Você está na página 1de 11

Conectivos para redação: lista e tipos

Escrito por Daniela Diana


 
Professora licenciada em Letras

Adicionar aos favoritos

Conectivos são palavras ou expressões que interligam as frases, períodos,


orações, parágrafos, permitindo a sequência de ideias.

Esse papel é desempenhado, sobretudo, pelas conjunções, palavras invariáveis


usadas para ligar os termos e orações em um período. Além disso,
alguns advérbios e pronomes também podem exercer essa função.

Os conectivos são elementos essenciais no desenvolvimento dos textos, uma


vez que estão relacionados com a coesão textual.

Assim, se forem mal-empregados, reduzem a capacidade de compreensão da


mensagem e comprometem o texto.

Confira a lista de conectivos abaixo.

Conectivos de prioridade e relevância


Os conectivos de prioridade e relevância são muito usados no início das frases
para apresentar uma ideia. Eles também podem oferecer relevância ao que
está sendo apresentado, por exemplo:

Primeiramente devemos atentar ao conceito de pluralidade cultural.

CONECTIVOS: Em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo, em


princípio, primeiramente, acima de tudo, principalmente, primordialmente,
sobretudo, a priori, a posteriori, precipuamente.
Conectivos de continuidade e tempo
Os conectivos de continuidade e tempo situam o leitor na sucessão dos
acontecimentos ou das ideias. Por esse motivo, são muito explorados em
textos narrativos, por exemplo:

Logo após sair da aula, Bianca teve um encontro com Arthur.

CONECTIVOS: Então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a


princípio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente,
posteriormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente, agora, atualmente, hoje,
frequentemente, constantemente, às vezes, eventualmente, por vezes,
ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo,
simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto,
quando, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que,
todas às vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem.

Quer compartilhar o seu testemunho sobre como o Toda Matéria ajudou a


melhorar os seus estudos / a sua vida? Preenche este breve formulário e conte
para a gente. A sua contribuição é valiosa para nós e para nossa comunidade
online!

Conectivos de comparação, semelhança ou


conformidade
Utilizamos os conectivos de comparação, semelhança ou conformidade
para estabelecer uma relação com uma ideia ou um conceito que já foi
apresentado anteriormente no texto. Além disso, eles são usados para apontar
ideias de outro texto (intertextualidade), por exemplo:

De acordo com as ideias de Darcy Ribeiro, o povo brasileiro é muito diverso.

CONECTIVOS: Igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo,


similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira
idêntica, de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o
mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, como se, bem
como.
Conectivos de condição ou hipótese
Os conectivos de condição ou hipótese são utilizados em situações
circunstanciais que podem oferecer hipóteses para uma situação futura, por
exemplo:

Caso chova essa tarde, não iremos à academia.

CONECTIVOS: Se, caso, eventualmente.

Conectivos de adição e continuação


Utilizamos os conectivos de adição e continuação para acrescentar algo ao
texto e que esteja relacionado com o que foi apresentado anteriormente, por
exemplo:

Suzana foi professora na Universidade de Minas Gerais no período da Ditadura


Militar. Além disso, foi coordenadora do Departamento de Artes vinculado à
Secretaria de Cultura do município de Belo Horizonte.

CONECTIVOS: Além disso, demais, ademais, outrossim, ainda mais, por outro


lado, também, e, nem, não só, como também, não apenas, bem como.

Conectivos de dúvida
Utilizamos os conectivos de dúvida para inserir uma dúvida ou
probabilidade no texto, por exemplo:

É provável  que Tomás não venha trabalhar hoje.

CONECTIVOS: Talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é


provável, não certo, se é que.

Conectivos de certeza ou ênfase


Utilizamos conectivos de certeza ou ênfase quando queremos ressaltar algo
que temos certeza ou mesmo para enfatizar uma ideia no texto, por exemplo:

Certamente  Cecília esteve envolvida no caso de roubo.


CONECTIVOS: Por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente,
sem dúvida, inegavelmente, com certeza.

Conectivos de surpresa ou imprevistos


Os conectivos de surpresa ou imprevistos enfatizam uma surpresa, ou mesmo
algo que não estava previsto acontecer. São muito utilizados nos textos
descritivos e narrativos, por exemplo:

De repente vimos o dono da empresa nas galerias de arte.

CONECTIVOS: Inesperadamente, de súbito, subitamente, de repente,


imprevistamente, surpreendentemente.

Conectivos de ilustração ou esclarecimento


Utilizamos os conectivos de ilustração ou esclarecimento como forma
de esclarecer algum conceito ou ideia apresentados no texto, por exemplo:

Os estudantes poderão utilizar diversos locais da faculdade durante o


evento, ou seja, o anfiteatro, a biblioteca, o refeitório e o pátio.

CONECTIVOS: Por exemplo, isto é, ou seja, aliás.

Conectivos de finalidade, propósito ou intenção


No caso dos conectivos de finalidade, propósito ou intenção, o produtor do
texto tem um propósito ou uma finalidade definida. Ou seja, ele quer apresentar
o objetivo relacionado com o que almeja alcançar, por exemplo:

Com o intuito  de ganhar mais votos para as eleições, Joaquim divulgou muito
seu trabalho.

CONECTIVOS: Com o fim de, a fim de, como propósito de, com a finalidade de,
com o intuito de, para que, a fim de que, para, ao propósito.

Conectivos de lugar, proximidade ou distância


Advérbios de lugar e pronomes demonstrativos são algumas classes
gramaticais que envolvem os conectivos de lugar, proximidade ou distância.
Eles são utilizados para indicarem a distância entre algo, por exemplo:

Eles viveram muitos anos próximos da Catedral, no centro da cidade.


CONECTIVOS: Perto de, próximo a ou de, justo a ou de, dentro, fora, mais
adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela,
aquilo, ante, a.

Conectivos de conclusão ou resumo


Os conectivos de conclusão ou resumo são muito utilizados na conclusão de
um parágrafo, ou mesmo de uma redação, para resumir as ideias que foram
apontadas no texto, por exemplo:

Em resumo, podemos notar o aumento das taxas alfandegárias durante o


período apresentado.

CONECTIVOS: Em suma, em síntese, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa


forma, dessa maneira, desse modo, logo, pois, assim sendo, nesse sentido.

Veja também: 12 conectivos de conclusão (com exemplos)

Conectivos de explicação, consequência e causa


Os conectivos de explicação, consequência e causa servem para explicar as
causas e consequências de uma ação, um fenômeno, etc, por exemplo:

O aquecimento global tem afetado diretamente o ser humano e os


animais. Como resultado, temos a extinção de muitas espécies.

CONECTIVOS: Por consequência, por conseguinte, como resultado, por isso,


por causa de, em virtude de, assim, de fato, com efeito, tão, tanto, tamanho,
que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez que, visto que, como (no sentido
de porquê), portanto, que, de tal forma que, haja vista.

Conectivos de oposição, contraste, restrição,


ressalva
Os conectivos de oposição, como o próprio nome indica, servem para opor
ideias ou conceitos num período, por exemplo:

Embora  o Brasil seja um país diverso, podemos encontrar singularidades em


muitas regiões do país.

CONECTIVOS: Pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, menos, mas,


contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, apesar de, ainda que, mesmo
que, posto que, ao passo que, em contrapartida.
Conectivos de alternância
Usamos os conectivos de alternância quando queremos citar mais de uma
opção, por exemplo:

Ou  enfrentamos o problema, ou  não poderemos mais trabalhar juntos.

CONECTIVOS: Ou...ou; quer...quer; ora...ora.

A coordenação e a subordinação
A coordenação e a subordinação são dois processos que permitem
articular frases simples e formar frases complexas. Caracterizam-se
por propriedades formais distintas. Eis duas das mais importantes:

(a)  Dependência sintática

Na coordenação, não existe dependência sintática entre as orações


coordenadas, isto é, nenhuma das frases simples exerce qualquer
função sintática relativamente à outra, uma vez que são
funcionalmente equivalentes entre si.
Na subordinação, pelo contrário, existe uma dependência sintática
entre as orações; ou seja, uma das orações desempenha sempre na
oração subordinante uma função sintática.

(b)   Mobilidade das orações

Na coordenação, as orações coordenadas não podem ser deslocadas,


ao passo que na subordinação há uma maior mobilidade das orações
subordinadas:

•   O João comprou o jornal e leu-o num instante.


•   * E leu-o num instante o João comprou o jornal.

•   A Maria foi à praia, embora estivesse mau tempo.


•   Embora estivesse mau tempo, a Maria foi à praia.

Classificação das orações coordenadas


As orações coordenadas são classificadas de acordo com as
conjunções coordenativas que as introduzem e o valor semântico que
se atribui à relação de coordenação. Podem ser: copulativas,
adversativas, disjuntivas, explicativas e conclusivas.

Orações coordenadas copulativas – São orações unidas por uma ideia


de adição, por intermédio de uma conjunção ou locução coordenativa
copulativa (e, nem, não só…mas também, etc.):

As crianças foram ao cinema e comeram pipocas.

Orações coordenadas adversativas – São orações unidas por uma


ideia de oposição, por intermédio de uma conjunção ou locução
coordenativa adversativa (mas, porém, todavia, etc.):

As crianças foram ao cinema, mas não comeram pipocas.

Orações coordenadas disjuntivas – São duas orações postas em


alternativa, por intermédio de uma conjunção ou locução coordenativa
disjuntiva (ou, quer…quer, seja…seja, etc.):

Querem encomendar comida, ou jantar fora?

Orações coordenadas conclusivas – São duas orações unidas por


uma conjunção ou locução coordenativa conclusiva (logo,
portanto, etc.), em que a segunda oração se apresenta como uma
conclusão da primeira:

O Zé passou no exame de matemática, logo, transitou de ano.

Classificação das orações subordinadas

Como se referiu anteriormente, as orações subordinadas exercem


uma função sintática relativamente às orações subordinantes. Tal
função sintática pode ser a de sujeito, complemento direto,
complemento indireto ou complemento preposicional.
Tendo em conta a natureza dessa função, podemos classificar as
orações subordinadas em três tipos:
1. Orações subordinadas adverbiais
2. Orações subordinadas substantivas
3. Orações subordinadas adjetivas

1. As orações subordinadas adverbiais desempenham a função típica


dos advérbios (função de modificador verbal) e exprimem diferentes
ideias — de tempo, de causa, de finalidade, de condição, de concessão,
de consequência e de comparação. Subdividem-se em:

1.1. Orações subordinadas adverbiais temporais – São orações que


exprimem uma ideia de tempo, por intermédio de uma conjunção ou
locução subordinativa temporal (quando, antes de, depois de, sempre
que, etc.):

Quando cheguei à sala, a reunião já tinha começado.

1.2. Orações subordinadas adverbiais causais – São orações que


exprimem a causa da situação descrita na oração subordinante, por
intermédio de uma conjunção causal (porque):

Faltei à reunião, porque saí muito tarde do trabalho.

1.2.1. Orações subordinadas adverbiais causais explicativas – São


orações que exprimem a justificação ou explicação do motivo da
enunciação expressa na primeira oração, por intermédio de uma
conjunção explicativa (pois, porque, que):

Deve ter chovido, pois as ruas estão molhadas.


Despacha-te, que estamos atrasados!

1.3. Orações subordinadas adverbiais finais – São orações que


exprimem uma finalidade, por intermédio de uma conjunção ou
locução subordinativa final (para, para que, a fim de, etc.):

Saí mais cedo do trabalho, para poder assistir à reunião.


1.4. Orações subordinadas adverbiais condicionais – São orações
que exprimem uma condição, por intermédio de uma conjunção ou
locução subordinativa condicional (se, a menos que, no caso de, etc.):

Se tivesse saído mais cedo, teria ido à reunião.

1.5. Orações subordinadas adverbiais concessivas – São orações que


exprimem uma concessão, uma oposição, por intermédio de uma
conjunção ou locução subordinativa concessiva (embora, apesar de,
ainda que, etc.):

Embora tivesse chegado atrasado, pude assistir à reunião.

1.6. Orações subordinadas adverbiais consecutivas – São orações


que exprimem uma consequência, por intermédio de uma locução
subordinativa consecutiva (tanto…que, tão…que, de tal modo…que):

Saí tão tarde do trabalho, que já não consegui ir à reunião.

1.7. Orações subordinadas adverbiais comparativas – São orações


que exprimem uma comparação, por intermédio de uma locução
subordinativa comparativa (mais…do que, menos…do que, melhor…do
que, pior…do que, tão…como, etc.):

Esta reunião correu melhor do que a anterior (correu).

2. As orações subordinadas substantivas desempenham as funções


típicas dos nomes (função de sujeito, complemento direto, indireto,
etc.). Tradicionalmente designadas integrantes, subdividem-se em:

2.1. Orações subordinadas completivas verbais – São orações


introduzidas pelas conjunções subordinativas que, se e para e
completam o sentido de um verbo:

O João julga que vai receber o prémio.


O João não sabe se pode sair mais cedo.
O João pediu para sair mais cedo.
2.2. Orações subordinadas completivas nominais – São orações
introduzidas pelas conjunções que e se e completam o sentido de um
nome:

O João tem a certeza de que vai receber o prémio.

2.3. Orações subordinadas completivas adjetivais – São orações


introduzidas pela conjunção que e completam o sentido de um
adjetivo:

O João está convencido de que vai receber o prémio.

3. As orações subordinadas adjetivas desempenham as funções


típicas dos adjetivos. As orações adjetivas podem ser relativas ou
gerundivas.
Designam-se relativas por se construírem com subordinadores
relativos (pronomes ou advérbios), os quais implicam uma relação de
correferência com um antecedente de que dependem. Assim, por
exemplo, na frase:

As revistas que estão no cesto são para deitar fora.

As orações relativas subdividem-se em:

3.1. Orações subordinadas relativas restritivas – São orações


introduzidas pelo pronome relativo que e têm por função delimitar o
universo de seres representado pelo nome que antecede o relativo.
Nunca podem ser separadas por vírgulas:

Os alunos que tiverem boa nota receberão uma bolsa de mérito.

3.2. Orações subordinadas relativas explicativas – São orações


introduzidas pelo pronome relativo que e têm por função fornecer um
esclarecimento adicional acerca do nome que antecede o relativo. São
sempre separadas por vírgulas:

O João, que é o melhor aluno da turma, recebeu uma bolsa de mérito.

Você também pode gostar