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Língua Portuguesa

Aula 5 - Noções de Ortografia


INTRODUÇÃO

Você já parou para pensar no quanto a escrita é importante?

Seja no âmbito acadêmico, seja no campo profissional, a todo o tempo, precisamos nos valer dela para nos comunicarmos, não é mesmo?

E para que essa comunicação seja eficiente, é necessário adequar a linguagem a cada contexto em que será usada.

Nesta aula, interessa-nos auxiliá-lo a criar textos claros, concisos, coerentes e corretos, de acordo com o padrão de linguagem exigido por cada
situação comunicativa.

Aqui, trataremos, especificamente, de ortografia e acentuação - tópicos essenciais para uma boa escrita.

OBJETIVOS
Reconhecer algumas regras de ortografia e de acentuação;

Refletir sobre os usos da língua quanto à grafia das palavras;

Identificar diversas formas de comunicação dependentes do uso da correta grafia das palavras.
NECESSIDADE DE ACENTUAÇÃO
Vamos começar esta aula conversando um pouco sobre acentuação.

Fonte da Imagem:

Hoje em dia, é muito comum

as pessoas não acentuarem

as palavras quando

escrevem, não é mesmo?


Isso acontece porque os meios de comunicação utilizados – como, por exemplo, os smartphones – exigem rapidez na hora da escrita, o que faz
com que muitos simplesmente ignorem esse recurso ortográfico.

Entretanto, como já estudamos antes, nem sempre, podemos dar à língua um uso informal. Há vezes em que é preciso utilizar a norma culta, e a
correta grafia das palavras torna-se necessária, certo?

Caso queira ver a tradução para Libras, clique aqui.

Assista ao vídeo a seguir e veja como um erro de acentuação pode prejudicar a interpretação de um texto.

VÍDEO

EXEMPLOS DE ERROS DE ACENTUAÇÃO

Vamos analisar, agora, alguns exemplos que apresentam problemas de acentuação:


Atenção
,
Apesar de apresentar erros de acentuação, nenhum desses exemplos prejudica o sentido da leitura, mas, certamente, influencia a credibilidade do texto.

REGRAS DE ACENTUAÇÃO

Agora, vamos tentar sistematizar um pouco

o assunto tratado até aqui?


Quando nos referimos à acentuação de uma palavra, significa que vamos marcar determinada sílaba tônica com um acento – seja este agudo (´), seja circunflexo
(^). A sílaba tônica é aquela pronunciada com mais intensidade.
Mas, para entendermos um pouco as regras de acentuação, será necessário verificarmos que, na Língua Portuguesa, há somente três posições para a sílaba
tônica.
São elas:
Última sílaba

café, papel, também;


Penúltima sílaba

janela, mesa, salário;


Antepenúltima sílaba

paralelepípedo, xícara, pássaro.

E qual é a relevância disso? Vejamos...


Na Língua Portuguesa, há regras simples de acentuação, que se baseiam na tonicidade das sílabas nas palavras. Vejamos quais são essas regras de
acordo com a posição da sílaba tônica nos vocábulos.
Antepenúltima sílaba

Todas as palavras cuja sílaba tônica é a antepenúltima são acentuadas.

Observe, no exemplo ao lado, que o autor da placa NÃO seguiu essa regra.

A palavra “única” é proparoxítona.

Por isso, leva acento.

Última sílaba

Quando a sílaba tônica for a última e a palavra terminar em -a, -e, -o e -em, seguidos ou não de -s, o vocábulo será acentuado.

Exemplos:

cajá, café, cipó, também.

A menina da foto ao lado ficou famosa porque corrigiu um erro de acentuação no letreiro de entrada de sua cidade.

A sílaba tônica do substantivo “Guará” é a última. Como a palavra termina em -a, deve receber acento gráfico.

Atenção!

Leia a reportagem na íntegra: Pichação do bem (glossário) – estudante corrige erro em letreiro de cidade no DF.

Última sílaba
Em português, o grupo de palavras cuja sílaba tônica é a penúltima é muito grande. Por isso, há muito mais regras para a acentuação de paroxítonas.

Acentuamos aquelas que NÃO terminam em -a, -e, -o, -em e seus plurais – exatamente o oposto do que vimos anteriormente.

Exemplos:

Sabia x sabiá;

Maio x maiô;

Atlas;

Atrás;

Xale;

Chalé;

Mentem;

Mantém.

Mas isso serve para todos os casos?

Vejamos um exemplo.

O vocábulo “gaúcho” não foi acentuado nessa placa, mas leva acento. Você sabe por quê? Apesar de ser uma palavra paroxítona terminada em -o,
esta é uma exceção da Língua Portuguesa: o “u” tônico forma um hiato e está sozinho na sílaba (ga – ú – cho). Por isso, o termo requer acentuação.

As palavras paroxítonas cujas vogais tônicas “i” e “u” são precedidas de ditongo decrescente NÃO são acentuadas.

Exemplos: feiura, baiuca.

Já que quanto mais usamos uma palavra, mais dominamos sua grafia, vamos refletir um pouco a respeito dos usos da língua. Para isso, assista ao
vídeo a seguir e entenda melhor a acentuação das paroxítonas:

VÍDEO

CRASE
Vamos tratar, agora, de um assunto que muito assombra aqueles que desejam escrever adequadamente, de acordo com a norma padrão da Língua
Portuguesa: a crase (`).

Esse sinal é o resultado da união de duas vogais idênticas:


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Tal união é marcada por aquilo que chamamos de acento grave – e não de crase.

O uso do acento indicativo de crase é mais importante do que possa parecer, pois nos auxilia na depreensão correta dos sentidos de uma frase.

Como você viu, usamos a crase antes de substantivo feminino e depois de palavra que exige a preposição “a” em seu complemento.

Simples: substituímos o que está no feminino pelo masculino.

Mas quando podemos deixar a crase de lado?

Para descobrir, assista ao vídeo a seguir.

VÍDEO
Veja, agora, alguns exemplos importantes quanto ao uso da crase apresentados por Piacentini (2014):

Anexar

Na segunda aula desta disciplina, você estudou a regência de alguns verbos e nomes.

Analise os exemplos a seguir com o verbo “anexar”:

Favor, anexar à folha o mapa estatístico.

Favor, anexar a folha ao mapa estatístico.


Esse verbo é bitransitivo e tem o sentido de “juntar, incorporar” um objeto ou alguém a outro.

Logo, necessita de um complemento direto (sem preposição) e um indireto (com preposição).

Na primeira frase, o mapa deve ser unido à folha. Já na segunda, solicita-se o oposto: a folha tem de fazer parte do mapa.

Sugerir

O verbo “sugerir” pode ter duas regências: sugerimos algo a alguém – com dois complementos (direto e indireto) – ou, simplesmente, sugerimos
algo. Analise os exemplos a seguir: 

Sugeriu à diretoria a concentração de esforços nas fábricas e no campo.

Sugeriu a diretoria que concentrássemos esforços nas fábricas e no campo.

Na primeira frase, a sugestão é dada à diretoria. Disso resulta o uso da crase. Lembra-se da regra de substituição da palavra do gênero feminino para
o masculino? Se mudarmos “diretoria” por “donos”, teremos: 

Sugeriu aos donos a concentração de esforços nas fábricas e no campo.

Nesse caso, há, portanto, acento indicativo de crase. Já na segunda frase, “a diretoria” é o sujeito da oração principal, e a sugestão é dada por ela. Se
colocarmos a frase na ordem direta, teremos:

A diretoria sugeriu que concentrássemos esforços nas fábricas e no campo.

Saiba mais
,
Para saber mais sobre o acento grave, leia os seguintes textos:,
,
A ponte e a crase (galeria/aula5/docs/a_ponte_e_a_crase.pdf);
Uso da crase através da literatura de cordel (galeria/aula5/docs/uso_da_crase_cordel.pdf).
Para entender melhor o uso da crase diante de expressões adverbiais femininas, assista ao vídeo a seguir:

VÍDEO

ATIVIDADE
Agora que você já aprendeu a empregar o acento grave, vamos praticar?

Assinale, entre as frases a seguir, aquelas cujo emprego do sinal indicativo de crase está CORRETO:

Devemos obedecer a sinalização.


Devemos obedecer à sinalização.

Justificativa

Devemos respeitar às pessoas mais velhas.


Devemos respeitar as pessoas mais velhas.

Justificativa

Vendeu à vista.
Vendeu a vista.

Justificativa
Eu vou à Brasília e a Bahia na semana que vem.
Eu vou a Brasília e à Bahia na semana que vem.

Justificativa

Ela se referiu à Claudia.


Ela se referiu a Claudia.

Justificativa

Ela se veste à moda de 1980.


Ela se veste a moda de 1980.

Justificativa

Ele saiu as 10h.


Ele saiu às 10h.

Justificativa

A reunião será das 14h às 17h.


A reunião será das 14h as 17h.

Justificativa
INTERNETÊS
Agora, vamos retomar um assunto sobre o qual discutimos, brevemente, na primeira aula: a linguagem utilizada no ambiente virtual.

Todos nós sabemos que, hoje, a internet já se constitui como ferramenta indispensável em nossas vidas. Prova disso é que, neste momento, você
está cursando uma disciplina on-line, certo?

As novas necessidades comunicativas permitem a criação de gêneros textuais típicos da web – como, por exemplo, o e-mail e o bate-papo. E, em
muitos desses tipos de texto, é comum o uso de uma linguagem peculiar: o internetês. Esse termo normalmente é utilizado para designar uma
maneira de escrever pela internet, usando abreviações que favorecem a economia linguística.
Fonte da Imagem:

Em alguns momentos, as situações de comunicação em rede – que exigem uma troca mais imediata – colaboram para a formação de um texto
próximo da oralidade.

Entretanto, CUIDADO para não confundir os ambientes formais e informais! Na internet, também há ocasiões em que precisamos usar a norma culta.

Certamente, ao comunicar-se com um diretor ou gerente de sua empresa por e-mail, por exemplo, você não escreverá algo do tipo:. Koé, blz?

Como você já sabe:

É necessário adequar a língua a seu contexto de uso!


O fato de o texto ser veiculado pela rede mundial de computadores não significa que, em qualquer situação, podemos utilizar o internetês.

Precisamos conhecer bem a Língua Portuguesa, de modo que sejamos capazes de empregá-la de forma adequada, a partir da formalidade ou
informalidade. Veja, a seguir, algumas dicas para não se equivocar quanto à ortografia.

Atenção
,
Para saber mais sobre o assunto, leia os seguintes textos:,
,
Como os erros ortográficos afetam a vida profissional (galeria/aula5/docs/erros_gramaticais.pdf);
Profissional deve ter cuidados com a troca de e-mails no ambiente de trabalho (galeria/aula5/docs/troca_de_e-mails.pdf).

ORTOGRAFIA
Listamos, aqui, alguns termos e algumas expressões em português que muitos empregam de maneira equivocada. Veja como é possível fugir de
erros simples:

POR ISSO

Esta locução explicativa deve SEMPRE ser grafada separadamente.


Exemplo: Fomos à festa. Por isso, conseguimos comer o bolo.

DE REPENTE

Esta expressão também deve SEMPRE ser grafada separadamente.

Exemplo: Chegamos cedo e, de repente, apareceu o chefe.

PORQUÊS

Existem vários porquês na Língua Portuguesa. Saiba em que casos devemos usar cada um deles:

POR QUE = pronome interrogativo no início da pergunta

Exemplo: Por que ela não veio à festa?

POR QUE = pelo(a) qual

Exemplo: A estrada por que passamos era escura e deserta.

POR QUÊ = pronome interrogativo no final da pergunta

Exemplo: Ela não veio à festa. Você sabe por quê?

PORQUE = pois

Exemplo: Ela não veio à festa, porque não tinha uma roupa adequada.

PORQUÊ (substantivo) = motivo, razão

Exemplo: O namorado de Maria sabe o porquê de tudo.

EMINENTE x IMINENTE

Podemos diferenciar estas duas palavras a partir de seu significado. Observe:

EMINENTE = elevado, nobre

IMINENTE = próximo, imediato

Exemplos:

• O eminente líder apresentou suas ideias.

• Perigo iminente!

MAS x MAIS

Podemos diferenciar estas duas palavras a partir de seu significado. Observe:

MAIS = ideia de quantidade

MAS = ideia de oposição (porém, contudo, entretanto, todavia)

Exemplo:

Você sempre gasta mais do que deve, mas consegue juntar dinheiro mesmo assim.

ASCENDER x ACENDER

Podemos diferenciar estas duas palavras a partir de seu significado. Observe:

ASCENDER = subir

ACENDER = pôr fogo, incendiar


Exemplos:

• O débito da empresa ascendeu a R$ 20 milhões.

• O mordomo acendeu a lareira para a madame.

AFIM x A FIM

Podemos diferenciar estas duas palavras a partir de seu significado. Observe:

AFIM = semelhante

A FIM = finalidade

Exemplos:

• Os irmãos possuem temperamentos afins.

• Estamos aqui, a fim de estudar.

NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Você sabe quais são as novas regras de ortografia da Língua Portuguesa?

Essas regras estão presentes no Novo Acordo Ortográfico – fruto de um documento assinado por representantes dos países falantes de português,
com o intuito de unificar a ortografia da língua.

Os responsáveis por essa reforma pretendiam que pudéssemos construir um sistema ortográfico comum, mas não houve alterações na gramática
da língua.

Veja, na tabela, algumas mudanças originadas desse Novo Acordo.

Saiba mais
,
Para saber mais sobre as mudanças na ortografia da Língua Portuguesa, leia os seguintes textos:,
,
Novo Acordo Ortográfico (galeria/aula5/docs/novo_acordo_ortografico.pdf);
Novo Acordo Ortográfico – uso do hífen (galeria/aula5/docs/nao_uso_do_hifen.pdf).

Caso queira ver a tradução para Libras, clique aqui.


Glossário

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