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Nesta aula, entenderemos, portanto, o que é coesão e qual é sua relação com a coerência. Além disso, identificaremos o papel dos operadores
argumentativos e a contribuição desses elementos para que possamos compreender os textos.
OBJETIVOS
Explicar a estrutura do texto escrito.
VÍDEO
Fonte da Imagem:
A intenção de um comercial publicitário é divulgar um produto, um serviço, uma ideia, certo? Para fazer isso, podemos utilizar diferentes recursos –
como na propaganda a que acabamos de assistir.
Honda HR-V –
São eles:
Nessa campanha, portanto, é a linguagem não verbal que nos permite fazer tal associação – aquilo que dá sentido ao comercial e,
consequentemente, torna-o coerente!
Atenção
,
Em gêneros textuais como a propaganda, podem coexistir tanto a linguagem verbal quanto a não verbal.
A noção de texto envolve o conceito de coerência: a possibilidade de estabelecermos ou não sentido a uma sequência textual.
Mas o que precisamos fazer para tornar nossos textos coerentes? Vejamos...
Fonte da Imagem:
Quando queremos comunicar nossas ideias, precisamos ser coerentes em todos os ambientes – sejam estes formais ou não.
Cabe a nós identificarmos em que momento é possível nos valermos dessa economia da linguagem. Afinal:
COESÃO
Antes de começarmos nossa discussão sobre a noção de coesão (um fenômeno que acontece dentro do texto, pois envolve processos que
relacionam seus elementos e organizam a sequência textual – como vimos nessa notícia.), leia a reportagem:
Príncipe William, Kate e filhos deixam palácio e seguem para casa de campo. (glossário)
Você percebeu, através dos destaques em negrito no texto da reportagem, as estratégias usadas pelo redator para evitar repetições no texto?
COESÃO REFERENCIAL
Fonte da Imagem:
Como vimos, a coesão referencial é utilizada quando retomamos aquilo de que falamos – o referente – através de mecanismos gramaticais
importantes.
Outro mecanismo de coesão referencial é a substituição de palavras, que pode ser feita através do uso de:
SINÔNIMOS
Os sinônimos são aquelas palavras que possuem significado semelhante ao de outros vocábulos e que podem
substituí-los sem prejuízo de sentido..
Exemplos
1. O automóvel estacionado na rampa para deficientes deverá ser retirado. Caso contrário, o carro será rebocado.
Nesse caso, o termo “automóvel” pode ser substituído por “carro” ou “veículo”.
2. Este é um caso curioso em que um vocábulo se tornou sinônimo de outro por seu uso em determinado contexto.
Em função do slogan de uma campanha publicitária, que ficou famoso no Brasil inteiro, a marca “Brastemp”
transformou-se em sinônimo de qualidade e de eficiência para muitas pessoas.
Nesse caso, o uso do eufemismo (figura de linguagem que se caracteriza por suavizar algumas expressões)
em destaque é uma forma de sinonímia que nos remete aos termos e às expressões entre parênteses.
Atenção
O fato de uma palavra ser sinônimo de outra não significa que possa substituí-la em qualquer contexto. Veja um
exemplo:
2. 2. Elevado.
3. 3. Excessivo.
4. 4. Erguido.
9. 9. [...]
Fonte: ALTO. In: DICIONÁRIO Priberam da Língua Portuguesa. (2008-2013). Disponível em: <//www.priberam.pt/dlpo/alto
(//www.priberam.pt/dlpo/alto)>. Acesso em: 1 jul. 2015.
EXPRESSÕES EQUIVALENTES
Como vimos no texto anterior sobre o príncipe William e sua família, para evitar a repetição de palavras, podemos
substituí-las por vocábulos ou expressões equivalentes. Veja o exemplo a seguir:
HIPÔNIMOS E HIPERÔNIMOS
Nesse caso, “O carro” é hiperônimo de “Aquele Chevette”, porque a marca está dentro do grupo maior de automóveis.
“Aquele Chevette”, por sua vez, é hipônimo de “O carro”.
Hiperônimos Hipônimos
PRONOMES
Também podemos substituir as palavras por pronomes, como no exemplo a seguir:
NUMERAIS
Outro recurso utilizado para as substituições de vocábulos são os numerais. Veja o exemplo a seguir:
Nesse caso, há, inclusive, coesão referencial por elipse da forma verbal “refere-se”. Você notou?
ATIVIDADE
1 - Leia o parágrafo a seguir:
“Tenho uma grande amiga chamada Ana. Ela gosta muito de banana, maçã, laranja etc. Para comer banana, maçã e laranja sempre fresquinhas,
caminha duas vezes por semana até o mercado mais próximo. Quando vai lá, minha amiga aproveita e compra beterraba, cenoura e chuchu, porque
gosta muito de beterraba, cenoura e chuchu”.
Agora:
Resposta Correta
Resposta Correta
2. Leia o parágrafo a seguir e reescreva-o utilizando mecanismos de coesão referencial por substituição:
“Hoje em dia, o número de crianças que usa computadores, tablets e celulares é enorme.
Computadores, tablets e celulares ficam mais baratos a cada dia, o que amplia o acesso
a computadores, tablets e celulares”.
Resposta Correta
COESÃO SEQUENCIAL
Como vimos, enquanto na coesão referencial, fazemos menção a termos dentro do texto, na sequencial, usamos mecanismos que possibilitam o
desenvolvimento da sequência textual.
Alguns desses mecanismos que auxiliam a continuidade do texto são as expressões temporais – aquelas que permitem a progressão da
informação.
Se o termo “antes” – que indica período passado – foi utilizado, o tempo verbal
subsequente precisa estar no pretérito.
Saiba mais
,
Para saber mais sobre o assunto, leia o texto Sobre a coesão sequencial (galeria/aula6/docs/aula6_tela15.pdf).
Além das expressões temporais, na coesão sequencial, também utilizamos os operadores argumentativos e discursivos: elementos responsáveis
pela coesão entre as orações. Vamos explicá-los através dos exemplos abaixo. Analise as frases e observe o significado que veiculam.
Exemplo 1 (glossário)
Exemplo 2 (glossário)
Exemplo 3 (glossário)
Exemplo 4 (glossário)
Exemplo 5 (glossário)
Exemplo 6 (glossário)
Exemplo 7 (glossário)
Exemplo 8 (glossário)
Saiba mais
,
Para saber mais sobre o assunto, conheça os Operadores argumentativos e discursivos (galeria/aula6/docs/aula6_tela16.pdf).
ATIVIDADES
3 - Leia o trecho a seguir:
“Existem dialetos que evidenciam o nível social ao qual pertence um indivíduo. Os dialetos mais prestigiados são das classes mais elevadas, e o da
elite é tomado não mais como dialeto, e sim como a própria ‘língua’. A discriminação do dialeto das classes populares é geralmente baseada no
conceito de que essa classe, por não dominar a norma-padrão de prestígio e usar seus próprios métodos para a realização da linguagem, ‘corrompe’
a língua com esses ‘erros’. No entanto, as transformações que vão acontecendo na língua se devem, também, à elite que absorve alguns termos de
dialetos de classes mais baixas, provocando uma mudança linguística, e, aí, o ‘erro’ já não é mais erro... e, nesse caso, não se diz que a elite
‘corrompe’ a língua”.
Fonte: FERREIRA, A. C. F. As variações da língua. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 1999. Disponível em:
<//www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/v00003.htm (glossário)>. Acesso em: 1 jul. 2015.
Neste parágrafo, os operadores argumentativos destacados introduzem:
a) Um conclusão.
b) Uma finalidade.
c) Uma redefinição.
d) Uma soma de argumentos.
e) Um argumento que leva a uma conclusão contrária.
Justificativa
“Essa admoestação, com poucas variações de estilo, infesta nossos edifícios. Se chamassem um redator qualificado, as frases não destoariam
tanto da clareza, da concisão, da coesão, enfim, do modo mais bonito que o brasileiro tem para se expressar. Não foi chamado porque, no Brasil, em
se tratando de inscrições e avisos públicos, a Língua Portuguesa é sempre a primeira vítima”.
Fonte: SILVA, D. da. Antes de entrar no elevador. In: ______. A língua nossa de cada dia. São Paulo: Novo Século, 2007. p. 46.
a) Uma finalidade.
b) O desenvolvimento de uma ideia.
c) Uma condição para que algo aconteça.
d) Uma confirmação do que foi dito antes.
e) Um argumento que leva a uma conclusão contrária.
Justificativa
“Ouro, incenso e mirra, esses foram os três presentes que os MAGOS levaram ao Menino Jesus. Os magos não eram três e não eram reis. E
provavelmente jamais existiram, mas têm nomes: Baltasar, Gaspar, Melquior. Suas fisionomias lembram as três etnias da Humanidade conhecidas
na época em que a lenda se formou. Trazidos de Constantinopla para Milão no século V, seus restos mortais ali ficaram até 1.164, quando foram
levados para a Alemanha. Hoje, repousam em um dos altares da catedral de Colônia. Mas de quem são aqueles ossos, se eles nunca existiram?”.
Fonte: SILVA, D. da. A lenda dos três reis magos. In: ______. A língua nossa de cada dia. Osasco: Novo Século, 2007.
a) Uma finalidade.
b) O desenvolvimento de uma ideia.
c) Uma condição para que algo aconteça.
d) Uma confirmação do que foi dito antes.
e) Um argumento que leva a uma conclusão contrária.
Justificativa
Saiba mais
,
Para saber mais sobre o emprego de conjunções adversativas, leia o texto: Os opostos do “mas” (galeria/aula6/docs/aula6_tela18b.pdf).
Fonte: RODRIGUES, T. Editorial Faça parte. Aquecimento Global, ano 1, n. 7, nov. 2008.
Justificativa
COESÃO E COERÊNCIA
Como vimos, quando escrevemos um texto, procuramos conduzir nossas ideias de forma coerente, de modo que quem as leia entenda nossa
escrita.
Como você percebeu, o texto publicitário inicia-se com a conjunção explicativa “porque”.
Porque esse conectivo se relaciona com todas as imagens apresentadas na propaganda, que foi veiculada na mídia através de um comercial.
Aqui, a união das linguagens verbal e não verbal e nosso conhecimento de mundo permitem que estabeleçamos sentido para esse texto – ainda que
ele seja introduzido por uma conjunção.
Se já aprendemos diversos mecanismos coesivos, escrever com coerência é tarefa fácil, certo? Bem, nem sempre.
Vejamos o motivo através do seguinte exemplo:
Nesta sentença, foi usado o articulador concessivo “Embora” – aquele que expressa ideias contraditórias. Mas será que, nesse caso, era esse tipo
de ideia que se queria exprimir? Se o indivíduo estudou muito, é natural que seja aprovado, não é mesmo?
Simples: deixamos de considerar que as expressões com as quais ligamos as ideias estabelecem significados, conduzem o sentido das
mensagens. Logo, o correto seria:
Atenção
,
Não podemos utilizar um elemento qualquer para conectar as informações.
Como vimos, a coerência é responsável pela construção do significado do texto. Por isso, quando falta algo, não conseguimos perceber a sequência
linguística como um texto, certo?
“João vai à padaria. A padaria é feita de tijolos. Os tijolos são caríssimos. Os mísseis também são caríssimos. Os mísseis são lançados no espaço.
De acordo com a teoria da relatividade, o espaço é curvo. A geometria rimaniana dá conta desse fenômeno”.
Você sentiu alguma dificuldade de entender esse texto? Provavelmente, sim. Apesar de conter recursos coesivos, esse fragmento é incoerente, pois
não conseguimos estabelecer sentido para ele.
Um texto pode apresentar mecanismos de coesão e, ainda assim, não possuir coerência.
Mas será que o contrário é possível? Um texto sem mecanismos coesivos pode ser coerente?
Vejamos...
Fonte da Imagem:
O texto é formado apenas por um grupo de palavras e não possui relações sintáticas. Nesse caso, ele pode fazer sentido e ser coerente?
Se você conhece o contexto da situação, sim. Aqui, Camila entendeu que houve um pedido para que ela atendesse ao telefone e informou que
estava no banho.
ATIVIDADE
7 - Leia o período a seguir:
Ela comprou muitos vestidos na nova loja, mas não comprou nenhuma roupa.
Justificativa
Justificativa
Amor e sexo
Amor é um livro
Sexo é esporte
Sexo é escolha
Amor é sorte
Amor é pensamento
Teorema
Amor é novela
Sexo é cinema
Sexo é imaginação
Fantasia
Amor é prosa
Sexo é poesia [...]
Como a coerência é construída por meio do texto, ou seja, não é algo dado no próprio texto, assinale a opção que MELHOR analisa este trecho:
Justificativa
CUIDADOS COM O EMPREGO DA LÍNGUA
Agora, conheça algumas estruturas que podem afetar a coesão e a coerência de seu texto:
AO INVÉS DE x EM VEZ DE
Exemplos:
Exemplos:
A PRINCÍPIO x EM PRINCÍPIO
Exemplos:
A princípio, vamos aguardar o retorno dos professores para, depois, retomar as aulas.
Em princípio, todos os alunos terão direito a uma chance de melhorar seu desempenho na prova.
MESMO x IGUAL
“Mesmo” = um só
“Igual” = outro
Exemplos:
“Haver” = com sentido de “existir” - verbo impessoal, aquele que não admite sujeito e que não sofre flexão de plural.
Exemplos:
Para saber mais sobre o assunto, leia o texto Ter e haver: emprego (galeria/aula6/docs/aula6_tela26a.pdf).
TODO x TODO O
“Todo” = qualquer
“Todo o” = inteiro
Exemplos:
(= qualquer trabalho)
(= o trabalho inteiro)
AO CONTRÁRIO DE x DIFERENTEMENTE
Exemplos:
A prova foi tão fácil que até o Joãozinho tirou nota boa.
Neste caso, provavelmente, você concluiu que Joãozinho não é bom aluno e que se beneficiou porque a prova foi fácil.
Qual foi o elemento da sentença responsável por esse raciocínio?
O operador argumentativo “até”.
EXEMPLO 2
Os pais dele investiram tanto na educação do filho que esperavam, no mínimo, que ele cursasse uma universidade.
Neste caso, entendemos que, em uma escala – “no mínimo” –, o filho estudaria em uma universidade.
No entanto, os pais esperam mais dele, não é mesmo?
EXEMPLO 3
Ele é o melhor médico que conheço. Não somente tem boa formação mas também gosta dos pacientes, é gentil e muito bem-humorado.
Neste caso, a união das expressões “não somente” e “mas também” ajudou a somar as qualidades do médico, certo?
Aqui, os operadores argumentativos têm por objetivo juntar argumentos em favor de uma mesma conclusão.
EXEMPLO 4
Não temos mais tempo para falar sobre esse assunto. Além disso, Ana prometeu inserir o tema na apresentação dela.
Neste caso, a expressão “Além disso” introduz a ideia de acréscimo à argumentação. Esse operador argumentativo é, na verdade, decisivo e ajuda a encerrar o
assunto.
EXEMPLO 5
Não se preocupe: o táxi chega daqui a 15 minutos. Portanto, você chegará ao aeroporto a tempo.
Neste caso, o operador argumentativo “Portanto” insere uma justificativa ao que foi dito.
EXEMPLO 6
Neste caso, o operador discursivo “mas” tem a função de introduzir um argumento contrário à ideia que lhe é anterior, para enfatizar que a empresa SINAF é uma
garantia de segurança de vida.
EXEMPLO 7
Neste caso, o operador discursivo “e ainda” (= e também) acrescenta uma ideia à outra: “assistir a um jogo do Brasil no camarote do mascote” e “ganhar milhares
de mascotinhos”.
EXEMPLO 8
Neste caso, o operador discursivo “quando” indica tempo para compor o sentido da propaganda.
Disponível em: < //vivalinda.boticario.com.br/estilo-de-vida/beleza-gera-beleza (//vivalinda.boticario.com.br/estilo-de-vida/beleza-gera-beleza) >. Acesso em: 21
jul. 2015.