentar sua posição. Este serão argumentos auxiliares.
5.Em seguida, procure algum fato que sirva de exemplo para reforçar a sua posição. Este
fato-exemplo pode vir de sua memória visual, das coisas que você ouviu, do que você leu. Pode
ser um fato da vida política, econômica, social. Pode ser um fato histórico. Ele precisa ser
bastante expressivo e coerente com o seu ponto de vista. O fato-exemplo, geralmente, dá força e
clareza à nossa argumentação. Esclarece a nossa opinião, fortalece os nossos argumentos. Além
disso, pessoaliza o nosso texto, diferencia o nosso texto: como ele nasce da experiência de vida,
ele dá uma marca pessoal à dissertação.
6. A partir desses elementos, procure juntá-los num texto, que é o rascunho de sua redação.
Por enquanto, você pode agrupá-los na seqüência que foi sugerida:
Os passos
1) interrogar o tema;
2) responder, com a opinião
3) apresentar argumento básico
4) apresentar argumentos auxiliares
5) apresentar fato- exemplo
6) concluir
(in Novo Manual da Nova Cultural - Redação, Gramática, Literatura e Interpretação de
Textos, de Emília Amaral e outros)
Como ficaria o esquema
1º parágrafo: a tese
2º parágrafo: argumento 1
3º parágrafo: argumento 2
4º parágrafo: fato-exemplo
5º parágrafo: conclusão

A dissertação argumentativa começa com a proposição clara e sucinta da idéia que irá ser
comprovada, a TESE. A essa primeira parte do texto dissertativo chamamos de introdução.
A segunda parte, chamada desenvolvimento, visa à apresentação dos argumentos que
comprovem a tese, ou seja, a PROVA. É costume estruturar a argumentação em ordem
crescente de importância, como foi explicado no início desta lição, a fim de prender cada vez
mais a atenção do leitor às razões apresentadas. Essas razões baseiam-se em provas
demonstráveis através dos fatos-exemplo, dados estatísticos e testemunhos.
Na dissertação argumentativa mais formal, o desenvolvimento apresenta uma subdivisão, a
ANTÍTESE, na qual se refutam possíveis contra-argumentos que possam contrariar a tese ou as

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provas. Nessa parte, a ordem de importância inverte-se, colocando-se, em primeiro lugar, a
refutação do contra-argumento mais forte e, por último, do mais fraco, com o propósito de se
depreciarem as idéias contrárias e ir-se, aos pontos, refutando a tese adversa,ao mesmo tempo
em que se afasta o leitor ou ouvinte dos contra-argumentos mais poderosos.
Na última parte, a conclusão, enumeraram-se os argumentos e conclui-se, reproduzindo as
tese, isto é, faz-se uma SÍNTESE. Além de fazer uma síntese das idéias discutidas, pode-se
propor, na conclusão, uma solução para o problema discutido.
Tema: Muitos jovens deixam-se dominar pelo vício em diversos tipos de entorpecentes, mal
que se alastra cada vez mais em nossa sociedade.
Conseqüência: Acabam formando-se dependentes dos psicóticos dos quais se utilizam e, na
maioria das vezes, transformam-se em pessoas inúteis para si mesmas e para a comunidade.

Exercícios
Apresentaremos alguns temas e você se incumbirá de encontrar uma causa e uma
conseqüência para cada um deles. Escreva-as, seguindo o modelo apresentado acima:
1 Tema: As linhas de ônibus que percorrem os bairros das grandes metrópoles não têm
demonstrado muita eficiência no atendimento a seus usuários.
Causa:
Conseqüência:
2 A convivência familiar está muito difícil.
causa:
Conseqüência:
3 As novelas de televisão passaram a exercer uma profunda influência nos hábitos e na
maneira de pensar da maioria dos telespectadores.
Causa:
Conseqüência:
4 As doenças infecto-contagiosas atingem particularmente as camadas mais carentes da
população.
Causa:
Conseqüências:

DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA

A dissertação argumentativa é aquela em que o redator se mune das técnicas de persuasão com
o objetivo de convencer o leitor a partilhar de sua opinião ou mudar de ponto de vista.
Na atividade jurídica, imprescindível é a dissertação argumentativa, por corresponder à própria
natureza persuasiva do discurso forense.

Estrutura da dissertação
A dissertação, como todo plano redacional, tem começo meio e fim. Aristóteles, em sua Arte
retórica, estrutura a dissertação em três partes bem definidas:
A. Exórdio – é a parte introdutória, idéia-chave. Ela propõe:
1. estabelecer a idéia geral;
2. situar o assunto no contexto;
3. motivar o destinatário;
4. apresentar a proposta temática.

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B. Desenvolvimento – compreende dois momentos: a explanação da idéias e as provas
comprobatórias de sua veracidade.
C. Peroração – é o fecho, o coroamento discursivo. Demonstradas as provas, cumpre ao redator
retomar o tópico frasal para mostrar ter sido ele exposto, com eficácia, no desenvolvimento.

RACIOCÍNIO E ARGUMENTAÇÃO
Raciocínio é a operação do espírito que, de uma ou de varias relações conhecidas, conclui,
logicamente, uma outra relação.
Da definição encontramos seus elementos:
A. abstração: opera-se no espírito;
B. estrutura sistêmica: relaciona idéias e juízos;
C. estrutura silogística: das partes, chega-se à conclusão – ordenação das idéias e juízos.
D. atuação de inferências: é a operação que faz deduções: sai do conhecimento para o
desconhecido – antecedente para a conseqüente.

Tipos de raciocínio
Apodítico – verdade absoluta.
Ex. “Quem crer e for batizado será salvo”.
Dialético - aberto a discussões, permitindo controvérsias e contestação, apesar de o emissor
trabalhar as hipóteses de forma a convencer o leitor daquela que pretende que seja mais
aceitável.
Ex. Limpol
Retórico – concilia dados racionais e emocionais ( o preferido de políticos e advogados)
Silogístico – tem duas proposições ( premissas ) e delas chega a uma conclusão.

POSTURA DO EMISSOR NA ELABORAÇÃO DO PARÁGRAFO

POSTURA FILOSÓFICAS
Duas são as posturas básicas na elaboração do parágrafo de natureza dissertativa: a dialética e a
disputa .
Dialética – reflexão dos pólos: tese X antítese.
- observar os prós e contras ( fatores positivos e negativos )
- impõe-se a concisão.
A conclusão deve ser clara e apoiar-se em fundamentos adequados, convidando o leitor para
abraçar o mesmo ponto de vista do redator.

** o processo jurídico é, em sua totalidade, de natureza dialética, mas nas partes há predomínio
da disputa, ou seja, o Autor deve trazer aos autos todos os argumentos que demonstrem a
veracidade de seu raciocínio, o mesmo fazendo o Réu. No vértice do triângulo, o Juiz apreciará
os argumentos e resolverá a demanda em favor daquele que melhor empreendeu as técnicas do
discurso persuasivo.

POSTURA PSICOLÓGICAS
É a posição do observador, do ponto de vista participativo, ou seja, se apresenta maior ou menor
envolvimento afetivo com o assunto.
Diz-se, então, que o observador pode ter duas posições:
a) fora do campo observado: Behaviorismo (behavior=comportamento)
- maior neutralidade;

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- mais objetividade;
- observação centrada no comportamento relação: causa/efeito entre estímulos e respostas
ocorridos dentro do campo observado;
- Ênfase para substantivos e verbos.

b) dentro do campo observado: Gestalt (teoria da percepção)


- o observador envolve-se afetivamente com a realidade observada;
- mais subjetividade;
- observação centrada na percepção, procurando perceber a estrutura global a partir dos
elementos sensoriais;
- ênfase para adjetivos e elementos circunstanciais.

EXERCÍCIO
Elaborar uma redação jurídica, em face ao homicídio descrito:
“O menor Roberto da Silva, 13 anos, executou seu pai a tiros, na região norte de São Paulo.
Após disparar 40 tiros, Silva ligou para Polícia Militar e ficou ao lado do corpo aguardando
para ser levado à delegacia”.
Em seguida:
A. apresente o esquema redacional utilizado;
B. aponte as partes da redação;
C. indique os tipos de postura Psicológica, Filosófica e de argumentação que foram utilizados
em seu texto;
D. indique as palavras de coesão responsáveis pela unidade textual.

Definição de Regência

Regência em sentido amplo

Dentro da estrutura frasal, as palavras são interdependentes, isto é, umas dependem de


outras. Podemos assim dizer que a frase é uma seqüência de termos subordinantes e
subordinados.
• O predicado é subordinado em relação ao sujeito, que é subordinante:

• Os complementos verbais são subordinados ao verbo, que é subordinante:

• Os complementos nominais são subordinados em relação ao nome, que é subordinante:

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• Os adjuntos são subordinados ao nome ou ao verbo:

Regência, em sentido amplo, é sinônimo de subordinação.

REGÊNCIA VERBAL
Na regência verbal, estuda-se a complementação de um verbo, isto é, se o seu objeto é direto,
sem preposição, ou se é indireto, com preposição, ou se não preciosa de complemento algum.
Determina-se o significado do verbo de acordo com a regência.
• Exemplo:

Vejamos alguns verbos e seus significados:

• Acordar
Despertar – A ré acordou preocupada com o julgamento.
Concordar – As partes acordarão nestas clausulas. Acordarão em manter o preço.

• Adjudicar
Transferir ao executante em paga de seu crédito contra o executado – O tribunal adjudicou-lhe
os bens móveis e imóveis do devedor.
Ligar, vincular – Adjudicou sua atuação a melhores condições de trabalho.

• Aduzir
Expor, alegar – Não aduziu provas irrefutáveis na sua defesa.

• Advogar
Defender – Ela advoga bem causas de família.
Interceder – O deputado advogou pela promoção social do migrante.
Exercer a profissão de advogado – Advoga numa grande empresa.

• Agradar
Causar agrado; ser agradável - O professor agradou aos alunos.
Contentar, afagar – Não consegue agradá-la.

• Ajudar
Auxiliar – Ajudou o amigo.
Valer-se – Ajudava-se de parentes para saldar as despesas medicas.
Favorecer - A boa leitura ajuda a pensar melhor.

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• Ajuizar
Avaliar – Ajuizamos os outros pelos seus atos.
Calcular – Deverão ajuizar todos os danos materiais em alguns bilhões.
Levar a juízo – A demanda ainda não foi ajuizada.
Tornar-se sensato – O acidente ajuizou-o.

• Aliar
Associar – Aliou o útil com o agradável.
Harmonizar-se – Aliavam-se gênios diferentes.

• Alienar
Transferir a outrem a posse de – Alienará os imóveis.
Enlouquecer, alucinar – O tóxico alienou-o.
Desvirtuar – Alienaram as finalidades do simpósio.

• Alvitrar
Dar parecer, sentenciar – O juiz alvitrou a condenação da ré.
Propor, sugerir – Alvitrou-lhe que se mudasse dali.

 A mparar
suster: Amparou os desabrigados. Ampara-se ao (ou no) corrimão. Amparam-se contra o
muro.
proteger(-se): Ampara-se de (ou contra) invasores. Amparou-se no (ou ao) pai. Apavorados,
amparam-se debaixo da escada.

  Apelar
recorrer: Apelou da emoção para a razão. Eça apelou a S. Antônio. Apelou grosseiramente
para a ignorância.
interpor recurso: O advogado apelará da sentença para o Supremo Tribunal.

 Aprazer
agradar, interessar: Vem quando lhe apraz. Aprouve-me (de) voltar logo.

 Arbitrar
resolver, sentenciar: O juiz arbitrou-lhe o pagamento da pensão. Devia arbitra-lo a pagar as
custas.
 Argüir
acusar: Argúi o marido de abandono do lar. O remorso argúi-o.
reprovar: Ela argüia-lhe o descaso no trato das coisas públicas.
demonstrar: O seu procedimento argüia a serenidade da situação.
examinar, questionar: Os examinadores argüiram longamente os acadêmicos.

 Argumentar
arrazoar, racionar: A acusação argumentou com provas contra o réu.
servir de prova: A omissão argumenta a favor de (ou contra) Nelson.

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discutir: O mestre se abstém de argumentar com ela sobre religião.

 Aspirar
inalar, respirar: Aspiravam o ar da manhã na praia.
desejar muito: Aspiramos a uma vida melhor. Você aspira ao cargo? Não aspiro a ele (com
este significado, não se usa –lhe, -lhes)

 Assegurar
garantir: O estudo assegura uma vida mais intensa. Asseguro-lhe que irei.
convencer: Asseguraram-no de um processo rápido.

 Assentir
concordar: O promotor assentiu em rever o caso.
aceder: A mãe assente aos desejos da filha.

 Assistir
socorrer: O médico assiste (a) o paciente.
cuidar: O tutor assiste o órfão.
presenciar: ontem assistiu ao jogo? Não assisti a ele (não se usa –lhe).
caber: Não lhe assiste o direito de criticar.
auxiliar: O serviço social deve assistir aos desabrigados.
morar: Há tempos que assistem em Moji das Cruzes.

 Atender
dar atenção: Não atenderam as (ou às) ponderações da defesa.
considerar: Atende, antes de tudo, as (ou às) próprias necessidades.
observar: Atendiam de longe aos acontecimentos.
acatar: Atendeu aos conselhos dos familiares.
acolher: Aqui atende os que o procuram.
deferir: O diretor atendeu as reivindicações.
receber: O governador não atenderá os grevistas.

 Atingir
tocar, acertar: Atingiu suavemente o rosto. Atingiu o alvo.
conseguir: Atingiram as metas programadas.
dizer respeito: Este decreto não nos atinge.
alcançar: A abstenção de votantes atingiu (a) um grau elevado. Muitos alunos não atingiram
(a) o que o mestre explicava.

 Avisar
informar: Avisamos-lhe que o preço subiu. Avisamo-lo de que o preço subiu.
prevenir: Avisei-os das dificuldades da prova. Avisei-o para que vendesse. As autoridades
sanitárias avisam os fumantes sobre o perigo de fumar.

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 Avocar
atrair: Avocou os descontentes ao partido.
atribuir-se: O tribunal avocou a si o processo.
fazer voltar: O temor avocou-lhe a solidariedade.

 Carecer
não ter: A reclamação carece de importância.
precisar: O acidentado ainda carece de cuidados médicos. Vocês não carecem voltar aqui
neste mês.

 Chegar
vir: Elas já chegaram. Chegou cedo ao fórum. Cheguei a casa bem tarde.
bastar: O salário não chega para as despesas.
atingir: Os gastos do escritório chegaram a R$ 15.000,00 neste mês.
ir a ponto de: Chegou a parar de fumar por causa dela.

Note bem: Com verbos que indicam movimento, destino, deve-se usar a preposição a e não a
preposição em. Daí:
Chegar a casa.

 Cogitar
tencionar: Cogito seguir carreira na magistratura.
planejar: Cogitamos uma grande festa de formatura.
cuidar: Não cogitava de fazer um seguro mais abrangente.
meditar: Após cogitar no caso, encontrou várias soluções. Cogitei disto.

 Comparecer
aparecer, ir: Deve comparecer hoje a reunião. Comparecerá ao (ou no) tribunal amanhã.
Compareceu perante (ou ante) o juiz.
 Comunicar
participar: Comunicou-lhe que reunião foi adiada sine die.
transmitir: Comunicará os resultados para a assembléia.
ligar-se: A sala comunicar com os dois quartos.
levar: Uma das portas comunica para o terraço.
falar: As garotas comunicam-se entre si.
participar: Comunicou o casamento.
transmitir-se: O entusiasmo comunicou-se aos presentes.

 Comutar
Atenuar: O juiz comutou em multa a pena de prisão.
Trocar: Comutaram uns produtos por outros com comerciantes estrangeiros.

 Consignar
declarar: os jornais não consignaram estas falcatruas.
entregar para ser negociado em comissão: A editora consignou-lhe cem exemplares.
dedicar: Em sessão solene, consignou elogios ao notável jurista.

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 Consistir
constituir-se: Seu lazer consiste em ler romances policiais.
compor-se: O patrimônio consiste em imóveis e veículos.

 Custar
obter-se com: A classificação custou-lhe muito estudo.
valer: Estas jóias custam muito caro.
ter dificuldades: os meninos, geralmente, custam mais a falar.
ser difícil: Custa-me chegar, (verbo na 3.ª pes. sing., varia o pronome: te, lhe...)

 Decidir
resolver: Decidiu rapidamente a questão. Decidi que seria melhor voltar.
opinar, sentenciar: O tribunal decidiu ontem o pleito.
convencer: O advogado conseguiu decido-lo a não recorrer.
pronunciar-se: O júri decidiu-se pela condenação. Decidiu-se contra o réu.
 Declinar
desviar-se do rumo: O foguete declinou e explodiu.
descair, inclinar-se: O terreno declina para o rio. O sol declina no horizonte.
decair: O organismo declina na velhice. Sem modernizar-se, eles declinam.
recusar: Declinei (d)estas responsabilidades e (d)estas honras.
enunciar: Declinou ao delegado o endereço dos cúmplices.

 Defrontar
pôr frente a frente: O policial defrontou-o com o denunciante.
encarar: defrontou (com) os adversários. Defrontei(-me) com um louco.

 Deparar
encontrar de repente: Deparei (com) um bom amigo ontem no fórum.
encontrar: O grupo deparou solução ao problema.
surgir: As ocasiões se lhe depararam.

 Dignar-se
condescender, haver por bem: O desembargador dignou-se de receber-me. Digne-se,
Excelência, aceitar meus sinceros cumprimentos pelo discurso.
 Emprestar
ceder: Emprestou ao colega livros de Direito Romano.
dar: Aquela situação emprestava-lhe muitas preocupações.
dar a juros: O banco emprestou-lhe o dinheiro a juros subsidiados.

 Esposar
casar: O sacerdote esposou-os. Esposou-se com uma nutricionista.
tomar a seu cuidado: Esposaram estes encargos com dedicação.
defender: Esposou a causa dos desamparados.

 Esquecer

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não ter memória de: Esqueceu os nomes dos colegas. Esqueceu-se do nome da colega.
Esqueci-me de trazer o texto. Esqueceu-se de que viajaria.
descuidar: Muitas vezes esqueceu as obrigações.
sair da lembrança: Esqueceram-lhe os momentos de felicidade.

 Esquivar
evitar: Esquivaram um encontro com o acusador. Esquivou-se a uma visita.
tratar com desdém: Muitos a esquivam.
eximir-se: Não se esquiva de suas obrigações.
afastar-se dissimuladamente: Foi o primeiro a esquivar-se.

 Estabelecer
firmar: Estabeleceu um ótimo conceito na praça.
constituir: Estabeleceu grandes empresas da área de alimentação.
determinar: A constituição estabelece que todos são iguais.
fixar: O domicilio é o lugar onde ele estabelece a sua residência.
instalar: Estabeleceu a sede em Piraçununga. Estabeleceu-se na Mooca.
conceder: O juiz estabeleceu-lhe uma pensão razoável.

 Estribar
pôr os pés nos estribos: Estribou os pés com firmeza.
firmar: Estribou o prédio em terreno firme. O teto estriba(-se) sobre colunas.
fundamentar: estribou a defesa em provas indiscutíveis.

 Eximir
dispensar: Eximiram-no de algumas obrigações. Ninguém o exime à (ou da) indenização de
prejuízos.
esquivar: Exime-se a reuniões. Eximem-se de festas.
isentar, absolver: Os amigos eximiram-no de qualquer culpa.

 Fundamentar
documentar, justificar: O advogado conseguiu fundamentar sua defesa.
basear: Fundamentou-se em testemunhos. Fundamentou a tese em autoridade.
lançar os alicerces: A construtora fundamentou bem o prédio.

 Gostar
achar bom sabor: Gosta de berinjela e de jiló.
ter afeição: Todos gostavam do menino.
ter tendência: Gosta de retórica e de música.
costumar: Gostava de andar pelo parque.
achar bom, agradável: Gostei do projeto. Gostei de que voltassem.
provar, degustar: Gostou vários tipos de vinho.

 Implicar
demandar: Qualquer alteração implica muito planejamento.
envolver: Implicaram a Elisete na alteração de datas.

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antipatizar: Vivia implicando com os colegas.
meter-se: Implicaram-se em grandes empréstimos bancários.

 Importar
trazer para dentro: Importamos petróleo da Venezuela.
resultar: Os desacertos políticos importaram grandes prejuízos ao povo.
envolver: Esta modificação importou grande investimento.
atingir: As novas obras importaram em R$ 1.250.000,00.
convir: Importa conhecer bem a situação.
fazer caso: Não se importe com a inveja. Importo-me de voltar.

 Incorporar
reunir, unir: Vão incorporar as três destilarias. Incorporou-o no (ou ao) pelotão. Incorporam-
no com os outros.
 Informar
comunicar: Informaram-lhe os resultados da pesquisa. Informaram-no dos resultados da
pesquisa. Informaram-no sobre os resultados da pesquisa.
dar parecer: O subchefe informou o processo de modo favorável.

 Interpelar
pedir explicações: Interpelou o suspeito sobre (ou acerca de, a respeito de) suas despesas
injustificadas.
citar o devedor para que cumpra a obrigação: Interpelou o comerciante.

 Interpor
colocar entre: O pai interpôs-se entre os filhos. Interpõe a placa colorida entre a luz e a tela.
opor: A fiscalização interpunha-se ao adiantamento das mudanças.
entrar em juízo: Elas interpuseram embargos a execução da sentença.

 Lembrar
recordar: A brincadeira das crianças lembrava a infância distante. Ainda bem que me lembrei
de trazer as fotos. Lembrei trazer as fotografias.
sugerir: Lembrou que o melhor seria voltarem mais cedo.
advertir: Lembrei-lhe que deveria ser mais claro na descrição.
ocorrer: Lembrou-me telefonar-lhe à noite.

 Localizar
encontrar: Localizou logo os artigos do código.
situar-se: O escritório de advocacia está localizado na Praça da Sé.
fixar: O governo localizou os sem-terra em áreas devolutas.

 Morar
Residir: Mora na (ou à – forma antiquada) Rua Traipu. Morava num sobrado. Morava
sozinha.

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estar: A paz mora na alma do justo.

 Necessitar
precisar: Necessito (de) muita tranqüilidade. Necessitou (de) viajar. As artes necessitam (de)
que haja maior apoio da sociedade.
exigir: O prédio necessita (de) reparos. A oratória necessita (de) dedicação.

 Notificar
informar: Notificaram a decisão aos amigos. Notificaram-lhes a decisão.
comunicar segundo as formalidades de praxe ou de lei: Notificar o indiciado da nova data.
Notifiquem-se os reclamados.

 Obedecer
sujeitar-se à vontade de: Devemos obedecer aos regulamentos e as leis. Obedecia-lhe por
respeito. As ordens foram obedecidas integralmente.
 Orientar
indicar o rumo: Orientou o motorista para a direita.
guiar: Orienta seu desempenho por bons princípios. Orientou-se bem antes de apresentar seus
argumentos.
informar-se: Orientou-se nos estudos com o professor Bueno. Antes da compra orientaram-se
sobre a situação da empresa.

 Partilhar
fazer partilha: Partilhou os bens com (ou entre) os filhos.
participar: Partilha o temor com a amiga. Partilho do entusiasmo deles.

 Pedir
solicitar: Pediu ao pai que o acordasse cedo. Pediu-lhe para acorda-lo.
exigir, reclamar: Pediu ao jurados a absolvição da ré.
suplicar: Peça a Deus perdão de seus erros!

 Perdoar
desculpar: Perdoou a dívida ao irmão. Perdoou-lhe o erro. Perdoe ao filho!

 Persuadir
convencer: Persuadiu os alunos de que estava certo. Persuadiu-o a voltar. Quer persuadir-lhe
que o preço é bom. Persuadiu-se a (ou de) viajar.
 Precisar
necessitar: Precisam (de) dinheiro. Preciso (de) que me contem a verdade. Precisam-se
analistas (suj. “analistas”) Precisa-se de analistas. (suj. indeterm.).
especificar: O perito precisou o lugar e a hora.

 Preferir

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escolher: Prefiro o teatro ao estádio. Prefiro ler a ver televisão.

 Presidir
dirigir: Presidir (a) um Estado. Presidiu (a) o tribunal? Presidiu a ele.

 Proceder
ter fundamento: A sua reclamação não procede.
provir: A matéria-prima procede de Brodósqui.
fazer, realizar: Procedeu-se ao recolhimento. Procedeu-se ao inicio da festa.
comportar-se: Procederam muito bem durante toda a viagem.

 Querer
desejar: Continuo querendo o livro. Quis voltar. Quer que voltem logo.
estimar: Querem muito ao pai. Ela lhe quer muito bem.
desejar que seja: A mãe quer o filho um grande advogado.

 Reclamar
protestar: Reclamei contra o abuso de autoridade. As associações de classe reclamam
continuamente.
queixar-se: É uma companhia desagradável, reclama da comida, de tudo.
clamar: Continuamos reclamando (por) nossos direitos.
reivindicar: Reclamam melhores salários e condições de trabalho.

 Recorrer
pedir socorro, proteção: na doença, recorre a Deus. Recorreu ao primo.
valer-se: Recorreu à violência. Recorreu à poupança para comprar o carro.
apelar: Recorrerá da sentença. Recorremos de uma instância para outra.

 Residir
morar: Reside em Ilhéus. Reside na (ou à – forma antiga) Rua Paiçandu. Residiram na Praça
Pio X.
consistir: A dificuldade reside no pouco esforço de alguns.

 Responder
comunicar em resposta: Respondeu a proposta ao anúncio. Respondeu sim. Respondeu a uma
série de quesitos.
equivaler: Os lucros não respondiam aos grandes investimentos.
retribuir: Respondeu bem aos cuidados.
ser responsável: Em caso de evicção, eles respondem pela importância.

 Resultar
provir: Resultaram-lhe muitos lucros da decisão tomada.
redundar: Seus planos resultaram em estrondosos fracassos.

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 Sentar
pôr sobre um assento: Sentou o filho menor no sofá. Sentou-se sobre o muro.
tomar assento: Sentou-se à mesa para o almoço. Sentou-se na mesa e ficou balançando os pés.
Sentaram-se todos em redor da fogueira.

 Servir
prestar serviços: A copeira serviu café aos visitantes.
convir: Estas amizades não lhe servem, meu filho.
estar ao serviço: Ele serve o presidente há muitos anos.
tomar uma posição: não quer servir-se da salada?

 Simpatizar
agradar-se: Simpatizo bastante com os que se dedicam.
aprovar: Os jurados simpatizaram com a argumentação do promotor.
ter simpatia recíproca: Simpatizaram-se no primeiro encontro.

 Situar
colocar: O autor situou bem a questão dentro do contexto.
edificar: Está em hotel sito no Centro. A firma está situada na Rua Quinze.
pôr-se: Situaram-se no salão à direita da entrada. Situa-se entre os melhores.

 Suceder
acontecer: Não lhe sucedeu nada disto que contou. Sucedeu o que eu previa.
vir após: Nas fabricas, a eletricidade sucedeu ao vapor. Os filhos sucederam ao pai na
administração dos negócios. Sucederam-lhe muito bem.
repetir-se: As pesquisas sucedem-se e não se encontra solução alguma.

 Transcender
ultrapassar: O avião transcende as montanhas num instante.
exceder: A saúde pública transcende os interesses partidários.
sobressair: Transcende os colegas em inteligência e dedicação.

 Transigir
ceder: O senador transigiu com a comissão em alguns itens. Transigiram com a maioria sobre
a privatização de algumas empresas estatais.
ser tolerante: Não se pode transigir na disciplina. Não transija com os desonestos.
Infelizmente, transigiu sobre um assunto tão importante.

 Usufruir
ter posse e gozo de: O usufrutuário pode usufruir o prédio.
desfrutar, gozar: Procura usufruir (d)os momentos de tranqüilidade.

 Usurpar
tomar a força: Usurpou a presidência ao eleito legitimamente.
conseguir fraudulentamente: Usurpou a maior parte da herança.

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privar: Usurpou aos familiares a alegria de uma grande comemoração.

 Vir
chegar: Os clientes vieram ao (ou para o) escritório. Ela veio até a janela. Veio de Franca
para São Paulo. Com a emoção, vêm lágrimas aos olhos.
ocorrer: Vieram-lhe fortes emoções. Veio-lhe um ruim pressentimento.
aduzir: A defesa veio com argumentos discutíveis.
regressar: Vieram do Nordeste após um mês de trabalho.
descender: Eles vêm de uma família tradicional na cidade.

 Visar
pôr o visto: O gerente visou o cheque.
mirar: Visou o alvo com cuidado e acertou o tiro.
objetivar, pretender: Visava ao bem da população. O artista visa um fim estético em suas
obras.

EXERCÍCIO

1) – Complete, se necessário, com preposições, artigos ou pronomes:

a) Ao advogado alvitrou-se _________que aduzisse _____outros argumentos.


b) Irá apelar _______o pronunciamento ________instância superior.
c) Esta medida agravará _______contribuinte ______mais impostos.
d) Ainda não ajuizaram _______ pleito.
e) Deverá arbitrar ______requerente _______pagamento das custas.
f) Os oligopólios acordaram_______ praticar preços mais altos.
g) A matriz alienou __________ filial os veículos de entrega.
h) O causídico agravou ________ condenação.
i) Deverá argüir _________ médico _______ negligência no tratamento.
j) Todos aspiram ______ uma posição de destaque.
k) O deputado advogou _______ melhoria de condições do ensino.
l) A repartição fiscalizadora assentirá ________ prazo maior.
m) O sindicato quer que atendam _______ todas as reivindicações.
n) Talvez possa comparecer _________ sessão plenária.
o) Pronunciou-se sim. Decidiu _______________ adiantamento.
p) Não quero argumentar ________ você ________ política partidária.
q) O trabalho dele consiste ______ defender os imigrantes clandestinos.
r) Os policiais defrontaram- ____________ os possíveis assaltantes.
s) Você assistiu _________ debates sobre menores carentes͍
t) O tribunal comutará ______ prestação de serviços _____ pena.
u) Na assembléia, foi consignado ________ ato de louvor _____ sindico.

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v) Esqueceram _______________ trazer as fotos do veiculo acidentado.
w) Avisei ________ clientes sobre os riscos da proposta.
Palavras relacionadas com o ato de matar

Ambicídio
Homicídio-suicidio. Pacto de morte celebrado entre duas pessoas. Othon Sidou (Dicionário
jurídico) cita um dos mais célebres ambicídios de que se tem noticia: a tragédia de Mayer - ling,
na Áustria, no final do século XIX, envolvendo um príncipe.
Conjungicídio
Crime cometido contra o próprio cônjuge. Tem o vocábulo, por conseguinte, o mesmo sentido
de uxoricídio ou matricídio.
Fratricídio
Crime cometido por aquele(a) que mata ou assassina o(a) próprio(a) irmão(ã)
Infanticídio
Crime em que a própria mãe, sob influencia do estado puerperal, durante ou logo após o parto,
mata seu filho recém-nascido. Fora da influencia desse estado, o crime já se caracteriza como
homicídio.
Magnicidio
Assassínio de pessoa importante ou personalidade eminente, geranlmente chege de Estado.
Mariticídio
Crime cometido pela mulher contra o próprio marido.
Matricídio (do latim matricidium)
Crime de morte em que o filho mata a própria mãe.
Parricídio (do latim parricidium)
Crime de morte em que o filho mata o pai, a mãe ou qualquer dos ascendentes.
Regicídio
Assassínio de um rei ou soberano.
Uxoricídio
Crime praticado pelo marido contra sua própria mulher.
1) – Escreva o vocábulo a que se refere à explicação. Os vocábulos são:
ADJUDICAR – EMENTAR – ADIMPLIR – RESILIR – ALIENAR – USUCAPIR –
PRESCREVER – EXCUTIR
a) Transferir para outra pessoa o domínio de coisa ou o gozo de direito que é nosso. =
_______________________________________________________________
b) Executar os bens do devedor principal e, depois, os do fiador, se os primeiros não forem
suficientes para cobrir a dívida. = ____________________________

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c) Obter, pela prescrição aquisitiva, propriedade que já possuía, por um tempo definido em
lei. = __________________________________________________
d) Extinguir-se a punibilidade do autor de um crime ou contravenção, a qual se conservou
sem exercício por certo lapso de tempo. = ______________________
e) Cumprir um contrato, executar uma obrigação. = _________________________
f) Dissolver ou rescindir um contrato quase sempre sucessivo, por acordo e mútuo
consentimento ou por iniciativa de uma das partes, quando de direita esta for. =
________________________________________________________________
g) Resumir conteúdo de uma sentença ou acórdão ou o que há numa lei, decreto, provisão,
alvará para a assinatura da autoridade com competência para a referenda ou decretação.
= ___________________________________________
h) Transferir bens do patrimônio do devedor para o do credor ou de uma pessoa para outra
em decorrência de execução, de sucessão ou, ainda, de venda. =
________________________________________________________________

2) – Repita o mesmo procedimento do exercício anterior com os vocábulos a seguir:


CURADOR – DEPRECANTE – COMITENTE – PROSCRITO – TUTOR – SENHORIO
– VERDUGO – ENFITEUTA
a) Pessoa que foi desterrado, emigrada. = _________________________________
b) Pessoa que tem ou recebe o domínio útil de um prédio. =
________________________________________________________________
c) Pessoa indicada para ser executora da justiça ou, mais especificamente, pessoa
encarregada de efetivar a pena de morte. = ______________________________
d) Pessoa a quem é dada a comissão ou encargo, por investidura legal ou judicial, de zelar
pelos bens e pelos interesses de outra pessoa que não possa faze-lo por si mesma. =
______________________________________________________
e) Pessoa que confira a outra tarefa de comprar, vender ou praticar qualquer ato, sob suas
ordens e por sua conta, consoante remuneração acordada. =
________________________________________________________________
f) Pessoa encarregada de dirigir a pessoa do menor e de administrar-lhe os bens, cuidando
da assistência e educação, como se fora o próprio pai, podendo ter investidura legal,
testamentária, dativa, oficial, de fato e ad hoc. =
________________________________________________________________
g) Pessoa (juiz) que requisita a outra (juiz ou juízo), de jurisdição estranha a sua, prática de
ato ou diligência necessária no andamento do processo. =
________________________________________________________________

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h) Pessoa que reveste da condição de dono, proprietário, tanto nos casos de enfiteuse,
quanto nos de locação ou arrendamento. =
________________________________________________________________

3) – Repita o mesmo procedimento do exercício anterior com os vocábulos a seguir:


BÍGAMA – ADÚLTERA – AMÁSIA – TUTRIZ – BINUBA – SEPTUAGENÁRIA –
NÚBIL – MULTÍPARA – NULÍPARA – NUTRIZ – NUTRÓLOGA – NONAGENÁRIA
Todas as frases se iniciam com a expressão: Mulher que.....
a) se casou duas vezes é _______________________________________________
b) está em idade de se casar é __________________________________________
c) não teve nenhum parto é ____________________________________________
d) possui dois cônjuges simultaneamente é ________________________________
e) amamenta, ama-de-leite, é ___________________________________________
f) já teve muitos partos é ______________________________________________
g) se especializa no estudo sistemático de problemas de alimentação é
________________________________________________________________
h) é encarregada legalmente de cuidar da assistência e da educação de um menor é
________________________________________________________________
i) transgride a regra da fidelidade conjugal é ______________________________
j) vive ou coabita em estado de casada com um homem é ____________________
k) está na casa dos setenta anos é________________________________________
l) esta na casa dos noventa anos é _______________________________________

EXERCÍCIOS – PRONOMES
1) Use eu ou mim:
a) Muito tranqüilo, veio até _____________________ .
b) Sem ti e _____________________ não resolveriam.
c) Não fará sem __________ autorizar.
d) Insurgiu-se contra você e _____________ .
e) Foi ótimo para ________ voltar cedo.
f) Pediu para ________ ter o processo.

2) Substitua os complementos verbais por pronomes pessoais:


a) Adquirimos vários exemplares. ___________________________________________
b) Obedece aos regulamentos. ______________________________________________
c) Vou procurar os extratos. _______________________________________________
d) Luís obtém boas notas. _________________________________________________

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3) Preencha com pronomes demonstrativos:
a) ______________________ seu parecer aqui está completo?
b) _______________________ que acabo de ver é revoltante.
c) ________________________ imóvel que ele vendeu estava reformado ?
d) ______________________ trecho aí é obscuro.
e) N ____________________ tempo não havia luz elétrica.
f) Que é ______________ no céu ?

4) Preencha com que ou o qual:


a) O contrato sobre ______________________ não há pendências foi assinado.
b) O caso a _____________ me refiro é novo.
c) O dinheiro com ________________ comprou foi poupado durante anos.

5) Use prenomes relativos, com ou sem preposição:


a) Há algo ________________ damos valor?
b) Rui Barbosa é um escritor _________________ damos valor ?
c) Esta é a casa ____________________ reside.
d) O livro ____________ me referi já está esgotado.
e) A reunião ___________ lhe falei não foi feita ainda.
f) Comprei as frutas _________________________________________ ela mais gosta.
g) Este é o professor ______________________________________ orientação desejo.
h) São momentos ______________________________________ sempre me lembrarei.
i) É o conto _____________________________________leitura muito nos emocionou.
j) O financiamento ____________________________ necessitamos é bastante elevado.
l) É um advogado _____________________________________ conhecimentos confio.
m) Era o incentivo ___________________________ precisava para terminar o trabalho.
n) Os documentos ________________________________ me esqueci estão no cartório.
o) Respeite o pai ________________________________ dedicação à família é notável.
p) O escritório ____________________________ eles se mudaram está perto do fórum.
q) Os argumentos ___________________________ elas estribaram a defesa são fracos.
r) O simpósio __________________________ compareci foi extremamente proveitoso.
s) A órfã _______________________________________________ ele assiste é surda.
t) É a pena _____________________________________________________se decidiu.

6) Por meio de pronomes relativos, organize períodos juntando as orações, sem alterar a
significação:
a) Na entrada, vi a recepcionista. Pedi uma informação à recepcionista.

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_____________________________________________________________________________
_______________________________________________________________
b) Encontrei o pedido. Os artigos do pedido já foram entregues.
_____________________________________________________________________________
_______________________________________________________________
c) Ontem assisti a um belo espetáculo. Gostei do belo espetáculo.
_____________________________________________________________________________
_______________________________________________________________
d) Cíntia mora num condomínio. O condomínio é distante do escritório.
_____________________________________________________________________________
_______________________________________________________________
e) Foi difícil conseguir a revisão. Muitos se opunham à revisão.
_____________________________________________________________________________
_______________________________________________________________
f) A vitima estava no hall do prédio. Perto da vitima havia uma pedra.
_____________________________________________________________________________
_______________________________________________________________

7) Reescreva os períodos empregando: cujo (a):


a) Fez declarações das quais a veracidade for contestada.
______________________________________________________________________
b) Olharam para a nova colega da qual ninguém sabia o nome.
______________________________________________________________________
c) A comédia à representação da qual eu assisti não me agradou.
______________________________________________________________________
d) Subimos um morro do alto do qual se avistam várias cidades.
______________________________________________________________________
e) Os tratado o autor dos quais faleceu ontem são notáveis.
______________________________________________________________________
f) O colega na casa de quem a turma se reúne viajará amanhã.
______________________________________________________________________
g) Há muitos réus os processos dos quais serão revistos.
______________________________________________________________________
h) O número do telefone do qual ela se lembrou foi alterado.
______________________________________________________________________

Emprego dos discursos direto e indireto

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Emprego de verbos declarativos ou dicendi
Othon M. Garcia (1986, p.129ss) adota uma classificação dupla para os verbos usados
nos diálogos, encontrados na literatura de ficção (romances, contos), dos quais a entrevista
jornalística faz amplo emprego. O narrador pode optar pelo discurso direto – transcrição da
fala do interlocutor – ou pelo discurso indireto – isto é, a transmissão da essência do
pensamento do entrevistado.
1.1– Classe: Verbos declarandi ou dicendi (de declaração)
1.1.1 Definição: São os verbos de elocução. A elocução refere-se à maneira pela qual
alguém se expressa, quais palavras usa para fazê-lo.
1.1.2 Áreas semânticas: (GARCIA, 1986, p.131)
DIZER – afirmar, declarar;
PERGUNTAR – indagar, interrogar;
RESPONDER – retrucar, replicar;
CONTESTAR – negar, objetar;
CONCORDAR – assentir, anuir;
EXCLAMAR – gritar, bradar;
PEDIR – solicitar, rogar;
EXORTAR – animar, aconselhar;
ORDENAR – mandar, determinar.
1.2– Classe :
Verbos sentiendi ou de sentir (assim chamados, por analogia aos dicendi).
1.2.1 Definição: Esses verbos são vicários ou variações dos verbos de elocução, pois
fazem as vezes destes. Ou seja: do ponto de vista lógico-sintático presumem a existência de um
legítimo dicendi oculto. Mas, como variação dos dicendi, expressam a carga de afetividade
presente na língua falada.
1.2.2 Áreas semânticas: Expressam estado de espírito, reação psicológica, emoções,
atitudes, gestos, etc. Ex. (Othon Garcia, op. cit.): GEMER, SUSPIRAR, LAMENTAR(SE),
QUEIXAR-SE, EXPLODIR, ENCAVACAR, etc.
1.3– Funções:
1.3.1 Indicar o interlocutor que está com a palavra.
1.3.2 Permitir a adjunção de orações adverbiais (quase sempre reduzidas de gerúndio)
ou expressões de valor adverbial, com que o narrador sublinha a fala das personagens,
anotando-lhes a reação física ou psíquica. Em síntese, a função dos verbos dicendi é retratar o
comportamento – em determinada circunstância - ou mesmo o caráter das personagens.
Ex.: “Eu tenho aqui uma lista de nomeações do PL para encaminhar”, disse Costa Neto
entregando... Hargreaves não titubeou. Sem olhar a lista, foi logo prometendo: “Pode deixar
comigo. Vou examinar com todo carinho”. (IstoÉ, 2.6.1993, no. 1235, p.21)
Segue glossário de verbos dicendi e sentiendi, em ordem alfabética.

Abordar Admirar-se Ajustar Ameaçar


Acentuar Admitir Alardear Amenizar
Aconselhar Admoestar Alegrar-se Anotar
Acreditar Advertir Alertar Analisar
Acrescentar Alegar Alfinetar Animar(se)
Acusar Afirmar Aludir Antever
Adiantar Ajuntar Alinhar Anuir
Anunciar Compreender Denunciar Endossar
Apontar Comprometer-se Deplorar / Depor Enfatizar

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Apostar Comprovar Derramar-se Enfocar
Apregoar Comunicar Desabafar Engatilhar
Argüir Conclamar Desafiar Ensinar
Arriscar Concluir Desarmar-se Entender
Argumentar Concordar Descansar Entusiasmar-se
Arrematar Condenar Descartar Enumerar
Arrolar Confessar Descobrir Esbravejar
Assegurar Confiar Desconfiar Escandalizar-se
Asseverar Confidenciar Desculpar-se Escapar
Desdenhar Ensinar Gritar
Assinalar Confirmar Esclarecer
Ponderar
Desenvolver Entender
Assustar-se Confundir-se Esconjurar
Historiar Precisar
Atacar Congratular-se Desesperar-se Espantar-se
Atestar Conjecturar Desmentir Esquivar-se
Atribuir Consolar-se Destacar Estabelecer
Avaliar Constatar Determinar Estimar
Avisar Contabilizar Devolver Evidenciar
Balbuciar Contar Diagnosticar Exagerar
Bradar Contemporizar Discordar Exclamar
Bravatear Contestar Discorrer Exemplificar
Brincar Contra-atacar Discursar Exigir/ Eximir-se
Calcular Contradizer Disfarçar Exortar/Explanar
Censurar Contrapor-se Disparar Explicar
Chamar a atenção Credenciar-se Distinguir Explicitar
Citar Crer Divertir-se Explodir
Classificar Criticar Dizer Expor
Cobrar Decepcionar-se Elogiar Expressar-se
Comemorar Declarar(se) Elucidar Exprimir-se
Comentar Defender(se) Emendar Extasiar-se
Comparar Definir(se) Emocionar-se Externar
Complementar Deixar escapar Encavacar Exultar
Completar Demonstrar Encerrar Falar
Fazer coro Mentalizar Raciocinar Resumir
Festejar Minimizar Reafirmar Retrucar
Filosofar Mostrar Reagir Revelar

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Finalizar Murmurar Rebater Revidar
Frisar Narrar / Negar Receitar Revoltar-se
Fulminar Nomear / Notar Reclamar Rezar
Gabar-se Objetar Recompor-se Rugir
Garantir Observar Reconhecer Sacramentar
Gemer / Gritar Opinar Recordar(se) Salientar
Hiperbolizar Ordenar Redimir-se Segredar
Historiar Ordenar Refazer-se Sentenciar
Identificar Orgulhar-se Refletir Simplificar
Ilustrar Pedir Reforçar Sintetizar
Imaginar Penitenciar-se Regalar-se Solicitar
Incentivar Pensar Registrar Sonhar
Indagar Perguntar(se) Regozijar-se Sublinhar
Indicar Ponderar Rejeitar Sugerir
Indignar-se Precisar Rejubilar-se Supor
Informar Preconizar Relacionar Suspirar
Insistir Predizer Relatar Sussurrar
Interpretar Pregar Relativizar Sustentar
Interrogar Preocupar-se Relembrar(se) Tachar / Temer
Ir (mais) além Prever Rememorar Teorizar
Ironizar / Irritar-se Proclamar Replicar Terminar
Isentar-se Profetizar Resguardar-se Testemunhar
Jurar Prognosticar Resignar-se Titubear
Justificar(se) Propor Resistir Transmitir
Lamentar(se) Propugnar Resmungar Trombetear
Lamuriar-se Prosseguir Responder Vaticinar
Lembrar(se) Protestar Responsabilizar-se Ver / Viajar
Limitar-se a dizer Provocar Ressaltar Vibrar
Manifestar-se Queixar-se Ressalvar Vociferar
Maravilhar-se Questionar Ressentir-se Zombar
2 VERBOS E PRONOMES NOS DISCURSOS DIRETO E INDIRETO
2.1–Salvo em casos excepcionais, há correspondência regular entre os tempos e os
modos verbais. Assim, quando o verbo da fala está no presente do indicativo e o da oração
justaposta, no pretérito perfeito, o primeiro verbo vai para o pretérito imperfeito do indicativo,
mas o segundo não sofre alteração.
DISCURSO DIRETO DISCURSO INDIRETO
– Vou realizar muitos projetos neste Disse-lhe que iria realizar muitos

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ano, disse-lhe. projetos naquele ano.
OBS.: Caso a ação declarada na oração integrante (discurso indireto) perdure no
momento em que se fala, o verbo mantém-se no presente do indicativo: “Disse-lhe que estou
com preguiça neste ano”. O demonstrativo – neste – permanece também inalterado.
2.2- Se ambos os verbos – o da fala e o da oração justaposta – se acham no presente do
indicativo, assim permanecem no discurso indireto; o mesmo ocorre com o pronome
(demonstrativo):
DISCURSO DIRETO DISCURSO INDIRETO
– Estou sem planos neste ano, diz-lhe. Ele diz que está sem planos neste ano.
OBS.: O verbo dicendi vem no presente do indicativo somente quando há um mediador
entre o autor da fala e o destinatário do texto.
3– POSIÇÃO DO VERBO DICENDI /SENTIENDI
3.1- No Discurso Direto de moldes tradicionais (que vigoraram até o início da escola
realista), o verbo dicendi vem no meio ou no fim da fala, e excepcionalmente antes.
3.2– No jornalismo contemporâneo, encontramos mais freqüentemente o verbo
dicendi/sentiendi no fim das frases. Essa localização se deve ao fato de as frases reproduzidas
serem de pequena extensão.
Ex.: “Todo mundo diz que as fofocas saem do Palácio”, disse Corrêa. (IstoÉ, 2.6.1993,
no. 1235, p.21)

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. Aprenda a escrever,
aprendendo a pensar. 13.ed. Rio de Janeiro: FGV, 1986. (Biblioteca de Administração
Pública, 14)

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